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Ensinamentos de I-EM-HOTEP


Preparação para a Iniciação

O título de hoje sugere um estágio ainda bem distante, mas, como a finalidade das minhas palestras é justamente a de prepará-los para a Iniciação, falaremos sobre o trabalho que deve ser feito por um aspirante para que possa tornar-se um discípulo aceito.

As condições da vida humana se modificam gradativamente. No meu tempo - uns cinco mil anos atrás - para receber-se a Iniciação, era preciso consagrar a vida inteira a esse objetivo. Hoje, é suficiente dedicar a isso só uma parte de cada dia.

Disse-lhes muitas vezes que no caminho espiritual nada se obtém com facilidade. Cada passo exige árduo trabalho. Ser Iniciado não significa ter sido simplesmente aceito num grupo, numa igreja ou numa fraternidade, ou ter passado por uma cerimônia. A Iniciação é uma modificação interna profunda e a vereda que ela conduz é diferente para cada alma. Ninguém pode obtê-la, colocando os pés nas marcas deixadas por seus predecessores. Cada um deve achar sua própria senda, e os Mestres ou Instrutores conhecem as possibilidades e dificuldades de cada aspirante.

Há doze caminhos conduzindo a Deus: o som, o número, a forma, a cor, o olfato, o paladar, o tato, a vista etc., e enquanto a alma estiver procurando a perfeição ao longo de um deles, estará se preparando para a Iniciação. Com o tempo, precisará realizar a perfeição ao longo de cada um desses caminhos. Para tornar-se um "Adeptus Minor" e depois um "Adeptus Maior", é necessário unir os frutos de muitas vidas.

Assim, para um, o caminho será a cor; para outro, o som. Para um, a meditação será fácil, outro achá-la-á difícil. Um ouvirá a voz interna, outro não o conseguirá. Para uns, a compreensão dos números trará iluminação, para outros, a Astrologia a trará.

Sabendo que é assim, devem aprender a ter muita tolerância uns para com os outros, assim como um estado mental que poderia ser chamado de fluídico. Sabendo que não poderão seguir sua senda acompanhados, preparem-se para a solidão.

Nada há de mais deplorável nos seus costumes modernos do que a profusão excessiva de palavras e ostentação do egotismo quando se acham reunidos. Isso é penoso para o seu Ser Superior e causa muita dificuldade aos seus guias e mestres, pois necessitam extirpar de sua aura forças-pensamentos de outros. Se quiserem progredir, lembrem-se sempre que o caminho interno deve ser seguido em solidão. Nunca devem falar de suas experiências internas a quem quer que seja, exceto ao seu Guru, porque ele pode lhes dar o esclarecimento necessário ao progresso de sua alma.

Se, entre estudantes, um começa a ensinar a outros seu modo de proceder, o resultado será, geralmente, a desarmonia, pois aquele que ensina se julga mais adiantado, tornando-se irritado se o outro não consegue compreender o seu ponto de vista ou toma uma direção diferente da sua. Ouvi, certo dia, um estudante dizer a outro que, meditando sobre Saturno, viu a cor verde e que essa era, portanto, a cor deste planeta. O outro respondeu-lhe que isso era um erro, pois, também meditando sobre Saturno, vira o azul, e que tinha a certeza de ser azul e não verde a cor desse astro. Assim, surgiu entre eles uma certa frieza. Se tivessem mais conhecimento, saberiam que ambos viram corretamente, cada um de acordo com seu Raio e o lugar onde, nos seus respectivos horóscopos, se achava o Sol, naquele período. Em outro caso, a visão interna que começava a se abrir para um aspirante, fechou-se repentinamente. Isso porque, tendo absorvido o conselho de um colega - regido por um elemento diferente -, tentou fazer os seus exercícios: começou a seguir o caminho do som, afastando, assim, suas próprias possibilidades e eliminando seu elemento - a água que lhe teria permitido perceber a Luz Criadora.

Compreendem talvez agora, porque eu deplorava, às vezes, que em suas reuniões discutissem sobre seu progresso ou trabalho interno, com tão pouco conhecimento, aumentando assim sua confusão.

Nenhum estudante pode começar a ensinar, sem possuir um conhecimento suficiente e sem saber como introduzir na vida dos outros, os elementos de que necessitam. Se, de uma forma genérica, começa a introduzir este ou aquele elemento, cometerá erros, porque, de acordo com o horóscopo individual, as necessidades de cada pessoa são diferentes. Havendo muitos planetas em signo de água e de terra, elementos de ar e de fogo terão que ser introduzidos e vice-versa. Portanto, se um estudante deseja tornar-se uma ajuda para o seu Guru, deverá adquirir um estado fluídico da mente, com uma adaptabilidade a cada caso particular.

Vocês vieram ao plano terrestre para individualizar-se. Alguns de vocês estão apenas se libertando da direção grupal. A solidão provoca-lhes certa angústia, e só se sentem bem quando são populares ou estão rodeados de amigos. No entanto, para a individualização da alma, muita solidão é necessária. Só no silêncio da solidão poderá a alma sentir a direção e o amor de seu Guru, afinando-se à linha direta do ensinamento individual, necessário para sua evolução. Então, com o tempo, chegará a realizar a união com seu Pai no Céu.

Cada um de vocês, portanto, deverá cultivar, no fundo do seu ser, no centro cardíaco, um templo onde ninguém possa entrar, a não ser o seu Eu Superior.

Há um livro intitulado "A Magia Sagrada", de Abramelin. Talvez esse livro pudesse ajudá-los a compreender a necessidade da solidão. Contudo, não é aconselhável fazer os exercícios e tentar receber a iniciação ali descrita, sem uma direção competente. Esse livro os esclareceria acerca da proximidade de seu Anjo Guardião, sobre o meio de entrar em contato com o Guardião do Umbral, e em torno do modo pelo qual vocês seriam testados pelos diversos guardiões, aparecendo-lhes sob uma forma de orgulho, de cobiça, de inveja etc. Essa leitura lhes permitiria, talvez, compreender que, quanto mais intenso for o desejo da alma em unir-se a Deus, mais forte ela se tornará ao seguir o caminho da solidão.

Não confundam, porém, a solidão de que lhes falo com o sentido comum desta palavra. O que tenho em mente é a solidão interna, a solidão em relação à vida espiritual. Falar futilmente do trabalho interno é inadmissível; reunir-se, porém, com amigos e levar uma vida socialmente normal, não trará dano algum. As experiências internas devem ser guardadas profundamente e somente trazidas à superfície por ocasião da meditação ou concentração.

Tracem uma linha de demarcação entre os dois aspectos de sua vida. Assim, a mente consciente - a personalidade - viverá a vida diária, não parecendo diferente dos outros, não procurando mostrar-se superior e não ostentando as realizações adquiridas pelo contato com o mundo espiritual. Serão, em suma, uma pessoa normal. Ao chegar, porém, a hora determinada - pela manhã, à tarde ou à noite, não importa - penetrem no silêncio, libertem-se da mente mundana, acabem com as preocupações externas e assuntos terrestres, acalmem sua mente consciente e elevem-se aos planos superiores, entrando no centro mais profundo de seu coração. Então, estarão acompanhados pelos anjos. Sua mente subconsciente refletirá o supra-consciente; sua visão e audição internas afinar-se-ão com os planos etéreos, tocarão o raio direto do pensamento do seu Guru ou Mestre, e vocês tornar-se-ão sensíveis a Sua voz. Sentirão um fluxo de força interna e, com o tempo, poderão entrar em contato com seu Pai no Céu, pois aprenderam a separar seu Ser Real da sua personalidade.

Assim procedendo, realizarão o equilíbrio nos dois planos, permanecendo, ao mesmo tempo, um companheiro agradável para seus amigos.

O estudante, enquanto encarnado, deve procurar a perfeição em tudo o que faz na vida externa. No escritório ou em casa, seja onde for, deve fazer tudo dentro do máximo de sua capacidade. Então, tendo cumprido o seu dever, receberá de seu Pai no Céu a noção do "bem feito" no plano físico e, sentindo paz e alegria, abrir-se-á para um entendimento maior. Sua mente, iluminando-se, perceberá claramente que cada alma procura a união com Deus, mesmo que seja por caminhos diferentes.

Para poderem, um dia, conhecer suas vidas pretéritas, procurem identificar o que foi seu ser no passado. Tentem imaginar como evoluíram através do reino mineral, do reino vegetal e do reino animal, até chegarem ao homem. Tentem lembrar-se desse processo. Se perseverarem em fazê-lo, as cenas do seu passado surgirão na mente. Verão, então, onde erraram e como devem evitá-lo no futuro. Essa clarividência interna é chamada "a noite de tribulações". Ela vem a todos no decorrer do tempo, para mostrar à alma os erros do passado. Somente ocorre, porém, quando há inteira separação entre a personalidade e o ser interno, espiritual. Não podem misturar o espírito e a matéria. Podem, às vezes trazer o espírito até a matéria, mas isso não é aconselhável nos estágios iniciais.

Aprendem a identificar o seu Raio, a achar sua planta, seu mineral, sua cor e seu animal. Procurem descobrir tudo o que vibra em harmonia com vocês. Podem fazê-lo pelo estudo dos astros e dos números. Mas não peçam aos outros para fazê-lo, pois quando esperam que um outro realize qualquer coisa para vocês, estarão se atrasando no caminho. Com um pouco de tempo e paciência, podem fazer tudo por vocês mesmos e, à medida em que o realizarem alcançarão uma certa libertação da alma. Estão aqui para individualizar-se e tornar-se auto-suficientes. Aprendam a contar só consigo mesmos. Ninguém pode chegar a ser mago se não desenvolver o poder da vontade e ninguém desenvolve o poder da vontade, enquanto contar com o apoio de outrem. Desenvolvendo a vontade, tornar-se-ão mais fortes para superar a personalidade inferior. Desenvolvendo a vontade, poderão mandar nos habitantes dos mundos elementais e entrar em contato com os seres dos mundos etéreos. Quando aprenderem a separar o seu ser externo do interno e a ser donos de sua vontade, então todos os planos abrir-se-ão diante de si e começarão a ver seu Mestre e a conversar com Ele.

Perguntas e Respostas

P. Se compreendi bem, não tendo no horóscopo nenhum ou tendo poucos planetas num elemento determinado, devemos praticar as lições desse elemento?

R. Isso dependerá, também, da colocação dos planetas, assim como dos signos no Meio-Céu e no Nadir. Mas, de modo geral, se o horóscopo mostra um desequilíbrio de elementos, então deverão cultivar os atributos dos elementos que faltam. Uma pessoa, fortemente dominada pelos elementos de água e de terra, terá tendência a prestar serviços de um modo embaraçoso, barulhento e também de má vontade. Ela precisará da influência do elemento fogo para lhe dar o calor do amor, assim como do elemento ar, a fim de desenvolver o sentido da união. O elemento água torna as pessoas egocêntricas. Elas sempre vêem seu próprio reflexo, freqüentemente admirando-se como Narciso. Essas pessoas precisam cultivar o altruísmo e a introspecção.

P. No meu próprio caso, não há planetas em signos do fogo ou da terra. Só em signos da água e do ar. A minha lição deveria ser a do fogo e da terra? Peço desculpas por fazer uma pergunta pessoal.

R. Não gostará, talvez, da minha resposta, que é também de caráter pessoal. No seu caso há um certo egoísmo, devido à predominância da personalidade regida pelo ascendente do signo de água. Há justamente esse egocentrismo do qual falei e também uma certa auto-piedade. Deveria, portanto, esforçar-se para cultivar um amor mais universal, procurando interessar-se mais pelos outros e menos por si mesma. Com isso atrairá outros a si. Deveria procurar unir as pessoas que a rodeiam, em vez de usar a influência do elemento ar no seu sentido separativo. Estou contente porque vejo que, corajosamente, quer descobrir e discutir suas fraquezas. Assim, elas podem tornar-se sua força. No caminho espiritual, somos freqüentemente hipócritas inconscientes. Não queremos que nosso vizinho descubra nossas fraquezas, queremos que veja apenas nossa força. No entanto, a falta trazida à luz, não mais permanece profundamente enraizada, tornando-se como uma borboleta que passa por um jardim: estará lá por pouco tempo e logo irá embora. Além disso, é bom para todos ouvir os problemas alheios, pois, quando por sua vez forem gurus e os mesmos problemas aparecerem diante de vocês, isso lhes ajudará a compreender o tipo da mente, o estágio de desenvolvimento e o Raio sob o qual a alma está trabalhando.

P. Uma dessas noites acordei, meu corpo ainda estava vibrando, como se fosse de uma pancada nas costas. O que pode ser isso?

R. Provavelmente, durante o sono, você saiu do corpo e, por alguma razão, voltou a ele bruscamente. Nesse caso, o cordão, após ter sido esticado, ao regressar, pode dar a impressão de uma pancada ou, às vezes, de um som. Não há razão para ficar preocupada.

P. Aprendemos que cada um de nós está sob a influência de vários Raios. Como podemos descobri r os Raios que nos regem?

R. Para isso é preciso examinar a totalidade de seu horóscopo. O Raio do Sol é o Raio da descida do espírito. Tomemos o exemplo de um horóscopo com o Sol em Sagitário, a Luz em Libra e o Ascendente em Capricórnio. O Sol em Sagitário significa que o espírito veio do mundo celestial de Júpiter. Veio com toda a força espiritual e grandeza do Raio Jupiteriano, expressando-se no Raio azul. A Lua em Libra expressa o desequilíbrio emocional do signo. O espírito veio, portanto, para fortalecer os atributos de Libra e achar o equilíbrio emocional ou astral. Tendo Capricórnio no Ascendente, ele veio com a personalidade capricorniana, para encontrar o Guardião do Umbral - talvez como Saturno, o testador e passar por todas as provas desse encontro, a fim de poder voltar à casa do Pai do Céu, - neste caso Júpiter - com a força saturniana transmutada e as emoções estabilizadas. Todas as experiências, tanto da personalidade como dos mundos astrais, são reunidas e transformadas em paz, dignidade e sabedoria. Repito: O Raio da descida do espírito na matéria é indicado pelo Sol; o Raio, sob o qual a alma ganha experiência no plano emocional ou astral, é expressado pela Lua, e o Raio da personalidade - pelo Ascendente. A experiência da personalidade serve para elevar a alma, e as duas experiências: a da alma e a da personalidade, são devolvidas ao Pai no Céu.

P. O signo do Sol será então sempre o mesmo?

R. Não. Durante a encarnação, a personalidade que se expressa pelo Ascendente, passa pela experiência de um, dois ou mesmo três signos. A Lua, ao mesmo tempo, dá muitas voltas. No fim, toda essa carga de experiência é passada pelo Raio do signo em que se acha o Sol - que no nosso exemplo é Sagitário - e levada ao Par no Céu. Quando o espírito desce de novo, ainda pelo mesmo Raio, ele não volta mais às experiências pelas quais a personalidade já passou previamente, mas colhe novas, até que todas as lições neste caso do Sagitário - sejam aprendidas. Então o espírito descerá através de um outro Raio solar e, com o tempo, deverá completar a experiência de todos os signos zodiacais. Se não aprendeu bem a lição de um signo, terá que voltar a ele de novo. Todavia, não limitem o espírito ao Raio solar. Ele está acima de qualquer signo. Talvez possa explicar-lhes melhor assim: imaginem que há uma fonte e, ao seu redor, um círculo composto de doze compartimentos, cada um de cor diferente. Alguém, em cima, dirige o fluxo de água que tem que passar por um desses compartimentos, antes de cair no recipiente embaixo. Passando sucessivamente por cada compartimento, ela toma sua cor e a reflete no recipiente embaixo. Colorida assim, a água parece estar cada vez diferente, enquanto que, na realidade, é sempre a mesma.

P. O espírito não encarna em totalidade?

R. Isso depende grandemente do tipo do espírito. Quanto mais o espírito for evoluído, menor é a parte dele que encarna.

P. Dizem que o laço entre chela e guru é mais forte do que qualquer outro. Por que?

R. Entre as pessoas que passaram juntas por grandes perigos, tribulações e alegrias, forma-se um laço sólido. Tanto mais, se as duas almas, vida após vida, são unidas nas suas provações, alegrias e tristezas. Esse laço ficará cada vez mais forte.

P. Se alguém, nesta vida, tem pouco tempo livre para meditar, quer isso dizer que utilizou mal seu tempo no passado?

R. Nem sempre. Pode ser que essa alma, anteriormente, tenha feito um grande progresso e amado profundamente alguém que não progrediu. Então, ela volta hoje, para apenas estar com ele, e descansa do trabalho mental ou espiritual, aprendendo a lição do Serviço.

P. O senhor gostaria que meditássemos em estado positivo da mente ou apenas calmos e receptivos?

R. Não aconselho estados receptivos, atitudes de expectativa, pois os que praticam essas atitudes, especialmente se são regidos por signos de água, tornam-se muitas vezes vítimas de forças astrais inferiores. Para tais naturezas, é bem melhor fazer práticas de ioga, afirmações e visualizações. Para uma pessoa enérgica, regida por signos de fogo, é bom acalmar a mente e tornar-se receptiva, mas não para uma que é regida por signos de água. Este exemplo confirma ainda o que lhes disse a respeito dos caminhos diferentes para cada um. Uma natureza enérgica, pertencendo ao elemento fogo, deve aprender a calma; uma natureza inerte, pertencendo ao elemento água - a atividade; uma, regida pelo ar e levada para cá e para lá, deve aprender o equilíbrio; e outra regida pela terra a ser suave e flexível, e não afetada e dura.

P. Uma doença prova sempre um fracasso espiritual?

R. Não gosto da expressão "fracasso espiritual". Uma doença não é necessariamente uma conseqüência da vida presente. Se alguém, num determinado período da vida, tem uma incapacidade ou fraqueza física, pode ter feito um arranjo prévio para poder queimar seu Carma durante este período. Essa doença pode ser também a conseqüência de alguma angústia ou de outra coisa da vida anterior, ou talvez o Carma familiar ou mesmo nacional. Pode acontecer que um membro de uma família numerosa fique doente e, apesar de todos os esforços, não se cure. É possível, então, que a finalidade dessa doença seja a de ensinar a paciência, o amor e a compreensão aos seus familiares. Neste caso, só quando os demais aprenderem a lição, a pessoa será libertada da doença. Ela, voluntariamente, encarregou-se do Carma, para a evolução da família.

P. Como era dado o ensinamento religioso no Egito, no seu tempo?

R. Aceitávamos alunos, geralmente, entre dez e vinte anos de idade, às vezes mesmo menores de dez anos, que vinham conduzidos por seus próprios desejos ou pelos desejos de seus pais. Eles moravam no templo ou mosteiro e passavam ali todo o treinamento do caminho espiritual. Alguns ficavam até atingir idade avançada. Considerávamos que o curto período de cada encarnação possibilitar-nos-ia preparar-nos para uma vida superior. Tendo escolhido o caminho interno, dávamos pouco valor às coisas materiais e à vida no mundo. Vivíamos em estado contínuo de preparação para a morte. Para nós, ela era o portão de uma vida superior. Vocês, ao contrário, evitam pensar em morte. Nós, de acordo com o que tivéssemos escolhido, partiríamos para a existência mundana ou a vida interna. Vocês misturam as duas.

Naquele tempo, todas as escolas ficavam sob a direção dos templos. Havia uma certa diferença entre os Aspectos Divinos no ensinamento religioso do povo e dos do ensinamento interno dos templos. Os que desejavam dedicar-se ao sacerdócio recebiam ensinamento e treinamento especial. Os escravos não eram aceitos para sacerdócio, pois as almas, encarnando entre eles, não eram consideradas bastante evoluídas para compreender e passar as provas impostas a um sacerdote. Certos trabalhadores manuais tornavam-se irmão leigos, sem ir mais adiante. Os guerreiros, que tinham renunciado sua profissão, merecendo e desejando ser submetidos à disciplina do templo, eram admitidos no círculo externo.

P. Segundo as últimas escavações, os egípcios sabiam muito mais do que nós sobre as ciências espirituais.

R. Em certos aspectos científicos, éramos também mais adiantados. Sabíamos captar os raios cósmicos, o que ainda não sabem fazer. Se esse conhecimento fosse bom para a evolução do mundo, seria logo dado de novo a uma mente receptiva. Por enquanto, porém, há tanto ódio entre os homens que os raios cósmicos seriam utilizados como força destrutiva e não construtiva. Estão passando por uma noite dos tempos. Quando chegar a alvorada, muitas coisas serão redescobertas.

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