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Livros de Alice Bailey

Cartas sobre Meditação Ocultista


Carta VII
O USO DA COR E DO SOM

1 - Enumeração das Cores e Alguns Comentários
2 - As Cores e a lei da Correspondência
3 - Os Efeitos das Cores.
4 - A Aplicação das Cores e seu Uso Futuro.

27 de agosto de 1920.

É fora de dúvida que os transgressores da lei perecem pela lei, enquanto os que a observam, por ela vivem. O verdadeiro estudo do ocultismo é o estudo do porquê e do como dos fenômenos. É a descoberta do método pelo qual resultados serão alcançados, e isso envolve profunda análise dos eventos e circunstâncias, a fim de descobrir suas leis dirigentes. Fui hoje levado a fazer essas considerações iniciais porque percebi claramente as perguntas que estão ocupando Vossa mente. Essas indagações serão de grande valor, se continuardes a vos esforçar na busca da resposta correta. Certas leis definidas governam a vida do discípulo. São as mesmas leis que controlam toda vida. A diferença consiste na percepção parcial - da parte do discípulo - do propósito dessas leis, sua razão de ser e sua consciente e judiciosa aplicação às circunstâncias encontradas na vida diária. Pela conformidade à lei, é a vida pessoal transmutada... Tornai, por exemplo a Lei da Substância. Essa lei põe o discípulo na posição de utilizar sabiamente o armazém universal. É a manipulação da matéria e sua adaptação às forças interagentes da oferta e da procura... A fé cega está certa para o místico. É um dos meios pelos quais se penetra no armazém Divino, mas entender o método pelo qual esse armazém é mantido abastecido, e compreender os meios por onde a pródiga oferta do Pai é posta em contato com a necessidade dos filhos, é ainda melhor.

Posso agora dar uma daquelas máximas concernentes a oferta e procura. É somente quando é feita uma utilização habilidosa da oferta para as necessidades do trabalhador e do trabalho, (escolho cada uma dessas palavras deliberadamente) que aquela oferta continua a fluir. O segredo é: usai, pedi, tornai. É somente quando se abre a porta pela lei da procura, que uma outra porta superior é aberta, permitindo a oferta. A lei da gravitação oculta o segredo. Pensai nisso.

Algumas Considerações sobre a Cor

Agora temos que trabalhar. O assunto a ser considerado esta noite é de profundo e complicado interesse. Esta minha sétima carta tem a ver com o uso da cor e do som na meditação.

Em nossas cartas anteriores estivemos tratando, como sabeis, do assunto do som, tanto do estudo do uso da Palavra Sagrada, como do estudo das formas e dos mantras. É um truísmo dizer que som é cor e cor é som, entretanto assim é, e o tópico que procuro trazer à Vossa atenção não é tanto o som como som, mas os efeitos de cor, do som. Busco, nesta carta, enfatizar especialmente o aspecto cor pedindo que lembreis sempre que todos os sons se expressam em cor.

Quando o Logos emitiu a grande Palavra cósmica para este sistema solar, três correntes principais de cor fluíram, irrompendo quase simultaneamente em outras quatro, dando-nos, assim, as sete correntes de cor pelas quais a manifestação se torna possível. Essas cores são:

1 - Azul
2 - Índigo
3 - Verde
4 - Amarelo
5 - Laranja
6 - Vermelho
7 - Violeta

Não sem propósito coloquei-as nessa ordem mas a exata significação é deixada para que a descubrais.

Desejo enfatizar um segundo pensamento: estas sete correntes de cor são o produto da meditação logoica. O Logos meditou, considerou, concebeu mentalmente, formou um mundo ideal e construiu-o em matéria-pensamento. Então, o nosso universo objetivo veio à luz, radiante nas sete cores, com o azul escuro, ou índigo, como meio-tom sintético. Daí, certas coisas poderem ser postuladas sobre a cor:

1 - Tem a ver com a meditação objetiva e, por isso, com a forma.

2 - É o resultado do som proferido como a culminação da meditação.

3 - Nestas sete cores, e em sua sábia compreensão, jaz a capacidade do homem em fazer como faz o Logos, e construir.

4 - As cores têm certos efeitos nos diferentes veículos e nos planos nos quais aqueles veículos funcionam. Quando é conhecida do ocultista qual a cor aplicável a tal plano, e qual cor, portanto, é a tonalidade básica para aquele plano, terá ele apreendido o segredo fundamental do desenvolvimento microcósmico e poderá construir seu corpo de manifestação por melo das mesmas leis que aquele Logos empregou ao construir Seu sistema solar objetivo. Esse é o segredo que a meditação do raio eventualmente revelará ao sábio estudante. Esses quatro pontos lançam os fundamentos para tudo o que se segue.

Busco agora dirigir vossa mente para o ponto em que se discute se as cores enumeradas por mim se conflitam com as enumeradas por H. P. B .. Não achareis assim, mas ambos usamos disfarces e ambos usamos os mesmos disfarces, como podem ver os que têm olhos de ver. Um disfarce deixa de ser um disfarce quando reconhecido, e não ofereço a chave. Posso fazer, entretanto, uma ou duas alusões:

Cores complementares podem ser mencionadas em livros de ocultismo em termos recíprocos. O vermelho pode ser chamado verde, e o laranja poderá ser chamado azul. A chave para a interpretação precisa do termo empregado jaz no ponto da obtenção da unidade em discussão. Em se falando do Ego, um termo pode ser usado; se da Personalidade, outro; ao passo que a Mônada, ou esfera áurica superior, pode ser descrita sinteticamente ou em termos de raio monádico.

As cores da mente superior ou inferior são tratadas, às vezes, em termos do plano e não em termos do raio envolvido.

O azul índigo sendo relacionado cosmicamente e não apenas análogo, pode se; usado reciprocamente com o propósito de disfarce. Ilustrarei:

Os Senhores da Chama, no seu trabalho em conexão com este planeta podem ser referidos em termos de quatro cores:

a) Índigo, uma vez que Eles estão na linha do. Bodhisattva em conexão com o Raio do Amor ou Sabedoria. O Senhor do Mundo é um reflexo direto do segundo Aspecto.

b) Azul, devido à sua união com o Índigo e sua relação com o ovo áurico; do mesmo modo que o Logos Solar é refendo como "Logos Azul" (literalmente Índigo), também a cor do homem perfeito e o envoltório áurico através do qual ele se manifesta, serão predominantemente azuis.

c) Laranja, que é a complementar do azul e que tem conexão direta com o homem como uma inteligência. É o guardião do quinto princípio de manas, em sua relação com a totalidade da personalidade.

d) Amarelo, sendo o complementar do índigo, e também a cor de buddhi, estando na linha direta do segundo Aspecto.
Dei a ilustração acima para demonstrar a grande complexidade envolvida pelo uso dos disfarces, e também para mostrar que, para os que tem olhos de ver, até a escolha desses disfarces não é arbitrária, mas sujeita a normas e leis.

Torna-se óbvio, por conseguinte, por que é tão frequentemente enfatizado não ser de valia o manas inferior, em se tratando de assuntos esotéricos. Somente aquele que tem uma visão superior em processo de desenvolvimento pode esperar obter atingir alguma medida de discriminação acurada. Assim como o verde da atividade da natureza forma a base do aspecto amor, ou a vibração índigo deste sistema amor, o mesmo será também encontrado no plano mental. Mais não pode ser dito, mas aí fica alimento para pensar. O laranja também oculta o segredo dos Filhos da Mente, e o estudo da Chama (que mesmo exotericamente, amalgama todas as cores) traz iluminação.

Ao estudarmos esta questão da cor e som na meditação como melhor poderemos dividir nosso vasto assunto? Consideremo-la sob os seguintes títulos:

1 - Enumeração das cores e certo comentário consequente.
2 - As cores e a Lei das Correspondências.
3 - Os efeitos das cores:

a) Nos corpos do estudante.
b) Nos grupos ou no trabalho grupal.
c) No ambiente.

4 - Aplicação da cor:

a) Na meditação.
b) Para cura, na meditação.
c) No trabalho construtivo.

5 - O uso futuro da cor.

Deveríamos ser capazes de, resumir sob esses cinco títulos tudo o que já foi dito até agora. Talvez pouco do que eu possa dizer seja fundamentalmente novo, pois nada dou que não tenha sido encontrado no livro básico de H. P. B. Mas numa apresentação mais nova e, na agregação de material sob um título, poderão advir um esclarecimento e um posterior sábio ajustamento do conhecimento. Esta noite apenas acrescentarei uns poucos pontos além daqueles já dados. Retomaremos essas cinco divisões mais adiante.

As cores, tais como manifestadas no plano físico, se mostram no seu aspecto mais grosseiro e discordante. Mesmo os mais belos tons vistos pelo olho físico são duros e ásperos, comparados àqueles do plano emocional e, à medida que a matéria mais sutil dos outros planos é contatada, a beleza, a maciez e a bela qualidade dos diferentes tons crescem a cada transição. Quando a última e sintética cor é atingida, a beleza transcende toda concepção.

As cores - como aquelas com que temos a ver na evolução - são as cores da luz. Certas cores remanescentes do sistema solar anterior têm sido consideradas como modos de expressão daquele algo misterioso a que chamamos "mal cósmico" (na nossa ignorância, assim o denominamos). São cores involutivas e um meio para a força da Fraternidade Negra. O aspirante ao Caminho da Luz nada tem a ver com elas. São os tons marrom, cinza, o roxo escuro e os verdes lívidos que são contatados nos escuros lugares da Terra, no plano emocional e no nível inferior do plano mental. São negações. Seu tom é mais baixo do que a nota da Natureza. São os filhos da noite, segundo se compreende esotericamente. São a base da fascinação, do desespero e da corrupção, e devem ser neutralizados pelo discípulo dos Grandes Seres, através da admissão das cores relacionadas com a luz.

6 - A síntese de todas as cores, como foi dito antes, é o raio sintético do índigo. Ele subjaz a todas e absorve todas. Mas, nos três mundos da evolução humana, o laranja da chama irradia tudo. Esse laranja emana do quinto plano, subjaz ao quinto princípio e é o efeito produzido pela pronúncia esotérica das palavras ocultas "Nosso Deus é um Fogo consumidor". Essas palavras se aplicam ao princípio manásico, àquele fogo da inteligência ou razão que os Senhores da Chama divulgaram e que estimula e guia a vida da personalidade ativa. É essa luz da razão que guia um homem, através da Câmara do Conhecimento, até à Câmara da Sabedoria. Nesta última câmara suas limitações se tornam conhecidas e aquela estrutura construída pelo conhecimento (o corpo causal ou Templo de Salomão) é também destruída pelo fogo consumidor. Esse fogo consome a esplendorosa prisão que o homem erigiu através de muitas encarnações e liberta a divina luz interna. Então, os dois fogos se fundem, ascendem e se perdem na Luz Triádica.

Certas cores pertencem mais exclusivamente à Hierarquia humana, outras à dévica. A perfeição final chega por sua definitiva fusão e amálgama.

1 - Enumeração das Cores

Esta noite devemos continuar nosso estudo sobre a cor e detalhar nosso primeiro ponto; farei certos comentários e darei certas informações, advertindo-vos, novamente, outrossim, para o fato de que uso termos exotéricos e que a discussão é apenas para objetivos sugestivos. O próprio uso da palavra "Cor" mostra a intenção, pois, como sabeis, a definição da palavra desperta a ideia de esconder. Cor é, então, "aquilo que esconde". É simplesmente o meio objetivo pelo qual a força interior se transmite; é o reflexo, sobre a matéria, do tipo de influência que está emanando do Logos, e que penetrou na mais densa parte do Seu sistema solar. Reconhecemo-la como cor. O adepto conhece-a como força diferenciada e o iniciado de graus superiores conhece-a como a luz última, indiferenciada e indivisa.

Enumeramos ontem as cores, e o fizemos numa certa ordem. Procuro enumerá-las assim, novamente, apenas lembrando-vos desta vez que o Raio do qual todos os outros são somente sub-raios pode ser compreendido como um círculo de luz sêxtupla. Bastante apto está o estudante para representar sete faixas, prosseguindo para baixo, através dos cinco planos inferiores, até contatarem o plano da Terra e serem absorvidos na matéria densa. Não é assim na realidade. As sete cores podem ser consideradas como uma faixa de sete cores concêntricas e continuamente cambiantes, continuando a se mover através dos planos, de volta à sua fonte de origem... Essas sete faixas de cor emanam do Raio sintético. O sub-raio índigo do Raio índigo forma o caminho de menor resistência do âmago da matéria mais densa, novamente de volta à origem. As faixas de cor formam um anel concêntrico que, movendo-se a diferentes graus de vibração, passa através de todos os planos, circulando outra vez por cima e por baixo. O que procuro explicar aqui, em especial, é que essas sete faixas não se movem todas num mesmo ritmo, e aqui se esconde a chave da complexidade do assunto. Algumas se movem num ritmo mais rápido de vibração do que outras. Por isso - à medida que levam consigo suas mônadas correspondentes - tendes aqui a resposta à questão de por que alguns egos parecem fazer progresso mais rápido do que outros.

Esses anéis coloridos não seguem um curso desembaraçado e reto, mas entrelaçam-se numa maneira muito curiosa, misturando-se uns com os outros, absorvendo-se uns aos outros em ciclos estabelecidos, e se agrupando em grupos de três ou cinco, ainda que sempre se movendo para diante. Essa é a origem real do modelo em losango no dorso da serpente da sabedoria. Três principais linhas de cor devem ser descritas como moldura da pele da serpente, com as quatro outras cores entrelaçando-se. Algum dia, um estudante da cor e da Sabedoria Divina fará a compilação de um grande esquema dos sete planos e, superposta a esses planos, deverá ser colocada uma serpente da sabedoria de sete cores. Se corretamente desenhado em escala, alguns motivos geométricos interessantes serão encontrados onde os círculos cortam os planos, e certa impressão de complexidade do assunto dos sete raios será conseguida visualmente...

Certas breves afirmativas parecem estar de acordo:

O verdadeiro índigo é o azul da abóboda celeste numa noite sem luar. É a culminância e, na conquista da síntese por todos, a noite solar sobrevirá. Daí, a cor corresponder ao que o céu noturno proclama. O índigo absorve.

O verde é a base da atividade da Natureza. Foi a cor sintética para o sistema 1 e é a base para o atual sistema manifestado. O tom da Natureza é verde e, cada vez que alguém revê o manto no qual a terra está revestida, entra em contato com alguma força que alcançou sua consumação no sistema 1. O verde estimula e cura.

Procuro aqui chamar vossa atenção para o fato de não ser ainda permitido revelar o significado esotérico dessas cores, nem a exata informação quanto à sua ordem e aplicação. Os perigos são muito grandes, pois na exata compreensão das leis da cor e no conhecimento (por exemplo) de qual cor se refere a um raio particular, jaz o poder que o adepto maneja.

Comentários sobre as Cores

Certas cores são conhecidas e seria bom que as enumerasse aqui. O raio sintético é o índigo, ou azul escuro. É o Raio do Amor e da Sabedoria, o grande raio fundamental deste atual sistema solar, e é um dos raios cósmicos. Este raio cósmico se divide, para fins de manifestação, em sete sub-raios, como segue:

1 - Índigo e uma cor não revelada.
2 - Índigo-índigo O segundo sub-raio do Amor e Sabedoria. Encontra sua grande expressão no segundo plano monádico e sua maior manifestação nas mônadas do amor.
3 - Índigo-verde O terceiro sub-raio, o terceiro maior Raio da Atividade ou Adaptabilidade. É o raio básico do segundo sistema. É o grande raio para a evolução dévica.
4 - Índigo-amarelo O Raio da Harmonia.
5 - Índigo-Iaranja O Raio do Conhecimento Concreto.
6 - Índigo ... e uma cor não revelada. O Raio da Devoção.
7 - Índigo-violeta O Raio da Ordem Cerimonial.

Agora percebereis que não designo as duas cores, índigo-vermelho e índigo-azul, nem as distribuo por certos raios ou planos. Não que não seja possível fazê-lo, mas é a retenção desta informação que cria o problema. Certas coisas devem ser sempre lembradas em se tratando dessas cores:

Que dei seus nomes e aplicação exotéricos e que, de todas que dei, apenas duas correspondem à sua aplicação esotérica - índigo e verde. O Raio Sintético e o Raio da Atividade são, a este estágio, os dois únicos dos quais podeis ter absoluta certeza. Um é a meta do esforço e o outro é a cor básica da Natureza.

Que as outras cinco cores que dizem respeito à nossa evolução quíntupla mudam-se, interpenetram-se, combinam-se e não são compreendidas esotericamente, do mesmo modo que poderíeis imaginar pelo uso das palavras vermelho, amarelo, laranja, azul e violeta. Esotericamente, dificilmente fazem lembrar seus nomes, e mesmo estes são intencionais para ocultar e despistar.

Que cada uma dessas três cores e as outras duas são compreendidas só mesmo através de seus quatro sub-raios menores. Esta é a quarta ronda e apenas quatro sub-raios dessas cores foram já vislumbrados. Lembrando esses três pontos, não será dada ênfase indevida à informação aparente, e o estudante, sabiamente, guardará sua opinião.

Amarelo é outra das cores que chegaram a nós do sistema 1. A mistura do azul e do amarelo naquele sistema teve muito a ver com a produção da atividade. O amarelo harmoniza, marca a completação e a fruição. Observai como no outono, quando o processo da Natureza chegou ao seu termo e o ciclo se completa, esse amarelo do outono se espalha pela paisagem. Observai também que, quando o sol se derrama livremente, pode-se ver também o amarelo da seara. Assim é, na vida do espírito. Quando o quarto plano da harmonia ou de buddhi é alcançado, então há consumação. Quando o trabalho da personalidade está completo e quando o sol do microcosmo, o Ego, flui desimpedido até a vida pessoal, então chegam a fruição e a colheita. A unificação, ou a harmonização, foi feita e a meta foi atingida. Azul e amarelo combinados resultam em verde, e o azul sintético, ou índigo, (o aspecto amor e sabedoria) domina quando o plano de harmonia é alcançado. Leva então, ao terceiro plano de atma, onde domina o verde da atividade...

31 de agosto de 1920.

Continuando nosso estudo da cor e da meditação e nossa divisão detalhada desse estudo, destacaria - para vosso encorajamento - ser a parte que vos cabe, a de recepção e da publicação dessas cartas e das informações reveladas, enquanto a responsabilidade pelas informações permanece minha. Mesmo que não as compreendais e vos pareça serem contraditórias algumas das informações, devo insinuar, para vossa reflexão, que na interpretação esotérica jaz oculta metade do mistério, estando a outra metade dissimulada no fato de que toda interpretação depende do ponto de vista do intérprete e do plano no qual sua consciência esteja trabalhando. O valor do que agora revelo consiste nisso: que com o estudo da cor (que é uma forma do estudo da vibração) vem a capacidade para compreender a vibração pessoal, para sintonizar aquela vibração com a egoico e sincronizá-la depois com a do Mestre. Um dos principais métodos para efetuar-se esta sintonia é a meditação. Quando a inteligência percebe os fatos científicos relativos a este assunto, vem, então, a utilização desses fatos para o necessário avanço da vibração e o sábio desenvolvimento das cores.

Tratamos, em minha última carta, das quatro cores - azul, índigo, verde e amarelo - e muito interesse jaz neste grupo primário. Chegamos agora a um diferente grupo de cores, e um grupo que aparece naturalmente junto: laranja, vermelho e violeta.

Laranja. Esta cor é, para nosso objetivo, a cor do plano mental, a cor que marca a queima; é o símbolo da chama e, estranhamente curioso, a cor que simboliza a separação. Mas devo observar não ser o laranja oculto, exatamente a cor que entendeis pelo termo. O laranja exotérico é uma combinação de amarelo e vermelho; o laranja esotérico é um amarelo mais puro, o vermelho é raramente visto. Este laranja se forma pela vibração iniciada por um raio cósmico, pois deveis lembrar-vos que este quinto raio (como o quinto plano e o quinto princípio) está intimamente ligado ao raio cósmico da inteligência, ou àquele aspecto da atividade que encontrou sua grande expressão no primeiro sistema solar. O raio sintético daquele tempo era o verde, e encontrou um de seus aliados mais chegados no raio laranja ou, mente, ou inteligência demonstrando-se através da forma. Corresponde, neste sistema solar, ao Raio sintético do Amor e Sabedoria, e sua relação bem próxima com o quarto Raio da Harmonia. Este raio encontra uma demonstração no triângulo formado pela interação deles, como se segue:

PRIMEIRO SISTEMA SOLAR
Raio Verde
Terceiro Aspecto
Atividade ou Inteligência
Terceiro sub-raio Quinto sub-raio
Atividade Manas, mente
Verde-verde Verde-laranja
SEGUNDO SISTEMA SOLAR
Raio Índigo
Segundo Aspecto
Amor e Sabedoria
Segundo sub-raio Quarto sub-raio
Amor e Sabedoria Harmonia
Índigo-índigo Índigo-amarelo

No sistema de atividade, tendes o terceiro aspecto da mente universal, ou atividade, demonstrando-se através do laranja do sub-raio concreto... adaptabilidade através da forma - forma que expressa perfeitamente aquela atividade latente. De maneira análoga, no segundo sistema de amor, tendes o aspecto amor demonstrado pelo amarelo do raio da harmonia ou beleza - amor se expressando perfeitamente através da unidade, harmonia ou beleza. Anotai que uso, outra vez, termos que são dependentes, para exatidão de sua Interpretação exotérica ou esotérica.

Por isso, para retornar ao que Eu disse anteriormente, este laranja aparece como uma vibração iniciada por um antigo raio cósmico de atividade, no sistema solar anterior; a força do laranja (que é compreensão científica pela inteligência) aparece para aperfeiçoar o elo entre espírito e forma, entre a vida e os veículos através dos quais ela está buscando expressar-se.

Podemos repartir as grandes cores básicas entre os vários termos que usamos para expressar a totalidade do universo manifestado:

1. Aspecto Vida 2. Aspecto Forma 3. Aspecto Inteligência
Espírito Matéria Mente
Consciência Veículo Vitalidade
Eu Não-Eu Relação entre
 
Raio Raio Raio
2. Amor e Sabedoria 1. Poder ou Vontade 3. Atividade ou Adaptabilidade
4. Harmonia 7. Lei Cerimonial 5. Conhecimento Concreto
6. Devoção 5. Conhecimento Concreto  

Esta é apenas uma das maneiras pelas quais os raios podem ser repartidos, e considerados como influências que têm efeito direto sobre a vida evolutiva ou sobre a forma na qual ela evolui por meio daquele terceiro fator, a inteligência. Essas três divisões fazem os três pontos de um triângulo cósmico: 

e a corrente dos raios, agindo macrocosmicamente entre os três, tem sua correspondência microcósmica no fogo de kundalini (despertado através da meditação), atuando numa forma geométrica precisa entre os três centros maiores:

Todos os sete raios interagem entre a vida, a forma e a mente interior, e são, em sua própria essência, aqueles três. Eles são vida, eles são forma, eles são inteligência, e sua totalidade é o universo manifestado. Todos os sete, em ocasiões diferentes, agem sobre os diferentes aspectos.

A mais importante interação existe entre:

a) O Raio Amor-Sabedoria e o Raio Harmonia, como se passa entre o plano monádico e o búdico.

b) O Raio do Poder e o da Lei Cerimonial, exatamente como se passa entre o primeiro e o sétimo planos.

c) O Raio da Atividade, ou da Adaptabilidade, e o do Conhecimento Concreto, ou da Ciência, como se passa precisamente entre o terceiro plano de atma e o quinto da mente. Verde e laranja foram aliados no primeiro sistema solar e continuam aqui sua aliança. Franqueei vastos campos de pensamento a todos os verdadeiros estudantes.

Na relação entre o índigo, o azul e o amarelo, oculta-se um segredo.
Na relação entre o verde, o laranja e o vermelho, outro é revelado.
Na relação entre o azul, o vermelho e o violeta, jaz ainda outro mistério.

O estudante que, usando sua intuição, apreender esses três mistérios, terá encontrado a chave para o ciclo maior e possuirá a chave para o desenvolvimento evolutivo. Lembrai, pois, ao estudardes o microcosmo, que a mesma relação será encontrada, e abrirá o portai para o "Reino do Deus interno".

O vermelho é, para todo propósito aparente, uma das cores mais difíceis de se considerar. É classificado como indesejável. Por que? Porque foi considerado como a cor de kama, ou desejo vil, e a imagem do vermelho escuro e lúgubre no corpo emocionai do homem não desenvolvido surge sempre à mente. Entretanto - em algum tempo distante - o vermelho será a base de um sistema solar e, na fusão perfeita do vermelho, do verde e do azul, completar-se-á, finalmente, o trabalho do Logos e a consumação da pura luz branca.

O sistema atividade era verde.
O sistema amor é azul.
O sistema poder será vermelho.

O resultado da amálgama do vermelho, do azul e do verde é - como o sabeis - o branco, e o Logos terá, então, esotericamente, "lavado Seus mantos, tornando-os brancos no sangue", exatamente como o microcosmo, num sentido menor, o realiza no processo da evolução.

Violeta. De uma curiosa maneira, o violeta, Ralo da Lei Cerimonial ou da Ordem, é um raio sintético, quando manifestado nos três mundos. Assim como o sintético Raio do Amor e da sabedoria é a síntese de todas as forças da vida, também nos três mundos o sétimo raio sintetiza tudo que diga respeito à forma. No primeiro plano, a vida está no seu mais puro e superior aspecto sintético indiferenciado no sétimo plano, a forma está no seu aspecto mais denso, grosseiro, diferenciado; um é resumido no sintético Raio do Amor, enquanto o outro é influenciado pelo sétimo.

Uma síntese é também encontrada no fato de que, por meio do violeta os reinos humano e dévico podem encontrar um ponto de contato. Esotericamente, o violeta é branco. Na fusão desses dois raios, os sete Homens Celestiais atingem a perfeição e completação, e são considerados, esotericamente, brancos - o sinônimo da perfeição.

Outro ponto de síntese é o fato de que, através da dominância deste sétimo raio, vem um ponto de união entre o físico denso e os corpos etéricos. Isto é de máxima importância no macrocosmo e para o estudante de meditação. É necessário efetuar esta união e este alinhamento, antes que a transmissão do ensinamento ao cérebro físico denso possa ser, de algum modo, considerada exata. Tem estreita relação com o alinhamento dos centros.

Procurei apenas indicar, nas observações acima, as linhas do pensamento que, se seguidas à risca, poderão levar a resultados surpreendentes. Pelo estudo das cores e dos planos, pelo estudo da cor e do seu efeito e relação com o lado vida, e pelo estudo do lado forma da mente, muito de valor virá ao estudante de meditação, desde que sempre faça três coisas:

1 - Procure encontrar as cores esotéricas e sua correta aplicação aos planos e centros, aos corpos através dos quais se manifesta, e aos corpos através dos quais o Logos se manifesta (os sete planetas sagrados); às rondas e às raças, e aos ciclos de sua própria vida individual. Quando puder fazer isso, terá em suas mãos a chave de todo conhecimento.

2 - Esforce-se para dar aplicação prática a toda verdade demonstrada para sua vida pessoal de serviço nos três mundos, e procure ajustar seus métodos de trabalho aos métodos manifestados pelo Logos através dos sete raios ou influências. Quero dizer com isso que, pela meditação, ele traz sua vida, metodicamente e em ciclos ocultos ordenados, sob aquelas sete influências e, assim, obtém uma beleza ordenada na sua manifestação do Ego.

3 - Lembre-se, sempre, de que a perfeição, como a conhecemos, é apenas parcial e não real, e que, até mesmo a própria perfeição, tal como entendida pela mente do homem, é somente uma ilusão, e que unicamente a próxima manifestação logoica revelará a glória final em vista. Enquanto houver cores diferenciadas, haverá imperfeição. Lembrai que a cor, como a conhecemos, é a percepção, pelo homem usando um corpo da quinta raça-raiz, na quarta ronda da quarta cadeia, de uma vibração que contata o olho humano. O que será, então, a cor vista por um homem da sétima ronda, num corpo da sétima raça-raiz? Mesmo então, uma completa gama de cores de extraordinária beleza estará fora e além de sua compreensão. A razão é terem sido apenas dois grandes aspectos da vida logoica completamente demonstrados, e o terceiro, só parcialmente será revelado, esperando que o ainda maior "Dia seja conosco" cintile em perfeito resplendor. Esta palavra "resplendor" tem um sentido oculto merecedor de vossa consideração.

3 de setembro de 1920.

Na firme adesão ao próximo dever e na firme colocação do pé à frente para o passo seguinte, abre-se o caminho para o Mestre, a concomitante superação de todas as dificuldades. Na formulação de conceitos mentais superiores e em sua expressão no plano físico, jaz aquele desenvolvimento do corpo mental que permite um influxo ainda maior da vida superior. A capacidade para refletir verdadeiramente o ponto de vista superior vem da estabilização das emoções e da transferência do desejo daquele plano para o búdico. A capacidade para externar o que o homem interior sabe, vem do corpo físico disciplinado, purificado. Se esses três itens forem seguidos, a lei pode, então, trabalhar, e a emancipação poderá ser apressada. As pessoas se perguntam: como pode a lei trabalhar? Qual a parte que nos cabe na elaboração da ação que dá origem à lei na vida individual? Simplesmente pela adesão, como acima declarado, ao dever superior, e por uma ordenação na vida da personalidade, para que aquele dever seja perfeitamente realizado.

As Cores Esotéricas e Exotéricas

Hoje, nosso assunto é o segundo da carta sobre o uso da cor e diz respeito à lei das correspondências e da cor... O significado esotérico das cores exotéricas não está ainda totalmente revelado, como já disse. Alguns destes significados foram enunciados por H. P. B., mas seu sentido não foi suficientemente apreendido. Uma sugestão para vossa sábia consideração. Algumas das informações dadas na Doutrina Secreta, concernentes à cor e ao som, dizem respeito ao primeiro sistema solar e algumas se referem a uma parte do segundo sistema solar. A diferença não foi naturalmente entendida, mas, como um fato-chave a ser estudado numa nova escola, a revelação será grande. Nessa afirmação quanto ao significado esotérico das cores, Eu as tabularei para vós (mesmo que possa ser encontrado na Doutrina Secreta), para formar a base de comunicações posteriores, tais como tenciono divulgar.

Exotérica Esotérica
Púrpura Azul
Amarelo Índigo
Creme Amarelo
Branco Violeta

Apenas quatro podem, por enquanto, ser comunicadas, mas, se corretamente compreendidas, ocultam a chave da presente quarta ronda e de sua história. Sendo esta a quarta cadeia e a quarta ronda, percebereis daí, como a história do presente se situa no número quatro. Instaria, especialmente a vós que sereis os instrutores e estudantes da próxima geração, que ponderásseis no que significa ser o branco, esotericamente, violeta. Isso tem especial aplicação agora, com a entrada do raio violeta; o sétimo raio, sendo um dos três maiores nesta ronda, maneja o poder em relação ao quatro, no quatro e sob o quatro.

As cores esotéricas dos exotéricos vermelho, verde e laranja, não podem ainda ser reveladas ao grande público, apesar de estudantes e chelas aceitos, em cujo discernimento pode-se confiar, poderem alcançar o necessário conhecimento com esforço.

Gostaria de salientar aqui outras considerações que podem ser melhor compreendidas por uma breve reflexão sobre a lei da analogia e da correspondência. Poderíamos, por isso, considerar os pontos seguintes:

a) Onde o microcosmo e o macrocosmo se correspondem.
b) As correspondências básicas.
c) A cor no microcosmo e no macrocosmo.

Vamos tomar brevemente cada ponto, pois na correta apreensão da lei, jaz a habilidade de pensar esotericamente e de retirar o significado interno dos acontecimentos externos.

Correspondência Microcósmica e Macrocósmica

A relação entre o microcosmo e o macrocosmo é precisa, e existe não só de modo geral, mas também em particular. Este é um fato- para ser compreendido e considerado. À medida que o conhecimento aumenta e o progresso é alcançado, e a habilidade para meditar resulta na faculdade de transmissão da Tríada superior à Personalidade através do causal, então esses fatos serão ainda mais claramente demonstrados em detalhe, e a perfeita compreensão sobrevirá. "Tal como é em cima é embaixo" é um truísmo corriqueiramente repetido, mas pouco entendido. O que é encontrado em cima e o que estará, consequentemente, se desenvolvendo embaixo?

Em cima serão encontrados Vontade, Amor e Atividade, ou Poder, Sabedoria e Inteligência, os termos que usamos para esses três aspectos da manifestação divina. Embaixo, serão encontrados estes três em processo de manifestação:

a) A Personalidade expressa inteligência ativa.
b) O Ego expressa amor ou sabedoria.
c) A Mônada expressa poder ou vontade.

Tendes nos três mundos da Personalidade:

a) O físico, expressando um reflexo do aspecto atividade.
b) O astral, expressando um reflexo do aspecto amor ou sabedoria.
c) O mental, expressando um reflexo do aspecto poder ou vontade.

O que tendes, descrito exotericamente, quanto às cores desses três corpos?

a) O violeta do físico, tal como é expresso no etérico.
b) O rosa, ou vermelho, do astral.
c) O laranja, do mental.

O que tendes na Triada, ou mundo do Ego tríplice?

a) Manas superior, expressando o aspecto atividade ou inteligência.
b) Buddhi, expressando o aspecto amor ou sabedoria.
c) Atma, expressando o aspecto vontade ou poder.

Quais são, então, as cores desses corpos, exotericamente descritas?

a) O azul dos níveis manásicos superiores.
b) O amarelo do nível búdico.
c) O verde do nível átmico.

Estão em processo de transmutação. Tendes que efetuar a mudança da cor correspondente, do inferior ao superior. Comparai esta informação aqui divulgada, com a dada em cartas anteriores, sobre a transferência da polarização.

Há uma correspondência direta entre:

a) O violeta do nível etérico e o azul do mental superior.
b) O rosa do astral e o amarelo do búdico.
c) O laranja do mental e o verde do átmico.

O segredo de tudo será encontrado na aplicação das leis ocultas da meditação.

Novamente, podeis transferir a gama completa das cores para mais alto e efetuar a correspondência na Mônada.

a) O verde do terceiro aspecto.
b) O azul sintético, ou índigo, do segundo aspecto.
c) O vermelho do primeiro aspecto.

Assinalarei aqui que, à medida que retornais ao centro da evolução do sistema, a nomenclatura dessas cores é mais desorientadora. O vermelho, por exemplo, não tem nenhuma semelhança com aquele chamado vermelho, ou rosa, no plano inferior. O vermelho, o verde e o índigo, desses planos superiores, são praticamente novas cores, de uma beleza e transparência inconcebíveis. Se corretamente interpretadas, encontrareis aqui uma ideia da correspondência entre o microcosmo e o macrocosmo.

Exotericamente, as cores têm a ver com a forma. As forças ou qualidades que aquelas cores dissimulam e escondem, dizem respeito à vida que evolui dentro dessas formas. Pelo uso da meditação, a ponte que contata essas duas é formada. Meditação é a expressão da inteligência que liga vida e forma, o eu e o não-eu e, em tempo e nos três mundos, o processo desta conexão terá lugar no plano da mente que une o superior e o inferior. A correspondência será sempre perfeita. Por isso, através da meditação, virá aquele conhecimento que produzirá três coisas:

1 - Dará o significado interior da cor exotérica.
2 - Plasmará as qualidades que aquelas cores velam.
3 - Efetuará a necessária transmutação das cores da Personalidade para a Triada e, mais tarde, da Triada para a Mônada.

O corpo causal age como uma síntese dessas cores na vida do Ego reencarnante, da mesma maneira que o raio sintético mescla todas as cores na manifestação logoica. Esforçai-vos para manterdes claro em vossa mente... serem as cores expressões da força ou qualidade. Elas ocultam, ou velam, as qualidades abstratas do Logos, qualidades que se refletem no microcosmo, nos três mundos, como virtudes ou faculdades. Por isso, assim como as sete cores ocultam qualidades do Logos, também essas virtudes se demonstram na vida da personalidade e são transferidas, objetivamente pela prática da meditação; dessa maneira, cada vida será vista como correspondente a uma cor. Refleti sobre isso.

As Correspondências Básicas

É no estudo destas correspondências nos diferentes departamentos do universo manifestado e na aplicação dessas cores à sua dose ajustada, que sobrevém a beleza do todo sintético e a iluminação da vida microcósmica. Enumeremos, ou tabulemos, de maneira generalizada, deixando a elaboração detalhada ao estudante de meditação. Mais, à esta altura, não é possível.

1 - O sistema solar tríplice.
O jiva evolucionário tríplice.
Os três aspectos do Logos.
A Mônada tríplice.
A Triada espiritual, o Ego.
A Personalidade tríplice.
Os três mundos da evolução humana.
As três pessoas da Divindade.

2 - Os quatro Senhores da Lipika.
Os quatro Maharajahs.
O homem inferior quádruplo, o quaternário.

3 - Os cinco planos da evolução humana.
Os cinco sentidos.
O quíntuplo departamento do Mahachohan.
Os cinco reinos da natureza.

a) O reino mineral.
b) O reino vegetal.
c) O reino animal.
d) O reino Humano.
e) O reino espiritual ou super-humano.

O quinto princípio de manas.

4 - Os sete raios das hierarquias.
As sete cores.
Os sete planos de manifestação.
Os sete Kumaras.
Os sete princípios do homem.
Os sete centros.
Os sete planetas sagrados.
As sete cadeias.
As sete esferas.
As sete rondas.
As sete raças-raiz e sub-raças.
As sete iniciações.

O que procuro enfatizar no quadro acima é que, para o adepto, a correspondência de todos esses é perfeitamente conhecida e existe em termos de consciência, em termos de forma e em termos de inteligência, Ele a conhece - se assim me posso expressar - em termos de cor, ao lidar com a forma; em termos de som, ao lidar com o lado vida, e em termos de vitalidade, ao lidar com a inteligência ou o aspecto atividade. A declaração acima demandará muito pensamento sério: contém uma afirmação do fato ocultista. De acordo com estas três linhas de abordagem, tais como foram tratadas em nossa carta anterior, será o uso dos termos como acima descritos.

A Cor no Microcosmo e no Macrocosmo

Há aqui muita dificuldade, devido ao processo de constante mutação. A cor no microcosmo está sujeita aos seguintes fatores:

1 - O fator do raio do Ego.
2 - O fator do raio da Personalidade.
3 - O fator do ponto em evolução.

Um indício pode aqui ser fornecido. A um baixo ponto da evolução, as cores são grandemente baseadas no aspecto atividade. Mais tarde vem o trabalho no aspecto amor ou sabedoria que tem três efeitos:

a) O esmaecimento de cores dos invólucros inferiores que são os remanescentes de um sistema anterior. Envolve a eliminação de matizes como o marrom e o cinza.

b) A transmutação de certas cores nas de tons superiores.

c) Um efeito de transparência, ou uma radiação ou brilho fundamental, resultante da maior pureza de corpos e das dimensões da sempre crescente flama interior.

4 - O fator do raio, ou raios, demonstrando estar saindo ou entrando em manifestação. Esses raios afetam necessariamente os egos encarnados; causam uma certa mudança de vibração ou uma consequente de coloração ou de qualidade. Se, por exemplo, um homem está no Raio da Ciência e fica sob a influência do entrante Raio da Harmonia, será bem visível o efeito sobre sua tendência de pensamento e, consequentemente, sobre a cor que ele estará demonstrando. Todos esses fatores causam a mescla e a mistura e a fusão o que é praticamente inextricável e confuso para o homem, do ponto de vista dos três mundos.

... Levo em consideração vossa ideia de que mesmo essas alusões não conduzem senão a uma confusão aparentemente maior. Mas, pela constante aplicação ao assunto em mãos, pela frequente reflexão e meditação sobre as cores, e por um esforço para alcançar seu significado esotérico e Sua aplicação microcósmica, aparecerá gradualmente o fio que fará o estudante sair da confusão para a clara luz do conhecimento perfeito. Tende, pois, coragem, uma ampla elasticidade de visão, e habilidade para reservar-vos de emitir opinião até que fatos posteriores sejam demonstrados, bem como uma capacidade de evitar assertivas dogmáticas. Esses serão vossos melhores guias nos primeiros tempos de vossa busca. Pela meditação e pela receptividade ao ensinamento superior, muitos encontraram o caminho da Câmara do Conhecimento para a Câmara da Sabedoria. Somente na Câmara da Sabedoria pode ser verdadeiramente conhecida a interpretação esotérica das cores. Nessa Câmara, penetra-se através da meditação que prepara o estudante para aquela iniciação que abre, para ele, a porta. Por isso, apoiai-vos na meditação e não hesiteis ante o propósito.

14 de setembro de 1920.

Temos para discussão, hoje, algo de real aplicação espiritual no sentido prático. Muito do que vos revelei proveu alimento para pensar e para especulação. Leva ao desenvolvimento da mente superior e, pelo estímulo da imaginação, desenvolve, até certo ponto, a intuição. Muito disso se tem mantido como uma profecia e uma sustentação de um ideal que será alcançado algum dia. Somente mirando a meta e enfatizando aquele ponto, será o homem induzido a fazer o necessário esforço e a aproximar-se, assim, em parte, da posição desejada. Mas hoje descemos à vida prática e à imposição, sobre a personalidade, de uma cetra medida do ritmo. Fazemos isso em nosso estudo do terceiro ponto a respeito do efeito da cor sobre:

a. os corpos do estudante.
b. os grupos com os quais esteja afiliado.
c. seu ambiente.

O ponto a que procuro especialmente dar ênfase é o lado vida, e não o lado forma, da cor. Como já escrevi anteriormente: a cor é apenas a forma assumida pela força, de alguma espécie, quando aquela força se move numa certa medida, e quando sua ação e movimento são impedidos ou não-impedidos pelo material através do qual ela age. Nessa frase, jaz a chave para a solução do problema quanto às diferenças de cor nos planos superiores e nos inferiores. A resistência da matéria à afluência da força ou vida, e sua relativa densidade ou rarefação, conta muito para a distinção da cor. Uma das distinções tem necessariamente, uma base cósmica, e é, consequentemente, de difícil apreensão pelo homem tridimensional, nesta quarta ronda. Mas a razão básica da diferença pode ser suficientemente apreendida para levar o estudante a compreender a necessidade absoluta de firmemente refinar seus veículos, para que a força possa irradiar através deles com maior facilidade. É, portanto, nos três planos interiores, uma questão de viver de modo prático e trazer os três corpos sob regras definidas de refinamento.

Em termos de desenvolvimento espiritual, e não tanto em termos de forma, essas forças se manifestam pelas virtudes, como as chamais, pelo magnetismo e pela vitalidade e inteligência. Para abreviar, à medida que o estudante construir um corpo físico puro e um etérico refinado, à medida que desenvolver as virtudes emocionais e igualmente coordenar e ampliar seu corpo mental, ele estará continuamente alterando sua gama de vibração e mudando seu ritmo, mudança essa que se mostra ao olho do clarividente como uma mutação na cor. Como vos foi ensinado, as cores vistas na aura de um selvagem e as de um homem comum desenvolvido são extraordinariamente dessemelhantes. Por quê? Porque um se move ou vibra em lenta rotação, o outro, com velocidade grandemente aumentada. Um tem um ritmo lento, indolente e pesado, o outro pulsa e se move a uma tremenda velocidade, permitindo, consequentemente, uma ação mais rápida do material com o qual aqueles corpos são construídos.

Por isso, gostaria de salientar que, à medida que a raça progride como uma unidade coletiva, Aqueles Que a contemplam de um plano superior estão cientes do firme aperfeiçoamento nas cores vistas e de uma maior pureza e claridade no tom da aura da raça, aura essa composta da mescla das auras das unidades da raça. Por exemplo, a aura da raça-raiz atlante e a da ariana são largamente diversas e radicalmente diferentes. Demonstramos, assim, nosso primeiro ponto, o de que, à medida que as unidades evoluem, as cores mudam, e isso é demonstrado pela transmutação do que chamais vícios, em virtudes. Um vício é o predomínio de uma qualidade involutiva da mesma força que, em um período posterior, se mostrará como virtude.

O segundo ponto que procuro mostrar é que essas influências (que aparecem como cores quando contatam a matéria) movem-se em seus próprios ciclos ordenados. Descrevemos esses ciclos como a entrada ou a saída de um raio. Nesta quarta ronda, geralmente quatro raios estão em atividade, num dado tempo; com isso, quero assinalar que, apesar de todos os raios se manifestarem no sistema solar, em certos estágios da manifestação um número maior ou menor deles estará dominando simultaneamente. Esses raios, forças, influências, ou coordenação de qualidades, quando expressos em termos de luz, colorem as substâncias sobre as quais atuam, com certas tonalidades reconhecíveis, e essas dão o tom à vida da personalidade ou ao Ego. São reconhecidas por vós como o caráter composto, e são vistas pelo clarividente como cor.

Por essa razão, grupos de unidades que convergem pela semelhança de vibração serão vistos como tendo, aproximadamente, a mesma tonalidade básica, apesar de muitas diferenças menores em cor e tom. Como foi dito antes, a cor de grandes massas de pessoas pode ser avaliada e julgada. É dessa maneira que os membros da Hierarquia, em Cujas Mãos está colocado o desenvolvimento evolutivo nos três mundos, julgam o estágio alcançado e o progresso feito.

Raios diferentes entram, trazendo unidades coloridas por aquele raio. Outros raios passam, levando consigo unidades de uma tonalidade básica diferente. No período de transição, a mistura de cores é de profunda complexidade, mas de ajuda e benefício mútuos. Cada raio confere algo aos outros raios em encarnação, ao mesmo tempo, e a cadência do ritmo será ligeiramente afetada. Isso, do ponto de vista do presente e do tempo nos três mundos, talvez seja quase inapreciavelmente pequeno, mas, pelo frequente encontro e intercâmbio de forças e cores e por sua constante ação e interação recíproca, virão uma firme e geral elevação de nível e uma aproximação em vibração. Vereis, assim, como a síntese é alcançada ao fim de um maior maha-manvantara. Os três raios absorvem os sete e levam, finalmente, a uma fusão no raio sintético.

No microcosmo, os três raios, da Mônada, do Ego e da Personalidade, dominarão e absorverão os sete de igual modo, e, a seu tempo, também levarão à fusão do raio sintético da Mônada. Ver-se-á que a correspondência é perfeita.

Essas forças, ou virtudes, ou influência, (reitero termos sinônimos devido à vossa necessidade de pensar claro) são gradualmente recebidas nos corpos da personalidade com facilidade ainda maior e mais completa expressão. A medida que os corpos se refinam, proveem melhores meios para forças entrantes, e a qualidade de uma força particular - ou, ao inverso, a força de uma qualidade particular -, torna-se expressa com maior perfeição. Aqui entra o trabalho do estudante em meditação. No princípio da evolução essas forças atuaram por meio de e nos corpos de um homem que demonstrava pequena compreensão do seu papel e pouca habilidade para beneficiar-se disso. Mas, à medida que o tempo avança, ele compreende mais e mais o valor de tudo que acontece e procura tirar proveito da soma de qualidades de sua vida. Aí surge a oportunidade. Na percepção inteligente da qualidade, no esforço para a virtude e na edificação interior do atributo Divino, aparecem a resposta àquelas forças e uma facilitação de sua ação. O estudante de meditação pondera sobre essas forças ou qualidades, procura extrair sua essência e compreende seu significado espiritual; considera sua própria falta de resposta, percebe as deficiências de seu veiculo como um instrumento para aquelas forças; estuda o grau de sua vibração rítmica e esforça-se persistentemente para levar toda ocasião ao encontro da necessidade. Ele se concentra na virtude e (se estiver em situação de saber qual o raio entrante ou o raio dominante naquele tempo) vale-se da oportunidade e coopera com a força vigente. Isso tudo ele faz através de formas ordenadas da verdadeira meditação ocultista.
À medida que o tempo avança - sim, profetizo outra vez - certos fatos relacionados com os raios dominantes serão dados aos estudantes de ocultismo, o que lhes permitirá valerem-se da oportunidade que qualquer raio particular proporciona.

Efeito sobre o Ambiente

Quanto ao nosso terceiro ponto, o efeito do acima exposto sobre o ambiente, ficará óbvio, de imediato, ao estudante cuidadoso, que o efeito sobre o ambiente será notado, especialmente à medida que mais e mais da raça humana fiquem sob o controle consciente de seu eu superior e de acordo com a lei. Certas coisas serão, então, possíveis:

a) Dar-se-á o contato direto com a evolução dévica, ou angélica, embora isto seja impossível agora devido à instabilidade de vibração.

b) Aproximar-se-ão muitas almas superiormente desenvolvidas que, no presente, estão impedidas pelo baixo grau de vibração e consequente opressão da cor da maioria da raça humana. Há, no mundo celestial e no nível causal, algumas grandes e, para vos, incompreensíveis unidades da quarta Hierarquia Criadora aguardando oportunidade de expressão, da mesma maneira como alguns de vos aguardaram um período na raça atlante, antes de encarnarem neste planeta. Quando o grau da vibração de uma maior porcentagem da raça tiver alcançado certa dimensão e quando o aspecto cor das auras coordenadas dos grupos for de um certo tom, eles retornarão e trarão para a Terra valores muito além de vossa compreensão.

c) Um outro ponto interessante sobre o qual não tivemos tempo de nos deter, é que o efeito rítmico, mesmo sobre os dois reinos abaixo do humano, será demonstrado objetivamente. Não foi nenhuma afirmação sem sentido, a do profeta de Israel, quando disse "O leopardo se deitará com o cordeiro" ou que "o deserto florescerá como uma rosa". Ele será trazido à realização pelo domínio de certas vibrações e pelo aparecimento de certas cores que ocultam certas virtudes ou influências.

7 de setembro de 1920.

Trataremos hoje do assunto da aplicação da cor. Se as cores forem apenas um véu lançado sobre uma influência, e se puderdes, pelo uso da intuição, descobrir que cores assim encobrem uma virtude, tereis em mãos a chave da matéria. Tereis notado dois fatos que sobressaem nestas cartas:

Que o assunto delineado é tão vasto que, de qualquer maneira, somente seu contorno foi esboçado.

Que cada frase escrita nestas cartas objetiva uma revelação exata de um pensamento completo e está cheia de material para ser considerado. Por que não tratei do assunto em mais detalhe e por que não entrei em longas explicações, nem procurei expandir as sentenças em parágrafos? Pela simples razão de que, se o trabalho preliminar, pelo estudante, tiver sido feito na meditação dos anos anteriores, ele verá o material destas cartas, como conducente ao desenvolvimento do pensamento abstrato e ao alargamento. do canal que comunica com a intuição. Tento ser apenas sugestivo. Meu objetivo é somente indicar. A utilidade do ensinamento que dou depende da intuição do aluno. Por isso, quando digo que a cor tem certos efeitos ao ser aplicada, avisar-vos-ia que será necessário interpretar o acima exposto, em termos de vida, em termos de forma e em termos de mente.

A Aplicação da Cor

a) Na meditação
b) Na cura.
c) No trabalho construtivo.

A cor pode ser usada de muitas maneiras, e os três modos acima não cobrem o assunto. Apenas indicam os três meios que são de uso imediato e prático para o estudante. A cor pode ser empregada para contatar outras evoluções, sub ou super- humanas; no preciso trabalho de destruição ou de fragmentação; poderá ser usada em conjunção com outros métodos, tais como música ou movimento, ou em conexão com mantras determinados, produzindo, em consequência, certos resultados; mas com esses, não necessitamos nos preocupar nesta serie de cartas. O crescimento do indivíduo, e sua intensificada capacidade de ser útil são produzidos pelo uso sábio da meditação ocultista. Consideremos, então, nosso primeiro ponto.

Uso da Cor na Meditação

Todas as cores emanam de uma fonte ou de uma cor primária - neste sistema solar, o raio cósmico do índigo ocultando o amor ou a sabedoria cósmica - e então, cindem-se em três cores principais e, dai, em quatro secundárias, formando as sete cores do espectro. Esperai ver o mesmo efeito na vida do indivíduo, pois o macrocosmo sempre afeta o microcosmo. Sua cor primária será seu raio monádico, manifestando-se, em seguida, nas três cores da Triada e nas quatro cores do Quaternário. Essas cores, no caminho de retorno, se dissolvem nas três e daí, novamente, em uma.

O caminho da manifestação, ou da diferenciação, é o caminho da aquisição. É o homogêneo tornando-se o múltiplo, ou o heterogêneo. É a ruptura de uma cor básica, em suas múltiplas partes componentes. Esse é o lado forma, a expressão daquilo que oculta a vida. Nolado vida está o desenvolvimento de uma qualidade básica das muitas virtudes inerentes; é a possibilidade latente da divindade demonstrando-se através dos múltiplos atributos o divino; é a vida una manifestando suas muitas qualidades através da diversidade da forma. É o ego, com as capacidades inerentes ao Ego Integral, utilizando as formas para a demonstração de suas perfeições todo-inclusivas. No lado inteligência, é o método pelo qual a vida utiliza a forma e a desenvolve pela compreensão, pela análise e pelo intelecto. É a relação entre a vida e a forma, o eu e o não-eu, entre espírito e matéria, manifestando-se como modos de expressão pelos quais o morador divino impõe suas características sobre o material provido para sua utilização. O Deus interno expressa todas as suas virtudes latentes através de formas, pelo uso da atividade ou da inteligência. A vida mostra a cor, e a forma aperfeiçoa aquelas cores à medida que o aspecto inteligência (que forma o elo energizante) se torna mais evoluído e a compreensão se desenvolve.

No caminho de retorno, a renúncia é a regra, em contraste com o método anterior. A vida interna renuncia às formas até então consideradas (e muito necessariamente) como essenciais. Agora, pelo uso da inteligência que uniu estes dois pares de opostos, espírito e matéria, consciência e forma, as formas feitas de matéria pela ajuda da inteligência são repudiadas, uma após outra, pela ajuda daquela mesma inteligência, ou faculdade de raciocínio transmutada em sabedoria. As formas se vão, mas a vida permanece. As cores são gradualmente reabsorvidas, mas as virtudes divinas persistem, agora estáveis e passíveis de uso, devido à experiência. Não mais como atributos divinos em potencial, mas transformadas em poderes pela utilização. A faculdade inerente tornou-se uma característica ativa e levada ao enegésimo poder. Os véus são despidos um a um; os invólucros se desprendem e são abandonados; os veículos são dispensados e as formas não mais requeridas, mas a vida permanece sempre e retoma ao seu raio de origem. Ela se funde de volta no seu original, mais a atividade e a expressão, mais a experiência e a habilidade para se manifestar; mais tudo o que constitui a diferença entre o selvagem ignorante e o Logos solar. Isso se consumou pela utilização de muitas formas, pela vida, constituindo-se a inteligência no meio através do qual a vida empregou aquelas formas como uma maneira de aprender. Tendo-se manifestado como um aspecto desse raio primordial, tendo diferenciado aquele raio, através de muitas encarnações, em suas muitas partes componentes, tendo-se ocultado sob todas as sete cores que compõem aquele raio, o jiva reencarnante toma o caminho de volta, e do sete torna-se o três, e do três novamente torna-se um.

Quando o homem faz isto conscientemente, quando, voluntariamente e com compreensão plena do que tenha a fazer, esforça-se para libertar a vida interior dos véus que ocultam e dos invólucros que aprisionam, ele descobre que o método através do qual isto se consegue é pela vida subjetiva da meditação ocultista e pela vida objetiva de serviço. No serviço está a renúncia e assim, de acordo com a lei ocultista, no serviço o subjetivo encontra a libertação, e se libera da manifestação objetiva. Ponderai sobre isso, pois muito jaz oculto sob o véu das palavras.

O estudante ocultista, por essa razão, do ponto de vista da cor, tem duas coisas a fazer na meditação:

1 - Descobrir como se manifestam suas três cores principais, na Personalidade, no Ego e na Mônada.

2 - Dissolver, então, o quaternário inferior nas três, cujo primeiro estágio é retirar-se conscientemente para o Ego e assim, atrofiar o eu inferior. O estudante começa por eliminar as cores que não são desejáveis, matando toda vibração baixa ou grosseira e assim, finalmente, refinando seus veículos, para que as três cores principais - das quais ele é a expressão - brilhem com perfeita clareza. Isso o conduz à terceira iniciação. Depois disso, ele procura dissolver o três no um, até que tenha retirado toda sua consciência dos veículos inferiores para o invólucro monádico.

Não era minha intenção, como erroneamente supusestes, dar-vos informações sobre o efeito das cores agindo nos corpos na meditação. Procurei apenas dar-vos alguma ideia da cor, como um véu que deve ser posto de lado. Sob o título de "Futuro uso da cor", posso tocar naquilo que vos interesse, mas compreender o fundamental é muito melhor do que dar-vos fórmulas para que as experimenteis.

10 de setembro de 1920.

Hoje não faremos mais do que apenas tocar em nosso segundo ponto, que é a aplicação da cor para fins de cura, sendo a razão desta brevidade a de que o assunto, para ser tratado corretamente e, portanto, com segurança, deveria ser considerado em maior extensão. O velho adágio de que "pouco conhecimento é algo perigoso", relacionado ao exposto, provará ser verdadeiro. A menos que o assunto da cura pela cor seja tratado de maneira correta e com conhecimento técnico e em minúcias, os resultados alcançados poderão se mostrar mais desastrosos do que benéficos. O assunto será completamente elucidado mais tarde, se o futuro trouxer o que se pretende; enquanto isso, para vosso conhecimento, posso delinear certas características deste trabalho, destacar certas condições relativas ao sucesso e predizer algo da tendência que o assunto provavelmente tomará.

Aplicação da Cor na Cura

Estamos, agora, tratando do assunto do ponto de vista da meditação. É, por isso, essencial que consideremos o assunto desse ângulo. Na meditação, o trabalho de cura é considerado inteiramente do ponto de vista mental. A direção de qualquer força fornecida virá do corpo mental do paciente e agirá, a partir daí, até o físico, através do emocional.

Isso implica, da parte da pessoa ou grupo que se encarrega deste trabalho, a verificação de certos fatos. Enumeremo-los brevemente, para esclarecer a mente do leitor:

1 - O trabalho será grandemente subjetivo e lidará com causas e não com efeitos. A principal meta do grupo de cura será descobrir a causa originária da desordem e, tendo localizado essa causa, seja no corpo emocional ou no mental, os membros do grupo prosseguirão tratando do efeito, tal como aparece no físico ou no etérico. Se a desordem for inteiramente física, como é o caso de um acidente de qualquer espécie, ou alguma aflição que seja puramente o resultado de hereditariedade ou de desordem congênita, os métodos científicos comuns de alta categoria do plano físico serão aplicados a princípio e o trabalho dos curadores será apoiar esses métodos através da concentração nos corpos mais sutis. Isso é aplicável durante o período de transição no qual a raça está agora entrando. Mais tarde, quando o conhecimento de cura ocultista for mais familiar e as leis que governam os corpos sutis, mais conhecidas a ciência do plano físico será substituída pela ciência preventiva dos planos sutis, aquela ciência que objetiva prover condições acertadas e a construção de corpos que sejam tanto autoprotegidos como neutros a todos ataques. Verificar-se-á que a compreensão da lei da vibração e o efeito de uma vibração sobre outra vibração detêm a chave para o estabelecimento de melhores condições de vida e de corpos sadios em todos os planos.

Mas como as coisas estão agora, a doença, a corrupção de diferentes espécies e a desordem em todos os corpos são vistas por toda parte, e quando as condições forem reconhecidas nesses termos, meios de ajuda deverão ser seriamente procurados. Isso nos leva ao nosso próximo ponto:

2 - A averiguação, pelo grupo que pratica a cura, de informação completa em relação ao paciente, baseada nas seguintes questões:

a) Quais as suas linhas básicas de pensamento? Por quais pensamentos-forma está ele principalmente rodeado?

b) Qual o tom predominante do seu corpo emocional? Qual o seu grau de vibração? É o paciente sujeito a súbitos turbilhões que levam à completa desordem todo o corpo emocional?

c) Quais são seus temas de conversa mais comuns? Quais são seus principais interesses? Que literatura ele estuda? Quais são suas ocupações favoritas?

d) Qual a condição dos centros no seu corpo? Que centros estão despertos? Há algum centro girando na quarta dimensão? Qual é o principal centro em algum caso particular?

e) Qual o estado do corpo etérico? Mostra ele sintomas de desvitalização ou de congestão? Falta vitalidade ao paciente? Qual o valor da sua ação magnética sobre outras pessoas?

Tendo estudado o paciente sob todos esses ângulos, e nunca antes disso, o grupo que se propõe à cura estudará o próprio veículo físico em detalhe. Então - com alguma ideia das condições interiores que fundamentam a perturbação - estudarão o seguinte:

f) A condição do sistema nervoso, dando atenção particular à coluna vertebral e ao estado do fogo interno.

g) O estado dos vários órgãos do corpo e, especialmente, do órgão, ou órgãos, que estejam causando o distúrbio.

h) A própria estrutura, estudando os ossos e músculos, e a condição do fluído vital, o sangue.

Visão superior e saúde

Isto, como podeis ver, ou envolve necessariamente conhecimento científico direto, ou a faculdade de visão interna, que vê a perturbação onde possa estar e pode visualizar, clarividentemente, o esqueleto e os órgãos, por inteiro, localizando, assim, instantaneamente, qualquer perturbação. Essa capacidade pressupõe o desenvolvimento daqueles poderes internos que dão conhecimento nos três mundos e previne, assim, os enganos desastrosos que tão frequentemente ocorrem na moderna prática da medicina, como chamais a arte da cura. No futuro tempo de cura, não haverá tanto perigo de erro, mas o que procuro destacar é que, apesar desses erros virem a ser evitados no caso do corpo físico, muito tempo ainda deverá se passar antes que a completa compreensão do corpo emocional tenha alcançado o ponto onde a ciência moderna colocou o físico. A cura do corpo físico e sua devida compreensão e estudo podem ser levados avante pelo homem que tenha a visão interior. Com sua habilidade em ver nos níveis emocionais, ele pode cooperar com o moderno médico esclarecido, e, assim, salvaguardá-lo do erro, capacitando-o para julgar acertadamente a extensão da perturbação, a sede do distúrbio, sua ajuda e a progressão da cura.

A perturbação emocional, agindo no corpo físico, como no caso da maioria das doenças físicas de hoje, pode ser geralmente localizada e eliminada por tratamento racional. Mas a perturbação emocional enraizada no corpo sutil tem que ser tratada nos níveis mentais, razão pela qual requer um psíquico mental para tratá-la e eliminá-la. Todos esses métodos, é lógico, impõem a consciente cooperação ativa do próprio paciente.

De modo semelhante, a perturbação mental tem de ser tratada diretamente a partir do nível causal e necessita, por isso, da assistência do Ego e da ajuda de alguém que tenha visão e consciência causais. Este último método, e a maior parte desses tipos de perturbação, jazem bem adiante da raça, dar pouco nos dizerem respeito agora. Mesmo assim, a cura de indisposições físicas que têm sua origem no corpo emocional já está sendo conhecida e ligeiramente estudada. Do estudo da psicologia, da compreensão das doenças e das perturbações nervosas, e da ligação entre elas, virá o próximo passo à frente na ciência médica. A ligação entre o corpo das emoções e o corpo físico é o corpo etérico. O passo imediato seguinte é considerar o corpo etérico sob dois aspectos: seja como um transmissor de prana, a força da vida, da vitalidade ou do magnetismo, seja como o veículo que conecta a natureza emocional ao físico denso. O físico segue invariavelmente os comandos daquela natureza, tais como transmitidos através do etérico.

Ao formar grupos para cura sob condições ideais, deveríeis ter, à testa do grupo, uma pessoa com consciência causal, capaz de lidar com qualquer perturbação no corpo mental e de estudar o alinharnento de todos os corpos com o Ego. O grupo incluirá também:

a) Uma pessoa, ou pessoas, que possam, clarividentemente visualizar o corpo sutil das emoções.

b) Algumas pessoas que conheçam algo dos rudimentos da lei de vibração e possam, definitivamente, pelo poder do pensamento, aplicar certas ondas de cor para efetuar certas curas e conseguir, através de compreensão científica, os resultados desejados.

c) Algum membro do grupo será também membro da profissão médica, e trabalhará com o corpo físico sob a direção de clarividentes conscientes. Ele estudará a resistência do corpo, aplicará certas correntes e cores, e vibrações, que terão um efeito físico direto e, pela cooperação com todas aquelas unidades do grupo, serão alcançados resultados que merecerão o nome de milagres.

d) No grupo haverá, também, um número de pessoas que poderão meditar ocultamente e, pelo poder de sua meditação, criar o canal necessário para a transmissão das forças curativas do Eu superior e do Mestre.

e) Além disso, em cada grupo será encontrado alguém que possa descrever, com precisão, tudo que ocorrer, e assim conservar registros que provarão ser a literatura da nova escola de medicina.

Referi-me, aqui, ao grupo ideal. Ele não é ainda possível, de maneira alguma, mas um começo pode ser estabelecido, pela utilização de qualquer conhecimento e poderes que possam ser encontrados entre aqueles que procuram servir à sua raça e ao Mestre.

Como percebereis pelo exposto, as cores poderão ser aplicadas de duas maneiras:

1 - Nos planos mais sutis, pelo poder do pensamento, e
2 - Por meio de luzes coloridas aplicadas ao corpo físico.

A cor exotérica será aplicada no plano físico, enquanto que a esotérica, no mais sutil. O trabalho, por isso, estará, (até que o esotérico se torne exotérico) grandemente, nas mãos dos estudantes ocultistas do mundo, trabalhando em grupos organizados, sob supervisão experiente.

Perguntais: exatamente em que ponto esses grupos poderão agora começar a trabalhar com as cores? O que se apresenta à frente para ser dominado e feito, é desenvolver o conhecimento necessário concernente ao etérico, inculcar a construção de corpos puros e estudar o efeito das diferentes cores no físico denso. Isto tem sido ainda muito pouco estudado. Verificar-se-á que certas cores afetarão definidamente certas doenças, curarão certas perturbações nervosas, erradicarão certas tendências nervosas, contribuirão para a construção de novos tecidos ou para a queima da corrupção. Tudo isso precisa ser estudado. Experiências podem ser feitas segunda a linha de vitalização e magnetização, as quais envolvem ação direta no etérico, e também isto jaz oculto na lei da vibração e da cor. Mais tarde... poderemos considerar em maior detalhe o trabalho desses grupos de cura, quando reunidos para meditar. Aqui somente acrescento que certas cores têm um efeito definido, apesar de, por enquanto, poder enumerar apenas três e, assim mesmo, brevemente:

1 - Laranja: estimula a ação do corpo etérico; remove a congestão e aumenta o fluxo de prana.

2 - Rosa: age sobre o sistema nervoso e contribui para a vitalização, para o afastamento da depressão e de sintomas de debilitação; aumenta a vontade de viver.

3 - Verde: tem um efeito geral de cura e pode ser usado, sem perigo, em caso de inflamação ou de febre, mas é quase impossível, por enquanto, proverem-se as condições certas para a aplicação desta cor, ou chegar-se ao tom adequado. É uma das cores básicas a serem usadas, finalmente, na cura do corpo físico denso, sendo a cor da nota da Natureza.

Isto vos parece incompleto e inadequado? Assim é, e bem mais do que podeis perceber. Não vos esqueçais, porém, do que tantas vezes vos disse, que no seguimento das breves sugestões está o caminho que leva à origem de todo conhecimento.

11 de setembro de 1920.

Chegamos agora à parte final dos nossos pensamentos sobre o uso da cor na meditação. Tratamos do assunto de tal maneira que, se as sugestões disseminadas por toda comunicação forem adequadamente seguidas, formarão a base de certas conclusões inevitáveis. Ficará, finalmente, provado serem essas conclusões os postulados sobre os quais as mais novas escolas de medicina ou de ciência basearão a continuidade de seu trabalho. Podemos resumir a informação revelada sob afirmações definidas:

1 - Que as cores básicas da Personalidade precisam ser transmutadas nas cores da Triada, ou Espírito tríplice. Isso é efetuado pela verdadeira meditação ocultista.

2 - Que as cores com as quais o neófito estará principalmente relacionado são o laranja, o rosa e o verde.

3 - Que o raio violeta oculta o segredo para este próximo ciclo.

4 - Que o próximo ponto de conhecimento apreendido serão as leis que governam o corpo etérico.

5 - Que, pelo desenvolvimento da intuição, vem o conhecimento das cores esotéricas que o exotérico encobre.

6 - Que a cor é a forma e a força da virtude (no sentido oculto) na vida interior.

Resumi os pontos práticos que exigem atenção imediata com objetivo de
esclarecimento. Com isso como base de estudo, o estudante pode esperar ver, finalmente, a completa transformação do tipo de serviço feito tanto pelas escolas de medicina como pelas cadeiras de psicologia. Posso aqui fazer certas profecias que podeis anotar em proveito dos que vierem depois.

Previsões Concernentes ao Futuro

1 - A fraseologia das escolas de medicina basear-se-á, mais e mais, na vibração, e expressar-se-á em termos de som e cor.

2 - O ensino de religião no mundo e o inculcar da virtude serão igualmente revelados em termos de cor. As pessoas serão, finalmente, agrupadas sob a cor de seu raio e isso será possível à medida que a raça humana desenvolver a faculdade de ver auras. O número de clarividentes já é maior do que o percebido, devido à discrição do verdadeiro psíquico.

3 - A ciência dos números, sendo na realidade a ciência da cor e do som, mudará, de certa maneira, sua fraseologia, e as cores substituirão, por fim, as figuras.

4 - As leis que governam a ereção de grandes construções ou o manejo de grandes pesos serão, algum dia, compreendidas em termos de som. Os ciclos retornam e, em dias futuros, será visto o reaparecimento da faculdade dos lemurianos e dos primeiros atlantes, de levantar grandes massas - desta vez, numa volta mais alta da espiral. A compreensão mental do método será desenvolvida. Elas foram elevadas pela habilidade dos primeiros construtores em criar um vácuo através do som e utilizá-lo para seus próprios propósitos.

5 - Será demonstrado que a destruição pode ser conseguida pela manipulação de certas cores e pelo emprego do som unido. Por esse meio, terríveis efeitos serão obtidos. A cor pode destruir tanto quanto pode curar; o som tanto pode dilacerar como causar coesão; nestes dois pensamentos oculta-se o passo seguinte para a ciência do futuro imediato. As leis da vibração serão largamente estudadas e compreendidas e o uso desse conhecimento da vibração no plano físico trará muitas revelações interessantes. Serão, em parte, um resultado do estudo da guerra e seus efeitos, o psicológico e os de outra natureza. Foi conseguido mais pelo som de grandes canhões, por exemplo, do que pelo impacto do projétil no plano físico. Esses efeitos não são ainda praticamente identificáveis, e são grandemente etéricos e astrais.

6 - A música será grandemente empregada na construção e, dentro de cem anos, será uma característica em certo trabalho de natureza construtiva. Isto vos soa totalmente impossível, mas será simplesmente a utilização do som ordenado para atingir certos fins.

Perguntareis: que lugar há para tudo isso numa série de cartas sobre meditação? Simplesmente isto: que o método empregado na utilização da cor e do som na cura, na promoção do crescimento espiritual e na construção exotérica no plano físico, será baseado nas leis que governam o corpo mental e representado por formas de meditação. Somente à medida que a raça desenvolver os poderes dinâmicos e os atributos do pensamento - poderes que são o produto da meditação, corretamente seguida - a capacidade de fazer uso das leis de vibração será objetivamente possível. Não pensais que somente o devoto religioso, ou o místico, ou o homem imbuído do que chamamos ensinamentos superiores, seja o expoente dos poderes alcançados pela meditação. Todos os grandes capitalistas, e os dirigentes supremos das finanças ou de negócios organizados, são os expoentes de poderes similares. São a personificação da adesão unilateral a uma única linha de pensamento, e sua evolução segue paralela à do místico e do ocultista. Tento veementemente enfatizar este fato. Eles são os que meditam segundo a linha do Mahachohan, ou o Senhor da Civilização ou Cultura. A suprema atenção concentrada no assunto em questão faz deles o que são, e em muitos respeitos conseguem maiores resultados do que muitos estudantes de meditação. Tudo o que necessitam fazer é transmutar o motivo fundamental do seu trabalho, e sua conquista ultrapassará a de outros estudantes. Atingirão um ponto de síntese, e o Caminho Probatório será, então, palmilhado.

A Lei da Vibração será, por isso, mais e mais compreendida, e será vista governando a ação em todos os três departamentos, o do Manu, o do Instrutor Mundial e o do Mahachohan. Ela encontrará sua expressão básica e sua terminologia familiar nas vibrações da cor e do som. A desordem emocional será considerada como som discordante; a letargia mental será expressa em termos de baixa vibração, ,e a doença física será numericamente considerada. Todo trabalho construtivo será finalmente, expresso em termos de números, de cores e através do som.

Isso basta sobre este assunto, e a esta altura nada mais tenho a comunicar. O assunto é abstruso e difícil e somente à custa de paciente consideração a escuridão se aclarará. Somente quando o raio da intuição atingir em cheio o véu da escuridão, (o véu que é a ignorância que esconde todo conhecimento) as formas que velam a vida subjetiva serão iluminadas e conhecidas. Somente quando a luz da razão for empalidecida pelo radiante sol da sabedoria, todas as coisas serão vistas em suas justas proporções, e as formas assumirão suas cores exatas e será conhecida sua vibração numérica.

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