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O TRABALHO DO CRISTO E SEUS ENSINAMENTOS


Os Ensinamentos do Cristo

Revelação dos Mistérios da Iniciação

Grande parte do que se expõe nestas páginas concerne, em realidade, à aparição do Reino de Deus – aparição que agora pode ter lugar devido a três fatores:

1 – Ao crescimento desse Reino na Terra, com os milhares de pessoas que aceitam suas leis e se esforçam por viver de acordo com suas normas e espírito.

2 – Ao fato de que os sinais do tempo e a imperante necessidade da humanidade evocaram o Cristo, e Ele decidiu reaparecer.

3 – A que a demanda invocadora da humanidade ascendente, continuamente, até “o lugar secreto do Altíssimo” e a Hierarquia projeta aparecer conjuntamente com o Cristo e restabelecer a Lei do Espírito sobre a Terra. O momento da restauração dos antigos Mistérios chegou.

Estes fatos foram divulgados amplamente, durante os últimos anos, como resultado da depuração levada a efeito no mundo, pela guerra mundial (1914-1945), como também pelo sofrimento a que tem sido submetida a humanidade (com um poder igualmente purificador e poderoso, que manifestar-se-á posteriormente). Então, será possível à Hierarquia, a Igreja de Cristo, até agora invisível, exteriorizar-se e atuar, abertamente, no plano físico. Isto significa retornar à situação que existia na época Atlântida, quando (empregando a simbologia bíblica, conforme o Gênesis, Cap. 2 e 3) Deus mesmo caminhou entre os homens; Ele falava, então, com eles, não existindo barreiras entre o Reino dos homens e o Reino de Deus. A divindade estava, então, presente em forma física, e os Membros da Hierarquia espiritual guiavam e dirigiam, abertamente, os assuntos da humanidade, até onde permitia o inato livre-arbítrio do homem. Hoje, num futuro próximo, e num passo mais alto da espiral da vida, isto voltará a ocorrer. Os Mestres caminharão, livremente, entre os homens, e Cristo reaparecerá, fisicamente. Também restaurar-se-á os antigos Mistérios. Serão, novamente, reconhecidos os antigos marcos que a Maçonaria preservou, com tanto empenho, e conservou até agora, nos rituais maçônicos, esperando o dia da restauração e da ressurreição.

Estes antigos Mistérios foram, originalmente, dados à humanidade pela Hierarquia e contêm a chave do processo evolutivo, ocultos nos números, nos rituais, palavras e símbolos, velando o enigma do destino e origem do homem, representando para ele, por meio do rito e do ritual, o largo Caminho que deve palmilhar para retornar à luz. Proporcionam, outrossim, (quando esse rito e ritual são interpretados e representados corretamente) o ensinamento de que necessita a humanidade para poder passar da obscuridade à Luz, do irreal ao Real e da morte à Imortalidade. O verdadeiro maçom que compreende, ainda que em pequena escala, o significado dos três graus da Loja Azul, bem como as implicações daquilo de que participa, dará exato valor às frases mencionadas e reconhecerá o significado dos referidos graus. Menciono isto com fins maçônicos, pois está intimamente relacionado com a restauração dos Mistérios que contiveram, no transcurso das épocas, a chave da tão largamente esperada restauração da estrutura que fundamentará o necessário ensinamento, e exporá (quando se libere das nomenclaturas e denominações judias, já caducas, se bem que corretas até três mil anos atrás) a história do progresso do homem no Caminho do Retorno.

Tais são os Mistérios que o Cristo restaurará, quando reaparecer, reavivando de forma nova as igrejas e restaurando o Mistério oculto, perdido há muito tempo, devido ao seu materialismo. A Maçonaria também perdeu a verdadeira vivência que um dia possuiu, porém, tanto nas suas formas como no seu ritual, a verdade está conservada e poderá ser recuperada, e o Cristo fará isto. Fará reviver, ademais, de forma desconhecida, pois nem todos acorrerão à Igreja ou à Maçonaria para revitalizar sua vida espiritual. Os verdadeiros Mistérios também revelar-se-ão através da ciência, e o Cristo proporcionará o incentivo para a sua busca. Os Mistérios encerram, em suas fórmulas e ensinamentos, a chave para a ciência, que desvelará o mistério da eletricidade – a mais elevada ciência espiritual e esfera de conhecimento divino, no mundo – apenas tocada superficialmente. Somente quando a Hierarquia estiver presente, visivelmente, na Terra, e sejam revelados ao mundo os Mistérios, dos quais os discípulos de Cristo são guardiões, será dado a conhecer o verdadeiro segredo da natureza dos fenômenos elétricos.

Em última instância, os Mistérios constituem a verdadeira fonte de revelação, a qual só poderá captar-se sem perigo, em toda sua amplitude, quando a mente e a vontade para o bem estejam estritamente unidas e fundidas, condicionando a conduta humana. Existem energias e forças planetárias que os homens não têm controle nem podem controlar. Nada sabem a respeito delas e, não obstante, a vida do planeta depende delas; estão intimamente relacionadas com os inapreciáveis poderes psíquicos, tão estupidamente encarados, hoje em dia, e ignorantemente empregados. Ditos poderes – quando corretamente determinados e utilizados – serão de grande utilidade para as ciências que os Mistérios revelarão.

O Mistério das idades está em vésperas de ser revelado, e isto acontecerá quando o Cristo reaparecer. As Escrituras sempre profetizaram que ao fim da Era revelar-se-ia o que está secreto e surgiria à luz do dia o que até agora permaneceu oculto. Como sabemos, o presente ciclo assinala o fim da era de Piscis, e os próximos duzentos anos verão a abolição da morte, ou melhor, de nossos equivocados conceitos a respeito dela, e o firme estabelecimento da realidade da existência da alma. Então, saber-se-á que esta é uma entidade, um impulso propulsor e que uma força espiritual se acha detrás de todas as formas manifestadas. Há dois mil anos, o trabalho de Cristo consistiu em proclamar certas grandes possibilidades e a existência de grandes poderes. Quando Ele reaparecer, Sua tarefa consistirá em provar a realidade destas possibilidades e revelar a verdadeira natureza e potência do homem. Sua afirmação de que todos somos filhos de Deus e temos um Pai universal, num futuro próximo não mais será considerado como uma formosa assertiva mística e simbólica, senão uma provada enunciação científica. Nossa fraternidade universal e imortalidade essencial serão comprovadas como realidades da natureza.

Hoje, está sendo preparado o terreno para a magna restauração que Cristo levará a efeito. As religiões mundiais, (incluindo a cristã) e a Maçonaria, estão sendo julgadas pela mente crítica humana; tem-se aceito, quase unanimemente, que ambas fracassaram na tarefa determinada pela divindade. Compreende-se, em toda parte, que deve afluir uma vida nova, e isto implicará uma nova visão e uma nova maneira de encarar as condições da vida e isto somente o Cristo pode ensinar-nos e ajudar-nos a conseguir. Segundo reza uma antiga Escritura:

“O que foi um mistério deixará de sê-lo e aquilo que tem estado oculto agora será revelado; o que tem estado velado surgirá à luz e engrandecerá essa luz e todos os homens verão e se regozijarão. Chegará o momento em que a destruição terá realizado o seu trabalho benéfico; então, os homens, pelo sofrimento, buscarão aquilo que rejeitaram. Em vã persecução, buscaram o que tinham à mão e era fácil de alcançar. Quando o possuíram comprovou-se que era um agente da morte. Não obstante, buscaram sempre a vida e não a morte”.

E o Cristo lhes trará vida, e vida abundante.

Muito se fala hoje, a respeito dos mistérios da iniciação. Em todos os países proliferam os falsos instrutores, que ensinam os pseudomistérios, oferecendo espúrias iniciações (geralmente pagas e com diploma), desorientando, assim, as pessoas. O próprio Cristo disse que existiria tal estado de coisas, antes que Ele viesse e que em toda parte os falsos e os espúrios se proclamariam a si mesmos. Isto não é mais que a evidência de Sua vinda. A falsificação sempre garante o genuíno. As palavras, discussões e pretensões absurdas; o pseudo-ocultismo e os esforços fúteis para “receber uma iniciação” (frase ambígua que os instrutores e teósofos ignorantes têm cunhado para expressar uma profunda experiência espiritual), caracterizaram o ensinamento esotérico, desde sua moderna aparição, em 1875. Então, H.P.Blavatsky apresentou ao mundo ocidental a realidade da existência dos grandes discípulos e Mestres de Sabedoria, que se achavam na Terra, e obedeciam ao Cristo. Mais tarde, arrependeu-se, profundamente, de havê-lo dito, segundo confessa em alguns de seus escritos dirigidos a seu Grupo Esotérico. Entretanto, o que fez formava parte de um grande plano, e não foi um erro. O erro consistiu nas interpretações e reações violentas dos teósofos dessa época, fato que ainda não reconheceram. Esta estúpida reação foi ajudada e apoiada pela natureza investigadora da humanidade, como também pela aspiração a que isso trouxe a par. Os homens crédulos e os comerciantes ambiciosos exploraram o tema e ainda continuam assim procedendo.

Não obstante, o efeito final destas estultices e erros de apresentação resultaram proveitosos. Em todos os países existem, atualmente, os homens que são conscientes da existência dos Mestres e da possibilidade e oportunidade oferecidas para um progresso espiritual científico que os converterá em membros do Reino de Deus. As igrejas fizeram caso omisso disso, considerando a ciência, especialmente na era vitoriana, como um arqui-inimigo.

Estas informações tão profusas, sobre os mistérios da iniciação – algumas delas sendo evidências de uma verdade oculta, outras produto da imaginação, e as demais instigadas com fins comerciais, têm preparado, definidamente, a humanidade, para os ensinamentos que Cristo dará, segundo se crê, quando estiver, novamente, entre nós, em presença física.

Ainda que o cristão ortodoxo não queira admiti-lo, todo o Evangelho, nas suas quatro formas ou apresentações, quase não contém outra coisa que detalhes simbólicos sobre os Mistérios, que são (no que concerne à humanidade) cinco, no total. Ditos Mistérios indicam, na realidade, a história espiritual de um aspirante. Também assinalam cinco importantes etapas, no progresso da consciência humana. Conquanto incompreensível hoje, em certa etapa da era aquariana este progresso será mais claro e definido. A humanidade, o discípulo mundial (por meio dos diferentes grupos que se encontram em distintos graus de desenvolvimento) “penetrará”, durante os próximos dois mil anos, em novos estados de percepção e em novos reinos ou esferas mentais e espirituais de consciência.

Cada era deixou o reflexo de um quíntuplo desenvolvimento moderno. Falando astronomicamente, quatro eras são passadas: Gêminis, Taurus, Áries e Piscis. Atualmente, Aquário, a Quinta, está entrando em poder. Gêminis imprimiu o signo simbólico dos dois pilares sobre a Fraternidade maçônica daquela época, e os dois pilares Joachin e Boaz – dando os nomes judeus que não são, certamente, os verdadeiros – apareceram há dois mil anos, aproximadamente. Depois seguiu-se Taurus, o touro, época em que Mithra veio como Instrutor do mundo e instituiu os mistérios de Mithra, com uma (aparente) adoração ao touro. Logo seguiu-se Áries, o carneiro, que viu o começo da dispensação judaica, tão importante para os judeus e, desafortunadamente, também para a religião cristã, porém sem importância para os inumeráveis seres humanos de outras partes do mundo. Durante este ciclo, veio o Buda, Shri Krisna e Sankaracharya. Finalmente, temos a era de Pisis, peixes, que nos trouxe o Cristo. A sequencia dos Mistérios personificados em cada um dos signos do zodíaco será esclarecida pelo Cristo, pois a consciência coletiva atual exige algo mais definido e realmente espiritual que a astrologia moderna e o pseudo-ocultismo, tão amplamente difundido.

Na era que temos diante de nós, depois do reaparecimento do Cristo, centenas de milhares de pessoas experimentarão algumas das grandes expansões de consciência, porém, a reação das multidões será de renúncia (embora isto não signifique, de nenhuma maneira, que estejam passando pela Quarta iniciação); renunciarão às normas materialistas que hoje dominam em todas as camadas da família humana. Uma das lições que a humanidade deve aprender, no presente (prelúdio da nova era), é saber quão poucas coisas materiais são realmente necessárias para a vida e para a felicidade. A lição não foi ainda aprendida. Entretanto, constitui, essencialmente, um dos valores que se hão de extrair deste período de espantosas privações, pelo qual estão passando, diariamente, os homens. A verdadeira tragédia reside no fato de que o hemisfério ocidental, especialmente os Estados Unidos, não participem deste processo espiritual definido e vitalizador; são presentemente demasiado egoístas para consenti-lo.

Por conseguinte, poderão ver que a iniciação não é um processo cerimonial, ou um prêmio concedido a um bem sucedido aspirante; nem tampouco uma penetração nos Mistérios – dos quais os da Maçonaria constituem, até agora, uma apresentação gráfica – senão o resultado da “vivência” experimentada nos três mundos de percepção (físico, emocional e mental), pondo em atividade – através desta vivência – as células registradoras e memorizadoras da substância cerebral que até agora não foram susceptíveis às impressões superiores. Através desta zona registradora em expansão, ou, se preferem, através do aperfeiçoamento de um mecanismo registrador mais refinado, ou instrumento de resposta, a mente pode converter-se em transmissor dos valores elevados e da compreensão espiritual. Assim, o indivíduo chega a ser consciente de zonas de existência divina e estados de consciência eternamente presentes, porém que o indivíduo, constitucionalmente, é incapaz de registrar ou fazer contato; nem a mente, nem o seu agente registrador, o cérebro, foram capazes de realizá-lo, sob o ângulo de seu desenvolvimento evolutivo.

Quando o farol da mente penetra, com lentidão, nos aspectos da mente divina, até agora não reconhecidos; quando despertam as qualidades magnéticas do coração e respondem sensitivamente a ambos os aspectos, o homem se torna capacitado para atuar nos novos reinos de luz, amor e serviço, que estão em processo de desenvolvimento. Então, é um iniciado.

Estes são os mistérios, dos quais se ocupará o Cristo. Sua reconhecida presença entre nós e a de Seus discípulos, fará que progridam mais rapidamente que até agora. O estímulo da Hierarquia objetiva aumenta potentemente, e a era de Aquário presenciará a aceitação da grande Renúncia, por parte de tantos filhos dos homens, assinalando que o esforço mundial será das mesmas proporções que o realizado para educar, coletivamente, a humanidade, na era de Piscis. O materialismo, como princípio de massa, será rechaçado, e os grandes valores espirituais assumirão um maior controle.

A culminação de uma civilização, com sua tônica especial – as qualidades e os dons legados à posteridade, refletindo sua intenção espiritual (como a participação de todos os povos) – constitui uma das iniciações. Algum dia, a história se fundamentará e se escreverá de acordo com as características do crescimento iniciático da humanidade; para chegarmos a isso, devemos ter uma história erigida sobre o desenvolvimento da humanidade, influenciada pelas grandes e fundamentais ideias. Assim se escreverá a história, no futuro.

A cultura de um período determinado é simplesmente o reflexo da capacidade criadora e da cabal consciência dos iniciados de sua época – os quais sabiam que eram iniciados, sendo conscientes, também, de que entrariam em relação direta com a Hierarquia. Na atualidade, não usamos nenhuma destas duas palavras, civilização e cultura, em seu sentido correto ou em seu verdadeiro significado. A civilização é o reflexo de alguma influência cíclica determinada, que conduz as massas a uma iniciação. A cultura está esotericamente relacionada com aqueles que, em qualquer era da civilização, de forma específica, cabalmente e com a consciência desperta, penetram, mediante o esforço autoiniciado, nos reinos internos da atividade mental, a que chamamos mundo criador. Estes são os fatores responsáveis da civilização, no seu aspecto externo.

O reaparecimento do Cristo assinala uma relação mais estreita entre os mundos interno e externo do pensamento. O mundo de significados e o mundo de experiência se fundirão, oportunamente, mediante o estímulo proporcionado pelo advento da Hierarquia e de Seu Guia, o Cristo. Um enorme acréscimo de compreensão e das relações será o principal resultado. (O Reaparecimento do Cristo)

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