O Novo Materialismo
Boa Vontade Mundial

“Novo materialismo” é o enigmático termo utilizado nos escritos de Alice Bailey para descrever o potencial das forças espirituais mais proeminentes nesta época do ano, ciclo anual de afluxo de energia, o intervalo superior dos três Festivais espirituais. Tão poderoso é o materialismo que conduziu à recente crise financeira global e tão importantes são os valores materialistas que a crise revelou, que é difícil imaginar como pode ser espiritual “um novo materialismo”. Não obstante, assim é. A profundidade do egoísmo humano no manejo do dinheiro, o aspecto mais denso da substância material, produziu um reconhecimento para que todas as pessoas vejam. Apesar do dano ocasionado na economia do mundo, e sem negar os sofrimentos causados pela crise em muitas pessoas, não obstante, tem o potencial de produzir transformação dos valores humanos {veja mais sobre este assunto}. Se a crise puder suscitar, não somente a disposição, mas a necessidade do compartilhamento por parte das pessoas de boa vontade, então terá sido alcançado um valor espiritual perdurável.

As energias espirituais que estão atualmente fluindo ao planeta fazem com que isto seja uma possibilidade real, porque trazer o espírito puro para o contato com a substância material é a tarefa singular do sétimo Raio de Ordem Cerimonial. Este será o raio regente da era entrante e, portanto, uma potente energia espiritual atuando em conformidade com o Plano divino para o ciclo vindouro. Os passados 2.000 anos, condicionados pelo sexto Raio de Devoção e Idealismo, dotaram a humanidade com um legado de aspiração espiritual que promoveu a crença de que a espiritualidade se encontra separada do mundo exterior, separando nossa atenção do reino do tangível e reorientando-o para os níveis abstratos dos reinos internos. Como assinalam os escritos de Alice Bailey: “O fracasso de trabalhar inteligentemente, e eu agregaria, amorosamente, com a substância, a fim de relacioná-la corretamente com a forma densa externa, produziu nos últimos dois mil anos um mundo tão desastrosamente dirigido que levou os habitantes do planeta à grave situação atual”.

O resultado deste fracasso é a separação do plano físico do espiritual, conduzindo tal situação a uma separação que pode ser comparada com a “dupla personalidade”. A divisão assim criada é talvez mais visível no mútuo antagonismo demonstrado por certos setores dentro dos campos científico e religioso. Alguns setores religiosos se esforçam em impor silêncio, ou ao menos impedir, a um estudo sério da evolução, enquanto certos setores científicos lançam ataques periódicos sobre as crenças religiosas, com pouco apreço pelo reino subjetivo e a beleza da fé: “a substância das coisas esperadas, a evidência das coisas não vistas”.

Talvez a vociferação proveniente de diferentes rincões dos campos científico e religioso seja simplesmente a verificação de que se está alcançando um clímax numa longa e mútua antipatia. Visto em termos de energia o conflito gera luz e o surgimento do correto controle das forças. Desta maneira, quando se contempla o conflito como um instrumento espiritual, pode produzir uma emergência das mentes humanas e o peso da opinião pública ganha suficiente impulso; a dualidade dos opostos pode mover-se para um ponto de equilíbrio e harmonia. O processo de liberação começa trazendo estes temas ante os olhos dos homens para que as pessoas possam ver claramente e escolher corretamente. Esta é a tarefa dos trabalhadores da nova era. Alice Bailey disse: “Reunir esses dois aparentes opostos e demonstrar que espírito e matéria não são antagônicos entre si, e que em todo o universo só existe substância espiritual atuando sobre as formas tangíveis externas e, portanto, criando-as”.

Este ano, que começa um ciclo de Emergência/Impacto na Consciência Pública {veja mais sobre este assunto}, oferece uma oportunidade de mobilizar a consciência pública para o reconhecimento dos valores espirituais que subjazem no “novo materialismo”, e que será demonstrado como o altamente espiritual “Princípio do Compartilhamento” nas relações humanas, desde o nível interpessoal ao planetário. Isto não é um sonho ilusório, mas uma possibilidade muito real, escreveu Alice Bailey, se tivermos presente que o mundo continuará cheio de pessoas egoístas, mas, “certos ideais fundamentais impostos pela opinião pública motivarão o comércio”.

Com a entrada do sétimo Raio, ganhando poder constantemente, existe uma crescente compreensão de que a divindade que existe no mundo visível e tangível compenetra os reinos humano, animal, vegetal e mineral. Um crescente número de seres humanos reconhece que a forma em que manipulam a substância material sob sua posse é uma responsabilidade espiritual e uma medida de sua compreensão espiritual. Esta, também, é uma expressão da entrada do sétimo raio: “Este grande impulso trará à luz do dia o que está revestido de matéria e, oportunamente, conduzirá à revelação do espírito e da glória oculta”. Desta maneira, o cenário em que vivemos atualmente é algo onde “todas as coisas estão gritando dos telhados”, como foi anunciado por Cristo, e todas as coisas estão sendo simplificadas.

A visão esotérica da vida oferece uma perspectiva muito necessária nestes tempos agitados, não somente pela esperança que evoca, mas pelo poder sustentador da Vontade para o Bem num momento de transição. A mais ampla distribuição possível da Grande Invocação {veja mais sobre este assunto}, o “supremo mantra de integração”, é o mais potente instrumento para que a Luz, o Amor e o Poder da Vontade para o Bem façam impacto na consciência pública.

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