O objetivo do treinamento para o discipulado
Março de 2014

O objetivo do treinamento para o discipulado é chegar à etapa em que o discípulo em prova se converte em discípulo aceito e “chega a um reconhecimento definitivo e factual da Hierarquia... a um claro conhecimento do grupo de almas liberadas. Isso não acontece por meio da ocorrência de fenômenos convincentes, mas através de um influxo da intuição. Passa-se, portanto, por uma expansão de consciência que pode ou não ser registrada no cérebro. Cada passo do caminho, a partir desse ponto de reconhecimento, tem que ser conscientemente alcançado e deve envolver um reconhecimento consciente de uma série de expansões. Essas expansões não são iniciação. A iniciação que se encontra imediatamente à frente é simplesmente o efeito do reconhecimento. Podem ser chamadas de 'pontos estabilizadores de crises', em que o ocasional torna-se o constante e o que se pretende torna-se o intencional." DNE, vol. II,pág. 220.

Para compreender a iniciação como um “ponto estabilizador de crise”, é necessário estabelecer a diferença entre as crises da personalidade, que implicam uma contração da energia, e as crises da alma que trazem em si o princípio da expansão. Na primeira, o enfoque no corpo mente-desejo concentra as forças que produzem a intensidade de sentimentos como o medo e a autocompaixão. Na segunda, o enfoque na mente superior ativa correntes de luz e de amor que expandem a consciência para estados de maior inclusão e identificação com o todo.

Através da meditação diária o estudante utiliza o ritmo e o ritual para evocar a luz e o amor da alma de forma constante. Como estas energias se acumulam na aura, elas têm um efeito estimulante, elevam a consciência para a intuição e obtêm impressões fugazes da Hierarquia e suas atividades. A perseverança fiel na meditação, no estudo e no serviço, independentemente das dificuldades que a personalidade possa estar atravessando, constituem a grande prova de resistência que cada discípulo encontra no caminho. Sendo isto superado com êxito, é aberto o caminho para a aplicação do cetro da iniciação cuja carga elétrica estabiliza a voltagem da aura do discípulo, tornando estável, deste modo, a série de impressões fugazes em um estado permanente de reconhecimento. Então, o discípulo iniciado leva esta voltagem a seus assuntos diários para energizar de maneira hábil o entorno, de acordo com estes reconhecimentos.

Com o tema do reconhecimento começamos a preparar as nossas mentes de acordo com a nota chave das próximas conferências: Que o Caminho de Reconhecimentos conduza à Revelação Grupal. Não há maneira melhor de evocar o necessário ponto de crise da alma que refletir sobre o maravilhoso mantra Védico, o Gayatri. O clamor espiritual “Revela-nos a face do verdadeiro Sol Espiritual” é uma demanda do edificante poder da energia de amor-sabedoria a nos conduzir para a glória oculta que se encontra por trás do Plano Divino, tal como existe na mente do Logos. Será que somos corajosos o suficiente para fazer essa exigência, ou seja, pedir a revelação “para que conheçamos a verdade e cumpramos todo nosso dever enquanto nos dirigimos para Teus sagrados pés”? É uma pergunta que devemos fazer no profundo silêncio do coração, em cuja câmara secreta abre-se o caminho de reconhecimentos que conduz à revelação grupal. Este tema é abordado na apresentação dos Três Festivais Espirituais.

Devemos nos aprofundar na mensagem do Gayatri e sua relação com a câmara secreta do coração nos meses que antecedem as conferências e estudar os pensamentos preparatórios para reflexão profunda sobre a natureza da revelação grupal.

Na luz, o amor e o poder do nosso serviço grupal compartilhado.

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