Navegação

Ensinamentos de I-EM-HOTEP


Desenvolvimento Mental

Hoje quero falar-lhes de suas possibilidades internas de desenvolvimento mental: de como podem utilizar-se da força que é a parte divina em vocês e manifestar, em cada plano da mente, um pouco do seu ser espiritual, ligado, ao mesmo tempo, consigo e com Deus.

No Oriente, há uma literatura abundante sobre o assunto. Entretanto, como os termos usados não são familiares à mente ocidental, ele não se dá ao trabalho de aprofundá-lo. Procurarei, portanto, ser o mais explícito possível.

Cada um de vocês possui doze centros etéricos, que no Oriente são chamados de chacras ou lotus, e que constituem uma contraparte sutil da cadeia endócrina. Do funcionamento destes centros depende o grau de sabedoria e de aperfeiçoamento do ser humano. Hoje, falaremos dos planos da mente que agem sobre esses centros ou chacras. Esses lotus possuem pétalas e seu modo de viver ou tipo de emoções podem abrir ou fechar uma ou outra dessas pétalas. Se uma pétala se abrir e ficar aberta, suponhamos por um mês, isso não quer dizer que ela permanecerá aberta para sempre, pois, se sentem satisfeitos consigo e cessam de trabalhar naquela direção determinada, a pétala fechar-se-á de novo. Para atingir a perfeição, o homem nunca deve se cansar de pensar e agir com retidão.

Alguns dentre vocês sabem que no centro cardíaco acha-se a imagem do seu Ser Perfeito, aquilo em que podem tornar-se, como Deus os havia concebido desde o início. É este "Eu" eterno em vocês que possui a memória, que sabe e aspira, e que sempre se esforça por achar o caminho da união com Deus Pai. Como podem verificar a realidade deste laço de união com Deus? Como descobrir essa imagem? Só podem fazê-lo realizando suas possibilidades ilimitadas no plano mental.

Para que fique mais claro, dividiremos a mente em quatro partes imaginárias:

Primeira - A mente supraconsciente, pertencendo ao plano espiritual da mente.
Segunda - A mente psíquica, pertencendo ao plano mental superior da mente.
Terceira - A mente subconsciente, pertencendo ao plano astral ou mental inferior da mente.
Quarta - A mente consciente, pertencendo ao plano físico da mente.

A mente supraconsciente recebe mensagens do Eu Superior. Transformando-as em imagens, ela as transmite à mente psíquica que, por sua vez, as torna mais concretas e as transmite à mente subconsciente. Esta possui a capacidade de refleti-las para o plano físico. A mente subconsciente é freqüentemente chamada de ponte, pois ela constitui um ponto de transmissão dos planos superiores para o físico. Nela podem ser achados os reflexos de todos os planos, tanto superiores como inferiores, e a imagem daquilo que o Eu Superior quis transmitir fica geralmente muito deturpada. Isso o faz compreender as dificuldades que terá que superar para chegar ao discernimento.

Em cada um dos planos possuem um Mestre ou Instrutor diferente. Essa é a razão por que, às vezes, há tantos conflitos aparentes de pensamento e tanta diferença nos estados mentais. Algumas vezes, o aspirante pode experimentar até o êxtase a mais alta aspiração espiritual e sentir-se como se fosse elevado no ar; em outras, pode estar no fundo de um abismo de dúvidas, perguntando a si mesmo se vale a pena continuar, se pode ter confiança em seu Instrutor ou se está seguindo o caminho certo. Isto é uma prova de que não atingiu ainda o equilíbrio mental. É absolutamente necessário que um aspirante, antes de mais nada, realize o equilíbrio e aprenda a atravessar a ponte entre as mentes. A falta de equilíbrio, por menor que seja, é sempre um perigo.

Tudo o que vem a refletir-se sobre a mente do aspirante, em forma de imagens parcialmente formadas, deve ser cuidadosamente pesado, revisado e aceito ou rejeitado pela mente consciente, antes que lhe seja permitido criar raízes no subconsciente. Portanto, se durante a meditação, concentração ou estado exaltado provocado por um ritual, essas imagens aparecem na mente de um aspirante, ele, antes de aceitá-las, deve submetê-las ao pleno criticismo. Deve analisar, em cada plano da mente, se as está recebendo duma fonte pura e inalterada. Tendo adquirido essa certeza, sentindo através do centro cardíaco que tudo está certo, ele não deve, de maneira alguma, se desviar do caminho que está se abrindo diante dele. Não deve se deixar atrair por este ou aquele instrutor, por este ou aquele círculo, pois, uma vez que recebeu a prova de que está em contato com seu Eu Superior, Este iluminará seu caminho e, seguindo-o, não mais poderá errar. Somente quando o homem apaga a Luz do Iniciador - o Eu Superior - que se acha perdido nas brumas de dúvidas e medos. Logo, porém, que restabelece a ligação entre as mentes, e do meio da ponte pode olhar impessoalmente, como um observador, para os dois lados - o superior e o inferior - ele sente a paz que ultrapassa a compreensão.

Quando o ser humano atingir este estágio de equilíbrio mental, ele poderá, então, começar a despertar Kundalini ou a força adormecida na base da coluna vertebral.

Muitas imagens orientais representam o despertar dessa força. Em certas representações tibetanas está escrito: "Quando o homem adquire o equilíbrio e pode, sobre a ponte, enfrentar a si próprio, então o elefante ergue a tromba e dá barridos de alegria". Muitas vezes Kundalini, desperta num homem mentalmente equilibrado, é representada por um triângulo, dentro do qual acha-se um elefante com a tromba erguida.

Se conseguiram realizar esse equilíbrio, podem, pela meditação, concentração ou ritual, começar a despertar Kundalini. Acordada, essa força começa lentamente a subir, assim como faz o mercúrio dentro de um tubo ligeiramente aquecido. Kundalini ergue-se e cai, reergue-se e torna a cair. Pouco a pouco, neste ou naquele chacra, uma tênue luz começa a girar. Às vezes dá uma volta, outras vezes dá duas voltas e pára. Ainda outras vezes continua por um certo tempo e podem, então, sentir um calor ou ter uma sensação de liberdade; podem também sentir-se como se tivessem asas e pudessem voar, a vida parecendo-lhes cheia de possibilidades.

À medida que se concentram sobre a base da coluna, revisando sempre tudo o que recebem durante a meditação, o primeiro chacra ou Lotus Vermelho começa a abrir-se lentamente. Abre-se pétala após pétala, até que um belo lotus vermelho e ouro seja visto dos planos superiores. Os que vigiam sabem, então, que mais um ser humano pisou no caminho do aperfeiçoamento. Ele não mais o abandonará. Poderá sentir-se, por vezes, desanimado ou fraco, mas não voltará mais para trás. É nesse estágio que aparece o Mestre para vigiar sua saúde, suas condições psíquicas, e conduzi-lo ao desenvolvimento espiritual que é seu direito inato.

Devagar, Kundalini continua a subida. O fogo sagrado está aceso. O alimento celeste é experimentado. A luz, subindo, começa a nutrir o sistema nervoso etérico. Quero que guardem em suas mentes a imagem que procuro criar. A luz está subindo, nutrindo e vivificando o sistema nervoso etérico, e a sua primeira reação é a impressão de calor a seu redor. Pode acontecer que, antes ainda, sintam uma dor nevrálgica. Aqui, tenho que fazer uma digressão para explicar que Kundalini, vivificando os centros nervosos etéricos, provoca uma reação dos centros nervosos físicos, criando condições nevrálgicas.

Não compreendendo por que seus esforços lhes trouxeram um mal-estar físico, começarão a duvidar se estão no bom caminho, e isso pode produzir uma depressão. Desanimados, são tentados a deixar sua meditação ou concentração e a abandonar seus esforços. É a mente consciente que procura interferir. Não devem, porém, deixar-se influenciar por ela, pois começam a tornar-se seu dono e podem ordenar-lhe que se cale, até que a chamem para servir-lhes. Devem perseverar, sabendo que as dores nervosas sentidas no corpo são, por assim dizer, dores do crescimento espiritual.

Kundalini, subindo, atinge a altura onde, no corpo físico, se acham as glândulas supra-renais. Aí, gira de novo. Este centro, quando desperto, é visto como um belíssimo lótus duplo ou dois lótus saindo de um só ramo. Sua cor é rosa-pálido, com rosa mais forte e branco no centro. Este chacra corresponde à ponte. Aqui, estando na ponte, o homem sente-se mais seguro do que nunca de haver achado seu caminho. Porém, aqui, também, é que ele necessita de primeira advertência, pois, até que aprenda a funcionar nos diversos planos da mente, poderá vir a ser uma das muitas vítimas da ilusão. Os dois lótus podem ser comparados com dois olhos, cada um olhando em direção oposta. O homem deve aprender a ver os dois lados ou mundos: o de cima, onde nenhum reflexo interfere, e o de baixo, onde em suas águas, além do céu, refletem-se também os planos inferiores. Embaixo, o Eu Superior pode ser também achado em seu reflexo, mas aqui é necessário aprender a distinguir a realidade da ilusão. Só quando se adquiriu um perfeito equilíbrio do corpo emocional - ou plano emocional da mente é que se pode enfrentar estes dois mundos ou dois lótus que, na realidade, são um só, pois provêm do mesmo ramo.

Este estágio pode ser chamado de lugar da separação das sendas. Aqui, um psíquico pode tomar o caminho errado, tornando-se vítima de entidades astrais. Um ocultista pode decidir-se, aqui, a tomar a senda da mão esquerda.

Atingindo a ponte, e antes que lhe seja permitido atravessar o primeiro portal, o homem tem que ser provado. Ele entra, portanto, no período de grandes provações, onde necessitará de muita fé, compreensão e paciência. Se ele as têm, poderá apelar ao seu Mestre ou Instrutor e o seu caminho será iluminado.

A ponte - o lótus duplo - que no corpo físico corresponde à região dos rins, é regida pelo signo zodiacal de Balança. Os estudantes de astrologia compreenderão, agora, melhor seu simbolismo. Neste signo, Saturno - o juiz, o testador, o guardião dos portões da vida e da morte - torna-se pai justo e amável.

Continuando a subida, Kundalini vivifica o plexo solar. Este centro, quando desperto, aparece como uma estrela de doze raios, irradiando de fato em muito mais direções. Quando o homem atinge este estágio, o plano da mente psíquica, com sua grande beleza, abre-se diante dele. Aqui, também, ele entra na Sala de Estudos e recebe sua Primeira Iniciação. Aprende de onde veio e para onde vai, assim como a finalidade de sua presente encarnação. À medida que as pétalas deste lótus se abrem, ele se torna consciente da direção divina. Ele acha a paz, e daqui em diante seu único desejo é o de amar a tudo e servir a todos. Ele se afirmou como filho de Deus e passa a ser um aspirante Crístico. À medida que os doze raios da estrela começam a irradiar, vem a ele o poder de curar, de confortar e de transmitir aos outros um pouco dessa irradiação divina, dessa corrente Crística. Ele fica conhecido entre seus semelhantes como aquele "que se banhou em águas sagradas cuja fonte está na Luz".

O centro seguinte é o coração, e aqui o ser humano conhece o divino influxo de sabedoria. Compreende e começa a venerar o Aspecto Materno de Deus. Torna-se não só homem, mas também mulher, pois os atributos dos dois sexos estão igualmente vivos nele. Ele vê tudo em seu duplo aspecto, vê tudo como um divino par de opostos. Ele não tem mais temores. Começa a conhecer a liberdade, pois tocou o raio do homem aperfeiçoado. Ele se torna um Iniciado da Fraternidade do Coração. Reconhece Deus em tudo que vive. Começa a entrar em união com toda a Natureza e a identificar-se com todas suas manifestações.

Então, pouco a pouco, Kundalini vivifica os pulmões etéricos e abre as pétalas do centro laríngeo, fazendo do homem um inspirado, um recipiente da Mente Divina. Agora, certo da fonte de sua inspiração, seguro de seu conhecimento, ele o transmite em plena expressão. Torna-se, por assim dizer, o Logos, a Palavra de Deus manifesta. Ele não se preocupa mais com as opiniões da humanidade a respeito das palavras proferidas, não se preocupa com o que vai dizer, pois, é o "espírito do Pai que fala nele", Ele passa a ser um porta-voz dos Grandes Seres, para guiar e abençoar a humanidade.

Da garganta, Kundalini começa a despertar os centros do cérebro, vivificando e purificando todo pensamento, tornando a mente criativa e fazendo dela uma colaboradora das Hierarquias Divinas. Quanto mais o centro cerebral ou o olho do meio é despertado, mais o homem vê o Divino em tudo. Todos os planos psíquicos e espirituais, todos os planos da Natureza se abrem diante dele. Ele se torna Ungido Divino e coroado de Luz. Finalmente, o Diadema da Sabedoria flameja do alto de sua cabeça e proclama-O um Cristo, um Guardião e Guia dos Mundos do Pai, pois um novo Cristo nasce quando todos os chacras, em pleno êxito, giram em uníssono.

Cada um de você possui esses chacras e a cada um é dada a possibilidade dessa realização, e isso, simplesmente, fazendo diariamente as pequenas ações fraternais.

Olhando-os, vejo que em cada um de vocês os chacras começam a girar e a emitir seus raios. Em alguns são os psíquicos, em outros - os mentais, em outros ainda - os espirituais. Depende de vocês permanecerem perseverantes em seus esforços e irem para diante, sempre amáveis e fraternais, sempre prontos para essas pequenas ações humanas que trazem a paz e a união. Se, com amor e harmonia vocês se unirem no trabalho, então poderemos trabalhar através de vocês e acontecerá que, através destes poucos que assim agem, virá a grande paz ao mundo.

Uma nova estrela se levanta para a humanidade. Uma nova Hierarquia é introduzida. Depende de vocês serem Seus colaboradores, serem discípulos do novo Cristo. Depende de vocês serem escolhidos e receberem o Diadema da Sabedoria. Todavia, devem merecê-lo.

Antes de terminar, quero dizer que muitos entre vocês estão desejosos de servir a Deus. Tais desejos não passam despercebidos. Estão sendo provados, ensinados e graduados nos mundos invisíveis e, à medida que forem passando por vários testes e graus, certas mudanças se produzirão no plano físico. Se suas aspirações seguem uma linha determinada, se, por exemplo, querem servir pelo dom da palavra, é possível que sintam dores na região laríngea. Assim, onde quer que estejam as dores, analisem suas aspirações e observem se foram elas que causaram a vivificação daquele chacra por Kundalini.

Perguntas e Respostas

P. É possível forçar o desenvolvimento de uma capacidade determinada?

R. Vejam: têm, por exemplo, um grande desejo de tornarem-se clarividentes. Concentrando-se sobre o olho do meio, forçarão Kundalini a que, em vez de gradativamente despertar todos os chacras na sua subida, vivifique só aquele, abrindo a clarividência. Tendo-a assim forçado, não serão capazes de distinguir entre a visão astral e a espiritual. Há muitas pessoas que assim o fizeram e que estão muito orgulhosas de possuir a visão aberta, enquanto os que as conhecem, ficam surpreendidos de que Deus as tenha presenteado com um dom que não parecem merecer. Na realidade, uma tal clarividência não é um dom divino, mas a conseqüência do desejo que forçou a abertura do terceiro olho. É sempre melhor desenvolver as qualidades harmoniosamente, até que todos os centros fiquem abertos e girem em uníssono. Então, a pessoa adquire um perfeito equilíbrio e um perfeito controle de todos os seus corpos.

P. Isso nos explica por que alguns médiuns possuem determinadas capacidades psíquicas, muito além das suas qualidades humanas?

R. Naturalmente. Essa é a razão pela qual, nos círculos de desenvolvimento psíquico, deve ser procurada, antes de tudo, a união com o Eu Superior. Então, haverá um instrutor interno, ou, em outras palavras, a voz da consciência será ouvida. O desenvolvimento forçado, qualquer que seja o dom psíquico obtido, traz sempre um certo desequilíbrio. Se, no entanto, há progresso espiritual, ao mesmo tempo e inevitavelmente, desenvolvem-se os centros psíquicos. Dessa maneira, o progresso é harmonioso, e sobre todos os planos: o astral, o mental superior e o espiritual. Gradativamente o aspirante se acostuma a todos os estados de consciência. Participa do êxtase da união com o espírito; torna-se capaz, pelo desenvolvimento do plexo solar, de viajar fora do corpo e contatar seu Mestre, guardando plena memória de todas suas experiências nos mundos sutis.

P. Qual é a seqüência em que se deveriam abrir os chacras?

R. Primeiramente, Kundalini deve ser despertada na base da coluna vertebral. Antes, é necessário que a força sexual esteja sob um controle razoável. É preciso o controle de todos os desejos. É justamente este controle que dá o equilíbrio e a abertura correta das pétalas do lótus duplo.

P. Então, o desequilíbrio mental seria causado pela abertura parcial de vários centros ao mesmo tempo?

R. O desequilíbrio mental é causado pela abertura incorreta do lótus duplo. Ele é a ponte. A mesma coisa acontece no plano físico: se seus rins não funcionam bem, se suas glândulas supra-renais não abastecem o corpo com a quantidade necessária de secreção, há um distúrbio de nervos, há uma desarmonia. A reação do corpo etérico é a mesma.

P. Se trabalharmos sobre as qualidades correspondentes a um determinado centro, poderemos provocar uma reação física desagradável por um dado período?

R. Certamente.

P. O senhor falou da imagem da perfeição no coração. Estão gravadas aí todas nossas experiências?

R. Naturalmente. Pode ser que em uma vida o átomo permanente acumule as qualidades materialistas, em uma outra - as da grande união, da fortaleza ou outras ainda. Em cada encarnação ele atrai tudo aquilo que lhe será necessário para a última expressão de sua perfeição. Tomemos o exemplo de um grande portador da Força Crística - o Mestre Jesus. O átomo divino de Seu coração, quando estava no corpo de Jesus, tinha atraído átomos perfeitamente puros e inalterados que criaram Seu belo corpo, Sua bela mente, através dos quais Sua perfeição podia se manifestar. Ele não poderia ter atraído estes átomos se nas vidas anteriores não tivesse adquirido toda a experiência necessária. Não sei se os chocarei dizendo que o átomo permanente do coração de Jesus tinha residido previamente na pessoa de Melchizedek, de Enoch e de outros grandes e gloriosos Seres. É a herança divina que torna divino o homem. É a realização da semelhança com sua própria imagem no coração que permite construir gradativamente um veículo, através do qual ele poderá, no futuro, ser um Cristo para a humanidade.

P. Então, mesmo se o homem descer ao extremo do materialismo, neste sentido não haverá mal, porque ele adquire experiência?

R. Quaisquer que sejam as experiências que o homem acumule em cada vida, nunca pode perder o átomo permanente. Qualquer que seja a forma ao redor deste átomo, ele sempre permanece dentro do homem, em toda a sua perfeição.

P. Se Kundalini começa a despertar, quanto tempo é necessário para que o homem atinja a iluminação completa?

R. Isso depende do homem. Ele possui livre-arbítrio e numa só vida pode ir bem longe, pode desenvolver muitas qualidades.

P. Até que ponto depende isso do Carma?

R. Quando o homem compreende que ele adquire Carma e quando chega ao ponto de poder ler na Memória da Natureza e ver os erros que cometeu, esforça-se por corrigi-los. Se ele consegue despertar todos seus chacras, pode saldar seu Carma numa só vida. O Carma cria obstáculos para provar a coragem, a perseverança e a fé do aspirante. Quando o aspirante persevera, superando todas as dificuldades, automaticamente paga o Carma. Não pensem demasiadamente no Carma. Pensem antes, que têm que superar os obstáculos no seu caminho.

P. E possível ver o nosso próprio progresso?

R. Seguramente. Vocês são cientes de seu progresso. Podem ver se superaram uma fraqueza, se a transformaram em qualidade. E as qualidades podem ser sempre aperfeiçoadas.

P. O que acontece com as crianças que morrem?

R. Nesses casos não há regras rígidas. Em nosso mundo há muitos fluxos paralelos de vida e diversas possibilidades. Procurarei, todavia, dar-lhes alguns exemplos. Suponhamos que uma mulher deseja ardentemente tornar-se mãe. Durante a gravidez tem determinados pensamentos, sonha com determinadas coisas. Assim, envolve com certos tipos de átomos a pequena semente nela implantada. As forças planetárias influem naturalmente na formação do pequeno ser: Saturno - na estrutura óssea, Júpiter - na circulação sanguínea, etc. É possível que a futura mãe tenha altas aspirações, um grande desejo de que no seu filho se manifeste um espírito adiantado. Pela intensidade de sua aspiração ela toca os Senhores da Forma, e estes, por seu lado, enviam-lhe uma alma adiantada que, durante um certo tempo permanece na aura da futura mãe. Entre as duas estabelece-se um contato que resulta em amor. Vem o nascimento, mas o pequeno veículo físico não é bastante resistente para suportar a radiação interna. A alma que o habita é tão vibrante com a força espiritual que em curto tempo - talvez alguns meses ou anos - o pequeno corpo se desintegra. A mãe fica desesperada, e nós, do nosso lado, procuramos consolá-la. Não lhe explicamos que foi ela que não construiu um invólucro bastante forte, mas transmitimos-lhes uma certa compreensão. Enquanto isso, a forma astral do corpo desintegrado fica guardada no mundo astral. O espírito, por causa do laço de amor que formou com a mulher, permanece perto dela, fazendo-se sentir. A mulher, sendo sensível, começa a compreender que pode formar um outro veículo que o mesmo espírito habitará. Desta vez o pequeno corpo é muito mais adequado. Tomemos um outro exemplo, o da mulher comum, ou melhor de uma alma bastante nova e que não tem um amor especial para com as crianças. A gravidez é para ela um acidente, que teria preferido evitar. Em relação à maternidade, ela não é positiva nem negativa. A criança se forma sem participação consciente do mental da mãe e o pequeno corpo torna-se o invólucro para receber uma alma nova também que, após um curto tempo, por alguma razão, volta ao mundo astral. Aí, ela vai ao plano reservado especialmente para crianças, onde estas são ensinadas por espíritos mais evoluídos. Com o tempo, essa alma volta de novo à Terra, encarnando, cada vez, com mais conhecimento. Geralmente não encarna numa família em que teria muitas possibilidades. Amiúde recebe uma formação ortodoxa e vive, de novo, uma vida negativa, nem boa nem má. Sujeita à roda de encarnações, vai e volta, de novo e de novo.

Início