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CONVERSAÇÕES ESOTÉRICAS


Capítulo VII

EXPRESSÃO UNIVERSAL E INDIVIDUAL DOS SETE RAIOS

Antes de iniciar nossa segunda conversação sobre os Sete Raios, tenho especial interesse em repetir o que foi dito na do último mês, no sentido de que Raio é uma qualidade definida, ou característica, da Divindade Solar, expressa em forma de energia e manifestada através de uma Entidade psicológica de elevada transcendência espiritual e por meio de um planeta sagrado. Como dissemos naquela oportunidade, são Sete as qualidades distintivas da Divindade, psicologicamente descritas como Vontade Dinâmica, Amor Inclusivo, Inteligência Criadora, Harmonia e Beleza, Ciência Concreta, Devoção e Idealismo (o próprio Universo) e Ordem, Magia Cerimonial e Cumprimento. São Sete, portanto, as Entidades psicológicas ou Senhores de Raio, também chamados Logos Planetários ou, empregando a conhecida frase bíblica, "Os Sete Espíritos ante o Trono de Deus", sendo Sete, logicamente, os Corpos de expressão física, ou planetas sagrados, que esses Logos utilizam. Esses planetas são Vulcano, Júpiter, Saturno, Mercúrio, Vênus, Urano e Netuno. Digamos também, e lhes rogo que, ao insistir nesse delicado tema, apelem para o testemunho da própria intuição, que o Deus ou Logos do nosso Universo poderia ser – de acordo com o sentido místico de certos cantos orientais da mais remota antiguidade – a encarnação cósmica de um elevado Adepto da estrela Sirius, da constelação do Cão Maior...

Assim, se essas explicações esotéricas se tornam de difícil compreensão ou não parecem válidas ao juízo intelectual, ao menos aceitem – já que essas explicações estão ao alcance de todas as mentes medianamente cultivadas – que a concepção setenária da Natureza é evidente, bastando que observemos a obra divina, tal como ela se demonstra em nosso ambiente imediato. O variado colorido da Natureza a partir das três cores básicas, o vermelho, o azul e o amarelo, nunca ultrapassará o número de Sete e o resultado das infinitas combinações que podem ser feitas usando um simples raio de luz solar nunca excederá a norma universal demonstrada através do espectro do mesmo, ou seja, o das Sete cores, correntemente chamado arco-íris – vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e violeta, ainda que numa incrível pluralidade de matizes. Podemos dizer o mesmo quanto à escala de sons da Natureza, que só pode reproduzir Sete Notas fundamentais, as que constituem a Ciência esotérica da Música: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. Essas notas podem ser desdobradas em uma prodigiosa riqueza de tons e subtons que abrangem o conjunto da Natureza, desde o mais humilde canto do menor inseto até o A.U.M. Solar que a própria Divindade emite.

Os Raios e a Voz Humana

Nesse esquema de ideias... alguma vez paramos para pensar no mistério que subjaz no exercício da voz humana? Trata-se de um mistério realmente iniciático que ainda não foi reconhecido nem comprovado de forma científica. Se o pudesse ser, entrar-se-ia no domínio da verdadeira Magia Criadora, a que produziu um dia o Universo manifestado. A voz humana tem Sete sons particulares, três deles pertencentes ao aspecto positivo ou criador. Trata-se da voz masculina que, em sua grande variedade de timbres, somente pode dar vozes de tenor, barítono e baixo. É-nos dito ocultamente que a expressão dessas vozes ou sons e o aspecto dinâmico de sua natureza vêm da constelação da Ursa Maior. A voz feminina, como sabem, manifesta-se nas características de soprano, meio soprano e contralto que, usando a analogia, poderíamos dizer que estão estreitamente vinculadas à constelação das Plêiades. Existe um outro tipo de voz humana que, ao que parece, serve de ponto de união entre ambos os tipos genéricos de voz; poderíamos defini-la como "a voz neutra" que une e coordena ocultamente a profusão infinita de vozes masculinas e femininas. Os senhores já terão ouvido vozes de homem com inflexões femininas e vozes de mulher com inflexões masculinas. Nesse estado neutro da voz, se podemos chamar assim, está contido o segredo do ser andrógino, que aparecerá em nosso planeta nos estados elevados da evolução da humanidade, ainda que com um tom e musicalidade que estão além do nosso conceito da voz humana. Não nos estenderemos em comentários sobre essa ideia que acabo de expor, já que ainda não pode entrar no campo da investigação científica, mas ao menos aceitem, dentro de um plano de evidências perfeitas, que existem Sete tipos de voz perfeitamente distintas no que se refere ao ser humano. Cada tipo de voz expressa alguma particularidade definida de Raio e o estudo de sua analogia nos levaria a conclusões cósmicas, por exemplo, sua relação com a Voz que cada um dos Sete Logos Planetários, Senhores de um planeta sagrado, emite em relação a algum plano ou dimensão da Vida Universal. Essa relação se estende, sempre por analogia, à atividade de determinado Reino, de alguma Hierarquia Criadora qualificada ou de alguma Raça Humana definida. Nessas analogias elevadas que abrangem funções cósmicas, temos perante nossa consideração atenta, novamente, o que dissemos em conversações anteriores sobre Magia Universal, cujo resultado era a Criação causada pela pronúncia de uma Voz, um Mantra ou um Som que, rasgando os éteres do espaço, os punha em incandescência, produzindo uma luz ou uma cor específica que, ao substantificar-se, convertia-se em uma forma geométrica definida, a forma geométrica de cada Plano que, em seu conjunto sétuplo, constituiria a base geométrica do Universo.

Som, Cor e Forma Geométrica dos Planos do Universo

O Logos de cada planeta sagrado ou cada Senhor de Raio emite um som, produz uma cor e determina as formas geométricas que caracterizam a rede etérica que circunda, vivifica e define cada um dos Planos da Natureza. Utilizando a visão esotérica e tendo presente algumas das Sete chaves da analogia hermética, o nosso Universo poderia ser classificado de acordo com os Sete sons (a voz particular de cada um dos Logos Planetários), as Sete cores, expressando as diferentes qualidades dos mesmos e as Sete formas geométricas, caracterizando a expressão em cada Plano de atividade de cada uma das Sete Hierarquias Criadoras, dos Sete Reinos e das Sete Raças-Raízes, podendo ser compreendido, dentro de uma elevada concepção poética e mística, que a totalidade do Universo, vista do ângulo de algum elevado Logos Cósmico, sem dúvida aparecerá como um impressionante conjunto de sons, cores e formas de indescritível beleza, tudo isso surgindo do misterioso Centro de Criação que é a Vida do Nosso Logos Solar. Esotericamente, é-nos dito que o Universo "onde vivemos, nos movemos e temos o nosso ser", contemplado com a visão de algum elevado Rishi, aparece como uma maravilhosa Flor de Sete Pétalas, cada uma delas com a sua cor própria e distintiva. Ampliando essa ideia nas asas da nossa fantasia, poderíamos imaginar que o Olfato Daquela Excelsa Entidade pode sentir o perfume da Mística Flor Universal, o perfume que emana de Suas qualidades imortais e, inclusive, que o Alento vivificador daqueles imensos vazios cósmicos levará aos ouvidos afinados do Grande Rishi o Canto particular que cada uma das Pétalas sagradas emite, produzindo aqueles Sons místicos esotericamente definidos como "Música das Esferas".

Sintetizando essas ideias, para um estudo mais detalhado dos Raios, devemos insistir no que foi dito na nossa primeira conversação, no sentido de que cada uma dessas perfeitas Entidades psicológicas manifesta-se, ciclicamente, como Vida, Qualidade e Aparência ou, ainda mais concretamente, como Som, Cor e Forma Geométrica.

Consequentemente, estudando as particularidades de cada Raio de acordo com o espírito de singularidade que os define, poderíamos dizer que, ao Primeiro Raio, corresponde a Nota mais alta do Pentagrama Cósmico, a Nota Si, a Cor mais viva, o Vermelho, e a Forma Geométrica mais perfeita, o Círculo, símbolo perfeito de Deus, quando surge de um imenso Ciclo de Pralaya com a Intenção ou determinação de Criar. Nos elevados níveis do Sistema Solar, a qualidade psicológica da Vontade Dinâmica de Criar, descendo aos níveis mais baixos da Natureza, origina o Reino mineral e o corpo físico de todos os seres vivos.

Ao Segundo Raio, corresponde a segunda Nota do Pentagrama, a Nota Lá, a Cor Azul intenso e sua Forma Geométrica é o Círculo com um ponto no centro. Sua qualidade psicológica é o Amor Inclusivo, e sua vibração, descendo aos mundos inferiores, produz o Reino vegetal e constitui a base criadora do veículo emocional dos seres humanos.

Ao Terceiro Raio, corresponde à terceira Nota do Pentagrama, a Nota Sol. Sua Cor é o Amarelo e sua Forma Geométrica é o Triângulo Equilátero perfeito. Sua qualidade psicológica e a Inteligência Criadora, e sua vibração. descendo ao mundo das formas, origina a vida do Reino Animal e o princípio de Manas no ser humano.

O Quarto Raio é ocultamente chamado o Raio da Harmonia, já que sua principal missão no Universo é servir de centro de relação e vinculação entre todos os demais Raios. A Nota Fá, que, segundo nos é dito esotericamente, é o Som místico da Natureza, lhe corresponde. Sua Cor é o Verde e sua Forma Geométrica é o Quadrado. Sua qualidade psicológica é Equilíbrio e Harmonia. Expressa-se nos planos intermediários da Natureza através do Reino humano, o intermediário entre os Reinos subumanos e o Reino Espiritual. É por esse motivo que o Quarto Raio, assim como incide na humanidade, é chamado de Harmonia através do Conflito, pois o ser humano deve alcançar a harmonia e o equilíbrio estável de sua vida através do processo doloroso e inevitável do Carma. Simbolicamente falando, o Reino humano deve construir um Triângulo Equilátero perfeito sobre as bases do Quadrado ou do Quaternário inferior, ou seja, a Tríade Espiritual Atma-Budhi-Manas sobre o suporte da base quadrada constituída pela mente inferior, o veículo emocional, o corpo etérico e o corpo físico denso.

Ao Quinto Raio, corresponde a Nota Mi do Pentagrama Cósmico. Sua Cor específica é o Laranja e sua Forma Geométrica, a Estrela de Cinco Pontas. Sua qualidade característica é a Investigação Objetiva dos acontecimentos divinos que se produzem constantemente na Natureza. Expressa-se através do Quinto Reino da Natureza, também definido como o das "Almas Liberadas", e sua missão é trazer ao nosso Universo, para serem devidamente distribuídas, as energias provenientes do Quinto Plano Cósmico, onde se origina o Princípio de Manas, tal como o conhecemos através da literatura teosófica e sobre o qual se baseia toda a estrutura física do nosso Universo e a consciência do ser humano.

O Sexto Raio, cuja característica psicológica é a Devoção a um Ideal, tem, como Som característico, a Nota Ré, e sua Cor é o Índigo, sendo essa Cor determinada por sua relação direta com o Segundo Raio, do qual é unia projeção especial. Expressa-se por meio do Sexto Reino da Natureza. Por analogia, sua Forma Geométrica será a Estrela de Seis Pontas que surge do Hexágono perfeito.

O Sétimo Raio, o Raio da Magia, da Ordem e do Cerimonial, tem como Som específico a Nota Dó do Pentagrama. Sua cor é o Violeta, produzido por uma mescla, se podemos dizer assim, elo Vermelho do Primeiro Raio e do Azul do Segundo, essa analogia expressando a qualidade de Síntese designada para este Raio, que deve refletir em sua acabada perfeição a Vontade do Criador quanto à Sua Obra Universal, o Sétimo Reino da Natureza. Portanto, a qualidade psicológica do Sétimo Raio é ordem, organização e cumprimento. Compreendida esotericamente essa ideia, poderíamos considerar que este Raio expressa a perfeição do Universo tanto no aspecto de Vida quanto no de Forma, pois é um reflexo no mundo físico da Mônada Espiritual. Se nos ativermos à analogia, sua Forma Geométrica será, sem dúvida, a Estrela de Sete Pontas, cada qual revelando unia Cor específica e emitindo uma Nota distinta, dando-nos, desse modo, talvez uma ideia exata das qualidades de Magia e de Síntese deste Raio.

O Homem em Relação aos Planos do Sistema Solar

Falamos dos Raios em função dos reinos da Natureza. No entanto, sua expressão psicológica em relação ao ser humano acha-se curiosamente invertida devido ao fato da Mônada espiritual do homem estar em processo de incorporação de substância material, já tendo se iniciado, em muitos seres humanos, o processo espiritual de liberação ou redenção da mesma. Vemos, assim, que o aspecto mais elevado do ser humano no arco evolutivo de sua vida espiritual se expressa como característica distintiva da força liberadora do Primeiro Raio que, na vida expressiva da Natureza, origina, como já foi visto anteriormente, o Reino mineral e o corpo físico denso de todas as espécies humanas.

No nosso estudo dos Raios, analisaremos o ser humano sob o ponto de vista dos Sete Planos da Natureza ou, se preferem, de acordo com as dimensões do espaço e seguindo o estudo de sua composição física, emocional, mental e espiritual, assim entrando na compreensão de sua aparência mais densa e objetiva, de suas qualidades psicológicas e de sua maravilhosa vida interior. Considerando-se que a energia que qualifica o Primeiro Raio, devido ao seu enorme poder destrutivo, ainda não foi revelada e que só são conhecidos alguns dos seus aspectos ou sub-raios, nosso estudo do ser humano só levará em conta seis Planos ou seis expressões da vida evolutiva do Universo, considerando que o primeiro Plano da Natureza, onde se expressa a indescritível potência do Primeiro Raio, corresponde, única e exclusivamente, à Vida íntima da própria Divindade. Como dissemos no mês anterior, esse é o Plano Divino e, em nossos estudos esotéricos, é chamado Plano Ádico.

No entanto, existe uma relação misteriosa entre o Primeiro Plano e o Sétimo Reino, considerando que o Primeiro Raio está fortemente vinculado ao Sétimo por leis de afinidade cósmica, nascidas do poder do Som Criador da Intenção de Deus com o do Cumprimento Universal. O Sétimo Raio da Magia criativa tornará visíveis e objetivas todas as Ideias que surgem da Mente Divina, inspiradas por Seu imenso Poder de Síntese e de Resolução Indomável. Na realidade, todos os Raios e todos os Reinos são solidários, consubstanciais e interdependentes.

No Segundo Plano da Natureza, o Plano Monádico, atuam as energias de Segundo Raio, o Raio de Amor Vinculativo e Inclusivo de todo o conteúdo universal. Também é chamado o Plano Espiritual e é precisamente nesse Plano que têm sua Vida, sua Mônada e seu Espírito todos os seres viventes, seja qual for o Reino que os qualifica e seu grau de evolução. O Reino humano, o Quarto Reino da Natureza, ocupa o Quarto Subplano do Plano Monádico e se conhece, esotericamente, o grupo específico de Mônadas humanas nesse Subplano sob o nome de Quarta Hierarquia. As demais Hierarquias Criadoras do nosso Sistema Solar ocupam, cada qual, seu Subplano correspondente dentro do Plano Monádico. Logicamente, sua situação no mesmo é determinada pela evolução espiritual das Mônadas que, em sua totalidade, constituem o Plano Monádico, também chamado Anupadaka. A Quinta Hierarquia Criadora do Plano Monádico é constituída por todos os grupos de Mônadas provenientes de todos os lugares do Sistema Solar e ligadas com essa Quinta Hierarquia Criadora do nosso Sistema.

O Terceiro Plano chama-se Plano Átmico. É o Plano da Inteligência Criadora da Divindade e, através dele, o Terceiro Raio infunde Atividade Inteligente em todas as Mônadas em encarnação como Almas individualizadas. Do ângulo do nosso estudo, Atma é o aspecto Vontade da Mônada humana. Induzidas por esse aspecto, as Almas individuais decidem reencarnar ciclicamente, e também é pelo imenso Poder de Resolução do Atma que as Almas finalmente alcançam a Liberação e redimem totalmente a substância material de seus corpos expressivos.

O Quarto Plano é chamado Plano Búdico. É o Plano da Unidade, já que é através dele que se expressam as qualidades ou energias do Quarto Raio, o da Harmonia e Beleza da Divindade Criadora. A missão do Quarto Raio e do Quarto Plano Búdico na vida da Natureza é vincular tudo o que existe no Universo; é o laço de união permanente entre Deus, o Criador, e Sua Obra, o Sistema Solar. O Quarto Raio Unifica todos os demais Raios, e o Quarto Plano, todos os demais Planos. Em menor escala, apesar de também transcendente, o Quarto Reino ou Reino humano também serve de vínculo permanente entre os Reinos inferiores e superiores. A nível individual, sempre empregando a analogia, poderíamos dizer que o Quarto Centro etérico, o Chacra Cardíaco, ocupa uma posição similar e serve de ligação magnética entre todos os outros centros etéricos, sendo, por isso, um centro distribuidor da energia universal. Como os senhores estão vendo, tudo no nosso Universo está absolutamente relacionado e, à medida que continuamos a aplicar o princípio hermético da analogia, todo o conjunto universal aparecerá indissoluvelmente unido dentro de um Plano infinito de íntimas vinculações.

O Quinto Plano do Sistema Solar, ou Plano Mental, vivificado pelas energias do Quinto Raio, na realidade é o Quinto Subplano do Plano Mental Cósmico e, através dele e dos excelsos Agnishwâttas que chamamos Anjos Solares ou misteriosos Filhos ela Mente, os seres humanos adquirirão um dia a consciência individualizada. As energias do Quinto Raio determinam o espírito de investigação e dirigem as tendências criativas do ser humano para o reconhecimento da Verdade Divina em suas vidas, assim como o processo de idealização com que é possível para o homem conhecer seu Criador através de toda possível forma objetiva da Natureza. O Quinto Raio atua muito poderosamente por meio da Quinta Raça Ária e, aplicando a analogia, poderíamos aceitar como lógica a ideia de que a nossa atual quinta sub-rica dentro da Raça Ária está predestinada a receber um tremendo impulso evolutivo do Quinto Raio, que já se manifesta ostensivamente através dos grandes avanços técnicos e das formidáveis descobertas científicas da atualidade.

O Sexto Piano, ou Plano Emocional, também é chamado Plano dos Idealismos Criadores. O Sexto Raio que o vivifica encarna as elevadas qualidades de Devoção da Divindade para com a Sua Obra de Criação Universal. Nesse Plano, podem ser observadas as Aspirações do Logos Solar e o Amor infinito que sente por toda a criação. No Segundo Plano, o Monádico, o Amor se expressa em sua pura essência produtora das qualidades magnéticas e atrativas que permitem a estabilidade e coerência vital do Universo. No Sexto Plano, observa-se essa mesma coerência, mas dentro de um Plano organizado de separação de formas e de consciências que convida, constantemente, à reunião de cada um dos fragmentos de vida, aparentemente dispersos e sem coesão, mas dotados de um anseio infinito de reconstrução dentro da Unidade indestrutível de que fazem parte. As conhecidas frases místicas do Adorador e do Amado, do matrimônio sagrado da alma com o Cristo interno e a ardente luta do homem em prol de um ideal sonhado ou pressentido no coração, são aspectos característicos do Sexto Raio, assim como a devoção extrema à conquista de alguma meta religiosa, científica, social ou humana, expressando amor por aquilo que se quer alcançar. Existe uma série de razões, principalmente a do tempo de que dispomos para cada uma das nossas conversações, que nos impede de nos estendermos em mais detalhes de cada uma das atividades universais que se realizam em cada Plano. No entanto, estamos certos de que, aplicando o princípio da analogia, cada um poderá ampliar consideravelmente o que vimos dizendo, de acordo com as luzes da própria visão.

O Sétimo Plano, ou Plano físico, deve expressar de modo concreto e objetivo a Intenção primordial de manifestação do Senhor do Universo. A Ideia e a Forma devem se complementar a um extremo de perfeição tal que ambas constituam um só Corpo Místico de Expressão Universal, ou melhor, que o Verbo de Revelação deve encontrar um Cálice apropriado em cada coisa concreta de Seu vasto Plano de criação. Essa é a missão do Sétimo Raio neste Sétimo Plano de manifestação física. Como dissemos antes, o Sétimo Raio se expressa em forma de Magia Organizada, sendo Magia, como vimos em nossas primeiras conversações, um termo que descreve a atividade natural da Divindade, que consiste em apropriar-se de substância de diferentes graus de densidade para, através dela, tornar objetivas as Suas concepções universais. Os senhores lembrarão também o que dissemos naquelas conversações anteriores, no sentido de que todo o processo mágico é resultado de Palavras e Sons, encarnando qualidades, que finalmente se convertiam em formas geométricas. O Sétimo Plano é, por assim dizer, uma gigantesca forma geométrica que reflete com absoluta fidelidade em tempo e espaço a Vontade e a Ideia definida do criador quanto ao Universo. Os senhores dirão, talvez, que todos os Planos oferecem idêntica tríplice característica de Vida, Qualidade e Aparência. Com efeito, assim é, mas, no Sétimo Plano e através das energias do Sétimo Raio, essa realidade é ainda mais evidente e descritível, pois esse Plano é o da objetividade mais densa e o que mais concreta e definidamente há de encarnar os Arquétipos de perfeição que o Senhor do Universo desenhou para cada Reino, para cada Raça e para cada Espécie.

Pergunta: Pelo que deduzi de suas palavras, o conhecimento dos Raios que nos condicionam e nos regem pode nos ajudar no processo da evolução. Mas o simples conhecimento bastaria para atingir essa evolução?

Resposta: O conhecimento dos Raios que influem na nossa vida pode nos ajudar a esclarecer o caminho a seguir, a desenvolver cientificamente certas faculdades de ordem psicológica necessárias para o desenvolvimento da nossa personalidade e preparar, assim, a introdução consciente das energias da Alma em nossa vida. Considere, a respeito disso, que o conhecimento dos Raios que atuam em e através de nós pode nos dar a orientação precisa para a vida imortal da Alma, tendo em conta, como dissemos outras vezes, que Raio é ao mesmo tempo energia, qualidade e intenção e que qualquer um de nós é condicionado pela atividade de seis Raios. São eles:

a. o Raio Monádico;
b. o Raio da Alma Espiritual (o Anjo Solar);
c. o Raio da Personalidade (ou Alma em encarnação);
d. o Raio da Mente;
e. o Raio do Veículo Emocional;
f. o Raio do Corpo Físico.

Essa diversidade de Raios, vista sob um ângulo meramente intelectual, pode parecer demasiado complexa, como uma espécie de quebra-cabeça cujos elementos parecem estar desconexos ou assíncronos. Na realidade, isso não é assim, já que existe uma perfeita adaptação entre os diferentes Raios que intervêm no processo evolutivo. Não obstante, é necessária uma grande concentração mental sobre os acontecimentos que participam da nossa vida e condicionam nossa conduta para ir determinando, paulatinamente, a qualidade característica de cada Raio e poder, assim, atuar mais conscientemente ao longo da existência. Talvez o senhor me pergunte que utilidade pode ter para nós o conhecimento dos Raios. Responder-lhe-ei que é a mesma que o bom artesão precisa quanto às ferramentas que usa em seu trabalho, já que, logicamente, esse conhecimento lhe permitirá realizar obras verdadeiramente meritórias, por pouco que lhe ajudem a inspiração e a boa vontade. Trata-se de definir a qualidade dos Raios através da atenção e da observação consciente das reações físicas e psicológicas ante os inúmeros acontecimentos da nossa vida social. Outro dado a considerar é que os Raios são as avenidas de contato, não só da vida material, mas também da vida espiritual. Portanto, do ponto de vista esotérico, o Raio é uma Senda de aproximação aos bens imortais e, portanto, não podemos separar o conhecimento de um Raio, particularmente o que qualifica a Alma, do desenvolvimento da nossa vida interna. Tenha presente também que o conhecimento dos Raios leva consigo o da técnica específica de realização dentro daquela linha de Raio. Trata-se de uma técnica natural de aproveitamento das energias, que nada tem a ver com os exercícios de Ioga nem com os métodos conhecidos ele meditação a que estamos tão familiarizados. Trata-se de uma série de impactos profundos sobre o ser psicológico, que o levam a mudar fundamentalmente o curso de seus pensamentos, emoções e atos. Um dia, em virtude da própria experiência, nos daremos conta de que existe uma estreita vinculação entre o conhecimento dos Raios e a capacidade de atenção consciente em tudo o que ocorre, dentro e fora de nós mesmos. A profundidade da atenção e a observação consciente nos mostrarão sem equívoco possível qual será a linha de Raio que deveremos seguir...

Pergunta: O senhor não crê, então, na eficácia da Ioga como instrumento de conhecimento individual?

Resposta: Eu digo, de acordo com a lógica, que o conhecimento dos raios nos colocará em ótimas condições para escolher a Ioga mais conveniente para a nossa vida individual. Não é através de uma Ioga eleita ao acaso que determinaremos a qualidade dos nossos Raios, mas é precisamente o conhecimento dos Raios que nos facilitará a escolha do tipo de Ioga mais correta e oportuna. Deve-se entender por Ioga – como esotericamente nos tem sido ensinado desde os tempos do grande Patanjali – a Ciência de União, mas sempre que o caminho, o método de treinamento e a qualidade das energias estejam de acordo com os Raios que devem nos ligar com aquela Realidade maior que todos queremos alcançar. Não basta seguir um sistema de Ioga geral como frequentemente se faz, mas deve-se observar muito as nossas reações mais profundas para determinar com justiça o grau positivo de identidade entre o sistema de treinamento e a qualidade dos Raios. Não sendo assim, a Ioga pode ser uma dificuldade mais que uma ajuda no caminho espiritual.

Pergunta: Ao falar do ser humano, o senhor falou dos Sete Chacras e de suas correspondentes glândulas endócrinas. Mas não fez nenhuma referência àquele grande centro chamado "Alta Maior" nos estudos esotéricos. É porque não tem importância no estudo dos Raios?

Resposta: Muito ao contrário. O Centro Alta Maior tem para o ocultista uma enorme importância, pois constitui a "chave de passagem" ou de comunicação entre os centros etéricos reunidos na coluna vertebral com os dois que estão alojados no interior da cabeça, aquele entre as sobrancelhas e o da cúspide da cabeça. Se bem que o Centro Alta Maior não é um Chacra, tal como comumente entendemos esse termo, mas, sim, um ponto de união entre os Chacras da cabeça e os que estão abaixo dela. Sua importância depende principalmente da evolução individual, quando o aspirante ou o discípulo tenham projetado as energias na direção correta, devendo levar o fogo, esotericamente falando, dos centros situados abaixo do diafragma para os centros superiores da cabeça. Nas etapas superiores de evolução espiritual, é estabelecido um Triângulo de energia que une os centros da cabeça e o centro Alta Maior. O Fogo de Kundalini ultrapassou, então, os centros que se encontram vinculados com a coluna vertebral e busca, como é dito esotericamente, o Fogo de Fohat, que descende da Mônada Espiritual.

Pergunta: Nas últimas conversações, o senhor nos falou sobre os planetas sagrados e não sagrados, quando se referia aos Raios. Gostaria de nos esclarecer essa ideia?

Resposta: Sim, com muito prazer, e com esta resposta concluiremos a nossa conversação de hoje. Ao me referir a planetas sagrados e não sagrados, não fiz senão estabelecer uma diferença entre os Logos Planetários que haviam alcançado a Quinta Iniciação Solar, que os converte em Adeptos Cósmicos, e os que ainda não tinham alcançado essa evolução superior. Os primeiros possuem um Corpo, ou Planeta, radiante e puro, pois extinguiram o carma psicológico de Suas vidas e redimiram cada uma das parcelas de substância que compõem aquele veículo rutilante. Os Logos Planetários que não chegaram àquela evolução elevada estão sofrendo, de um modo ou de outro, ainda que totalmente além e acima do mais elevado entendimento humano, os efeitos do Seu carma individual próprio e particular. Alguns possuem a Terceira ou Quarta Iniciação Cósmica e estão sofrendo a crise que o processo redentor da substância de Seus respectivos planetas exige. Por isso Seus corpos planetários ainda não possuem a quantidade suficiente, se podemos dizer assim, de substância luminosa ou redimida para poderem ser conceituados como "Planetas Sagrados". Mas todos, sem distinção, estão avançando para aquele elevado estado de evolução que tem como meta a Liberação ou Redenção total de Suas Vidas indescritíveis. Como lembramos, estes são os planetas sagrados ou redimidos: Vulcano, Vênus, Saturno, Júpiter, Mercúrio, Netuno e Urano. Os não sagrados são: o nosso planeta Terra, Marte e Plutão. É-nos dito esotericamente que existem ainda mais dois planetas dentro do nosso Sistema Solar para completar os doze que sua harmonia com as Doze Constelações do Zodíaco exige, mas que ainda não entraram em período de manifestação cíclica.

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