O poder extraordinário do Gayatri
Abril de 2014

Oh Tu, sustentador do Universo
De Quem todas as coisas procedem
A Quem todas as coisas retornam
Revela-nos a face do verdadeiro Sol Espiritual
Oculto por um disco de luz dourada
Para que conheçamos a verdade e cumpramos todo nosso dever
Enquanto nos dirigimos para Teus sagrados pés
.

Anteriormente fizemos uma referência ao antigo mantra védico, o Gayatri, e ao poder extraordinário que ele libera quando, a partir da câmara secreta do coração, o discípulo clama: “Revela-nos a face do verdadeiro Sol Espiritual”. Os ensinamentos esotéricos se referem a esta revelação como divulgação do “coração do Sol” - essa misteriosa esfera subjetiva subjacente ao nosso sol físico, do qual este não é mais que uma envoltura protetora que a circunda. De lá a luz do amor de Deus flui ao seu microcosmos correspondente, o lótus Egoico, no plano mental, e ao centro cardíaco do discípulo, situado entre as omoplatas na contraparte etérica da coluna vertebral. A frase mística seguinte, dada pelo Tibetano a um de seus discípulos, pondo ênfase na visualização da cor dourada, se relaciona com este tema:

“Os raios dourados que irradiam do coração do sol banham minha alma e a alma de todas as formas criadas. Nestas formas a vida de Deus desperta e o poder de Deus flui como Vontade, dedicação ao Plano e dando força para trabalhar e dar - como um filho de Deus deve fazer.”

Os raios dourados que emanam do coração do sol carregam um poder de transmutação vital porque, como os antigos alquimistas Rosa-cruzes bem o sabiam, há uma relação direta entre o ouro e a luz. Robert Fludd, um médico que seguiu os métodos de Paracelso, disse isso com as seguintes palavras: “O Ouro Hermético é o produto dos raios do sol ou luz invisível, magicamente liberada no organismo mundial.”(1)

Da mesma forma, a luz é ouro sublimado: “A luz do mundo celestial é sutil, vaporosa, ouro magicamente sublimado”.(1) As grandes conquistas dos alquimistas são conhecidas pela posteridade aumentando a qualidade da luz que suas práticas trouxeram ao mundo terrestre. Em nossos tempos, no início da era de Aquário, temos a Grande Invocação como um meio para continuar a grande obra de precipitar o ouro celestial no mundo, o trabalho de baixar a chama do espírito na mente dos homens para que possam fazer contato, levantar e assimilar as essências materiais conscientes dos reinos inferiores da natureza.

É esta luz dourada que fornece a chave para os trabalhos da conferência deste ano: Que o caminho de reconhecimentos conduza à revelação grupal, porque à medida que o discípulo chega a perceber a luz dourada do amor que flui para o centro cardíaco, abre-se o caminho dos reconhecimentos. Conforme esse caminho prossegue para a sua contraparte na cabeça, a revelação grupal resplandece. Este centro do coração na cabeça é a microcósmica correspondência do Sol central espiritual, onde o aspecto vontade infunde a energia do coração com o poder de controlar. Quando o discípulo põe os pés nesse caminho, entre esses dois centros, aclara-se a mensagem do Gayatri: porque é do Sol espiritual que todas as coisas procedem e a Quem todas as coisas retornam. O caminho do coração deve, por definição, ser um caminho de reconhecimentos.

Na luz, o amor e o poder do nosso serviço grupal compartilhado.

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(1) Isis sem Véu. Tomo II, H. P. Blavatsky, pág. 228, Ed. Sirio.

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