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Alice Bailey - Diálogos com Estudantes da Escola Arcana


Sexta-feira, 19 de março de 1943

AAB: Quando chegamos pela primeira vez em Nova York, em 1921, comecei uma aula sobre a Doutrina Secreta, que teve bastante êxito, mas em grande parte porque Mr. Richard Prater, um aluno pessoal de HPB [Helena Blavatsky], que tinha ele mesmo uma turma sobre a Doutrina Secreta, vinha às minhas aulas para escutar o que eu tinha a dizer e então converteu sua classe na minha. Pouco antes de morrer, ele me deu instruções esotéricas que ainda são dadas na Seção Esotérica da Sociedade Teosófica. Encontrei nelas muitas instruções sobre o Antahkarana.

Esta é a parte mais pessoal desses escritos que me interessou esta manhã. Há duas questões que se destacam. A primeira é que HPB lamentava amargamente ter mencionado os Mestres, e nisto eu considero que estava equivocada. Ela sentia que havia arrastado seus nomes por terra, que inclusive as melhores pessoas, que desejavam segui-Los e percorrer o Caminho, não compreendiam; com o resultado de que a Sociedade Teosófica tinha uma abordagem aos Mestres que me parece deplorável. É uma aproximação de completa devoção. Põe o discípulo aos pés do Mestre, e fica esperando que o Mestre solucione seus problemas, e assim resolva o seu carma por ele. Como um dos Mestres diz nas Cartas dos Mahatmas, tantas nuvens de formas- pensamento de devoção entre o Mestre e o discípulo se acumularam, que é impossível para o Mestre chegar ao discípulo. O Mestre fica completamente impossibilitado.

A segunda questão é o amargo questionamento que HPB faz de si mesma sobre se teria agido corretamente ao abrir o caminho do discipulado a pessoas a que não estavam preparadas para tal. Sem mencionar os Mestres, a influência de sua vida e trabalho atraiu todo tipo de gente. Muitas delas foram pessoas maravilhosas como Annie Besant, mas outras foram pessoas terríveis. Ela adota a posição de que não tinha o direito de recusar nenhum sério buscador da verdade sem questionar quem fosse. Isto significa que quem ensina assume uma tremenda responsabilidade quando torna o caminho acessível a uma pessoa que obviamente não é adequada. Gostaria que pensassem um pouco sobre isto. Gostaria muito que tivessem dúvidas antes de abrir o caminho a pessoas que não podem aguentar o ritmo. Aceitamos uma responsabilidade tremenda e nos conectamos com pessoas das quais não podemos nos liberar. Nós as iniciamos em algo, e tenham êxito nesta ou em alguma vida futura, temos que estar com elas. HPB estava preocupada com isso, quando tinha feito o correto. Queria mencionar estes fatos por muitas razões. Creio que estamos entrando em um novo ciclo em relação com a Escola. Caso seja um novo ciclo no qual teremos um tremendo crescimento numérico, não sei nem me importa, mas creio que estamos entrando em um ciclo no qual teremos qualidade, senão quantidade, e teremos a oportunidade de acolher pessoas que são tremendamente valiosas em seu interior e ajudá-las a começar.

É dito que o Buda teve seus discípulos, como teve o Cristo, e que ele teve o privilégio de apresentar ante o Iniciador 900 Arhats ou mais para a quarta iniciação. Não creio que ele tenha se aproximado das pessoas e dito: «Eis aqui um Arhat; vou guiá-lo». Creio que foi a estimulação que emanava dele que atuou sobre as pessoas. Então, quando o Cristo esteve aqui, foi dito que teve 9000 discípulos - os 12 e os 70 e os 500. Se o trabalho que estamos procurando fazer é familiarizar as pessoas com o conceito de que há uma Hierarquia Espiritual, se uma das maiores coisas que temos que fazer no ciclo vindouro é que a existência dos Mestres não seja um maravilhoso sonho nem remota visão, mas algo real na mente do público, e se todo esse trabalho é preparatório para o que o Cristo chamou de a Segunda Vinda ou Advento, se o Cavaleiro do Lugar Secreto está se aproximando, então podemos assumir que, atualmente no mundo, há dezenas de milhares de pessoas que estão dispostas a dar o passo seguinte. Nós não somos Budas nem Cristos e, portanto, não podemos preparar as pessoas para tomar a quarta iniciação. As pessoas que tomam a quarta iniciação são discípulos de um grau elevado. Temos que estar preparados para ajudar os que nos procuram para tomar as iniciações menores. Avancemos sem pressa. Consagramos nossa vida para servir a qualquer custo, assim como para que o trabalho dos Mestres se materialize na Terra de um modo nunca antes acontecido. Creio que é o que vai acontecer ao término deste século. Creio que os ensinamentos que temos chegarão a ser algo familiar do público em geral, ou sobre o que basearão a atitude diante da vida, o que significa que estamos caminhando para a etapa seguinte. E qual é?

O que logo me vem à mente é que temos que chegar como indivíduos a uma aceitação definida do fato de que, ainda que o seu cérebro não possa registrar o contato com os Mestres, como fazem os cérebros de alguns discípulos, trata-se de uma limitação do cérebro, mas não de uma limitação em si. Que, fora do cérebro físico, em seu Ser real ou em seu foro íntimo o sabem, ou do contrário não estariam trabalhando tão arduamente como estão fazendo para fazer contato com a Hierarquia. E, no momento em que vocês realmente aceitarem esta realidade e fizerem dela um ponto focal de sua resposta interna consciente ao estímulo procedente da Hierarquia, nesse momento estarão livres para o serviço, e não antes. Assim que vocês decidirem em sua consciência de uma vez por todas que são discípulos dos Mestres, mesmo que seu cérebro ainda não o registre, nesse momento vocês chegarão a ser efetivos e poderão se dedicar livremente ao trabalho.

Uma das coisas que já conseguimos deixar para trás são as formas-pensamento dos grupos de pensadores que nos precederam. Uma das chagas do mundo é a teologia da Idade Média. São Paulo fez uma distorção do Cristianismo. O Cristo nunca enfatizou ser um pobre e miserável pecador. Ele enfatizou a vida a ser vivida e, com exceção de Judas Iscariotes, o discípulo que lhe falhou, a pior pessoa foi a quem Ele deu a maior missão. Gostaria que pensassem sobre isso.

Nestas instruções, HPB trata do lugar que o coração ocupa na vida do discípulo e da relação entre o coração e o cérebro. Nós colocamos uma grande ênfase em nosso pensamento e no ensinamento sobre a mente e o cérebro. HPB enfatiza o coração e o cérebro. Em relação com o coração existe um nome para cada parte, e cada parte é denominada com o nome de um Deus - tal como: Átrio de Brahma, Átrio de Vishnu. Cada um desses aspectos do coração está relacionado com um aspecto do cérebro. Na meditação, a ênfase é colocada no coração e no espírito no coração. Quero que se deem conta disso, porque nos leva um passo adiante a respeito do ensinamento que procuramos dar nos três primeiros graus. Temos que pôr a mente sob um completo controle para que só exista a consciência da Alma em seu próprio plano. Aqui se trata de algo diferente. HPB parte do princípio de que sabemos disso, porque isto está escrito para discípulos avançados, e assinala que, tendo encontrado o Mestre em nossos próprios corações, se de fato desejamos encontrar o Mestre, então teremos que relacionar o coração e o cérebro e não a mente e o cérebro, e creio que temos aqui todo um tema para reflexão e debate. Depois ela diz que o grande objetivo é registrar o conhecimento do plano mais elevado e trazê-lo ao plano físico.

O cérebro deve ser deixado em branco, e então a impressão oriunda do coração pode ser registrada e retida.

Os discípulos só são capazes de manter uma parte do conhecimento obtido. O primeiro passo na aquisição deste poder é deixar a mente em branco, a completa inatividade do cérebro em relação com o coração. Então a consciência avança gradualmente e, afinal, o ritmo entre os dois se torna tão rápido e fácil que não se percebe.

À medida que transmutamos desejo e experiência em conhecimento do coração, o cérebro desperta para algo do que era bastante inconsciente. Então vocês saberão, e o Mestre será algo real em suas consciências.

Entre muitos de nós sempre há um montão de perguntas sobre a razão de não vermos o Mestre. Um estudante na Inglaterra lutou com esse problema durante anos e foi vencido por ele e se afastou. Culpou o Mestre e não a si mesmo. Adotou a posição de que o Mestre foi mais duro que qualquer ser humano comum. Como fiz ver a ele mais tarde, quando ocorreu algo que lhe indicava que o Mestre o teve em Sua mente, ele se deixou ficar para trás porque não estava em contato com o Mestre, e mais tarde ele teve sua indicação. Tivesse ele esperado, mas agora terá que esperar outra vida.

Creio que necessitamos ter claramente em nossa mente a relação entre Alma-Mente-Cérebro - o primeiro grande alinhamento - e em seguida a relação entre Mestre-Coração-Cérebro. Vocês têm duas grandes linhas de aproximação a uma realidade central. Não se esqueçam de que a Alma em vosso próprio coração é um adepto e que o que está ocorrendo na vida espiritual é nosso esforço de chegarmos a ser em manifestação física o que realmente somos. Se a qualidade de seu cérebro não está sensibilizada para esse conhecimento particular, ainda que interiormente vocês estejam sensibilizados para esse conhecimento, ele não se registra. Outra coisa que devemos lembrar é que muita gente chega ao conhecimento e à compreensão dentro deles mesmos, mas o corpo físico, a personalidade, permanece como estava. Não houve tempo para mudar e ainda vemos os velhos hábitos de pensamento, a antiga expressão no rosto, vemos o homem tal como era. Creio que devemos manter isso em mente.

Por isso, hoje meu tema para vocês é:

Alma-Mente-Cérebro
Mestre-Coração-Cérebro
ou Hierarquia

Este é um novo pensamento, não é mesmo? Garanto que nenhum de vocês pensou sobre isso antes. No momento em que algo completamente novo surge em nós - algo que vem como uma solução à questão da razão de não vermos os Mestres, de não estarmos em relação consciente com eles - assumimos uma grande responsabilidade.


AP: E as pessoas de diferentes tipos, trabalham ao longo de uma ou outra dessas linhas, ou deveriam trabalhar em ambas? Alma-Mente-Cérebro significa algo diferente para mim.


AAB: Creio que todos temos que conseguir ambas. Um ou outro caminho pode ser mais fácil para certas pessoas. As pessoas de Segundo Raio virão pela linha Mestre-Coração-Cérebro e as de Primeiro Raio pela linha Alma-Mente-Cérebro.


RK: Alma-Mente-Cérebro, Mestre-Coração-Cérebro: não são como dois diferentes passos no caminho do discipulado? Quando trabalhamos com Alma-Mente-Cérebro é o discípulo individual. Mestre-Coração- Cérebro é o discípulo no Ashram do Mestre.


AAB: Sim.


RK: Realmente, o coração é a Alma como fator central.


AAB: É isso que atua antes que o cérebro registre. Creio que aí temos a chave para a expansão de pensamento seguinte que queremos dar no Quarto Grau (o Curso Antahkarana - SES).


C: Como estão estas duas linhas relacionadas com as duas linhas, a ocultista e a mística?


AAB: Quando vocês trabalham na linha mística, estão trabalhando por meio do coração: Mestre-Coração- Cérebro. Estão trabalhando por meio do centro cardíaco e do coronário.

Nesses textos HPB assinala que o discípulo trabalha por meio dos centros do corpo - os cinco centros no tronco e os dois na cabeça. O iniciado ou a pessoa que se aproxima da iniciação trabalha totalmente com o centro da cabeça. O centro cardíaco na cabeça dirige o centro cardíaco do corpo, mantendo os centros inferiores alinhados, mas o foco está na cabeça. É por isso que considero que estávamos certos na Escola Arcana quando ensinamos aos estudantes a meditar na cabeça. Somente em um grau ensinamos a meditar coração. Na realidade agimos corretamente. Veio do nosso pensamento correto e gradualmente fomos compreendendo esse ponto.

HPB fala de se concentrar no Mestre como uma imagem viva dentro de si mesmo. Fazer de sua imagem no coração o foco de concentração. Creio que desta vez a imagem está no coração desprovida de devoção, sendo razão pura. A intuição é conhecimento que chegou separado do raciocínio. Nunca se pode chegar à maestria por meio da mente e do raciocínio; tem que ser pela intuição.


RK: O falar a respeito da faculdade de raciocinar me ajuda a distinguir claramente entre mente e Budi. Manas e Budi são tão diferentes como a luz e a instalação elétrica. A faculdade de raciocinar é só a instalação elétrica. A razão pura é o que está vivo.


AAB: Creio que a analogia persiste em nosso trabalho de 4° Grau de construção do Antahkarana. Depois terão a luz resplandecendo.


RK: Você fala do homem da Inglaterra que saiu da Escola. Encontrei esta frase na revista Readers’ Digest: «nenhum homem é um fracassado até que comece a culpar os outros pelos seus fracassos».


AAB: A tensa absorção dos estudantes em como estão atuando é um problema. Um dos nossos problemas é manter nossos olhos afastados de nós mesmos, e os olhos dos estudantes deles mesmos, e colocá-los nas coisas que realmente importam, nas realidades. Damos muita ênfase a tais trivialidades. O que importa são as coisas que fazemos que prejudicam o grupo.


CH: Depois de ler Coração, da Agni Yoga, desenvolvi instintivamente um método de analisar cada pensamento ou crítica. Era como se de fato sentisse algo na região do coração. Por exemplo, se me encontrava em uma situação que gerava ilusões ou espelhismo, tomaria esse pensamento e o poria em meu coração da mesma maneira que vocês poriam um livro sobre a mesa, e então daria uma pausa e esperaria, em uns poucos segundos todo o tema se esclareceria e se dissolveria de mim, e eu veria o assunto na sua verdadeira luz. Eu tinha a sensação de uma consciência do coração, e sempre se produzia a dissipação do espelhismo.


JL: O que faz o cérebro para nós quando ambos os canais descem ao cérebro? Ele nos dá um entendimento claro?


AAB: Traz conhecimento e eficácia.


JL: Exterioriza-se em eficácia ou só em entendimento claro? Faz o mesmo em ambos os caminhos?


AAB: Depende de vocês. Creio que a grande dificuldade com os aspirantes e discípulos é que seu conhecimento corre mais que sua eficácia. Todos vocês sabem mais do que demonstram. Teoricamente há um vasto campo de conhecimento nesta sala. Quase se poderia virar o mundo pelo avesso se fosse utilizado corretamente.


AP: Creio que todo o problema é que não o utilizamos com eficácia até chegarmos a ser o próprio conhecimento. Há um hiato entre o que somos e o que sabemos.


AAB: O ponto crucial reside em construir o Mestre como algo vivo dentro de você.


BM: Creio que há uma espécie de impulso quando faço nossos exercícios contemplativos. Esse é nosso esforço supremo, e então o resto do dia será levá-lo à prática.


AAB: Não creio que os livros estejam escritos completamente para pessoas que estão no caminho do discipulado. Estão escritos para dois tipos de pessoas: iniciados e aqueles que estão prestes a entrar no caminho do discipulado. Se vocês estão no caminho do discipulado e são conscientes de que dentro de vocês existe o poder de apreender e de se adequar ao ensinamento, então é para vocês. Se se desanimam com frases como «muitas vidas pela frente», então não é para vocês, em absoluto. Vocês sentiriam «para que serve?» Uma mulher veio me ver. Tinha sabido do trabalho por uma mulher do Canadá que evidentemente estava tentando criar seu próprio grupo. A mulher do Canadá lhe disse que possivelmente não poderia ter êxito nesta vida, mas que se estudasse com ela se sairia muito melhor. O Tibetano não adota essa atitude em absoluto. Se encontrar uma frase assim em um livro, pode ser só um teste.


FB: Creio que nessa desconcertante frase há outro valor. Vocês leem e estudam e sabem que obtiveram algo, e se dão conta de que o que obtiveram é só um fragmento do que há a ser conhecido. Isso lhes ajuda a manter o equilíbrio sobre o que já conhecem.


M: Ajuda a se esforçar. Há um impulso para uma área maior de consciência.


AAB: Dizem que a grande ameaça é que, à medida que as pessoas envelhecem não podem se manter fluidas, que não podem mudar. Creio que o valor deste grupo é que existe um processo de estiramento em função de que é possível todos nos estirarmos juntos, por assim dizer, e mantermos alguma elasticidade em nossa consciência. O mais horrível seria que nos mantivéssemos sempre estáticos.


RK: Emerson disse: «Uma conformidade tola é o duende de uma mente pequena». Uma Alma verdadeiramente grande tem tanto a ver com a conformidade como com sua sombra na parede.


AP: Construímos e construímos e construímos. Podemos escolher ir pelo caminho lento ou rápido. O que é aquilo que é salvo pela graça? Chega um momento em que um catalisador transforma completamente o que alguém é, e se entra então em outra época. Uma mulher mais velha, quando veio certa vez trabalhar para mim, disse: «Hoje de manhã tudo tinha um brilho dourado e então me afastei, pois não queria pisar sobre o mundo». Há vezes em que este catalisador, isto que construímos em nós, chega a seu clímax e mudamos. O Tibetano fala da vontade de amar e do amor. Correto conhecimento, o instinto animal dos sentidos, e correto conhecimento por meio da Alma, e entre esses há este algo laborioso - a intuição e a mente trabalhando juntas e produzindo um conhecimento que não é instintivo. O instinto espiritual é no plano espiritual o mesmo que o instinto animal no plano físico, e entre ambos está este algo atormentado.


RK: O objetivo de qualquer manifestação não é a perfeição da forma e sim a perfeição da qualidade. Quando uma fase de nossa experiência é levada à perfeição, temos o toque de graça, e essa casa pode ser demolida.


AAB: Alma-Mente-Cérebro se refere ao caminho de discipulado, mas Mestre-Coração-Cérebro se refere à pessoa que está no caminho de iniciação. Quando o captamos realmente, temos uma tremenda responsabilidade.


RK: Quando falamos do Buda com os 900 Arhats, só significa que o Buda havia reunido um grupo para tomar a terceira iniciação. Com o Cristo significou a quarta.


AAB: Não creio. Creio que o Cristo trouxe a liberação - a quinta - e creio que o Buda trouxe a quarta iniciação. Na vida comum o Cristo promulgou a segunda e a terceira iniciação para as quais a humanidade está se dirigindo, e depois a quinta, mas não nos falou nada sobre isso. Apenas aconteceu. Ainda não estamos prontos para isso.


MW: Quando alguém se aproxima da Hierarquia - Mestre-Coração-Cérebro, sempre o faz no raio da Alma?


AAB: Sempre. Não é absolutamente possível fazer de outra maneira.


RK: Alma-Mente-Cérebro, Mestre-Coração-Cérebro, temos o cérebro em ambos, porém no primeiro caso se trata do indivíduo, no segundo do grupo, não é?


AAB: Acho que podem ser ambos.


C: Teria naturalmente uma correspondência com o cruzamento das correntes. O corpo humano é o símbolo mais perfeito do processo cósmico.


AAB: O que realmente se alcança é Atma Budi.


HR: Creio que haveria um aspecto diferente da eficácia. Alma-Mente-Cérebro e Mestre-Coração-Cérebro estão relacionados com a Hierarquia, mas em última análise os outros dois estão relacionados com Shamballa: Alma-Mente-Cérebro e a linha da vontade. Distinguimos entre 1-5-7 e 2-4-6. Creio que se essas linhas se cruzam no cérebro, se evidenciaria nesses dois aspectos de expressão vital.


AAB: Não sei. Tudo o que está no ser humano vem para a luz. Se se cruzam, não sei. Na personalidade completamente desenvolvida não há cruzamento, só o total alinhamento em um indivíduo desenvolvido. No homem não desenvolvido há muitos cruzamentos, mas no homem perfeito não sei o quanto isso é válido. Vocês estão bastante certos ao dizer que resultaria nas duas linhas de eficácia. Creio que em um adepto perfeito há completa unidade. O mesmo acontece quando o Tibetano fala sobre os triângulos. Primeiro temos o cubo, depois um triângulo, em seguida uma esfera completa. Estou supondo; não sei.

O cérebro é uma placa sensível para as impressões mentais, mas ainda não foi reconhecido como uma placa sensível para as impressões do coração.


RK: Não é a matéria física do cérebro que aporta essas impressões, e sim o cérebro etérico.


AP: Tem que vir à manifestação através do físico ou não será manifestado. Até que isto seja feito não será manifestado. Temos que conseguir captar que é na condição atômica onde se pode registrar este algo etérico e levá-lo à consciência desperta.


C: No livro da Agni Yoga Coração é dito que o coração é o centro de todo conhecimento. Consciência ou mente é só uma parte dele. Vem da mente.


AAB: Não aceito tudo o que vem desse livro; creio que a tradução é insatisfatória. O coração é o centro de vida, portanto podem argumentar que estão certos. A consciência é subsidiária para a vida, e não há consciência sem vida.

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