O Campo de Atividade da Consciência
Outubro 2015

Um axioma esotérico diz que no reino da alma não há separação, não há "a minha alma e sua alma", e que a ilusão de separação que reina nos mundos inferiores da personalidade desaparece com o tempo e a completa unidade se manifesta com todos os seres na Vida Una. Esta é uma grande expectativa que o discípulo deve manter no calor da batalha no caminho espiritual, mas que também exige um grau suficiente de realismo oculto para neutralizar a visão mística da unidade - um sonho do tipo de paz, amor e sossego que a personalidade abalada pela crise pode estar desejando.

Este contrapeso é fornecido pelo conceito do círculo-não-se-passa, tão fundamental para o estudo oculto das energias e forças. Um círculo-não-se-passa é definido como "o limite do campo de atividade da força central de vida". Pode se aplicar igualmente na área do espaço cósmico que um Logos Solar circunscreve para se expressar através de ou na aura de um ser humano no tempo e no espaço dos planos inferiores. Também pode se aplicar ao campo de uma pequena vida atômica na medida em que ela gira sobre seu eixo, e nesta rotação demarca seu território. O círculo-não-se-passa existe em todos os níveis da Manifestação Divina. A periferia da consciência e de sua influência depende do grau da consciência que mora no centro.

O círculo-não-se-passa define os limites energéticos e áreas de influência entre todas as unidades de consciência dentro da Vida Una e preserva o sentido de identidade individual dentro do campo da unidade. Podemos ver um reflexo distorcido dele nas fronteiras físicas que as nações têm erguido em torno de si ao longo do tempo através de guerras e anexações, como também no símbolo do passaporte que autoriza a entrada ou saída de um país para outro. Hoje, esses círculos-não-se-passa artificiais ainda são ferozmente protegidos, por várias razões: econômica, segurança, e até mesmo por um nacionalismo extremo. Felizmente, muitas tendências de separatividade estão sendo cada vez mais desafiadas por um público mais esclarecido, bem como pelas crises internacionais, como por exemplo, o problema atual de refugiados na Europa, uma situação que está testando o continente; e isto revela muito sobre o grau de fusão com a alma nas nações envolvidas.

O passaporte pode ajudar a proteger o status quo nestes tempos hostis e incertos, mas também é a fonte de muitos dos problemas do mundo. É um símbolo de separatividade, e o destino das nações clama por sua abolição. Curiosamente, um grupo de nações sem fronteiras é um pré-requisito para o método que um grupo de iniciados busca empregar como parte da exteriorização da Hierarquia. Eles são conhecidos como "iniciados em trânsito" e seu trabalho depende da facilidade de circulação entre o mundo externo e o mundo do esforço hierárquico. Esta atividade - está escrito - "não será possível enquanto as presentes regras de identificação nacional e civil, de passaportes e inspeções drásticas nos aeroportos e portos marítimos forem exigidas pelas autoridades; pessoas como estes "iniciados em trânsito" não seriam capazes de se identificar. Esta forma de aparecimento, por conseguinte, fica postergada durante algum tempo." (A Exteriorização da Hierarquia, pág. 697) Isso mostra que a Hierarquia não efetua qualquer magia que viole as normas e regulamentos da humanidade.

A humanidade está passando por um período em que o mundo está aprendendo que os círculos-não-se-passa nacionais devem ser redefinidos em termos das qualidades da alma e do que cada nação deve dar ao todo, e não pelos seus limites físicos. Neste sentido, podem-se ver encorajadores desenvolvimentos em alguns tratados, como o Acordo de Schengen, na Europa, que permite a livre circulação, sem controle de passaportes na maior parte da União Europeia e do Acordo de Controle de Fronteiras CA-4 que estabelece a igualdade de liberdade de circulação entre quatro países da América Central.

Pensar em termos de um círculo-não-se-passa maior, como o conceito de cidadania mundial, está aumentando rapidamente em alguns setores. Esta ideia poderá ganhar terreno nestes tempos de viagens espaciais, de questões globais que afetam a humanidade como um todo e através da Internet; esta última é um símbolo interessante e oposto ao passaporte. Todos esses fatores desempenham um papel fundamental na reconstrução do santuário da vida humana que vamos explorar em nossos próximos seminários em novembro.

Quando forem dissolvidos os círculos-não-se-passa artificiais e tendentes à separatividade, a humanidade vai continuar a investigar a sua contraparte espiritual legítima. O fato de que existem inúmeros tipos de círculos-não-se-passa no campo de atividade do organismo solar cria mistério e aventura, deste modo promove a marcha da consciência para estados cada vez mais profundos de unidade, mas também a descoberta progressiva do potencial infinito de cada unidade e da identidade em desenvolvimento dentro dessa unidade.

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No espírito de relação grupal...

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