Lucidez

Estimado(a) condiscípulo(a).

Na carta de Junho tratamos da “lucidez” como uma questão que temos de explorar com a imaginação durante os próximos meses. Em relação à vida espiritual, esta iniciativa pode ajudar os estudantes a descobrir as penetrantes linhas de luz que conduzem às profundezas do coração das relações grupais.

No livro Telepatia e o Veículo Etérico é dado um exercício para avivar este ideal. Consiste em meditar sobre uma palavra e, em seguida, telepaticamente transmitir o conteúdo do que foi meditado para um grupo ou indivíduo receptor. (1) Aqui não estamos sugerindo que este experimento seja feito em particular, mas, como descrito a seguir, como um meio para aumentar a sensibilidade para o fluxo de energia dentro do grupo. Isto é projetar, com a imaginação, a ideia de “lucidez” à mente grupal e manter na mente esta ideia. Isso pode ajudar a revelar os vínculos subjetivos entre todos os estudantes.

Àqueles que são atraídos para esta iniciativa, aconselhamos contemplar a forma verbal por meio das quatro maneiras indicadas por Patanjali:

1. Estudar sua forma, simbolicamente, como a representação pictórica de uma palavra.
2. Estudá-la, do ponto de vista da qualidade, da beleza, do desejo.
3. Estudar seu propósito subjacente e seu valor pedagógico, assim como seu apelo mental.
4. Estudar sua verdadeira essência, identificando-se com a ideia divina subjacente a ela. (2)

Ao finalizar este exercício deve-se delicadamente pronunciar a palavra, à medida que se exala, e projetar a sua força vital no campo das relações grupais. Isto servirá para fortalecer o vínculo subjetivo entre os estudantes e incentivará a interação telepática que a Hierarquia espiritual anela ver desenvolvida em todos os verdadeiros grupos esotéricos (ver Carta de Junho). Acreditamos que aqueles que explorarem a questão da lucidez, no que diz respeito à vida grupal, ficarão impressionados com a beleza pura da luz que vela esta forma verbal.

Um exercício como este produz uma ressonância com o grande experimento com a luz que o Logos está realizando. O discípulo está sendo treinado para entrar nessa luz como cocriador. Ao aprender a focalizar e concentrar a luz, ele está, de fato, concentrando e focalizando a própria essência do seu ser, fazendo desta algo parecido com uma lança que é capaz de perfurar todas as formas, a fim de descobrir e se comunicar diretamente com ideias vivas que se albergam dentro destas formas. É precisamente este processo que, ao longo do tempo, porá à disposição do discípulo todo o conhecimento, pois luz e conhecimento são a mesma coisa.

Isso fica evidente quando consideramos duas traduções diferentes de um Ioga Sutra creditado ao grande vidente Patanjali:

“O vidente é conhecimento puro. Embora puro, ele olha para a ideia apresentada, usando a mente”.

“O vidente é visão pura. Embora puro, ele olha para fora através da vestidura da mente”. (3)

A lucidez converte a consideração destas afirmações em uma experiência factual, marca a descoberta das ideias vivas que o Logos tem exteriorizado de sua própria essência iluminada.

E é esta promessa de consciência grupal que incentiva cada discípulo em treinamento a se desprender de tudo o que o retém no mundo da forma e, assim, tornar-se um farol de luz fecunda dentro do mar brilhante da imaginação divina. (4)

Na luz da vida grupal, ...

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(1) Telepatia e o Veículo Etérico, pág. 31-31
(2) Idem
(3) A Luz da Alma, pág 160
(4) Um estudante

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