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Livros de Alice Bailey

Cartas sobre Meditação Ocultista


Carta XI
A CONSEQUENTE VIDA DE SERVIÇO

1 - Motivos para o serviço.
2 - Métodos de serviço.
3 - A atitude que acompanha a ação.

16 de setembro de 1920.

Procuro dar-vos hoje, ao findar esta série, algo de proveito geral, Desejo falar-vos sobre o serviço e sua interpretação perfeita. O que dou em relação a isso poderá ser de utilidade vital. Lembrai que o ganho material no conhecimento causa, para o indivíduo, estagnação, obstrução, indigestão e dor, se não for passado adiante com sábia discriminação. O alimento absorvido pelo corpo humano, se não assimilado e digerido no aparelho, causa exatamente as condições acima. A analogia é correta. Muita instrução chega a muitos, nestes dias, mas é para uso de um mundo necessitado e não para seu benefício exclusivo.

Ao interpretar o serviço, três coisas são de importância:

1 - O motivo.
2 - O método.
3 - A atitude acompanhando a ação.

Não levo em consideração os motivos e métodos errados. São vossos conhecidos. Indico o certo, e pelo ajustamento da vida de serviço às minhas indicações, vêm a correção e a inspiração. Uma vida de muito serviço abre-se para muitos, nestes dias; vede, todos vós, que ela comece certa. Um início certo tende a prosseguir em contínua exatidão, e ajuda muito no esforço. Nos casos onde suceda o fracasso, tudo que é necessário é o reajustamento. No fracasso onde o começo tenha sido um engano (um fracasso inevitável), a necessidade é de renovação das fontes interiores de ação.

1 - Os Motivos para o Serviço

Esses motivos são tríplices na ordem de sua importância:

a) Uma compreensão do plano Divino de evolução, uma percepção da tremenda necessidade do mundo, uma apreensão do próximo ponto de conquista mundial e um consequente lançamento dos próprios recursos totais na evolução daquele fim.

b) Um objetivo pessoal definido de consecução, algum grande ideal - tal como uma santidade de caráter - que produz o melhor esforço da alma; ou uma compreensão da realidade dos Mestres da Sabedoria e uma firme determinação interior de amor, de serviço, e de alcançá-los a qualquer preço. Quando alcançardes esta compreensão intelectual do plano de Deus, aliada ao forte desejo de servir aos Grandes Seres nas atividades do plano físico, a realização virá.

c) Uma compreensão próxima da capacidade inata ou adquirida e uma adequação dessa capacidade à necessidade em apreço. O serviço é de muitas espécies e quem, sabiamente, o presta, quem procura encontrar sua posição particular e quem, encontrando-a, dá de seu esforço alegremente em benefício do todo, é o homem cujo desenvolvimento individual prossegue firmemente. Mas, contudo, o objetivo de progresso pessoal permanece secundário.

2 - Os Métodos de Serviço

Esses são muitos e variados. Posso somente indicar os de importância primordial.

Acima de tudo, como já citei muitas vezes, vem a faculdade de discriminação. Aquele que pensa poder tentar todas as coisas, que não se refreia diante de coisa alguma que ocorra em seu caminho, que se precipita desordenadamente onde os mais prudentes se refreiam, que imagina ter capacidade para o que apareça, que põe zelo, e não raciocínio, na consideração deste problema de serviço, mas dissipa força; esse desenvolve, amiúde, ação destrutiva, desperdiça o tempo dos mais prudentes e maiores na correção de seus enganos bem intencionados e não serve a outro fim que não seus próprios desejos. A recompensa da boa intenção pode ser sua, mas é frequentemente neutralizada pelos resultados da ação imprudente. Serve com discriminação quem compreende sabiamente seu próprio nicho, pequeno ou grande, no esquema geral; quem calcula sensatamente sua capacidade mental e intelectual, seu calibre emocional e seus recursos físicos e, então, com a soma do todo, aplica-se em preencher o nicho.

Serve com discriminação quem julga, com a ajuda do seu Eu Superior e do Mestre, qual a natureza e a medida do problema a ser resolvido, e não é guiado pelas sugestões, pedidos e exigências de seus companheiros de serviço, bem intencionados, mas frequentemente insensatos.

Serve com discriminação quem percebe o tempo em ação e, compreendendo que cada dia tem apenas vinte e quatro horas e que sua capacidade permite o consumo de somente tal energia, e não mais, sabiamente ajusta sua capacidade e o tempo disponíveis a ambos.

Vem em seguida um sábio controle do veículo físico. Um bom servidor não causa ao Mestre ansiedades de causas físicas e confia-se em que vigiará e poupará sua força física, e que estará sempre disponível para atender às solicitações do Mestre. Não fracassará por incapacidade física. Providencia para que seu veículo inferior tenha descanso suficiente e sono adequado. Levanta-se cedo e deita-se à hora conveniente. Ele se relaxa sempre que possível; come alimentos integrais e adequados e se abstém de alimentação pesada. Pouco alimento, bem escolhido e bem mastigado, é muito melhor do que uma refeição pesada. O ser humano, nestes dias, via de regra, come quatro vezes mais do que o necessário. Ele para de trabalhar quando (por acidente ou a repetição de incapacidade física herdada) seu corpo reage contra a ação e exige atenção. Ele procura, então, descanso, sono, cuidados dietéticos e a necessária atenção médica. Obedece a toda prescrição sensata, dando tempo para seu restabelecimento.

O passo seguinte é ter firme cuidado e controle do corpo emocional. Este é o mais difícil dos veículos para vigiar, como é bem sabido. Nenhuma emoção excessiva é consentida, apesar de ser permitida a passagem de fortes correntes de amor por tudo o que respira. Por ser o amor a lei do sistema, é construtivo e estabilizante, e leva todos adiante, em alinhamento com a lei. Nenhum temor, preocupação, ou cuidado, abala o corpo emocional do aspirante servidor de todos. Ele cultiva serenidade, estabilidade e um sentido de segura dependência da lei de Deus. Uma confiança alegre caracteriza sua atitude habitual. Não abriga ciúmes, nenhuma nuvem cinzenta de depressão e nenhuma cobiça ou autopiedade, mas - compreendendo que todos os homens são irmãos e que tudo que existe é para todos - prossegue calmamente em seu caminho.

Sobrevém, então, o desenvolvimento do seu veículo mental. No controle do corpo emocional, o servidor assume a atitude de eliminação. Seu objetivo é de tal modo treinar o corpo emocional que ele se torne desprovido de cor, tenha uma vibração tranquila e fique claro e branco, límpido como um lago num dia calmo de verão. Ao adequar o corpo mental para o serviço, o trabalhador empenha-se no oposto à eliminação; procura armazenar informação, supri-lo de conhecimento e de fatos, treiná-lo intelectual e cientificamente, de maneira que, conforme o tempo passe, demonstre ser um firme alicerce para a sabedoria divina. A sabedoria suplanta o conhecimento; no entanto, exige conhecimento como um passo preliminar. Deveis lembrar-vos que o servidor transpõe a Câmara do Conhecimento antes de entrar na Câmara da Sabedoria. Ao treinar o corpo da mente, ele busca, portanto, a aquisição metódica de conhecimento, um suprimento do que esteja em falta, uma compreensão sequencial da faculdade mental inata acumulada em existências anteriores e, por último, uma estabilização da mente inferior para que a superior possa dominar, e a faculdade crística do pensamento possa ser projetada através do silêncio. Do Silêncio do Absoluto, foi projetado o universo. Da escuridão, nasceu a luz, do subjetivo, emanou o objetivo. A tranquilidade negativa do corpo emocional torna-o receptivo à impressão do alto. A quietude positiva do corpo mental conduz à inspiração superior.

Tendo procurado controlar e sabiamente usar sua personalidade em seus três departamentos, o amante da humanidade procura perfeição na ação. Nenhum sonho magnificente de martírio e de gloriosa, mas efêmera quimera de serviço espetacular absorve sua atenção, mas a aplicação instantânea de todos os seus poderes à obrigação imediata é a linha de seu esforço. Ele sabe que a perfeição no primeiro plano de sua vida e nos pormenores do seu trabalho no ambiente causará precisão também no último, e resultará numa figura completa de rara beleza. A vida progride por pequenos passos e cada momento sabiamente ocupado leva a cobrir longa distância e uma vida bem vivida. Aqueles Que guiam a família humana põem à prova todos os pretendentes ao serviço nas minúcias da vida quotidiana, e aquele que mostrar um testemunho de ação fiel ao aparentemente não-essencial será transferido para uma esfera de importância maior. Como poderão Eles, numa crise ou numa emergência, depender de alguém que, nos assuntos diários, executa trabalho descuidado e insensato?

Um método adicional de serviço mostra-se na adaptabilidade.

Isso envolve uma pronta retirada quando outras ou mais importantes pessoas são enviadas a preencher o nicho que ele possa estar ocupando, ou (inversamente) uma habilidade em retirar-se para trabalho mais importante, quando algum trabalhador menos competente puder fazer seu trabalho com igual facilidade e bom julgamento. É parte da sabedoria, em todos os que servem, não se superestimarem nem se subestimarem. O mau trabalho acontece quando o não eficiente preenche um posto, mas é igualmente uma perda de tempo e poder quando trabalhadores capazes mantêm posições onde sua habilidade não tem campo de ação, e onde homens e mulheres menos habilitados funcionariam igualmente bem. Estai prontos, por isso, todos vós que servis, para permanecerdes numa vida em atividade não-espetacular e aparentemente sem importância, pois tal poderá ser vosso destino e o lugar onde melhor podereis servir; mas estai igualmente prontos para assumirdes trabalho de valor mais aparente, quando a palavra do Mestre for dada e quando as circunstâncias - e não os planos do servidor - indicarem que o tempo chegou. Ponderai sobre esta última frase.

3 - A Atitude Seguindo a Ação

Qual deveria ser essa atitude? Extremo desapaixonamento, completo autoesquecimento e total dedicação ao próximo passo a ser dado. O servidor perfeito é aquele que faz, com o melhor de sua habilidade, aquilo que acredita ser a vontade do Mestre e o trabalho a ser feito por ele em cooperação com o plano de Deus. Depois, havendo feito sua parte, ele prossegue na continuação de seu trabalho, sem se preocupar com o resultado de sua ação. Ele sabe que olhos mais sábios do que os seus veem do começo ao fim; que uma percepção mais profunda e mais amorosa que a sua está pesando o fruto de seu serviço; e que um julgamento mais profundo que o seu está testando a força e a extensão da vibração iniciada e harmonizando aquela força, relacionando-a ao motivo. Ele não sofre de orgulho pelo que tenha feito, nem indevida depressão por falta de realização. A cada instante, ele faz o melhor, e não perde tempo na contemplação retrospectiva, mas atira-se firmemente para frente, à consecução da tarefa seguinte. É próprio da natureza da involução, meditar sobre feitos passados e levar a mente de volta a realizações passadas e o servidor procura trabalhar com a lei da evolução. Isto é algo importante para se observar. Depois da ação, o servidor sábio não dá atenção ao que seus companheiros dizem, contanto que seus superiores (sejam homens ou mulheres encarnados, ou os Próprios Grandes Seres) mostrem-se contentes ou silenciosos; não se preocupa se o resultado não é o que havia antecipado, desde que tenha feito, fielmente, o melhor possível; não se inquieta se a censura ou a repreensão o assaltam, contanto que seu eu interior permaneça calmo e sem acusá-lo; não se importa de perder amigos, parentes, filhos, a popularidade antes gozada e a aprovação de seus vizinhos, desde que seu sentido interior de contato com Aqueles Que guiam, e lideram, permaneça intacta; não se impressiona se parecer estar trabalhando nas trevas e se estiver consciente do pouco resultado de seu labor, desde que a luz interior aumente e sua consciência nada tenha a dizer.

Para resumir tudo:

O motivo pode ser sintetizado nestas poucas palavras - O sacrifício do eu pessoal pelo bem do Eu uno.

O método pode ser também abreviadamente colocado: - Sábio controle da personalidade e discriminação no trabalho e no tempo.

A atitude resultante será: - Desapaixonamento total e um amor crescente pelo invisível e pelo real.

Tudo isso será completado através do firme emprego da Meditação ocultista


GLOSSÁRIO

ADEPTO - Um Mestre, ou ser humano que, tendo percorrido o caminho da evolução e penetrado na etapa final do caminho, o Caminho da Iniciação, recebeu cinco das Iniciações e alcançou, pois, o Quinto reino, ou Espiritual, tendo apenas mais duas Iniciações a receber.

ADI - O Primeiro; o primevo, o plano atômico do sistema solar; o mais elevado dos sete planos.

AGNI - O Senhor do Fogo, nos Vedas. O mais antigo e mais reverenciado dos Deuses na Índia. Uma das três Grandes Deidades, Agni, Vayu e Surya, e também todas as três, uma vez que ele é o triplo aspecto do fogo; o fogo é a essência do sistema solar. A Bíblia diz: «Nosso Deus é um fogo consumidor.» É também o símbolo do plano mental do qual Agni é o principal senhor.

AGNICHAITANS - Um grupo de devas de fogo.

ANTAHKARANA - O caminho, ou ponte, entre a mente superior e a inferior, servindo como um meio de comunicação entre as duas. É constituído pelo próprio aspirante, de matéria mental.

ASHRAM - O centro no qual o Mestre reúne os discípulos e aspirantes para instrução pessoal.

ATLÂNTIDA - O continente que submergiu no oceano Atlântico, de acordo com o ensino ocultista e Platão. Atlântida foi a sede da Quarta Raça-Raiz, à qual, agora, chamamos dos atlantes.

ATMA - O Espírito Universal; a Mônada divina; o sétimo Princípio; assim chamado na constituição setenária do homem. (Ver diagrama na Introdução).

ÁTOMO PERMANENTE - Aqueles cinco átomos, com a unidade mental, um em cada um dos cinco planos da evolução humana (a unidade mental estando também no plano mental) dos quais a Mônada se apropria para fins de manifestação. Formam um centro estável e são relativamente permanentes. Em torno deles, os vários envoltórios ou corpos são construídos. São, literalmente, pequenos centros de força.

AURA - Uma essência ou fluido sutil invisível, que emana dos corpos humanos e dos animais, e mesmo das coisas. É um eflúvio psíquico, pertencendo tanto à mente quanto ao corpo. É eletrovital e, também, eletromental.

BODHISATTVA - Literalmente, aquele cuja consciência se tornou inteligência, ou buddhi. Aqueles que necessitam apenas mais uma encarnação para se tornarem budas perfeitos. Nestas cartas, Bodhisattva é o nome dado ao cargo atualmente exercido pelo Senhor Maitreya, Que é conhecido, no Ocidente, como o Cristo. Este cargo poderia ser traduzido como o do Instrutor Mundial. O Bodhisattva é o líder de todas as religiões do mundo e o Mestre dos homens e dos anjos.

BUDA(O) - O nome dado a Gautama. Nascido na Índia, em torno de 621 A.C. tornou-se um buda, integralmente, em 592 a.C. Buda significa «Iluminado», e Ele atingiu o grau mais elevado de conhecimento possível para o homem neste sistema solar.

BUDDHI - A alma Universal, ou Mente. É a alma espiritual no homem (o Sexto Princípio) e, por isso, o veículo de Atma, o Espírito, que é o Sétimo Princípio.

CARMA - Ação física. Metafisicamente, a lei de retribuição; a lei de causa e efeito, ou causação ética. Há o carma do mérito e o carma do demérito. É o poder que controla todas as coisas, a resultante da ação moral, ou o efeito moral de um ato cometido para a conquista de algo que gratifica um desejo pessoal.

CHOHAN - Senhor, Mestre, um Chefe. Neste livro, refere-se àqueles Adeptos que prosseguiram e receberam a sexta Iniciação.

CIRCUlO-NÃO-SE-PASSA - Este fica nos limites do sistema solar manifestado e é a periferia da influência do Sol, assim entendida tanto exotérica quanto esotericamente. O limite do campo de atividade da força da vida central.

CORPO CAUSAL - Este corpo, do ponto de vista do plano físico, nem é corpo subjetivo, nem objetivo. É, entretanto, o centro da consciência egóica, e é formado da conjunção do buddhi e manas. É relativamente permanente, dura por todo o longo ciclo de encarnações e somente é dissolvido após a quarta Iniciação, quando não existe mais necessidade de novos renascimentos da parte de um ser humano.

CORPO ETÉRICO - (duplo etérico) O corpo físico de um ser humano, de acordo com o ensinamento ocultista, é formado de duas partes, o corpo físico denso e o corpo etérico. O corpo físico denso é formado de matéria dos três mais baixos subplanos do plano físico. O corpo etérico é formado dos quatro subplanos mais elevados, ou etéricos, do plano físico.

DEVA - (OU ANJO) - Um deus. No Sânscrito, uma divindade resplandecente. Um Deva é um ser celestial, seja bom, mau, ou indiferente. Os Devas estão divididos em muitos grupos e são chamados, não somente anjos e arcanjos, mas construtores menores e maiores.

ELEMENTAIS - Os Espíritos dos Elementos; as criaturas envolvidas nos quatro reinos, ou elementos, Terra, Água, Fogo e Ar. Com exceção de umas poucas espécies superiores e seus dirigentes, eles são forças da natureza, mais do que homens e mulheres etéricos.

FOHAT - Eletricidade cósmica; luz primordial; a energia elétrica sempre presente; a força vital universal propulsora; a força incessante destrutiva e formadora; a síntese das muitas formas de fenômenos elétricos.

GRUPOS EGOICOS - No terceiro subplano do quinto plano, o mental, se acham os corpos causais dos homens e das mulheres. Estes corpos, que são a expressão do Ego, ou da autoconsciência individualizada, são reunidos em grupos, de acordo com o raio ou qualidade do respectivo Ego envolvido.

GURU - Instrutor Espiritual. Um Mestre nas doutrinas éticas e metafísicas.

HIERARQUIA - Aquele grupo de seres espirituais dos planos internos do sistema solar que são as forças inteligentes da natureza e que controlam os processos evolutivos. Eles próprios são divididos em doze Hierarquias. No nosso esquema planetário, o esquema terrestre, há um reflexo dessa Hierarquia que é chamada, pelos ocultistas, a Hierarquia Oculta. Esta Hierarquia é formada de chohans, adeptos e iniciados, atuando através de seus discípulos e, por intermédio destes, no mundo.

INICIADO - Da raiz latina que significa os primeiros princípios de qualquer ciência. Alguém que penetra nos mistérios da ciência do Ego e do eu uno em todos os seres. O Caminho da Iniciação é a etapa final do caminho da evolução trilhado pelo homem e é dividido em cinco etapas, chamadas as Cinco Iniciações.

IOGA - 1. Uma das seis escolas da Índia, diz-se que fundadada por Patânjali, mas, na realidade, de origem muito anterior.

2. A prática da Meditação, como um meio de conduzir à libertação espiritual.

JIVA - Uma unidade separada de consciência.

2.KALI YUGA - «Yuga» é uma idade ou ciclo. De acordo com a filosofia hindu, nossa evolução está dividida em quatro yugas, ou ciclos. A Kaliyuga é a era presente. Ela significa a «Era Negra», um período de 432.000 anos.

KUMARAS - Os mais elevados sete seres autoconscientes no sistema solar. Estes sete Kumaras manifestam-se por intermédio de um esquema planetário, da mesma maneira que um ser humano se manifesta por intermédio de um corpo físico. Eles são chamados pelo hindu, de «os filhos de Brahma nascidos da mente», entre outros nomes. São a totalidade da inteligência e da sabedoria. No esquema planetário, também é visto o reflexo da ordem do sistema. No topo de nossa evolução mundial, está o primeiro Kumara, auxiliado pelos seis outros Kumaras, três exotéricos e três esotéricos, os Quais são os pontos focais para a distribuição da força dos Kumaras sistêmicos.

KUNDALINI - O poder da Vida: uma das forças da natureza. É um poder somente conhecido por aqueles que praticam a concentração na Ioga e está centrado na coluna vertebral.

LEMÚRIA - Um termo moderno primeiramente usado por alguns naturalistas e agora adotado pelos teosofistas para indicar um continente que, de acordo com a Doutrina Secreta do Oriente, precedeu a Atlântida. Foi o lar da terceira raça raiz.

LOGOS - A deidade manifestada através de cada nação e povo. A expressão exterior, ou o efeito da causa que está sempre oculta. Assim, a fala é o logos do pensamento, daí ser corretamente traduzida pelo «verbum» e a «palavra» em seu sentido metafísico (veja João 1: 1-3).

LOGOS PLANETÁRIO - Este termo é geralmente aplicado aos sete espíritos mais elevados, correspondendo aos sete arcanjos dos Cristãos. Todos eles passaram através da etapa humana e agora se manifestam através de um planeta e de sua evolução, da mesma maneira que um homem se manifesta através de seu corpo físico. O mais elevado espírito planetário, trabalhando através de qualquer globo particular é, na realidade, o Deus pessoal do planeta.

MACROCOSMO - literalmente, o grande universo; ou, Deus Se manifestando através de Seu Corpo, o sistema solar.

MAHACHOHAN - O Chefe do terceiro grande departamento da Hierarquia. Este Grande Ser é o Senhor da Civilização e a floração do princípio da inteligência. É a encarnação, no planeta, do terceiro aspecto da deidade, ou inteligência, em suas cinco atividades.

MAHAMANVANTARA - O grande período de tempo de um sistema solar inteiro. Este termo é aplicado aos ciclos solares maiores. Implica num período de atividade universal.

MANAS, OU PRINCIPIO MANÁSICO: literalmente, a Mente, a faculdade mental; aquilo que distingue o homem da mera animalidade. É o princípio individualizador; aquilo que capacita ao homem saber que ele existe, sente e conhece. Em algumas escolas, ela é dividida em duas partes, a mente superior, ou abstrata, e a mente inferior, ou concreta.

MANTRANS - Versos dos Vedas. No sentido exotérico, um mantra (ou aquela faculdade psíquica ou poder que transmite a percepção ou o pensamento) é a parte mais antiga dos Vedas, a segunda parte dos quais é composta dos Brahmanas. Na fraseologia esotérica, o mantra é a palavra feita carne, ou tornada objetiva através da magia divina. Uma forma de palavras ou sílabas arrumadas ritmicamente, de modo que, quando emitidas, gerem certas vibrações.

MANU - O nome representativo daquele Grande Ser que é o Dirigente, o pai e chefe da raça humana. O termo vem da raiz sânscrita «man» - pensar.

MANVANTARA - Um período de atividade que se opõe a um período de repouso, sem referência a qualquer específica extensão do ciclo. Frequentemente usada para expressar um período de atividade planetária e suas sete raças.

MAYA Sânscrito, «Ilusão». Do princípio da forma e da limitação. O resultado da manifestação. Geralmente usado num sentido relativo para os fenômenos ou aparências objetivas que são criados pela mente.

MAYAVI RUPA --Sânscrito, «Forma Ilusória». É o corpo de manifestação, criado pelo adepto por um ato de vontade, para uso nos três mundos.

Não tem nenhuma conexão material com o corpo físico. É espiritual e etérico e passa por toda parte sem qualquer obstáculo. É construído pelo poder da mente inferior, do mais alto tipo de matéria astral.
MICROCOSMO - O pequeno universo, ou homem, se manifestando através de seu corpo, o corpo físico.

MÓNADA- O Uno. O espírito tríplice em seu próprio plano. No ocultismo, muitas vezes significa a triada unificada - Atma, Buddhi, Manas; Vontade Espiritual, Intuição e Mente Superior ou a parte imortal do homem que reencarna nos reinos inferiores e, gradualmente, progride através deles até o homem e, daí, até o objetivo final.

NIRMANAKAYA - Aqueles seres perfeitos que renunciam ao Nirvana (o mais alto estado de bem-aventurança espiritual) e escolhem uma vida de auto sacrifício, tornando-se membros daquela hoste invisível que sempre protege a humanidade, dentro dos limites cármicos.

OVO ÁURICO - Uma denominação que foi dada ao corpo causal devido à sua forma.

PRAKRITI - Deriva seu nome de sua função como causa material da primeira evolução do universo. Pode-se dizer que é composto de duas raízes, «pra», manifestar, e «Krita», fazer; significando; aquilo que fez o universo se manifestar.

PRANA - o Princípio de Vida, o alento da Vida. O ocultista crê na seguinte afirmação: «A Vida, consideramo-la como a forma una de existência, manifestando-se no que se chama matéria, ou o que, incorretamente separando-os, chamamos de Espírito, Alma e Matéria, no homem. A Matéria é o veículo para a manifestação da alma neste plano da existência; a alma é o veículo para a manifestação do espírito e estes três, como uma trindade, são sintetizadas pela Vida, que os permeio a todos.»

PURUSHA - O ser espiritual. O ser encarnado. A palavra literalmente significa «O morador na cidade» - isto é, no corpo. Deriva do Sânscrito «pura», que significa cidade ou corpo, e «usha» um derivado do verbo «vos», habitar.

QUATERNÁRIO - O ser inferior quádruplo, ou homem, nos três mundos. Há várias divisões deste, mas talvez, para nosso propósito, o melhor seja enumerar as quatro da seguinte maneira:

1 Mente inferior.
2 Corpo emocional, ou Kâmico.
3 Prana, ou Princípio Vital.
4 O corpo etérico, ou a mais elevada divisão do corpo físico duplo.

QUINTO PRINCÍPIO - O princípio da mente; a faculdade que é o princípio pensante inteligente no homem e que o diferencia dos animais.

RAÇA RAIZ - Uma das sete raças do homem que evoluem num planeta durante o grande ciclo de existência planetária. Este ciclo é chamado um período mundial. A raça raiz Ariana, à qual pertencem as raças Hindu, Europeia e Americana moderna; é a quinta, a Chinesa e a Japonesa pertencendo à quarta raça.

RAIO - Uma das sete correntes de força do Logos, as sete grandes luzes. Cada um deles é a corporificação de uma grande Entidade Cósmica. Os sete raios podem ser divididos nos três Raios do Aspecto e nos Quatro Raios do Atributo, da seguinte maneira:

Raios do Aspecto
1 - O Raio da Vontade, ou Poder.
2 - O Raio do Amor-Sabedoria.
3 - O Raio da Atividade, ou Adaptabilidade.

Raios do Atributo
4 - O Raio da Harmonia, Beleza, Arte ou Unidade.
5 - O Raio do Conhecimento Concreto, ou Ciência.
6 - O Raio do Idealismo Abstrato, ou Devoção.
7 - O Raio da Magia Cerimonial, ou Lei.

Os nomes acima são simplesmente alguns escolhidos entre muitos, e englobam os diferentes aspectos da força por meio da qual o Logos se manifesta.

RAJA VOGA - O verdadeiro sistema de desenvolvimento dos poderes psíquicos e espirituais e a união com o eu superior próprio, ou Ego. Envolve o exercício, a regulação e a concentração do pensamento.

SENHOR DA CIVILIZAÇÃO - (ver Mahachohan).

SENHOR RAJA - A palavra «Raja» simplesmente significa Rei, ou Príncipe; a palavra tem sido aplicada àqueles grandes anjos ou entidades que animam os sete planos. Estes são grandes devas, que são a totalidade e a inteligência controladora de um plano.

SENHORES DO FOGO - Uma das grandes Hierarquias de seres espirituais que guiam o sistema solar. Assumiram o controle da evolução da humanidade neste planeta há cerca de 18 milhões de anos, durante a metade da raça lemuriana, ou terceira raça raiz.

SENSA OU SENZAR - O nome para a língua sacerdotal secreta, ou a «linguagem do mistério» dos adeptos iniciados em todo o mundo. É uma língua universal e, grandemente, uma cifra hieroglífica.

SHAMBALLA - A Cidade dos Deuses, que fica no Ocidente, para algumas nações, no Oriente, para outras, e no Norte ou no Sul para ainda outras. É a ilha sagrada no Deserto do Gobi. É o lar do misticismo e da Doutrina Secreta.

SUBPLANO ATÔMICO - A matéria do sistema solar é dividida, pelos ocultistas, em sete planos ou estados, o mais elevado dos quais é o plano atômico. Semelhantemente, cada um dos sete planos é dividido em sete subplanos, dos quais o mais elevado é chamado o subplano atômico. Há, portanto, quarenta e nove subplanos, e sete deles são atômicos.

TRIADA - O Homem Espiritual; a expressão da Mônada. É o espírito germinal contendo as potencialidades da divindade. Essas potencialidades serão desenvolvidas durante o curso da evolução. Esta Triada forma o eu individualizado, ou separado, o Ego.

VIVEKA - Do Sânscrito «discriminação». O próprio primeiro passo no caminho do ocultismo... é a discriminação entre o real e o irreal, entre a substância e o fenômeno, entre o Ser e o Não-ser, entre espírito e matéria.

WESAK - Um festival que tem lugar nos Himalayas, na lua cheia de maio. (Touro). Diz- se que neste festival, ao qual estão presentes todos os membros da Hierarquia, o Buda, por um breve período, renova seu contato e sua associação com o trabalho de nosso planeta.

NOTA: Este glossário não pretende explicar completamente todos os termos acima. É, simplesmente, um esforço para trazer a este idioma certas palavras usadas neste livro, de modo que o leitor possa entender sua conotação. A maioria das definições foi recolhida do Glossário Teosófico, de A Doutrina Secreta e de A Voz do Silêncio.

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