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Livros de Alice Bailey

Astrologia Esotérica


Capítulo II - Parte 2
A Natureza da Astrologia Esotérica
1. Centros e Triângulos de Força
2. As Cruzes e os Signos
3. Os Efeitos Espirituais das Constelações do Zodíaco
3.4 Capricórnio, a Cabra
3.5 Sagitário, o Arqueiro
3.6 Scorpio, o Escorpião

CAPRICÓRNIO, A CABRA

Este é um dos signos mais difíceis de descrever, pois dentre os doze signos, como sabemos, é o mais misterioso. É o signo da Cabra, que busca seu sustento nos mais rochosos e áridos lugares do mundo e, por isso, relaciona o homem com o reino mineral; é, também, o signo dos Crocodilos, que vivem parte na água e parte em terra firme; é, espiritualmente, o signo do Unicórnio, aquele "animal que luta e triunfa", dos antigos mitos. Sob o simbolismo desses três animais, este signo nos oferece um quadro bastante completo do homem, com os pés sobre a terra, e não obstante, correndo livre e escalando as alturas da ambição mundana, ou da aspiração espiritual, em busca daquilo que ele compreende (em qualquer momento dado) ser a sua maior necessidade Como Cabra, ele é homem, terreno, humano, sequiosamente em busca da satisfação do desejo; ou homem, o aspirante, igualmente egoísta à caça da satisfação de sua aspiração. Este signo descreve o homem, um animal ambicioso nos dois sentidos da palavra: na etapa inicial da Cruz Mutável, homem, a combinação do desejo (água) e da natureza animal (terra), e na roda reversa, homem, a combinação da alma e da forma. Ele também nos dá a descrição do iniciado triunfante, o "unicórnio de Deus", o símbolo do unicórnio, com seu único chifre se destacando como uma lança única de sua fronte, em vez dos dois chifres do bode limpador.

É interessante estudar os três signos em que os animais têm chifres: Áries, os chifres voltados para baixo do carneiro, significando a entrada em manifestação, o ciclo involutivo e a experiência da Cruz Cardinal ao expressar a Vontade-de-manifestar de Deus. Taurus, os chifres voltados para cima, do Touro, com o círculo por baixo, descrevendo o impulso do homem, o Touro de Deus, para a meta da iluminação e a emergência da alma da servidão com os dois chifres (dualidade) protegendo o "olho de luz" no centro da fronte do Touro; este é o "olho único" do Novo Testamento que faz o "corpo todo ficar cheio de luz". Depois Capricórnio, a Cabra, relacionada particular e estreitamente a Áries, mas ocultando (como um cego esotérico) o simbolismo do Unicórnio no qual os dois chifres e o olho único se fundem e são representados pelo longo chifre reto do unicórnio no centro da fronte.

Por trás de tudo o que ficou dito acima jaz o mistério dual de Leo, pois Leo é - no que concerne à humanidade - a chave ou pista para todo o zodíaco, e ao redor da constelação de Leão encontram-se dois grandes mistérios:

1 - O mistério da Esfinge, conectado com a relação entre Leão e Virgem, e ligado ao segredo dos Anjos Solares. Não é o mistério da alma e da forma, mas sim o mistério da mente superior e inferior e sua mútua relação.

2 - O mistério do Leão e do Unicórnio. Este segredo está preservado para nós numa antiquíssima canção infantil sobre "a subida do leão e do unicórnio para a cidade" e contém, de modo peculiar, o segredo da iniciação da "subida" do ser humano até o portal de entrada para a Hierarquia e também "a elevação mística" da qual a Maçonaria tem a chave. Isto trata da emergência da consciência do iniciado (branca e uni-direcionada) e da derrota do rei dos animais (a personalidade) que conduz ao triunfo da consciência grupal e da consciência mundial, do altruísmo e da iluminação sobre a autoconsciência e o egoísmo. Na verdadeira versão deste antigo mito o leão é cego e morto pelo chifre do Unicórnio que lhe atravessou o olho e o coração.

O símbolo deste signo é intencionalmente indecifrável. Chamam-no, às vezes, "a assinatura de Deus". Não tentarei interpretá-lo para vocês, em parte porque ele jamais foi corretamente desenhado, e em parte porque o seu correto delineamento e a habilidade do iniciado para decifrá-lo produz um influxo de força que não seria desejável, exceto após a devida preparação e compreensão. É muito mais potente que o pentágono e deixa o iniciado "desprotegido".

Num antigo tratado astrológico que nunca veio à luz do dia mas que, quando houver chegado a hora, será descoberto, a relação entre os animais com chifres do zodíaco é assim descrita:

”O Carneiro, o Bode Expiatório e a Cabra sagrada são Três em Um e Um em Três. O Carneiro torna-se o segundo e o segundo é o terceiro. O Carneiro, que cria e fertiliza tudo; o Bode Expiatório, no deserto, redime tudo; a Cabra sagrada, que se funde no Unicórnio e assim fundida ergue-se sobre o chifre dourado da forma vencida - nisto se oculta o mistério”.

Está evidente aqui que há três mistérios ocultos nos três signos cornudos:

1 - O mistério de Deus, o Pai .......................Criação
2 - O mistério de Deus, o Filho ....................Redenção
3 - O mistério de Deus, o Espírito Santo.......Liberação

Também podemos destacar aqui que é a vontade do aspecto Pai, manifestando-se através de Áries, que governa Shamballa; o desejo amoroso do Filho que atrai para a Hierarquia; e a permeante atividade inteligente do Espírito Santo que anima o centro de vida divina chamado Humanidade. Temos assim:

Shamballa .....Hierarquia .........Humanidade
Vontade .......Amor..................Inteligência
Áries ............Touro ............... Capricórnio

Em seus dois aspectos, superior e inferior, estes signos guardam o segredo do "corno da luta e o corno da abundância submetidos ao corno vida e por ele guardado". Há também um antigo provérbio que diz: ”O carneiro - depois que se transformou no Bode Expiatório, procurou a iluminação como o Touro de Deus, e subiu até o topo da montanha como Cabra - troca sua forma pela do Unicórnio. Grande é a chave oculta”.

Ampliando um pouco mais este simbolismo, podemos dizer:

1 - O Carneiro nos conduz à vida criativa da Terra e à escuridão da matéria. Isto é o azul da meia-noite.

2 - O Touro nos conduz aos lugares do desejo em busca de "furiosa satisfação". Isto é o vermelho da cobiça e da ira, que oportunamente se transformará na luz dourada da iluminação.

3 - A Cabra nos conduz a áridos caminhos em busca de alimento e água.

Isto é a "necessidade pelo verde", mas a Cabra é igualmente capaz de subir para o cume da montanha.

Esta é a experiência da Cruz Mutável em conexão com este três signos. Na Cruz Fixa:

1 - O Carneiro transforma-se oportunamente no Bode Expiatório e vontade de Deus demonstra-se em amor e salvação.

2 - O Touro transforma-se no doador da luz e a treva do ciclo anterior é iluminada pelo Touro.

3 - A Cabra se torna o Unicórnio, e conduz à vitória. O Crocodilo, a Cabra e o Unicórnio retratam três etapas do desenvolvimento do homem.

Áries, Touro e Capricórnio são os grandes transformadores segundo o grande plano criativo. São catalisadores por natureza. Cada um deles abre a porta para um dos três centros divinos de expressão que são os símbolos no corpo do Logos planetário dos três centros superiores no homem: a cabeça, o coração e a garganta.

Áries abre a porta para Shamballa, depois de vivida a experiência de Touro e Capricórnio.

Touro abre a porta para a Hierarquia, depois que é compreendido o significado de Gêmeos e Leão e experimentadas as duas primeiras iniciações.

Capricórnio abre a porta para a Hierarquia num aspecto superior, quando as três últimas iniciações podem ser vencidas e o significado de Escorpião e Virgem é compreendido.

Nestes signos e em suas relações na Cruz Fixa está oculto o mistério de Makara e dos Crocodilos.

As notas-chave deste signo são todas indicadoras de um processo de cristalização. Esta faculdade de concretização de Capricórnio pode ser considerada de vários modos.

Primeiro que tudo, Capricórnio é um signo da terra, e nele se expressa o ponto mais denso de materialização concreta de que a alma é capaz. O homem é então "da terra, terreno" e é o que o Novo Testamento chama "o primeiro Adão". Neste sentido, Capricórnio guarda em si mesmo as sementes da morte e finitude - a morte que finalmente tem lugar em Peixes. Reflitam sobre isto. Quando a cristalização atingiu um determinado grau de densidade e de "dureza" (assim chamada), é facilmente desintegrada e destruída e o homem, nascido em Capricórnio, então provoca sua própria destruição; isto é devido à sua natureza fundamentalmente materialista, acrescida dos "golpes do destino" que são os decretos da lei do carma.

Repetidas vezes certo grau de concretização é alcançado, somente para novamente sofrer a destruição, antes da liberação da vida e da reconstrução da forma.

Em segundo lugar, Capricórnio é sempre o signo da conclusão, da qual o símbolo é, frequentemente (embora nem sempre), o topo da montanha, pois marca o ponto além do qual não é possível ascender em qualquer ciclo de vida. Por isso Capricórnio tem sido esotericamente chamado o signo de "prisão periódica". É impossível progredir sob as formas existentes, e tem que haver uma descida ao vale da dor, desespero e morte antes de iniciar-se uma nova escalada às alturas. A tentativa de se escalar o Everest é extraordinariamente simbólica, e está sendo observada com grande interesse pela Hierarquia, uma vez que vemos neste esforço a tentativa da humanidade para alcançar o topo da montanha cuja altura tem frustrado até agora todos os esforços. Porém - e este é um assunto de importante interesse - quando a humanidade tiver emergido à luz e à relativa glória da nova civilização, conquistará ao mesmo tempo o último cume remanescente. Tudo aquilo que é de materialidade mais densa e que é a consumação da grandiosidade terrena permanecerá - mas estará por baixo dos pés da humanidade.

Em terceiro lugar, Capricórnio é - em consequência de tudo que foi dito acima - o signo no qual é iniciado um novo ciclo de esforço, quer este seja o esforço do homem comum ou o esforço de um iniciado. Esforço, tensão, luta, combate contra as forças nativas do submundo, ou as árduas condições impostas pelas provas do discipulado ou da iniciação - são estas as características da experiência em Capricórnio.

Na antiguidade, como talvez já tenham ouvido dizer, havia apenas dez signos, e - nessa época - Capricórnio marcava o fim da roda zodiacal, e não Peixes, como é agora o caso. Aquário e Peixes não estavam incorporados aos signos pela simples e suficiente razão que a humanidade não poderia responder às suas peculiares influências; os veículos de contato e os mecanismos para respostas ainda não estavam adequadamente desenvolvidos. Originalmente, havia oito signos; depois, houve dez e agora, há doze.

1 - Nos dias lemurianos, durante os primórdios do homem-animal e antes do aparecimento da humanidade sobre a terra, no período intermédio do desenvolvimento, oito signos influenciavam o planeta e os reinos da natureza que nele se encontravam. Não havia resposta às influências de Leão e Virgem. Não existia o mistério da Esfinge e estes dois signos não faziam, então, parte da roda zodiacal. Depois, teve lugar a individualização, a semente Crística foi plantada no homem e esses dois signos começaram a influenciar a humanidade, que gradualmente respondia a eles. Então o zodíaco conhecido passou a ter dez signos. A Cruz Mutável dominou, mas era então o Tao, uma vez que faltava Peixes e apenas Gêmeos, Virgem e Sagitário estavam evidentes. Áries a Capricórnio marcavam o círculo da experiência.

2 - Nos dias de Atlântida, o homem havia chegado a responder de tal forma às influências planetária e solar que a porta para a iniciação à experiência hierárquica foi aberta, e acrescentados mais dois signos. Eram eles Aquário e Peixes, correspondências superiores e polos opostos a Leão e Virgem. Sua influência tornou-se efetivamente ativa e assim formaram parte da roda zodiacal porque o homem começou a responder à potência de ambos. Tornou-se então possível que a Cruz Fixa funcionasse esotericamente na vida da humanidade, e as primeiras reversões da roda na vida do homem avançado da época tiveram lugar. Foi esta reversão a verdadeira causa da grande disputa ou batalha entre os Senhores de Face Negra (assim chamados em A Doutrina Secreta) e os Senhores da Luz -uma disputa que persiste até hoje. Naquela época certos homens alcançaram a etapa do discipulado na qual puderam ascender conscientemente à Cruz Fixa e preparar-se para uma iniciação maior. Contra isto se insurgiram as Forças da Materialidade e da Obstrução (como ao às vezes chamadas) e a batalha foi desencadeada e condicionada no signo de Escorpião.

3 - Hoje, nos dias arianos, está sendo travada uma luta similar numa volta mais alta da espiral. A razão é que certos discípulos mundiais e iniciados alcançaram um ponto no seu desenvolvimento no qual estão prontos para ascender à Cruz Cardinal e fazer algumas das iniciações superiores. Assim, o conflito é entre a humanidade (sob o controle dos Senhores da Materialidade) e a Hierarquia (sob o controle das Forças da Luz e do Amor), e bem diante dos nossos olhos a batalha está sendo travada. As influências dos doze signos do zodíaco (principalmente de sete deles) estão nela engajadas, porque hoje, homens de todos os tipos e raios respondem às suas influências e estão de um modo ou de outro implicados no caso.

Notem, portanto, que se as forças concentradas da Cruz Cardinal estão definitivamente potentes nesta época (como realmente estão), a batalha é terrível porque:

1 - A Humanidade, como um todo, está num estado de turbulência, que antecede um grande passo em direção ao desenvolvimento autoconsciente, e na expressão do senso de responsabilidade que é a primeira flor e fruto da percepção autoconsciente. Este fato é responsável por arrastar para o conflito, de forma peculiar e pronunciada, as forças de Câncer (de natureza involutiva), de Leão (concernentes à individualização), e de Gêmeos (que expressa a dualidade essencial do homem). Encontramos hoje, portanto, a atividade da consciência de massa de Câncer, que indica a atividade da Cruz Cardinal na etapa involutiva; a autoconsciência do homem, tal como indicada por Leão, o mais humano de todos os signos, e que indica a Cruz Fixa; e Gêmeos, que dá o senso da natureza dual do homem - humana divina - que é a meta da consciência na experiência da Cruz Mutável. Consequentemente, temos em cada uma das três Cruzes um signo particularmente ativo hoje influenciando massas de homens em todos os lugares. Um pequeno estudo das condições mundiais, no que se refere ao homem, provará isto.

2 - Os discípulos do mundo hoje e a humanidade adiantada estão igualmente num estado de tumulto. Estão sendo submetidos a inúmeras provas que antecedem o passo maior adiante - para alguns, isto será a primeira iniciação, para outros, a segunda. Isto é provocado e introduzido pelas forças de Touro, Leão e Capricórnio, além da permeante influência generalizada de Gêmeos. Temos aqui três signos encontrados na Cruz Fixa - e um na Cruz Mutável, condicionando e afetando os discípulos mundiais, e sendo atualmente de extraordinária potência e importância, devido ao estágio de desenvolvimento e sensibilidade dos discípulo iniciados mundiais.

3 - Os iniciados, por sua vez, estão sendo submetidos ao impacto das energias vindas de Escorpião, Capricórnio e Peixes - um influxo de força de cada uma das três Cruzes. Estas três forças capacitam os iniciados para receber a terceira iniciação.

Será interessante registrar que a humanidade comum está, portanto, submetida às influências dos três signos principais deste tempo, e condicionada por potências oriundas das três Cruzes. Este conjunto de circunstâncias apresenta aos homens a responsabilidade de escolha, evocando seu livre-arbítrio, sua tendência à autodeterminação e decisão estabelecida nesta época de crise mundial. Deve-se observar que os discípulos mundiais estão relacionados com as massas pela sua resposta às influências que emanam de Gêmeos, e relacionam-se entre si por meio de Escorpião. Isto dá a eles a capacidade de responder à prova, a um sentido da visão (por meio do olho iluminado de Touro) e a usar o poder da individualidade através de uma personalidade desenvolvida e da potência de Leão. Os iniciados relacionam-se com os discípulos mundiais através da constelação de Escorpião; com o centro hierárquico através de Capricórnio; e com a massa, através de Peixes - o signo dos salvadores do mundo.

São sete, portanto, as constelações que foram trazidas a uma estreita combinação no atual momento de crise e que são responsáveis pelos assuntos mundiais com que nos deparamos hoje:

Câncer
Capricórnio
A Cruz Cardinal - "Os dois Portais estão totalmente abertos".
Touro
Leão
Escorpião
A Cruz Fixa - "Os Discípulos dominam o mundo".
Gêmeos
Peixes
A Cruz Mutável - "A salvação do mundo é hoje possível".

Os regentes planetários de Capricórnio - exotéricos e esotéricos - são os mesmos, e Saturno rege a carreira do homem neste signo, quer ele esteja percorrendo a roda comum ou a reversa, quer ele esteja na Cruz Mutável ou Fixa. Quando o homem recebeu a terceira iniciação e pode conscientemente ascender à Cruz Cardinal, ele fica liberado da regência de Saturno e passa para a influência de Vênus, que é o governante ou regente da Hierarquia dos Crocodilos. Isto pode ser observado na classificação anteriormente dada.

Somente quando o homem está na Cruz Cardinal é que se tornam claro para ele o significado, o propósito e as potências das Hierarquias Criadoras, e as "portas de entrada" para elas se abrem de par em par.

Na Cruz Mutável e na Cruz Fixa temos o chamado raio verde, que controla não só as obrigações cármicas da vida diária na senda da evolução, mas também as experiências e processos da evolução. A razão para isto é que Capricórnio é um signo de terra e porque o terceiro e o quinto raios - personificando o terceiro aspecto principal da divindade, a inteligência ativa, acrescido do seu raio subsidiário, o Raio da Mente - operam proeminentemente através deste signo. Estes raios fluem através de Capricórnio para Saturno e para Vênus e assim alcançam nosso planeta, a Terra. Saturno é um dos mais potentes dentre os quatro Senhores do Carma, e força o homem a deparar-se com o passado, e no presente, preparar-se para o futuro. É essa a intenção e é esse o propósito da oportunidade cármica. Visto sob certos ângulos, Saturno pode ser considerado o Morador do Umbral do planeta, pois a humanidade como um todo tem que enfrentar o Morador e também o Anjo da Presença, e assim descobrir que tanto o Morador quanto o Anjo são aquela complexa dualidade que é a família humana. Saturno, numa peculiar relação com o signo de Gêmeos, torna isto possível. Individualmente, esta descoberta é feita, e enfrentados os dois extremos, enquanto o homem está em Capricórnio: a quarta e a quinta Hierarquia fazem o mesmo em Libra.

Através de Saturno e Vênus, consequentemente, Capricórnio está conectado com Libra e também com Gêmeos e Touro, e estas quatro constelações - Touro, Gêmeos, Libra e Capricórnio - constituem um potente quaternário de energias que, entre si, produzem aquelas condições e situações que permitem ao iniciado demonstrar que está pronto e capacitado para a iniciação. Estas quatro constelações são chamadas "As Guardiães dos Quatro Segredos":

Touro - Guarda o segredo da luz e confere iluminação ao iniciado.

Gêmeos - Guarda o mistério ou segredo da dualidade e dá ao iniciado uma palavra que conduz à fusão dos pares de opostos maiores.

Libra - Guarda o segredo do equilíbrio, do equilibrium, e finalmente diz a palavra que livra o iniciado do poder dos Senhores do Carma.

Capricórnio - Guarda o segredo da alma e o revela ao iniciado no momento de receber a terceira iniciação. Isto é, às vezes, chamado o segredo da glória oculta".

Através de outros regentes planetários, por meio dos quais trabalham o terceiro e o quinto raios, Capricórnio está ligado a outras constelações, além das quatro acima mencionadas. Os estudantes podem, se quiserem, descobrir quais as outras energias entrelaçadas, relacionando os raios, regentes planetários e constelações, comparando as classificações já dadas. Todavia, o assunto é extremamente confuso para o iniciante, e é por esta razão que estou primeiramente tratando da filosofia e simbolismo dos signos para que o estudante se familiarize com o esquema geral e o amplo entrelaçamento universal.

O terceiro e o quinto raios são particularmente ativos no Caminho do Discipulado, assim como o sexto e o quarto são dominantes no Caminho da Evolução, e o primeiro e o sétimo, no Caminho da Iniciação. O segundo raio, como vocês bem sabem, controla e domina todos os outros raios.

Caminho Raios Planetas Constelações
Evolução 6º e 4º Marte. Mercúrio Áries, Gêmeos, Câncer, Virgem, Escorpião
Discipulado 3º e 5º
Vênus. Saturno Gêmeos, Sagitário, Capricórnio
Iniciação 1º e 7º
Vulcano. Urano. Plutão Touro, Libra, Peixes

Há nesta tabulação pontos interessantes. Eles deveriam ser cuidadosamente considerados por todos os astrólogos depois de determinar, aproximadamente, qual o lugar ocupado pelo indivíduo nesta ou aquela das três divisões.

Primeiro, observar que a constelação de Gêmeos aparece duas vezes devido à sua estreita conexão com a 4a. Hierarquia Criadora.

Segundo, que durante o período da Cruz Mutável, há cinco constelações que dizem respeito à experiência do homem no caminho da vida cotidiana dos constantes renascimentos e das dificuldades cármicas. Quatro delas conduzem a Escorpião, o signo que marca o ponto de reversão da roda.

Terceiro, que no Caminho do Discipulado três constelações controlam e conduzem à atividade de Capricórnio, quando a iniciação se torna possível.

Quarto, no Caminho da Iniciação a atividade das três Cruzes é sentida simultaneamente por meio dos "poderes liberados" de Touro, Libra e Peixes. Observarão também, que a influência do 1° raio - expressando-se através de Plutão e Vulcano -somente se faz sentir de forma positiva no Caminho do Discipulado. Apenas há pouco tempo a potência do 1° raio está sendo experienciada pela humanidade porque, como um todo, ela se aproxima da etapa do discípulo mundial, e um vasto número de indivíduos entrou no Caminho Probatório e do Discipulado. Daí a recente descoberta de Plutão e a sensibilidade ao poder de Vulcano, velado pela potência de Mercúrio e oculto por trás desse planeta.

As influências e potências do 2° raio estão permanentemente presentes e fluem para a nossa vida e esfera planetária por meio do Sol (que vela um planeta oculto) e Júpiter, os quais arrastam as forças de Leão, Sagitário, Peixes, Aquário e Virgem para o nosso planeta e todos os seus reinos da natureza. A partir dos pontos mencionados, podemos extrair indícios a respeito do entrelaçamento de forças das doze constelações, de como afluem a todos os reinos da natureza, trazendo consigo não apenas suas potências específicas, mas também as dos sete raios, focalizadas através dos planetas sagrados e não-sagrados - as Vidas planetárias descobertas e as ainda por descobrir. É-nos dito esotericamente que uma visão destes poderes e suas muitas linhas entrelaçadas (vistas como rios ou correntes de luz) é oferecida ao iniciado de cima da montanha em Capricórnio, quando se alcança o seu cume. É na Transfiguração que esta visão aparece diante dos olhos atônitos do discípulo. As grandes experiências no cume de várias montanhas relatadas na Bíblia, estão todas relacionadas a Capricórnio. Moisés, o Dador da Lei no Monte Sinai, é Saturno em Capricórnio impondo a lei do carma sobre o povo. Está aqui uma chave para o significado do povo judeu como "centro de distribuição do carma". Reflitam sobre essas palavras, "centro de distribuição de carma".

O Monte da Transfiguração no Novo Testamento é Vênus em Capricórnio, quando o amor, a mente e a vontade se reúnem na pessoa do Cristo, e "Ele foi transfigurado" diante dos homens. Ao mesmo tempo, Ele recebeu a visão do Pai e daquilo que tinha que fazer quando "fosse para Jerusalém", o lugar da morte e também a cidade da paz. Esta Jerusalém é Peixes. Em Aquário, Cristo põe seus discípulos em contato com o "homem que carrega um cântaro de água", Aquário, e no "aposento de cima" os apresenta à união e unidade sob o simbolismo do banquete da comunhão. Para este banquete é que a humanidade se está preparando hoje, como vimos ao estudarmos a última constelação: O significado astrológico do Novo Testamento é ainda bem pouco compreendido. Cristo nasceu em Capricórnio, cumpriu a lei sob Saturno, inaugurou a era da fraternidade inteligente sob Vênus, e é o exemplo perfeito do iniciado capricorniano que se transforma no Servidor mundial em Aquário, e no Salvador mundial em Peixes, completando assim a volta ao redor do zodíaco e capacitado para dizer triunfantemente em Peixes, "Está consumado" O polo oposto a Capricórnio é Câncer, e como já aprendemos, estes dois signos são os dois grandes portais do zodíaco - um abrindo a porta para a encarnação, para a vida da massa da humanidade, e para a experiência humana, enquanto o outro abre a porta para a vida do espírito, para a vida do Reino de Deus, a vida e propósitos da Hierarquia do nosso planeta. Em Câncer a alma ingressa naquele centro mundial a que chamamos de humanidade. Em Capricórnio, a alma ingressa - com consciente participação - na vida daquele centro a que denominamos de Hierarquia, e em Libra ingressa no centro mundial chamado Shamballa, pois Libra é o polo oposto de Áries, que é o lugar dos começos. Libra demonstra o equilíbrio perfeito de espírito e matéria que primeiro se uniram em Áries. Este equilíbrio e esta relação dos grandes opostos, espírito e matéria está simbolizada na situação da personalidade que tem que equilibrar os pares de opostos no plano astral, e encontrar entre eles "o estreito caminho do fio da navalha" que conduz o homem para o reino da alma. Quando o homem passa repetidas vezes ao redor do zodíaco da maneira comum, ele, contínua e conscientemente, penetra na vida em Câncer, a constelação sob a qual a Lei do Renascimento é aplicada e administrada. Porém, é somente no zodíaco reverso que o homem aprende a passar, com propósito igualmente consciente, pelo portão de Capricórnio. Cinco vezes deve ele passar por esse Portal, com a consciência plenamente desperta, e esses cinco acontecimentos são frequentemente chamados de cinco iniciações maiores. Visualizando-se a quarta Hierarquia Criadora como um todo, as aparências e experiências da vida do Logos planetário por meio das cinco raças - duas passadas, uma presente, a ariana, e duas futuras - são as correspondências planetárias às cinco iniciações. É peculiarmente interessante estudarmos isto porque no momento em que qualquer uma das raças vem à existência, ambas as portas em Câncer e Capricórnio, abrem-se em par, ficando então ocultamente alinhadas.

Um estudo das características e qualidades do homem nascido no signo de Capricórnio muito revelará sobre a família humana, porque o capricorniano pode expressar o que há de pior ou melhor do que o homem é capaz. É um signo de extremos, e isto porque nessa época havia apenas dez signos; Capricórnio foi o primeiro na roda comum e o último na roda inversa. Isto é óbvio. Esotericamente, todos os Salvadores mundiais e Deuses Solares nascem em Capricórnio, mas também os piores tipos de homens - duros, materialistas, cruéis, orgulhosos, egoisticamente ambiciosos e egoísticos. Nestes casos, a cabeça governa o coração, enquanto que no exemplo perfeito das influências de Capricórnio, cabeça e coração estão em equilíbrio perfeito.

Capricórnio rege os joelhos e isto é simbolicamente verdadeiro, pois somente quando o capricorniano aprende a ajoelhar-se com toda humildade e, de joelhos sobre o cume rochoso da montanha, a oferecer seu coração à alma e ao serviço da humanidade, lhe é permitido atravessar o portal da iniciação e lhe são confiados os segredos da vida. Somente de joelhos pode ele atravessar aquele portal. Enquanto ele se mantém arrogantemente onde não conquistou o direito de estar, a ele não podem ser confiadas as informações que são dadas a todos os verdadeiros iniciados. A antiga forma de peregrinação na Índia, na qual o devoto passa, ou avança, de joelhos, de um lugar sagrado a outro, é indicativo desta profunda necessidade de humildade em Capricórnio. A Índia é governada por Capricórnio e conhece esta verdade, e embora tenha permitido que o ato físico usurpasse o lugar de uma atitude espiritual, ainda assim o significado simbólico é eternamente verdadeiro. Quando o homem nascido em Capricórnio consegue ajoelhar-se em espírito e verdade, ele está então pronto para o processo iniciático no cume da montanha.

O simbolismo que subjaz ao fato astrológico de estar Marte exaltado em Capricórnio, enquanto o poder da Lua declina neste signo, com Júpiter e Netuno em queda, é significativamente belo e instrutivo. Marte é o Deus da Guerra, o Produtor de conflitos, e neste signo de terra, Marte triunfa nas etapas iniciais da evolução da quarta Hierarquia Criadora, e na história da vida do homem comum e não-desenvolvido. O materialismo, a luta pela satisfação das ambições pessoais, e o conflito com as mais elevadas tendências espirituais prossegue sempre, e este signo - dentre todos o mais material - é o campo de batalha entre os hábitos e a velha ordem estabelecida e as novas e mais elevadas inclinações e tendências. A Índia, governada por Capricórnio, tem sido - ao longo dos tempos - um campo de batalha. Port Said, governado por este signo, é sinônimo de todos os mais baixos desejos mundanos e animais, e uma das mais degradadas cidades do mundo - um ponto de encontro para o mal de três continentes.

Porém, à medida que a evolução progride, o poder da Lua - símbolo e governante da forma - diminui progressivamente, e o homem na roda inversa liberta-se paulatinamente do controle da matéria. A fascinação atrativa de tudo que é material desvanece-se de forma crescente. Júpiter, que tem regido Peixes e também Aquário, está em queda neste signo. Esta queda deve ser estudada a partir de dois ângulos, uma vez que Júpiter em seu aspecto inferior proporciona a satisfação das exigências do desejo, enquanto que no seu aspecto superior Júpiter é a exteriorização da expressão do amor, que atrai para si magneticamente tudo que é desejado - desta vez, o bem do todo. Em Capricórnio, portanto, Júpiter alcança um ponto mais inferior de expressão no mais denso aspecto material, e depois - quando triunfa o amor e o altruísmo - este aspecto inferior desvanece-se até desaparecer. O simbolismo da "queda" refere-se ao aspecto superior, e mais tarde, à queda ou desaparecimento de tudo que torpe e inferior. O amor está cego e "caído" quando o desejo anda à solta, o desejo extingue-se quando o amor triunfa. Dizemos também que Netuno está em queda neste signo e pelas mesmas razões. Netuno é o Deus das águas e está esotericamente relacionado a Peixes. Devemos notar que tanto Netuno quanto Júpiter estão exaltados em Câncer, o grande signo onde o desejo de encarnar encontra sua realização; o poder de ambos diminui em Virgem, onde se sentem os primeiros sinais da consciência crística; ambos caem em Capricórnio, quando a vida e a consciência crística atingem o apogeu. Como vemos, há muito a ser trabalhado ao longo destas três linhas, e as sugestões acima indicam como o estudo comparativo e a pesquisa filosófica podem ser frutíferos.

Em Capricórnio temos o triunfo da matéria: é quando ela atinge sua mais densa e concreta expressão; mas a este triunfo, segue-se o triunfo do espírito. Há, em Capricórnio, total expressão da natureza terrena, mas também imensas possibilidades espirituais. A Índia, por exemplo, expressa uma difundida degradação, mas ao mesmo tempo, as alturas da conquista espiritual. Um estudo sobre a Índia - sua história, características e qualidades espirituais - muito revelará sobre as influências e possibilidades deste signo.

A triplicidade em que cada signo está dividido, e que chamamos decanatos, é de particular interesse no caso de Capricórnio. Como é o caso de todas as correspondências, esta triplicidade pode ser relacionada aos três aspectos de Deus e do homem - espírito, alma e corpo. O decanato central é, assim, de importância peculiar no nosso período mundial porque diz respeito ao efeito das influências planetárias, dos raios solares e da energia das constelações sobre a alma ou aspecto consciência. Este é o caso, quer estejamos considerando o homem na roda comum, ou na roda reversa. Do ponto de vista da interpretação astrológica, e no caso de não estar o astrólogo seguro sobre a direção em que gira a roda, este é o único decanato, com seu regente, do qual podemos estar seguros. A influência do regente é por isso inevitável. Isto acontece notadamente em relação ao signo de Aquário, no qual nosso sol está entrando: seus três decanatos - Saturno, Mercúrio, e Vênus - trazem inevitavelmente dificuldades, iluminação e amor fraternal. Na roda comum, em todos os assuntos externos, Saturno está no comando, e como consequência, encontramo-nos hoje numa situação difícil e caótica; mas, no que se refere à consciência da raça, Mercúrio está se tornando cada vez mais ativo. A iluminação está tendo o seu lugar e a luz está sendo lançada sobre todos os problemas - luz sobre os governos e a política, mediante experimentos e estudo de grandes e básicas ideologias; luz sobre a natureza material do mundo, por meio de todos os muitos ramos da ciência; luz sobre a própria humanidade, através da educação, da filosofia e da psicologia. Esta luz se está espalhando até os lugares mais obscuros do planeta e suas múltiplas formas de vida.

Há duas séries de regentes para os três decanatos. Segundo Alan Leo, temos Saturno, Vênus e Mercúrio; segundo Sepharial, temos Júpiter, Marte e o Sol. A primeira série é a mais correta e mais esotérica. Os verdadeiros regentes são Saturno, Vênus e o Sol. Quero lembrar-lhes que Mercúrio e o Sol são intercambiáveis, mas que, neste caso, o Sol representa Mercúrio exotericamente, e esotericamente representa um planeta oculto. Saturno relaciona Capricórnio com o signo anterior, Aquário, na roda comum, e Júpiter - exotericamente compreendido - relaciona Capricórnio com Sagitário, na roda reversa. Será óbvio para todos os esoteristas que o Sol é o regente do terceiro decanato, encobrindo um planeta oculto de profundo significado, que revela a divindade no momento da terceira iniciação. Devem notar como, neste grande signo de iniciação, Saturno revela a natureza do terceiro aspecto da divindade: a substância inteligente. Vênus revela a natureza do segundo aspecto, a consciência ou amor inteligente, enquanto que o Sol - o Sol físico juntamente com o coração do Sol - revela a síntese destes dois.

As palavras-chave na roda comum são - "E a Palavra disse: Que a ambição governe e que a porta permaneça aberta". Está aqui a chave para o impulso evolutivo, para o segredo do renascimento, e da palavra que reverbera desde Câncer a Capricórnio. A porta da iniciação permanece aberta, mas durante éons o homem prefere a porta aberta em Câncer. A ambição impele o homem, vida após vida, até que ele descubra a inutilidade da gratificação terrena. Gradativamente, então, a ambição espiritual e o desejo de liberação tomam o lugar da ambição mundana, e torna-se um impulso irresistível, até o momento em que um genuíno sentido da realidade se sobrepõe à ambição mundana e espiritual. O homem pode, então, em verdade dizer: "Perdido estou na luz suprema, e no entanto volto as costas a essa luz". Para ele há agora uma única meta - servir. Por conseguinte, ele retorna ao portal de Câncer, mas sua consciência está firmemente no signo de Aquário. Tendo-se tornado o iniciado mundial em Capricórnio, ele passa agora a ser um encarnado servidor mundial em Aquário, e mais tarde, será, em Peixes, um salvador mundial.

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SAGITÁRIO, O ARQUEIRO

Este signo, como sabem, é peculiarmente um signo humano e está conectado de forma definida com o aparecimento da humanidade sobre a Terra. Há três signos zodiacais que estão mais intimamente ligados ao homem do que qualquer um dos demais. São eles: Leão, Sagitário e Aquário. De forma peculiar (mas ainda não provada) eles estão relacionados com os três aspectos de corpo, alma e espírito. As seguintes concisas afirmações de profundo significado implícito servirão para tornar isto mais claro:

Leão Sagitário Aquário
O Leão O Centauro O Portador da Água
O Homem O Arqueiro
O Servidor
Autoconsciência Consciência focalizada
Consciência grupal
Natureza física Natureza emocional Natureza Mental inferior
Homem integrado O homem que aspira Homem mental intuitivo
Alma humana A alma humana espiritual Alma espiritual
Individualização Discipulado Iniciação
Personalidade Foco egóico Foco monádico
A Cruz Fixa A Cruz Mutável A Cruz Fixa
Centralização Orientação Descentralização
Unidade individual Sentido de dualidade Unidade universal
Fogo Fogo Ar
Egoísmo Luta Serviço
Evolução Caminho final Liberação

Poderia continuar a resumir as qualidades e características destes signos e suas peculiares inter-relações, mas o que já foi apresentado é suficiente para demonstrar amplamente a conexão entre eles e o seu feito progressivo sobre o homem ao sofrer sua influência, periódica e ciclicamente. Diz-se frequentemente que estes são os signos que - quando estudados - revelarão o propósito divino no homem, assinalarão os pontos de crise no seu progresso e (quando as três influências que eles expressam tiverem feito o seu trabalho) levarão o homem "de portal a portal", porque Leão é o signo seguinte a Câncer e Sagitário é o signo anterior a Capricórnio. Estou citando um antigo livro sobre os signos.

Sagitário é, às vezes, representado por um arqueiro montado num cavalo branco, e o estudo do significado deste simbolismo revelará muito do ensinamento interno. Esta é uma das maneiras mais recentes de representar esta constelação. Anteriormente, nos dias de Atlântida (período que nos legou o que sabemos sobre astrologia), este signo era representado por um Centauro, o lendário animal, metade homem, metade animal. O simbolismo do cavalo foi dominante nos mitos atlantes, assim como o carneiro e o cordeiro predominam nas nossas representações modernas. O primitivo símbolo do centauro representava a evolução e o desenvolvimento da alma humana, com seus objetivos humanos, seu egoísmo, sua identificação com a forma, seu desejo e suas aspirações. O Arqueiro montando o cavalo branco, o símbolo mais estritamente ariano, deste signo, significa a orientação do homem para uma meta definida. O homem, agora, não é mais parte do cavalo, mas sim está liberto da sua identificação com ele e é o fator controlador. O objetivo definido do Centauro, que é a satisfação do desejo e dos estímulos animais, torna-se nas etapas posteriores, a meta da iniciação, a qual é satisfeita em Capricórnio, depois do trabalho preliminar que foi realizado em Sagitário. A nota-chave do Centauro é ambição; a nota-chave do Arqueiro é aspiração e direção, e ambas são expressões de metas humanas; porém, uma é da personalidade, e a outra é da alma. Da ambição à aspiração, do egoísmo a um intenso desejo por altruísmo do centralizado autointeresse individual em Leão à centralização do discípulo em Sagitário, e daí à iniciação em Capricórnio. É interessante notar que o símbolo astrológico correntemente usado para este signo é apenas a flecha com um fragmento do arco. O Arqueiro, assim como o Centauro, desaparecem do quadro, e isto principalmente porque a ênfase ou foco da vida humana hoje, não mais se afirma nos fatos externos, objetivos, da vida no plano físico, e sim em alguma forma de ênfase ou foco interior, o qual varia das muitas etapas da ambição astral e emocional à aspiração espiritual, das atividades da mente inferior voltada para o interesse egoísta e a iluminação dessa mesma mente através da focalização na alma. Um antigo catecismo que todos os discípulos têm que aprender, apresenta as seguintes perguntas, seguidas das necessárias respostas:

"Onde está o animal, Ó Lanu? e onde está o Homem?

Fundiram-se em um, Ó Mestre da minha Vida. Os dois são um.

Porém, ambos desapareceram e nada mais resta a não ser o profundo fogo do meu desejo.

Onde está o cavalo, o cavalo branco da alma?

Onde está o cavaleiro que o cavalga, Ó Lanu?

Dirigiram-se para o portal, O Mestre da minha Vida. Mas alguma coisa precipitou-se à frente, entre os pilares de uma porta aberta - algo que eu mesmo liberei.

E o que te restou, Ó sábio Lanu, agora que as duas espécies do cavalos te abandonaram e o cavaleiro, sem amarras, está livre?

Que resta agora?

Nada senão meu arco e a flecha, Ó Mestre da minha Vida, porém eles me bastam e, no devido tempo, eu, teu Lanu, seguirei célere, a flecha que lancei. Quanto aos cavalos, deixá-los-ei deste lado da porta, pois não são mais necessários. Livre entrarei, recuperarei a flecha que disparei e passarei rapidamente de um portal a outro, seguindo a flecha que vai adiante"

Esta é a razão porque são cinco as notas-chave de Sagitário:

1 - dualidade aderida ou amalgamada - o Centauro, Dualidade não aderida - o Arqueiro;
Liberdade ou unidirecionalidade - O Arco e Flecha;

2 - ambição humana, conduzindo finalmente à aspiração espiritual;

3 - um claro raio de luz, que é a atitude intuitiva ou focalizada do discípulo aceito.

4 - O "retorno da flecha da intuição", como às vezes é chamado. É a vara da flecha da aspiração que retorna àquele que a enviou como flecha da intuição. Sagitário é um dos signos intuitivos, porque somente a intuição será capaz de levar um homem ao sopé da montanha da iniciação em Capricórnio.

5 - Idealismo, que é o poder de ver a visão e de nos orientarmos em direção a ela. Este é o trabalho de Marte, a expressão do sexto raio.

Um estudo dos mapas da família humana em todas as diferentes etapas, desde o período da experiência na Cruz Mutável, onde a personalidade é armada, construída, desenvolvida e integrada, até a sua crucificação final na Cruz Fixa dos Céus, revelará que, todas as vezes que o homem se encontra sob a influência de Sagitário, é com a finalidade de orientar-se para um novo e mais elevado objetivo, com a tarefa de refocalizar-se em direção a uma meta mais alta e desenvolver algum propósito básico diretivo. Estes propósitos em desenvolvimento vão desde o desejo puramente animal, passam pela ambição humana egoísta, até à luta do aspirante, discípulo ou iniciado para alcançar a necessária liberação, em direção à qual todo o processo evolutivo o tem impelido. É interessante, neste contexto, traçar o desenvolvimento da consciência humana por meio das energias desencadeadas através dos vários signos zodiacais:

1 -Instinto, governando o desejo Câncer. Consciência não-desenvolvida da massa. Eu desejo.
2 - Intelecto, governando a ambição Leão. Consciência individual. Eu sei.
3 -Intuição, governando a aspiração Sagitário. Consciência da alma nas primeiras etapas. Eu visualizo.
4 - Iluminação, governando a intuição Capricórnio. Consciência da alma nas etapas finais. Eu compreendo.
5 -Inspiração, governando o serviço Aquário. Consciência grupal. Eu surjo.
6 - Identificação, governando a liberação Peixes. Consciência divina. Eu e o Pai somos um.

Nestes signos - Câncer, Leão, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes - temos os seis signos que constituem a estrela de seis pontas da Hierarquia Humana ou Quarta Hierarquia Criadora, Câncer e Peixes marcando os dois extremos. O Caranguejo simboliza o aprisionamento (a carapaça dura e as rochas sob as quais ele se abriga), e o Peixe significa a liberdade. Entre ambos - em Leão, Sagitário, Capricórnio e Aquário - temos as quatro etapas do desenvolvimento da personalidade, a luta com os pares de opostos, e finalmente a liberação para o pleno serviço espiritual. Em conexão com o desenvolvimento do intelecto até à intuição e sua consumação como a divina aspiração da personalidade ("inspirada do alto", como é chamada esta etapa), podem ser úteis as ideias seguintes. São apenas alusões, e deixo aos estudantes a tarefa de desenvolver as suas várias implicações.

Vimos que Câncer é o signo da vida instintiva e que, em Leão, o intelecto ou mente torna-se parte do equipamento do homem individual. Esta percepção intelectual é o resultado de uma lenta evolução da natureza instintiva, a qual depois de ter alcançado certo estágio de desenvolvimento passou para a influência direta da Hierarquia do planeta de um novo modo, e então - sob a estimulação das energias vindas do planeta Vênus - deuse uma fusão que resultou na emergência da autoconsciência do homem individual. Gradualmente, no transcurso de éons, a natureza instintiva retrocedeu para um segundo plano, ou abaixo do nível de consciência, enquanto o intelecto se tornou um fator cada vez mais dominante e crescentemente potente. Em Escorpião, a mente é liberada para plena atividade governante. Este liberação é feita em duas etapas:

Etapa 1 - quando o intelecto se torna dominante e poderoso e finalmente controla a natureza emocional;

Etapa 2 - quando o intelecto é iluminado pela luz da alma.

Ao ocupar-se com discípulos probacionários e com a humanidade comum, os servidores da humanidade fariam bem em lembrar-se destas duas etapas e não as confundir quando tentam ajudar àqueles que estão nesta ou naquela etapa. No primeiro caso, a ênfase reside na luta da personalidade para livrar-se das garras do desejo inferior, e no segundo, para livrar-se da miragem mundial que é revelada quando a luz da alma é lançada sobre ela, através da mente refletora e iluminada. Na primeira etapa, o poder do raciocínio treinado e da mente racional é posto em atividade pela alma; na etapa seguinte, a iluminação da alma deve jorrar para a mente e é, então, refletida como um holofote, para o plano astral.

Isto ocorre no caminho probacionário e é chamado "a experiência do discípulo nas profundezas ou nos vales."

Em Sagitário, o intelecto que foi desenvolvido, usado e finalmente iluminado, torna-se sensível a um tipo de experiência mental ainda mais elevado, ao qual damos o nome de percepção intuitiva. Jatos de luz são lançados para esclarecer problemas. Uma possível visão de conquista - ainda que distante - é vista; o homem começa a deixar as profundezas às quais descera em Escorpião e vê à sua frente a montanha em Capricórnio, que ele sabe que eventualmente terá de escalar. Ele não mais caminha nas trevas, porque ele vê o que tem de ser feito e por isso faz rápidos progressos e "percorre o caminho celeremente". Ele "voa de um ponto a outro em busca das flechas que disparou". Figurativamente falando, ele tem que, constantemente, descer de seu cavalo branco (a personalidade desenvolvida e purificada) e descobrir onde as flechas da aspiração intuicionante o levarão; ele viaja nas "asas da alma" (observe a relação com os pés alados de Mercúrio, o mensageiro dos Deuses) e torna-se, na sua própria personalidade, o Deus alado: Mercúrio, como sabemos, rege Gêmeos, o oposto polar de Sagitário. Isto ele faz até que tenha estabelecido uma relação equilibrada entre a personalidade e a alma e possa funcionar como uma ou outra com igual facilidade a qualquer momento que desejar.

Isto acontece no caminho do discipulado e é chamado "a experiência do discípulo nas planícies" da Terra, porque o caminho entre os pares de opostos corre reto e plano, deixando, de um lado, as profundezas da experiência da personalidade e, do outro lado, as atitudes da experiência da alma (neste ponto de desenvolvimento).

Em Capricórnio, aprende a compreender o significado da luz crescente com que se depara à proporção que ele sobe para o topo da montanha. Os lampejos de intuição, com os quais ele se está familiarizando, transformam-se em constante e flamejante luz da alma que irradia a mente e provê aquele ponto de fusão que sempre deve ser a "fusão das duas luzes, a luz maior e a menor", a que me referi em Um Tratado sobre Magia Branca. A luz da personalidade e a luz da alma fundem-se. Não preciso estender-me sobre isto, porque nada que eu possa dizer seria mais do que é agora - a teoria da iniciação. Isto ocorre no caminho da iniciação e chama-se "a experiência no cume da montanha". Todas as experiências são necessárias - nas profundezas, nas planícies e no cume da montanha.

Como sabemos, Sagitário é um dos quatro braços da Cruz Mutável. Podem formar uma ideia da simbologia geral desta Cruz, vista do ângulo da qualidade, se observarem as duas séries de características que distinguem o homem nesta Cruz - tanto o homem não-desenvolvido quanto o aspirante à divindade. Podemos enumerá-las, como está abaixo, encontrando para cada braço uma frase distintiva:

Homem não desenvolvido Gêmeos - Mudança. Instabilidade. Interação
Sagitário - Desejo ambicioso. Direção. Orientação
Virgem - Vida Material. A nutrição de uma ideia
Peixes - Sensação. Mediunidade. Fluidez
Homem desenvolvido Gêmeos - Reconhecimento da alma e da forma
Sagitário - Aspiração espiritual centralizada
Virgem - A mãe do Cristo-Menino. Gestação
Peixes - O Salvador mundial. O Mediador

Com referência ao que acabamos de dizer, é interessante observar que os gêmeos separados e desapegados, se convertem no centauro em Gêmeos e no homem-animal em Sagitário, enquanto Virgem - a Virgem se transforma na deusa-peixe no seu oposto solar, Peixes. Poder-se-ia escrever um tratado sobre a relação dos opostos no círculo zodiacal, porque eles expressam o espírito e a matéria e sua inter-relação, mais a atividade de energias qualitativas; ao mesmo tempo dão testemunho do fato de que ambos são um, e simplesmente a expressão de grandes Vidas mutáveis, embora fixas e espiritualmente iniciadas.

É por esta razão que a constelação de Libra ocupa um lugar ímpar na Grande Roda, pois é a energia oriunda desta constelação que controla o que poderíamos chamar (por falta de um termo mais adequado) o "eixo da roda", ou ponto central no espaço intermédio onde as doze energias zodiacais se encontram e se cruzam. Libra, portanto, controla o "momento de reversão da roda" na vida de qualquer aspirante, porque há um momento no ciclo de vidas onde se chega a um ponto de estabilidade e se alcança um equilíbrio relativo e este acontecimento é presidido por Libra. Algum dia será de interesse fazer uma pesquisa científica sobre o poder de estabilização conferido por Libra e a consequente análise do efeito de Libra sobre a vida individual de cada um. Seria então possível descobrir se essa vida na qual um homem leva adiante o processo de reversão não seria, talvez, aquela em que o Sol está em Leão, com Libra como ascendente. Este estudo estatístico ainda não foi realizado, mas há muito trabalho a ser realizado sobre este tema. Faço apenas uma sugestão, mas creio que isto será comprovado. Uma investigação semelhante na história do espiritismo e dos médiuns associados a ele, talvez prove que a maioria dos médiuns no mundo, que pertencem a um tipo de grau inferior ou exclusivamente de transe - negativos e usualmente não inteligentes - nascem em Câncer com Peixes no ascendente, ou em Peixes com Câncer ascendente. Tais estudos teriam que forçosamente envolver centenas de casos e estender-se por um longo período de tempo para provar o que estou dizendo. Também seria interessante analisar-se essas encarnações particulares e seus horóscopos quando opostos polares aparecem relacionados entre si - um como o signo solar e o outro como ascendente - porque essas vidas geralmente expressam algum grau de equilíbrio ou de culminação; de um modo ou de outro, não serão vidas negativas ou às quais falte direção, eventos ou propósitos. Isto sucede especialmente na Cruz Fixa dos Céus.

Terão notado que meu propósito, nesta parte do Tratado, é despertar o interesse e a busca, e levar os estudantes à investigação, científica estatística e analítica. Somente assim seriam comprovadas estas minhas premissas básicas, as quais viriam substituir os insatisfatórios métodos atuais - métodos que a maioria dos astrólogos com real capacidade e insight consideram deploravelmente insatisfatórios.

O regente de Sagitário, sob o ângulo ortodoxo, é Júpiter, e do ponto de vista do Caminho do Discipulado é a própria Terra. Marte governa este signo do ponto de vista das Hierarquias envolvidas. O fato mais interessante que se destaca, quando estudamos a Cruz Mutável como um todo, está relacionado com os regentes dos seus quatro signos. Do ponto de vista da astrologia ortodoxa, apenas dois planetas regem ou governam os quatro signos: Júpiter e Mercúrio. Mercúrio governa Gêmeos e Virgem, enquanto Júpiter governa Sagitário e Peixes. A razão para isto é óbvia, se estudarem a natureza dos raios que se expressam através desses signos. Mercúrio é o agente ou mensageiro do 4° Raio da Harmonia através do Conflito, enquanto que Júpiter é o meio para a expressão do 2° Raio de Amor-Sabedoria. Estes dois raios governam a massa dos homens na Cruz Mutável e estão estreitamente relacionados com a encarnação em massa da 4a Hierarquia Criadora. Sua função é fundir e mesclar, num todo cooperativo, as grandes dualidades que se expressam por meio do 4° reino da natureza. O que isto significa é óbvio. É fácil perceber-se como, através das influências de Mercúrio e Júpiter, o desejo material pode ser transmutado em amor divino, e o conflito - que é a marca distintiva da família humana -pode ser o instrumental que resolve a dissonância em harmonia. O modelo definitivo e a direção deste processo tem que tomar forma na Cruz Mutável, antes que as energias da Cruz Fixa possam transformar o homem ambicioso e egoísta num discípulo altruísta.
Tudo isto tem que forçosamente ser iniciado na Cruz Mutável, que é essencial e significativamente a Cruz da mente cambiante, fluídica e inquieta, e é nesta Cruz que a natureza da mente é finalmente desenvolvida e começa seu controle integrador da personalidade. Quando este processo está em curso, a experiência da Cruz Mutável termina, e a Cruz do Discipulado começa a desempenhar sua parte.

O caso é completamente diferente em relação ao lado subjetivo do desenvolvimento. Quando esotericamente o discípulo que se encontra em encarnação está sob a influência da Cruz Mutável na sua vida de personalidade e que, como alma, está na Cruz Fixa ele fica sob a influência direta da energia de quatro planetas, três dos quais são não-sagrados. Geralmente estes quatro suplantam, ou melhor, começam a dominar a influência de Mercúrio e Júpiter, dando maior facilidade de expressão e exercendo aquela influência que trará a personalidade à correta relação com a alma, porque é essencialmente essa, a tarefa da Cruz Fixa e a meta do discípulo. É em conexão com os planetas que governam Sagitário, exotérica e esotericamente, que podemos facilmente fazer uma ideia da complexidade das forças com as quais o discípulo tem que lutar e do significado das forças dos raios que fluem para dentro dele e através dele. Tomem, por exemplo, a constelação que estamos agora considerando e lembrem-se que as mesmas correntes básicas de energia terão que ser observadas, em conexão com qualquer outro signo no qual o homem venha à encarnação. Verão que teremos que levar em consideração o seguinte:

1. o signo solar - Neste caso Sagitário condiciona as circunstâncias, indica a herança e a força à assertividade do meio-ambiente sobre o sujeito;

2. o signo ascendente - Este pode ser qualquer um dos outros nove signos;

3. a Cruz Mutável - As quatro energias que se encontram no "ponto do meio do caminho" e que têm sobre o sujeito um efeito unificado e definido. A mesma afirmativa aplica-se às outras duas Cruzes;

4. os Planetas Ortodoxos - Estes condicionam a personalidade. Neste caso temos Mercúrio e Júpiter. As doze casas governadas pelos planetas são igualmente de primordial importância, sob o ângulo da energia transmitida;

5. os Planetas Esotéricos - Estes introduzem, renovadas ou aumentadas, as energias planetárias e de raio de modo mais dinâmico. No caso de Sagitário, estas energias são Vênus, Lua, Terra e Plutão;

6. o Regente Planetário de uma Hierarquia - No caso em questão, este planeta é Marte, que rege a 6a. Hierarquia Criadora, os Senhores Lunares (os elementais da tríplice personalidade) que têm que ser submetidos ao controle do Senhor Solar.

Um estudo sobre o que está exposto acima revelará relações interessantíssimas e provará minha ideia sobre a multiplicidade de energias às quais pode responder o maravilhoso mecanismo do homem, e às quais, no decorrer da evolução, ele pode tornar-se cada vez mais sensível.

Não posso aqui entrar numa análise detalhada das muitas energias que fluem através do discípulo quando ele chega às etapas finais da Cruz Mutável, e em Sagitário alcança a determinação de "dirigir seus passos para outro caminho de vida e com firme ardor subir a outra Cruz", segundo está no Velho Comentário. Posso apenas destacar que as seguintes forças de raio fluem para o homem por intermédio dos seguintes planetas:

Exotérico Mercúrio 4º Raio A Harmonia através do conflito
Júpiter 2º Raio Amor-Sabedoria
Esotérico Vênus 5º Raio Ciência Concreta. Mente
A Lua 4º Raio Harmonia através do conflito
A Terra 3º Raio Inteligência Ativa
Plutão 1º Raio Aspecto Destruidor
- Marte Hierárquico 6º Raio Devoção. Guerra até a morte da personalidade ou da forma

Uma análise disto mostrará que as "forças do conflito" são poderosas neste signo, principalmente na vida do discípulo. A Harmonia através do Conflito está incessantemente ativa e aparece nas atribuições quer ortodoxas quer esotéricas, O poder destrutivo do 1° raio, focalizado em Plutão, provoca mudança, escuridão e morte. A esta intensidade e potência de Plutão tem que ser somada a vigorosa e dinâmica energia, assim como o indivíduo, sob a lei da disputa, desta vez baseada no 6° Raio da devoção a um ideal-elevado ou inferior. Tudo isto atua sobre o indivíduo nascido no signo de Sagitário, assim como sobre a 4ª Hierarquia Criadora como um todo. Como podem ver, isto introduz uma situação terrificante, e as forças que atuam sobre o discípulo são de natureza momentosa - desde que o mecanismo de percepção seja adequado a responder. Estas forças estão sempre presentes em todos os signos, porém a receptividade e a sensibilidade ao seu impacto depende da natureza do aparelho de resposta. Reflitam sobre este pensamento, porque é esta sensibilidade que marca a diferença entre o discípulo e o homem comum. Estas influências planetárias são distintivas dos Filhos da Mente originários de Vênus; elas são características dos Senhores do Sacrifício e da Vontade - funcionando no tempo e no espaço como a 4ª Hierarquia Criadora. A vida da forma é regida pela Lua que vela um planeta oculto; estes Filhos da Mente vivem na Terra e, portanto, dentro do corpo do Logos planetário e são de natureza definitivamente inteligente, o que faz deles os Senhores do Conhecimento que atingem seu objetivo através da luz da mente e através do método do conflito, porque eles são também os Senhores da Incessante e Perseverante Devoção. Todos os nomes acima relacionados com os planetas que governam Sagitário, serão reconhecidos pelos estudantes de A Doutrina Secreta. São os "nomes das qualidades" dos Divinos Manasaputras os Agnishvattas - que somos nós mesmos.

Um estudo do parágrafo acima indicará a importância do signo de Sagitário na vida dos encarnados Filhos de Deus.

Quero ressaltar também que, através de Júpiter e suas influências, Sagitário está relacionado com três outras grandes constelações:

1. Peixes - Exotericamente, indicando a meta final para o homem.

2. Aquário - Esotericamente, indica o propósito de toda evolução material e o objetivo de todos os processos da encarnação.

3. Virgem - Hierarquicamente, indica o propósito do Cristo Cósmico.

Tanto a Terra quanto Saturno (um planeta não-sagrado e um sagrado) são planetas expoentes ou expressões do 5° Raio da Inteligência Ativa, e a relação deste raio serve para relacionar as influências de Capricórnio com Sagitário, e assim provendo um campo de energia onde o discípulo centralizado, unidirecionado, pode finalmente tornar-se um iniciado. Esta é a meta predeterminada do indivíduo nascido em Sagitário - seja ela a iniciação em uma forma de experiência sensória ou um empreendimento espiritual consciente. O resultado de toda a experiência, em qualquer dos signos do zodíaco, deve definitivamente traduzir-se como uma expansão de consciência e, seja qual for a forma que esta experiência possa tomar, ela é consumada numa iniciação de um tipo ou de outro. Os estudantes deveriam olhar a iniciação como um processo determinante na vida e esforçar-se para que toda a experiência ou ciclo de experiência da vida resulte em uma iniciação para um campo mais amplo de percepção, de expressão e de resultante contato.

Pouco mais preciso dizer ou comentar nesta etapa do estudo. O homem que se está aproximando do caminho do discipulado ou que já é um discípulo - aceito e sob observação - muito lucrará com um estudo profundo e sistemático deste signo. Sugiro que o estudante tenha em mente a posição deste signo. Escorpião fica entre dois signos de equanimidade ou equilíbrio: Sagitário e Libra. Libra marca um interlúdio ou um notável ponto de estabilidade que antecede a árdua prova e tormento de Escorpião. Sagitário marca outro ponto de estabilidade depois dessas provas, porque o Arqueiro tem que adquirir e manter estáveis e firmes o olho, a mão e a postura antes de desferir a flecha que - quando corretamente direcionada e corretamente seguida - o conduzirá através do portal da iniciação.

Ao estudar Sagitário torna-se óbvio que um dos mais importantes temas é o da Direção. O Arqueiro está guiando seu cavalo para algum objetivo específico; ele envia ou dirige sua flecha para um ponto desejado; ele mira um alvo específico. Este sentido de direção ou orientação é característico do homem esclarecido, do aspirante e discípulo, e este é um reconhecimento sempre crescente. Quando esta faculdade sensitiva de direção é corretamente desenvolvida, torna-se, nas etapas iniciais, um esforço para identificar toda atividade da alma e da personalidade com o plano de Deus, isto é, em última análise, a direção ordenada do pensamento de Deus. Não há verdadeira direção separada do pensamento, e vocês devem lembrar-se que o pensamento é poder. Todos os discípulos deveriam meditar sobre esta afirmação, porque serão incapazes de alcançar uma real compreensão da direção do Plano de Deus a não ser que trabalhem com uma fase em suas próprias vidas que esteja subordinada à sua própria orientação mental. Somente então poderão entender. Na roda comum da vida, o homem nascido neste signo ou com este signo no ascendente, será, influenciado por aquilo que as antigas Escrituras hindus chamam Kama-manas, inadequadamente traduzido por desejo-mente. Esta força dual controla e influencia a vida; nas etapas iniciais do desenvolvimento a focalização é sobre o desejo e a satisfação desse desejo e, nas etapas posteriores do desenvolvimento puramente da personalidade, a focalização é sobre o controle que a mente exerce sobre o desejo. O principal objetivo, nesta época, é o uso inteligente de todos os poderes para satisfazer, adequadamente o desejo que é, neste caso, muito frequente, e simplesmente, a ambição de alcançar alguma meta e realizar algum objetivo. Este processo de satisfação da personalidade tem lugar na roda comum. Na roda reversa, a meta é expressão do amor-sabedoria, o qual é sempre desenvolvido altruisticamente e sempre consagrado ao bem do todo e não à satisfação individual.

Diz-se que Sagitário governa as coxas, que são o principal centro do poder físico e força protetora, e também o centro sacro que provê energia para o uso dos poderes criativos da vida física. Isto também é verdadeiro simbolicamente. Em Sagitário, o discípulo tem que descobrir duas coisas dentro de si mesmo: o poder de progredir na senda e trilhar o Caminho, e a capacidade de criação, num sentido mais elevado e espiritual. Isto diz respeito à relação entre o centro sacro e o da garganta. Estes poderes superiores estão ainda embrionários nas experiências sagitarianas iniciais do discípulo, porém tornam-se mais desenvolvidas e potentes à medida que ele retorna ciclicamente à vida de experiência neste signo.

É interessante notar que nenhum planeta está exaltado ou em queda neste signo. Apenas uma coisa acontece: o poder de Mercúrio fica bastante enfraquecido. É por esta razão que Sagitário é considerado esotericamente um signo de estabilidade, sem extremos. Não há grande queda, como também não há exaltação. Este fato indica que o discípulo tem que andar num caminho nivelado entre os pares de opostos, sem ser influenciado pelo "poder de exaltação ou potência daquilo que cai". Nem o vale, nem as alturas, produz qualquer efeito demonstrável.

Mercúrio, que é a expressão do 4° raio e também o Deus dos processos mentais, tem seus poderes definitivamente diminuídos neste signo, esotericamente falando, por duas razões:

Primeiro, o discípulo definitivamente deixou de identificar-se seja com a sua personalidade e processos humanos, seja com o reino humano, antes de receber a iniciação. Sua ênfase, daqui por diante, será sobre a alma espiritual e o quinto reino da natureza. Ele começa a expressar esta primeira etapa em Sagitário, a qual envolve uma completa retirada (no sentido da personalidade) do lado forma da vida. Isto, mais um vez, acarreta (num determinado momento de crise) um ponto de estabilidade.

Segundo, o poder da mente, tendo sido desenvolvido, testado comprovado no signo de Escorpião, começa a diminuir sua atividade e a intuição começa a tomar o seu lugar. Isto é essencial antes que o discípulo entre no signo de Capricórnio e comece a preparação para a iniciação.

No que diz respeito aos três decanatos de Sagitário, Sepharial dá como regentes os planetas Mercúrio, a Lua e o Sol, enquanto Alan Leo dá Júpiter, Marte e o Sol enfatizando como sempre o faz, o modo dos esoteristas. Ele geralmente se sintoniza com os significados esotéricos, embora nem sempre. Júpiter dá expansão suplantando Mercúrio, porque a mente mercurial é sempre uma limitação, ainda que apenas temporária. A Lua dá lugar a Marte, o qual confere a qualidade da devoção e a capacidade de lutar por um ideal. Este conceito e método idealista de trabalho é sempre característico do discipulado durante as etapas iniciais do desenvolvimento na Senda. O Sol, que personifica o Anjo Solar, permanece constante através dos processos exotéricos e esotéricos, e portanto a astrologia o reconhece como uma pressão e presença constantes, o que, por si só, indica uma significativa verdade. A alma permanece eternamente presente - no passado, no presente e no futuro.

Para terminar apenas citarei as duas palavras-chave deste signo, uma quando ele segue na roda comum e a outra, na roda reversa. O sentido e significação são tão óbvios que dispensam elucidação. A injunção para o homem na roda ortodoxa é:

E a Palavra disse: "Que o alimento seja procurado".

Para o homem na roda reversa soa a Palavra:

"Eu vejo o objetivo. Alcanço este objetivo e então vejo outro". Possam as palavras desta última injunção feita ao discípulo encontrar um significado no seu coração e mente.

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SCORPIO, O ESCORPIÃO

Vamos agora considerar um signo que é de suprema importância na vida do homem em evolução. Certos signos estão em relação muito estreita - através do fluxo e refluxo de energia - em algumas das constelações maiores, as quais estão, em uns poucos casos, peculiarmente conectadas com os signos do zodíaco. Há quatro signos zodiacais que estão misteriosamente associados ao que - na falta de termos mais adequados - podemos chamar "a expressão da personalidade" do próprio Logos Solar, ou o Divino Quaternário, a quádrupla manifestação da Deidade.

Esses quatros signos são Áries - Leão - Escorpião - Aquário, e eles envolvem a expressão da energia de um signo Cardinal e de três signos que formam parte da Cruz Fixa dos Céus. Poderíamos expressar esta verdade de outra maneira: Deus, o Pai, a Vontade de manifestar, inicia o processo criativo que é levado a cabo pela atividade de Deus, o Filho, o Cristo, crucificado na Cruz Fixa dos Céus. A atividade de Deus, o Espírito Santo, implícito na Cruz Mutável, está intimamente associada ao sistema solar anterior, e a energia deste aspecto divino está, praticamente, totalmente ocupada em manipular as forças herdadas daquele sistema e inerentes à natureza da própria substância. Este aspecto divino - o Espírito Santo - representa para o todo geral da manifestação divina, o mesmo que a natureza inferior (a vida da forma ou personalidade nos três mundos da evolução humana) representa para alma de um ser humano. Quanto a estas três Pessoas da divina Trindade, podemos dizer que:

1. Áries é o ponto focal do primeiro aspecto da divindade, o aspecto vontade.

2. Leão é o ponto focal para a expressão do segundo aspecto, o amor-sabedoria ou aspecto consciência. Isto principalmente no que concerne à família humana.

3. Virgem é o ponto focal para a expressão do terceiro aspecto, a inteligência ativa. Neste signo está simbolizada a mais elevada função da matéria.

Os quatro signos - Áries, Leão, Escorpião e Aquário - estão relacionados com as seguintes estrelas que não são incluídas nos doze signos do zodíaco, pois elas constituem um outro campo do relacionamento:

Áries - com uma das duas estrelas encontradas na constelação da Ursa Maior, chamadas os dois Ponteiros.

Leão - com Polaris, a Estrela Polar, que se encontra na Ursa Menor.

Escorpião - com Sirius, a estrela do Cão.

Aquário - com Alcione, uma das sete Plêiades.

Pouco posso dizer sobre as energias que jorram destes distantes, embora potentes pontos, para estes quatro signos zodiacais, porque elas são parte da expressão da vida de uma Identidade incomensuravelmente superior e mais adiantada do que o nosso Logos Solar. Não obstante, algumas sugestões poderão ajudar o astrólogo realmente esotérico, especialmente estas sobre Escorpião. Na atual etapa da evolução humana, Escorpião governa o Caminho do Discipulado. Deverão notar, também, como Leão-Escorpião-Aquário formam um peculiar triângulo de força, mas este ponto será tratado no Capítulo 3, sob o título A Ciência dos Triângulos.

Áries, como é de esperar-se, está estreitamente associado à Ursa Maior, mais particularmente a uma de suas estrelas chamadas Os Ponteiros, que apontam para a Estrela Polar - atualmente a maior "estrela de direção”. Direção, vontade, propósito e plano - tudo isto está ligado ao Logos Solar e Seus empreendimentos no que concerne às muitas vidas que se manifestam no veículo de expressão a que nós chamamos sistema solar. Todos respondem às influências do 1° raio, que é, para todos os efeitos, a energia da vontade divina personificada, e que é descrita esotericamente como "o inevitável propósito direcionado". Dentro do nosso sistema solar, Vulcano e Plutão são expressões ou depositários da energia do 1° raio, e são, como já disse, planetas esotéricos. A primeira indicação da verdadeira vontade espiritual somente começa a manifestar-se no Caminho do Discipulado - daí a tardia descoberta destes dois planetas (tardia, sob o ângulo do tempo e conhecimento humanos) porque somente neste período da raça ariana é que a humanidade começa, até certo ponto, a manifestar evidências (apenas evidências por enquanto) de reação ou resposta à vontade espiritual da deidade que chega ao nosso planeta e dele para nós, via Áries, Vulcano e Plutão. Temos, portanto, a seguinte linha direta da energia da vontade:

1. O Ponteiro, a mais afastada da Estrela Polar na constelação da Ursa Maior, e que é, esotericamente falando, o grande reservatório ou ponto focal que leva a termo o propósito de Deus. O Ponteiro mais próximo da Estrela Polar expressa um aspecto mais inferior da vontade a que - em termos da humanidade - chamamos vontade própria.

2. Áries, no qual a vontade de criar ou de manifestar-se aparece e o grande experimento divino é iniciado.

3. Vulcano e Plutão estão relacionados aos dois Ponteiros e somente agora começaram, de modo definitivo e claro, a afetar a resposta humana. Até agora seu efeito tem sido de natureza planetária e sem efeito algum sobre o quarto e o segundo reinos da natureza.

4. Shamballa, o Guardião do Plano para o nosso planeta.

Leão é o signo onde a consciência da individualidade é desenvolvida, utilizada e finalmente consagrada ao propósito divino. Está relacionado à Estrela Polar (que se encontra na Ursa Menor) e é também peculiarmente suscetível à influência daquele Ponteiro na Ursa Maior que está próximo à Estrela Polar. Esotericamente falando, a Estrela Polar é considerada a "estrela da reorientação" por meio da qual é desenvolvida a arte de "voltar a encarar e recuperar o que foi perdido". Isto, oportunamente, traz o homem de volta à sua fonte de origem. Pode-se, portanto, deduzir que este Ponteiro, e a energia que dele emana, guia a humanidade no caminho evolutivo, e está constantemente ativa em sua influência sobre o homem que ainda está na Cruz Mutável. Depois, a energia do Ponteiro mais afastado da Estrela Polar faz sentir sua presença e um sentido de correta direção ou liderança é registrado pelo discípulo no Caminho, e tal liderança (quando seguida) aproxima o homem da Hierarquia. É aqui que a necessidade divina de alcançar o alinhamento nos é representada pelo simbolismo do céu, e quando este é alcançado há, então um fluxo direto de energia divina e o homem é vinculado, de um modo novo e criativo, às fontes do divino suprimento. Seria aconselhável que os astrólogos, ao fazer os horóscopos de discípulos, e principalmente de iniciados, levassem em consideração os dois Ponteiros e a Estrela Polar, que estão misteriosamente associados aos três aspectos do homem - Espírito, alma e corpo. Mais do que isto não me é permitido falar. Posso, contudo, apresentar outra sugestão. Estas três estrelas são corporificações dos três aspectos da vontade divina. São os três aspectos de todas as expressões da divindade em manifestação que sub jazem à Ciência dos Triângulos. Isto será elaborado mais tarde.

Um outro triângulo de energia aparece também: Áries, Leão e Estrela Polar, e eles estão duplamente conectados por intermédio dos Ponteiros.

Escorpião está sob a influência ou emanação da energia de Sirius.

Esta é a grande estrela da iniciação porque nossa Hierarquia (uma expressão do segundo aspecto da divindade) está sob a supervisão ou controle espiritual magnético da Hierarquia de Sirius. Estas são as principais influências controladoras por meio das quais o Cristo cósmico trabalha sobre o princípio crístico no sistema solar, no planeta, no homem, e nas formas inferiores de expressão da vida. É chamada, esotericamente "a estrela brilhante da sensibilidade". Temos pois:

Polaris - A Estrela da Direção governando Shamballa. Mais tarde outra Estrela Polar tomará o lugar de Polaris, devido à interação de forças no universo e do deslocamento e movimento gerais. Mas o nome e qualidade desta estrela somente serão revelados na iniciação.

Sírius - A Estrela da Sensibilidade, que governa a Hierarquia.

Alcyone - A Estrela do Individuo, que governa a humanidade.

Pelo exposto acima, podem ver como todo o plano deste Tratado está sendo gradualmente desenvolvido. Foi necessário indicar a natureza o propósito dos três centros divinos - Shamballa, a Hierarquia e a Humanidade - antes que fosse possível tornar clara esta parte do ensinamento, ou antes que pudesse indicar a natureza das energias que fluem de distantes constelações e signos para o nosso esquema planetário.

Escorpião é a grande constelação que influencia o ponto crucial, seja na vida da humanidade, seja na vida individual do ser humano. Pela primeira vez na história tanto da humanidade quanto dos discípulos a energia de Sírius, fluindo para sete grupos que formam a nossa Hierarquia planetária, evoca uma resposta. Quero relembrá-los de um fato básico no processo evolutivo que a astrologia, com o tempo, provará cientificamente, além de qualquer controvérsia: o fato de que energias e forças fluem para nosso sistema e vidas planetárias ininterruptamente, potentemente e ciclicamente. Não obstante, são consideradas hoje como existentes apenas quando evocam uma resposta definida. Elas se originam de inumeráveis fontes estranhas ao nosso sistema e esquemas planetários, porém, até que o homem responda a elas e as registre, cientistas e astrólogos não as reconhecem e é como se elas não existissem. Este é um ponto a ser lembrado porque, ao prosseguir no ensinamento, poderei indicar algumas fontes de energia ativa sobre o nosso sistema e seu conteúdo, que não sejam ainda do seu conhecimento. A dificuldade residirá, não na minha falta de exatidão, mas sim, na falta de sensibilidade no mecanismo de resposta que a humanidade e os discípulos utilizam atualmente.

Em relação ao caminho do discipulado, temos as seguintes linhas de "energia influente":

1. Sirius - trabalhando de modo sétuplo através de sete raios e seus sete grupos, já que eles constituem a Hierarquia ativa.

2. A Cruz Fixa - uma fusão das quatro principais energias, que fluem para o nosso sistema solar, para o planeta e através da humanidade.

3. Escorpião - Um aspecto da Cruz Fixa, de peculiar e especializada potência no Caminho do Discipulado, e que com suas provas e experiências, prepara:

a) O processo de reorientação, quando o homem passa para a Cruz Fixa e deixa a Cruz mutável.

b) o discípulo para a 1ª, 2ª e 3ª iniciações. Depois da 3a iniciação, sua peculiar potência probatória não mais se faz sentir.

4. A Hierarquia - A agência de distribuição para os vários reinos da natureza.

5. Marte e Saturno - Estes dois planetas são excepcionalmente potentes no que concerne à iniciação à vida Hierárquica: Marte é potente em relação a Escorpião, e Saturno, em relação a Capricórnio. Isto envolve intensificada atividade do 6° e 3° raios e suas energias que, quando corretamente empregadas, produzem a liberação do controle da forma e a libertação da consciência individual.

Aconselho mais uma vez aos astrólogos, trabalharem com esta linha de fusão de forças, estudando suas implicações e efeitos na vida do discípulo.

Aquário relaciona a humanidade às Plêiades, e portanto a Touro, de modo pouco comum. A chave para esta relação está na palavra desejo, conduzindo - por meio dos processos de transmutação da vida de experiência - à aspiração e, finalmente, ao abandono do desejo em Escorpião. Aquário, Alcyone e a Humanidade formam um interessantíssimo triângulo de força. Alcyone é uma das sete Plêiades e chamada "a estrela do Indivíduo", e às vezes, "a estrela da inteligência". Esteve potentemente ativa durante o precedente sistema solar, quando a Terceira Pessoa da Trindade foi especialmente potente e ativa, assim como hoje o Cristo Cósmico - a Segunda Pessoa da Trindade - é particularmente ativo no atual sistema solar. As energias provenientes de Alcyone impregnaram a substância do universo com a qualidade da mente. Como consequência desta antiquíssima atividade, essa mesma força estava presente na época da individualização neste sistema solar, porque é neste sistema e principalmente no nosso planeta, a Terra, que os mais importantes resultados daquela atividade se fizeram sentir. Dois de nossos planetas, a Terra (não-sagrado) e Urano (sagrado), são o produto direto da atividade do 3° Raio. É muito importante lembrarmo-nos disso. Lembrem-se também de vincular este fato ao ensinamento de que, por meio do centro divino de inteligência ativa a que chamamos humanidade, o quarto reino da natureza atuará, oportunamente, como um princípio mediador para os três reinos inferiores. A Humanidade é o divino Mensageiro para o mundo da forma; é essencialmente Mercúrio, trazendo luz e vida para outras manifestações divinas e disto todos os divinos Salvadores mundiais são eternos símbolos.

Este vindouro processo de serviço planetário por intermédio do terceiro centro divino somente será verdadeiramente efetivo quando Aquário governar e quando o nosso Sol estiver passando por esse signo do zodíaco. Daí a imensa importância dos próximos 2.000 anos. Portanto, somente quando um homem é um servidor mundial e desenvolve a consciência grupal pode este desejado objetivo da manifestação começar a ser demonstrado. Isto está começando a acontecer hoje pela primeira vez na história da vida planetária. É um dos primeiros frutos da iniciação e somente na raça-raiz que se seguirá à atual raça ariana, começaremos realmente a entender o significado do processo e a verdadeira natureza das energias que serão liberadas para o planeta por intermédio da humanidade. É por esta razão que Júpiter e Urano (expressões do 2° e 7° raios) são os regentes tanto exotéricos quanto esotéricos de Aquário.

Temos, portanto, que estudar a seguinte linha de força:

1. Alcyone - nas Plêiades, as mães dos sete aspectos da vida da forma e "as esposas dos sete Rishis da Ursa Maior". Estão associadas ao aspecto Mãe que nutre o Cristo-Menino.

2. Aquário - o Servidor Mundial, o transmissor da energia que evoca resposta magnética.

3. Júpiter e Urano - planetas que propiciam a consumação. O segundo raio do amor e o sétimo raio, que funde espírito e matéria "para a glória final" do Logos solar, encontram-se em plena e total cooperação.

4. Humanidade - o ponto focal de todas essas energias e distribuidor divino para o homem individual, e mais tarde, para os três reinos inferiores da natureza.

Como veem, partindo de uma ampla generalização sobre as constelações exteriores (exteriores ao zodíaco e ao próprio sistema solar), tornamo-nos mais específicos, mostrando como certas estrelas nessas constelações estão definitivamente relacionadas com o nosso planeta por meio de linhas diretas de energia; essas linhas de força geralmente nos alcançam via um dos signos zodiacais ou vão diretamente para um planeta - o que é extremamente raro. Também relacionamos ao nosso sistema solar outra constelação, a Ursa Menor, que é um reflexo ou corolário das energias principais de seu grande protótipo, a Ursa Maior ou Grande Ursa. Estes fatos contêm um grande mistério vinculado às inter-relações da Ursa Maior, Ursa Menor e Plêiades, que constituem uma das maiores e mais importantes triplicidades encontradas no céu, pelo menos até onde nós podemos comprovar, astronomicamente, a natureza de nosso universo imediato. No que diz respeito a vocês, esta é uma informação sem importância, e que só tem significado para os iniciados do 4° grau. Serve, contudo, como mais uma evidência da integridade essencial e das entrelaçadas dependências do universo.

Para entender melhor a natureza do discipulado e os processos de estabilização e correto direcionamento, temos que preceder a experiência da iniciação capricorniana, com um estudo cuidadoso das implicações espirituais do signo de Escorpião e de sua função como provedor de "pontos de crise" e "momentos de reorientação", o que será de grande valor para o estudante aplicado. Embora esteja tentando lançar as bases para uma nova astrologia e apresentar algumas informações técnicas sob o ponto de vista da Hierarquia, o motivo subjacente é sempre o mesmo: indicar o caminho do processo de viver e estimular aquele sentido de partir para a aventura espiritual e intensa aspiração de progredir, latentes em todos os discípulos, e que, quando estimulados, os capacitarão a progredir mais serena e suavemente no Caminho de Retorno; do contrário, o valor prático do que procuro comunicar, não teria valor algum. Serei entendido e a nova astrologia virá à existência de acordo com a capacidade esotérica daqueles que lerem minhas palavras e meditarem sobre elas. Estou profundamente ansioso para que - nestes dias em que tão fortemente se faz sentir nos assuntos mundiais a influência de Escorpião e do planeta Marte - o verdadeiro discernimento possa ser cultivado, desenvolvidos o otimismo e a compreensão, e que a natureza das provas a que os discípulos do mundo, a humanidade, estão sendo submetidos seja aquilatada pelo seu real valor para que a luz se espalhe pelo caminho do homem. Somente por meio da compreensão a solução virá e a retificação dos erros será alcançada.

São, necessariamente, três as provas de Escorpião, uma vez que são intimamente concernentes à felicidade da tríplice personalidade em:

1. reorientar-se para a vida da alma, e mais tarde,
2. dar evidências de estar pronta para a iniciação, e
3. demonstrar sensibilidade ao Plano, e assim tornando-se um discípulo uni direcionado em Sagitário.

As três grandes provas são por sua vez divididas em três estágios, e no Caminho do Discipulado o homem pode passar nove vezes por este signo de prova e experiência. O fato destas três provas se dividirem em três etapas, pode sugerir aos astrólogos esotéricos qual o propósito dos três decanatos em que se subdividem os signos - um ponto que espero abordar quando estudarmos a Ciência dos Triângulos. Cada prova (e portanto, cada decanato) está relacionada com os três aspectos que, neste Tratado sobre os Sete Raios, chamamos: vida - qualidade - aparência. Assim, as três grandes provas em Escorpião são, na realidade, nove provas, e daí a Serpente ou Hidra de nove cabeças estar sempre associada a Escorpião, e também daí a natureza da estupenda vitória alcançada por Hércules, o Filho de Deus, neste signo.

É interessante notar que cada um dos grandes Filhos de Deus cujos nomes são proeminentes na mente dos homens - Hércules, o Buda e o Cristo - estão associados nos arquivos da Grande Loja Branca com três signos especiais do zodíaco (os quais de modo peculiar constituem o "decanato zodiacal") em cada um dos quais Eles passaram da prova à vitória:

Em Escorpião - Hércules tornou-se o discípulo triunfante.

Em Touro - o Buda conquistou a vitória sobre o desejo e alcançou a iluminação.

Em Peixes - o Cristo venceu a morte e tornou-se o salvador do mundo.

Estas três constelações, portanto, formaram um triângulo de iniciação de profunda importância porque fornece aquelas condições e aquelas energias que testarão e aperfeiçoarão os três aspectos da personalidade para que se tornem verdadeiramente os reflexos dos três aspectos divinos; concernem primordialmente à alma e ao corpo e, portanto, sua expressão é através da Cruz Mutável e da Cruz Fixa, porém não da Cruz Cardinal. Ao que foi dito podemos acrescentar o seguinte:

1. Escorpião leva a prova diretamente à vida no plano físico, e então, ao ser ali enfrentada e manejada, a vida do homem é levada para o céu, e o problema que a prova envolve é resolvido pela mente raciocinadora.

2. Touro governa o desejo e leva a prova para o plano emocional ou astral, levando a sensibilidade-desejo do lado forma da vida para o mundo da percepção sensitiva que chamamos plano intuicional.

3. Peixes leva a prova para a região dos processos mentais, que é o reflexo do aspecto vontade da divindade; o problema do iniciado neste signo foi proclamado pelo Cristo nas palavras, "Pai, faça-se, não a minha, mas a Tua vontade". As provas levam a vontade-própria da personalidade para a região divina, e o resultado é inspiração e emergência de um salvador mundial.

Meditem sobre o exposto e aprendam as lições dos apetites, do desejo e da vontade-própria porque, elas são numerosas e muito úteis.

As três provas em Escorpião são também concernentes aos três aspectos do ser humano quando se fundem e mesclam no plano físico. São, primeiro que tudo, a prova dos apetites, das predileções e tendências naturais inerentes à natureza animal, principalmente três: sexo, conforto físico e dinheiro, como energia concretizada. São, em segundo lugar, as provas concernentes ao desejo e ao plano astral: medo, ódio e ambição ou desejo pelo poder. E em terceiro lugar, são as provas da mente crítica inferior: orgulho, separatividade e crueldade. Lembrem-se que a pior espécie de crueldade não é de natureza física, mas a de caráter mental. Por conseguinte, temos na categoria daquilo que precisa ser testado e comprovado como não mais existente as seguintes categorias, que volto a enumerar devido à sua básica importância:

Categoria I 1. Sexo - a relação dos pares de opostos, os quais podem ser utilizados egoisticamente ou divinamente mesclados.
2. Conforto físico - condições de vida egoisticamente apropriadas.
3.Dinheiro - egoisticamente açambarcado (se é que posso usar tal expressão)
Categoria II 1. Medo - que hoje condiciona a atividade.
2. Ódio - que é o fator condicionante dos relacionamentos.
3. Ambição - que condiciona os objetivos
Categoria III 1.Orgulho - que é a satisfação intelectual, fazendo da mente uma barreira ao controle da alma.
2. Separatividade - que é a atitude de isolamento, e faz da mente a barreira às corretas relações grupais.
3. Crueldade - que é a satisfação com os métodos da personalidade e faz da mente o instrumento da sensação do poder.

Quando estas imperfeições são compreendidas e vencidas, o resultado é duplo: o estabelecimento de corretas relações com a alma e, também, com o meio ambiente. Estes dois resultados são o objetivo de todas as provas em Escorpião.

As notas-chave deste signo são, pois, teste, provação e triunfo.

Podem também ser chamadas luta, força e atitudes sagitarianas. Outro ângulo da experiência em Escorpião pode ser descrito por duas palavras: recapitulação e reorientação. Em Escorpião, dois fatores dos mais ocultos emergem do passado e começam a monopolizar a atenção do discípulo. Um é a memória e o outro é, como consequência da memória, o Morador do Umbral. Memória, no sentido aqui envolvido, não é simplesmente uma faculdade da mente, como tão frequentemente se supõe, mas é, essencialmente, um poder criativo. É basicamente, um aspecto do pensamento e - acoplado à imaginação - é um agente criativo porque, como bem sabem, pensamentos são coisas. Partindo dos mais recônditos recessos da memória, de um passado profundamente enraizado e que é determinantemente recordado, e também do subconsciente racial e individual (o reservatório construído e confirmado pelos pensamentos e desejos herdados e inerentes), emerge, das vidas e experiências individuais passadas, aquilo que é a soma total de todas as tendências instintivas, de todas as miragens herdadas e de todas as fases de atitudes mentais errôneas. A fusão de tudo isto (uma mescla totalizante) damos o nome de Morador do Umbral. Este Morador é a soma total de todas as características da personalidade que ainda não foram vencidas e que precisam ser subjugadas antes da iniciação. Em cada vida faz-se algum progresso; alguns defeitos da personalidade são corrigidos, e algum avanço é conseguido. Porém, os resíduos ainda não vencidos e os antigos não saldados são numerosos e extraordinariamente potentes e - quando o contato com a alma é estabelecido adequadamente - acontece uma vida em que a personalidade, altamente desenvolvida e poderosa, torna-se, ela própria, o Morador do Umbral. Então o Anjo da Presença e o Morador do Umbral ficam frente a frente, e algo tem que ser feito. Eventualmente, a luz do eu pessoal diminui e empalidece diante do esplendor de glória que emana do Anjo, e então a glória maior apaga a menor. Todavia, isto é somente possível quando a personalidade entra avidamente nesta relação com o Anjo, reconhece a si mesma como o Morador e - como um discípulo - começa a batalha contra os pares de opostos e submete-se aos testes de Escorpião, os quais são sempre autoiniciados: o discípulo coloca-se num meio-ambiente positivo ou condicionante onde as provações e a disciplina são inescapáveis e inevitáveis.

Quando a mente alcançou um estágio de desenvolvimento relativamente elevado, o aspecto memória é evocado de um modo novo e consciente, e então, cada predisposição latente, cada instinto racial e nacional, cada situação por conquistar, e cada defeito que ainda controle, sobem à superfície da consciência - e a luta prossegue. Contudo, a palavra-chave de Escorpião é Triunfo, que é a sua expressão maior no plano físico. Como resultado da luta e da vitória, o homem divino - mas que ainda não se expressa com perfeição, se posso descrever assim a situação - está ancorado no plano físico de modo tão acurado e claro, que não há como fugir à conclusão a que chegam sua família, amigos e grupo de que ele é um discípulo. Sob este ângulo, ele é meticulosamente observado; ele aprende o significado da palavra "exemplo"; ele é escarnecido por aqueles que o observam, e dá início às primeiras etapas conscientes em direção à percepção e resposta grupais, e mais o serviço grupal. Este é o resultado e a recompensa da experiência em Escorpião.

É neste signo que o filho pródigo recobra a consciência, depois de se ter alimentado com os frutos secos da vida, e de ter esgotado os recursos do desejo e da ambição mundanos, diz: "Levantar-me-ei e irei para o meu Pai". Há duas crises assim tão importantes na vida do aspirante:

1. Quando o homem mundano inteligente recobra a consciência e então reorienta-se para a alma e suas exigências, o que conduz às provas em Escorpião.

2. Quando o iniciado do 3° grau - numa volta mais elevada da espiral- se reorienta para a Mônada e passa por provas mais sutis para alcançar certos reconhecimentos indefiníveis e espirituais, sobre os quais não precisamos nos estender.

Há pouco a acrescentar aqui sobre o fato de estar Escorpião em um dos braços da Cruz Fixa. Ao estudarmos os signos anteriores, muito já falamos sobre a Cruz Fixa, e não há necessidade de aqui repetir as informações. O desejo em Touro transforma-se em aspiração espiritual em Escorpião. A escuridão da experiência em Escorpião transforma-se em iluminação em Touro, porque jamais devemos esquecer que, no que concerne aos pares de opostos, eles se beneficiam mutuamente, uma vez que há entre os dois uma linha direta de força e contato. Este é um fato raramente reconhecido.

Vamos agora considerar os Regentes do signo de Escorpião. Sua influência é potente na vida do homem comum, ou não desenvolvido, o qual responde mais facilmente às influências planetárias nas doze casas do horóscopo de sua personalidade, do que o homem mais adiantado, que está mais diretamente sob a influência dos signos zodiacais. Através destes Regentes, dois raios são trazidos a uma potente posição de controle em Escorpião são eles: o 6° Raio da Devoção e o 4° raio da Harmonia através do Conflito, tendo este uma peculiar relação com o modo do desenvolvimento humano, e aquele, com os métodos da era pisciana que está se retirando. Marte e Mercúrio estão no controle, sendo que Marte está particularmente ativo, porque ele é não só o planeta ortodoxo que controla a personalidade em Escorpião, como também o planeta esotérico que condiciona o desenvolvimento do discípulo. Marte é o fator dominante nos testes e provas do discípulo, na fase que precede a experiência em Sagitário e a iniciação em Capricórnio, e isto por duas razões:

1. Marte é definitivamente o planeta que rege e controla o plano físico. Aparece, antes de mais nada, como regente ortodoxo em Áries - o signo no qual é dado o primeiro passo para efetuar a manifestação objetiva, ou encarnação física. Em Escorpião todas as lutas que acompanharam a aparente infindável peregrinação ao redor do zodíaco, ou roda da vida, atingem o clímax - mais uma vez através da atividade de Marte, o qual não apareceu ativamente nos signos entre Áries e Escorpião, no que concerne à roda inversa. O discípulo agora tem que demonstrar a força, caráter e qualidade que ele desdobrou e desenvolveu em si mesmo durante sua longa peregrinação. Ele começou em Áries, sob o governo de Marte, e a grande guerra entre as dualidades de que o homem é constituído teve início. Assim foram os pares de opostos colocados em mútua relação. Em Escorpião, com o mesmo planeta governando sua vida interior, a guerra prossegue e neste caso Marte governa não apenas o corpo físico, mas a forma do veículo todo a que chamamos personalidade nos três mundos. Estão envolvidos todos os aspectos da natureza inferior, porque Marte é o regente esotérico em Escorpião e os testes aplicados envolvem a natureza da forma - densa e sutil, integrada e potente. Marte, portanto, rege Áries sob o ângulo ortodoxo, e Escorpião sob o ângulo esotérico, e não volta a aparecer na vida do homem, exceto quando este responde à vibração da massa em Sagitário; aí Marte aparece como regente da 6a Hierarquia Criadora, os Senhores Lunares na natureza da forma, os quais têm que finalmente ser sacrificados a um aspecto espiritual superior e submetidos ao controle do Anjo Solar. O efeito de Marte é, em larga escala, um efeito de massa e resultados grupais, provocando grandes lutas, mas conduzindo finalmente a grandes revelações. Em Áries, é a revelação final da natureza do conhecimento e do propósito da encarnação; em Escorpião, é a visão da liberação e serviço; em Sagitário, é a revelação do propósito do controle da alma sobre os reinos inferiores da natureza, via o centro humano de energia. Em consequência, jamais deve ser esquecido que Marte estabelece as relações entre os opostos e é um fator benéfico, e não maléfico, como tão frequentemente se supõe. Quando viermos a estudar as Hierarquias e suas relações com os signos, certos pontos que parecem agora obscuros, serão esclarecidos. Faremos isso quando tratarmos do ponto final nesta parte sobre astrologia e os raios. Descobriremos que Escorpião rege e governa a 4a. Hierarquia Criadora, a humanidade do ponto de vista da alma e não do ponto de vista da natureza inferior. A luta final em Escorpião somente tem lugar quando o ponto de equilíbrio entre a alma e o corpo foi alcançado em Libra, e é em Escorpião que a supremacia da energia espiritual é imposta às forças inferiores pessoais. Escorpião governa os "iniciados", que é o verdadeiro nome esotérico do homem, e através de seu regente planetário hierárquico, são revelados os Filhos da Mente, os Mensageiros da Deidade, porém é através de Marte e da atividade marciana que a revelação acontece.

2. Marte está estreitamente relacionado ao sexo, que é um aspecto dos pares de opostos, e seu efeito é também o de definitivamente vitalizar a corrente sanguínea; ele vitaliza, purifica e estimula todos os aspectos e organismos do corpo, via corrente sanguínea. Torna-se óbvio, portanto, como os testes em Escorpião e a atividade de Marte são potentes em excitar a natureza inferior e causar a rebelião final e última oposição, por assim dizer, da personalidade à alma. É Marte que traz à luta ativa o Arjuna do mundo. Então, o homem inteiro entra nessa luta e "a guerra dos sexos" é resolvida no seu aspecto superior, por meio da batalha entre a altamente desenvolvida personalidade, ou natureza-forma, e a alma que procura tornar-se o fator controlador definitivo.

Como é sabido, a cor atribuída a Marte é o vermelho, o que corresponde à cor da corrente sanguínea e, daí também, a associação de Marte com paixão, ira e um sentido geral de oposição. O sentido da dualidade é extremamente poderoso. Daí também, a necessidade de lançar ao conflito a vida inteira do homem (porque neste sentido, o sangue é a vida), sem deixar de envolver aspecto algum da natureza humana; daí a necessidade do discípulo elevar ao céu sua natureza física, emocional ou do desejo, e os processos mentais. Isto tem lugar como consequência da subjugação da "serpente do mal" (a natureza da forma com suas incitações e exigências) pela "serpente da sabedoria", que é o nome esotérico dado à alma.

A respeito da conexão simbólica entre Marte e o sangue, produzindo o conflito resultante entre a vida e a morte (Escorpião é um dos signos da morte), é interessante notar que o Cristianismo é governado por Marte. É fácil reconhecer-se que o 6° Raio, que trabalha através de Marte, rege o Cristianismo. É uma religião de devoção, fanatismo, de grande coragem, de idealismo, da ênfase espiritual sobre o indivíduo, seu valor e problema, de conflito e de morte. Todas estas características apresentadas pela teologia cristã nos são familiares. Não obstante, é proeminentemente, uma religião que declarou uma guerra cruel e frequentemente ilógica ao sexo e suas implicações; que enfatiza o celibato militante (militante no que concerne à mulher, seus direitos e natureza); que considera a relação sexual como um dos maiores males do mundo e enfatizou a natureza inviolável do casamento, quando condicionado pela Igreja. Tudo isto é o resultado do efeito - benéfico ou maléfico - do impacto da força do 6° Raio sobre a natureza da forma.

Não obstante, pouco se tem enfatizado a respeito da influência de Marte sobre o Cristianismo, que faz dela uma religião claramente militante (como o atestam os assassínios e torturas praticados em nome de Cristo, o destacado representante do amor de Deus). Percorrendo o ensinamento da teologia cristã, o tema do sangue corre sem cessar, e fonte da salvação é atribuída à relação com o sangue, e não ao aspecto vida, o qual ele vela e simboliza. O que rege o Cristianismo é o credo de um Cristo morto e crucificado, não o do Mestre ressuscitado. Uma das razões para este desvio da verdade é que São Paulo, esse grande iniciado, antes de fazer a 3a iniciação - que ocorreu quando ele estava atuando, como relatado nos Atos dos Apóstolos - estava potentemente sob a influência marciana em Escorpião; isto seria demonstrado pelo seu horóscopo, caso vocês estivessem em posição de estudá-lo, como podem aqueles que estão vinculados à Hierarquia. Foi ele que deu a inclinação Escorpião-Marte à interpretação e exposição do ensinamento cristão e desviou sua energia para canais de ensinamento que seu Fundador jamais tencionara.

Tal é frequentemente o indesejável efeito das atividades de discípulos bem intencionados ao prosseguir com a obra, depois que desaparece aquele que iniciou um determinado trabalho para a Hierarquia, ou deixa sua tarefa a fim de assumir outras obrigações.

O tema do sangue e o tema da morte, o sofrimento e os terríveis testes do discípulo, o valor do conflito individual e a consciência da dor da existência, devem-se basicamente às influências combinadas de Escorpião e Marte, que há tão longo tempo regem o cristianismo, e que só agora começam a perder um pouco de sua influência.

Um estudo dos processos da morte quando condicionados pelo signo de Escorpião e dos mesmos processos quando realizados no signo de Peixes, seria realmente valioso. A morte através das influências de Plutão e a morte através das influências de Marte são muitíssimo diferentes. A morte em Peixes através da energia de Plutão é transformação, uma transformação tão vital e tão básica que:

"...o Ancião não mais é visto. Ele mergulha para as profundezas do oceano da vida; desce ao inferno, mas os portões do inferno não conseguem prendê-lo. Ele, o novo e vivente Uno, deixa ali embaixo o que o prendera no transcurso das eras, e das profundezas ascende às alturas, perto do trono de Deus”.

A conexão destas palavras com o Cristo, o atual Servidor do mundo, é obvia em suas implicações; contudo, foram escritas em nossos arquivos há mais de 7.000 anos. De natureza diversa é a morte em Escorpião, e também está descrita na mesma escritura com as seguintes palavras:

"...o Ancião morre por afogamento. Este é o teste. As águas o envolvem e não há como escapar. Ele se afoga. Os fogos da paixão apagam-se. O apelo da vida de desejo cessa e ele agora desce para o fundo do lago. Mais tarde, ele ascende novamente à Terra, onde o cavalo branco aguarda a sua vinda. E ele o monta e prossegue para a morte seguinte”. (isto é, para Peixes).

A referência aqui feita a Sagitário é clara. O discípulo - depois da morte da personalidade e depois de extinto o desejo - caminha em direção a Peixes, onde novamente morre "para uma eterna ressurreição". Em Escorpião, há a morte da personalidade, com seus anseios, desejos, ambições e orgulho. Em Peixes, há a morte de todos os apegos, e a liberação da alma para o serviço em escala universal. Em Peixes, Cristo exemplificou a substituição do apego pelo amor. O cristianismo exemplifica a morte da personalidade com implicações individuais, e não universais; o amor tem estado visivelmente ausente e a cor que controla o Cristianismo tem sido em verdade o vermelho. Não é a expressão do Cristo, mas a apresentação Escorpião-Marte, de São Paulo. Marte tem regido o cristianismo porque São Paulo interpretou mal o significado esotérico da mensagem do Novo Testamento, e isso porque a verdade - como todas as verdades quando alcançam a humanidade - teve que passar pelo filtro da mente e cérebro de sua personalidade; por isso foi inevitavelmente apresentada a mensagem de um ponto de vista deturpado e que é responsável pela lamentável história do Cristianismo e pela angustiante situação atual das nações - ostensivamente cristãs, e contudo varridas pelo ódio, dirigidas pelo medo e ao mesmo tempo pelo idealismo; governadas pela fanática devoção a seu destino nacional, tal como o interpretam, e prontas para "derramar sangue", como atesta a corrida armamentista. Tudo isto são características do 6° Raio, enfatizadas por Escorpião e condicionadas por Marte, o qual sempre governa o discípulo individual, e hoje o discípulo mundial, a humanidade como um todo, está exatamente no portal do Caminho. O ocidente todo está agora sob a influência marciana, mas isto terminará nos próximos cinco anos. (livro editado em 1951)

3. Marte governa os cinco sentidos, os quais são a base de todo o conhecimento humano sobre o que é tangível e objetivo. Portanto, governa a ciência, e esta é a razão, nesta era, para a fundamental, mas não permanente, materialidade da ciência -materialidade que está rapidamente diminuindo à medida que Marte se aproxima do fim de seu atual Cicio de influência. A tendência da ciência moderna já se inclina para o reino do intangível e para o mundo não-material. Razão porque a oposição ao ocultismo está diminuindo, e o seu dia de poder se aproxima. Os sentidos mais sutis substituirão os sentidos físicos, sobre os quais Marte há tanto tempo e com tanto sucesso tem mantido o controle, e é esta a razão do desenvolvimento dos sentidos psíquicos e do aparecimento, por toda a parte, dos poderes mais sutis e esotéricos da clarividência e clariaudiência. Este desenvolvimento é inevitável à medida que as influências de Escorpião e de Marte começam a decrescer, como hoje é o caso. O ano de 1945 viu esta influência desaparecer quase que por completo, particularmente no plano astral. Os astrólogos devem lembrar-se. que a influência das constelações, signos e planetas, fazem-se sentir sobre três níveis de percepção - três níveis descendentes - e são sentidas primeiro no plano mental, depois no plano astral e finalmente no plano físico. Porem, é principalmente com este último plano que os astrólogos se ocupam, enfatizando fatos e acontecimentos e não as causas que os condicionam. Atualmente, a astrologia lida com os efeitos e não com as causas. Há muita confusão sobre o assunto e os horóscopos sobre os três níveis são frequentemente muito distorcidos. A um horóscopo que poderia ser interpretado estritamente no plano mental é dada uma interpretação física, e assim acontecimentos puramente mentais são descritos como ocorrências físicas. Uma pista para esta tríplice interpretação que a astrologia precisa finalmente reconhecer, encontra-se na relação dos planetas ortodoxos, esotéricos e hierárquicos e os raios que eles expressam.

Por tudo que foi exposto, verão como é importante a função de Escorpião e Marte sobre o nosso planeta atualmente; notarão também como é curto o tempo que resta à humanidade para haver-se (correta ou equivocadamente) com suas provas. Compreenderão também a pressão sob a qual a Hierarquia luta, agora que a energia marciana se está expressando no plano astral. Levantará o Hércules mundial seu problema até o céu e "elevará a Hidra" da paixão, do ódio e agressão, do egoísmo e da ambição à região da alma? Ou arrastará isso tudo para o plano físico, com seu inevitável corolário de desastre total, guerra mundial e morte? São estes os problemas com que se depara a Hierarquia dirigente.

De forma muito interessante, Escorpião está também vinculado à constelação de Câncer pelas influências do 6° Raio, pois não devemos esquecer que este raio expressa-se também, de forma espiritual e esotérica, através de Netuno. Esotericamente Netuno governa Câncer. O significado é claro, pois Câncer é o signo do nascimento; é a porta para a encarnação e o signo da geração. Escorpião é o signo do sexo e da regeneração, e o nascimento é sempre o resultado intencionado da relação sexual. Pai-espírito e Mãe-matéria unem-se para produzir o Filho. As provas, dificuldades e dores desta era são sintomas ou indicações da "entrada na manifestação" de uma nova civilização e cultura. São presságios de nascimento da nova era pela qual o mundo inteiro espera. Isto acontecerá -esotericamente falando - se a energia do 6° raio de Marte for transmutada na energia do 6° raio de Netuno, pois um é "objetivo e cheio de sangue" e o outro é "subjetivo e cheio de vida".

Neste relacionamento há - velado e oculto - um grande mistério, pois Câncer-Netuno expressa a energia do 7° raio que rege e controla a 8a. Hierarquia Criadora. Esta é uma das cinco Hierarquias cujos nomes nos são desconhecidos, e está às portas da liberação. Ao mesmo tempo está estreitamente vinculada ao princípio da mente, quando atua através dos Anjos Solares ou através da hierarquia humana. Está ligada ao nascimento da 4a. Hierarquia Criadora num sentido incompreensível para qualquer pessoa abaixo da 4a. iniciação; porém, é um fato interessante a ser lembrado, porque é esta conexão entre o 6° e 7° raios que despertou aquele potente "desejo pela encarnação" e que resultou na queda dos anjos nas eras primordiais. A influência do 6° raio partindo de três ângulos - ortodoxo, esotérico e hierárquico, envolvendo assim tanto Netuno quanto Marte - predispõe a raça, assim como o indivíduo, a se tornarem discípulos unidirecionados em Sagitário, constelação esta regida por Marte, que traz o homem para o controle ou estreito contato com os senhores lunares, a 6a. Hierarquia Criadora. Os estudantes devem estudar seus mapas com cuidado, lembrando-se de diferenciar as cinco Hierarquias não-manifestadas das sete que se acham em expressão agora, das quais a 6a. Hierarquia Criadora faz parte. Esta Hierarquia, do ponto de vista mais amplo das doze hierarquias, e não apenas das sete em manifestação, é a 11a. ou a 2a. Consequentemente, o 6° raio da Devoção é o mais poderoso nesta era ou ciclo e por isso vemos em cada país a expressão de seus melhores e piores traços, dos quais a intensa devoção às coisas materiais e a intensa devoção aos valores espirituais são dramáticos exemplos.

Escorpião e Aquário têm entre si uma peculiar relação através do planeta Mercúrio, que governa a família humana (sendo o planeta hierárquico em Escorpião), e através de Netuno, que rege Câncer, governando assim a expressão no plano físico. Neste contexto, a Lua é apresentada como regente ortodoxo e hierárquico de Aquário. Volto a lembrar-lhes que a Lua "vela" ou "oculta" algum planeta e há três que ela possa estar ocultando, e é aqui que a intuição do astrólogo é exigida. Estes planetas são Vulcano, Netuno ou Urano, os quais criam e influenciam certos aspectos do princípio Mãe, que nutrem e alimentam a vida da realidade interna divina até o momento do nascimento do Cristo-Menino. Eles determinam ou condicionam a natureza física, astral e mental, e assim criam a personalidade. Eles formam um triângulo de imensa potência criadora, tema sobre o qual me estenderei quando tratar da Ciência dos Triângulos. Aqui apenas chamo a atenção para o fato que pela influência de Mercúrio e Netuno desenvolve-se a consciência grupal no indivíduo, de modo que, através das provas em Escorpião e da experiência em Aquário, o discípulo emerge no plano físico como um servidor mundial; todos os servidores mundiais são trabalhadores descentralizados e governados pelas necessidades e reações da massa ou do grupo. Esta é uma das razões porque, quando em treinamento, os discípulos são absorvidos por um grupo do Mestre, que é integralmente uma coleção de indivíduos que são imbuídos pela ideia do grupo e estão progressivamente aprendendo a reagir a ela. Neste período mundial e de forma peculiar, no que toca à raça ariana, à qual pertence o mundo ocidental, Netuno é conhecido esotericamente como o Iniciador. Em certas fórmulas antigas, o grande Mestre do Ocidente e atual Iniciador mundial, Cristo, é chamado de Netuno, Aquele Que governa o oceano, cujo tridente e símbolo astrológico significa a Trindade em manifestação, e Que é o regente da era de Peixes. Esotericamente falando, a fórmula diz... as deusas-peixe que pularam da terra (Virgem) para a água (Peixes), Juntas deram à luz o Deus-Peixe (Cristo) que introduziu a água da vida no oceano da matéria e assim traz a luz ao mundo. É assim que Netuno trabalha. Isto é, contudo, um grande mistério, somente revelado quando da 2a. iniciação, na qual é demonstrado o controle sobre o plano astral.

Câncer, sendo a porta para a encarnação, tem estreito relacionamento com Escorpião através de Netuno e Marte, ambos sendo expressões da energia do 6° raio. Em Câncer, temos a devoção da alma, desenvolvida a tal ponto que o anseio para a manifestação supera qualquer outro anseio, e os processos de encarnação se impõem sobre a alma. Em Escorpião, esse mesmo espírito de devoção (que é baseado no sentido da dualidade e da necessidade de dirigir-se para aquilo que não é o Eu) segue direção contrária na roda reversa e o anseio pela liberação e o desejo de palmilhar o Caminho de Retorno torna-se tão forte que o discípulo submete-se às provas, reverte - à custa de tremenda dor - sua posição na roda da vida, e assume a atitude do Observador em contraposição à do Experimentador. Cessam velhas identificações; novas tendências para identificações mais elevadas, mais sutis e mais espirituais começam a aparecer; ai então, Netuno e Marte iniciam seu desempenho.

Um estudo acurado dos relacionamentos citados revelará que quatro signos do zodíaco desempenham um papel dominante na vida do homem que, encarnado, está trabalhando com seu Sol em Escorpião ou com Escorpião no ascendente. São eles:

1. Áries Cruz Cardinal Impulso inicial Vida
2. Câncer Cruz Cardinal Impulso focalizado Encarnação
3. Escorpião Cruz Fixa Impulso reverso Retorno
4. Aquário Cruz Fixa Impulso grupal Serviço

Estes signos são 1 - 4 - 8 - 11, números em si mesmos altamente significativos, porque são signos da vontade-desejo, da expressão humana, do princípio crístico e da iniciação. Não é necessário que me alongue mais sobre este quádruplo tema e a verdade implícita neste ensinamento, porque ela é óbvia e clara e a história da alma está encerrada nestes números.

Gostaria de tocar num outro ponto interessante que servirá para demonstrar a potência de Escorpião e suas energias na vida do discípulo. Como sabem, Escorpião é um dos quatro braços da Cruz Fixa dos Céus. Sobre esta Cruz, o homem corretamente posicionado fica exatamente no centro onde os quatro braços se cruzam, e portanto, num ponto onde a energia dos quatro signos e de seus planetas regentes pode fluir através dele e evocar as necessárias reações, produzir as condições onde as provas são possíveis, e assim realizar a necessária reversão das correntes da vida na natureza do homem e colocá-lo na roda inversa. Os planetas que o regem e condicionam em um ou outro aspecto de sua natureza são:

PLANETA SIGNO RAIO ESCOLA
1.Vênus Touro Ortodoxa
2. Vulcano Touro Hierárquica
3. Sol Leão As três
4. Marte Escorpião Ortodoxa e Esotérica
5. Mercúrio Escorpião Hierárquica
6. Urano Aquário Ortodoxa
7. Júpiter Aquário Esotérica
8. Lua Aquário Hierárquica

Nesta classificação notarão a ausência da influência de apenas um raio, o 3° raio da Inteligência Ativa. Todos os demais fluem, vertical e horizontalmente, para a natureza do homem e seu meio ambiente. Tudo é testado - vida, qualidade e aparência - porém a luta da experiência toda tem que ser travada subjetivamente e finalmente erguida "ao ar" e elevada para o mundo dos valores espirituais, onde todos os problemas têm que ser resolvidos à luz da intuição e pela alma, não sendo desejável a focalização da atenção do discípulo no plano físico (o mundo dos valores materiais). Por essa razão, a influência do 3° raio é omitida ou "ocultamente desviada", exceto na medida em que a substância do cérebro é automaticamente condicionada pelo 3° raio, o regente subconsciente da matéria. A emanação destas seis potências é que provê o ambiente e as condições dos testes; todas estas energias de raio expressam-se como ativos sub-raios do raio em que se encontra a alma do discípulo; daí a necessidade de determinar o raio da alma antes de confeccionar o horóscopo e delinear o mapa.

Isto me traz a dois pontos sobre os quais quero dizer algo. Ao tratar do horóscopo da personalidade e do homem comum não-aspirante, o astrólogo deve empenhar-se em descobrir o raio da personalidade a partir do estudo do caráter, de indicações físicas, de qualidades emocionais, do tipo de mente, e da natureza do meio-ambiente. Então poderá traçar um mapa muito mais útil com os planetas ortodoxos que regem a vida. No caso do horóscopo de um discípulo, ele deve fazer o mesmo, empenhando-se em descobrir o raio da alma, o qual só mostra sua marca e enfatiza sua qualidade e natureza no caso de pessoas desenvolvidas; quando isto emerge claramente, o homem é obviamente um discípulo e os planetas esotéricos, então, governarão seu mapa. Tendo determinado o raio do homem submetido aos testes em Escorpião, o astrólogo pode, então, alocar os outros raios em relação a ele e sua experiência provável.

Outro ponto que desejo abordar é o constante uso das palavras "relação" ou "relacionamento" e expressões análogas. Isto é inevitável pela simples razão de que a Ciência da Astrologia é toda ela, em última análise, a Ciência das Relações, e portanto não adianta tentar evitar o termo, principalmente porque não existe outro que possa substituí-lo adequadamente. Inter-relação, interdependência, intercomunicação, interação - são estas as palavras que governam a base científica da astrologia, e que começam hoje a ser de uso geral ao falarmos de assuntos humanos e da conduta humana, o que só tende a crescer. As etapas preparatórias para a fusão, mescla e síntese mundiais estão presentes, e nisto reside a esperança do mundo e a solução última para os problemas mundiais segundo linhas corretas.

No que se refere à vida vertical e horizontal da Cruz Fixa, é importante notar que a vida vertical do homem nessa Cruz (independente do signo em que o seu Sol possa estar temporariamente), é sempre Aquário-Leão, o que indica que o indivíduo autocentrado em Leão, aprende a lição da Cruz e se torna descentralizado, grupo-consciente, e voltado para o serviço. O braço horizontal é Touro-Escorpião, indicando que o desejo pela materialidade é finalmente suplantado pelo desejo por valores espirituais, o que é demonstrado pelos testes em Escorpião. Terra e água (Touro e Escorpião) têm que mesclar-se e relacionar-se; é esta verdade referente a estes dois signos do zodíaco que está por trás de todo ensinamento sobre batismo e purificação. Os desejos materiais, mundanos, de Touro precisam, no devido tempo, ser levados à influência purificadora da água em Escorpião. O batismo pela água (nome da 2a iniciação) precisa de um período preparatório de testes e purificação, que é o que a experiência em Escorpião proporciona. Igualmente, fogo e ar (Aquário e Leão) devem fundir-se, e assim os quatro elementos e seis dos sete raios desempenham o seu papel no condicionamento do homem em Escorpião para as etapas finais do Caminho.

O lugar dos planetas neste signo é também muito esclarecedor, e de acordo com o propósito geral da experiência em Escorpião, como descrita acima. Urano está exaltado em Escorpião, o poder de Vênus diminuído, enquanto a Lua está em queda. O que, simbolicamente, descrevem estes fatos? Vejamos se posso tornar-lhes clara a beleza destas implicações.

Urano é o planeta cujas características são as da mente científica, o que - neste estágio da carreira do discípulo - significa que ele pode começar a viver a vida ocultista e que o caminho do conhecimento divino pode substituir o caminho místico do sentimento. Significa também que o conhecimento pode ser transmutado para o caminho de sabedoria e luz. Isto necessariamente introduz o aspecto-vontade, ou a influência do 1° raio (Vulcano) que, mesclada com a do 7° raio (Urano), produz a desejada manifestação no plano físico. Urano, por conseguinte, inicia uma nova ordem de vida e condições, e isto - quando desenvolvido na vida do discípulo - produz, por sua vez, uma compreensão das coisas como elas são, e o desejo de mudar a velha ordem e a velha orientação em algo novo. Isto ocasiona a reversão da roda. Vemos isto acontecer hoje muito claramente no que toca à humanidade e aos processos mundiais. Levada adiante para a sua conclusão lógica, a influência de Urano finalmente provoca o desdobramento da consciência espiritual em contraposição à humana; por esta razão, Urano está exaltado neste signo e assume uma posição de poder e de influência diretriz.

Vênus, a mente inteligente, tem seu poder diminuído neste signo porque o intelecto -tendo sido desenvolvido e usado - precisa agora subordinar-se a um poder superior da alma: a intuição espiritual. O Filho da Mente, o Anjo Solar precisa agora manifestar-se como um Filho de Deus. Este Anjo Solar, quando está no comando, precisa finalmente dar lugar à Presença, Que até então esteve velada ou oculta. Vênus precisa empalidecer e o Sol - como símbolo de Deus - precisa crescer em influência e finalmente tomar o seu lugar. São estes os significados simbólicos e esotéricos.

A Lua é considerada aqui em função de sua real natureza, portanto, como expressão de tudo que está morto. Representa aqui a personalidade, e na vitória final em Escorpião, a personalidade é completamente subjugada e derrotada. O desejo é morto, porque é por meio da expressão de qualquer espécie de desejo que a personalidade demonstra vida, qualidade e aparência. Reflitam sobre isto, visto que em Escorpião, a Lua sai e sua influência se desvanece.

Os extremos sempre se encontram no discípulo que está no ponto do meio, ou centro da Cruz Fixa em Escorpião. A imaginação espiritual - que é o fator de maior serviço para o homem - começa a substituir a velha fascinação, por meio da qual nós engendramos o mundo irreal no qual parecemos viver, nos movemos e temos nossa existência. A autoindulgência iniciada em Touro cede lugar à atitude altruísta do discípulo em Escorpião; a ambição dá lugar à atividade executiva da alma, enquanto que o apego aos desejos da personalidade, suas preferências e aversões, transmutado em tenaz propósito da alma. Os poderes ocultos da natureza da alma - secretos e mal aplicados, porque foram mal compreendidos e mal utilizados e, por conseguinte, mal direcionados - ao substituídos pelos mistérios da iniciação, e pela compreensão prática das energias deste modo conferidas ao receptor. Estas são algumas das grandes transformações que ocorrem na vida do discípulo que submete inteligentemente aos testes e dificuldades em Escorpião.

Vários astrólogos apontam regentes aos três decanatos. Um grupo postula Marte, o Sol e Vênus como regentes dos decanatos de Escorpião, enquanto outro grupo considera Marte, Júpiter e a Lua como os três regentes. Talvez a verdade esteja em ambas as conclusões se olharmos do ponto de vista esotérico ou do ângulo do homem não-desenvolvido. Este é um ponto interessante para investigação e estudo dos astrólogos. Algum dia chegarão a uma conclusão clara quanto à posição dos cinco planetas sugeridos como regentes dos decanatos (eles, estão de acordo sobre um); não lhes posso indicar a verdade essencial, porque um novo planeta está ascendendo neste signo, e compete ao homem descobri-lo e posicioná-lo corretamente dentro da circunferência da Grande Roda.

As palavras-chave deste signo são significativas e iluminadoras.

Engano e triunfo - controle de Maya e controle da alma - conflito e paz - tais são os segredos ocultos deste signo e foram sumarizados para todos os discípulos nas duas palavras-chave. Na roda comum, onde a alma se encontra cega e aparentemente desamparada, soa a Palavra:

"Que Maya floresça e que o engano governe"; na roda reversa, a alma canta as palavras: "Guerreiro eu sou, e da batalha surjo triunfante".

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