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Sarah McKechnie

A Sabedoria Eterna nos diz que “Tudo que existe é, na realidade, espírito em manifestação”. A tarefa de uma escola esotérica como a Escola Arcana “é treinar estudantes no reconhecimento da energia e da força; discriminar entre os vários tipos de energia, tanto em relação a si mesmos como aos assuntos mundiais, e começar a relacionar o que é visto e experimentado com o que é invisível, condicionante e determinante. Esta é a tarefa esotérica”.

Nenhum evento desafiou tanto as nossas reservas de sabedoria e de compreensão intuitiva do Plano como os fatos do 11 de setembro. É um desafio indescritível buscar ajudar a desconcertada e atemorizada humanidade atual, quando nós também nos encontramos desconcertados e atemorizados diante do estado do mundo. Mas mesmo assim devemos agir.

O Tibetano disse que o ensinamento que Ele nos deu em “Os Raios e as Iniciações”, o qual inclui as Regras para Discípulos e Iniciados e o ensinamento sobre o antakarana, foi realmente planejado para os discípulos do final do século, em outras palavras, para nós. Por que agora? Que previu Ele ao dizer que este ensinamento seria especialmente relevante na presente crise mundial? Várias coisas vêm à mente.

Uma é a liberação da energia chamada impacto de Shamballa durante a Guerra Mundial, depois novamente em 1975 e mais recentemente em 2000. Este tremendo fluxo da mais poderosa energia espiritual acessível ao nosso planeta produziu efeito nos três centros planetários: Shamballa, a Hierarquia e a Humanidade. Fortaleceu o contato da Hierarquia com Shamballa e ao mesmo tempo reforçou a inter-relação da Hierarquia com a humanidade. Assim também, esta liberação de energia de Vontade espiritual pura abriu o centro Humanidade ao contato direto com Shamballa.

Tudo isto nos sugere o tremendo impacto da energia – “golpe” não é uma palavra muito forte – que o nosso planeta está assimilando. Não aconteceu por acidente, mas por esboço, já que o Plano de Deus considerou o nosso planeta preparado para esta energia intensificada. As ferramentas, o conjunto de coisas que nos ajudam a responder corretamente à força de Shamballa, a vontade espiritual, estão dadas nas 14 Regras para os Discípulos e Iniciados e nos ensinamentos sobre o antakarana, ambos dados em “Os Raios e as Iniciações”. As regras para aspirantes e as regras para discípulos se focalizam na disposição do grupo para assumir seu lugar no Plano divino para o mundo. O ensinamento sobre o antakarana proporciona a técnica para a construção da “ponte do arco-íris” na consciência, a qual vincula mente inferior concreta – a que nos capacita a remover obstáculos no plano físico – com os níveis abstratos de consciência e a intuição no nível búdico, onde se encontram os Mestres e é conhecido o Plano. Deveria ser claro para a maioria de nós o porque estes elementos são necessários na atual crise.

Outro possível fator que está por trás da previsão do Tibetano, de que “Os Raios e as Iniciações” seria particularmente relevante hoje, poderia ser a natureza desta era. Estamos vivendo num período de transição entre a era antiga e a nova. A era antiga está desaparecendo rapidamente, deixando um resíduo de força que expressa geralmente o aspecto inferior do sexto raio de Idealismo e Devoção – a qualidade do fanatismo.

O fanatismo e o fundamentalismo estão estreitamente vinculados, e o escalonamento do fundamentalismo religioso é altamente preocupante e perigoso na atualidade. Os fundamentalistas, quando são confrontados com a mudança, como acontece agora, buscam defender sua posição com métodos velhos e caducos e regras mais apropriadas para o passado do que para o tempo presente, quando a adaptabilidade fluente é necessária. Eles veem rejeitados seus preciosos valores, mas veem os novos valores e métodos entusiasticamente assumidos por aqueles que pedem a mudança serem especulativos e sem fundamento. Nesses tempos, os verdadeiros sinais do Caminho precisam ser reafirmados, pois a tendência para o fundamentalismo em muitos campos do pensamento, não somente no religioso, é muito mais opressiva e rígida, dificultando demasiadamente o pensamento livre e fluente.

O fundamentalismo conduz à cristalização e a cristalização é geralmente consequência da destruição, e nos é dito que de maneira misteriosa é parte do trabalho divino. Algumas vezes, quando se alcança um elevado ponto de cristalização, é possível uma comoção – da mesma forma que um lapidador lapida um cristal de diamante. Com um golpe rápido, agudo e cuidadosamente calculado, é revelada a beleza dentro do cristal. Tal comoção, creio, ocorreu no plano mental para a maioria da humanidade durante os passados últimos meses, revelando novas possibilidades para as corretas relações humanas, ressaltando as poderosas forças que mantêm a humanidade aprisionada na separatividade, no ódio e no temor, mas também iluminando a tremenda reserva de amor atualmente disponível.

Nosso treinamento grupal no discipulado requer que olhemos o mundo sem pestanejar e com o olhar bem aberto, vendo a realidade tal qual é, reconhecendo a humanidade na sua completa categoria, desde a ignorância à nobreza e identificando tudo com ela: identificando a Alma Una que alenta vida nova no mundo. É um tempo confuso, atemorizante e ao mesmo tempo maravilhoso para estar vivendo e servindo.

Numa tal época, o conselho dado pelo Tibetano faz anos, talvez seja o melhor: “Com a entrada de um novo raio e o começo de uma nova era, sempre vem um período de muita desorganização, até que as formas que existem se tenham adaptado à vibração mais nova. Naquela adaptação, aqueles que cultivam a adaptabilidade e flexibilidade, ou que a possuam para o seu raio da personalidade, progridem com menos danos do que aqueles mais cristalizados e fixos.

Particularmente agora se deve ter como meta a flexibilidade e a capacidade de responder, da forma, pois quando Aquele a Quem nós todos adoramos vier, pensam que Sua vibração não provocará a desorganização se a cristalização estiver presente? Foi assim antes; será assim novamente.Cultivem a capacidade de responder aos Grandes Seres, tenham como meta a expansão mental e continuem aprendendo. Pensem, sempre que possível, em termos abstratos ou numéricos e, amando a todos, trabalhem pela plasticidade do corpo astral. No amar a tudo que respira, vem a capacidade de vibrar universalmente e naquela flexibilidade astral virá a capacidade de responder à vibração do Grande Senhor”. (Um Tratado Sobre Magia Branca)

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