A Necessidade da Pureza

Esta regra está muito brevemente resumida na injunção: Que o desejo e a mente sejam tão puros e tão igualmente repartidos e a forma criada tão justamente equilibrada que não possa ser atraída para o caminho destruidor, ou "da mão esquerda".

As razões para esta brevidade podem ser explicadas como sendo devidas à extrema simplicidade desta regra na consciência do homem que sabe, e de sua extrema complexidade do ponto de vista do leitor casual. Somente o mais simples e mais prático de seus significados é ali dado mas talvez uns poucos dos significados mais profundos possam ser fornecidos.

É interessante notar que à medida que o progresso é feito no caminho, as formas nas quais a verdade pode ser dada se tornam mais e mais simples, ao passo que o significado alcançado se torna mais e mais amplo e inclusivo e daí envolver (na análise) mais e mais complexidade. Finalmente, apela-se para os símbolos e o plano cósmico é alcançado através da apresentação de formas geométricas ao olho interno do aspirante.

O ponto cardeal enfatizado nesta regra é a pureza e, em última análise, a pureza é grandemente uma questão de motivo. Se o incentivo à ação de qualquer espécie nos três mundos for baseado no desejo da personalidade e desenvolvido pelo uso aplicado de mente, então a impureza caracterizará aquela ação. Se o impulso emanar do Morador na forma, ele então será subordinado e controlado pelo Morador até o desejado objetivo. Então a característica é a pureza dentro das limitações do grupo, pois a pureza absoluta somente existe quando a inteira liberdade do controle tiver sido conseguida. A alma é consciente do grupo e controlada pelo grupo, e (até que o corpo causal tenha sido superado e a libertação do seu controle conquistada) o significado real da pureza não será alcançado. Basta dizer que há uma íntima conotação entre impureza e a limitação de qualquer espécie: física, emocional e mental.

Mas a pureza absoluta não necessita aqui ser considerada pelo aspirante. Ninguém nos grupos esotéricos do mundo jamais alcançou a quinta iniciação, onde o significado entrará na consciência num brilho da mais intensa realização. Para a maioria, a pureza física e a emocional são os objetivos, e primariamente, portanto, a libertação do controle e desejo emocionais. Daí a constante ainda que mal pronunciada injunção em muitos livros esotéricos. "Mata o desejo". Talvez que uma colocação mais justa para o presente imediato fosse "reorienta o desejo" ou "redirecione o desejo", pois um constante processo de reorientação da natureza do desejo inteira, de modo a que ela finalmente se tome um habitual estado da mente, é a pista para todos os processos de transmutação e para o efetivo trabalho mágico, à medida que se avança no Caminho, os processos de pensamento aspirante se tornam mais potentes e os pensamentos-forma - criados com o propósito definido e no trabalho de meditação - se tornam mais efetivos na conquista de resultados. Será portanto evidente que no trabalho mágico (que tem sempre que ser manifestado no plano físico) existirá sempre a tendência para o "caminho da mão esquerda" até que a consciência da alma esteja permanentemente estabelecida, e a pureza do motivo se tenha tornado um hábito da mente.

Permitam-me lembrar a todos os leitores que o estabelecimento e a estabilização de hábitos corretos é, para o aspirante ao discipulado, um requisito fundamental. Aqueles que estão trabalhando no campo da evolução planetária estão procurando instrumentos confiáveis e isto não pode ser muito enfaticamente impresso sobre todos vocês. As pessoas cujas mentes estão nubladas ou cuja incapacidade de manter a mente "firme na luz" é inerente, são trabalhadoras inadequadas nos elevados lugares da aspiração do mundo. Esta nota não precisa deter o progresso de ninguém nestes grupos, pois a aceitação de um defeito é um passo preliminar na direção de sua superação. Estes grupos estão em treinamento e isto deve ser mantido em mente ou então o desencorajamento é capaz de dominar quando o ideal é enunciado. A necessidade mundial e a oportunidade caminham de mãos dadas desta vez. Os Grandes, que permanecem como uma parede entre a humanidade e o carma planetário, desta vez estão, dizem-nos, sob forte pressão e Eu asseguro que esta é apenas uma colocação inadequada do caso.

Os pensamentos dos homens desde a metade do período de Atlântida foram firmemente atraídos para o caminho da mão esquerda, ou destruidor, porque o egoísmo foi o móvel e o autointeresse o fator dominante. Parte do trabalho do Cristo quando Ele veio há 2000 anos, foi expelir esta tendência pela inculcação, através do exemplo e da demonstração, do sacrifício e do altruísmo, e o espírito de mártir (pincelado como muitas vezes foi pela histeria e um autointeresse celestial) foi um dos resultados deste esforço. Visto do ponto de vista da Hierarquia, o esforço foi bem sucedido, pois o espírito cristão fundamenta a reorientação na direção das coisas celestiais. Daí a pureza da motivação e o instinto pelo serviço, cuja posterior nota-chave é nova do ponto de vista das passadas eternidades.

Apesar disso, todavia, a tendência para o interesse egoísta é o mais potente fator no mundo atual e daí a situação crítica existente entre a Hierarquia da Luz e a hierarquia que controla o caminho da mão esquerda, ou o caminho do controle pela forma e desejo.

Não deve haver desencorajamento, todavia, pois o pensamento espiritual, resultante no trabalho mágico, de um irmão de intenção pura, é de potência muito maior do que aquele de muitos irmãos que sigam as tendências da personalidade. Embora todo verdadeiro aspirante, ao se dar conta da magnitude do Plano e medir as forças alinhadas contra ele, possa sentir-se vencido pela aparente futilidade de seu esforço e a aparente insignificância do papel que desempenha, ele deve lembrar-se que há um grupo firmemente crescente daqueles que são semelhantes a ele e que este é um esforço grupal. Sob a Lei, os Grandes Seres trabalham através de Seus discípulos em todos os países e nunca antes houve tantos esforçando-se para se ajustarem a esta função de serem os "Transmissores do Propósito" e nunca antes existiu tão forte integridade interior e relação subjetiva entre os trabalhadores em todos os campos em todas as partes do mundo. Pela primeira vez na história, há um grupo coeso para os Mestres usarem. Até então, tinha havido trabalhadores isolados solitários ou débeis grupos destacados, e isto prejudicou grandemente o trabalho. Agora isto mudou.

Desejo encarregar todos vocês de se conscientizarem disso e trabalharem para dar substância a esta integridade grupal e desenvolver o poder de identificar todos tais trabalhadores em toda parte sob qualquer nome ou organização e cooperar com eles quando assim reconhecidos. Isto não é uma coisa fácil de fazer. Pressupõe o seguinte:

1- Uma sensibilidade interior ao Plano.

2- Uma capacidade para reconhecer princípios que regem a conduta e a administração.

3- Uma capacidade para desprezar os não essenciais e enfatizar os essenciais.

4- Uma submissão da ambição e interesse pessoais ao adiantamento dos ideais do grupo e

5- Uma firme preservação do contacto interno através da meditação e do desprezo e não ênfase às reações da personalidade.

Estes são os pré-requisitos básicos e devem merecer a atenção dos trabalhadores e estudantes em todos os grupos.

Valeria à pena se cada estudante se ligasse diariamente às cinco horas, por um ato da vontade, com este grupo rapidamente integrante de servidores, místicos e irmãos. Para este fim poderia ser adequado memorizar esta curta dedicatória a ser dita silenciosamente naquela hora, com a atenção focalizada na cabeça:

“Que o Poder da Vida Una flua através do grupo de todos os verdadeiros servidores”.

“Que o Amor da Alma Una caracterize a vida de todos que procuram ajudar os Grandes Seres”.

“Que eu cumpra minha parte no Trabalho Uno, através do meu próprio esquecimento, da inofensividade e da palavra correta”.

Depois leve adiante o pensamento do grupo de servidores do mundo que rapidamente se forma, para os Grandes Seres que estão por trás de nossa evolução mundial.

Isto pode ser feito em poucos segundos onde quer que se possa estar e na companhia seja de quem for, e não somente ajudará ao trabalho mágico das forças da luz, como servirá para estabilizar o indivíduo, aumentar sua consciência grupal e ensinar-lhe o processo de desenvolver atividades subjetivas internas diante de e apesar de quaisquer atividades exotéricas.

Formas Fundamentais

A simplicidade desta Regra é tal que em poucas palavras se resume o processo inteiro da evolução criadora. No plano mental uma ideia toma forma. No plano do desejo a energia sensível invade aquela forma.

Sob o processo evolutivo a forma "se dilata e cresce". Através da correta direção da forma e de sua orientação na direção necessária, o propósito do pensador é cumprido.

Toda vida é vibração e o resultado da vibração é a forma, densa ou sutil, e ainda mais sutil à medida que a ascensão tem lugar. À proporção que a vida pulsante progride, seu ritmo de vibração muda e nesta mudança de vibração está oculto o segredo da destruição da forma e da construção da forma. As formas são de quatro espécies nesta era da quarta ronda.

1- A Forma da Personalidade, aquele veículo da matéria física, astral e mental, que provê os meios de contato nos três mundos. Ela é construída em cada vida, a chave da vibração sendo estabelecida na vida precedente à atual. Aquela forma demonstra ser adequada para o homem comum e serve a ele até a morte. O homem que está penetrando no caminho oculto começa com o veículo fornecido, mas durante a encarnação constrói para si mesmo um veículo sempre mais novo e melhorado, e quanto mais ele progride mais conscientemente ele trabalha. Aí termina aquele constante tumulto e frequente enfermidade do iniciante na vida oculta. Ele percebe a lei, entende a necessidade de elevar sua nota fundamental e frequentemente começa com erros. Ele começa a construir de novo seu corpo físico através da dieta e da disciplina, em vez de trabalhar de dentro para fora. Na cuidadosa disciplina da mente e na manipulação da matéria mental e transmutação da emoção vem a elaboração no plano físico. Acrescentem aos dois acima a pureza do plano físico quanto à alimentação e à maneira de viver e em sete anos o homem terá construído para si mesmo três novos corpos em torno dos átomos permanentes.

2- A Forma do Ambiente. Esta é realmente a elaboração evolutiva da alma grupal involutiva. Ela se relaciona com nossos contatos, não apenas exteriores, mas nos planos internos igualmente. Da similaridade de vibração vem a coesão. Quando, por conseguinte, um homem eleva sua vibração e constrói tudo de novo desde o começo e altera consequentemente sua nota fundamental, isto resulta em dissonância com seu ambiente e em subsequente discórdia. Por isso - sob a lei - sempre chega para o aspirante aos Mistérios e ao manipulador da lei, um período de solidão e de sofrimento quando nenhum homem se mantém ao seu lado e o isolamento é o seu fado. Num grau menor isto vem para todos e para o arhat (ou iniciado do quarto grau) este completo isolamento é um fato característico. Ele fica a meio caminho entre a vida nos três mundos a do mundo dos adeptos. Sua vibração não se sincroniza, antes da iniciação, com as vibrações de nenhum dos grupos. Sob a lei ele está só. Mas isto é somente temporário. Quando o ambiente satisfaz, então é o momento de ansiedade; isto indica estagnação. A aplicação da lei provoca a ruptura primária.

3- A Forma do Devoto. Sim, Eu penso exatamente naquela palavra, pois ela expressa uma ideia abstrata. Cada pessoa de todo grau tem sua devoção, aquela pela qual ela vive, aquela pela qual - na ignorância, no conhecimento ou na sabedoria - ela manipula tanto da lei quanto possa alcançar. Aquela devoção pode ser puramente física, centrada na carne, na ambição pelo ouro, nas posses concretas. Ela dedica todas as suas energias à procura da satisfação daquela forma concreta e por onde aprende. O objetivo do devoto pode ser puramente astral - amor da esposa, ou filho, ou família, orgulho racial, amor pela popularidade ou algum tipo de ambição a eles devota toda a sua energia, usando o corpo físico para cumprir o desejo do astral.

Mais elevada ainda pode ser a forma de sua devoção - amor pela arte, ou ciência ou filosofia, a vida religiosa, científica ou artística - a elas consagra suas energias, física, astral e mental e sempre a forma é a da devoção. Sempre a vibração está de acordo com o objetivo, encontra aquele objetivo, ultrapassa-o e se desintegra. O sofrimento acompanha toda destruição da forma e mudança de nota fundamental. Muitas vidas, por milhares de anos, são gastas sob as vibrações inferiores. À medida que a evolução progride, mais rápido é o desenvolvimento e a nota fundamental muda de vida para vida, enquanto que em estágios iniciais uma nota fundamental ou tom pode ter soado por várias vidas em sua totalidade. Quando um homem se aproxima do Caminho, o Caminho Probatório se toma salpicado de muitas formas destruídas e de ciclo menor a ciclo menor ele muda a nota fundamental, amiúde numa vida aumentando sua vibração muitas vezes. Vejam, portanto, como a vida de todos os aspirantes, se avançando com rapidez desejada, é de uma constante movimentação, constantes mudanças e diferenciações e contínua construção e demolição, planejando e vendo aqueles planos desfeitos. É uma vida de incessante sofrimento, de frequente choque com as circunstâncias do ambiente, de numerosas amizades feitas e transferidas, de incessante mutação e constante agonia. Ideais são transcendidos apenas para se descobrir que são estações na estrada para outros mais elevados; visões são vistas, somente para serem substituídas por outras; sonhos são vividos, somente para serem entendidos e dissolvidos; amigos são feitos, para serem amados e deixados para trás e para acompanhar mais tarde e mais lentamente as pegadas do aspirante que se esforça; e durante todo o tempo a quarta forma está sendo construída.

4- A Forma do Corpo Causal. Este é o veículo da consciência superior, o Templo em que habita Deus, que parece de uma beleza tão rara e de uma estabilidade de natureza tão segura que, quando a demolição final chega, até daquela obra de arte de muitas vidas, amarga de fato é a taça a beber e a unidade de consciência parece quedar totalmente despojada. Consciente então somente do Espírito Divino inato, consciente somente da Verdade da Essência Divina, conscientizando-se profundamente e até a profundeza do seu ser a natureza efêmera da forma e de todas as formas, permanecendo só no vórtice dos rituais de iniciação, privado de tudo sobre quê se possa ter apoiado (seja amigo, Mestre, doutrina ou ambiente), bem pode o Iniciado gritar: "Eu sou aquele que Sou, e nada mais há". Bem pode ele então figurativamente pôr sua mão na do seu Pai no Céu e estender a outra abençoando o mundo dos homens, pois somente as mãos que tudo abandonaram nos três mundos estão livres para transmitir a bênção última à humanidade que luta. Então ele constrói para si mesmo uma forma tal como deseja, uma forma nova que não está mais sujeita à demolição, mas atende à sua necessidade, podendo ser usada ou abandonada de acordo com as exigências da ocasião.

Nesses dias será necessário meditar sobre este assunto da forma, pois com a entrada de um novo raio e o começo de uma nova era, sempre vem um período de muita ruptura até que as formas que existem se tenham adaptado à vibração mais nova. Naquela adaptação, aqueles que cultivaram a adaptabilidade e a flexibilidade, ou que a possuam para o seu raio da personalidade, progridem com menos danos do que aqueles mais cristalizados e fixos.

Particularmente agora se deve ter como meta a flexibilidade e a capacidade de responder, da forma, pois quando Aquele a Quem nós todos adoramos vier, pensam que Sua vibração não provocará a ruptura se a cristalização estiver presente? Foi assim antes; será assim novamente.

Cultivem a capacidade de responder aos Grande Seres, tenham como meta a expansão mental e continuem aprendendo. Pensem, sempre que possível, em termos abstratos ou numéricos e, amando a todos, trabalhem pela plasticidade do corpo astral. No amar a tudo que respira, vem a capacidade de vibrar universalmente e naquela flexibilidade astral virá a capacidade de responder à vibração do Grande Senhor.

Esta soma do processo e das formas é igualmente verdadeira a respeito de Deus e Seu trabalho criativo cósmico; da alma, à medida que ela constrói seu instrumento de expressão, seja inconscientemente nos períodos iniciais, seja conscientemente nos posteriores; do discípulo, ao procurar expressar sua conscientização do trabalho através do trabalho grupal e da organização de sua vida; e do homem aperfeiçoado, à medida que aprende, através da experiência, a concentrar suas forças no plano mental e de lá realizar seu propósito de gerar e produzir aqueles pensamentos-forma que modelam as mentes dos homens e incorporam em si mesmos aquele aspecto da Mente Universal que é necessário para a correta produção daquela fração imediata do Plano que sua época e geração requerem.

Todas estas aplicações da regra poderiam ser elucidadas e ampliadas. Nosso problema, todavia, deve Ser conservado em mente com clareza. Nós somos almas conscientes, ou num processo de nos tornarmos conscientes. Nós estamos começando, através de nosso trabalho de meditação e de nossa aplicação ao estudo, a trabalhar em níveis mentais. Nós estamos criando formas continuamente, injetando-lhes energia e as enviando para cumprir sua função ajustadas ao nosso propósito subjetivo compreendido.

Deve-se dar ênfase à palavra compreendido no parágrafo acima. De acordo com a clareza da visão e a profundidade de compreensão interna, assim será a adequação da forma criada e assim será a força da vida que a capacitará a concretizar sua função pretendida.

Até o momento presente, a maioria dos aspirantes no mundo expressam os resultados de pouco e fraco pensamento, mas rápida ação. O objetivo para os estudantes deve ser, presentemente, rápido pensamento concentrado e ação lenta. Aquela ação lenta, contudo, será de resultado potente; não haverá movimentação supérflua, nem reações retardadas, e nenhuma tendência à hesitação. A atenção do pensador sendo focalizada no plano mental, o progresso de seu pensamento será certo e inevitável. Quando a ideia é claramente alcançada, a atenção cuidadosamente focalizada e a energia ou aspecto vida firmemente aplicada, o resultado será a aparência irresistível e potente ação no plano físico.

Este pensamento precisa ser conservado em mente se se quiser evitar os perigos do caminho da mão esquerda. Permitam-me aqui algumas considerações em forma breve e tabulada, que permitirão uma compreensão mais real das palavras "caminho da mão esquerda". Nós estamos lidando aqui primariamente com aqueles pensamentos-forma que o homem cria:

1- O caminho da mão esquerda diz respeito ao aspecto matéria e a vida derramada na forma serve apenas para vitalizar os átomos na substância. Falta a potência do aspecto amor, tal como fornecida pela alma.

2- A forma criada é constituída de matéria mental, de matéria astral e de substância física. Falta-lhe a contribuição da alma. Seu propósito está de acordo com o desenvolvimento da forma, mas não com a expressão da alma.

3- O caminho da mão esquerda, por conseguinte, é o caminho do progresso para a substância ou matéria. Não é o caminho do progresso para o aspecto alma. É o "caminho do Espírito Santo" mas não o caminho do Filho de Deus. Eu expresso esta verdade nestas palavras uma vez que ela serve particularmente para fazer a distinção clara e entretanto preserva a integridade da substância-matéria e sua Unidade dentro da Vida Una.

4- Todas as formas criadas em cada etapa são, ou confinadas ao caminho da mão esquerda ou o envolvem e contudo passam adiante dele e seguem o caminho da mão direita. Esta frase provê alimento para o pensamento e seu significado é difícil de alcançar. Deve-se ter em mente que todas as formas, quer sigam o caminho da mão direita ou da esquerda, são semelhantes até certo ponto; elas viajam pelas mesmas progressivas etapas e num tempo em sua carreira elas aparecem uniformes e semelhantes. Somente quando seu propósito aparece, a distinção se toma nítida e daí o treinamento do aspirante no motivo correto como um passo preparatório para o trabalho ocultista verdadeiro.

Poder-se-ia indagar: Que se entende pelo trabalho ocultista? O trabalho ocultista envolve:

1- O contato com o Plano.

2- O correto desejo de cooperar com o Plano.

3- O trabalho da construção do pensamento-forma e o confinamento da atenção do criador destes pensamentos-forma ao plano da mente. Isto é de uma natureza tão potente que os pensamentos-forma criados têm um ciclo de vida próprio e nunca deixam de manifestar e realizar seu trabalho.

4- A direção do pensamento-forma do plano mental e o confinamento da atenção àquela empresa específica, sabendo que o pensamento correto e a orientação correta conduzem ao correto funcionamento e a um seguro distanciamento do caminho da mão esquerda.

Esta é uma lição pouco apreciada pelos aspirantes. Eles se envolvem com o desejo emocional para a aparência de seu pensamento-forma e a manifestação da idéia. Gastam muito tempo seguindo os métodos ortodoxos de trabalho e nas atividades do plano físico. Desgastam-se, identificando-se com a forma que criaram, em vez de permanecerem destacados dela, e agirem, somente como os dirigentes. Aprendam a trabalhar no plano da mente. Construam lá sua forma, lembrando que se submergirem na forma pela qual vocês são responsáveis ela pode obsedar e dominá-los e então a forma será o fator dominante e não o propósito de sua existência. Quando a forma controla, então vem o perigo de que ela possa ser desviada para a direção errada e encontrar seu caminho para o caminho da mão esquerda e assim aumentar o poder da matéria e seu controle sobre as almas sensíveis.

Poderia ser brevemente acrescentado que qualquer coisa que tenda a aumentar o poder da matéria e acrescentar à potente energia da substância-forma produz uma tendência para o caminho da mão esquerda e uma gradual atração que afasta do Plano e do Propósito que ele vela e oculta.

Todo trabalho e todos os pensamentos-forma criados (quer se materializem como uma organização, uma religião, uma escola de pensamento, um livro ou um trabalho da vida de qualquer espécie) que expressem ideias espirituais e deem ênfase ao aspecto vida, vêm sob a categoria da magia branca. Eles formam então parte da corrente da vida a que nós chamamos o Caminho da mão direita, porque ele retira a humanidade para fora da forma para a vida e da matéria para a consciência.

Num ashram de um dos Grandes Seres, há não muito tempo, um discípulo pediu a seu Mestre para expressar esta verdade para ele de tal maneira que, embora as palavras fossem poucas, entretanto a sua importância fosse digna de consideração. Seu Mestre assim replicou:

"Somente os Filhos dos Homens conhecem a distinção entre a magia dos caminhos da mão direita e esquerda, e quando eles tiverem alcançado a realização, estes dois caminhos desaparecerão. Quando os Filhos dos Homens conhecerem a distinção que existe entre a matéria e a substância, a lição desta época terá sido aprendida. Outras lições serão deixadas mas esta passa. A matéria e a substância juntas desenvolvem o caminho das trevas. A substância e o propósito fundidos indicam o caminho da luz".

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