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Treinamento Esotérico no Período de Transição

O Período de Transição

Um dos resultados da condição mundial atualmente é a aceleração de todas as vidas atômicas sobre e dentro do planeta. Isto envolve, necessariamente, o aumento da atividade vibratória do mecanismo humano, com conseqüente efeito sobre a natureza psíquica, produzindo uma anormal sensibilidade e percepção psíquica. É importante lembrar aqui que a atual condição da humanidade não é o resultado de simplesmente um único fator, mas de muitos - estando todos eles ativos simultaneamente, porque este período marca o término de uma era e a inauguração da nova.

Os fatores a que me refiro são, principalmente, três:

1. Este é um período de transição entre o término da Era Pisceana, com sua ênfase sobre a autoridade e a crença, e a entrada da Era Aquariana, com sua ênfase sobre a compreensão individual e o conhecimento direto. A atividade dessas forças características dos dois signos produz nos átomos do corpo humano uma atividade correspondente. Nós estamos à beira de novos conhecimentos e os átomos do corpo estão sendo sintonizados para recebê-los. Aqueles átomos que são predominantemente pisceanos estão começando a diminuir sua atividade, e a ser "ocultamente retirados”, como se diz, ou abstraídos, enquanto aqueles que respondem às tendências da Nova Era, estão, por sua vez, sendo estimulados e sua atividade vibratória aumentada.

2. A guerra mundial marcou um clímax na história da humanidade, e seu efeito subjetivo foi muito mais potente do que se percebeu até agora. Através do poder do som prolongado, conduzido como um grande experimento nos campos de batalha no mundo todo durante um período de quatro anos (1914-1918), e através da intensa tensão emocional da população de todo o planeta, a rede de matéria etérica (chamada o “véu do templo”) que separa os planos físico e astral foi rasgado ou dilacerado, e o espantoso processo de unificar os dois mundos da vida do plano físico e da experiência do plano astral foi iniciado e prossegue agora lentamente. É óbvio, portanto, que isto deverá provocar vastas mudanças e alterações na consciência humana. Embora isso venha a introduzir a era da compreensão, da fraternidade e da iluminação, trará também estados de reação e deixará à solta as forças psíquicas que hoje ameaçam os ignorantes e sem controle, o que justifica o soar de uma nota de aviso e cautela.

3. Um terceiro fator é o seguinte. Há muito tempo é conhecido, pelos místicos de todas as religiões mundiais e pelos estudantes esoteristas de toda parte, que certos membros da Hierarquia planetária estão se aproximando mais da terra nesta época. Com isto quero que concluam que o pensamento, ou a atenção mental, do Cristo e de alguns de Seus grandes discípulos, os Mestres de Sabedoria, está direcionado ou focalizado, atualmente, para os assuntos humanos, e que alguns Deles preparam-Se para quebrar Seu longo silêncio e poderão, mais tarde, aparecer entre os homens. Isto, necessariamente, tem um poderoso efeito, primeiro que tudo sobre Seus discípulos e aqueles que estão harmonizados e sincronizados com Suas Mentes; e segundo, é preciso lembrar que a energia que flui através destes pontos focais da Vontade Divina terá um efeito dual e será destrutiva assim como construtiva, de acordo com a qualidade dos corpos que reagem a ela. Diferentes tipos de homens respondem de forma distinta a qualquer influxo de energia, e uma tremenda estimulação psíquica está se processando nesta época, com resultados divinamente beneficentes e tristemente destrutivos.

Podemos acrescentar também que certas relações astrológicas entre as constelações estão liberando novos tipos de força que estão atuando por meio de nosso sistema solar e sobre o nosso planeta e, desse modo, tornando possíveis desenvolvimentos até aqui frustrados na sua expressão, e ocasionando a demonstração de poderes latentes e a manifestação de novos conhecimentos. Tudo isto precisa ser mantido em mente com o maior cuidado para que seja corretamente apreciado e sua esplêndida oportunidade corretamente usada. Achei conveniente escrever algumas palavras a respeito da condição encontrada hoje no mundo, especialmente no que tange aos grupos esotéricos, ocultistas e místicos e o movimento espírita.

Todos os verdadeiros pensadores e trabalhadores espirituais estão muito preocupados atualmente com o crescimento do crime em toda parte, com a demonstração de poderes psíquicos inferiores, com a aparente deterioração do corpo físico que se revela na disseminação das doenças, e pelo extraordinário aumento da insanidade, das condições neuróticas e do desequilíbrio mental. Tudo isto é o resultado da ruptura da teia planetária, e ao mesmo tempo, é uma parte do plano evolutivo e o oferecimento de uma oportunidade por meio da qual a humanidade pode dar o seu próximo passo à frente. A Hierarquia de Adeptos tem estado dividida em opinião (se é que uma palavra tão inadequada pode ser aplicada a um grupo de almas e irmãos que não conhecem o sentido de separatividade, mas apenas diferem quanto a problemas de “habilidade na ação”) sobre a presente condição mundial. Alguns acreditam ser ela prematura e, conseqüentemente, indesejável e causadora de uma situação difícil, enquanto que outros declaram-Se a favor considerando a bondade básica da humanidade e consideram a crise atual como inevitável e provocada pelos desenvolvimentos no próprio homem; Eles consideram a condição como educacional e como constituindo apenas um problema temporário, o qual - à medida que for resolvido - conduzirá a humanidade para um futuro ainda mais glorioso. Porém, ao mesmo tempo, não há como negar o fato de que grandes e freqüentemente devastadoras forças têm sido desencadeadas sobre a terra, e que o efeito é uma causa de grande preocupação para todos os Mestres, Seus discípulos e trabalhadores.

A dificuldade pode, principalmente, remontar à superestimulação e à excessiva tensão exercida sobre o mecanismo dos corpos, que o mundo das almas (em encarnação física) têm de empregar enquanto procuram manifestar-se no plano físico e assim responder ao seu meio ambiente. O fluxo de energia, jorrando através do plano astral e, em menor grau, do plano mental inferior, é posto em contato com corpos que, a princípio, não respondem e mais tarde são super-responsivos; ele flui para as células do cérebro que, por falta de uso, não estão acostumadas ao poderoso ritmo que lhes é imposto; e o equipamento do conhecimento da humanidade é tão pobre que a maioria não tem senso bastante para proceder com cautela e avançar lentamente. Por isso, logo se encontram em perigo e dificuldade; sua natureza é, com freqüência, tão impura ou tão egoísta que os novos poderes que estão começando a fazer sentir sua presença, e assim abrindo novas avenidas de percepção e contato, são subordinados a fins puramente egoístas e prostituídos para objetivos mundanos. Os relances concedidos ao homem daquilo que jaz por trás do véu são mal interpretados e a informação obtida mal usada e distorcida por motivos errados. Mas se uma pessoa é a vítima não intencional da força ou se coloca em contato com ela deliberadamente, ela paga o preço de sua ignorância ou temeridade no corpo físico, muito embora sua alma possa “continuar a marchar em frente”.

Não adianta, nesta época, fechar os olhos para o problema imediato ou tentar pôr a culpa pelos lastimáveis fracassos, pelas ruínas ocultas, pelos psíquicos semidementes, pelos místicos cheios de ilusões e miragens e pelas fracas mentes de diletantes no esoterismo à porta de sua própria estupidez ou sobre os ombros de alguns mestres, grupos ou organizações. Muita culpa pode ser atribuída aqui e ali, mas faz parte do bom senso enfrentar os fatos e compreender a causa daquilo que está transpirando por toda parte e que pode ser exposto como a seguir.

A causa do crescimento do psiquismo inferior e da crescente sensibilidade da humanidade nesta época, é a súbita afluência de uma nova forma de energia astral através do véu rasgado, o qual, até bem pouco tempo, protegia a maioria. Somando-se a isto a inadequabilidade dos veículos da massa humana para fazer frente à tensão recentemente imposta, poderemos obter alguma idéia do problema.

Não nos esqueçamos, contudo, que há um outro lado da moeda. A afluência desta energia trouxe muitas centenas de pessoas a uma nova e mais profunda realização espiritual; ela abriu uma porta pela qual muitos passarão dentro em breve e farão sua segunda iniciação, e ela introduziu uma inundação de luz no mundo - uma luz que aumentará cada vez mais nos próximos trinta anos, trazendo a certeza da imortalidade e uma nova revelação das potências divinas no ser humano. Assim está despontando a Nova Era. O acesso a níveis de inspiração, até agora intocados, foi facilitado. A estimulação das faculdades superiores (e isto em grande escala) é agora possível, e a coordenação da personalidade com a alma e o correto uso da energia podem prosseguir com renovada compreensão e arrojo. Sempre a corrida é para os fortes, e sempre os muitos são chamados e os poucos escolhidos. Esta é uma lei oculta.

Estamos agora num período de tremenda potência espiritual e de oportunidade para todos no caminho probatório e no caminho do discipulado. É a hora do claro e agudo chamado para o homem mostrar disposição e boa vontade, pois a libertação está a caminho. Mas é também a hora de perigo e de ameaça para os incautos e os não preparados, para os ambiciosos, os ignorantes, e para aqueles que egoisticamente procuram o Caminho e que se recusam a trilhar o caminho do serviço com motivo puro. Para que esta sublevação e conseqüente desastre para tantos não lhes pareça injusta, deixem-me lembrar-lhes que esta uma vida nada mais é do que um segundo do tempo da mais longa e mais vasta existência da alma, e que aqueles que falham e são despedaçados pelo impacto das poderosas forças agora inundando nossa terra, terão, não obstante, sua vibração “elevada” para coisas melhores juntamente com a massa daqueles que espiritualmente conquistaram, mesmo que seus veículos físicos sejam destruídos no processo. A destruição do corpo não é a pior desgraça que pode suceder a um homem.

Não é meu propósito cobrir todo terreno possível em relação à situação no campo do psiquismo causada pela afluência da energia astral nesta época. Procuro limitar-me ao efeito deste influxo sobre os aspirantes e sensitivos. Estas duas palavras - aspirantes e sensitivos - estão empregadas por mim neste artigo para distinguir entre aquele que, desperto, busca o controle e o domínio e o tipo inferior de psíquico, que é controlado e dominado. É necessário lembrar aqui que o chamado psiquismo pode ser dividido nos dois grupos seguintes:

Psiquismo Superior Psiquismo Inferior
Divino Animal
Controlado Sem Controle
Positivo Negativo
Inteligentemente Aplicado Automático
Mediador Mediunidade

Estas distinções são pouco compreendidas, assim como não se aprecia o fato de que os dois grupos de qualidades indicam nossa divindade. Todas elas são expressões de Deus.

Há certos poderes psíquicos que os homens têm em comum com os animais; esses poderes são inerentes ao corpo animal e são instintivos, porém, na sua vasta maioria, desceram abaixo do limiar da consciência, não são percebidos e, portanto, são inúteis. Há, por exemplo, os poderes de clarividência e clariaudiência astral e o poder de ver cores e fenômenos similares. A clarividência e clariaudiência são possíveis, também, nos níveis mentais, e então isso é chamado de telepatia, como também a visão de símbolos, pois toda visão de formas geométricas é clarividência mental. Todos esses poderes estão, porém, ligados ao mecanismo humano ou aparelho de resposta, e servem para pôr o homem em contacto com aspectos do mundo fenomênico para o que o aparelho de resposta, que nós chamamos de personalidade, existe. Eles são o produto da atividade da alma divina no homem, a qual toma a forma daquilo que nós chamamos “a alma animal”, que realmente corresponde ao aspecto do Espírito Santo na trindade microcósmica humana. Todos estes poderes têm suas correspondências espirituais superiores, que se manifestam quando a alma se torna conscientemente ativa e controla seu mecanismo por meio da mente e do cérebro. Quando a clarividência e clariaudiência astrais não estão abaixo do limiar da consciência, mas estão ativamente usadas e funcionando, isso significa que o centro do plexo solar está aberto e ativo. Quando as faculdades mentais correspondentes estão presentes na consciência, então isso significa que o centro da garganta e o centro entre as sobrancelhas estão tornando-se “despertos” e ativos. Mas, os poderes psíquicos superiores, como a percepção espiritual com seu conhecimento infalível, a intuição com seu julgamento sem erros, e a psicometria de espécie superior com seu poder de revelar o passado e o futuro, são as prerrogativas da alma divina. Estes poderes superiores entram em ação quando os centros da cabeça e do coração, assim como o centro da garganta são trazidos à atividade como resultado da meditação e serviço. Que os estudantes, contudo, se lembrem de duas coisas:

Que o maior pode sempre incluir o menor, mas o psíquico puramente animal não inclui o superior.

Que entre o tipo mais inferior de mediunidade negativa e o mais elevado tipo de mestre inspirado e vidente são encontrados uma vasta diversidade de graus, e que os centros não estão uniformemente desenvolvidos na humanidade.

A complexidade do assunto é grande, mas podemos perceber a situação geral, entender a significância da oportunidade oferecida, e empregar o correto uso do conhecimento para extrair o bem do presente período crítico, e assim fomentar e nutrir o crescimento psíquico e espiritual do homem.

Acredito que duas questões devem, atualmente, absorver a atenção dos trabalhadores no campo do esoterismo e daqueles que se ocupam com o treinamento de estudantes e aspirantes.

I. Como treinaremos nossos sensitivos e psíquicos de modo que os perigos possam ser evitados e os homens possam prosseguir, em segurança, para sua nova e gloriosa herança?

II. Como podem as escolas esotéricas ou “disciplinas”, como são às vezes chamadas, fazer uso correto da oportunidade?

I – O Treinamento dos Médiuns

A primeira coisa a ter em mente é que o psiquismo e a mediunidade negativa e não-inteligente reduz o seu intérprete ao nível de um autómato; é perigosa e desaconselhável porque priva o homem do seu livre arbítrio e sua positividade, e milita contra sua capacidade de agir como um ser humano livre e inteligente. O homem não está agindo, nestes casos, como um canal para a sua própria alma, mas é pouco melhor que um animal instintivo, se não é, literalmente, uma casca vazia, que uma entidade obsessora pode ocupar e usar. Ao falar assim, refiro-me ao tipo mais inferior de mediunidade animal, muito encontrada nestes dias, e que é a causa da preocupação das melhores mentes em todos os movimentos que fomentam a mediunidade. Quando se entra na mediunidade com uma atitude focalizada plenamente consciente e na qual o médium, com conhecimento e inteligentemente, esvazia seu corpo para a entrada de uma entidade da qual ele está plenamente consciente e que toma posse com sua permissão consciente para servir a algum fim espiritual e ajudar seus semelhantes, pode ser correto e bom. Mas quantas vezes este tipo de mediunidade é visto? Poucos médiuns conhecem a técnica que governa a entrada e saída de uma entidade, como também não sabem como conduzir este trabalho de tal maneira que, nem por um momento, deixem de ter consciência do que eles próprios estão fazendo e do propósito de sua atividade. Definida e propositalmente eles emprestam seu corpo, temporariamente, a outra alma para o serviço, preservando, o tempo todo, sua própria integridade. A mais elevada expressão deste tipo de atividade foi a do discípulo Jesus ao dar seu corpo para uso do Cristo. É na palavra serviço que repousam toda a história e a salvaguarda. Quando esta verdadeira mediunidade for melhor compreendida, teremos o médium saindo de seu corpo, em plena consciência vigil, através do orifício no topo de sua cabeça, e não, como é agora na maioria dos casos, através do plexo solar, sem manter consciência da transação, ou qualquer lembrança do que transpirou.

Teremos, então, a entrada temporária de um novo morador ao longo da linha de uma vibração sincronizada através da entrada na cabeça e o subseqüente uso do instrumento do corpo emprestado para esta ou aquela espécie de serviço. Porém, este procedimento jamais será seguido com o intuito de satisfazer a vã curiosidade, ou uma dor igualmente vã, baseada na solidão pessoal e auto-piedade. Atualmente, muitos dos médiuns do tipo inferior são explorados pelo público curioso ou infeliz, e aqueles peculiares seres humanos cuja consciência está centrada inteiramente abaixo do diafragma e cujo plexo solar é realmente o seu cérebro (como é o cérebro do animal) são forçados a atuar como médiuns para satisfazer o amor pela sensação ou o desejo por consolo de seus semelhantes quase que igualmente sem inteligência.

Ao mesmo tempo, há médiuns de uma ordem muito superior cujas vidas são oferecidas em serviço a almas avançadas do outro lado do véu e que dão de si mesmas para que seus semelhantes possam aprender com elas; assim, em ambos os lados do véu de separação, há almas ajudadas e a quem é dada oportunidade de ouvir ou servir. Mas estas, também, lucrariam com um treinamento mais inteligente e uma compreensão mais acurada da técnica de seu trabalho e da organização de seus corpos. Elas, então, seriam melhores canais e intermediários mais dignos de confiança.

Acima de tudo, que os psíquicos no mundo hoje, compreendam a necessidade de controlar e de não ser controlados; que eles compreendam que tudo que eles fazem pode ser feito por quaisquer discípulos treinado da Sabedoria Antiga, se a ocasião o pedir e as circunstâncias justificarem tal gasto de força. Os médiuns são facilmente enganados. Por exemplo, é óbvio que no plano astral há um pensamento-forma do seu irmão Tibetano. Todos os que têm recebido as instruções mensais do grau de discípulos, todos os que leram os livros que eu tenho enviado para o mundo com o auxilio de A.A.B., também todos os que estão trabalhando no meu grupo pessoal de discípulos têm, natural e automaticamente, ajudado na construção deste pensamento-forma astral. Ele não é eu, nem está ligado a mim, nem eu o uso. Eu, definitivamente, me dissociei dele e não o emprego como meio de contacto com aqueles a quem eu ensino, pois escolhi trabalhar inteiramente em níveis mentais, com isso, indubitavelmente, limitando o raio de ação de meus contactos, mas aumentando a eficácia do meu trabalho. É desnecessário dizer que este pensamento-forma astral é uma distorção minha e do meu trabalho, e assemelha-se a uma casca animada e galvanizada.

Porque há nesta forma grande quantidade de substância emocional e também uma certa quantidade de substância mental, ela pode exercer uma grande atração e sua validade é tal que, como todas as cascas, por exemplo, que são contatadas nas sessões espirituais, ela se faz passar por mim, e, onde a intuição não está desperta, a ilusão é completa e real. Os devotos podem, assim, sintonizar-se com grande facilidade com esta forma ilusória e serem completamente enganados. Sua vibração é de ordem relativamente alta. Seu efeito mental é como uma bela paródia de mim mesmo e serve para colocar os enganados devotos em contacto com o códice de luz astral, que é o reflexo dos registros akáshicos. Estes últimos são o códice eterno onde o plano para o nosso mundo está inscrito e de onde, nós que ensinamos, retiramos nossos dados e grande parte de nossas informações. Isto a luz astral distorce e reduz. Porque esta é uma imagem distorcida, e funciona nos três mundos da forma, e não tem fonte de validade mais elevada do que aquela da forma, ela tem em si as sementes da separatividade e do desastre. Dela são enviadas formas de bajulação, idéias de separatividade, pensamentos que alimentam a ambição e que fomentam o amor do poder, e aqueles germes do desejo e de ânsias pessoais (que dividem os grupos) emergem do contacto com ela. Os resultados para aqueles que são assim enganados são tristes.

Gostaria de indicar, também, que a chamada mediunidade de transe deve, inevitavelmente, ser suplantada pela mediunidade oferecida pelo homem ou mulher clarividentes ou clariaudientes no plano astral, e que, portanto, em plena consciência vigil e com o cérebro físico alerta e ativo, pode oferecer-se como intermediário entre homens em corpos do plano físico (e portanto, cegos e surdos nos níveis mais sutis) e aqueles que, tendo abandonado seus corpos, estão isolados da comunicação física. Este tipo de médium pode comunicar-se com ambos os grupos e seu valor e utilidade como médium é incalculável quando ele é unidirecionado, altruísta, puro e dedicado ao serviço. Mas, no treinamento a que eles se submetem, precisam evitar os atuais métodos negativos, e em vez de “sentarem-se para desenvolver”, num silêncio vazio e expectante, devem esforçar-se para trabalhar positivamente como almas, permanecendo na posse consciente e inteligente do mecanismo inferior de seus corpos; eles precisam saber qual o centro de seu corpo que eles usam enquanto trabalham psiquicamente, e precisam aprender a olhar, como almas, para o mundo de ilusão no qual estão incumbidos de trabalhar; a partir de sua alta e pura posição, que eles vejam claramente, ouçam verdadeiramente e relatem acuradamente, e assim sirvam à sua época e geração, e façam do plano astral um familiar e bem conhecido lugar de atividade, acostumando a humanidade a um estado de existência onde são encontrados seus semelhantes, experienciando, vivendo e seguindo o Caminho.

Não posso escrever aqui a respeito da técnica desse treinamento. O assunto é por demais vasto para caber num breve artigo. Porém, digo, enfaticamente, que um treinamento mais cuidadoso e informado é necessário e um uso mais inteligente do conhecimento que está disponível, se for procurado. Exorto todos que estão interessados no conhecimento psíquico a estudar, e pensar, e experimentar, e ensinar e aprender até o momento em que o nível todo dos fenômenos psíquicos seja erguido de sua atual posição ignorante, especulativa e negativa para uma de potente segurança, técnica comprovada, e expressão espiritual. Exorto movimentos como as Sociedades de Pesquisa Psíquica no mundo e o vasto Movimento Espírita a pôr a ênfase sobre a divina expressão e não tanto sobre os fenômenos; que esses movimentos abordem o assunto sob o ângulo do serviço e levem suas pesquisas para o reino da energia, e parem de tanto alcovitar o público. A oportunidade que lhes é oferecida é grande, e a necessidade de seu trabalho é vital. O serviço prestado tem sido real e essencial, mas se estes movimentos quiserem tirar proveito do próximo influxo de energia espiritual, eles precisam mudar sua atenção para o reino dos verdadeiros valores. O treinamento do intelecto, e a apresentação, ao mundo, de um grupo de médiuns inteligentes, deve ser o objetivo principal; o plano astral será então, para eles, apenas uma etapa no caminho para aquele mundo onde são encontrados todos os Guias e Mestres espirituais, e de onde todas as almas partem para a encarnação e para onde todas as almas retornam quando deixam o lugar de experiência e de experimentação.

Pode-se perguntar qual o terreno que este treinamento deveria cobrir. Sugiro que o ensinamento deveria ser dado quanto à natureza do homem e o propósito e objetivos da alma; poderíamos oferecer treinamento quanto à técnica de expressão, e dadas cuidadosas instruções quanto ao uso dos centros no corpo etérico e no desenvolvimento da habilidade para preservar inviolada a atitude do observador positivo, que é sempre o fator diretivo e controlador. Terá de haver cuidadosa análise do tipo e caráter do médium, e então, a aplicação de métodos diferenciados e adequados de modo que ele possa progredir com o mínimo de transtornos. As escolas e classes que procuram desenvolver o estudante precisam ser seriadas de acordo com o seu ponto de evolução, e terão de evitar alimentar a otimista esperança de que, ao entrar num grupo, algo acontecerá a ele enquanto lá estiver.

A meta para o médium negativo de grau inferior deve ser o treinamento da mente e o fechamento do plexo solar até o momento em que ele puder funcionar como um verdadeiro mediador; se isto envolver o cessar temporário de seus poderes mediúnicos, e conseqüentemente de sua exploração comercial, tanto melhor para ele - vendo-o como uma alma imortal, com um destino e utilidade espirituais.

A instrução dada ao médium e sensitivo inteligente deverá levá-lo a uma total compreensão de si mesmo e de seus poderes; deverá desenvolver esses poderes sem risco e com cuidado, e ele deverá ser estabilizado na posição de fator positivo controlador. Seus poderes clarividentes e clariaudientes devem ser gradualmente aperfeiçoados, e a correta interpretação daquilo que ele vê e contata no plano da ilusão, o plano astral, deve ser cultivada.

Assim, encontraremos, gradualmente, emergindo no mundo um grande corpo de sensitivos treinados cujos poderes são compreendidos e que funcionam no plano astral com tanta inteligência quanto com a que funcionam no plano físico, e que se estão preparando para a expressão dos poderes psíquicos superiores - a percepção espiritual e a telepatia. Estas pessoas constituirão, eventualmente, um corpo de almas ligadas, mediando entre aqueles que não podem ver nem ouvir no plano astral porque são os prisioneiros do corpo físico, e aqueles que são igualmente os prisioneiros do corpo astral, faltando-lhes o aparelho físico de resposta.

A grande necessidade, portanto, não é deixar de consultar e treinar os nossos sensitivos e médiuns, mas treiná-los corretamente e resguardá-los inteligentemente e assim unir, por intermédio deles, os dois mundos do físico e do astral. (Psicologia Esotérica II Pág. 555-598)

II – Escolas e Disciplinas Esotéricas

Nossa segunda questão relaciona-se ao trabalho das escolas esotéricas ou “disciplinas”, como são às vezes chamadas, e o treinamento e salvaguarda dos aspirantes que se encontram trabalhando nelas.

Primeiramente, gostaria de tornar claro um ponto. O grande impedimento ao trabalho da maioria das escolas, nesta época, é seu senso de separatividade e sua intolerância quanto às outras escolas e métodos. Os líderes dessas escolas precisam absorver o fato que se segue. Todas as escolas que reconhecem a influência da Loja Trans-Himalaica e aqueles trabalhadores que estão ligados, consciente ou inconscientemente, com Mestres de Sabedoria como o Mestre Morya ou o Mestres K. H., formam uma escola e são parte de uma “disciplina”. Não há, portanto, um conflito de interesses, e no lado interno - se eles estão, de alguma forma, funcionando eficazmente - as várias escolas e apresentações são consideradas como uma unidade. Não há diferença básica no ensinamento, mesmo que a terminologia básica possa variar, e a técnica de trabalho é fundamentalmente idêntica. Se quisermos que o trabalho dos Grandes Seres prossiga como desejado nestes dias de tensão e de necessidade mundial, é imperativo que estes vários grupos comecem a reconhecer sua real unidade na meta, orientação e técnica, e que seus líderes compreendam que é o medo de outros líderes e o desejo de que seu grupo seja numericamente mais importante que leva ao freqüente uso das palavras, “Esta é uma disciplina diferente”, ou “O trabalho deles não é igual ao nosso”. É esta atitude que está impedindo o verdadeiro crescimento da vida espiritual e entendimento entre os muitos estudantes reunidos em tantas organizações externas. Atualmente, estão contaminados pela “grande heresia da separatividade”. Os líderes e os membros falam em termos de “nosso” e “vosso”, desta “disciplina” e daquela, e deste método sendo correto (geralmente o seu próprio) e do outro método que pode estar certo, mas é provavelmente duvidoso, se não positivamente errado. Cada um considera seu próprio grupo como hipotecado especificamente a ele e ao seu modo de instrução, e ameaça seus membros com desastrosos resultados se eles cooperarem com os outros grupos. Em vez disso, eles deviam reconhecer que todos os estudantes em escolas análogas e trabalhando sob os mesmos impulsos espirituais são membros de uma única escola e estão ligados e juntos numa unidade subjetiva básica. É preciso que chegue o tempo quando estes vários (atualmente) corpos esotéricos separatistas terão de proclamar sua identidade, quando os líderes, trabalhadores e secretários se reunirão e aprenderão a conhecer e entender uns aos outros. Um dia, este reconhecimento e entendimento os trará para o ponto onde eles se esforçarão para suplementar os esforços de cada um, trocarão idéias, e assim em verdade e de fato, constituirão um único grande colégio de esoterismo no mundo, com classes e graus variados, mas todos ocupados com o trabalho de treinar aspirantes e prepará-los para o discipulado, ou supervisionando o trabalho de discípulos enquanto estes se preparam para fazer a iniciação. Então, cessarão as atuais tentativas de prejudicar o trabalho uns dos outros pela comparação de métodos e de técnicas, pela crítica e difamação, pela ameaça e culto do medo, e a insistência sobre a exclusividade. São estas atitudes e métodos que, no presente, estão impedindo a entrada da pura luz da verdade.

Os aspirantes nestas escolas apresentam um problema diferente daquele do psiquismo e mediunidade comuns. Estes homens e mulheres ofereceram-se para treinamento intelectual e sujeitaram-se a um processo forçado que tenciona trazer a plena flor da alma a um desabrochar prematuro, e isto com o fim de mais rápida e eficazmente, servir à raça, e cooperar com o plano da Hierarquia. Assim, tais estudantes se expõem a perigos e dificuldades que teriam sido evitados, se eles tivessem escolhido percorrer o caminho mais lento e igualmente mais seguro. Este fato deve ser compreendido por todos os trabalhadores em tais escolas e o problema deveria ser cuidadosamente explicado ao aspirante que entra, para que ele possa manter-se em guarda e seguir as regras e instruções com cautela. Não se deveria permitir que o estudante tivesse medo ou se recusasse a submeter-se a este processo forçado, porém, ele deveria entrar nele com os olhos abertos e deveria ser ensinado a valer-se das salvaguardas oferecidas e da experiência de estudantes mais antigos.

A ênfase em todas as escolas esotéricas recai, necessária e corretamente, sobre a meditação. Tecnicamente falando, a meditação é o processo pelo qual o centro da cabeça é despertado, trazido sob controle e usado. Quando este é o caso, a alma e a personalidade são coordenadas e fundidas, e a unificação tem lugar, produzindo no aspirante um tremendo influxo de energia espiritual, galvanizando todo o seu ser para a atividade, e trazendo à superfície o bem latente e também o mal. Aqui reside grande parte do problema e do perigo. Daí também a ênfase posta, nas verdadeiras escolas, sobre a necessidade da pureza e da verdade. Excessiva ênfase tem sido dada à necessidade da pureza física, mas não suficiente à necessidade de se evitar todo o fanatismo e intolerância. Estas duas qualidades prejudicam muito mais do que uma dieta errada, e alimentam os fogos da separatividade mais do que qualquer outro fator.

A meditação envolve viver sempre e diariamente uma vida unidirecionada. Isto, forçosamente, exerce uma pressão excessiva sobre as células do cérebro, uma vez que traz à atividade células inativas e desperta a consciência cerebral para a luz da alma. Este processo de meditação ordenada, quando é realizado durante um período de anos, e suplementado por uma vida meditativa e de serviço unidirecionado, despertará todo o sistema, e porá o homem inferior sob a influência e controle do homem espiritual; despertará também os centros de força no corpo etérico e estimulará a entrar em atividade aquela misteriosa corrente de energia que dorme na base da coluna vertebral. Quando este processo é desenvolvido com cautela e as devidas salvaguardas, e sob direção, e quando o processo se estende por um longo período de tempo há pouco risco de perigo, e o despertar terá lugar normalmente e sob a lei do próprio ser. Porém, se a sintonização e o despertar houver sido forçado, ou provocado por exercícios de vários tipos antes que o estudante esteja pronto e antes que os corpos estejam coordenados e desenvolvidos, então o aspirante está destinado ao desastre. Exercícios respiratórios ou treinamento do pranayama jamais devem ser seguidos sem uma orientação competente e, assim mesmo, só após anos de aplicação espiritual, devoção e serviço; a concentração sobre os centros no corpo de força, tendo em vista o seu despertar, deve sempre ser evitada; ela causará uma superestimulação e a abertura de portas para o plano astral que os estudantes poderão ter dificuldades em fechar. Torno a repetir enfaticamente para os aspirantes em todas as escolas de ocultismo que a ioga para este período de transição é a ioga do intento unidirecionado, do propósito dirigido, de uma constante prática da presença de Deus e de meditação, ordenada e regular, realizada sistematicamente durante anos de esforço.

Quando isto for feito com imparcialidade e acompanhado por uma vida de serviço amoroso, o despertar dos centros e a elevação do fogo adormecido de Kundalini prosseguirá em segurança e todo o sistema chegará ao necessário estágio de “vivacidade”. Nunca será demais prevenir os estudantes contra processos de intensa meditação por horas seguidas, ou contra práticas que têm por objetivo despertar os fogos do corpo, acordar um determinado centro e movimentar o fogo serpentino. A estimulação geral do mundo é tão grande atualmente e o aspirante comum tão sensível e tão rapidamente organizado que a meditação excessiva, uma dieta fanática, a redução de horas de sono e o excessivo interesse em experiências psíquicas perturbarão o equilíbrio mental e, freqüentemente, farão mal irreparável.

Que os estudantes nas escolas esotéricas mantenham um trabalho constante, tranqüilo e não-emocional. Que eles se abstenham de prolongadas horas de estudo e meditação. Seus corpos não são ainda capazes de suportar a tensão exigida e assim, eles apenas se prejudicam. Que eles levem vidas ativas e normais, lembrando-se, na pressão dos deveres diários e serviço, quem eles são essencialmente e quais são seus objetivos e meta. Que eles meditem regularmente todas as manhãs, começando com um período de quinze minutos e jamais excedendo quarenta minutos. Que eles se esqueçam de si mesmos no serviço, e que não concentrem seus interesses no seu próprio desenvolvimento psíquico. Que eles treinem suas mentes com uma dose normal de estudo e aprendam a pensar inteligentemente para que suas mentes possam equilibrar suas emoções e permitir-lhes interpretar corretamente o que eles contatam à medida que sua percepção aumenta e sua consciência se expande.

Os estudantes precisam lembrar-se que a devoção ao Caminho ou ao Mestre não é bastante. Os Grandes Seres estão procurando por cooperadores e trabalhadores inteligentes mais do que procuram por devoção às Suas Personalidades, e um estudante que está caminhando, independentemente, na luz de sua própria alma é considerado por Eles um instrumento mais digno de confiança do que um devoto fanático. A luz de sua alma revelará ao aspirante sincero a unidade subjacente a todos os grupos, e lhe permitirá eliminar o veneno da intolerância que contamina e atrasa tantos; ela o fará reconhecer os fundamentos espirituais que guiam os passos da humanidade; ela os forçará a não se importar com a intolerância, o fanatismo e a separatividade que caracterizam as mentes estreitas e o iniciante no Caminho, e o ajudará assim, a amar aqueles que ele começará a ver mais verdadeiramente e alargará seu horizonte; ela o capacitará a julgar verdadeiramente o valor esotérico do serviço e o ensinaria acima de tudo, a praticar aquela inofensividade que é a destacada qualidade de cada filho de Deus. Uma inofensividade que não pronuncia palavra alguma que possa prejudicar outra pessoa, que não tem pensamentos que possam envenenar ou provocar mal-entendidos, e não pratica atos que possam ferir o menor de seus irmãos - esta é a principal virtude que habilita o estudante esotérico a percorrer com segurança o difícil caminho do desenvolvimento. Quando a ênfase recai sobre o serviço ao seu semelhante e a inclinação da força da vida é para o mundo lá fora, então o aspirante está livre do perigo e pode, em segurança, meditar e aspirar e trabalhar. Seu motivo é puro, e ele está procurando descentralizar sua personalidade e transferir o foco de sua atenção dele próprio para o grupo. Assim, a vida da alma pode fluir através dele, e expressar-se como amor a todos os seres. Ele se reconhece como parte de um todo, e a vida desse todo pode fluir através dele conscientemente, levando-o a uma percepção de fraternidade e de sua unicidade em relação a todas as vidas manifestadas.

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