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Alice Bailey - Diálogos com Estudantes da Escola Arcana


Sexta-feira, 19 de novembro de 1943

AAB: Continuando o nosso debate sobre a Palavra Sagrada, temos aqui um pouco mais sobre ela - algo muito mais prático. O problema que tenho com a Palavra é que não acho que ela seja prática.


M: O que quer dizer com “prática”?


AAB: Tomo a frase “o Verbo feito carne” e sou capaz de compreender que a meta que temos pela frente é nos tornarmos Deus encarnado, mas o uso diário da Palavra em minha meditação - não sei onde me leva nem onde posso chegar com ela. Espero obter resultados, mas não tenho a menor ideia de quais são.


RK: Não creio que o que se obtenha importe tanto, mas sim o que o OM faz a você. É algo como a luz do sol, faz você emergir.


M: Algo prático provavelmente se aplicaria ao plano concreto, mas o OM pertence também ao âmbito superior. Ele deve fazer algo em nós, se acreditamos na lei.


AAB: Acho difícil dizer aos iniciantes porque têm que usar o AUM. Eu sigo o discurso pronto, mas eu mesma não estou convencida.


P: É o maior símbolo da energia trina na unidade, e jogando-se nele, traz resultados. Não acho que o emitimos com poder suficiente. Creio que pronunciar um símbolo desse tipo faz alguma coisa na mente, desde que compreendamos expressamente que se trata de um símbolo da energia trina na unidade.


AAB: Posso lhes dizer o que significa, mas me pergunto que diferença faria se não o usasse.


FB: Sei por experiência própria que o uso da Palavra Sagrada pode ser muito prático. Se estou procurando alcançar estabilidade mental, posso me estabilizar entoando a Palavra Sagrada mentalmente. Exerce um efeito específico definido, e vocês podem utilizá-la em sua meditação para lhes ajudar a alcançar o alinhamento e mantê-lo.


AAB: Supondo que meu problema aconteça porque cheguei ao ocultismo através da tradição cristã e, portanto, “o Verbo feito carne” significa mais para mim do que a Palavra. Se pudermos manter em mente que a Palavra é simplesmente o símbolo do “Verbo feito carne”, então temos algo.


RK: É muito mais do que isso. Eu não o pronuncio. Escuto o som do ser completo no qual eu vivo, me movo e tenho meu ser. Escuto isso e me torno como Ele.


AAB: Estou interessada em nosso conhecimento real do que estamos fazendo quando o ensinamos aos estudantes e o usamos nós mesmos.


P: Eu gosto do símbolo de um lago na montanha com o loto em flor e o sol descendo através do “M”, sendo a vibração em toda a vida manifestada, a música das esferas. É a Vontade, o Verbo feito carne, e sai do “M” por toda a vida criada.


N: Em A Doutrina Secreta, Vol. 3, páginas 411- 412, há a seguinte menção:

Um poderoso Brahm-Atma, Chefe Supremo de todos aqueles Mahatmas, cujo pontificado só podia ser exercido por um Brahman de certa idade, e que era o único guardião da mística fórmula, e ele era o Hierofante que iniciava os adeptos maiores. Somente ele podia explicar o significado da sagrada palavra AUM e de todos os ritos e símbolos religiosos... Mas havia ali, e ainda existe em nossos tempos, uma Palavra muito mais excelsa que o misterioso monossílabo, e que tornava aquele que chegasse a possuir a sua chave praticamente igual ao Brahman. Somente os Brahm-atmas possuem esta chave, e sabemos que atualmente há dois iniciados na Índia meridional que a possuem. Só pode ser comunicada na hora da morte, e por isso é chamada de “Palavra Perdida”.


N: Mantém-se um segredo extremo, e a única maneira de compreender o significado da Palavra é por meio de alta iniciação.


AAB: Eu me pergunto por quê.


RK: Não acham que a razão de não a divulgarem é como a ciência atualmente? Se tivéssemos encoberto o conhecimento científico das pessoas que o prostituem, teria sido mais seguro. É perigoso para o Plano e, portanto, não pode ser divulgada. O conhecimento científico está sendo implementado por pessoas que não estão consagradas a esse tipo de segredo.


M: A chave é pensar, respirar e pronunciá-la simultaneamente. O que quer que deva ser produzido será por essas três coisas simultaneamente e, se formos capazes de fazê-lo, se deve ser feito, descobriremos alguns dos segredos.


RK: É essa a maneira como deveríamos entoar a Grande Invocação.


JL: Os Mahachohans devem ser membros da Hierarquia e, portanto, conhecem a Palavra Perdida.


P: Creio que a razão de não ser divulgada é porque, por sua própria natureza, não pode ser comunicada, ela tem que se desenvolver a partir de cada um. É esse o significado do ocultismo. É oculto apenas porque as pessoas não têm a vibração que as habilitaria a recebe-la.


AAB: Eu sempre me perguntei se a Palavra Perdida não seria o Som Perdido, mais que a Palavra Perdida. [Lendo de Os Raios e as Iniciações, pág. 57].

No entanto, a Palavra que nos ocupa não é a Palavra Sagrada em si, mas um sinal ou som de aceitação. Nesta regra está expresso na frase: “Aceito como grupo”. Refere-se aos conjuntos e combinações mescladas de sons através dos quais a Alma pode atuar em relação às personalidades, a Mônada em relação à Tríade espiritual, o Mestre em relação ao seu Ashram e Shamballa em relação à Hierarquia, expressando o plano nas etapas iniciais de contato e, nas últimas, o propósito. Tenham em mente que a analogia se mantém válida em tudo isto. A personalidade é um agregado de formas e vidas substanciais que, quando fusionadas e mescladas, mostram um somatório unificado, animado pelo desejo ou aspiração, pelo plano ou propósito, e atuando no lugar que lhe corresponde sob a inspiração de um programa interno auto iniciado. De acordo com o ponto de vista e perspectiva mais ampla, daqueles que veem a vida em termos de Totalidades sempre crescentes, o progresso se realiza passando-se de um grupo para outro.


AAB: Há duas coisas que quero considerar para abrir o debate. Uma é como o propósito se materializa em um programa interno na vida individual e em um programa interno para um grupo. E dois, fiquei muito impressionada com o “ver a vida em termos de totalidades sempre crescentes”, e “o progresso se realiza passando-se de um grupo para outro”. A razão de que um Mestre possa exteriorizar seu Ashram, que é um grupo interno, é porque atualmente há grupos externos em número suficiente através dos quais o fluxo pode chegar. Algumas vezes me perguntei se o nosso trabalho como grupo, quer o chame de Escola Arcana, Lucis Trust ou Boa Vontade Mundial, é um trabalho que deveria ser feito de grupo para grupo, e não propriamente de indivíduo a indivíduo.

Posso ver Roberto Assagioli de pé aqui, e falando que cada indivíduo tem um programa interno ao qual se dedica. Esse programa interno para o iniciante é adesão ao plano apresentado ao discípulo - identificação com o propósito, Propósito e Vontade - Plano e Atividade. O progresso é de grupo para grupo do ponto de vista daqueles que veem a vida em termos de totalidades sempre crescentes. O mundo está cheio de grupos. Podemos chegar aos grupos ou é nosso papel nos esforçarmos laboriosamente na linha dos indivíduos? O que o Tibetano quer dizer com isso? Ele está falando do que funciona quando compreendemos a diferença entre Plano e Propósito.

[Continua lendo na pág. 57]:

Este pronunciamento, emitido de um ponto de tensão, é a Palavra da Alma ao se integrar com a tríplice personalidade quando esta personalidade está conscientemente preparada para tal fusão. A adesão da alma sobre os seus instrumentos de expressão, a rede composta pelos sete centros e centros subsidiários, intensifica-se e a energia flui, obrigando a personalidade passiva a expressar plenamente o tipo de raio da Alma, assim subordinando o raio da personalidade (e os três raios subsidiários) à energia dominante da Alma. Esta primeira grande integração é uma fusão da força com a energia.


AAB: Em todo o ensinamento teosófico e nos ensinamentos que damos aos iniciantes, enfatizamos o domínio que a Alma exerce sobre a personalidade, por meio de seus três corpos. Mas aqui o Tibetano está se dirigindo a pessoas que supostamente estão em treinamento para a iniciação. «A adesão da Alma sobre os seus instrumentos de expressão, a rede composta pelos sete centros e centros subsidiários». Ele deslocou a orientação do controle da natureza mental, emocional ou física para o nível etérico, e diz que a Alma se adere a seu instrumento, a personalidade, por meio da rede dos sete centros. Esta grande integração é uma fusão de força e energia. Em vez do controle mental, da luta com a natureza emocional e das disciplinas físicas, enfoca- se na adesão da Alma sobre os sete centros do corpo.


R: Como se produziria no âmbito dos planos mental e emocional?


AAB: Visualizo que sou a Alma procurando tomar posse do centro de energia que estou suspendendo por meio da criatividade em outros níveis.


R: O Tibetano ensina que a vibração do corpo etérico é sincronizada com a da Alma.


AAB: Creio que o segredo da imortalidade subjaz nisso. Se o seu centro está no corpo etérico quando você morre, não há morte. Neste caso, a pessoa esteve tratando do controle das forças por meio de uma energia afluente, o que significa que o foco de tensão está na Alma e que a Alma está olhando para o veículo etérico e, para onde o olho se dirige, flui a energia. Estamos mudando o conceito de que a energia segue o olho, não os olhos.


N: Li em algum lugar que de todo o nosso conhecimento, 35% dele foram adquiridos por meio do olho, portanto o que você está dizendo tem um profundo significado.


AAB: Toda a história de vida de um discípulo é dirigir a energia da Alma para seus próprios veículos para que eles se tornem simplesmente um canal para a expressão da Alma. É dirigida para o corpo mental, e a mente se ilumina; para a natureza emocional, e o espelhismo se desvanece e há clareza de sensitividade; para o corpo físico (corpo etérico ou vital), o que o habilita a atuar como Alma ativa, apesar de tudo mais.


G: Se estou procurando controlar minha mente ou minhas emoções, sei o que estou tentando fazer, mas se estou procurando controlar os centros, não tenho a menor ideia do que estou fazendo.


AAB: Você pensará nos centros - de acordo com a direção da energia da Alma à medida que aflui - como um aspecto de si mesmo que é composto de uma massa de forças em sete áreas diferentes. Se assim fizer, terá fugido do aspecto material. Procurará precipitar a força na atividade e sua ênfase estará na força ou energia, que é uma expressão da Alma, e não sobre seu corpo vital. Isto desloca a sua atenção da coisa oposta. Se procuro controlar a minha mente, estou pensando na minha mente. Se procuro controlar a energia, estou pensando na Alma, da qual procede a energia e se introduzo esta mudança, ela deveria eliminar as forças que se opõem a ela, e a força da energia que flui dependerá do contato com minha Alma e da clareza da minha direção.


P: Aprendemos que a energia se converte em força no momento em que entra em contato com a matéria, e o que estamos fazendo quando fazemos isto é voltar à fonte, em vez de passar de uma manifestação para outra. As glândulas têm vibrações etéricas por trás delas, e essa é a real vitalidade. Podem tentar verter esta elevada energia, enfocá-la, sobre essas vibrações do corpo etérico, e então não têm que se preocupar com o físico.


AAB: Um discípulo começa de cima e dali vai descendo. A diferença entre uma pessoa comum e pessoas como nós, que estamos em treinamento para a expansão da consciência, é que esta energia entrante da Alma tem que tratar com forças ativas. Essas forças ativas não são feitas pela energia entrante que entra em contato com a matéria; elas foram feitas durante éons de tempo, estão operando ativamente, e se opõem à afluência da energia espiritual. Não chegamos a lugar nenhum mantendo o olho aqui embaixo, mas sim mantendo o nosso enfoque lá em cima. Para nós, energia é a expressão da visão, não que a energia segue o pensamento.


RK: O que o olho está fazendo não é se enfocar nos centros, mas em um propósito que pode ser realizado pela energia que flui através dele. É o propósito que sustenta o olho.


JL: Há duas partes de nós que são partes de totalidades maiores. Nosso corpo etérico é parte do corpo etérico do sistema solar, e a nossa Alma é parte da Alma Una.


R: A mente é.


AAB: A mente desaparece; o corpo etérico nunca desaparece. Acho que JL considerou uma ideia - não total ou perfeitamente. O corpo etérico produz automaticamente o corpo físico, e o olho é um foco. Os dois juntos produzem qualquer manifestação que houver. Creio que aqui temos algo sobre o qual vale a pena refletir.


RK: Em algum lugar do livro Magia Branca ou Fogo Cósmico diz-se que quando a Alma vem à encarnação o som que faz cria duas coisas - o corpo mental e o corpo etérico.


AAB: Duas coisas importantes: Alma e substância etérica. Creio que o que prejudica a nossa atividade é que ficamos muito mentais ou muito emocionais, mas nunca muito vitais. Na realidade, não sei muito sobre isso.


H: Este tema da imortalidade - não tem a ver com continuidade de consciência?


AAB: A imortalidade sempre implica em dualismo. Se podemos deslocar a consciência para fora do plano físico para o etérico, que está nos centros da cabeça, então conheceremos o significado da imortalidade.


H: O Tibetano fala da continuidade de consciência entre o mental, o astral e o físico, mas isso não é consciência de imortalidade, certo?


AAB: Seria imortalidade porque o físico não importaria mais. Toda a ideia de imortalidade é identidade com o que é bem conhecido. Podemos estar identificados com o etérico porque é um grande somatório.


H: A única maneira de desenvolver a continuidade é manter continuamente esse elevado ponto de tensão, a consciência de si mesmo como Alma.


AAB: Sim, se puderem manter o ponto de consciência mais elevado de que são capazes, não há morte.


M: Em algum lugar o Tibetano disse algo sobre manter pensamentos de energia a tal ponto que a força não mais importaria. Mesmo tendo uma incapacidade física, seria possível continuar e ela nunca o atrapalharia.


AAB: Essa é uma parte da imortalidade.


M: Referia-se a pensar em todas as coisas em termos de energia e força, e se nos orientarmos de maneira que para nós tudo seja energia, a força que cria a doença corporal não nos atrapalharia.


AAB: Sim.


P: Refleti sobre a afirmação, «Que as Forças da Luz tragam iluminação a toda a humanidade». Eu me pergunto por que não diz energia. Talvez a energia da luz se torne força quando faz impacto sobre a mente humana.


AAB: Luz é uma força e não uma energia. Como diz o Tibetano, «luz e matéria são termos sinônimos». Energia evoca luz. As massas humanas não poderiam suportar a energia, assim, tem que ser em forma de força. No entanto, foi evocada pela energia. [Continua lendo na pág. 57-58]:

A primeira grande integração é uma fusão de força com energia. Esta afirmação é de profunda importância, porque expõe uma das primeiras lições que o iniciado deve dominar, e só pode ser devidamente compreendida pela experiência da vida, sujeita à interpretação no mundo de significado. Uma certa compreensão do que isto implica será obtida quando o discípulo souber diferenciar entre atividade da Alma e ação da matéria, entre emoção e amor, entre vontade inteligente e mente, entre plano e propósito. Assim fazendo, adquire a capacidade de descobrir seu ponto de tensão em qualquer momento dado, e esta crescente capacidade o levará, com o tempo, a reconhecer conscientemente grupo após grupo como unidades com as quais deverá buscar identificação.


JL: Ele quer dizer que um grupo trabalha com outro grupo no mesmo nível, ou que a pessoa progride como grupo e finalmente se encontra como parte de um grupo maior?


AAB: A Hierarquia trabalha conosco. Trabalhamos em muitas direções.


P: Cada grupo deveria olhar para o que está à frente, acima, e para o que está abaixo.


AAB: Sim, a Hierarquia se estende para cima, para Shamballa e para baixo, para grupos como a Escola Arcana.


G: Quando um grupo trabalha com outro grupo, tornam-se unidades de uma síntese maior.


AAB: Creio que talvez haja algum modo de trabalhar com o qual pudéssemos começar a fazer experiências. Estivemos falando sobre encontrar grupos e sobre fusionar grupos com o objetivo de ajudar a humanidade. Talvez pudéssemos começar a fazê-lo em uma volta superior da espiral e, eventualmente, poderíamos encontrar grupos com a mesma visão e ajudar a guiá-los.


AD: Cada grupo não desempenha certa parte no todo e juntos formam um ser maior?


AAB: Falamos dessa maneira, mas não fazemos isso. Não queremos renunciar a nada.


RK: Não é necessário fazê-lo. Se você vê algo por fazer, então faz. E eu faço algo mais, assim não duplicamos esforços.


P: Mas nunca será a mesma visão.


RK: Não me refiro à visão do processo. Refiro-me às corretas relações humanas.


AAB: Os pequenos grupos de serviços assistenciais têm uma visão de corretas relações humanas. Estou falando de grupos esotéricos com visão espiritual, que se expressa em corretas relações humanas.


RK: Um grupo como este deveria saber o que outros grupos estão fazendo para que não haja duplicidade. Só precisamos trabalhar com eles onde eles se detêm. Nós os complementamos.


AAB: Eles pensam que somos nós que nos detemos. Nós pensamos que somos os mais avançados do mundo, e queremos ajudar todos os outros grupos, mas estamos nos agarrando aos nossos métodos. Podemos encontrar grupos que sejam melhores que o nosso.


R: Vocês não acham que precisamos procurar compreender outros grupos como um passo para a identificação, independente do grupo estar à frente ou abaixo de nós?


AAB: Acho que sim. É uma questão de romper nossos limites. A humanidade está se esforçando muito na luta pelas fronteiras em Europa.


JL: Mas só estamos considerando o corpo mental ou emocional de um grupo e não sua Alma.


AAB: Estava pensando na visão e na integridade do grupo.


JL: Muitas pessoas nos vinculam etericamente com seu grupo, e talvez nem gostemos deles.


AAB: Desde que tenham vitalidade espiritual e uma visão da qual possamos participar, temos que entender que formamos um grupo.


JL: Muitos deles não têm consciência grupal.


AAB: E nós temos?


JL: Nós tentamos.


FB: Os ensinamentos do Tibetano falam sobre sete grupos específicos. Nós somos um deles. Somos um grupo esotérico, e um grupo esotérico deveria estar trabalhando com outros grupos conscientemente. Somos uma parte do esoterismo.


AAB: Em cada grupo financeiro e em cada grupo teosófico há um grupo esotérico, e temos que encontrá-los.


FB: Neste ponto de trabalhar com grupos e do que deveríamos fazer - há uma implicação de que estamos abandonando a nossa atividade grupal. Cabe a nós, como esoteristas, ter uma visão suficientemente ampla para que possamos trabalhar inteligentemente com esses sete grupos maiores. Faremos isso encontrando esoteristas nestes grupos.


AAB: Que tal eles colocarem vida e força em nós também?


FB: É uma via de mão dupla.


RK: Creio que o Tibetano não se refere a grupos no plano físico, mas a agrupamentos de força.


AAB: Temos que começar em todos os níveis - religioso, psicológico, esotérico. É com eles que deveríamos trabalhar, porque poderiam nos dar muito, e nós poderíamos enriquecê-los.


R: Nossa função seria trabalhar com grupos ou com indivíduos? Se fizermos este trabalho corretamente, o indivíduo teria o mesmo matiz do seu grupo, portanto, que se chegássemos ao grupo estaríamos alcançando o indivíduo.


B: Tal como o grupo de Milwaukee aprendeu conosco e nós com eles, há alguma lição nisso?


AAB: Eles são nossa própria gente.


B: Há uma ação de mão dupla.


N: O Sr. L. tem um grupo de 25 pessoas ao qual instrui periodicamente em temas nesta linha. Eu tive esse grupo em meu escritório e lhes dei uma palestra. Foi notável. Não tive que atenuar as verdades. No final, eles não queriam ir embora. Disseram, “agora reconhecemos muitas coisas que antes não sabíamos”. Eu somente falei de maneira informal, à medida que a oportunidade ia se apresentando. Quer me parecer que nos níveis inferiores podemos fazer muito.


AAB: Palestras como esta em que abrimos as portas para outras pessoas e para outros grupos são boas. [Continua lendo na pág. 58-59]:

Ele encontra a sua Alma por meio da fusão da Alma com a personalidade; o seu grupo pela absorção desta fusão Alma-forma no grupo de um Mestre e, finalmente, é absorvido no Ashram do Mestre; ali, em comum acordo com o grupo de irmãos, se fusiona e mescla com a Hierarquia e ouve a extensão da Palavra que a sua alma pronunciou originalmente: Aceito como grupo. Posteriormente, muito mais tarde, participará do excelso reconhecimento que ocorre quando surge a Voz - como faz anualmente - do centro de Shamballa, e o Senhor do Mundo põe o selo de aprovação sobre a aceitação da Hierarquia em seus novos associados.

Esta aceitação inclui os iniciados de terceiro grau que, mais que nunca, estiveram estreitamente integrados com a vida hierárquica. Para eles é um sinal (e também para os Seniores que o ouviram ano após ano) de que são parte do instrumento cujo propósito é cumprir o plano. Assim as grandes sínteses vão lentamente acontecendo. Durou muitos éons, porque a evolução (em especial nas primeiras etapas) avança lentamente.

Durante o período do pós-guerra, e à medida que a nova estrutura da futura ordem mundial vai adquirindo forma, os processos se acelerarão consideravelmente; no entanto, isto não ocorrerá nos próximos cem anos, que não é senão um instante na eterna história da humanidade. A vida de Deus passa de uma síntese para outra. Primeiramente, a síntese das vidas atômicas em formas cada vez mais perfeitas até o surgimento dos três reinos da natureza; em seguida, a síntese da consciência que permitirá ao ser humano penetrar na consciência maior do Todo e, finalmente, o misterioso acontecimento resultante do efeito produzido pelos desenvolvimentos anteriores, denominado Identificação. Durante a primeira identificação, analogia superior da etapa de individualização, ocorre a absorção progressiva em totalidades cada vez maiores, e todas as vezes surge a Palavra: Aceito como grupo.

Será que consegui lhes dar uma visão um tanto mais ampla do significado da iniciação nesta breve exposição? Estão vendo com mais clareza a crescente beleza do Todo, a excelência do Propósito e a sabedoria do Plano? Compreendem melhor que beleza, benevolência e sabedoria não são qualidades, como poderia implicar essa inadequada nomenclatura, mas grandes realidades manifestadas? Percebem que não são descritivas da Deidade, mas nomes aplicados a Vidas, cuja potência e atividade são totalmente desconhecidas pelos homens?

Uma certa compreensão a este respeito deve se infiltrar lentamente na mente e consciência de cada discípulo, à medida que a luz da Alma for se irradiando sobre sua mente nas primeiras etapas e, mais tarde, quando ele responder ao impacto da energia proveniente da Tríade espiritual. Somente ao visualizar isto, embora sem compreender, o esforçado discípulo saberá que as palavras:

Não retire o pedido. Você não poderia, se quisesse, mas sim, acrescente a ele três grandes demandas e siga adiante, são um comando vivo que o condicionam, queira ele ou não.


AAB: A regra para aspirantes lhes diz que retirem seu pedido. Estas regras lhes dizem que não retirem seu pedido.


RK: As regras para aspirantes dizem retirar ou esquecer?


AAB: Retirar.


FB: Retirar e esquecer.


AAB: O Tibetano assinala que os iniciantes ficam muito preocupados com o prodígio de seu pedido e o maravilhoso ponto que alcançaram. É de se supor que os discípulos tenham superado isso e que são capazes de trabalhar em seu pedido.


M: Voltando ao tema do grupo, tomem por exemplo os grandes financistas [aqui estão se referindo aos 10 grupos-semente - S.E.S.] que devem ter alguma vida subjetiva esotérica ou não fariam as coisas que estão fazendo; e também não pertencem a nenhum tipo de grupo ocultista. Como se poderia contatar com um grupo como o qual eles pertencem?


AAB: Acho que há pessoas no grupo de financistas e no grupo de psicólogos que estão à frente de nós. Creio que o nível geral de espiritualidade pode ser mais elevado nos grupos esotéricos, mas nos grupos esotéricos ainda não produzimos homens e mulheres capazes de influenciar a humanidade como os grandes financistas e psicólogos.


M: Por que isso acontece?


AAB: Pode ser uma diferença de função.


N: Houve ondas de Almas encarnadas em certos períodos para expressar atividades especiais, por exemplo, os filósofos e artistas gregos. No Renascimento houve um grupo similar. Talvez em nossa época os financistas e psicólogos tenham uma missão assim, regenerar a humanidade ao longo dessas linhas.


AAB: Não é necessário para os grandes estadistas ou os grandes financistas ser membros de grupos esotéricos. Creio que para eles seria voltar para trás.


M: Como é possível tomar estes grupos e fazer que atuem juntos?


P: Não é necessário entrar em contato com eles no plano físico. Se ambos estamos no plano da Alma, nós os contataremos automaticamente.


AAB: Acho que tem que chegar diretamente ao plano físico. Creio que seria um grande erro para algum financista entrar em uma escola esotérica. Creio que o que lhe cabe fazer é se entregar a algum trabalho que promova o progresso humano.


P: Falamos deste tema como se fosse uma transação prática. O que esquecemos de fazer é nos elevar o mais que possamos e então vamos atrair o que é nosso.


JL: Uma escola esotérica não assume a tarefa de ser um canal para a força vital, a fim de que possa fluir a outros grupos através dela? Não somos o canal? Não somos o Antahkarana para o resto dos grupos?


AAB: A Hierarquia trabalha somente através de grupos com sentido esotérico - através de Leonardo da Vinci, Churchill, através dos grandes homens e mulheres ao longo dos tempos que são discípulos, não no sentido de que pertençam a grupos esotéricos. Há algum estudante da Escola Arcana que tenha uma visão mais ampla da unidade mundial do que Churchill ou Roosevelt?


M: A obra “Os Patriotas” representa Thomas Jefferson desejando afastar-se da vida pública e, no entanto, em seguida, sacrifica tudo por seu país. Havia regressado do exterior para descansar e construir seu destino quando Washington veio a ele, disse que precisava dele e disse, “isto não pode morrer”.


JL: Ele havia recebido uma educação esotérica de Benjamin Franklin.


AAB: Tomemos um discípulo como Platão; depois de tantos anos ainda está condicionando nosso pensamento. Aristóteles é outro grande discípulo.


FB: Eu me pergunto se não captaríamos a essência ou chave para a cooperação com os grupos voltando ao fato de que o objetivo da Escola Arcana é ajudar a Hierarquia na salvação da humanidade no lugar onde está. Os grandes financistas e pessoas que fazem essas coisas têm um plano e estão produzindo certos efeitos definidos. Nós estamos em uma escola esotérica e estamos aprendendo como fazer que funcione, e esse era nosso propósito; mas agora sabemos que era para que pudéssemos ajudar a humanidade. Tomamos nosso conhecimento e o disponibilizamos para o bem comum. Podemos abordar essas pessoas com uma unidade interna de visão. A vontade-para-o-bem é a chave para chegar a cada um desses grupos e às pessoas-chave neles, e quando virem que queremos trabalhar para o bem comum, haverá uma resposta. É essa resposta que produzirá a ação grupal. Cada simples coisa que vocês fazem é feita porque chegaram a ter um ardente desejo de fazer o que fazem pelo bem da humanidade, de ajudar o mundo. É essa a nossa chave para a ação grupal maior e para o que estamos buscando.


AAB: Estou de acordo.


RK: Essa parece ser a maneira correta de progredir de grupo a grupo.

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