A beleza de Deus na matemática

Estimado condiscípulo.

A noção de uma relação formativa entre magia e educação pode parecer absurda para um educador convencional - um salto de volta aos tempos sombrios da ignorância e superstição, aquelas mesmas coisas que uma boa educação procura dissipar. A educação padrão desenvolve os poderes de análise, raciocínio e julgamento de uma maneira que aparentemente se baseia na premissa de que os cinco sentidos e o cérebro são os únicos meios de captar a realidade e entender a natureza das coisas.

No entanto, a verdade é que a magia branca é um processo igualmente lógico que envolve perceber 'o interno' com a mesma intensidade de enfoque com a qual o externo é percebido. Através da concentração de energia na forma, a magia branca transfere ideias dos reinos internos para a expressão exterior. Enquanto concentração criativa é um termo que a educação tradicional não consideraria controverso, essa é uma ideia que define literalmente o que é magia branca.

As habilidades educacionais básicas ensinadas nas escolas de todo o mundo são leitura, escrita e aritmética, e na Educação na Nova Era o processo mágico que funciona através delas é descrito a seguir:

"A leitura está essencialmente relacionada à percepção de alguma espécie de ideia revestida, enquanto que a escrita, por estranho que pareça, está ligada à própria relação consciente de um indivíduo às ideias, e o uso que faz das palavras, ao escrever, será a medida da compreensão que ele possa ter dessas ideias universais. A aritmética (e o poder de somar, subtrair e multiplicar) está também relacionada com o processo criativo e diz respeito à elaboração dessas formas no plano físico – que produzirão a ideia adequada e trá-la-ão à manifestação." (1)

Enquanto aritmética se refere à quantidade, outros assuntos matemáticos se referem à estrutura, geometria e mudança. Esses quatro domínios descrevem a produção e a metamorfose de todas as formas no tempo e no espaço, enquanto sujeitos ao processo evolutivo. Nesse sentido, lemos:

"De outro ângulo, o homem lê o seu destino nos céus e o escreve em sua vida na terra; ele reduz, consciente ou inconscientemente, a ideia de sua alma à forma devida e apropriada, de modo a que cada vida some, subtraia e multiplique, até que a soma de cada experiência da alma esteja completa. Assim, simbolicamente, as três ideias básicas são mantidas na educação elementar, apesar de seu verdadeiro significado estar divorciado da realidade e a real significação estar inteiramente perdida. Tudo o que temos, todavia, emergindo vagarosa e precisamente, por intermédio da educação mundial, é construído sobre este despercebido sustentáculo." (2).

As habilidades tradicionais necessárias para leitura, escrita e aritmética podem ser consideradas em termos de matemáticas espirituais. Ao ler uma página de texto, a mente converte automaticamente a sequência de formas que o olho vê em uma imagem multidimensional na consciência, que possui todos os atributos de quantidade, estrutura, geometria e (capacidade de) mudar. O que temos lido existe agora como uma construção na consciência, construção que podemos 'conhecer e sentir' com a mente fora do tempo e do espaço. A escrita inverte esse processo e fornece uma maneira de introduzir uma construção na consciência, no tempo e no espaço, por meio de uma sequência de formas bidimensionais (letras). A aritmética tem a ver com adicionar e subtrair quantidades de energia na matéria para produzir a sequência de formas na escrita, fala ou ações.

Tais aspectos espirituais das matemáticas são expostos nos escritos do teólogo e matemático Volker Kessler, que escreveu: "Concluo que existem quatro portas pelas quais a espiritualidade pode entrar nas matemáticas: (1) platonismo pragmático; (2) estética, isto é, o papel da beleza dentro das matemáticas; 3) o estudo dos padrões; e (4) o papel da compreensão e visão internas. Existem exemplos que mostram que, nesses termos, até os ateus comprometidos experimentam a espiritualidade na pesquisa matemática". (3)

Da perspectiva do esoterismo, uma quinta porta de entrada pode ser adicionada através da construção de imagens mentais cheias de amor e luz ardente, unidas por um ponto central de tensão espiritual dinâmica. A beleza matemática de tais construções é a maior de todas as portas de entrada e, através dela, a divindade pode se manifestar através de nossas vidas para criar beleza no mundo. Esse processo é reduzido a uma equação simples criada por Kessler: Beleza = (moralmente) Bom, uma abordagem que ele expõe em seu artigo: "God becomes beautiful … in mathematics".

Em termos de matemática espiritual, evolução é a concentração progressiva de energia no tempo e espaço até que, finalmente, a ideia arquetípica por trás do ser humano, a Mônada, seja perfeitamente representada no mundo inferior através da beleza e ordem criadas na matéria. A regra final da Magia Branca fala sobre o processo matemático da quantidade, estrutura, geometria e mudança da perspectiva da transmutação da matéria:

"... os fogos ... da própria matéria ... ‘erguem-se da segunda treva ao chamado do espírito de luz e encontram-se no lugar aprazado aquele que as absorverá e elevá-las-á ao ponto ígneo de onde os fogos da luz viva e da vida radiante vieram’ ". (4)

Este processo está avançando neste momento através do processo educacional mundial, e revelações mais profundas aguardam para serem descobertas através de nosso trabalho com a nota chave da conferência da Escola Arcana deste ano: "Que as ‘Forças da Vida Criativa’ circulem e que a Lei da Elevação controle."

Na luz e no amor do esforço grupal.

ESCOLA ARCANA
Grupo da Sede

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1 – Educação na Nova Era, p. 15
2 – Idem, p. 16
3 – https://www.researchgate.net/publication/325629877_God_becomes_beautiful_in_mathematics
4 – Um Tratado sobre Magia Branca, p. 611.

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O símbolo do unicórnio, “branco e focado”, brilha magicamente no céu índigo profundo. Assim o iniciado permanece, centrado em um ponto supremo de tensão entre o passado e o futuro. O que antes sustentava a verdade, mas agora cristalizado, de repente se desmanchou; o chifre longo e reto do unicórnio desliza para frente, perfurando o véu que esconde o que deve tomar forma.

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