A Qualidade da Visão Oculta:
Reflexões sobre um Evento Simbólico em Desenvolvimento
Julho 2025

Estimado (a) companheiro (a) estudante.

Um interessante evento simbólico está se desenrolando no Deserto de Gobi, que podemos explorar, de forma provisória, em termos da qualidade da visão oculta, a tônica da Conferência deste ano. Shamballa, o ponto focal do poder planetário, que existe na matéria etérica, está localizada no Deserto de Gobi, e é nessa região do mundo que a China inaugurou um reator nuclear em funcionamento, alimentado por tório. Este elemento é considerado "a grande esperança verde" para a produção de energia limpa, pois gera muito mais energia e muito menos resíduos do que a fonte atual, o urânio; além disso, o reator é à prova de fusão e não produz subprodutos que possam ser usados para armas. Um reator de tório muito maior também está sendo construído no mesmo local, com comissionamento previsto para 2030. Considerando que a alma da China é governada pelo Primeiro Raio de Vontade ou Poder, sua personalidade pelo Terceiro Raio da Atividade Inteligente e que seu lema é "Indico o Caminho", há muito a considerar sobre seu papel no desenrolar do Plano Divino para esta Era.

No entanto, nossas reflexões começam com a mitologia, já que o tório recebeu o nome de Thor, o Deus Nórdico do Trovão, que também é, significativamente, o Protetor da Humanidade. O atributo mais comumente associado a Thor é seu martelo, Mjolnir, que ele usa tanto para fins destrutivos quanto para abençoar. Quando lançado, a trajetória do martelo é comparada à de um bumerangue, retornando a Thor assim que sua missão é cumprida; mas o que inicialmente chama nossa atenção é o movimento giratório do martelo, pois se assemelha ao da suástica das religiões orientais que analisamos nas cartas de abril/maio-junho. O martelo de Thor parece ser o símbolo correspondente da criação na cultura escandinava — Helena Blavatsky descreve Thor como o "Deus da eletricidade ativa" e Mjolnir como seu "Martelo da Criação":

"Sempre que este Hércules do Norte empunhava sua terrível arma, o raio ou martelo elétrico, ele tinha que colocar suas manoplas de ferro. Ele também usava um cinto mágico conhecido como ”cinto de força”;, que, quando cingido ao redor de seu corpo, aumentava enormemente seu poder celestial. Ele cavalga uma carruagem puxada por dois carneiros com freios de prata, e sua testa imponente é circundada por uma coroa de estrelas. Sua carruagem tem uma lança de ferro pontiaguda, e as rodas, espalhando faíscas, rolam continuamente sobre nuvens de tempestade estrondosas...

Thor, a euhemerização* da eletricidade, empunha seu elemento peculiar apenas quando protegido por luvas de ferro, que são seu condutor natural. Seu cinto de força é um circuito fechado, em torno do qual a corrente isolada é forçada a circular em vez de se difundir pelo espaço. Quando ele conduz sua carruagem através das nuvens, ele é a eletricidade em sua condição ativa, como testemunhado pelas faíscas que voam de suas rodas e pelo estrondo do trovão nas nuvens. A lança de ferro pontiaguda da carruagem lembra um para-raios; os dois carneiros que servem como seus corcéis são símbolos antigos do poder masculino ou gerador; suas rédeas de prata simbolizam o princípio feminino, visto que a prata é o metal da Lua, Astarte e Diana. Portanto, no carneiro e em suas rédeas, vemos os princípios ativo e passivo da natureza combinados em oposição, um avançando impetuosamente e o outro restringindo, enquanto ambos estão subordinados ao princípio elétrico que permeia o mundo e lhes dá seu ímpeto. Com a eletricidade como força motriz e os princípios masculino e feminino combinando-se e recombinando-se em uma correlação infinita, o resultado é a evolução da natureza visível, cuja glória suprema é o sistema planetário, que no mítico Thor é alegorizado pelo círculo de orbes brilhantes que adornam sua testa. ” (1)

Podemos perceber a atividade giratória do martelo elétrico de Thor nas estruturas filamentosas (1A) recentemente descobertas que subjazem a todo o universo manifestado, conhecidas coletivamente como a teia cósmica (1B). A atividade giratória e espiralada desses filamentos eletrificados é descrita em "Um Tratado sobre o Fogo Cósmico" em termos dos três grandes fogos da Trindade Cósmica. Sob seus auspícios, todas as coisas são criadas, desde "o indivisível e incognoscível Parabrahman até o humilde moneron da ciência materialista..." (3) Dentro do caduceu serpentino da força elétrica, a matéria pré-genética é comprimida e organizada em todos os fenômenos da existência manifesta.

O segredo para ativar o Martelo da Criação de Thor e induzir esse tipo de atividade elétrica parece ter sido parcialmente revelado pela Aureon Energy (1C). Quando a equipe adicionou tório a uma fórmula eletroquímica experimental, a corrente elétrica em sua câmara de reação aumentou 4000%. Além disso, embora se estime que o tório leve mais de 14 bilhões de anos para se transmutar em outros elementos, neste experimento, a transmutação ocorreu em questão de minutos. Isso levou a empresa a construir um Reator de Transmutação Elemental, que pode anunciar o início de uma nova era da alquimia. No coração do Reator está uma Célula de Energia de Tório, que eles acreditam que "transformará o mercado global de geração de energia".

Evocar a poderosa presença de Thor e seu martelo elétrico é uma visão maravilhosa de se ver em conexão com a Era de Aquário. O Tibetano insinuou que a descoberta desse tipo de atividade elétrica facilitaria o surgimento de uma nova ciência da fraternidade — uma verdade difícil de compreender — mas que, quando meditada, revela uma "qualidade da visão oculta" fundamental, necessária para estes tempos tumultuados:

“Uma das descobertas iminentes será a do poder integrador da eletricidade, pois ela produz a coesão no interior de todas as formas e sustenta toda a vida na forma durante o ciclo de existência manifestada. Produz também a união dos átomos e dos organismos dentro das formas, construindo, assim, aquilo que é necessário para a expressão do princípio da vida. Os homens, hoje, estão investigando tópicos como a eletroterapia e estudando a teoria da natureza elétrica do ser humano. Trabalha-se rapidamente na direção dessa nova descoberta e muitas coisas serão reveladas nessa linha de pesquisa dentro dos próximos cinquenta anos. O princípio coordenador sobre o qual os homens falam, refere-se, em última análise, a esse conceito e a base científica de todo o trabalho de meditação deverá realmente ser encontrado nessa verdade fundamental. A introdução da força e a oferta de um canal são meios místicos de se expressar um fenômeno natural ainda pouco compreendido, mas que, oportunamente, dará a chave ao segundo aspecto da eletricidade. Essa será liberada em maior medida durante a era de Aquário, sob a influência do sétimo raio. Um de seus primeiros efeitos será o aumento da compreensão da fraternidade e a base verdadeiramente científica. ” (2)

Certamente, integrar a visão de uma nova “ciência da fraternidade” ao estado atual das relações internacionais é um desafio, mas devemos buscar sinais de esperança e ideais expressos onde quer que possam ser encontrados. Nesse espírito, e em antecipação ao desenvolvimento de reatores de tório pela China — que provavelmente acelerará ainda mais seu crescimento contínuo em poder econômico e influência política —, a seguinte pergunta pode ser feita: Qual é a visão da China para o futuro da humanidade e seu próprio papel como força orientadora em direção a esse destino? Tem havido muito debate em torno dessa questão após um discurso do presidente chinês Xi Jinping no Escritório das Nações Unidas em Genebra, em 2017, intitulado: “Trabalhando Juntos para Construir uma Comunidade com um Futuro Compartilhado para a Humanidade” (1D).

O conceito expresso neste discurso tem sido refletido em vários documentos da ONU nos últimos anos, mas isso tem levantado preocupações da Anistia Internacional, que o vê como "um modelo que enfatiza o desenvolvimento econômico, a cooperação e, acima de tudo, a soberania nacional em detrimento dos direitos humanos individuais" (5). No entanto, à medida que a China exerce crescente influência nos assuntos da ONU, ela está promovendo seu próprio Discurso de Direitos Humanos como parte de seus objetivos diplomáticos mais amplos, o que é bem explicado em um artigo de duas partes intitulado Discurso de Direitos Humanos da China: Reformulando a Estrutura Internacional. (1E) Claramente, o potencial para o aumento das tensões entre uma visão ocidental e uma visão do Leste Asiático de um futuro compartilhado para a humanidade é considerável, mas há vozes sábias em meio ao conflito trabalhando para aproximar as duas perspectivas. Uma das mais proeminentes é a do sinólogo Kerry Brown, professor de Estudos Chineses e diretor do Instituto Lau China (1F) no King’s College de Londres, que oferece insights valiosos sobre os valores chineses contemporâneos e suas implicações. (1G)

Além das perspectivas mencionadas, devemos também considerar o fato de que, embora "esta seja a raça ariana, ou quinta raça-raiz", os chineses pertencem a uma "quarta raça-raiz". Quaisquer que sejam ou não as implicações esotéricas disso, devemos ter em mente que o Tibetano previu que um ciclo de radioatividade se manifestaria na China, atingindo seu clímax por volta de meados deste século, e que isso resultaria na "radio ativação de alguns dos pensadores mais proeminentes dessa raça". Com isso em mente, confiemos que essa influência aprofundará a espiritualidade da visão da China à medida que a nova ordem mundial multilateral se desdobra:

“.... Finalmente, quando um movimento for instituído pela Loja, trabalhando em conexão com a quarta raça-raiz; ele será parte de um processo de estimulação que tornará radioativos alguns dos mais proeminentes pensadores da raça. Será o dia da oportunidade, e tão grande é a importância atribuída a isto que um Membro da Loja, que no passado se chamou Confúcio, encarnará para supervisionar o trabalho. Os passos preliminares estão sendo dados agora, e estão chegando Egos que se esforçarão para direcionar as energias desta raça para a linha correta, embora o pico de estimulação só venha a ocorrerem meados do próximo século. É desnecessário destacar que movimentos desse porte se apresentam primeiramente como perturbadores, e somente quando a poeira do turbilhão e o ruído das forças em choque desaparecem, podemos ver o propósito emergir. ” (6)

Em iluminado companheirismo grupal,

Grupo da Sede
ARCANE SCHOOL
Escola Arcana

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1 H. P. Blavatsky, Ísis Sem Véu, Volume I, pp. 160-161
2 A. A. Bailey, Psicologia Esotérica, Volume I, pp. 373-374
3 Alex Kimani, China revela o primeiro reator de tório "à prova de fusão" do mundo. Oilprice.com
4 H. P. Blavatsky, A Doutrina Secreta, Volume II, p. 99 (Edição Fac-símile, Theosophical Publishing Co. e Zirkoff ed.)
5 Glossário da Anistia Internacional
6 A. A. Bailey, Um Tratado sobre o Fogo Cósmico, pp. 1079-1080

*Euhemerus (também escrito Euemeros ou Euhemerus) foi um mitógrafo grego antigo que floresceu no final do século IV a.C. na Sicília. Ele foi o primeiro a sugerir que toda lenda ou mito tinha um núcleo de verdade histórica. H. P. Blavatsky usa o termo "euhemerismo/euhemerização" ao estabelecer uma correlação entre um mito ou lenda antiga e fatos históricos ou científicos. Neste caso, deveria ler-se: "Thor, a representação mítica da eletricidade". O euemerismo também sustenta que muitos deuses mitológicos eram originalmente figuras históricas — reis, heróis — cujos feitos extraordinários eventualmente os levaram a receber status divino. Assim, quando nos referimos a Hércules como um "discípulo antigo", estamos adotando uma postura euemerista.

**Moneron — um termo obsoleto em biologia que se refere a uma massa primitiva de protoplasma sem núcleo, postulada como uma forma de vida elementar.

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(1A) https://www.plasma-universe.com/filamentation/

(1B) https://science.nasa.gov/resource/cosmic-web/

(1C) https://www.aureonenergy.com/

(1D) http://www.xinhuanet.com/english/2017-01/19/c_135994707.htm

(1E) 1 - https://www.humanrightsresearch.org/post/china-s-human-rights-discourse-reshaping-the-international-framework-part-one

(1E) 2 - https://www.humanrightsresearch.org/post/china-s-human-rights-discourse-reshaping-the-international-framework-part-two

(1F) https://www.kcl.ac.uk/LCI

(1G) 1 - https://www.youtube.com/watch?v=VKNzht-JOXE&t=15s

(1G) 2 - https://www.youtube.com/watch?v=GIvyqifJ8iA

1G) 3 - https://www.youtube.com/watch?v=CzuYfecHVhs&t=3s

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