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DIÁRIO SECRETO DE UM DISCÍPULO


Diário Secreto de um Discípulo - Vicente Beltrán Anglada

CAPÍTULO XI

AS EXPERIÊNCIAS DE CONTATO

Como será observado, a entrada de um discípulo iniciado em regiões de frequência espiritual mais alta exige o contato consciente com Entidades do Reino Dévico em regiões espirituais cada vez mais elevadas. Daí a necessidade das Escolas de Treinamento humano-dévico, as quais se estendem desde as Aulas de Conhecimento às da Cósmica Oportunidade. Sua utilidade depende da conformação atual do nosso universo, no sentido de que o mistério da Criação se revela no conhecido axioma "Energia segue o pensamento".

A Energia é a própria vida dos Anjos; a eletricidade, em modificações ou tensões incríveis. Assim também se pode considerar a energia sintetizando o triplo fogo da Criação e a réplica dévica, em incrível estado de evolução, como a expressão trina de qualquer Entidade criadora, dentro dos limites impostos ao nosso Sistema Solar pelas próprias Leis da Evolução.

A descoberta desta verdade e a compreensão do que ela contém constituem uma das "assinaturas", se podemos dizer assim, que fazem parte do sistema de treinamento especial para os discípulos espirituais e para os Anjos, e cada qual, em seu particular estágio de evolução, impregna seu ser com tais conhecimentos e práticas de contato mútuo, aprendendo as técnicas de aproximação que hão de abrir a vida dos devas à consciência dos homens e a consciência dos homens à vida dos devas.

Na Aula do Conhecimento transmite-se pela primeira vez o que poderíamos denominar técnicas de aproximação humano-dévica. Depois de um grande número de experiências de conhecimento sobre a vida dos Devas e sua missão específica no dilatado marco da Criação, abarcando Sistemas Galácticos, Solares e Planetários, o Mestre nos propôs a incógnita de ter que diferenciar entre um grande número de devas em distintos níveis, que se prestaram com prazer à experiência de contato conosco. Tivemos assim que resolver adequadamente três principais incógnitas com respeito àquelas nobres vidas dévicas:

a. O grau de evolução ou hierarquia.
b. O tipo de Raio.
c. A missão a cumprir na vida da Natureza. 

Esta experiência não teve êxito imediato, porque o Deva é uma Entidade desconhecida para o homem, cheio de infinita sensibilidade, sem ser afetado pelo estigma do carma, e com uma expressão radiante que cega a visão do homem que o observa; a visão deles só é permitida depois de reconhecerem, através da sua sensibilidade, as corretas motivações do clarividente, da entidade humana suficientemente desenvolvida para ter certas vias de acesso aos mundos invisíveis.

a) Pela irradiação luminosa das auras são determinados os graus de evolução angélica. Com base nisso, pode-se dizer que um Deva da categoria de um discípulo iniciado só será visível à percepção deste se realmente estiver interessado em algum aspecto da consciência desse discípulo que atraia sua atenção ou atinja de alguma maneira o campo da sua sensibilidade natural. Então o Deva, por um procedimento mágico que faz parte da sua própria natureza, se faz perfeitamente visível à vista do observador e pode se comunicar ocultamente com ele.

b) Pela cor da aura, e sempre contando com a aquiescência do Deva, o discípulo poderá saber o Raio ao qual pertence o Anjo que está observando, sabendo de antemão as cores específicas de cada Raio e seu tipo de vibração. Duas entidades do mesmo Raio, a humana e a dévica, poderão se comunicar logicamente com muito mais facilidade através da linha da cor peculiar do próprio Raio, do que através de um Raio distinto ao da sua própria constituição interna.

Na Aula do Conhecimento, e para a maioria dos Iniciados que fazem parte da mesma, o Raio causal ou do Ego é o predominante. No entanto, em qualquer estágio dentro da Aula da Sabedoria, o Raio predominante é o da Mônada. Do ponto de vista da Aura, os contatos entre os grandes Anjos e os exímios Adeptos da Grande Fraternidade que compartilham o ensinamento do Bodhisattva, constituem um espetáculo realmente inenarrável.

A visão causal, ou do Ego, nos dá a seguinte cor para cada Raio:

1°. Raio - Vermelho
2°. Raio - Índigo
3°. Raio - Alaranjado
4°. Raio - Amarelo
5°. Raio - Azul
6°. Raio - Verde
7°. Raio - Violeta

A visão monádica poderia se deparar talvez com uma ordem cromática diferente para cada Raio, mas esta visão pertence ao Adepto e não posso no momento utilizar esse tipo de visão. (*)

c) A missão que cada estirpe de vidas dévicas tem a cumprir continua sendo um mistério, mas aprendemos a distinguir três tipos principais de Devas, denominados ocultamente: Agnischaitas, Agnisuryas e Agnisvattas, os quais atuam de acordo com a seguinte ordem na vida evolutiva da Natureza: (a) Os Agnischaitas se manifestam através de infinitas hostes dévicas no Plano Físico denso e etérico, (b) Os Agnisuryas, através de incontáveis legiões de devas especializados, expressam-se no Plano Astral, (c) Os Agnisvattas, em uma indizível pluralidade de Hierarquias, enchem de vida o Plano Mental.

Hierarquias dévicas superiores, que escapam atualmente à nossa percepção, constituem a vida dos Planos superiores do Esquema e cumprem missões desconhecidas, seguindo as diretrizes divinas dos Logos planetários, os Homens Celestiais do Sistema.

(*) Nota do Revisor da versão em espanhol: Segundo o Mestre Tibetano, a cor esotérica dos raios é a seguinte: 1º Vermelho; 2º Azul; 3º Verde; 4º Amarelo; 5º Índigo; 6º Rosa; 7º Violeta.


CAPÍTULO XII

AS CONDIÇÕES ASHRÂMICAS E A PRIMEIRA VISITA AO MESTRE

A entrada em um Ashram da Hierarquia exige as seguintes condições:

a) Estar carregado de boa vontade, o que pressupõe um correto desenvolvimento do chacra cardíaco.

b) Ter desenvolvido o centro Ajna de maneira adequada, através do qual são recebidas as informações e os conhecimentos.

c) Estar animado de um vigoroso propósito de vida espiritual, sem o qual a boa vontade e o desenvolvimento mental careceriam do impulso suficiente para seguir adiante na esplendente vereda da evolução superior.

Contando com estas três garantias, cabe a segurança de que seremos "observados" por certas entidades espirituais humano-dévicas, de evolução superior à própria, as quais constituem o que, em termos técnicos, poderíamos definir como "as linhas de frente do Ashram". Estas entidades estão nos vigiando muito estreitamente dos níveis ocultos, observando nossos progressos e nossas atividades de serviço. O tempo de "observação" depende da pessoa que está sendo observada, do seu adiantamento na vida espiritual, da intensidade dos seus propósitos de vida e do afeto que professe aos demais. A aura magnética que cria ao seu redor serve de ponto de atenção dos observadores que, tendo percebido apreciáveis avanços na vida individual e social do candidato, informam o fato ao Mestre no Ashram e Este, observando pela primeira vez a pessoa em questão, decidirá se está preparada para receber treinamento espiritual e começar a fazer parte do Ashram ou do Seu centro de ensinamento esotérico superior.

Caso contrário, será preciso dar continuidade ao processo de observação durante certo tempo. Se os requisitos forem cumpridos e as condições impostas forem resolvidas em uma apreciável medida, o Mestre decide pela ajuda direta dos observadores sobre o aspirante espiritual, com o propósito de aliviar a sua tensão cármica, eliminar da sua aura certas influências lunares e desenvolver alguns dos seus centros.

No advento desta etapa me senti muito ajudado por meus observadores humano-dévicos que, com incrível constância e boa vontade, vinham noite após noite durante as minhas horas de descanso "operar" sobre meu corpo etérico, efetuando no mesmo certas transmutações que aceleraram consideravelmente minhas tensões psicológicas, produto de uma potente precipitação cármica invocada pela própria intensidade do meu propósito espiritual. Desenvolveram também, graças a certas manipulações "mágicas", meu centro cardíaco e limparam meu plexo solar de certos resíduos lunares. De acordo com o que digo, talvez alguns de vocês pensem que esta ajuda é um benefício muito fácil para qualquer aspirante no Caminho. Devo lhes dizer sobre isso que esta ajuda não seria possível sem se ter obtido o direito a ela por certos efeitos cármicos do passado, que repercutem no presente do discípulo mediante a memória indelével, no grande mapa akáshico, das lembranças de atos de serviço em favor dos demais realizados em certas etapas de vidas anteriores, os quais geraram um tipo especial de energia que permite aos observadores "ajudar" o discípulo a resolver certas crises de ordem tanto interna quanto externa.

Estas ajudas fazem parte integrante do processo de entrada em um Ashram da Grande Fraternidade Branca e revestem o discípulo de certas virtudes essenciais que o capacitam a entrar em contato consciente com o Mestre e poder fazer parte do Seu Ashram.

Finalizado este período que durou muitos meses, fui advertido um dia durante o sonho por um dos meus principais observadores, o Irmão R., que estivesse preparado na noite seguinte pois deveria ser apresentado ao Mestre. Recordo que durante todo aquele dia tive que resolver alguns assuntos muito difíceis da minha vida cármica mas, sem pressão alguma de minha parte, todos eles tiveram uma solução rápida e fácil. Ao recolher-me à noite, e seguindo as recomendações do Irmão R., procurei ficar tranquilo, à espera dos acontecimentos. Embora não tenha dormido em seguida, pensando involuntariamente na visita que devia realizar ao Mestre, despertei de súbito no Plano Astral entre o Irmão R. e uma Entidade angélica muito luminosa, cuja presença infundia contentamento e confiança. Com eles como mentores e guias, me encontrei inesperadamente ante o Mestre a Quem tenho a honra de servir, o qual me acolheu muito afetuosamente e me felicitou por uns artigos de caráter esotérico que havia escrito para uma revista da Argentina. Incentivou-me a seguir escrevendo, pois tinha muitas coisas a dizer "a este mundo necessitado". Sentou- se em uma ampla poltrona vermelha que estava sobre uma espécie de estrado, mas não me fixei em outros detalhes. Minha vista, meu coração e todo o meu ser estavam dirigidos somente para a Presença do Mestre. Era alto, delgado e sua cabeleira ruiva, quase vermelha, que caía por cima dos ombros, brilhava. Estava vestido com uma bata de seda de cor azul claro com desenhos prateados. Identifiquei-o com o Mestre X, e me causou a sensação de que o conhecia desde menino. Depois de falar-me um pouco sobre aspectos da minha vida cármica, despediu-se de mim com um afetuoso abraço que encheu meu coração de inexplicável ternura, dizendo-me: "Voltarás!” Em seguida se despediu dos meus acompanhantes, aos quais transmitiu certas instruções e, quase sem solução de continuidade, me encontrei em minha cama, na misteriosa solidão de uma fúlgida aurora que assomava do Oriente. Já não pude dormir. Não somente meu coração, mas todo o meu ser saltava de contentamento, tentando recordar a imagem do Mestre, Suas palavras de um inexplicável tom musical e os Irmãos que me haviam levado ante Sua presença.

O contato com o Mestre oferece sempre uma infinita sensação de paz e de confiança. Sua presença é realmente inspiradora, seja fisicamente em Sua casa ou quando, por razões ashrâmicas, manifesta-se a nós em corpo mental. Em todo caso nos achamos sempre ante um Super-homem, um Homem liberado, discípulo consagrado do Bodhisattva, um Irmão maior da Raça e distinto membro da Grande Fraternidade Branca que dirige os destinos do nosso mundo.

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