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A HIERARQUIA, OS ANJOS SOLARES E A HUMANIDADE


Capítulo I

A HIERARQUIA E A HUMANIDADE NA ERA DE AQUÁRIO

Segundo a tradição histórica, avalizada pela visão ou percepção penetrante dos Altos Iniciados que podem ler os arquivos akáshicos, a Hierarquia Espiritual do Planeta, o Quinto Reino da Natureza, foi instaurada na Terra há uns dezoito milhões de anos, durante a segunda metade do período lemuriano. Esse acontecimento, o mais importante no que se refere à revolução espiritual do planeta, teve sua origem na decisão do Logos Planetário do nosso esquema terrestre de tomar um corpo físico, com o objetivo de coordenar definitivamente todo Seu sistema expressivo. Se empregarmos a analogia, como sempre devemos fazê-lo a fim de compreendermos as ideias esotéricas, vamos nos conscientizar de que um Logos Solar, um Logos Planetário ou uma Alma humana utilizam corpos físicos para realizar a grande obra de identificação do Espírito e da Matéria, função que tem por objetivo a fusão dos dois aspectos divididos no tempo, dentro da Unidade eterna e absoluta que preside a tudo.

Analisando o processo a partir de suas raízes mais recônditas e penetrando no Alento do cósmico, vemos que a instauração da Hierarquia teve por finalidade a encarnação física de um Homem Celestial, de um Logos Planetário ou, de acordo com as citações do Antigo Testamento, de um dos Sete Espíritos ante o Trono. O processo de encarnação, independente da magnitude do campo expressivo, é idêntico em todos os seres, tratando-se de um fato que se realiza incessantemente através dos tempos. É o vínculo de relação eterno entre o Espírito e a Matéria, a Vida e a Forma, o Espaço e o Tempo. Prescindindo de outras considerações secundárias, podemos assegurar que a instauração da Hierarquia aqui na Terra teve sua origem "na grande decisão do Logos Planetário do nosso esquema terrestre de tomar um corpo físico". Eternamente cônscio dos ciclos do tempo, Ele sabe o momento exato, por conjunção magnético-cósmica, dessa manifestação, também determinada pelo Grande Karma Cósmico do qual é um elevado expoente.

Respondendo a esse grande desejo e devido a certas relações ou vínculos kármicos incompreensíveis para nós, um Grande Iniciado da Cadeia de Vênus, conhecido em nossos estudos esotéricos como Sanat Kumara, estabeleceu contato e identificou sua aura espiritual com a aura etérica do planeta. Praticamente, fez da Terra consciência e encarnou nela. Nessa encarnação, houve a dor do sacrifício, mas também o prazer de acatar a Vontade do Grande Ser Planetário, um prazer e um sacrifício dos quais não podemos ter noção. Como consequência desse processo de encarnação, toda Terra resplandeceu, todos os Reinos elevaram sua sintonia, principalmente o Reino Humano em seus primórdios, que elevou prazerosamente seu cálice, como se lê no Livro Sagrado dos Iniciados, para receber "A Alma Celestial". Todo esse clima de expectativa, toda essa resplandecente sinfonia, era a infinita reverência da Matéria Virgem eternamente fecundada pela Graça Santificante ao Poder Criador da Divindade.

Sanat Kumara veio acompanhado por três de seus grandes Discípulos, como Ele unidos karmicamente à vida do Logos Planetário através de muitas Eras. Esses quatro grandes Seres, Sanat Kumara e os Discípulos, conhecidos na tradição esotérica como os Quatro Kumaras ou Senhores da Chama, representam para o Logos Planetário o que a personalidade humana e seus três corpos de expressão representam para a Alma. A evolução dessa insigne personalidade e dos três veículos de sua vinculação planetária constituem de fato a evolução da Terra até as suas últimas consequências. Existem três Kumaras menos conhecidos por nós em suas elevadas funções como centros superiores do grande Logos Planetário, cuja missão é a relação de Sanat Kumara com tudo o que transcende o Círculo-Não-Se-Passa da Alma Planetária, ou seja, a relação com os demais planetas do Sistema Solar e de outros sistemas solares.

Esses grandes seres constituem o Centro Daquela Grande Fraternidade que chamamos de Hierarquia Branca do Planeta ou Irmandade Branca. Sua missão é clara e definida: acelerar o processo de evolução do planeta Terra.

Como consequência da chegada dos Senhores da Chama ao nosso planeta, são produzidos quatro acontecimentos importantes e transcendentes que todo verdadeiro esotérico deve conhecer para poder avaliar corretamente sua própria situação espiritual.

São eles:

1. a união kármica da Terra através dos quatro Grandes Kumaras com os quatro Grandes Senhores do Cosmo, que conhecemos como os Senhores do Karma. A Terra, assim, passa a fazer conscientemente parte do Grande Concerto Solar e põe-se em linhas de comunicação diretas com o Grande Karma Cósmico. Por mais incompreensível que essa ideia pareça, ela dá ao discípulo a noção imediata do que representam para o ser humano as palavras de Paulo, o Iniciado: "O Reino dos Céus pode ser arrebatado pela violência." A identificação do karma planetário com o Karma Solar, medido em termos de energia, produz uma aceleração da evolução da Terra e, por consequência, o desenvolvimento do Grande Propósito Inicial do Logos Planetário;

2. a introdução no ser humano dos Anjos Solares, seres perfeitos em sua essência porque alcançaram a Iniciação de Adeptos em outro Universo anterior, que representam, no drama da função planetária, o papel de Grandes Intermediários entre o homem inferior, a personalidade nos três mundos e a Tríade Espiritual, ou os três aspectos da Mônada ou Espírito, que é uma emanação essencial da própria Divindade Solar:

3. a implantação na Terra do sistema iniciático ou de aceleração da evolução planetária que produz, inicialmente, a individualização do homem animal por intermédio dos Anjos Solares. A individualização é, portanto, uma Iniciação espiritual;

4. "uma corrente dévica de ordem superior emanante do Coração do Sol" penetra na aura planetária e começa a atuar definidamente sobre os "éteres rarefeitos que circundam o planeta e atuam sobre a Natureza". A frase védica "toda a Terra resplandeceu" refere-se exatamente à ação imediata desses agentes cósmicos da criação planetária.

Eis aqui, a grosso modo, a implantação da Hierarquia, ou Grande Fraternidade Branca, na Terra. O grande Raio de Poder do Logos Planetário começa a atuar sobre o nosso planeta e "todo seu conteúdo começa a ser moldado segundo o impulso solar". São empregadas deliberadamente e entre aspas frases soltas extraídas do Livro dos Iniciados, aberto àqueles cuja mente funciona em níveis superiores.

O sistema da Hierarquia, a distribuição das funções planetárias entre os Iniciados da Terra que, "à custa de grandes sacrifícios, alcançaram a Iniciação" na Cadeia Lunar anterior, Buda e Cristo entre os mais elevados, segue-se imediatamente ao grande processo inicial. Os discípulos avançados recebem um novo impulso criador em suas consciências e, "ajudados pelos Devas", começam a atuar de forma definida. A Grande Fraternidade de Relações com outros planetas do Sistema é uni acontecimento definido e consciente. Uma corrente dévica especial, proveniente de Vênus, dedica-se única e exclusivamente ao cuidado do Reino Vegetal. Surgem uma nova majestade e uma nova beleza. A Hierarquia Planetária é um fato e em seguida começam os planos de sua organização assim como a conhecemos atualmente, ou seja, um Centro Impenetrável em conexão com o Logos Solar que esotericamente chamamos Shamballa, e outro em conexão direta com aquele que chamamos Hierarquia. O terceiro centro atuante é a Humanidade que, naqueles momentos, recém começa a formar a mente e os primórdios da autoconsciência.

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