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Alice Bailey - Diálogos com Estudantes da Escola Arcana


Sexta-feira, 17 de setembro de 1943

AAB: Estava me perguntando qual seria o tema que abordaríamos como objeto de estudo neste inverno. Lembrei que vocês responderam maravilhosamente aos extratos dos escritos inéditos do Tibetano que li da última vez, e então decidi que tomaremos esse material e trabalharemos com ele lentamente. Ele cobre as Quatorze Regras que os iniciados devem dominar.

Tenho a sensação de que toda a Escola e este grupo da sede estão em um ponto de crise, uma crise condicionada pela situação do mundo, uma crise de propósito espiritual, propósito que me parece estar faltando um pouco na Escola. Estou muito ansiosa para ver mais fogo neste grupo e na Escola. Quero ver todos neste terrível momento de crise - uma dificuldade que vem crescendo - empreendendo a ação que os liberará de si mesmos e fará deles trabalhadores muito mais eficazes para a Hierarquia do que já foram. Gostaria de sentir fogo. Não me digam como me disse um estudante, «Tenho mais de cinquenta anos e não posso ter nenhum fogo». Eu tenho um montão e tenho 63 anos. Vocês podem ter fogo se quiserem, mas só o obterão quando seu sentido dos valores estiver corretamente ajustado e nada mais lhes importar. A não ser o que podem fazer sob a inspiração de sua Alma para dar a totalidade de sua cota de ajuda, mesmo que isso os mate. Importa muito pouco se vocês morrerem. O que importa é o esforço máximo para atender a necessidade. À medida que lermos e estudarmos juntos, descobriremos que esses escritos, que formarão parte de Um Tratado sobre os Sete Raios, vão nos elevar aos limites da nossa percepção espiritual, porque estamos tratando de temas que provavelmente estão mais além desta vida.

Somos pessoas que adotaram a posição de que estão consagradas a trilhar o caminho do discipulado, e estamos fazendo o nosso melhor. Mas nunca poderemos trilhar o caminho do discipulado em seu sentido total até não retermos nada do que temos ou somos. Temos aqui apenas uma página do texto, mas há muito nela. [Lendo]

Começaremos agora a estudar as quatorze regras para aqueles que caminham para a iniciação em qualquer grau. Os Raios e as Iniciações, p. 25


AAB: Eu realmente creio que todos nós somos aspirantes determinados e que tomamos a primeira iniciação, do contrário não estaríamos interessados, não teríamos a capacidade de resistência, nem as percepções que temos. Isso significa que à frente de cada um de nós está uma iniciação. Pode acontecer na próxima vida, ou em doze ou haver vinte vidas entre a primeira e a segunda iniciação. Observo que o que falta aos aspirantes invariavelmente é coragem. É preciso toda a coragem que houver em vocês para trilhar o caminho do discipulado e tomar a iniciação. Não estou falando de intrepidez. Estou falando daquele algo inato que os habilita a dar qualquer passo que seja necessário para aproximá-los da meta. [Lendo:]

No livro Iniciação Humana e Solar dei as regras para os que pretendem ingressar nos graus do discipulado. Gostaria de tratar brevemente da significação da palavra «regra» e dar uma ideia do seu significado esotérico. Existe uma grande diferença entre uma lei, uma ordem ou mandado, e uma regra, e é preciso refletir cuidadosamente sobre referida distinção. As leis do universo são simplesmente métodos de expressão, os impulsos da vida e o sistema de existência ou atividade d’Aquele em quem vivemos nos movemos e temos o nosso ser. Em última análise, não há maneira de evitar estas leis; também não podem ser negadas, pois somos eternamente impelidos à atividade por elas, que regem e controlam (do ângulo doEterno Agora) tudo o que acontece em tempo e espaço. Idem, p. 32


AAB: Vocês podem ter uma certa ideia do que é a lei se estudarem a relação que existe entre as células de seu corpo e sua vontade. Este simples exemplo pode nos dar algum entendimento do significado da lei. Então surge a pergunta: A Escola é atualmente uma entidade de tal força e coerência que as suas células, as unidades de homens e mulheres que estão nela, sejam impulsionadas pelo somatório da vida espiritual da Escola, que para eles é a lei? Isso significa, como podem ver, que a lei da vida da Escola é apenas a lei para a qual vocês mesmos contribuem, e a Escola não é melhor do que a média geral de seus estudantes. É neste ponto em que creio que o pessoal da sede, este grupo, tem que parar e pensar, porque a lei da Escola, a lei do ser, a vida da entidade que é a Escola Arcana, está condicionada por vocês, e se vocês não forem o que deveriam ser como discípulos, a Escola também não será. É por isso que durante semanas e meses estive tão insuportável.

Eu venho dizendo que não dou a mínima para organização. É possível ter uma organização e não haver vida, ou é possível ter um organismo vivo que, pela própria força de seu ser esteja correto. A menos que a Escola Arcana capte isso em sua consciência, a sua lei estará em qualquer parte, mas não onde deveria estar. Se, no seu trabalho vocês enfatizarem o aspecto forma, matarão a Escola, e eu não quero isso. Prefiro ver erros cometidos na organização se isso significar que a maré da vida que está fluindo deste grupo para os estudantes é de tal qualidade que vocês estão levando a Escola para frente e para cima. Enquanto os seus olhos estiverem postos na organização e em manejar relatórios, e estiverem ocupados com os papeis, a Escola não vai fazer nenhum bem no novo campo. Creio firmemente nisso. Eu gostaria que expusessem o que pensam sobre isto e mais tarde haverá uma oportunidade para debate. [Lendo]

Ordens e mandados são frágeis interpretações dadas pelos homens ao que eles compreendem por lei. Em tempo e espaço, em qualquer momento dado e localidade determinada, os mandados são formulados por aqueles que têm autoridade, parecem dominar ou estão em situação de fazer cumprir seus desejos. As leis são ocultas e básicas. As ordens são indicativos da fragilidade e da limitação humanas. Idem, pág. 32


AAB: Podemos ter aqui um grupo que trabalhe com perfeita coerência sem nenhuma instrução porque tem a visão? «As leis são ocultas e básicas. As ordens são indicativos da fragilidade e da limitação humanas». É por isso que mantenho os estudantes na Escola, às vezes durante anos, quando não há sinal de vida neles, porque de repente podem vir à vida. Se eu os tivesse descartado, estaria dando uma ordem subjetiva que era injustificada. Eles virão à vida se o grupo da sede estiver ocupado na tarefa de vivificar a vida dos estudantes. Se vocês têm estudantes em seu grupo que não estejam trabalhando, descubram a razão. A organização não conta; o que conta é o interesse no estudante. A organização depende do organismo, a vida no centro, e quando a vida no centro está correta, estamos construindo corretamente, não por estarmos fazendo planos, mas por sermos o que somos. [Lendo:]

As regras, porém, são diferentes e resultam da experiência comprovada e de empreendimentos há muito realizados e - sem assumir a forma de leis nem as limitações de um mandado - aqueles para os quais foram criadas as reconhecem, evocando uma resposta rápida e intuitiva. Não é necessário exigir que sejam cumpridas, basta que sejam aceitas e postas à prova voluntariamente, com convicção de que as evidências do passado e o testemunho das eras justificam o esforço necessário para os requisitos expressos.

O mesmo é válido com relação às quatorze regras que vamos estudar agora. Gostaria de lhes lembrar que somente um iniciado consciente pode compreender verdadeiramente a significação, e também que todo esforço por compreender, desenvolverá em vocês o começo dessa consciência de iniciado, desde que procurem aplicá-las de maneira prática e voluntária em sua vida diária. Podem ser aplicadas de três maneiras - física, emocional e mentalmente - e uma quarta que pode ser mais bem descrita com as palavras: «a resposta, da personalidade integrada, à interpretação e compreensão da Alma».

Outro ponto sobre o qual gostaria de chamar a atenção de vocês antes de nos dedicarmos à interpretação desta regra é que devem buscar a aplicação grupal, o significado grupal e a luz grupal. Idem, pág. 32-3


AAB: Estamos aqui para responder como grupo. Um núcleo dentro de um grupo maior, de maneira que o grupo maior possa ser elevado e seguir em frente. [Lendo:]

Ressalto enfaticamente as palavras «luz grupal». Portanto, trata-se de algo novo no campo do ensinamento ocultista, e a dificuldade de compreendê-lo de maneira inteligente é muito grande. Os verdadeiros significados não são tão simples como parecem superficialmente. As palavras destas regras podem parecer banais. Se significassem exatamente o que aparentam, não seria necessário sugerir a vocês as significações e ideias subjacentes. Mas não são tão simples.

Em resumo: as regras devem ser lidas com a ajuda do sentido esotérico em desenvolvimento; relacionam-se com a iniciação grupal, embora sejam aplicáveis individualmente; não são o que aparentam ser superficialmente - verdades espirituais banais e estereotipadas - são regras para a iniciação que, se cumpridas, levarão o discípulo e o grupo através de uma grande experiência espiritual; corporificam as técnicas da Nova Era, as quais necessitam de atividades e procedimentos grupais e ação conjunta. Disse acima que estas regras são resultado da experiência comprovada, e meu emprego da palavra «novo», a este respeito, se refere ao conhecimento humano e não ao processo iniciático, que sempre existiu e invariavelmente, nas grandes crises de iniciação, os discípulos avançaram em grupos, embora não tenham se dado conta. Agora os discípulos podem ser conscientes disto e os diversos Ashrams de raio não só poderão apresentar os grupos (grandes ou pequenos) ao Iniciador, como os membros de tais grupos serão agora conscientes da realidade da apresentação grupal. Além disso, deverão captar o fato de que a extensão do seu conhecimento depende da sua descentralização. Pedirei a vocês que ponderem e reflitam sobre este último enunciado. Idem, pág. 33


AAB: Isto significa que vocês estão enfocados em apresentar para a Escola Arcana, à medida que ela cresce, um caminho, um meio pelo qual seus membros possam entrar em contato com a Hierarquia. Creio que acharão muito útil considerar o que a Lei da Escola é à medida que afeta o organismo, se há um organismo. Se temos uma organização, então necessitamos de ordens e mandados. Se temos uma organização, fecharei a Escola, porque não estamos fazendo o que a Hierarquia quer.


M: O Tibetano diz que um grupo interno deveria desenvolver uma criatividade da vibração [NT: em Discipulado na Nova Era 1], observar o efeito e criar um efeito no mundo dos seres humanos. Se este grupo puder se tornar criador, ele elevará toda a vida da Escola.


AAB: Como acham que a vibração criativa vai se manifestar? Creio que terão a chave se estudarem a palavra organismo. Um organismo tem um algo que sobressai, sua própria qualidade específica, e isso exerce um efeito sobre outras pessoas e é isso que importa. Qual é a qualidade de vibração que sai da Escola se somos um organismo, e qual é a qualidade se somos uma organização? A menos que pensemos sobre isso de maneira clara, a Escola vai ser um fracasso.


B: Uma libera; a outra escraviza.


AP: Uma limita e a outra expande, porque um organismo é vida. Algo que tem vida em si é um organismo; tem sua organização por meio da qual atua. Parece-me que é uma questão de vibração e de saber distinguir entre a causa e o efeito. No momento em que se faz um trabalho objetivo, tem que haver uma organização, mas sabe-se que é simplesmente uma ferramenta para certos propósitos.


AAB: O organismo constrói a organização e, se a Escola é uma entidade viva, não é algo planificado pelas pessoas.


C: Este corpo é uma organização, mas o organismo é o que está vivo dentro dele.


AAB: O que realmente estamos fazendo esta tarde é retirar-nos para o corpo etérico para ver se o que subjaz na forma externa está funcionando como deveria. Muitos de nós têm a vista posta sobre a forma externa e não nas forças internas. Temos na sede vários tipos circulando forças e energias diferentes, que fluem para os membros da Escola e que, de acordo com seu raio e tipo, respondem.


M: Não é isso que o Tibetano quer dizer com o termo criatividade da vibração?


AAB: Acho que é.


JL: Não é verdade que, quando nos tornamos mais efetivamente um organismo, isso não exercerá um efeito sobre o número de membros, mas sim na influência da Escola no mundo?


AAB: Creio que deveria ter ambos os efeitos. Creio que se estamos funcionando como deveríamos, a Escola seria tão magneticamente atrativa como foi nos primeiros tempos. A Escola teve uma queda muito má, e temos que recuperar a nossa atração magnética.


AR: Ela deveria crescer para atender a necessidade. Há muita necessidade.


AAB: Nos primeiros tempos da Escola não estávamos interessados em crescer; estávamos interessados em atender a necessidade espiritual.


RK: Eu me pergunto se houve tal queda. A Escola amadureceu como entidade e não requer esse tipo de fluxo. Agora vai atrair pessoas que vão ser colaboradores da Hierarquia.


AAB: A Escola declinou porque enfatizou o aspecto organização e o organismo foi negligenciado. Os melhores estudantes perceberam isso, e quinhentos deles saíram. Temos que partir deste ponto e construir um organismo aqui na sede que seja tão vibrante que as pessoas convergirão.


N: Creio que o fogo, que você diz não predominar em nós como indivíduos, é o fogo do amor. O amor não predomina, não está acima de todas as outras qualidades, na Escola ou em nós como indivíduos. Creio que o intelectualismo, a boa vontade e qualidades tais são predominantes, mas acho que o amor é a qualidade que atrairia.


AAB: Só as pessoas que entram em contato com sua Alma por meio da meditação podem expressar realmente amor, e certamente o percentual de estudantes aptos a fazer isso é relativamente pequeno.


N: Estive lendo a vida de Milarepa. Quando a li fiquei surpreso com as provações pelas quais ele passou para despertar o amor por todos os seres sencientes, e seus sofrimentos a certa altura despertaram este fogo maior. Creio que não enfatizamos isto de maneira suficiente.


RK: Há outra coisa faltando: a alegria de trabalhar.


AAB: Essa é em parte a condição mundial, e é difícil ter alegria quando se sabe o que está acontecendo.


AR: O Tibetano enfatiza seguidamente a necessidade de desenvolver o centro cardíaco. Seria possível enfatizar isso no trabalho da Escola?


AAB: A dificuldade com isso é que os estudantes estão em diferentes graus. Estou parando todo o trabalho do Quarto Grau e do Grau de Discípulos por três meses e preparando uma meditação especial para eles, porque tenho uma sensação muito clara de que deveríamos deixar de lado o trabalho e irmos a um lugar tranquilo no qual possamos nos dedicar a pensar com clareza, por três meses completos, antes de entrarmos no novo ciclo de 1944. Estou muito interessada em me dirigir aos estudantes avançados e perguntar a eles: «Aonde vão a partir daqui? O que vocês vão ser e fazer? A seu ver, qual é o trabalho que a Escola Arcana deveria levar adiante? Que qualidade deveríamos ter como trabalhadores na Escola Arcana?» Fiz três perguntas, uma a ser respondida em outubro, outra em novembro e a terceira em janeiro, para ver o que obtemos, para ver onde chegamos, e analisaremos essas perguntas e respostas.


Qual é a qualidade ou nota que os estudantes recebem de nós que estamos aqui? O que vem à minha mente é que a Escola não é melhor do que o que a fazemos ser. Só podemos conseguir o que a Escola deve ser por nosso profundo pensar, pelo fluir de um coração compassivo, por compreender a necessidade da humanidade, e pela coragem que nos capacita para fazer frente ao que essa necessidade é. Este período de trabalho de três meses está especialmente organizado para todos os que estão nesta sala, porque a nota que vocês fazem vibrar, a qualidade que emitem, condicionará toda a Escola. Quero escapar do aspecto instrutor-aluno. Há organização demais.


M: Gostaria que alguém definisse a palavra amor para mim.


AAB: Não se pode definir.


M: Você disse ser o fluir de um coração compassivo.


AAB: É preciso se esquecer de si mesmo. No momento em que se tornem descentralizados e desinteressados em vocês próprios e no aspecto técnico do trabalho e estejam abertos à inspiração que vem da Hierarquia, esta sede aqui será um canal para a Hierarquia.
M: Virá e se expressará sem nenhuma direção da personalidade.


AAB: Neste momento, porém, é eu, eu, eu, meu, meu, meu. Temos disposições internas. Apenas seja feliz, compassivo, livre, amável - benignidade pura, auto esquecimento. Não terão que se preocupar com nada; estarão ocupados em ajudar as pessoas e elas sempre virão a vocês.


N: Gosto muito da ideia de descentralização. Creio que deveria pôr os estudantes à prova sobre este trabalho de descentralização e fazer que sejam um organismo, de maneira que os estudantes, em certo momento, passem por uma crise para ver se algum fogo poderia ser desperto neles.


JL: Não estaríamos seguindo a analogia de que uma vez eu era uma chispa de vida e depois era...


AAB: Primeiro se é uma chispa de vida, depois um organismo e depois o organismo produz a organização. O que está errado nas pessoas é que começam com a organização e terminam por construir uma grande forma, um sepulcro caiado.


RK: Um iniciado não é produto do processo evolutivo; ele causa o processo evolutivo, à medida que aperfeiçoa suas habilidades.


AAB: Suponho que o que estou procurando dizer é reconstruir do ângulo do organismo e esquecer a organização. Se a nossa ênfase se focar na organização, o trabalho estará bem morto; se for energia espiritual o que fluir através da Escola e dos estudantes, teremos todos os estudantes de que precisamos.


RK: Precisamos do fogo que libera. É o que a guerra está fazendo. Ela é fogo.


FB: Se tivéssemos um grupo de pessoas que se atrevesse a utilizar o Mantra do Fogo [NT: Em Os Raios e as Iniciações], teríamos resultados.


AP: Primeiro vem o amor, e não sabemos nada sobre o amor. É preciso começar por amar e escapar da personalidade. Uma maneira de aprender sobre o amor é estudar as qualidades do Segundo Raio e passar por todas elas. O que faz no plano cósmico, o que é e como atua, e os maravilhosos mantras. Então se começa a saber algo sobre a natureza do amor que devemos verter. Sabe-se algo sobre o que deveria ser, não sobre o que é. Fico maravilhada com a maneira como os ensinamentos da Escola expandem e dão um novo sentido às palavras do Novo Testamento, no qual enfatizam o amor e a alegria. É possível ter alegria e êxtase, e ainda assim estar sofrendo. As pessoas confundem alegria e felicidade. Os frutos do espírito são primeiro amor e depois alegria. Não acho que dois séculos [sic, milênios] de Cristianismo tenham feito muito.


M: O Cristo disse para seguir Seus ensinamentos e a alegria será completa.


AAB: Mas não fazemos isso.


AP: Mesmo quando fazemos um esforço sacrificial, não extraímos nenhuma alegria disso.


AAB: O que estou realmente fazendo e quero fazer durante as próximas semanas é preparar o terreno para o trabalho do Mestre K.H. e o que Ele quer fazer na Escola. O Mestre K.H. está no aspecto amor, e o Tibetano no aspecto sabedoria. O Tibetano nos deu sabedoria, montes de sabedoria, e ela tem que ser usada com amor. É possível buscar uma vibração mais potente na Escola se estudarmos a natureza do Segundo Raio, porque estaremos estudando a qualidade da força que vem do Mestre K.H.


C: E as pessoas estarão realmente trabalhando com amor-sabedoria.


AAB: Estarão trabalhando para evocar o amor; a sabedoria está aí.


RK: Alguns de nós precisam conferir os conhecimentos.


M: Não faremos isso por meio do amor?


B: A Escola Arcana é como um jovem de 21 anos. Agora estamos em outro momento, mais desafiador do que nunca antes, e porque assim é, começo a me questionar se também eu cresci. Sinto que sou como uma criança neste campo, no que diz respeito ao conhecimento espiritual. A Escola está crescendo e seu enfoque deve ser o de um jovem e não o de uma criança. Isto pode complicar o nosso problema um pouco mais.


AAB: Vocês não acham que este jovem, que se considera um adulto, tem que aprender a ser uma criancinha em Cristo? O iniciado é chamado de criancinha. Uma vez que a organização da Escola esteja estabelecida, vocês terão um indivíduo que está preocupado com o ângulo mental da coisa toda ou alguém que tenha alcançado o ponto em que se dá conta de que é um adulto do ângulo humano e uma criancinha em Cristo do ângulo da Alma.


B: Não deveríamos ser muito humildes quando nos mostramos e expressamos amor?


AAB: Acho que estamos entrando em um ciclo mundial completamente novo, e não sabemos o que vem pela frente. A Escola Arcana é como a mãe acalentando a nova vida, a criança viva em Cristo que se unirá a outras crianças em Cristo para salvar o mundo. Creio que todos temos um conhecimento adequado, muito mais conhecimento do que utilizamos. Se esta criança em Cristo está emergindo no novo ciclo mundial e começando realmente a atuar, necessitaremos de um entendimento completamente novo. É nisso que estou interessada.

Não sei se a técnica atual da Escola é adequada para o que encontraremos nela daqui a uns dez anos. Não sabemos, mas talvez tenhamos que mudar toda a nossa técnica. Fizemos isso no Quarto Grau [Antahkarana], um incrível trabalho, a coisa mais estupenda que a Escola já fez.


N: Esta noite marca uma revelação à luz da Alma. Você está dizendo que o próximo ciclo da Escola está começando. É algo profundo, no qual todos nós temos que pensar. Creio realmente que se prestarmos profunda atenção ao nosso ser interno, surgirá uma nova forma de utilizar o amor junto com sabedoria.


AAB: Acho que você tem bastante razão. A menos que tenhamos uma abordagem muito fluida ao novo ciclo que está chegando, nossa organização se interporá entre nós e aqueles que podemos ajudar. Não quero que haja na Escola um enfoque pupilo-professor. Estamos tratando com homens e mulheres adultos, talvez alguns estejam mais avançados do que nós. Nossa responsabilidade é dar a eles tudo o que temos e depois deixá-los por si mesmos.


RK: Você está deixando de lado o companheirismo.


AAB: Na Escola precisamos muito de companheirismo.


RK: A centelha viva deveria começar a se expressar no mundo, mas não a cultivamos adequadamente.


AAB: A Escola Arcana floresceu nos seus 25 anos. Agora há uma nova semente no solo. O que esta semente vai produzir? Não sei.


B: São Paulo esclarece isso: «Quando era uma criança falava como tal, pensava como tal, mas quando me tornei um homem, deixei as coisas de criança». Chegamos à etapa em que somos adultos e vamos mudar.


AAB: Creio que no Quarto Grau e no Grau de Discípulos há adultos, mas nem todos cresceram.


RK: Meu braço não é tão desenvolvido como meu olho.


AAB: É nosso darma e nosso destino atender a necessidade das pessoas à medida que vão chegando ou procurar as pessoas que podem ser estação de luz espiritual no mundo? Não se pode ter tudo.


FB: A própria Escola é um discípulo, e ela tem que executar ações que atendam a necessidade da Hierarquia, não o que gostamos ou o que as nossas mentes nos dizem para fazer, mas o tipo de coisas que os indivíduos fazem em relação ao mestre. Procuram fazer o que o mestre deseja que se faça. K.H. utilizará este grupo se este grupo desejar que K.H. o utilize. Temos que ter a vontade de fazer o que a Hierarquia deseja que se faça. Se tivermos isso, a sabedoria que temos e o amor que podemos invocar produzirão o organismo que a Escola poderá usar adequadamente. Não é algo sobre o que falemos agora, mas é nossa intenção fixa que a Escola Arcana atuará como um discípulo sob a Hierarquia nos próximos dez anos. Então a visão virá, e o modo de entrar no futuro será revelado. Temos que nos dar as mãos e ver se temos essa intenção.


B: Não será tanto um grupo de estudo como era sob o Tibetano, mas será um grupo de ação.


AAB: Um grupo de ação? K.H. não está na linha de atividade. Apenas esqueçam de si mesmos e do que acontece com vocês. Se estiverem ocupados com o que podem fazer para ajudar as pessoas, elas virão indubitavelmente, mas vocês não serão conscientes disso. «A extensão de seu conhecimento depende de sua descentralização». Basta se esquecer de si mesmo e ser.


N: Há alguns meses fui a uma lanchonete e pedi um sorvete. O homem que estava atrás do balcão me disse algo que me interessou bastante, e respondi com sinceridade. Várias semanas mais tarde fui à mesma lanchonete e pedi outro sorvete e o vendedor repetiu minhas palavras e disse que o haviam afetado tremendamente, e me perguntou se eu acreditava profundamente no Cristo. Ele queria conversar comigo e me pediu para ficar. Uma atitude deste tipo em grande escala produziria resultados maravilhosos nas pessoas. Não acho que deveríamos ficar envergonhados de contar coisas pessoais ao grupo. Assim o grupo saberia e cresceria.


RK: É o que você chama de ser uma chispa em grande escala.


AAB: Não quero que pensem que estou depreciando o que estamos fazendo agora, porque acho que nosso trabalho nos 25 anos passados foi extraordinariamente bem-sucedido, mas não quero que se descuidem do que estão fazendo agora. Temos que ir para algo mais apaixonante, mais cheio de ardor. Qual é a intenção da Escola?


RK: Conectar a humanidade com a Hierarquia para que possam atuar juntas. É uma função do coração. Realmente estamos na posição do coração.

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