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OS MISTÉRIOS DE SHAMBALLA


Capítulo IX

O TALISMÃ SAGRADO DE BRAHMA

A denominação "TALISMÃ SAGRADO" definindo o Fogo de BRAHMA, ou Fogo de KUNDALINI, vem de escritos muito antigos da Grande Loja Branca do planeta. Assim como o Cetro do SENHOR DO MUNDO e o Cetro Hierárquico do BODHISATTVA, o Talismã de BRAHMA atua como poder invocativo, coordenador e transmissor de energia cósmica para a Terra. Segundo nos é dito ocultamente, esse Fogo de Brahma é a "herança transcendente" de um sistema solar anterior, no qual a expressão ígnea chegou a ser tão potente que chegou a comunicar inteligência à matéria constitutiva daquele universo extinto. Com essa matéria inteligente herdada de um universo anterior foram construídas as bases deste universo atual, e os compostos moleculares do mesmo, em todos os seus planos ou níveis, caracterizam-se por uma irresistível tendência a reunirem-se ou fundirem-se de acordo com o principio de afinidade química, sendo esse princípio uma das mais conhecidas expressões inteligentes da matéria.

O propósito do Logos Solar através do sistema solar atual é "comunicar autoconsciência" à substância física e aos compostos moleculares, uma atividade que se completará através dos tempos, durante o transcorrer de muitos Manvantaras, mediante o Fogo de VISHNU, o Fogo da CONSCIÊNCIA ou da ALMA de todas as coisas. Esse propósito solar é, naturalmente, compartilhado pelos Logos de todos os esquemas planetários que evoluem no abrangente seio de seu "círculo-não-se-passa" universal. No que se refere ao nosso planeta, a expressão do Fogo de VISHNU encontra-se representada principalmente pelo Cetro do BODHISATTVA, o Instrutor do Mundo, e ambos os Fogos, o de VISHNU e de BRAHMA, operando de maneira harmoniosa e coordenada, constituem respectivamente as duas polaridades positiva e negativa, do Fogo de SHIVA., ou de FOHAT, e nosso planeta, estando seu Poder onipotente representado pelo DIAMANTE FLAMÍFERO ou CETRO DO SENHOR DO MUNDO. Quanto a isso, poderíamos estabelecer a seguinte analogia:

TALISMÃ RAIO FOGO ASPECTO
DIAMANTE FLAMÍFERO
Senhor do Mundo
Fohat
Elétrico
Cósmico
Shiva
CETRO HIERARQUICO
Bodhisattva
SOLAR
Elétrico Prana
Vishnu
TALISMÃ VIVENTE
Os Agnis do Fogo
PLANETÁRIO Elétrico
Por Fricção
Brahma

Todos os sistemas planetários que têm planetas físicos em manifestação dentro do sistema solar possuem seu próprio TALISMÃ ou Cetro de BRAHMA. BRAHMA é a Entidade psicológica transcendente que personifica o terceiro aspecto da Divindade Solar em cada um dos planetas físicos, e todas as formas materiais que neles têm sua razão de ser e de existir estão vitalizadas e mantidas coerentemente em virtude das radiações ígneas que surgem desse poderoso Talismã Vivente.

O movimento de ROTAÇÃO e a LEI da GRAVIDADE, que constituem as propriedades específicas desses planetas dentro de seus particulares centros de atração universal, revelam o mistério profundo ou a especial natureza cósmica do Fogo de KUNDALINI e, no estudo de suas maravilhosas relações, um dia poder-se-á obter a chave da vinculação de todos os Logos Criadores com a misteriosa História Geral do Cosmos.

O Talismã de BRAHMA, visto clarividentemente, aparece como uma BOLA DE FOGO de gigantescas e incalculáveis proporções que ocupa o Centro Místico da Terra. Vistas as circunstâncias que acompanham a sua potentíssima atividade, poderíamos afirmar que se trata de "FOGO COMPRIMIDO" e que, examinado atenta e profundamente, adota a forma de uma GIGANTESCA SERPENTE enroscada que, à medida que vai se desenrolando, ou descomprimindo o Fogo através dos tempos, origina o movimento de ROTAÇÃO que, por sua vez, determina fricção ao mover-se pelas zonas elípticas do espaço solar, onde o planeta Terra realiza a sua evolução. Continuando essa ideia, poderíamos dizer também que o movimento de Rotação permite que a Serpente ígnea, ou Fogo comprimido, envie suas radiações vitalizadoras a todos os estratos geológicos da Terra, dos mais profundos aos mais periféricos.

O Talismã de BRAHMA, no universo microcósmico do ser humano, está localizado na base da coluna vertebral, no centro ou chakra chamado MULADHARA. Observado clarividentemente, esse centro assume uma forma parecida à do globo ígneo de KUNDALINI, a de uma serpente que vai desenrolando-se lentamente ao redor da coluna vertebral à medida que a evolução avança, originando com essa rotação incessante o mistério da vida do corpo físico. Nessas palavras, há um novo mistério a ser descoberto, que irá sendo revelado durante o processo evolutivo quando o homem, elevando a visão aos zênites de sua consciência, perceber novas e mais esplêndidas regiões de manifestação do Fogo Criador da Divindade.

A analogia estabelecida entre o Talismã de BRAHMA ou FOGO DE KUNDALINI com a obra mística do terceiro LOGOS servirá para esclarecer alguns conceitos esotéricos que talvez tenham passado despercebidos para alguns investigadores do mundo oculto até o momento.

1°. Que o movimento de ROTAÇÃO observado em qualquer planeta é indício de Vida. A LUA, por exemplo, é um planeta morto, pois não tem rotação, não possui KUNDALINI.

2°. Que o movimento de ROTAÇÃO, que é uma atividade de BRAHMA, é a primeira manifestação de vida no universo. A criação da nebulosa, que é o movimento criador em espiral ou rotativo para o centro, preside o nascimento das constelações, dos sistemas solares e dos esquemas planetários. Durante o processo de criação da nebulosa, a Serpente ígnea de BRAHMA enrola-se sobre si mesma. Um universo surge para a existência quando a Serpente inicia o processo de desenrolamento ou de descompressão dos Fogos. Nestas últimas palavras, acha-se oculto um mistério para o verdadeiro investigador esotérico.

3°. Que seja qual for o tipo de criação, cósmica, solar ou planetária, e não importa qual o grau de evolução de seus Logos Regentes, a obra de manifestação de suas fases primárias sempre partirá de BRAHMA, o Senhor do Fogo da Matéria, de KUNDALINI. Mesmo no processo místico de RECAPITULAÇÃO (ou memorização da experiência dos sistemas solares ou cósmicos transcendidos), os Logos das mais esplendentes galáxias adaptar-se-ão à atividade inicial de BRAHMA, utilizando o Fogo de KUNDALINI como poderoso Talismã.

4°. Pode-se observar idêntica analogia na obra dos Logos das distintas Cadeias dos esquemas planetários, que seguem um sistema similar. Por exemplo, o Fogo de BRAHMA, na Primeira Cadeia, origina o reino mineral, mas, nas Cadeias sucessivas, o processo criador se iniciará RECAPITULANDO a fase mineral da Primeira Cadeia. Na segunda Cadeia, origina-se o reino vegetal e na Terceira, o reino animal. Na Quarta Cadeia, que é uma memorização das três anteriores, BRAHMA facilita o trabalho dos Anjos Solares que introduzirão vida autoconsciente no homem-animal e criarão o reino humano. A partir de então, inicia-se a obra de VISHNU com Seu Talismã Sagrado contendo Fogo SOLAR, que se introduzirá lentamente nas consciências dos seres humanos até levá-los ante o Portal da Iniciação. O Fogo de VISHNU "avivará o Fogo de BRAHMA" e introduzirá uma nova Serpente de Fogo na base da coluna vertebral. O Fogo da Matéria, KUNDALINI, e o Fogo SOLAR, ou seja, IDA E PINGALA, trabalhando concordante e sincronicamente ao redor da Árvore de SUSHUMA, a partir de então, formarão a base evolutiva do esquema, cujo centro acha-se precisamente no Quarto Reino, a Raça dos Homens.

Assim, a Quarta Cadeia, que é a glória do esquema, prepara o caminho dos Filhos de Deus que deverão reinar sobre a Terra nas eras futuras.

No entanto, o Talismã de BRAHMA continuará operando ativamente na evolução do Quarto Reino, ainda que se limitando a energizar aquelas zonas chamadas "inconscientes", ou que ainda respondem cegamente às impressões do Anjo Solar ou Eu Superior. Essas regiões humanas fora do controle do Pensador, que reagem inconscientemente ou mecanicamente ao estímulo de VISHNU, são rescaldos de uma expressão ígnea transcendida, "fragmentos" de uma obra incompleta, plena de gravitação, procedente do sistema solar anterior... O Talismã Sagrado de BRAHMA continuará, trabalhando silenciosamente como impulsor do movimento de rotação planetário, mas lhe terá sido acrescentado o Fogo Solar de expansão cíclica que surge do Talismã de VISHNU, do segundo Logos que em nosso planeta, como dissemos em páginas anteriores, projeta-se sobre o Cetro Hierárquico do BODHISATMA. Seguindo a analogia imposta pelos Raios, o Talismã de VISHNU, ou Cetro Solar, intimamente conectado com o Centro Místico do CORAÇÃO DO SOL, o Coração do Logos do Universo, e o Cetro do BODHISATTVA operam desde o Quarto Nível da Esfera Búdica de SHAMBALLA, onde palpita o Coração Místico do Logos Planetário.

À medida que as eras vão se sucedendo e intensificam-se as radiações ígneas, procedentes do Talismã de VISHNU na vida planetária, o poder gravitacional do planeta vai diminuindo e proporcionalmente aumenta o poder de expansão cíclica, equivalente à força centrífuga da matéria assim energizada. O Logos Planetário, então, sente-se projetado para zonas cada vez mais afastadas de seu próprio "círculo-não-se-passa". Sua consciência expande-se em ondas ígneas cada vez mais amplas na busca do terceiro Talismã, o Cetro Sagrado de SHIVA, uma das correntes de Fogo Cósmico que se acha contida no DIAMANTE FLAMÍFERO, o Cetro de Poder do SENHOR DO MUNDO.

O Cetro de SHIVA está localizado na cúspide do sistema solar e contém FOHAT, o Fogo da Resolução, cuja essência ígnea transcende o mais elevado entendimento dos homens da Terra. Para além do Talismã de SHIVA, ou FOHAT Solar, acha-se apenas o surpreendente VAZIO das mais elevadas iniciações Cósmicas, aquelas Zonas eternamente virgens que separam entre si constelações, sistemas solares e galáxias e constituem as fronteiras naturais impostas aos logos, onde o movimento de ROTAÇÃO de BRAHMA e o movimento de EXPANSÃO CÍCLICA de VISHNU se unificaram devido ao movimento de COORDENAÇÃO ou de SÍNTESE de SHIVA, o primeiro aspecto de todos os Logos Criadores de mundos e sistemas. Nesta "Vigia" eternamente imponderável de SÍNTESE, o OBSERVADOR SILENCIOSO do grande sistema cósmico contempla os três Talismãs Sagrados, unidos e fundidos, transmitindo cada qual o seu Fogo. A MÓNADA, o EGO e a FORMA universal dos Logos Criadores de Universos e planetas constituem aí uma só e absoluta UNIDADE.

Assim como pode-se ler no Livro dos Iniciados, "BRAHMA cerra os olhos, retira lentamente Seu Talismã, e os três planos inferiores do sistema começam a desintegrar-se." O repouso cede ao movimento... , desaparece a ROTAÇÃO, já não existe GRAVIDADE... , e o imenso e infinito VAZIO DO GRANDE PRALAYA substitui o movimento da Atividade criadora.

VISHNU eleva seu olhar e, livre do peso da Matéria com que havia recoberto Sua essência espiritual e desintegrada a Forma que com tanto Amor e veneração havia "convertido em massa", BRAHMA funde-se também nos imortais Céus do NIRVANA CÓSMICO. Desaparece a TRÍADE do sistema, já para sempre fundida no Oceano de Vida incorruptível de onde surgiu o segundo Sistema Solar... O Talismã de VISHNU, "mais puro e brilhante que nunca", como reza a tradição oculta dos grandes Iniciados, penetra profundamente no Coração Silente do Logos Cósmico, repousando na Paz do Silêncio Místico das "Esferas sem Movimento".

E SHIVA, o Sintetizador dos Talismãs e dos Fogos, contempla a eternidade do VAZIO criador de onde surgem todos os mundos e todos os sistemas e submerge também nas entranhas do ABSOLUTO, de cujas imensidões foi emanado, trazendo em Suas Mãos o Talismã sagrado cujo Poder origina a liberação de todo o germe de CONSCIÊNCIA e a redenção de todo composto molecular...

Tudo agora ficou submerso no GRANDE PRALAYA que precede ao terceiro e último universo. BRAHMA dorme. VISHNU repousa serenamente expectante e SHIVA, o Grande Triunfante, envolve com Seu Eterno Manto de Indescritível Silêncio o Fruto místico de tão preciosas experiências cósmicas. Isso, em síntese, é o que tão misteriosamente encontra-se escrito nas ESTÂNCIAS DE DZYAN...

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