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A Alma: a qualidade da vida


A Alma: a qualidade da vida
Conteúdo 51 a 55

51. A NUVEM DAS COISAS COGNOSCÍVEIS

1. O iniciado aprendeu, através da vida nos três mundos, a penetrar no mundo da mente, e a mente concreta inferior se tornou seu instrumento, integrando sua personalidade, abrindo-lhe o mundo do pensamento e colocando em seu poder os processos da criação de formas-pensamento; por meio da meditação aprendeu a estabelecer contato com a alma, o Filho da Mente, que é Ele mesmo e, com o tempo, se identificou com essa alma; tornou-se a alma de fato, podendo criar no mundo do pensamento as formas vivas que levam luz, ajuda e verdade aos demais; assim ele serve; também aprende, pelo desenvolvimento da percepção, a penetrar nos níveis do pensamento abstrato, a antecâmara do mundo da razão pura e, através destes três aspectos da mente, descobre que possui as “três chaves” que lhe permitirão se aprofundar no conhecimento, na sabedoria e na razão da Mente Universal. Isto lhe é revelado, à medida que penetra mais profundamente no que se chama de Arcano da Sabedoria, a Mente de Deus, o terceiro Aspecto divino, que está essencialmente oculto pela frase simbólica e pictórica “a nuvem das coisas cognoscíveis”. A nuvem simboliza a área dos propósitos de Deus que ainda não foram revelados, mas que podem ser revelados imediatamente se os discípulos e iniciados do mundo quiserem “penetrar até o ponto de precipitação”.

No futuro esta ideia deveria fundamentar tudo o que vocês empreendem no trabalho de meditação. Deveriam agora considerar a meditação como um processo de penetração, efetuado como ato de serviço, com a intenção de levar iluminação aos demais. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

2. Por superconsciente quero dizer as potências e conhecimentos disponíveis, com os quais ainda não se fez contato, que não foram reconhecidos e não têm, portanto, uso imediato. São eles a sabedoria, o amor e o idealismo abstrato, inerentes à natureza da alma, mas que ainda não foram nem serão parte do instrumental disponível para uso. Oportunamente, o homem reconhecerá e usará todos estes poderes. Estas potências e realizações recebem, nos Aforismos de Patanjali o interessante nome de “a nuvem das coisas conhecíveis”. Estas “coisas conhecíveis” oportunamente serão introduzidas no aspecto consciente da natureza do homem, e se tornarão parte integrante do seu instrumental intelectual. Finalmente, à medida que a evolução segue seu curso e transcorrem as eras, penetrarão no aspecto subconsciente da sua natureza, à medida que aumenta a capacidade do seu poder de captar o superconsciente. Eu poderia esclarecer mais este ponto para vocês assinalando que, assim como a natureza instintiva hoje se encontra em grande parte no reino do subconsciente, da mesma maneira, em seu devido tempo, a parte intelectual do homem (da qual ele hoje está cada vez mais consciente) será relegada a uma posição similar e cairá sob o umbral da consciência. A intuição tomará seu lugar. Para muitas pessoas, é impossível valer-se livremente da intuição, porque ela se situa no reino do superconsciente. (Psicologia Esotérica, Volume II)


52. O SENTIDO ESOTÉRICO

Vocês me pedem para definir com maior clareza o que quero expressar com as palavras “sentido esotérico”. Quero dizer, em essência, a capacidade de viver e funcionar subjetivamente, possuir um contato interno constante com a alma e o mundo no qual se encontra, o que deve se efetuar de maneira subjetiva através do amor, demonstrado ativamente; da sabedoria, constantemente vertida e da capacidade de incluir e identificar a si mesmo com tudo o que respira e sente, uma das notáveis características de todo verdadeiro Filho de Deus. Quero dizer, portanto, que há de se manter uma atitude mental interna capaz de se orientar à vontade em qualquer direção, capaz de reger e controlar a sensibilidade emocional, não somente do próprio discípulo, como também de todos com os quais entra em contato. Pela força do seu pensamento silencioso, tem condições de levar luz e paz para todos. Por meio do poder mental, é capaz de se sintonizar com os pensamentos do mundo e o reino das ideias e discriminar e escolher os elementos e conceitos mentais que o habilitarão, como trabalhador do Plano, a influenciar seu ambiente e a revestir os novos ideais na matéria mental que permitirá que sejam reconhecidos com mais facilidade no mundo habitual do pensamento e do viver cotidianos. Esta atitude mental também capacitará o discípulo a se orientar para o mundo das almas e, deste lugar de elevada inspiração e luz, descobrir seus colaboradores, se pôr em comunicação com eles e – em união com eles – colaborar no desenvolvimento das intenções divinas.
Este sentido esotérico é a principal necessidade do aspirante nesta época da história mundial. Até que os aspirantes tenham captado isto em alguma medida e possam utilizá-lo, não poderão fazer parte do Novo Grupo, nem trabalhar como magos brancos, e estas instruções permanecerão teóricas e sobretudo intelectuais, em vez de práticas e operacionais.

Para cultivar este sentido esotérico interno é necessário, nas primeiras etapas de desenvolvimento, uma contínua meditação. Mas, à medida que o tempo passa e o homem cresce espiritualmente, esta meditação diária dará lugar a uma orientação espiritual constante e a meditação, tal como a compreendemos e dela necessitamos agora, já não será indispensável. O desapego do homem pelas formas que utiliza será tão completo que ele viverá sempre no “centro do Observador” e, a partir deste ponto e atitude dirigirá as atividades da mente, das emoções e das energias que fazem a expressão física ser possível e útil.

A primeira etapa do desenvolvimento e cultura do sentido esotérico consiste em manter uma atitude de observação constante e desapegada. (Tratado sobre Magia Branca)


53. O ESPELHISMO E A ILUSÃO

1. Somente a intuição pode dissipar a ilusão, daí a necessidade de treinar os indivíduos intuitivos. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

2. O Problema da Ilusão reside no fato de ser uma atividade da alma e resultado do aspecto mental de todas as almas em manifestação. A alma está imersa na ilusão e não pode ver com clareza até o momento em que aprende a verter sua luz, fazendo-a chegar à mente e ao cérebro.

O Problema do Espelhismo se manifesta quando a ilusão mental é intensificada pelo desejo. Aquilo que os teósofos chamam de “kama-manas” produz espelhismo. É a ilusão no plano astral. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

3. O modo de maior potência no processo de dissipação do espelhismo é compreender a necessidade de atuar estritamente como canal para a energia da alma. Se o discípulo consegue fazer um correto alinhamento e o consequente contato com sua alma, os resultados se manifestarão como maior luz. Esta luz flui e ilumina não só a mente, mas também a consciência cerebral. Vê a situação com maior clareza, compreende os fatos comparando-os com suas “vãs imaginações”, e assim a “luz ilumina seu caminho”. Ainda não é capaz de ver nas regiões mais amplas de consciência; o espelhismo grupal e também o espelhismo mundial permanecem para ele como um enigma comprometido e desconcertante, mas o caminho imediato começa a clarear, e ele fica relativamente livre das brumas dos antigos miasmas emocionais. Alinhamento, contato com a alma e também constância, são as notas-chave para o êxito. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

4. A Ilusão do Poder é talvez uma das primeiras e mais sérias provas que se apresentam ao aspirante e também um dos melhores exemplos deste “grande erro”; portanto, peço-lhes que considerem como algo contra o qual devem se precaver cuidadosamente. Raras vezes o discípulo escapa aos efeitos deste erro da ilusão, pois se baseia, de forma curiosa, no êxito e na motivação correta. Daí a natureza enganosa do problema, que poderá se expressar da seguinte maneira:

O aspirante consegue fazer contato com sua alma ou ego, por meio do correto esforço. Pela meditação, a boa intenção e a técnica correta, mais o desejo de servir e amar, obtém o alinhamento, tornando-se consciente dos resultados de seu trabalho bem-sucedido. Sua mente se ilumina e um senso de poder flui através de seus veículos. É consciente do Plano, pelo menos temporariamente. A necessidade do mundo e a capacidade da alma de enfrentar essa necessidade invade sua consciência. Sua dedicação, consagração e propósito correto aumentam a afluência de energia spiritual. Ele sabe. Ele ama. Ele procura servir, realizando as três coisas com maior ou menor êxito. O resultado de tudo isso é que o sentido de poder e a parte que deve desempenhar para ajudar a toda a humanidade o absorvem mais do que a compreensão do devido e adequado senso de proporção e de valores espirituais. Superestima a si mesmo e também a sua experiência. Em vez de redobrar esforços e assim estabelecer um contato mais estreito com o reino das almas e amar mais profundamente a todos os seres, começa a fazer alarde de si mesmo, da missão que tem a cumprir e da confiança que o Mestre, e até o Logos Planetário, depositam nele. Fala de si mesmo, gesticula e atrai a atenção, exigindo reconhecimento. Assim fazendo, prejudica constantemente seu alinhamento, seu contato diminui, unindo-se aos muitos daqueles que sucumbiram à ilusão do poder experimentado. Esta forma de ilusão prevalece cada vez mais entre os discípulos e aqueles que tomaram as duas primeiras iniciações. Há no mundo muitas pessoas que tomaram a primeira iniciação em uma vida anterior. Em algum período do atual ciclo de vida, que repete e recapitula os acontecimentos de seu desenvolvimento anterior, chegam novamente à etapa de realização que haviam alcançado antes. Percebem o significado de sua realização e o senso de sua responsabilidade e conhecimento. Novamente se superestimam, considerando a si mesmos e suas missões como algo excepcional entre os filhos dos homens. As demandas esotéricas e subjetivas para obter reconhecimento estragam aquilo que seria um serviço fecundo. Qualquer ênfase sobre a personalidade pode desfigurar facilmente a luz pura da alma, à medida que procura fluir para o eu inferior. Todo esforço para chamar a atenção para a missão ou tarefa que a personalidade tenha assumido desvirtua essa missão e restringe o homem em sua tarefa; isso leva a diferir o cumprimento até o momento em que o discípulo seja apenas um canal pelo qual o amor possa fluir e a luz brilhar. Esta afluência e brilho devem ser acontecimentos espontâneos, destituídos de toda referência à própria pessoa. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

5. Somente quando o discípulo aprende a manter a mente “firme na luz”, quando os raios da luz pura irradiam da alma, o espelhismo poderá ser descoberto, percebido e reconhecido pelo que essencialmente é, fazendo-o desaparecer da mesma forma como as névoas da Terra se dissolvem ante os raios do Sol nascente. Portanto, aconselho-os a prestar mais atenção à meditação, cultivando sempre a capacidade de refletir e de assumir a atitude de reflexão – mantendo-a firmemente durante todo o dia. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

6. A alma dispersa a ilusão empregando a faculdade da intuição. A mente iluminada dissipa o espelhismo. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

7. Os veículos através dos quais a alma está buscando experiência e expressão são normal e naturalmente sujeitos aos espelhismos mundiais e aos espelhismos e à ilusão da humanidade. O fato de que a alma, nas primeiras etapas da experiência, seja dominada por maya, pelo espelhismo e, a certa altura, pela ilusão, deve-se a que a alma se identifica com essas formas e, portanto, com o espelhismo circundante, não conseguindo se identificar consigo mesma. À medida que a evolução prossegue, a natureza do problema torna-se evidente para a alma em encarnação, iniciando-se então um processo pelo qual a alma se libera das consequências da identificação errada. Toda alma encarnada que consegue liberar sua consciência do mundo da ilusão e do espelhismo serve definidamente à raça e ajuda a liberar a humanidade do seu antigo e potente cativeiro. (Espelhismo (Glamour): um Problema Mundial)

8. A única luz capaz de dissipar as brumas do espelhismo e evitar seus efeitos nocivos na vida é a da alma que, como foco de luz pura e dissipadora, possui a curiosa e singular qualidade de revelar, dissipar imediatamente e iluminar. A revelação concedida, diferente daquela da intuição, revela o que o espelhismo vela e oculta, sendo uma revelação peculiar do plano astral e condicionada por suas leis. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

9. O Problema da Ilusão reside no fato de que é uma atividade da alma e resultado do aspecto mental de todas as almas em manifestação. É a alma que está imersa na ilusão e é a alma que não consegue ver com clareza até o momento em que tenha aprendido a lançar sua luz através da mente e do cérebro. (Psicologia Esotérica Volume II).


54. OS PARES DE OPOSTOS

1. Muitos discípulos tiveram que aprender a avançar apesar da atividade dos pares de opostos, sem prestar atenção às reações dos sentidos, permanecendo livres e sem se preocupar se a experiência pela qual estavam passando era muito importante ou de satisfação espiritual, ou se era algo que acontecia em um “nível morto” onde nada traz satisfação e só existem dor, temor e suspense. Deve-se aprender a avançar firmemente entre os pares de opostos, dizendo a si mesmo: eu não sou isto; eu não sou aquilo; eu sou eternamente o Eu. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

2. A constituição do Ego ou Alma é o fator de suma importância para o Mestre na tarefa de treinar o discípulo para o trabalho hierárquico, o que necessariamente envolve os três centros superiores (cabeça, coração e garganta). O interesse do Mestre está no loto egoico, ponto que o discípulo tende a esquecer. A alma cuida de sua própria vida; os detalhes da vida da personalidade (sua expressão inadequada ou sombra nos três mundos) não fazem nenhum impacto sobre a consciência da alma. À medida que a veemência da expressão da vida da personalidade aumenta, a alma, que vinha sendo a recebedora do melhor que a personalidade, em sua aspiração tinha a oferecer e que lentamente dirigia a atenção para a mente da personalidade, torna-se também consciente de um fator antagônico à verdadeira expressão da alma na periferia externa da vida. Começa então a batalha dos pares de opostos superiores – a batalha entre alma e personalidade, conscientemente travada por ambas as partes. É este o ponto a ter em mente. O conflito culmina, antes das três primeiras iniciações, no confronto dos dois oponentes: o Morador do Umbral (da iniciação, meu irmão) e o Anjo da Presença ficam frente a frente. (Discipulado na Nova Era,Volume I)


55. O MORADOR DO UMBRAL

1. Surge em sua mente a pergunta: Como posso vencer este Morador do Umbral sem me concentrar ao mesmo tempo em mim e em meus problemas? O senhor me diz que não devo fazer isso e, no entanto, o Morador é o somatório de todos os apegos e defeitos, todas as potencialidades da personalidade – mentais, emocionais e físicas – que limitam minha expressão como alma. Portanto, o que posso fazer?”

Responderei: Primeiro, deve aceitar a realidade do Morador, e depois relegá-lo ao lugar que lhe corresponde como parte da Grande Ilusão, a grande fantasmagoria da existência, e como parte integrante da vida nos três mundos. Então empreenda o serviço que planejou para sua vida (tem algum plano ou planos definidos, meu irmão?) e atue como se o Morador não existisse, liberando-se a seu devido tempo de toda influência da personalidade, deixando que sua mente fique livre para a tarefa que tem em mãos. Talvez possa explicá-lo de outra maneira. Quando o seu interesse pelo trabalho hierárquico e pelo programa do Ashram ao qual está vinculado for adequadamente forte, ele então predominará sobre todas as suas ações, pensamentos (esteja desperto ou adormecido) e descobrirá que o poder do Morador se rompe e que sua vida foi destruída pela força do desgaste e que sua forma foi destruída pelos fogos do sacrifício. Tal é a história, em poucas palavras. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

2. Com frequência se considera o Morador do Umbral como um desastre, um horror a ser evitado e um mal final e culminante. Entretanto, lembraria que o Morador é “o que está ante o portal de Deus”, que mora na sombra do portal da iniciação e enfrenta o Anjo da Presença com os olhos abertos, como diz a antiga escritura. O Morador pode ser definido como o somatório das forças da natureza inferior, segundo se expressam na personalidade, antes da iluminação, da inspiração e da iniciação. A personalidade, nesta etapa, é muito potente e o Morador personifica todas as forças psíquicas e mentais que, no transcurso das eras, o homem desenvolveu e nutriu com cuidado. Pode ser considerado como a potência da tríplice forma material antes de se consagrar e se dedicar à vida da alma e ao serviço à Hierarquia, a Deus e à humanidade.

O Morador do Umbral é tudo o que um homem é, separado de seu Eu espiritual superior; é o terceiro aspecto da divindade, segundo se expressa por meio do mecanismo humano. Este terceiro aspecto, com o tempo, deve ficar subordinado ao segundo aspecto, a alma. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial), (Psicologia Esotérica Volume II)

3. Gostaria de me estender sobre a natureza do Morador em um ou dois pontos e lhes fazer novas sugestões que – por razões de clareza e para uma compreensão mais rápida – esquematizaremos da seguinte maneira:

1. O Morador do Umbral é essencialmente a personalidade; é uma unidade integrada, composta de forças físicas, energia vital, forças astrais e energias mentais, sendo o somatório da natureza inferior.

2. O Morador toma forma quando o homem reorienta conscientemente sua vida, sob a impressão da alma; teoricamente, toda a personalidade se direciona para a liberdade de servir. O problema consiste em converter em experiência a teoria e a aspiração.

3. Durante um tempo muito longo, as forças da personalidade não constituem um Morador. O homem não está no umbral da divindade nem tem percepção consciente do Anjo, sendo suas forças incipientes. Trabalha inconscientemente em seu ambiente, e aparentemente é vítima das circunstâncias e de sua própria natureza, sob a atração e o impulso do desejo pela atividade e existência no plano físico. Porém, quando a vida do homem é regida do plano mental, mais o desejo ou ambição e é controlada, pelo menos em certa grande medida, pela influência mental, o Morador começa a tomar forma como força unificada.

4. As etapas em que o Morador do Umbral é reconhecido, submetido a uma disciplina de discriminação e finalmente controlado e dominado, são basicamente três:

a. A etapa em que a personalidade domina e rege a vida, ambições e metas do esforço da vida do homem. O Morador controla.

b. A etapa em que se produz uma crescente ruptura na consciência do discípulo. O Morador ou personalidade é então impulsionado em duas direções: uma, para a busca das ambições e desejos pessoais nos três mundos; outra, onde o Morador faz o esforço (observem esta expressão) para permanecer no umbral da divindade e diante do Portal da Iniciação.

c. A etapa em que o Morador busca conscientemente a colaboração da alma e, embora em si mesmo constituindo essencialmente uma barreira para o progresso espiritual, é cada vez mais influenciado pela alma do que por sua natureza inferior.

5. Quando se alcança a etapa final (e hoje muitos já a estão alcançando) o discípulo luta com maior ou menor êxito para manter firme o Morador (aprendendo a “manter a mente firme na luz”, assim controlando a natureza inferior). Desta maneira domina de maneira gradual a fluidez constantemente cambiante do Morador, efetua-se sua orientação para a realidade, afastando-se da Grande Ilusão, e o Anjo e o Morador entram lentamente em estreita relação.

6. Nas primeiras etapas do esforço e tentativa de controle, o Morador é positivo e a alma é negativa, nos efeitos nos três mundos do esforço humano. Depois vem um período de oscilação, que leva a uma vida equilibrada, em que não predomina nenhum aspecto; depois rompe-se o equilíbrio e a personalidade vai se tornando paulatinamente negativa e a influência da alma ou psique torna-se dominante e positiva. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

4. Há ciclos em que o Morador do Umbral aparece e confronta o aspirante, desafiando seus propósitos e progresso e bloqueando a porta que leva à expansão da vida e à liberação. O Morador desafia a liberdade da alma humana. O mesmo acontece na vida de uma nação, uma raça e da humanidade como um todo.

O Anjo da Presença indica a possibilidade divina, revela ao discípulo atento o próximo passo para a liberação, e lança luz na etapa imediata do Caminho para a Luz que deve ser trilhado...

O Morador do Umbral resume em si as tendências más, as limitações acumuladas e o somatório dos hábitos e desejos egoístas, características da natureza material do discípulo. O Anjo da Presença indica a possibilidade futura e a natureza divina. O Morador do Umbral indica o passado com suas limitações e maus hábitos.

Alguns ciclos na vida de um discípulo apresentam um aspecto do “confronto” e algum outro. Em uma vida pode estar inteiramente ocupado lutando contra o Morador do Umbral ou em se orientar para o Anjo da Presença e permitir que a divina energia condicionante aflua para ele; pode sucumbir à influência do temível somatório de seus desejos malignos e materiais ou aproximar-se gradualmente do Anjo. Porém – e este é o ponto de importância – é ele mesmo quem evoca uma ou outra destas manifestações.

É o chamado magnético ou intenção concentrada do discípulo ou da humanidade que produz a manifestação. Em outras vidas, o discípulo pode simplesmente oscilar entre os dois polos de seu ser, sem nenhum esforço consciente, nenhum confronto direto, sem nenhuma compreensão clara do propósito da vida...

Em algum momento, porém, chega uma vida em que o discípulo se vê enfrentando simultaneamente o Morador e o Anjo, e ocorre o maior conflito da sua experiência. Assim é hoje no mundo. O espiritual e o material estão em conflito e a própria humanidade é o campo de batalha.

... Quando os desejos do discípulo forem corretos e ele tiver feito um verdadeiro esforço para a correta orientação, então – quando o conflito entre o bem e o mal estiver em seu ponto culminante – chega o momento em que ele pede mais luz, mais poder, mais compreensão e liberação para dar o próximo passo. Quando puder fazer esta demanda com firme intenção e permanecer firme e sem medo, a resposta inevitavelmente chegará, vinda da Própria Presença. Uma manifestação de luz, amor e poder afluirá. O reconhecimento da necessidade terá então evocado resposta. O conflito cessa; o Morador se retira para o seu próprio lugar; o Caminho à frente fica livre; o discípulo pode avançar com segurança, e uma vida melhor se inicia para ele. (A Exteriorização da Hierarquia)

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