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DIÁRIO SECRETO DE UM DISCÍPULO


Diário Secreto de um Discípulo - Vicente Beltrán Anglada

CAPÍTULO XXI

AS RELAÇÕES DO ASHRAM COM SHAMBALLA

Estas relações baseiam-se sempre nos relatórios que os Mestres apresentam à consideração do Bodhisattva e que Ele, de acordo com os êxitos passíveis de apreciação nas distintas fases do triplo projeto, passa a informar diretamente ao Senhor do Mundo para que ESTE decida se é ou não necessária uma ativação do fogo de Shamballa sobre um determinado Ashram para reduzir ou acelerar alguma fase específica do cumprimento da obra atribuída a esse Ashram.

Salvo determinada etapa cíclica da evolução planetária em que todos os Ashrams da Hierarquia, sem exceção, estiveram sujeitos a uma tremenda aceleração do fogo de Shamballa, a regra evolutiva e as relações dos diferentes Ashrams com este poderosíssimo Centro espiritual se atêm sempre à regra das "sábias medidas", que atribuem a cada Ashram a cota de energia ígnea que é capaz de assimilar e transmitir corretamente. Os Ashrams do primeiro Raio se relacionam com o Centro de Shamballa através do Manu da Raça, o glorioso Senhor Vaivaswata, os de segundo Raio através do excelso Senhor Bodhisattva, e os dos Raios 3°, 4°, 5°, 6° e 7°, por meio do Mahachohan, o Senhor da Civilização. Cada Senhor ou Guia de Departamento se atém ao poder do Raio através do qual faz sentir a sua pressão nos distintos Ashrams a Seu cargo e, com exceção ao que se refere às Aulas de Treinamento Humano-Dévicas, submetidas exclusivamente ao poder de Amor do Bodhisattva, todos os Ashrams seguem as diretrizes assinaladas pelos Guias de Departamento, e Estes, por sua vez, estão sujeitos à posterior revisão do Senhor do Mundo.

É esta a lei de Hierarquia que impera em nosso Esquema planetário, no qual tudo funciona de maneira ajustada e sincronizada, de acordo com o que poderíamos chamar de "medidas solares", ou seja, a Vontade de Amor do Deus do nosso universo sobre todos e cada um dos Esquemas planetários.


CAPÍTULO XXII

OS ENVIADOS SOLARES

Com toda justiça, podemos chamar estes enviados solares de "embaixadores" da Grande Fraternidade Solar ou Loja espiritual do Sistema em todos os planetas do nosso Universo. Trata-se de uma excelsa comunidade de Grandes Anjos da estirpe dos chamados "comunicadores" e dos gloriosos Adeptos solares, cuja missão é transmitir as comunicações do Logos do Sistema Planetário a todas as Lojas espirituais dos distintos Planetas. Em certa ocasião, disse-me Jezasel que até mesmo alguns dos asteroides entre Marte e Júpiter têm suas pequenas lojas e que também recebem de vez em quando a visita de algum Enviado solar ou do planeta Júpiter, pois tais asteroides, como também certos corpos celestes correspondentes ao nosso Universo, embora ainda não tenham sido catalogados como planetas, pertencem à obra do Sistema Solar e recebem a devida atenção por parte do Logos. Tal é a lei de "comunicação" vigente para todos os corpos celestes, não importa de qual Sistema, Constelação ou Galáxia. Podemos admitir, pois, sem esforço, que as Lojas espirituais dos distintos planetas do Sistema mantêm também estes laços de comunicação entre si, mediante o intercâmbio de "embaixadores", ou seja, de Anjos e Iniciados planetários que vêm a ser a representação espiritual de um Logos planetário na sede de outro Logos planetário.

Aprendemos no Ashram que os corpos celestes incluídos dentro do "círculo-não-se-passa" do Sistema Solar são "chacras" maiores ou menores dentro do gigantesco corpo do Logos Senhor do nosso Universo, que estão cumprindo uma missão muito concreta e definida no interior do mesmo.

Cada um destes centros é dirigido por uma Entidade espiritual, que denominamos, ocultamente, de Logos planetário ou Homem Celestial, mas que não são senão instrumentos eficientes da Entidade solar que utiliza o grande corpo do Universo como expressão da Sua Vontade de Ser e de Realizar.

Estes centros solares são a analogia superior dos "chacras", maiores ou menores, através dos quais se expressa a entidade humana. Sabemos ocultamente sobre os chacras etéricos e os chacras astrais ou mentais em correspondência com aqueles. Sabemos, também, que estes chacras estão relacionados muito estreitamente entre si, e que a evolução de um chacra específico, por motivo da sua própria situação no esquema corporal humano, exige a participação ativa dos demais centros ou chacras.

O mesmo ocorre em relação aos demais corpos celestes do Sistema com os quais os nossos chacras estão misteriosamente vinculados. Quando um planeta dentro do grande corpo solar necessita de um estímulo espiritual transcendente ou tem que realizar um desenvolvimento superior, recebe a ajuda dos demais planetas ou chacras através da Vontade dos Logos planetários, nos termos das instruções do Logos Solar. Foi o que ocorreu de fato com a estreita vinculação Vênus-Terra e que originou a vinda dos Senhores da Chama para instaurar a Grande Fraternidade Branca no nosso mundo e, posteriormente, a grande invocação cósmica que trouxe ao nosso planeta os Anjos Solares que foram os progenitores da nossa humanidade terrestre.

Quando em um dado planeta, seja qual for seu grau de evolução, é criada uma Loja espiritual e ele começa a se reger pelas sagradas leis da Fraternidade, faz-se necessária a instauração de um corpo celeste de embaixadores com inteligência e grau de evolução cósmica suficientes para representar dignamente a Entidade espiritual representativa, ou Regente daquele planeta. É lógico supor que a qualidade do embaixador e o grau de evolução do intermediário celeste dependerão da evolução do Logos planetário do Qual é eficaz colaborador.

O Senhor Buda, por exemplo, é um embaixador do Logos planetário na Grande Loja solar e uma das Suas principais atribuições é relacionar o centro místico de Shamballa com outros centros planetários, especialmente com as Lojas espirituais de Vênus e Júpiter. Poderíamos dizer - falando em um sentido genuinamente político como o conhecemos na Terra - que o Senhor Buda é um embaixador plenipotenciário que desfruta de toda a confiança do Regente espiritual do nosso mundo, o bendito Senhor Sanat Kumara, e outra das suas atividades é "trazer" ciclicamente energias de tipo cósmico para a Terra, tal como vem fazendo há muitos séculos, durante o Festival místico de Wesak, que se realiza durante o plenilúnio de Touro de cada ano em certas ocultas regiões do grande maciço do Tibete. Este "sacrifício anual” do Buda não seria possível se não tivesse o "direito celestial" de fazê-lo em virtude do Seu cargo - se podemos expressar assim - de embaixador plenipotenciário que o Logos planetário do nosso Esquema concedeu a Ele em virtude da Sua excelsa e resplandecente evolução espiritual.

Estas ideias - aprendidas na Escola de Analogia do Ashram - fazem entrever o que há que entender realmente por "Doutrina dos Avatares", pois um Avatar - por pouco que o analisemos - não é senão um embaixador de um Logos, planetário ou solar, dentro do "círculo-não-se-passa" de um Sistema ou de um Esquema, ou de mais além deste círculo, para "trazer ajuda" espiritual a planetas menos desenvolvidos e a humanidades mais necessitadas. É esta a Lei de Fraternidade que rege o destino de todo ser vivente no marco do Cosmo absoluto.

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