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Livros de Alice Bailey

Cartas sobre Meditação Ocultista


Carta VI
O USO DA FORMA NA MEDITAÇÃO

6 de agosto de 1920.

1 - O Uso da Forma na elevação da consciência.
2 - O Uso da Forma pelo místico e pelo ocultista.
3 - Formas Específicas.
4 - O Uso da Forma coletivamente.

Vosso desejo, muito natural, de que nesta sexta carta vos dê determinadas formas específicas para alcançar certos resultados, não pode ser completamente aceito. Não me proponho a esquematizar algumas formas que serão cuidadosamente seguidas. Os riscos, como foi assinalado antes, são demasiado grandes, quando corridos à revelia da supervisão de um instrutor que observe, em tempo, as reações. Essas formas poderão ser dadas mais tarde. O trabalho está devidamente planejado para a próxima geração de estudantes, tendo esta série de cartas seu lugar nesse esquema. O que tenciono fazer hoje é algo diferente. Tenciono fazer quatro coisas de que me ocuparei separadamente, e que elucidarei. Essas coisas, se corretamente assimiladas e vivenciadas, conduzirão à iluminação posterior. No método de ensino ocultista, o passo a passo é dado ponto por ponto, lentamente posto diante do estudante, e somente quando cada passo é compreendido e cada ponto percebido, o próximo na sequencia tornar-se-á claro. O instrutor dá uma indicação, lança uma ideia e toca em alguns pontos de especial importância. O estudante segue o ponto enfatizado e descobre que, assim procedendo, mais luz é derramada, um outro estágio aparece e outros indícios são fornecidos. Na ação e reação conjuntas, portanto, é o estudante treinado pelo ocultista.

Ao estudar o tópico "O uso da forma na meditação", as quatro divisões sob as quais procuro colocar as informações prometidas são como se segue:

1 - O uso da Forma na elevação da consciência.
2 - O uso da Forma pelo místico e pelo ocultista.
3 - O uso de formas específicas para fins específicos.
4 - O uso da Forma coletivamente.

Na exposição desses assuntos, vereis que o que meu esforço visa a conseguir é uma justa apreensão do valor das formas na meditação e não a divulgação de algum método definido. Procuro mostrar a natureza essencial de agir de acordo com a lei neste muito importante meio de se chegar à união com o divino, e de produzir aquela unidade entre o superior e o inferior, que é a meta de toda evolução. Quero deixar, nas mentes daqueles que leem estas palavras, a correta apreensão do relacionamento entre espírito e matéria, que é a base de todo trabalho desta natureza.

O método empregado pelo Logos neste segundo sistema solar é, decididamente, o uso da forma para fins de manifestação, como meio de expressão e como o veículo no qual a vida interna possa crescer, expandir-se, experimentar e encontrar-se a si mesma. Este é o caso, quer seja a forma um sistema solar inteiro, quer seja ela um ser humano na sua complexidade, ou seja, uma forma construída por um ser humano no seu esforço para perceber e saber - uma forma construída para o propósito único de prover um veículo onde a consciência possa, por estágios ordenados, elevar-se, passo a passo, até algum ponto visualizado. Isso nos traz ao nosso primeiro ponto.

1 - O Uso da Forma na Elevação da Consciência

Temos, sob esse título, três coisas a considerar:

a) A Consciência mesma.
b) A meta em direção à qual busca elevar-se.
c) Os passos pelos quais é bem sucedida.

Cada unidade da raça humana é uma parte da consciência divina, e é aquilo de que é consciente, ou é ciente de alguma coisa fora de si mesma - algo que sabe ser, em si mesmo, diferenciado do veículo que o contém, ou das formas que o rodeiam.

Neste particular estágio da evolução, o homem comum está, simplesmente, cônscio da diferenciação, ou de estar segregado de todos os demais membros da família humana, formando, assim, em si mesmo, uma unidade entre outras unidades. Ele reconhece isso e o direito de todas as outras unidades separadas, de se considerarem desse modo. Ele acrescenta a isto o reconhecimento de que, em algum lugar no universo, existe uma Consciência Suprema, a Quem teoricamente chama Deus, ou Natureza. Entre este ponto de vista puramente egoísta (uso o termo "egoísta" no sentido científico, e não como adjetivo depreciativo) e a nebulosa teoria de Deus imanente, encontram-se numerosos estágios, ocorrendo, em cada um, uma expansão de consciência ou um alargamento do ponto de vista que conduz aquela unidade autorreconhecível, passo a passo, do autorreconhecimento ao reconhecimento de egos superiores, até aquela posição em que também se reconhece como um eu superior e, finalmente, ao reconhecimento oculto de seu próprio Eu superior ou Ego, como seu verdadeiro Eu, e desse estágio prossegue até o da consciência grupal. Aqui ele primeiro se dá conta do seu grupo egoico e, depois, dos outros grupos egoicos.

Este estágio é seguido pelo reconhecimento do princípio universal da Fraternidade; envolve não somente um reconhecimento teórico, mas uma imersão da consciência no da consciência humana, em sua globalidade; esse é verdadeiramente aquele desenvolvimento da consciência que capacita um homem para se conscientizar, não somente de suas filiações no grupo egoico, mas de seu lugar na Hierarquia humana, em seu próprio plano. Ele sabe que é, de fato, parte de um dos grandes Homens Celestiais. Isso se expande posteriormente até um ponto de vista quase inconcebivelmente vasto - o do seu lugar no Grande Homem Celestial, representado pelo Próprio Logos.

Isto é o máximo a que precisamos chegar para nosso propósito, pois esta série de cartas não objetiva o desenvolvimento da consciência cósmica.

Ser-vos-á, portanto, evidente, que todos esses estágios têm de ser vencidos sistematicamente, passo a passo. É necessário primeiro compreender que o lugar onde a expansão ocorre e a percepção tem que ser sentida, tem de estar afinal, na consciência desperta, pensante. O Ego pode, no seu próprio plano, estar bem ciente da unidade de sua consciência com todas as demais consciências, e estar se apercebendo de seu grupo como uno consigo mesmo, mas até que o homem (na consciência do plano físico) se tenha erguido àquele mesmo plano e, da mesma maneira, se aperceba de sua consciência grupal e, semelhantemente, se veja como o Eu Superior no grupo egoico e não como uma unidade separada, não terá maior valor do que uma teoria aceita que não seja posta em prática.

O homem tem que vivenciar esses estágios na sua consciência física e conhecer experimentalmente, e não só teoricamente, aquilo do que falei, antes de se supor pronto para prosseguir nos estágios seguintes. O assunto todo se resume na expansão da mente até que domine o inferior, e na faculdade da concepção abstrata que resulta, finalmente, na manifestação do plano físico. Significa tornar fatos demonstráveis vossas mais altas teorias e ideais, e é aquela fusão do superior e do inferior, e o provimento desse inferior até que ele forneça uma expressão adequada ao superior. É aqui que a prática da meditação desempenha sua parte. A verdadeira meditação científica provê formas graduadas pelas quais a consciência é elevada e a mente expandida, até que abarque:

1 - Sua família e amigos.
2 - Seus vizinhos associados.
3 - Seus grupos filiados.
4 - Seu grupo egoico.
5 - Outros grupos egoicos.
6 - Aquele Homem dos Céus do qual os grupos egoicos formam um centro.
7 - O Grande Homem Celeste.

Para efetuar isso, certas formas serão estabelecidas mais tarde, as quais (trabalhando ao longo da linha do raio de um homem) ensiná-lo-ão a fazer isso em passos seriados. Vós percebereis que tendo lidado com a própria consciência e a meta a que ela aspira e, assim, com ela me tendo ocupado em nossos dois primeiros pontos. Isso me traz ao nosso último título subsidiário, os passos pelos quais se alcança êxito.

Cada homem que inicia o desenvolvimento oculto e aspira ao superior, já ultrapassou o estágio do homem comum - o homem que olha a si mesmo do ponto de vista puramente isolado, e que trabalha para o que seja bom para si mesmo. O aspirante objetiva algo diferente; ele busca fundir-se com seu Ser superior e com tudo que lhe esteja vinculado quando usamos esse termo. Os estágios além desse, em todas as suas implicações, são o segredo da Iniciação e com eles nada temos a ver.

A aspiração ao Ego e a inclusão daquela consciência grupal concernem bem diretamente a todos os que lerem estas cartas. É o passo seguinte para os que se acham no Caminho Probatório. Não é alcançado dedicando-se simplesmente trinta minutos por dia a certas formas de meditação. Requer um esforço hora a hora, o dia todo e todos os dias, para manter a consciência tão perto quanto possível, do alto tom alcançado na meditação matutina. Pressupõe a determinação de se considerar como o Ego durante todo o tempo, e não como uma Personalidade diferenciada. Mais tarde, à medida que o Ego esteja mais e mais no controle, envolverá também a capacidade de se ver como parte de um grupo, sem interesses ou desejos, objetivos ou anelos que não o bem daquele grupo. Isso requer uma constante vigilância, cada hora do dia, para evitar retroceder até a vibração inferior. Impõe uma constante batalha com o eu inferior, que arrasta para baixo; é uma luta incessante para preservar a vibração superior. E - como estou objetivando inculcar-vos - a meta deveria ser o desenvolvimento do hábito da meditação o dia todo, e o viver na consciência superior até que essa consciência esteja tão estável que a mente inferior, o desejo e os elementos físicos se tornem tão atrofiados e definhados por inanição, que a tríplice natureza inferior se torne simplesmente o meio do Ego contatar o mundo, com o propósito de ajudar à raça.

Ao fazer isso, ele estará alcançando algo que é pouco compreendido pelo comum dos estudantes. Ele está construindo uma forma, um pensamento-forma definido que, finalmente, proverá um veículo pelo qual sai da consciência inferior para a superior, uma espécie de mayavirupa que age como seu canal intermediário. Essas formas são geralmente, embora não invariavelmente, de duas espécies:

O estudante constrói, diariamente, com cuidado, amor e atenção, uma forma de seu Mestre, para ele a personificação da consciência superior ideal. Ele esboça o contorno desta forma na meditação e tece sua estrutura, na sua vida e pensamento diários. A forma está provida de todas as virtudes, cintila com todas as cores e é vivificada, antes de mais nada, pelo amor do homem ao seu Mestre e depois (se adequada ao propósito), é vitalizada pelo Mestre Mesmo. Em certo estágio do desenvolvimento, esta forma provê o fundamento para a experiência ocultista de penetração na consciência superior. O homem reconhece-se a si mesmo como uma parte da consciência do Mestre e, através daquela consciência tudo-abrangente, mergulha na alma do grupo egoico, conscientemente. Essa forma provê o meio para aquela experiência até que chegue o tempo em que se torne dispensável e o homem possa, à vontade, transferir-se para seu grupo, e mais tarde, conscientemente, morar aí de maneira permanente. Este método é um dos mais amplamente usados, e é o caminho do amor e da devoção.

No segundo método, o estudante imagina-se um homem ideal. Ele se visualiza como um expoente de todas as virtudes e procura, na sua vida diária, fazer o que visualiza ser. Este método é empregado pelos tipos mais mentais, os intelectuais, e aqueles cujo raio não é tão colorido pelo amor, pela devoção ou pela harmonia. Não é tão comum quanto o primeiro. O pensamento-forma mental assim construído serve como a mayavirupa, como serviu a outra, e o homem passa dessas formas para a consciência superior. Como vedes, na construção dessas formas, por conseguinte, certos passos têm que ser dados e cada tipo construirá a forma um tanto diferentemente.

O primeiro tipo começará com algum indivíduo amado e desse indivíduo, elevar-se-á em meio aos outros indivíduos, até o Mestre.

O outro tipo começará com a meditação sobre a virtude mais desejada, acrescentará virtude à virtude na construção da forma do eu ideal, até que todas as virtudes tenham sido tentados e o Ego seja, subitamente, contatado.

Amanhã retomaremos este mesmo assunto de um ângulo diferente, e estudaremos a diferença entre o ocultista e o místico.

8 de agosto de 1920.

2 - A Forma Usada pelo Ocultista e pelo Místico

O assunto da carta de hoje interessar-vos-á, pois nos ocuparemos da forma tal como usada pelo ocultista e pelo místico.

Seria interessante se primeiro fizéssemos, com cuidado, a diferenciação entre os dois tipos. Começarei fazendo uma afirmativa. O místico não é, necessariamente, um ocultista, mas o ocultista inclui o místico. O misticismo é apenas um passo no caminho do ocultismo. Neste sistema solar - o sistema do amor em atividade - o caminho de menor resistência para a maioria é o do místico, ou o caminho do amor e da devoção. No próximo sistema solar, o caminho de menor resistência será o que agora entendemos como o caminho ocultista. O caminho místico terá sido palmilhado. Onde jaz a diferença entre esses dois tipos?

O místico lida com a vida em evolução; o ocultista, com a forma. O místico lida com Deus internamente; o ocultista, com Deus na manifestação exterior.

O místico trabalha do centro para a periferia; o ocultista inverte o processo.

O místico ascende pela aspiração e pela mais intensa devoção ao Deus interno e ao Mestre, a Quem reconhece; o ocultista ascende pelo reconhecimento da lei em operação e pelo manejo da lei que prende a matéria e ajusta-a às necessidades da vida interior. Dessa maneira, o ocultista chega àquelas Inteligências Que trabalham com a lei, até que alcance a Própria Inteligência fundamental.

O místico trabalha através dos Raios do Amor, Harmonia e Devoção, ou pelo caminho do segundo, quarto e sexto raios. O ocultista trabalha através dos Raios do Poder, da Atividade e da Lei Cerimonial, ou do primeiro, terceiro e sétimo. Ambos se encontram e se mesclam através do desenvolvimento da mente, ou através do quinto Raio do Conhecimento Concreto (um fragmento da inteligência cósmica), e nesse quinto raio, o místico se dilui no ocultista e trabalha, então, com todos os raios.

Ao encontrar o reino de Deus dentro de si e pelo estudo das leis de seu próprio ser, o místico se torna versado nas leis que governam o universo do qual é parte. O ocultista reconhece o reino de Deus na natureza, ou no sistema, e vê a si mesmo como uma parte pequena daquele todo maior, sendo, portanto, governado pelas mesmas leis.

O místico trabalha, via de regra, sob o departamento do Instrutor do Mundo, ou Cristo, e o ocultista, mais frequentemente, sob o do Manu, ou Regente, mas quando ambos os tipos tenham passado pelos quatro raios menores no departamento do Senhor da Civilização, então a completação de seu desenvolvimento pode ser vista e o místico torna-se ocultista e o ocultista inclui as características do místico. Simplificando, para compreensão geral: - depois da iniciação, o místico funde-se no ocultista, pois ter-se-á tornado um estudante da lei oculta; ele tem que trabalhar com a matéria, manuseá-la e usá-la; tem de dominar e controlar todas as formas inferiores de manifestação e aprende as regras por meio das quais os devas construtores trabalham. Antes da iniciação, o caminho místico poderia ser expresso pela expressão Caminho Probatório. Antes que o ocultista possa manipular sabiamente a matéria do sistema solar, ele precisa haver dominado as leis que governam o microcosmo e, mesmo que esteja naturalmente no caminho oculto, ainda terá que encontrar Deus dentro de si próprio antes de poder arriscar-se no caminho da lei oculta.

O místico procura trabalhar do emocional para o intuitivo e, daí, para a Mônada ou Espírito. O ocultista trabalha do físico para o mental, e daí, para o Atma ou Espírito. Um trabalha segundo a linha do amor; o outro, segundo a linha da vontade. O místico falha no propósito de seu ser - o do amor demonstrado na atividade - a menos que coordene o todo através do uso da vontade inteligente. Por isso, ele tem de tornar-se um ocultista.

O ocultista, semelhantemente, falha e se torna apenas um expoente egoísta do poder trabalhando através da inteligência, a menos que encontre um propósito para aquela vontade e conhecimento, através de um amor vigoroso que lhe dará motivo suficiente para todas as suas tentativas.

Tentei tornar clara a diferença entre esses dois grupos, já que é grande a importância do assunto no estudo da meditação. A forma usada pelos dois tipos é inteiramente diferente, e muito interessante quando vista pela clarividência.

A Forma Mística

A expressão "forma mística" é uma observação quase paradoxal, pois o místico - se deixado a si mesmo - elimina a forma inteiramente. Ele se concentra no Deus interior, refletindo sobre aquele centro interno de consciência; ele busca ligar aquele centro com outros centros - tais como, seu Mestre, algum santo, ou mesmo com o supremo Logos Mesmo - e ascender pela linha da vida, sem prestar atenção a coisa alguma daquilo que encha o ambiente.

Ele trabalha segundo o caminho do fogo. "Nosso Deus é um fogo consumidor", é para ele uma afirmativa literal e uma verdade conscientizada. Ele se eleva de fogo em fogo e das percepções seriadas do Fogo interior, até alcançar o fogo do universo. Pode- se dizer que a única forma usada pelo místico seria uma escada de fogo ou uma cruz de fogo, através das quais ele eleva sua consciência ao ponto desejado. Ele se concentra mais nas abstrações e nos atributos do que nos aspectos, e no lado vida mais do que no concreto. Ele aspira, queima, harmoniza, ama e trabalha através da devoção. Medita, tentando eliminar a mente concreta completamente, e aspira saltar do plano da emoção para o plano da intuição.

Ele tem os defeitos do seu tipo - sonhador, visionário, teórico, emocional e carece daquela qualidade da mente a que chamamos discriminação. Ele é intuitivo, propenso ao martírio e ao autossacrifício. Antes que alcance e antes que possa receber a iniciação, tem três coisas a fazer:

Primeiramente, pela meditação, controlar toda a sua natureza, aprender a construir formas e, daí, conhecer seu valor.

Segundo, desenvolver a apreciação do concreto e aprender claramente o lugar, dentro do esquema de coisas, dos vários caminhos através dos quais a vida, que ele tanto ama, tem que se manifestar. Ele tem que trabalhar no seu corpo mental e trazê-lo para o armazém dos fatos, antes que possa avançar muito.

Terceiro, aprender, através do inteligente estudo do microcosmo, seu pequeno sistema espírito-matéria, o valor dual do macrocosmo.
Em vez de apenas conhecer o fogo que queima, tem que compreender e trabalhar através do fogo que constrói, que funde e desenvolve a forma. Tem que aprender o uso tríplice do Fogo, através da meditação. Esta última frase é de muito real importância e busco enfatizá-la.

A Forma Oculta

Estudamos, há dois dias, o método pelo qual o místico alcança união e esquematizamos, muito resumidamente, o caminho pelo qual ele tenta atingir sua meta. Hoje esquematizaremos, brevemente também, o curso tomado pelo ocultista e seu tipo de meditação, contrastando-o com o do místico e destacando, depois, como os dois e seus componentes individuais, devem fundir-se num só.

A linha da forma é, para o ocultista, a linha de menor resistência e, incidentalmente, Eu poderia inserir aqui um pensamento. Admitindo-se o fato, podemos, a esta altura, contar, com certa certeza, com um rápido desenvolvimento do conhecimento oculto e com o aparecimento de alguns verdadeiros ocultistas. Com a chegada do sétimo raio, o Raio da Forma ou do Ritual, a descoberta do caminho oculto e a assimilação do conhecimento oculto é poderosamente facilitada. O ocultista está, a princípio, mais ocupado com a forma atrás da qual a Divindade se manifesta, do que com a Divindade em Si Mesma, e é aqui que a diferença fundamental entre os dois tipos se evidencia pela primeira vez. O místico elimina ou esforça-se por transcender a mente, no seu processo para encontrar o Eu. O ocultista, através do seu interesse inteligente pelas formas que encobrem o Eu e do emprego do princípio da mente em ambos os níveis, chega ao mesmo ponto. Ele reconhece os corpos que encobrem. Ele se dedica ao estudo das leis que governam o sistema solar manifestado. Concentra-se no objetivo e, nos anos de Sua juventude, pode às vezes subestimar o valor do subjetivo. Ele chega finalmente à vida central pela eliminação, através do conhecimento consciente e do controle, de forma após forma. Ele medita sobre a forma até que a forma seja perdida de vista e o criador da forma se torne tudo no todo.

Ele, tal como o místico, tem três coisas a fazer:

1 - Aprender a lei e aplicar aquela lei a si mesmo. Uma rígida autodisciplina é o seu método, e necessariamente assim, pois os perigos que ameaçam o ocultista não são os do místico. O orgulho, o egoísmo e o manejo da lei por curiosidade ou desejo de poder, têm que ser queimados dentro de si, antes que os segredos do Caminho possam ser confiados, com segurança, aos seus cuidados.

2 - Na meditação, ele tem que, através da forma construída, concentrar-se na vida interior. Tem que buscar o ardente fogo interno que irradia todas as formas que abrigam a vida divina.

3 - Através do estudo científico do macrocosmo, "o reino de Deus fora", ele tem que alcançar um ponto em que, igualmente, localize aquele reino dentro.

Aqui, portanto, fica o ponto de fusão do místico e do ocultista. Aqui seus caminhos se tornam um. Falei anteriormente, nesta carta, do interesse, para o clarividente, em perceber a diferença entre as formas construídas pelo místico e pelo ocultista, na meditação. Eu poderia abordar algumas das diferenças que vos interessem, apesar de que, até que tal visão seja vossa, meu ponto poderá aparentar não passar de palavras.

Formas Ocultas e Místicas Visto Clarividentemente

O místico que medita construiu ante si e ao seu redor um esboço nebuloso, incompleto e obscuro, e de tal maneira que ele mesmo forma o centro da forma. Frequentemente, de acordo com a tendência de sua mente, o núcleo da forma pode ser algum símbolo favorito, como uma cruz, um altar, ou mesmo sua ideia imaginada de um dos Grandes Seres. Essa forma estará entretecida nas névoas dá devoção e pulsará com torrentes de cor, indicando aspiração, amor e anelo ardente. As cores plasmadas serão de singular pureza e transparência, e ascenderão até atingir a grande altura. A densidade e a beleza das nuvens em ascensão estarão de acordo com a capacidade do homem em aspirar e amar; estarão de acordo com sua estabilidade de temperamento a exatidão do símbolo interno ou imagem, ao redor da qual as nuvens de cor circularão.

As formas plasmadas pelo homem, cujo pensamento seja de tendência ocultista e mais dominado pela mente, serão de um tipo geométrico. Os contornos serão claros e aptos para serem rígidos. A forma será mais esmeradamente plasmada e o homem, durante a meditação, procederá com maior cuidado e precisão. Terá orgulho (se assim posso me expressar) na manipulação do material empregado na construção da forma. Matéria do plano mental estará em maior evidência e - apesar de certas nuvens de matéria emocional poderem ser acrescentadas ao todo - a matéria do plano emocional será de importância secundária. As cores empregadas poderão ser de igual clareza, mas serão proporcionais à intenção específica, e a forma surge claramente e não se perde na agitação ascendente das cores emocionais, como é próprio da forma mística.

Posteriormente, quando o homem, em qualquer dos casos, tiver atingido um ponto de desenvolvimento mais completo e for tanto ocultista quanto místico, as formas plasmadas combinarão ambas as qualificações e os objetos serão de rara beleza.

Isto bastará por hoje, mas gostaria de delinear as ideias que serão tratadas mais adiante. Lidaremos com o uso das formas para atingirem-se resultados específicos e, embora não seja minha intenção dar ou esquematizar tais formas, desejo agrupá-las para que, mais tarde, quando o Instrutor se movimentar entre os homens, Ele encontre rápida compreensão entre os estudantes de toda parte.

1 - Formas usadas no trabalho nos três corpos.
2 - Formas em certos raios.
3 - Formas usadas na cura.
4 - Mantras.
5 - Formas usadas em um dos três Departamentos:

a) O Departamento do Manu.
b) O Departamento do Instrutor Mundial, ou Cristo.
c) O Departamento do Senhor da Civilização.

6 - Formas para chamar elementais.
7 - Formas para contatar os devas.
8 - Formas especiais relacionadas com o Fogo.

11 de agosto de 1920.

...Períodos de fraqueza física são de valia somente pelo fato de demonstrarem a absoluta necessidade do trabalhador, de construir um corpo forte antes que possa alcançar muito, e a importância da boa saúde antes do discípulo poder prosseguir no Caminho. Não podemos permitir àqueles a quem ensinamos a fazer certas coisas, nem informá-los segundo certas ideias, a menos que seus veículos físicos estejam em boa forma e a menos que a desvantagem da saúde precária e da doença seja praticamente insignificante, e o carma de problemas acidentais seja completamente evitado na vida pessoal. O carma nacional ou grupal envolve ocasionalmente um estudante e, de certa forma, transtorna os planos, mas isso é inevitável e pode ser com frequência contrabalançado.

O Uso de Formas Especificas para Fins Específicos

Até agora tratamos mais dos aspectos pessoais da meditação e consideramos os dois tipos que são praticamente universais e fundamentais, tendo estudado brevemente:

a) A meditação seguida pelo místico e
b) A meditação seguida pelo ocultista.

Generalizamos amplamente e não tentamos entrar em particularidades. Nem é mesmo desejável, nem conveniente, a este estágio. Entretanto, a um certo ponto da meditação, quando o estudante tenha feito o progresso desejado e coberto certos estágios específicos e alcançado certos objetivos (consecução que pode ser verificada pela revisão do corpo causal do estudante) e quando tiver sido lançado um alicerce para um reto viver, que nem tempestades nem ataques sejam capazes de arruinar ou destruir facilmente, o Instrutor poderá comunicar, ao estudante zeloso, instruções por onde possa plasmar, na matéria mental e sob regras definidas, formas que levarão a ações e reações especificas. Essas formas serão reveladas gradualmente e, por vezes, o estudante (especialmente a princípio) poderá nem estar o mínimo consciente dos resultados alcançados. Obedecerá às ordens, pronunciará as palavras reveladas ou trabalhará através de fórmulas esquematizadas, e os resultados alcançados poderão fazer seu trabalho, mesmo que o estudante esteja inconsciente do fato. Mais tarde, especialmente depois da iniciação, à medida que as faculdades sutis entrem em atividade e os centros girem na ordem quadrimensional - poderá ele ficar ciente dos efeitos de sua meditação nos planos emocional e mental.

Os resultados nunca nos dizem respeito. Obediência rigorosa à lei e permanência firme dentro das regras impostas, com habilidade para a ação almejada, são a parte do estudante sábio. Os efeitos serão, então, certos e não trarão carma consigo.

Vejamos as formas uma a uma, em ordem, mas gostaria de, primeiro, fazer uma advertência. Não tenciono esquematizar formas nem dar instruções específicas de como os resultados indicados poderão ser alcançados. Isso será dado mais tarde, mas não é possível dizer-se quando. Muito depende do trabalho feito durante os próximos sete anos, ou do carma grupal e também do progresso feito, não só pela hierarquia humana, mas igualmente pela evolução dévica ou angélica. O segredo de tudo jaz guardado no sétimo Raio do Cerimonial, e o momento para o próximo passo adiante será dado pelo sétimo Logos Planetário, trabalhando em conjugação com os três Grandes Senhores, especialmente o Logos do terceiro departamento.

Formas para o Trabalho sobre os Três Corpos

Essas formas serão algumas das primeiras reveladas, e já nas várias meditações, recomendadas pelos sábios Guias da raça, tereis o esquema de algumas bases menores esboçadas para o trabalho na mente inferior. Essas formas serão baseadas na necessidade especial de quem precise e procurarão, através da manipulação da matéria, plasmar o que seja necessário para preencher a lacuna e, assim, suprir a deficiência. Essa manipulação começará primeiro na matéria etérica do corpo físico, pelas formas da respiração (respiração e inspiração) e por certas correntes rítmicas estabelecidas no plano mental e dai impelidas aos éteres inferiores. O corpo etérico será, dessa maneira, fortalecido, purificado, limpo e reorganizado. Muitas das doenças do corpo físico denso originam-se no etérico e serão objeto de atenção, tão cedo quanto possível.

O corpo emocional será igualmente considerado através de formas especiais, e quando o estudante tiver cultivado denodadamente a qualidade da discriminação e a tornado um fator operante em sua via, então essas formas serão gradualmente reveladas. Mas antes que possa distinguir algo entre o real e o irreal, até que seu senso de proporção esteja sabiamente ajustado, o plano emocional deveria ser para ele um campo de batalha, e não o campo da experimentação. Ilustrarei o tipo de trabalho que essas formas, que trabalham na matéria emocional, realizarão. A meta do estudante que palmilha o Caminho é plasmar um corpo emocional que seja composto da matéria dos subplanos superiores, seja claro e sensível, um transmissor preciso, e que seja caracterizado por uma vibração estável, um impulso rítmico e não suscetível às tempestades violentas e aos efeitos perturbadores de emoção descontrolada. Quando o idealismo é superior, quando a porcentagem de matéria dos dois subplanos superiores se estiver se aproximando, de certa maneira, da figura desejada, e quando o estudante reconhecer praticamente, todo o tempo, que ele não é seus veículos, mas sim o divino Morador dentro deles, então lhe serão reveladas certas coisas que - quando seguidas cuidadosamente - terão dois efeitos:

Agirão diretamente no seu corpo emocional, retirando matéria estranha ou inferior e estabilizando a vibração.

Construirão, na matéria emocional, um corpo ou forma que ele poderá usar para determinado trabalho e poderá empregar como seu agente, para atingir resultados que serão parte do trabalho purificador e construtivo, do corpo emocional. Isso é tudo que pode ser dito, mas servirá para mostrar o tipo de forma almejada.

Formas de Raio

Este é um assunto profundamente interessante e vasto e poderá apenas ser indicado em termos gerais. Certas formas, estruturadas no aspecto numérico dos vários raios, são a propriedade especial desses raios e corporificam seu significado geométrico, demonstrando seu lugar no sistema. Estando algumas dessas formas nos raios concretos, ou raios de construção, são a linha de menor resistência para o ocultista, enquanto outras formas nos raios abstratos, ou do atributo, são mais facilmente seguidas pelo místico.

Essas formas são para três objetivos:

a) Colocam o estudante em contato direto com seu próprio raio, seja o raio egoico ou o da personalidade.

b) Vinculam-no ao seu grupo nos planos interiores, seja o grupo dos servidores, o grupo dos auxiliares invisíveis ou, posteriormente, ao seu grupo egoico.

c) Contribuem para a fusão dos caminhos ocultista e místico na vida do discípulo. Se estiver na senda mística, ele trabalhará nas formas dos Raios do Aspecto e desenvolverá, assim, um conhecimento concreto da Natureza - aquele lado que trabalha sob a lei. Podeis inverter o caso para o homem de tendência ocultista até que chegue o tempo em que os caminhos se fundam e todas as formas sejam iguais para o Iniciado. Deveis lembrar que, a este ponto da fusão, um homem trabalha sempre primeiramente no seu próprio raio, quando tiver transcendido a personalidade e encontrado a nota egoico. Manipula, então, matéria do seu próprio raio e trabalha através de suas próprias formas de raio, com suas seis formas representativas do sub-raio, até que seja adepto e conheça o segredo da síntese. Essas formas são ensinadas ao discípulo pelo Instrutor.

Embora eu tenha revelado pouco do assunto, se meditardes sobre o que dei, vereis que é muito o que contém. Poderá dar, àqueles que bem o assimilarem, a chave que buscam para seu passo seguinte. Poderei tocar nesse ponto e, de certo modo, ampliá-lo, quando nos ocuparmos do acesso aos Mestres pela meditação.

Formas Usadas na Cura

Precisamos tratar agora dessas formas, lembrando antes de tudo que elas serão necessariamente ordenadas em três grupos, cada qual com muitos títulos subsidiários.

a) Formas para se usar na cura física. Surpreender-vos-eis quão amiúde essas formas serão solicitadas e quão poucas em número são elas. A razão para isso é que bem poucas das perturbações do corpo físico denso surgem dentro desse próprio corpo. Umas poucas surgem diretamente no corpo etérico, mas a esse estágio da evolução, muitas das perturbações surgem no corpo emocional, e o restante, no mental. Poderíamos generalizar e dizer que:

25% das doenças herdadas pela carne surgem no corpo etérico;
25%, no corpo mental;
50% encontram sua origem no corpo emocional.

Por isso, apesar de poderem ocorrer acidentes que levem a desastre físico inesperado e para o qual formas de cura podem ser dadas, o estudante sábio perceberá, no entanto, que as formas que afetam o corpo etérico podem ser o primeiro ponto de partida. Essas formas, plasmadas na meditação, agirão diretamente nos canais prânicos que trabalham para a constituição do etérico - aquela teia intrincada que tem sua contraparte no sistema circulatório do corpo físico denso. Eles são a sede de muito do que há de doença nesse corpo, seja diretamente, seja através de causas instaladas no plano emocional e reagindo no etérico.

b) Formas para cura no corpo emocional. Como foi dito acima, muito da enfermidade presente é devida a causas instaladas no corpo emocional e estas causas são principalmente três. Destacarei que apenas esquematizo de modo amplo e dou indicações gerais.

Emoção violenta e vibração instável. Isso, se permitido, tem um efeito fragmentador e reage no sistema nervoso. Se reprimido e inibido, terá, igualmente, um efeito perigoso e resulta numa condição enfermiça do fígado, em ataques biliosos, nos venenos que são gerados no sistema e encontram sua saída em certos casos de envenenamento putrígeno, nas doenças de pele e em algumas formas de anemia.

Temor e pressentimentos, aflição e desespero. Estes tipos de emoção - que são tão comuns - têm um efeito geral debilitante no sistema, levando à perda da vitalidade, à preguiçosa ação dos órgãos, e a muitas formas de obscuras enfermidades do sistema nervoso, do cérebro e da espinha.

Emoções sexuais, cobrindo uma enorme gama de sensações, indo da emoção sexual reprimida, que agora está começando a ser estudada por nossos psicólogos, à emoção criminosa obscena, que encontra sua expressão nas orgias violentas e na licenciosidade.

Sob todos esses títulos muitos pontos podem ser reunidos, mas não escrevo cartas sobre cura, mas cartas sobre meditação; por isso, não devo me alongar.

Nas formas usadas nesses três casos, deverá ser dada atenção à causa da perturbação, ao plano no qual se origina e aos efeitos nos veículos inferiores ou corpo. Ao designar formas, metas diferentes deverão estar à vista. Onde, por exemplo, a perturbação estiver baseada na emoção reprimida, o efeito da forma (quando seguida à risca) será transmutar a emoção e elevá-la. Quando, pelo uso correto, o corpo emocional estiver livre da congestão emocional, as forças vivificantes do Ego e da vida prânica encontrada em toda parte serão libertadas. Poderão, então, circular com facilidade, sintonizando superiormente o sistema inteiro e purificando todos os órgãos que estiveram sofrendo de congestão interior.

c) Formas para cura mental. Estas serão, para a maioria de vós, muito mais obscuras, e de fato, a perturbação mental é bem mais difícil de curar do que as outras duas. Isso é devido a duas causas, sendo que nossa polarização como raça ainda não está no corpo mental. É sempre mais fácil contatar um corpo e manipulá-lo, quando for a sede do centro da consciência. O corpo emocional, igualmente, sendo mais fluídico, é mais facilmente impressionável. Não posso estender-me sobre as perturbações do corpo mental hoje, exceto para destacar que estas causas podem surgir no corpo mental mesmo, como uma herança cármica, ou podem originar-se no plano emocional e abrir caminho, de volta ao corpo mental. Por exemplo, uma pessoa pode ser propensa a alguma tempestade emocional. Isso - se persistente - pode originar uma vibração análoga no corpo mental. Essa vibração, por sua vez, pode tornar-se praticamente permanente e, pela interação desses dois corpos, séria perturbação pode ocorrer. Essa perturbação pode simplesmente causar uma irritação geral na Personalidade, de maneira que o homem seja reconhecido como um infeliz indivíduo desagradável, até levar a doenças cerebrais definidas, resultando em insônia, tumores cerebrais e câncer na cabeça.

Para todas essas perturbações, formas de meditação podem ser encontradas que - se seguidas a tempo - eventualmente dissipá-las-ão. O fato fundamental para ser apreendido aqui é que, somente quando o discípulo tiver uma apreciação inteligente da perturbação, ou perturbações, que o afetam, somente quando tiver a habilidade para seguir conscienciosamente as fórmulas reveladas e somente quando seu objetivo for altruísta, ser-lhe-ão confiadas essas formas. Quando seu objetivo é equipar-se para o serviço, quando ele almeja a aquisição de veículos saudáveis somente para levar avante o plano dos Grandes Seres, e quando não almeja escapar da doença só em seu beneficio pessoal, somente então as fórmulas trabalharão em conexão com a consciência egoico. O fluxo da vida do Deus interno produz veículos fortes, por isso, é apenas quando a Personalidade se torna imersa no Ego e a polarização passa do inferior para o superior, que o trabalho se faz possível. Esse tempo está-se aproximando agora para muitos, e o progresso na nova escola médica - baseado no pensamento - poderá ser esperado. As formas na meditação são apenas formas na matéria do pensamento, sendo, por isso, evidente que um começo geral já foi feito.

Mais uma sugestão neste assunto: através dos vários centros do corpo - aqueles sete centros com os quais o estudante tem a ver - virá o poder de curar o correspondente centro físico. Conforme os centros sejam vitalizados, certos efeitos físicos se farão presentes, e nas formas específicas que trabalham nos e através dos centros, virão os resultados que poderão lançar luz neste obscuro assunto de curar através dos corpos sutis.

20 de Agosto de 1920.

Formas Mântricas

Precisamos hoje continuar a discussão sobre as formas que, algum dia, serão de uso comum entre os estudantes de meditação ocultista. Tocamos em três das formas e restam cinco mais para serem tratadas.

Formas mântricas são coleções de frases, palavras e sons que, por força de efeito rítmico, alcançam resultados que não seriam possíveis sem elas. Essas formas mântricas são muito numerosas para se estudar aqui; basta indicar, de certa maneira, os tipos de mantras que estarão em uso, ou o estão agora, entre aqueles que têm o privilégio de usá-los.

Há formas mântricas baseadas inteiramente na Palavra Sagrada. Estas, pronunciadas ritmicamente e em certas chaves, alcançam certos resultados, tais como a invocação dos anjos protetores; levam a certos efeitos, sejam objetivos ou subjetivos. Essas formas, ou mantras, estão muito mais em uso entre os orientais e nas crenças do oriente do que, presentemente, entre os ocidentais.

Algumas são muito antigas e, quando pronunciadas no original Sânscrito, têm efeitos poderosos indubitáveis. Tão poderosas são elas que não se permite sejam conhecidas pelo estudante comum, e são reveladas apenas oralmente durante o preparo para a iniciação.

Há uns poucos mantras verdadeiramente esotéricos no original Senzar e que permaneceram no conhecimento da Fraternidade dos primeiros dias da fundação da Hierarquia. Foram trazidos pelos Senhores da Chama quando vieram à Terra e são apenas trinta e cinco. Formam a chave que desvenda os mistérios de cada subplano nos cinco planos da evolução humana. O adepto recebe instrução para seu uso e pode empregá-los no lugar certo, sujeitos a certas condições. Eles são os mais poderosos conhecidos no nosso planeta e seus efeitos são de longo alcance. Como sabeis, cada vibração de um plano responde a uma clave ou nota diferente, e sua matéria é manipulada e sua corrente escoada pela pronúncia de certas palavras, num modo especial e num tom específico. Quando assim pronunciadas, o adepto entra na consciência desse plano e de tudo nele contido. Os mantras, em qualquer língua, são baseados nelas, ainda que tão afastados e modificados que se tornam praticamente inúteis.

Alguns desses mantras originais são entoados em uníssono pela Fraternidade, em grandes ocasiões ou quando o poder unido da Loja é requerido para efetuar fins desejados. Grandes eventos são inaugurados pela entoação da sua nota-chave, empregando-se palavras apropriadas; cada raça-raiz tem seu acorde mântrico conhecido daqueles que trabalham com as raças.

Novamente: há, como sabeis, certos mantras em Sânscrito, que são empregados por estudantes na meditação, para chamar a atenção de algum Mestre. Esses mantras são comunicados aos Seus discípulos, e por meio daqueles a atenção do Mestre é atraída e Sua assistência, pedida.

Outras e maiores fórmulas são, às vezes, reveladas, através das quais os três Grandes Senhores podem ser contatados e Sua atenção levada a alguma direção específica.

Um mantra, quando corretamente pronunciado, cria um vácuo na matéria, semelhante a um túnel. Esse túnel é formado entre aquele que o entoa e aquele que é alcançado pelo som. Forma-se, assim, um canal direto de comunicação. Vereis por que são essas formas tão cuidadosamente guardadas e as palavras e chaves, ocultas. Seu uso indiscriminado resultaria em desastre. Certo ponto da evolução tem de ser alcançado, e uma similitude de vibração de certo modo atingida, antes de ser concedido, ao discípulo, o privilégio de ser o guardião de um mantra pelo qual poderá chamar seu Mestre.

Há também sete mantras que são conhecidos dos três Grandes Senhores e dos Primeiros da Hierarquia, através dos quais Eles podem chamar os sete Logos Planetários, ou os sete "Espíritos ante o Trono", como são denominados na Bíblia Cristã. Um desses mantras, que provoca o contato com o Logos de nosso planeta, é igualmente conhecido do adepto. Assim é a escala armada, e as Palavras entoadas até que atinjamos o mantra de nosso planeta, que é baseado na chave da Terra e corporifica uma frase que resume nossa evolução. Cada planeta tem alguma nota ou frase pela qual seus guias podem fazer contato com seu Logos Planetário. Os sete Logos, por Sua vez, têm Seu ritual disponível, ou forma pela qual se podem comunicar com o tríplice Senhor do Sistema Solar. Isso é sempre feito quatro vezes ao ano, ou quando surja uma necessidade urgente.

Uma vez por ano, a Hierarquia inteira emprega um mantra misto que cria um vácuo entre os membros superiores e os inferiores dessa Hierarquia e para cima - via os sete Logos Planetários - até o Próprio Logos. Marca o momento de esforço de maior intensidade espiritual e vitalização durante o ano, e seu efeito dura por todos os meses de permeio. Seu efeito é cósmico e vinculado ao nosso centro cósmico.

Mantras de raio. Cada raio tem suas próprias fórmulas e sons, que têm um efeito vital nas unidades reunidas nesses raios. O efeito da Sua pronúncia pelo estudante de meditação é tríplice:

1 - Vincula-o e alinha-o com seu Eu Superior ou Ego.
2 - Põe-no em contato com seu Mestre, e através do Mestre, com um dos Grandes Senhores - dependendo do raio.
3 - Vincula-o ao seu grupo egoico e liga-os, todos, num todo composto, vibrando a uma só nota.

Esses mantras são um dos segredos das três últimas iniciações e não podem ser entoados pelo discípulo, sem permissão, antes daquele tempo, apesar de poder participar, algumas vezes, na entoação do mantra, sob a direção do Mestre.

Mantras, ou fórmulas de palavras, cantados pelo discípulo, que têm efeito direto num dos três corpos. Estes mantras estão já grandemente em uso - apesar de num grau muito distorcido - nos serviços das corporações religiosas em todos os países. Alguma luz sobre eles está sendo comunicada no ritual da Igreja. As senhas como as usadas na Maçonaria - mesmo praticamente sem valor agora - são baseadas no uso dos mantras e, algum dia, quando houver um Iniciado Chefe para todas essas organizações (tais como a Maçonaria, várias sociedades esotéricas e corporações religiosas), os velhos mantras serão dados em sua forma pura, de volta aos povos.

Há, também, mantras para uso na cura e para o desenvolvimento de certas faculdades psíquicas. Alguns mantras têm um efeito direto sobre os centros do corpo e serão usados mais tarde, sob a orientação do Mestre, para aumentar a vibração, para causar movimento quadridimensional e para a completa vivificação do centro.

Outros mantras, entretanto, agem sobre o fogo oculto, mas tratarei deles mais adiante. Há numerosos livros orientais sobre o assunto, que por ser tão vasto, previno ao estudante que não investigue demasiadamente. Representaria apenas uma perda de tempo para o trabalhador do mundo. Toquei no assunto porque nenhum livro sobre meditação seria completo sem uma referência ao que, algum dia, substituirá toda meditação preliminar. Quando a raça tiver atingido certo ponto de desenvolvimento, e quando a mente superior mantiver maior domínio, esses mantras ocultos - convenientemente revelados e convenientemente entoados - serão parte do currículo do estudante. Ele começará sua meditação pelo uso do mantra do seu raio, ajustando, assim, sua posição no esquema; seguirá isso com o mantra que chama seu Mestre, e que o põe em conexão com a Hierarquia. Então, começará a meditar com seus corpos ajustados e com o vácuo formado que, assim, poderá ser usado como um meio de comunicação.

13 de agosto de 1920.

Formas Usadas em um dos Três Departamentos

O interesse do que tenho, hoje, a comunicar é muito grande, pois temos que tratar do assunto das formas usadas nos Departamentos do Manu, do Instrutor do Mundo e do Mahachohan, o Senhor da Civilização.

Estes três Departamentos representam, na Hierarquia, os três aspectos do Logos manifestado no sistema solar - o Aspecto da Vontade ou Poder, o Aspecto do Amor e Sabedoria (que é o aspecto básico deste sistema) e o Aspecto da Atividade ou Inteligência. Conheceis, pelos vossos estudos, o trabalho empreendido por esses departamentos.

O Manu manipula matéria e está ocupado com a evolução da forma, seja ela a forma tísica densa do animal, do mineral, da flor, do ser humano ou do planeta, e a forma das raças, nações, devas ou das outras evoluções.

O Bodhisattva, ou Instrutor do Mundo, trabalha com a vida evolutiva dentro da forma, com a implantação das ideias religiosas e o desenvolvimento de conceitos filosóficos, tanto nos indivíduos como nas raças.

O Mahachohan, que sintetiza os quatro raios inferiores, lida com a mente ou inteligência e, em colaboração com Seus Irmãos, controla a evolução da mente, onde o Espírito, ou Ser, utilizada a forma, ou o não-Ser.

O trabalho sintético dos três Grandes Senhores é inconcebivelmente grande. Forma- Vida Inteligência, Matéria-Espírito-Mente, Prakriti-Purusha-Manas são as três linhas de desenvolvimento e, na sua síntese, vem a completação.

Cada uma dessas três linhas trabalha através de fórmulas, ou através de formas estabelecidas que, por passos ordenados, põem o homem, que emprega a forma, em contato com a linha particular de evolução, representada pelo Dirigente daquela linha.

...O que procuro destacar aqui são as três claras linhas pelas quais um homem pode ascender ao Logos e encontrar união com o ser do Sistema Solar. Ele pode ascender pela linha de Manu, pode elevar-se pela linha do Bodhisattva, ou pode alcançar sua meta pelo caminho do Mahachohan, Mas observa especialmente, que, neste planeta, o Senhor do Amor e Poder, o primeiro Kumara, é o ponto focal desses três departamentos. Ele é O Iniciador, e quando um homem trabalha na linha do poder, ou na linha do amor ou na linha da inteligência, precisa encontrar finalmente sua meta no Raio sintético do Amor e Sabedoria. Ele precisa ser amor e manifestá-lo, mas poderá ser amor trabalhando através do poder, poderá ser amor na harmonia, ou amor trabalhando através do conhecimento através do cerimonial ou devoção, ou poderá ser apenas puro amor e sabedoria, fundindo todos os outros. O amor foi a fonte, o amor é a meta, e amor é o método de consecução.

14 de agosto de 1920.

As Três Linhas de Aproximação

Como vereis (em continuação ao que estudamos ontem) há três linhas de contato direto entre o superior e o inferior, todas encontrando seu ponto focal no mesmo Iniciador e todas, ao mesmo tempo, bem distintas em seu método de aproximação. Se isto for levado em consideração, ficará evidente que cada uma provê ao homem (cuja nota egoico é uma das três, ou um departamento do terceiro) a linha de menor resistência e o caminho por onde pode mais facilmente aproximar-se do Uno. É fundamentalmente, uma questão de lidar com vários estados de consciências, é aqui que os Grandes Seres, tão poderosamente, amparam o estudante. Através da meditação, ajustada à linha desejada, o estudante pode controlar, passo a passo, os vários estados intermediários que jazem entre ele e sua meta. Ele se eleva por meio de vários pontos focais de força. Esses pontos focais podem ser seu Eu Superior, seu Mestre, um ideal... Mas são apenas passos na escada por onde as expansões de consciência são obtidas, e o homem se capacita para dilatar a periferia de sua consciência até que, gradualmente, submerja-se na Mônada, e posteriormente no Ser Total, o Logos Mesmo.

A bem da clareza e para satisfazer o desejo da mente concreta pela diferenciação, esses três departamentos são apresentados como distintos e separados um do outro, apesar de terem seus pontos de contato. Na realidade - à parte da ilusão que a mente sempre causa - os três são um, e os sete são apenas partes amalgamadas de um todo sintético. Todos eles se entrelaçam e se amalgamam. Todos os três departamentos são apenas partes necessárias de uma organização, uma das quais o Senhor do Mundo governa. Eles são apenas a repartição executiva na qual os negócios do nosso planeta são tratados, e cada repartição é dependente de outras repartições e todos trabalham na mais estreita colaboração. O homem que se vê em uma linha tem que se lembrar que, no tempo devido e antes de atingir a perfeição, precisa perceber a síntese do todo. Precisa percebê-lo como um fato, vencidas todas as dúvidas e não como um conceito mental, e na sua meditação virá, finalmente, um ponto em que esta percepção da unidade essencial será sua e ele se conhecerá como um fragmento de um todo mais vasto.

Nesses três departamentos, o método de aproximação ao Dirigente do Departamento é a meditação, e os meios pelos quais o estudante se põe em comunicação com a Vida essencial daquele departamento (é tudo uma questão de termos) diferem. A vida dentro da forma se manifesta - como resultado da meditação - de três maneiras diferentes. Os resultados da meditação, como é demonstrado em termos de caráter, se assim posso expressar-me, são realmente os mesmos aspectos da manifestação sob diferentes termos ou condições. Resumi-las-ei:

Linha do Manu - Força, Energia, Poder para reger.

Linha do Bodhisattva - Magnetismo, Atração, Cura.

Linha do Mahachohan - Eletricidade, Síntese, Organização.

Procuro aqui destacar que o efeito na vida do estudante de meditação sobre uma dessas três linhas será como enumerado acima, apesar de, todas, evidentemente, coloridas e modificadas pelo raio de sua personalidade e pelo ponto alcançado na evolução. Se estudardes as três palavras aplicadas às três linhas, descobri-las-eis muito esclarecedoras. (Não procuro engrandecer o corpo mental, mas treinar a intuição.) Essas palavras demonstram a lei em seu trabalho através dos três grupos e a aplicação, na expressão ativa nos três mundos, do correto cumprimento da linha desejada. Cada linha tem suas formas específicas por onde aqueles resultados serão alcançados, e está chegando o tempo em que os rudimentos dessas formas (as primeiras fórmulas fundamentais) serão dadas aos estudantes considerados preparados e que tenham feito o trabalho preliminar necessário.

1 - A Linha doi Manu

Poderíamos aqui, de certo modo, indicar o método aproximado e formular certas regras que servirão para elucidar, quando chegar o tempo.

Esta primeira linha é especialmente a linha do governo, do desenvolvimento racial, do trabalho na e com a matéria de todas as formas, em todos os planos da evolução humana. É, como já disse antes, a linha do ocultismo. Enfatiza o método hierárquico, corporifica a autocracia divina e é a linha por onde nosso Logos Solar impõe Sua Vontade aos homens. Está intimamente vinculada aos Senhores do Carma e é através do departamento do Manu que a Lei de Causa e Efeito é dirigida. Os quatro Senhores do Carma trabalham estreitamente com o Manu, pois Eles impõem a Lei, e Ele manipula as formas dos homens, dos continentes, das raças e das nações para que aquela lei possa ser devidamente trabalhada.

Por isso, o homem que se esforça para contatar esses poderes através da meditação, por elevar-se para a união por esses meios, e para atingir a consciência do aspecto Vontade, trabalha sob regras estabelecidas, se eleva de ponto a ponto sob formas adequadas e medita sempre sobre a Lei e seu funcionamento. Ele procura compreender, ele discrimina e estuda; ocupa-se com o concreto e seu lugar no plano divino. Admite o fato da vida interior, mas se concentra primeiramente no seu método e em sua forma de manifestação. As regras básicas de expressão e de governo ocupam sua atenção e, pelo estudo e compreensão das regras e leis, ele necessariamente contata o Regente. De estágio em estágio, ele se eleva - de regente do microcosmo nos três mundos, ao grupo egoico e seu ponto focal, um Mestre; de regente do grupo, ele se eleva ao Manu, o Regente do departamento onde tem seu lugar, depois ao Regente do Mundo, posteriormente ao Logos Planetário, e então, ao Logos Solar.

2 - A Linha do Bodhisattva

Essa é a linha da religião e da filosofia, e do desenvolvimento da vida interior. Diz respeito à consciência dentro da forma, mais do que à forma em si mesma. É a linha de menor resistência para a maioria. Corporifica o aspecto sabedoria do Logos, e é a linha por onde Seu amor se manifesta num modo predominante. O sistema solar sendo, em si mesmo, uma expressão direta do Logos e do Seu aspecto amor, tudo o que está em manifestação se baseia nele - amor governando, amor abundante, amor em atividade - mas nesta segunda-Iinha a manifestação acima é suprema e, eventualmente, absorverá todas as outras.

O homem que medita nessa linha procura entrar na consciência de tudo que respira e, pelas ordenadas expansões de consciência, atinge finalmente o Todo-Consciente e entra na vida do Supremo Ser. Assim ele penetra na vida de todos, dentro da Consciência Egoico.

Ele não medita somente sobre a Lei, mas sobre a vida que é governada pela Lei. Através do amor ele compreende e através do amor funde-se, primeiro com seu Ego, depois com seu Mestre, depois com seu grupo egoico e, em seguida, com todos os grupos, até, finalmente, penetrar na consciência da Própria Divindade.

3 - A Linha do Mahachohan

Esta é a linha da mente ou inteligência, do conhecimento ou ciência. É a linha da mente abstrata e de ideias arquetípicas. O homem não medita tanto sobre a Lei, não tanto sobre a Vida, mas sobre os efeitos de ambos em manifestação, e sobre a razão do porquê. O homem, na sua linha quíntupla, sempre pergunta por que, como e de onde; procura sintetizar, compreender e fazer dos arquétipos e dos ideais, fatos em manifestação; medita sobre os ideais conforme os sente; almeja contatar a Mente Universal, arrebatando seus segredos e dando-lhes expressão. É a linha da organização dos negócios, a linha também na qual os artistas, músicos, cientistas e trabalhadores do mundo têm seu lugar. Os Espíritos de Amor e da Atividade passam muito tempo em cada um dos seus cinco departamentos, antes de prosseguir até as linhas de amor e de poder.

Na meditação, o homem escolhe algum ideal, alguma parte do plano divino, alguma fase de beleza ou de arte, algum problema científico ou racial e, meditando nele e usando sua mente inferior, descobre tudo que pode ser conhecido e sentido. Então, tendo feito tudo isso, procura elevar sua consciência ainda mais alto, até tocar a fonte de iluminação e ganhar a luz e a informação requeridas. Ele se eleva, penetrando na consciência dos maiores do que ele mesmo, não tanto do ponto de vista do amor (como na segunda linha), mas pela admiração e alegria na sua realização, e gratidão pelo que deram ao mundo, e devoção à mesma ideia que os impele à ação.

Assim, percebereis, mesmo pelo estudo mais superficial das três linhas acima, quão evidente é estarem todos os filhos dos homens se elevando. Até mesmo aqueles - prontos para serem desprezados - que são os trabalhadores ativos do mundo, podem, no seu lugar e através de sua devoção aos ideais do trabalho e da ciência, ou mesmo da organização de negócios, ser tão adiantados como aqueles superiormente considerados que demonstram mais flagrantemente o aspecto amor do Ser divino. Não vos esqueçais de que aquela atividade é tão divina e tão fundamentalmente uma expressão do Todo Poderoso, como o é o amor no sacrifício, e até mais do que aquilo que agora conhecemos como poder, pois o aspecto poder ainda não é compreendido por nenhum de vós, nem o será até posterior manifestação.

14 de agosto de 1920.

Formas Usadas para Chamar Devas e Elementais

Ao considerar os dois pontos que numerastes como seis e sete, estaremos aptos para tratá-los como um só, pois os mantras e formas usados para contatar os devas, anjos ou construtores e para chamar os elementais ou formas sub-humanas da existência são praticamente os mesmos e deveriam ser assim considerados nestas cartas.

Como passo preliminar, sejamos claros sobre onde fica a distinção entre esses dois grupos.

Os elementais são, na sua essência constitutiva, sub-humanos. O fato de que possam ser contatados no plano emocional não é garantia de que estejam no caminho evolucionário. Ao contrário, estão no caminho da involução, no arco descendente. São encontrados em todos os planos, e as formas elementais etéricas - tais como duendes, gnomos e fadas - são bem conhecidas. Podem ser divididos, aproximadamente, em quatro grupos.

1 - Os elementais da terra.
2 - Os elementais da água.
3 - Os elementais do ar.
4 - Os elementais do fogo.

Eles são a essência das coisas, se puderdes conceber isso.

São as coisas elementais do sistema solar nos seus quatro graus, tais como os conhecemos no seu quarto ciclo no quarto planeta, ou Terra.

Os devas estão no caminho evolutivo, na via ascendente. São, como sabeis, os Construtores do sistema, trabalhando em posições graduadas e seriadas. Devas são encontrados na mesma posição que o Logos Planetário, e os Regentes dos cinco planos da evolução humana mantêm posição igual à de um Mestre da sétima Iniciação. Outros são iguais em desenvolvimento (ao longo de suas próprias linhas) a um Mestre da quinta Iniciação e trabalham consciente e voluntariamente com os Mestres da Hierarquia Oculta. Podem ser encontrados em todas as gradações menores, até o pequeno deva de construção que trabalha praticamente de modo inconsciente nos seus grupos, construindo as muitas formas necessitadas pela vida evolutiva.

Anteriormente - antes que eu ditasse estas cartas - recebestes uma comunicação sobre a linha da invocação mântrica dos elementais e dos devas. A informação dada foi correta, até onde chegou e, se quiserdes, podeis incorporá-la aqui.

"Força na evolução e força na involução são duas coisas diferentes." Essa é uma afirmativa preliminar. Numa, tendes operando a destruição, a violência, os poderes elementares cegos. Na lnvolução, são os elementais que fazem a maior parte do trabalho, nele prosseguindo cegamente, controlados pelos Construtores. O trabalho é construtivo, coesivo, um crescimento gradual da união da harmonia surgindo da discórdia, e da beleza tirada do caos. Os reinos inferiores dos devas trabalham guiados pelos grandes Devas Construtores, e tudo se move para cima em beleza ordenada, de plano a plano, de sistema a sistema, universo a universo. Por isso, ao estudar a lei oculta, precisais ter presentes duas coisas:

a) Vós controlais as forças elementais.
b) Vós cooperais com os devas.

Num dos casos, vós dominais, no outro, vós vos esforçais para trabalhar com eles. Controlais através do aspecto atividade, pela ação definida de certas coisas, pela preparação, por exemplo, de certas cerimônias, através das quais certas forças podem entrar em jogo. É uma réplica, numa escala minúscula, do que o terceiro Logos fez no trabalho mundial. Certas atividades tiveram certos resultados. Mais tarde, podem ser feitas revelações sobre os ritos e cerimônias através das quais podeis entrar em contato com os vários elementais e controlá-los. O Raio do Cerimonial - entrando em encarnação a este tempo, está tornando as coisas mais fáceis ao longo desta linha particular.

Elementais do fogo, espíritos da água e os elementais inferiores podem todos ser manejados pelos rituais. Os rituais são de três espécies:

1 - Rituais protetores, que concernem à vossa própria proteção.
2 - Rituais de apelo, que chamam e revelam os elementais.
3 - Rituais que os controlam e os dirigem, quando convocados.

Ao trabalhar com devas, usais o aspecto sabedoria ou amor, o segundo aspecto do Logos, o aspecto construtor. Através do amor, do anelo, vós os alcançais, e vosso primeiro passo (como estais no caminho da evolução, tal como eles) é entrardes em contato com eles, pois precisareis trabalhar juntos no futuro, para a orientação das forças elementais e em ajuda à humanidade. Não é seguro para os seres humanos, pobres tolos, imiscuírem-se com as forças da involução, até que eles mesmos estejam vinculados aos devas, através da pureza de caráter e da nobreza de alma.

Através de rituais e cerimônias, podeis sentir os devas e alcançá-los, mas não da mesma maneira, nem pela mesma razão que com os elementais. Os devas assistem às cerimônias livremente e não são convocados; eles vêm, como o fazeis, bater à porta do poder. Quando vossas vibrações forem suficientemente puras, as cerimônias servirão como um lugar comum de encontro.

...Desejo dizer, para concluir, que quando tiverdes aprendido a usar o aspecto atividade no trabalho com os poderes involucionários e o aspecto sabedoria na cooperação com os devas, prosseguireis então, conjuntamente, para usardes o primeiro aspecto, o da vontade ou poder."

Antes de avançar mais, procuro fazer soar uma nota de advertência sobre o perigo que jaz no chamar e contatar esses grupos de construtores e, mais especialmente, no contato com as forças elementais. Por que especialmente as últimas? Porque essas forças, em todos os tempos, encontram uma resposta em um dos três veículos inferiores dos homens, sendo esses corpos (considerados como camadas separadas) compostos dessas vidas involucionárias. Por isso, aquele que, involuntariamente, se põe em contato direto com algum elemental, corre um risco e pode amargamente lamentar o dia. Mas, quando um homem se aproxima do adeptado e alcançou domínio sobre si mesmo, e a ele pode, consequentemente, ser confiada a direção de outras formas de vida, certos poderes serão seus. Esses poderes - baseados que são na lei - colocarão em suas mãos o governo sobre vidas menores, e ensinar-lhe-ão aquela cooperação com as hostes de devas que serão tão essenciais à última linha de evolução.

Mantras de Poder

Os mantras que guardam o segredo do poder são, como sabeis e vos foi dito, de espécies diferentes, e são, primordialmente, quatro:

a) De capital importância são os mantras protetores.
b) Os mantras que chamam os elementais e devas menores e os trazem dentro do raio magnético de quem os chama.
c) Os mantras que impõem sobre os elementais e devas menores a vontade de quem os chama.
d) Mantras que quebram o encanto, se posso dizer assim, e colocam os elementais e devas outra vez fora do raio magnético do invocador.

Esses quatro grupos de mantras se referem, especialmente, à invocação e contato dos graus menores e não são muito usados, exceto em raros casos, pelos iniciados e adeptos que, como regra geral, trabalham através da instrumentalidade dos grandes devas orientadores e construtores. A Fraternidade Negra trabalha com as forças da involução e dirige, à sua vontade, as inconscientes formas menores de vida. A verdadeira conduta - como a seguida pela Fraternidade da Luz - é controlar esses grupos involutivos e devas de grau inferior através de suas próprias classes superiores, as coortes dos devas construtores com seus Senhores Devas.

Isto me leva a outro grupo de mantras usados em conexão com os próprios devas.

a) Mantras rítmicos, que põem quem os usa em contato com o grupo de devas que procura. Esses mantras são, é claro, formas de mantras de Raio, pois chamam os devas de algum raio. Esses mantras também variarão se o próprio homem for do mesmo raio do grupo que ele chama. Perguntais por que os mantras protetores não são usados primeiro, como no caso da invocação dos elementais. Principalmente pela seguinte razão: os mantras que invocam elementais são mais facilmente encontrados e usados do que os que invocam os devas. A História está cheia de exemplos onde isto tem sido feito, e por todo o mundo (mesmo agora), há pessoas que guardam o segredo que as porá em contato com elementais de uma ou outra espécie. Nos dias atlantes, todos sabiam como fazer isso e, entre os povos selvagens e alguns indivíduos nos países civilizados, a arte é ainda conhecida e praticada. Segundo, o homem comum, mesmo que conheça o mantra, falhará, provavelmente, ao invocar um deva, pois isso implica algo mais do que simplesmente entoar as palavras e os sons. Esse algo é um dos segredos da iniciação. Quando um homem é um iniciado, ou um adepto, não necessita de rituais protetores, pois é uma lei no mundo oculto que somente os de vida pura e motivo altruísta podem, com êxito, alcançar a evolução dévica de onde, em conexão com as vidas elementais, ele trabalhará em outro caminho.

b) Mantras que permitem a comunicação com os devas, uma vez tenham sido invocados. A linguagem, como a conhecemos, não é entendida pelos devas, mas impulsos, forças e vibrações podem ser estabelecidos pelo uso de formas especificas que conduzem ao resultado desejado e anulam a necessidade da linguagem. Essas formas abrem avenidas de compreensão mútua.

c) Mantras que influenciam grupos, e outros que influenciam devas específicos. Gostaria de destacar aqui que, como regra, os devas são manipulados em grupos e não como indivíduos, até que se contate devas de uma ordem bem superior.

d) Mantras que chamam diretamente a atenção de um dos senhores devas de um subplano, ou poderoso Senhor Deva de um plano. São conhecidos por muito poucos e são usados somente por aqueles que tenham tido alta iniciação.

17 de agosto de 1920.

A Compreensão da Força

...A tensão hoje é grande, e a força, jorrando em todos os centros diferentes, está pronta - a menos que devidamente regulada - para causar uma sensação de fadiga, tensão, de excitação e desassossego. O segredo da regularização que jaz na não-resistência é conhecido de poucos e, consequentemente, a intensidade da emoção, as reações violentas e a atualmente difundida era de crime são, em larga escala, os resultados da força mal usada e mal aplicada. Isto pode ser visto demonstrando-se em todas as classes da vida, e somente aquele que conhece o segredo de não ser senão um canal e que se conserva tranquilo no lugar secreto, pode passar pela crise atual sem fragmentação indevida e sem dor. A estimulação - tal como hoje, no exterior - leva à dor e consequente reação, e precisa ser defendida com tanto cuidado como sua contrária, a perda da vitalidade - defendida, não no sentido de isolar-se da força estimuladora, mas de receber essa força, passando-a através de seu próprio ser e absorvendo apenas o quanto seja possível. O resíduo será então eliminado como um agente curador em seu retorno ao reservatório geral. O verdadeiro e oculto significado da força na natureza, das correntes elétricas do universo e do calor latente armazenado em todas as formas é pouco compreendido, por enquanto, tanto pelos vossos cientistas exotéricos como pelos vossos prováveis futuros estudantes ocultistas.

...chegou ao estudo do ocultismo deste ângulo e, assim, ele alcançou um profundo conhecimento da lei.

Abordei esse assunto porque ele está por trás de toda a instrução segundo as linhas ocultistas. Se puderdes apreender algo de seu significado e compreenderdes ser a lei apenas a adaptação da forma a uma ou outra dessas grandes correntes de força, iluminareis toda a vossa vida e sereis levados por essas correntes de força, essas correntes magnéticas, esse fluido vital, esses raios elétricos (não importa o termo usado), diretamente ao coração do desconhecido.

Essa mesma ideia de força e das correntes magnéticas do sistema solar governa tudo que dei a conhecer sobre a meditação, em todos os seus ramos - específico, individual e coletivo, baseado na forma ou no sem forma; é o meio através do qual os mantras atuam, desde os que tocam as vidas elementais até as grandes Palavras entoadas em ritmo, que chamam o Senhor de um Raio, o Deva de um Plano, ou o Próprio Senhor de um Sistema Solar. A pronúncia dessas Palavras, a entoação através de formas graduadas até um ponto específico e o cantar de mantras não fazem senão colocar aquele que está assim trabalhando, alinhado com alguma corrente de força. É o encontro da linha de menor resistência por onde alcançar alguma meta, comunicar-se com alguma Inteligência individual, controlar alguma vida em evolução e contatar e cooperar com algum grupo de devas. A digressão acima pode servir, de certo modo, para resumir o que tenho revelado ultimamente, relativamente a formas, mântricas ou não, tal como usadas pelo estudante de meditação ocultista.

Como se pode imaginar, o chamamento quer de devas, quer de elementais, só poderá ser feito com segurança por alguém que tenha o poder de utilizá-los sabiamente, quando invocados; dar, os mantras mencionados acima somente serem postos nas mãos daqueles que se encontram do lado das forças construtoras do sistema, ou que podem controlar construtivamente os elementos destrutivos, forçando-os a se alinharem com as forças desintegradoras que são, elas mesmas, parte do grande esquema construtor. Pudesse alguém - não capacitado assim - contatar os devas e, através do uso de mantras, reuni-los à sua volta, perceberia que a força que carregam desceria sobre ele como força destrutiva, e sérias consequências poderiam resultar em algum de seus corpos.

Ponderai, assim, sobre isso, lembrando que aqueles perigos estariam ao longo da linha de superestimulação, de súbita fragmentação e de desintegração pelo fogo ou calor. Pudesse ele, involuntariamente, reunir vidas em involução ao seu redor, os perigos seriam diferentes, ou antes, se demonstrariam pelo efeito contrário - tais como perda de vitalidade, devida ao vampirismo, uma absorção das forças de qualquer um de seus corpos, um armazenamento anormal de material em algum de seu corpos (devido à ação de tais vidas involutivas, como os elementais físicos ou do desejo), e morte pela água, terra ou fogo, compreendidos num sentido oculto.

Tenho tratado aqui dos riscos corridos por quem quer que chame para dentro de seu raio magnético qualquer desses dois grupos, sem possuir o conhecimento necessário para proteger, controlar e usar. Por que, então, tratei desse assunto? Porque essas formas mágicas existem e serão usadas e conhecidas quando o estudante estiver pronto e o trabalho o requeira. Algum dia, as formas menores serão, gradualmente, reveladas àqueles que se tenham preparado e que, sem egoísmo, trabalhem para a ajuda da raça. Como disse antes, eram conhecidas nos dias atlantes. Levaram a lamentáveis resultados, naqueles tempos, pois foram usadas pelos que se tinham contaminado, para fins egoístas e objetivos malévolos. Chamavam as hostes de elementais para perpetrar sua vingança contra seus inimigos; chamavam os devas menores e utilizavam seus poderes para ampliar suas ambições; não procuravam cooperar com a lei, mas manejar essa lei para esquemas de plano físico, que se originaram em seus desejos. A Hierarquia governante julgou o perigo muito grande, pois a evolução dos homens e devas estava ameaçada; assim, retiraram gradualmente da consciência humana o conhecimento das fórmulas e Palavras até um tempo tal em que a razão estivesse, de certo modo, desenvolvida, e a mente espiritual mostrasse sinais de despertar. Dessa maneira, as duas grandes evoluções e a terceira evolução latente (composta das vidas em involução) foram separadas e apartadas uma da outra. Temporariamente, toda a escala de vibração foi retardada, uma vez que o objetivo original tinha tido um desenvolvimento paralelo. O segredo deste aparente retardamento dos planos do Logos jaz oculto nos remanescentes do Mal cósmico ativo, que encontrara seu caminho na manifestação - um remanescente do primeiro sistema solar e a base deste, o sistema amor. O Mal é apenas o sedimento do carma inacabado e tem sua raiz na ignorância.

Esta separação numa escala tríplice de vidas evolutivas e involutivas continua até agora. Com a entrada deste sétimo Raio do Cerimonial Mágico, uma tentativa de aproximação dos dois grupos em evolução será de algum modo permitida, embora não ainda com o grupo involutivo. Lembrai-vos desta afirmativa. As evoluções dévicas e humanas tornar-se-ão, nos próximos quinhentos anos, mais conscientes uma da outra, e serão capazes de cooperação recíproca mais livre. Com essa consciência em crescimento, será observada uma busca a métodos de comunicação. Quando a necessidade de comunicação para fins construtivos for sentida sinceramente, então, sob a direção judiciosa dos Mestres, será permitida a divulgação de alguns dos velhos mantras. A ação, a interação e a reação deles serão rigorosamente estudadas e observadas. Espera-se que o benefício para ambos os grupos seja mútuo. A evolução humana deveria dar força à dévica, e a dévica, alegria à humana. O homem deveria comunicar aos devas o ponto de vista objetivo, enquanto estes, por seu turno, verterão sobre ele seu magnetismo curador. Eles são os guardiães do prana, do magnetismo e da vitalidade, assim como o homem é o guardião do quinto princípio, ou manas. Dei aqui diversos indícios e mais não é possível.

Amanhã talvez consideremos a divisão, mais essencialmente interessante, das formas relacionadas com o fogo. Por hoje, basta o assunto divulgado.

19 de agosto de 1920.

Formas Mântricas Relacionadas com o Fogo

Talvez fosse útil fazer alguma referência à parte que o fogo desempenha na evolução e nos vários departamentos relacionados com o fogo, que podem ser encontrados em nosso sistema solar. Enfatizo-a em especial porque na meditação se penetra no domínio do fogo, e por sua primordial importância.

Cinco são os departamentos nos quais o fogo desempenha sua parte. Enumeremo-los, então. Tratarei, primeiro, do fogo no Macrocosmo e mostrarei, depois, sua correspondência microcósmica.

1 - O fogo vital que anima o sistema solar objetivo. Como, por exemplo, evidenciado na economia interna de nosso planeta e na bola de fogo central, o Sol.

2 - Aquele algo misterioso denominado Fohat por H. P. B., do qual algumas manifestações são a eletricidade, certas formas de luz e o fluido magnético onde quer que se o encontre.

3 - O fogo do plano mental.

4 - Os elementais do fogo que, na sua essência, são o próprio fogo.

5 - A centelha vital que chamamos "flama divina", latente em cada ser humano, que distingue o nosso Logos Solar de outros Logos, e que é a soma de todas as Suas características. "Nosso Deus é um Fogo consumidor."

Todas essas diferenciações do fogo são, praticamente, diferenciações de uma e a mesma coisa; são basicamente o mesmo, embora se diversifiquem na manifestação. Originaram-se, fundamentalmente, do fogo cósmico encontrado nos níveis mentais cósmicos. No Microcosmo encontrareis novamente essa quíntupla diferenciação, e é no reconhecimento dessa correspondência que a iluminação vem e o objetivo da meditação é alcançado.

1 - Os fogos vitais que conservam a economia interna do ser humano - o sistema microcósmico - em manifestação plena. Ao cessar aquela queima interna, segue-se a morte, e o sistema objetivo físico passa à obscuridade. Assim é no Macrocosmo. Do mesmo modo como o Sol é o centro de nosso sistema, também o coração é o ponto focal para o calor microcósmico; semelhantemente, como a Terra é vitalizada pelo mesmo calor e é, para nossa cadeia, o ponto de matéria mais densa e maior calor físico, assim os órgãos procriativos inferiores são, na maioria dos casos, o centro secundário para o fogo interno. A correspondência é precisa, misteriosa e interessante.

2 - A correspondência com Fohat no Microcosmo é encontrada nas correntes prânicas que, através do corpo etérico, conservam o físico denso vitalizado e magnetizado. Os recursos do fluido prânico são ilimitados e pouco compreendidos, e na sua compreensão apropriada jaz o segredo da saúde perfeita. Trataremos disso mais tarde.

3 - A correspondência com o fogo do nível mental é facilmente demonstrável. Por haver o trabalho dos Senhores da Chama se desenvolvido e crescido tanto, ao implantarem a centelha da mente, pode agora o fogo do intelecto ser visto brilhando em todos os povos civilizados. Todas as energias estão voltadas para a alimentação dessa centelha e para sua transformação em um maior benefício.

4 - Os elementais do fogo são conhecidos, no microcosmo; em certa medida, pelos pensamentos-forma conjurados e vitalizados pelo homem cujo poder de pensamento consegue fazer isso. Tais pensamentos-forma, construídos pelo homem que pode pensar fortemente, são vitalizados pela sua vida ou capacidade para aquecer, e duram tanto quanto ele tenha poder para assim animá-los. Isso não acontece por agora, pois o real poder do pensamento é pouco compreendido. No quinto grande ciclo, que nesta cadeia verá a culminação do quinto princípio da mente, esta correspondência será melhor compreendida. Por ora, a conexão é necessariamente obscura.

5 - A centelha vital latente em cada ser humano, que o caracteriza como sendo da mesma natureza que o Logos Solar.

Aqui tendes o fogo como pode ser visto nos sistemas maiores e menores. Resumir-vos-ei o objetivo do fogo no microcosmo, e o que deverá ser objetivado. Tendes os três fogos:

1 - A divina centelha vital.
2 - A centelha mental.
3 - Kundalini, a dupla fusão do fogo interno e da corrente prânica. A morada dessa força é o centro da base da coluna, sendo o baço um alimentador desse calor.

Quando esses três fogos - o do quaternário, o da tríada e o do quinto princípio - se encontram e se mesclam numa forma geométrica correta, cada centro é adequadamente vitalizado, cada poder se expressa suficientemente, toda impureza e resíduo são consumidos e a meta é atingida. A centelha ter-se-á tornado uma flama, e a flama é parte da grande resplendecia egóica que anima tudo no universo objetivo.

Por isso, somos levados logicamente à posição em que, para estes três tipos de mantras, haverá um outro mantra que efetuará sua união e fusão.

Temos de fato:

Mantras que afetam kundalini e o despertam de maneira correta. Pelo poder da vibração, enviam-no, circulando, através dos centros, de acordo com sua natural progressão geométrica. Um ramo secundário desses mantras lida com o baço e com o controle dos fluidos prânicos com a finalidade de saúde, de vitalização, e de afetar o fogo na base da coluna.

Mantras que trabalham sobre a matéria do plano mental, em uma ou outra de suas duas divisões principais - abstrata e concreta - e que trabalham até numa maneira dupla, produzindo uma crescente capacidade de pensar, de manipular matéria mental e, agindo como um estimulante para o corpo causal, de ajustá-lo mais rapidamente como um veículo da consciência e prepará-lo para a desintegração final que é efetuada pelo fogo.

Mantras que evocam o Deus interior e trabalham especificamente sobre o Ego. Daí, estabelecem uma forte vibração no interior da Triada superior e, assim, ocasionam uma descida da força monádica ao corpo causal. Todos esses mantras podem ser usados separadamente e alcançam seu resultado particular.

Há sete grandes mantras, um para cada raio, que (quando usados pelo Mestre ou por um membro da Hierarquia) combinam todos os três efeitos. Eles despertam kundalini, trabalham no veículo causal no plano mental e estabelecem uma vibração na Triada, e assim, efetuam uma unificação do inferior, do superior e do quinto princípio. Isto é um reflexo do que ocorreu quando da vinda dos Senhores da Chama. Conduz à unificação completa e, daí por diante, destaca o homem como aquele em quem o amor se demonstra em ação com a ajuda da mente iluminada.

Esses são os quatro mais importantes mantras no que concerne à evolução e desenvolvimento individuais, e são bem conhecidos por todos os que treinam discípulos para a iniciação. Mas, por si sós, mesmo que descobertos pelos não preparados, pouco podem realizar, pois seu uso deve ser acompanhado pelo poder que provém da aplicação do Cetro da Iniciação. Este Cetro, através de seu diamante coroado, focaliza os três fogos da mesma maneira que uma lente reage ao sol e causa uma conflagração.

Dei-vos aqui muitas informações em poucas palavras. O assunto está muito condensado. Tem uma especial significação para o homem que se aproxima do Caminho da Iniciação. Ponderai cuidadosamente nisto que é revelado, pois ao meditar sobre isso no silêncio do coração, poderá fazer-se a luz, e o fogo interior cintilar com mais calor.

Outros mantras relacionados com o fogo poderão ser enumerados mais adiante. Há dois grupos que são contatados pelo uso de certos sons rítmicos:

Os elementais do fogo e suas várias hostes nas entranhas da Terra, na superfície da Terra e no ar acima da Terra.

Os devas do plano mental que são, essencialmente, os devas do fogo.

Com os mantras que afetam os elementais do fogo, nada há a ser dito ou revelado. São, em muitos aspetos, os mais perigosos e mais poderosos dos elementais que atendem à economia da terra. Eles ultrapassam em número todos os demais elementais e são encontrados em todos os planos, do mais alto ao mais baixo. Os elementais da água ou da terra somente são encontrados em certos locais ou esferas no sistema solar, enquanto os elementais mais numerosos seguintes são os do ar.

Mantras para invocá-los, controlá-los e dispensá-los eram de uso comum entre os atlantes. Os perigos despertados e a ameaça minando a terra pelo uso indiscriminado dos elementais, de tal modo perturbaram o apurado trabalho dos planos logoicos e tanto desagradaram os Guias da raça, que o conhecimento foi retirado. A raça-raiz Atlante desapareceu através de desastres pela água, por inundações, por submersões; quando lembrardes ser a água o natural inimigo do fogo, e que os dois grupos de elementais não têm ponto de unificação neste estágio, sereis capazes de entender um ponto interessante sobre os cataclismos atlantes.

Mantras chamando os devas do fogo estão igualmente bem guardados, não somente devido aos perigos envolvidos, mas pelas obstruções que são causadas no tempo, quando esses devas são insensatamente chamados e, mantidos pelo encantamento mântrico, desviados de sua vocação essencial. Muitos grupos menores, que trabalham especificamente com diferentes faixas de elementais e devas, serão encontrados sob esses dois grupos de formas mântricas.

Enumeramos aqui seis grupos de mantras relacionados com o fogo. Há ainda uns poucos mais que enumerarei rapidamente.

Mantras purificadores que despertam um fogo que purifica e arde em um dos três planos inferiores. Isso é efetuado através da atividade dos elementais, controlados pelos devas do fogo, e sob a orientação direta de um iniciado ou discípulo, com alguma finalidade purificadora específica. A finalidade pode ser purificar um dos corpos, ou um lugar, uma casa ou um templo.

Mantras que invocam fogo para a magnetização de talismãs, de pedras e de locais sagrados.

Mantras que efetuam curas pelo uso oculto da chama.

Os mantras usados:

a - Pelo Manu, ao manipular o que seja necessário para a movimentação de continentes e submersão de terras.

b - Pelo Bodhisattva, ao estimular a flama interior em cada ser humano.

c - Pelo Mahachohan, em Seu trabalho com a inteligência, ou o quinto princípio.

Todas essas formas mântricas e muitas outras existem... O primeiro passo para obter esses mantras é a aquisição da faculdade da meditação ocultista, pois não é apenas a pronúncia de palavras que traz o fim desejado, mas a concentração mental que visualiza os resultados a serem atingidos. Isso deve ser acompanhado pela vontade que compele aqueles resultados a serem dominados por quem entoa os sons. Essas formas mântricas são perigosas e inúteis, se separadas do equilíbrio mental concentrado do homem e de seu poder para controlar e vitalizar.

21 de agosto de 1920.

Chegamos agora à última divisão de nossa sexta carta.

O Uso da Forma Coletivamente

Proponho ocupar-me disso sob três títulos que, para efeito de esclarecimento, chamaremos:

1 - O uso do som, coletivamente, numa forma de meditação.
2 - O uso do ritmo, coletivamente, na meditação.
3 - Ocasiões especiais nas quais essas formas são usadas.

...Já tratamos exaustivamente, nesta série de cartas, da meditação individual e nos ocupamos do assunto sob muitos e variados ângulos. Em toda nossa consideração do assunto foi apenas divulgado o essencial para despertar o interesse do estudante e incitá-lo a um maior esforço, a um estudo mais rigoroso e a uma investigação mais profunda. Somente o que é compreendido e entendido como um fato na experiência pela consciência interior vale de algo no árduo caminho do desenvolvimento ocultista. Teorias e conceitos mentais de nada adiantam. Apenas aumentam a responsabilidade. Somente quando essas teorias são postas à prova e são consequentemente conhecidas como fatos reais da natureza, e somente quando os conceitos mentais são trazidos e demonstrados no plano físico, na experiência prática, poderá o estudante estar em posição de indicar o caminho a outros pesquisadores e estender a mão em ajuda aos que vêm atrás. Dizer: "ouço" pode mostrar-se útil e encorajador; acrescentar àquelas palavras: "creio", pode trazer acrescida certeza; mas proclamar: "sei" é o imprescindível nessas negras horas da Kali Yuga. Os conhecedores são poucos ainda. Entretanto, saber é plenamente possível e depende apenas de diligência, sinceridade, e da capacidade do estudante no caminho, em permanecer firme no sofrimento.

Tendo agora uma pequena ideia dos resultados a serem alcançados e dos métodos a serem empregados na meditação individual, e tendo ampliado um pouco o conhecimento sobre o uso das formas pelos indivíduos, podemos nos ocupar do assunto do ponto de vista coletivo.

Algumas das coisas mais importantes a se observar sobre o uso coletivo das formas é que ele tem uma yoga universal, é muito eficaz e pode também ser bem perigoso. A adoração coletiva da Divindade e a execução de rituais religiosos em uníssono são parte da vida pública de todos os povos para que sua razão de ser, e os resultados alcançados, possam ser negligenciados. Todas as religiões - Cristãs, Budista, Hindu, Maometana, afora a adoração fetichista distorcida da raça mais degradada - têm enfatizado o valor e a eficiência de um esforço unido para entrar em contato com o Divino. Os resultados são inevitavelmente alcançados, percorrendo todo o caminho desde a sensação calma e pacífica que repousa no participante dos mistérios cristãos, ao frenesi e giros do mais selvagem dervixe ou do mais ignorante zulu. A diferença jaz na habilidade do adorador em assimilar a força, e na sua capacidade em retê-la. Esses pontos são definidos por seu lugar na escada da evolução e pelo controle emocional e mental do que possa estar possuído.

O primeiro postulado a ser lembrado ao se considerar o uso coletivo da forma em meditação é que aquelas formas, ao empregar o som e o ritmo, deverão abrir um funil de comunicação entre os que nelas tomam parte e as Inteligências ou Poderes de quem elas estão procurando se aproximar. Por meio deste canal que penetra do físico ao emocional, ou ainda mais acima, até um ou outro dos níveis mentais, as Inteligências ou Poderes estão capacitados para derramar luz ou poder esclarecedores de alguma espécie naqueles que d'Eles assim se aproximam. O funil forma um canal por onde o contato pode ser feito. O processo inteiro é puramente científico e baseado na vibração e no conhecimento da dinâmica. Depende da formação exata, através do conhecimento ocultista, de um vácuo. A assertiva ocultista de que "A Natureza abomina o vácuo" é inteiramente verdadeira. Quando, através da emissão correta de certos sons, esse vácuo ou funil vazio entre o superior e o inferior é formado, a força ou poder de alguma manifestação da energia fohática derrama-se no canal, sob o inexorável trabalho da lei e, através desse funil, alcança seu objetivo.

É no mau uso deste conhecimento que se baseia muito do que chamamos arte negra, ou magia maléfica. Por intermédio da invocação e das formas, os Irmãos Negros (ou aqueles que se envolvem com o que ignorantemente chamais de poderes do mal) extravazam forças ligadas às inteligências negras em lugares elevados. Movimentam, dessa maneira, acontecimentos no plano físico, que têm sua origem nas escuras cavernas misteriosas do mal cósmico, tal como encontradas no nosso sistema solar. Da mesma forma, é possível dar-se vazão às ainda mais poderosas forças da luz e do bem, e fazer-se uso delas no interesse da evolução.

O Uso Coletivo do Som nas Formas de Meditação

Ocupar-nos-emos agora do assunto, especificamente, do ponto de vista do som. No estado e no uso da Palavra Sagrada, verificamos que ela tem um efeito tríplice: destrutivo, construtivo e pessoal - se assim me posso expressar - ou age diretamente, num sentido estimulante, sobre os centros do corpo. Esses três efeitos podem ser vistos no uso de todo som, coletivamente, e por um grupo grande de pessoas. Devemos, mesmo, enumerar, a bem do esclarecimento, um quarto efeito, o da criação de um funil. Este quarto efeito não é, senão, na verdade, uma síntese dos outros, pois os ajustamentos na matéria dos três planos inferiores têm de ser feitos nesta criação de um canal de comunicação. Esses ajustamentos resultam, primeiro de tudo, na destruição da matéria obstrutiva e, depois, na construção de um canal para ser usado. Isto é conseguido precisamente através da utilização dos centros. Este último ponto é de interesse fundamental e encerra o segredo do mais possante uso do som. Esse uso é sua projeção na matéria mental por intermédio de um ou outro dos centros superiores. Os efeitos alcançados por um grupo de pessoas que tenham o poder de trabalhar nos níveis mentais e de empregar simultaneamente um dos centros superiores (seja totalmente o centro da cabeça, ou um dos outros centros superiores em conexão com seu correspondente centro na cabeça) poderão ser incrivelmente poderosos. É um bem para a raça, ainda não possuir esse poder. Somente quando a união de pureza de intenções e uma dedicação altruísta ao bem, puderem ser encontradas, será permitido o retorno desse poder ao conhecimento comum do homem. Por enquanto, é praticamente impossível conseguir-se um número suficiente de pessoas no mesmo estágio de evolução, no mesmo ponto da escala, empregando o mesmo centro e respondendo à vibração do mesmo raio, para se encontrarem em uníssono e entoarem juntos a mesma nota ou mantra. Terão de estar, também, animados pelo amor puro e trabalhar inteligentemente para a elevação espiritual de todos.

Parte do poder da Hierarquia é baseada, exatamente, em Sua capacidade de fazer isso. A medida que a evolução progride e a matéria é mais plenamente compreendida, grupos de meditação mudarão do seu status presente, que é o de bandos de aspirantes sérios buscando iluminação, para grupos de trabalhadores labutando juntos, construtiva e inteligentemente para determinados fins. Na Bíblia Cristã, tendes o remanescente de uma lenda que chegou até nós, dos dias atlantes. Naqueles dias, o uso do som nos níveis físico e emocional era compreendido e praticado, sendo utilizado para fins egoístas na maioria dos casos. Ledes que, ao som de trombetas, soadas certo número de vezes, depois de um circuito rítmico em torno das muralhas de Jericó, elas ruíram. Isso se tornou possível pelo conhecimento de ocultismo pelos líderes do povo que, sendo versados na ciência do som e tendo estudado seus efeitos destrutivo e construtivo, sabiam o momento exato de empregar essa ciência e efetuar o fim desejado.

Estes sons podem ser agrupados sob três títulos:

A Emissão Uníssona da Palavra Sagrada

Este é um dos métodos mais comuns e o meio mais direto para formar um canal para a transmissão de poder. Se é tão eficaz no caso do indivíduo, como tem sido repetidamente demonstrado, certamente seu uso uníssono será tremendamente eficiente e mesmo perigosamente manifesto. Foi a perda do uso desta Palavra que invalidou e obstruiu a eficiência de todas as atuais manifestações de fé exotéricas, mas essa perda foi deliberadamente provocada devido aos perigos decorrentes do baixo ponto de evolução da hierarquia humana. Quando o uso dessa palavra for coletivamente restaurado e quando congregações de homens puderem entoá-la corretamente, na nota exata e na cadência, ou ritmo, certos, então o fluxo de força, vindo do alto (a qualidade dessa força dependendo da nota e do tom), será tal que a vivificação do microcosmo afetará as circunvizinhanças e o meio ambiente. Causará estimulação correspondente em todos os reinos da natureza, pois o reino humano forma uma ligação entre o superior e o inferior e, em conjunção com o reino dévico, provê um lugar de encontro para as forças da vida.

Esses efeitos sobre os diferentes centros serão sentidos definidamente em algum plano dos três mundos. Vou ilustrar, pois é necessário esclarecer. Preciso advertir-vos, entretanto, para terdes em mente que nenhuma importância deve ser posta, na ordem aqui especificada. Ainda não chegou o tempo para o fornecimento de informações precisas sobre esse assunto.

Suponhamos que uma congregação de pessoas esteja desejosa de se unir àquele canal de força que trabalha através das emoções e estimule, assim, a uma aspiração mais alta e ao amor. Permanecerão unidas em silêncio até que, a uma palavra do líder, cada um no grupo, deliberadamente, retirará sua consciência para o centro do coração, e então, desse centro do coração (mantendo a consciência firmemente aí), induzirá o som da Palavra Sagrada, emitida na nota a que a maioria do grupo responderá. Essa chave será determinada pelo líder clarividente do grupo, verificando rapidamente as auras à sua frente. Este som criará o canal necessário, e o resultado será uma enorme expansão temporária da periferia dos corpos emocionais dos participantes e uma intensa vitalização de seus centros do coração. Por esse meio, as pessoas ficarão capacitadas para alcançar grandes alturas e receber bênçãos que, separadamente, não seriam possíveis. Podeis imaginar, vós mesmos, outras condições. O uso da imaginação nesses assuntos é de real importância e desenvolve uma conexão entre aquela faculdade e sua contraparte superior, a intuição. Estudantes de meditação precisam aprender a imaginar mais.

A emissão uníssona de certos mantras que serão empregados para fins específicos. Exemplos de tais fins são:

a) A purificação de uma cidade.
b) A magnetização de lugares que deverão ser empregados como centros de cura.
c) A purificação das mentes da congregação para que estejam aptas a receber a iluminação superior.
d) A cura de pessoas reunidas com essa finalidade.
e) O controle das forças da natureza para que ocorrências no plano físico possam ter lugar.
f) A iniciação de pessoas nos Mistérios Menores.

Nesse parágrafo, como percebeis corretamente, jaz material que, ampliado, encheria um volume. Faz parte daquela magia branca que será novamente restaurada para a raça e, por intermédio da qual, uma glória e uma civilização, insinuadas nos dias atlantes, serão alcançadas, o que é um dos sonhos dos visionários da raça.

Mantras ou palavras emitidas coletivamente, pelas quais o reino dévico, ou o reino angélico, será contatado. Essas são um grupo especial de mantras relacionados com o departamento do Mahachohan e ocupar-me-ei especificamente deles mais adiante...

22 de agosto de 1920.

O Uso Coletivo do Ritmo na Meditação

O ritmo pode ser expresso como aquele movimento cadenciado que, automaticamente, leva aqueles que o empregam ao alinhamento com certas forças da Natureza. É aquela ação dirigida, seguida em uníssono por um grupo de pessoas, que resulta em certos alinhamentos e efeitos sobre um dos corpos ou sobre todos.

Tem, assim, para seus objetivos:

a) A oscilação de um corpo, ou um concurso de corpos, no raio de ação de uma corrente de força.
b) Causar um ajustamento da matéria de um dos vários corpos, ou de todos os corpos.
c) Fundir - sob certos balanceados e arranjos geométricos - as auras das diferenciadas unidades num grupo, e levar essas auras a formar uma aura grupal unida, assim permitindo o rítmico fluxo da força em certas direções específicas, para certos fins específicos.

Isso tem sido bem compreendido através das idades, mesmo que os métodos, procedimentos e resultados não tenham sido cientificamente compreendidos ou tabulados, exceto por alguns grupos ocultistas ou esotéricos. Nos velhos ritos, tidos como pagãos, o valor do ritmo era bem conhecido e até Davi, o salmista de Israel, dançou ante o Senhor. O balanceado do corpo numa certa cadência e a oscilação da estrutura do veículo físico em várias direções, sujeito às vezes ao som de instrumentos musicais, têm um efeito peculiar e definido sobre a matéria dos dois veículos mais sutis. Por este movimento rítmico:

1 - A força que é conduzida a essa matéria é dirigida (de acordo com o ritmo) a um ou outro centro do corpo.

2 - A matéria dos corpos emocional e mental estará inteiramente reajustada ou refundida, ocasionando certos efeitos com uma provável manifestação física.

3 - O alinhamento dos veículos é afetado e pode ser alterado eu mal feito, ou podem eles ser corretamente ajustados e postos em contato com o causal.

Este é um dos principais objetivos do verdadeiro movimento rítmico, distorções dos quais, nos chegaram através dos séculos e tem sua apoteose no tipo vulgar de dança moderna. Na dança moderna é encontrada a manifestação mais corrupta do movimento rítmico, e o efeito principal do ritmo e a direção da força levada ao veículo emocional por esse meio e ao tipo mais inferior de matéria naquele veículo. Isto resulta, no plano físico, na mais indesejável estimulação dos órgãos sexuais. No verdadeiro uso do movimento rítmico, o efeito é alinhar os três veículos inferiores com o veículo causal e esse alinhamento - quando unido à mais intensa aspiração e ao mais ardente desejo - resultam num fluir de força vinda do alto. Isso causa uma vivificação nos três centros maiores e uma definida iluminação.

Quando todo um grupo de pessoas está assim animado por um único desejo superior, quando suas auras se fundem e formam um canal unido para a descida do fluxo, o efeito é tremendamente intensificado e pode alcançar um raio de ação mundial. Tendes um exemplo disso no maravilhoso festival de Wesak, mantido tão universalmente na Índia até os dias de hoje, em que a própria Hierarquia se transforma num canal de transmissão de poder e bênção dos níveis nos quais o Buda pode ser encontrado. Ele age como um ponto focal para aquele poder, e - passando-o através de Sua Aura - derrama-o sobre a humanidade por intermédio do canal resultante dos Senhores, Mestres, iniciados graduados e discípulos reunidos. Este canal é formado pelo uso de som e ritmo empregados simultaneamente. Pelo entoar de certos mantras por meio de lentos movimentos cadenciados, que acompanham aquela entoação, o canal formado sobe à região desejada. As figuras geométricas formadas na matéria do plano superior ao físico (que é e resultado do movimento geométrico do grupo reunido naquele centro do Himalaia) formam, elas próprias, maravilhosas avenidas de aproximação ao centro das bênçãos para os habitantes, devas ou outros, de qualquer plano particular. Para aqueles que podem ver a cena clarividentemente, a beleza das formas geométricas é inimaginável, e essa beleza é realçada pelas radiantes auras dos Grandes Seres que estão aí reunidos.

Em tempos futuros, o valor da combinação da música, do canto, e do movimente rítmico será compreendido, e ele será utilizado para a obtenção de certos resultados. Grupos de pessoas se reunirão para estudar os efeitos criativos, eu a eficácia purificadora do som ordenado unido ao movimento e união; o efeito construtivo nos três corpos será estudado pela clarividência; o efeito eliminador, na matéria desses corpos, será cientificamente tabulado e todo conhecimento ganho será definitivamente aplicado no aperfeiçoamento desses corpos. A qualidade da força e seus regozijadores, vivificantes e estimuladores efeitos serão observados de perto. Os centros serão estudados em sua relação com as correntes de força contatadas, e sua cultura e a intensificação do movimento rotatório serão definidamente empreendidas.

Outro ângulo de todo o assunto reduz-se ao trabalho no mundo e, apesar de dependente do status e do pessoal do grupo, não é, primordialmente, para objetivos grupais. Grupos se dedicarão ao trabalho de contatar certos tipos de força logoica, de passá-la através do canal grupal, e de enviá-la ao mundo para certos fins construtivos. Esse trabalho se relaciona, de perto, ao desempenhado pelos Nirmanakayas ou Distribuidores de Força, e estará grandemente sob sua direção, pois - quando o tempo conveniente chegue - Eles estarão aptos a usar esses grupos como pontos focais para Suas atividades. Seu trabalho tem, agora, seu ponto focal principalmente no plano mental e, um tanto, no emocional. Quando o segredo do alinhamento causal for melhor entendido, e quando grupos de pessoas em encarnação física puderem trabalhar em real cooperação. (uma impossibilidade no presente, pois a personalidade ainda se mostra muito fortemente), então os Nirmanakayas poderão contatar diretamente o plano físico e, assim, atuar com grande força sobre as evoluções encontradas daí em diante.

Grupos de cura trabalharão como se segue. O círculo de servidores, com a unidade a ser curada colocada no meio deles, dedicar-se-ão, decididamente, à cura daquele ser, pelo uso de mantras escolhidos e, pelo acompanhamento de certos movimentos, farão, do participante enfermo, o ponto focal da força descendente. Pelo poder estimulante dessa força e por sua qualidade reconstrutora ou, por sua capacidade de destruir e eliminar, o que chamais milagres serão matéria de ocorrência diária. O assunto é muito vasto para ser, aqui mais do que apenas sugerido. Mas, à medida que a raça progredir e o segredo de conseguir a unificação for melhor compreendido, quando muitas pessoas palmilharem o Caminho Probatório, quando a porcentagem de iniciados for maior do que agora e quando muitos membros da raça humana estiverem mais diretamente alinhados com o corpo egoico, vereis a aplicação científica das leis do som e ritmo.

Ao mesmo tempo, vereis o abuso desses poderes - um abuso que anunciará uma das lutas finais entre os Senhores da Luz e os Senhores das Trevas. Grande será o cataclismo e terrível o desastre, mas sempre a Luz brilha na escuridão, e Aquele Que reina sobre todos e Que sustenta todos dentro da circunferência de Sua Aura, conhece o momento oportuno, e também sabe como utilizar aquilo que pode proteger.

Ocasiões Especiais nas quais Estas Formas Serão Usadas

O grande evento no planeta em relação direta com a raça humana e o festival de Wesak. Há no calendário um momento ainda maior, quando um canal é criado diretamente entre a Terra e o próprio Dirigente supremo, o Logos do nosso sistema. Isso é conseguido através do poder de certos mantras e os esforços unidos da Hierarquia e dos Senhores Devas dos planos. Esses Senhores Devas são ajudados pela evolução dévica, e a Hierarquia, por aqueles da raça humana que são firmes. Eles focalizam por meio dos Senhores dos Raios, então em manifestação, bem como pelo Logos Planetário deste planeta. A data deste evento não é, ainda, para comunicação exotérica.

Em todas as três principais linhas de aproximação - do Manu ou Dirigente; do Bodhisattva, ou Orientador Mundial; e do Mahachohan, ou Senhor da Civilização - seus próprios grupos específicos serão encontrados, subordinados a certos mantras e palavras, e se movimentando sob certas leis rítmicas. Posso dar-vos aqui apenas um indício mas penso que achá-lo-eis interessante. Chegará logo o tempo em que, aqueles que trabalham sob o Manu, manipulando nações, dirigindo sua atenção para o governo e a política, sentando-se nas assembleias do povo, outorgando as leis e distribuindo justiça, iniciarão todo seu trabalho com grandes cerimônias rítmicas. Por meio de seu ritmo unido e palavras entoadas, procurarão colocar-se em contato com a consciência do Manu e com Seu grande departamento governante, pondo assim, mais claramente em prática, a elaboração de Seus planos e a formulação de Suas intenções. Tendo alinhado seus corpos e feito o necessário canal, prosseguirão com o assunto depois de haverem colocado no meio deles, como um ponto focal de iluminação, um ou dois homens que manterão sua inteira atenção no perceber a intenção do Manu e de Seus subordinados, em relação ao assunto em mãos.

Da mesma forma, no departamento do Bodhisattva, um procedimento similar será seguido, para o qual a estrutura já está organizada. O sacerdote será o ponto focal e, depois da cerimônia e ritmo adequados por parte da congregação unida, serão eles os transmissores da informação do alto. Mas, aqui está um momentoso ponto de interesse: O sacerdócio nesses dias não será um corpo separado de homens. Todos serão sacerdotes e um leigo poderá dirigir aquele serviço, quando corretamente escolhido no começo da cerimônia. A única qualificação requerida será a capacidade de se alinhar com o superior e cooperar com todas as outras unidades da reunião.

No departamento do Mahachohan, o Senhor da Civilização e Cultura e o chefe da terceira linha da evolução, vereis, mais uma vez, ação semelhante. Nenhuma universidade, ou escola, começará suas sessões sem a cerimônia de alinhamento, sendo o professor, então, a linha focal de informação do departamento controlador da atividade da mente. Dessa maneira, a estimulação dos corpos mentais dos estudantes e a consolidação do canal entre a mente superior e inferior será grandemente auxiliada. A intuição será também desenvolvida e contatada. De maneira alguma cobri o assunto com as afirmativas acima. Apenas indiquei, em linhas gerais, o que, um dia, serão fatos em demonstração no plano físico. O pensamento veicula muita matéria para consideração e especulação e está cheio de utilidade para o estudante sagaz. Tudo que amplie seu horizonte e aumente seu raio de visão será bem-vindo, mesmo que sua apreensão desses fatos tenha sido enganosa e sua capacidade de assimilação deixe muito a desejar.

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