Discipulado
Treinamento para o Discipulado
Há uma marcada insistência do Tibetano em toda sua obra sobre “o novo
discipulado”. Esta ênfase não se deve somente às renovadoras influências
da Era de Aquário, mas também ao novo alinhamento planetário entre
Shamballa, a Hierarquia e a Humanidade, que trouxe como conseqüência a
reorganização interna da própria Hierarquia, criando, por sua vez,
relações e comunicações mais estreitas com Shamballa e com a Humanidade.
Ademais, também se deve à crescente e inesperada expansão da consciência
humana respondendo ao estímulo espiritual. O Tibetano disse: “a onda de vida
espiritual é hoje tão forte e pujante que nos próximos cento e cinqüenta
anos demonstrarão a natureza real do Reino das Almas, ou de Deus. Isto
produzirá mudanças fundamentais nos objetivos imediatos do progresso humano,
nos planos dos Mestres, no ensinamento dado e no treinamento apresentado”. O
Tibetano continua enumerando os objetivos que agora têm pela frente os
discípulos que se treinam para a iniciação, que se encontram no Volume II do
“Discipulado na Nova Era”, pág. 262 a 265. Vale a pena examiná-los de
perto. Eis aqui um breve resumo dos mesmos:
1 – O sentido de relações planetárias, que desvia a
atenção do discípulo de si mesmo e desenvolve sua consciência, levando-o
para a síntese, a plenitude e o sentido de integridade e totalidade.
2 – O sentido de “supervisão inteligente”, que leva a
um amplo e constante reconhecimento de “um controle enfocado na vida e nas
circunstâncias diárias, no futuro e no destino”. Isto lhe dá uma
percepção iniciática interna do propósito e de seu plano em
desenvolvimento.
3 – O sentido da orientação para a humanidade. Isto
implica o “hábito de uma correta orientação” para a humanidade, como um
campo de serviço, o que requer descentralização e um novo tipo de
sensibilidade para as necessidades do mundo.
4 – O sentido da impressão registrada. Isto concerne à
Ciência da Impressão que será oportunamente o “objetivo principal dos
sistemas educativos” da nova era. A Hierarquia considera que a humanidade é
agora suficientemente inteligente e pode ser treinada para que interprete
corretamente.
5 – A evocação da vontade. Isto é, particularmente, um
desenvolvimento novo e muito necessário. A vontade é “esse aspecto divino
do homem que o põe em harmonia com o propósito divino e logo é controlado
por este, inteligentemente entendido em tempo e espaço e complementado pela
alma como expressão da aplicação amorosa da vontade”. Cultivar esta
percepção de primeiro raio é o “poderoso meio pelo qual os aspectos mais
elevados da vontade espiritual (ainda em embrião) podem ser
desenvolvidos”.
6 – O sentido do iminente. O verdadeiro discípulo está
relacionado com o “espiritualmente iminente”. Isto inclui a aquisição do
sentido do momento propício. O discípulo “deve perceber o que está a ponto
de precipitar-se no pensamento humano, na vida e nas circunstâncias”, e dar
esses passos esotéricos que lhe permitirão reconhecer o que está a ponto de
ser revelado ou ser carmicamente útil, tornando-se um colaborador ativo.
Tais são os novos desenvolvimentos do ensinamento que estão à disposição
de quem tem um correto enfoque e orientação. Entre estes seis objetivos, os
de número 1, 3 e 5 concernem ao trabalho que se deve fazer no seio da
substância dos três planos da evolução humana (mental,
emocional e físico), nos reinos subumanos da natureza e de todo o planeta, em
resposta à realização do Plano e ao reconhecimento do Propósito. Os de
números 2, 4 e 6 concernem ao registro na consciência dos planos sutis da
mente e do significado e os meios ocultos da comunicação subjetiva
entre os estados de consciência.
Isto requer do discípulo em treinamento trabalhar com tal acentuada
atenção e estabilidade ashramica que o conhecimento que
possua do Mestre e do ashrama não seja de tal preponderância que chegue a
deformar a visão do Plano e a perturbar o ritmo do ashrama.
O sentido das relações planetárias substitui no discípulo o sentido das
relações humanas, anulando a possibilidade de erro ou negligência nas
relações com seus semelhantes. Assim, toma consciência das relações
extraplanetárias existentes e também da atividade da evolução Dévica em
suas relações com a Hierarquia espiritual.