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AS SEIS ETAPAS DO DISCIPULADO


Oitava Parte

Etapa V. O Discípulo Dentro da Aura.

A definição, como citado anteriormente por mim, é a seguinte:

"A etapa em que ele está autorizado a conhecer o método pelo qual pode estabelecer ... um chamado que o autoriza a uma entrevista com o Mestre. Nesta etapa, o discípulo é chamado de um discípulo dentro da aura."

É uma etapa do discipulado que está bem mais adiantado do que o atingido pela maioria dos discípulos, porque indica a quase completa unificação entre o discípulo e o grupo do Mestre. A ele já foi concedido o privilégio de invocar a atenção do Mestre em momentos de emergência e tem certeza da resposta. Ele avançou a partir do momento em que estava sendo treinado para se tornar uma unidade integrada e útil no Ashram de onde é um agente de confiança. Sua orientação é agora ajustada e embora ele seja submetido a vários testes e dificuldades, estes são cada vez mais concernentes com a vida e condição grupal e não a ele. Não me refiro aqui às dificuldades de algum grupo ashramico ou àqueles ligados a qualquer filiação grupal que o discípulo pode justamente manter no plano físico, mas à sua capacidade de resposta à necessidade grupal da humanidade. Onde essa capacidade existe significa que o conjunto é de maior importância para ele do que a parte. Isto em nada anula sua capacidade de trabalhar com indivíduos ou para dar amor compreensivo e compaixão àqueles que necessitam no caminho da vida. Ele chegou a um senso de correta proporção e de correta organização de seus processos, tendências e atividades da vida em tempo e espaço. Pode, então, confiar no que é bom para o todo, em vez de sempre bom para o indivíduo, como a personalidade vê.

O Mestre sabe que o discípulo que atingiu este estágio tem um instrumento confiável e que não pode mais ser considerado como um estorvo na vida do grupo. Anteriormente indiquei a vocês o quão difícil é o processo de absorver um novo discípulo num Ashram; ele tem que ser ensinado a avançar gradualmente a partir da periferia da consciência do grupo em direção ao centro. Cada passo adiante exige cuidados por parte do Mestre, a fim de ver que o Ashram seja preservado de toda a atividade rompedora. É somente quando o discípulo consegue "serenidade oculta" que ele pode ser autorizado a concentrar-se permanentemente dentro da aura do grupo. Isso acontece quando ele se torna consciente da vibração peculiar e específica da aura do Mestre. Portanto, vocês bem podem ver a necessidade de serenidade.

Gostaria de salientar que a serenidade e a paz não são idênticas. A paz deve ser sempre temporária e refere-se ao mundo dos sentimentos e das condições susceptíveis de perturbação. É essencial ao progresso e um acontecimento inevitável para que cada passo em frente, marcado por distúrbios, por pontos de crise e caos, seja substituído mais tarde (quando tratado com sucesso) por períodos de paz. Mas esta paz não é serenidade e a um discípulo só é permitido ficar dentro da aura do Mestre quando a serenidade substituir a paz. Serenidade significa que a calma profunda, desprovida de perturbação emocional que distingue o discípulo, está focada em uma "mente mantida firme na luz." A superfície da sua vida pode estar (a partir do ângulo mundano) num estado de fluxo violento. Tudo o que ele valoriza e preza nos três mundos pode desmoronar em torno dele. Mas apesar de tudo, ele se mantém firme, equilibrado na consciência da alma e as profundezas de sua vida permanecem intactas. Esta não é uma insensibilidade ou forçada autossugestão, também não é uma capacidade de exteriorizar a consciência de tal maneira que os eventos individuais e acontecimentos são ignorados. É intensidade do sentimento transmutado em compreensão orientada. Quando isso tiver sido alcançado, o discípulo tem o direito de viver dentro da aura do Mestre. Agora não há nada nele que exija que o Mestre desvie Sua atenção dos esforços vitais para a tarefa sem importância de ajudar um discípulo.

Um discípulo aceito, portanto, avança - se posso expressá-lo assim - por intermédio de três claros reconhecimentos vibratórios:

1. Ele reage à vibração, a nota ou a qualidade de um Ashram, de acordo com seu tipo de raio. A periferia da esfera de ação do grupo que o Mestre controla é contatada por ele e ele torna-se um discípulo aceito de consciência plenamente desperta. O Mestre está ciente de sua presença na parte exterior de Sua consciência; seus condiscípulos também estão cientes de um outro ponto de luz dentro do Ashram, em grande parte por causa do esforço que eles têm de fazer para equilibrar as reações da personalidade do novo discípulo ao novo modo da vida, aos efeitos produzidos em sua consciência por sua penetração no mundo dos significados e à exteriorização de sua devoção ao Mestre. Torna-se a tarefa dos discípulos mais avançados proteger o Mestre das reações violentas do novo discípulo e situar-se entre Ele e o neófito. Algum discípulo iniciado encarrega-se dele e atua como intermediário. O discípulo (como já apontado anteriormente) está em contato com o Mestre, quando e somente quando, o Mestre assim o desejar e quando for bom e útil para todo o grupo.

2. Ele percebe cada vez mais a natureza e a nota de seu Ashram e avança da periferia para a esfera de influência do Mestre e Seu grupo, ele então começa a participar mais e mais na vida do grupo e é cada vez menos interessado em si mesmo. Ele se torna, consequentemente, um ativo mais valioso no Ashram e é encarregado de funções e tarefas específicas pelas quais é individualmente responsável perante o discípulo iniciado responsável por ele. O Mestre começa a contatá-lo com maior frequência e - porque está se tornando descentralizado e seu próprio crescimento e desenvolvimento são de importância cada vez menor para ele do que o serviço aos outros - ele é permitido atrair a atenção do Mestre quando a ajuda é necessária para o grupo e, assim, torna-se um discípulo no sutratma ou fio. O antahkarana está sendo construído rapidamente e o fluxo de vida da Tríade Espiritual aumenta lenta e regularmente. Ele chegou a um ponto onde, no plano externo, está se reunindo em torno dele uma esfera de influência, como resultado da radiação de sua alma, por meio da personalidade. Pode-se afirmar que nenhum discípulo torna-se um discípulo no sutratma até que ele tenha muitas pessoas no mundo externo que (numa volta inferior da espiral) são para ele o que ele é para o Mestre - discípulos no sutratma. De uma forma distorcida e muitas vezes insatisfatória, ele está envolvido na formação de seu próprio grupo e hoje isso é muito frequentemente o caso. O mundo está cheio de discípulos que lutam intensamente preocupados em formar organizações, em reunir ao seu redor aqueles que podem ajudar, assim emitindo uma nota especial e aprendendo os rudimentos (os rudimentos, repito, meus irmãos) de trabalho grupal como a Hierarquia procura vê-lo realizado.

3. Ele responde poderosamente e (do seu ponto de vista) de forma totalmente inesperada à vibração realizada pelo Mestre como Ele funciona no centro de seu grupo. Ele conheceu o chamado vibratório do Mestre, tornou-se ciente da qualidade do Ashram que é evocada pelo Mestre. Agora, ele é admitido no lugar secreto existente no próprio coração do Ashram e se torna um discípulo dentro da aura.

A aura de qualquer forma de vida pode ser definida como a qualidade de uma esfera de atividade irradiante. Muito pouco ainda é conhecido sobre auras, e uma grande quantidade de asneiras tem sido escrita a respeito da matéria. A aura é normalmente referida em termos de cor e de luz, devido à natureza da visão de quem vê e do mecanismo de resposta utilizado. Duas palavras apenas descrevem uma aura a partir do ponto de vista do conhecimento oculto e elas são "qualidade" e "esfera de influência." O que o clarividente realmente contata é uma impressão que a mente rapidamente traduz na simbologia da cor, onde não há nenhuma cor presente. Ver uma aura, como se diz, é na realidade um estado de consciência. Que o vidente pode com toda a sinceridade acreditar que ele tenha registrado uma cor, uma série de cores, ou luz, é inteiramente verdade em muitos casos, mas o que ele realmente registrou é a qualidade de uma esfera de atividade irradiante; isto ele faz quando sua própria esfera individual de atividade irradiante é da mesma natureza e qualidade da que contratou. A maioria dos videntes registra o alcance astral de vibrações de uma pessoa ou um grupo e o faz por meio de seu próprio corpo astral. O impacto de uma verdade ou de um conceito mental e seu reconhecimento é uma expressão de um contato semelhante, realizado desta vez no reino da mente.

Isso explica a verdade por trás de todas as chamadas "expansões de consciência" às quais a mente do homem pode responder registrando uma constante sucessão de impactos vibratórios que emanam das esferas de atividade, que abrangem todo o caminho da fase inicial de incremento do conhecimento através do desenvolvimento dos cinco sentidos e dos três veículos de contato nos três mundos da experiência humana, até esses reconhecimentos que levam um homem para dentro da esfera de influência de um Mestre e, posteriormente, permite-lhe passar pelo que é denominado uma das iniciações maiores.

Estas esferas de atividade irradiante estão sempre presentes, mesmo quando não registradas e não reconhecidas. O processo evolutivo é o desenvolvimento de um aparelho de resposta a fim de registrá-las; tendo feito isto, o próximo passo é reagir inteligentemente a tais contatos, produzindo assim um campo cada vez mais amplo de percepção que finalmente constitui a soma total de consciência.

Não posso aqui estender-me sobre este tema como ele ocorre sob a força propulsora da evolução. Estou aqui apenas preocupado com o fato da esfera de atividade irradiante de um Mestre, sua qualidade peculiar e cor de raio (ocultamente entendido).

O fator que está por trás, e assim fazendo possível cada uma das etapas do discipulado, é a existência de qualidades, atividades irradiantes e impulsos emanantes no discípulo que correspondem às que emanam de determinado Ashram. Estas, quando tenham evocado uma resposta e atraído o discípulo para a periferia da esfera de atividade de tal Ashram, gradualmente intensificam a sua qualidade magnética e atrativa; elas despertam potência ainda maior das mesmas qualidades no discípulo, ocultamente puxando-o para mais perto do ponto central, que é o foco de toda a habilidade treinada e a vida de alta potência espiritual do Mestre no próprio coração do Ashram.

É neste ponto que o discípulo desperta para a compreensão que seus três corpos ou veículos - etérico, astral e mental - são somente os reflexos dos três aspectos da Tríade Espiritual e que podem lhe dar a chave do seu próprio ser e também a capacidade de responder à vibração tríplice do Mestre, como expresso através de sua aura.

O ensinamento de que a personalidade tem de ser destruída é uma distorção da verdade; o seu foco de consciência tem de ser deslocado da natureza tríplice inferior para a Tríade e isso com a ajuda da natureza tríplice da alma. O modo dessa mudança progressiva é responder a um ritmo cada vez maior de atividade vibratória. Assim, já que existe na consciência do discípulo a capacidade de responder à qualidade e à radiação, que emanam de um Ashram, ele se move à frente para dentro dessa esfera de influência. Aquilo que em sua própria aura que é semelhante à qualidade da aura do Mestre, é treinado, intensificado e purificado. Sua própria atividade irradiante é aumentada na medida em que a vida ashramica atua sobre seus veículos até que com o tempo ele se torna o discípulo dentro da aura. De um modo débil, a sua vibração e a do Mestre tendem a sincronizar.

Gostaria de assinalar que, desta forma, o discípulo começa a fazer uma contribuição significativa para a vida do Ashram. Cada discípulo que penetra na aura do Mestre através de similaridade da qualidade e atividade vibratória, enriquece e intensifica o grupo com o qual está afiliado. À medida que o tempo passa, o Ashram de um Mestre torna-se cada vez mais potente, magnético e radiante. Dentro dessa aura o discípulo iniciado leva adiante seu trabalho, permanecendo no centro radiante da vida grupal e dali trabalhando externamente no serviço. Ele tem sempre o cuidado de proteger esse centro de qualquer qualidade de sua própria aura, que não esteja em harmonia com a qualidade do Mestre e de manter (tanto quanto possível) fora de sua própria consciência todos os pensamentos ou desejos que possam perturbar a aura do grupo. Essa é sua responsabilidade quando admitido neste estágio do discipulado, e tal privilégio nunca é concedido a ele, a não ser que seja capaz de proteger a si mesmo e a esfera de influência da qual ele agora é uma parte.

Você pode ver, portanto, que a Hierarquia em si é apenas um grande Ashram com um triângulo no centro, composto do Cristo, o Mahachohan e o Manu. Simbolicamente falando, este triângulo constitui um centro radiante, pois a atividade irradiante de cada um destes Grandes Senhores é tal que Suas auras são atraídas mutuamente de tal forma que existe uma completa mescla e fusão. Cada Ashram irradia uma qualidade principal de acordo com o raio do Mestre no centro; da mesma forma a Hierarquia irradia a qualidade do segundo aspecto divino, tal como o Ashram super inclusivo (a que damos o nome de Shamballa) tem a característica marcante do primeiro aspecto, a própria vida. Isto não é uma qualidade, mas aquilo do qual a qualidade é uma emanação.

A aura do Mestre (que determina a aura do Ashram inteiro) tem três radiações principais, no que concerne à rapidez de resposta do discípulo:

1. A radiação que vem dos níveis mais elevados do plano mental, ou do aspecto mais inferior da Tríade Espiritual. A potência desta radiação e da extensão da esfera de influência será determinada pelo grau em que o Mestre está espiritualmente em contato com a Mente de Deus. Eu não uso a palavra "conscientemente" em relação a isto e quando se lida com as condições acima dos níveis egoicos. É esta radiação especial que evoca uma resposta da mente abstrata embrionária do discípulo quando o antahkarana está sendo construído e é o primeiro tipo de contato ao qual o neófito responde nos estágios posteriores do Caminho Probatório. Uma linha direta de abordagem influente é feita entre o Mestre e o discípulo incipiente da seguinte forma:

a. O átomo manásico permanente do discípulo.
b. As pétalas de conhecimento do lótus egoico.
c. A mente concreta inferior "mantida firme na luz."
d. O centro laríngeo.
e. O cérebro do discípulo no plano físico.

Tudo isso é necessariamente relativo, mas no momento em que o discípulo estabelece essa linha de abordagem com a Tríade Espiritual (mesmo em uma pequena medida) faz sua primeira resposta à aura do Mestre. A distinção entre a aura do Mestre e a aura do Ashram é que a aura do Mestre é dinâmica e a aura do grupo é influente, mas os dois juntos constituem a aura grupal. Quando essa resposta inicial é obtida, resulta eventualmente o discípulo tornar-se em discípulo dentro da aura.

2. A radiação que vem do plano búdico ou da intuição espiritual. Esta é uma expressão da natureza do amor do Mestre e que é o que Lhe permite estar em contato com o Coração de Deus. Pode-se notar aqui que estas três radiações emanadas de um Mestre e reforçadas pelas radiações similares, embora muito menos poderosas, dos membros internos do Ashram são os fatores que colocam o Mestre e o Ashram em contato com o que é ocultamente denominado como o Sol físico, o coração do Sol e o Sol Central Espiritual.

A linha ao longo da qual esta atividade vibratória do Mestre atinge o discípulo e o atrai, finalmente, dentro da aura é:

a. O átomo búdico permanente, ou o veículo intuicional do discípulo avançado.
b. As pétalas de amor do lótus egoico.
c. O corpo astral em seu aspecto mais elevado.
d. O centro cardíaco.


3. A radiação que vem do nível átmico ou o aspecto vontade da Tríade Espiritual. Esta é a expressão emanante da capacidade do Mestre para entrar no Conselho de Shamballa, registrar o propósito de Deus e trabalhar com o Plano, que é a expressão, em qualquer ciclo, da atuação da Vontade divina. Este aspecto da atividade irradiante do Mestre é de natureza tão elevada que apenas o discípulo iniciado avançado pode registrá-la. Ela é transmitida para a consciência física do discípulo ao longo das seguintes linhas:

a. O átomo átmico permanente ou o foco da vontade espiritual, o primeiro aspecto da Tríade Espiritual.
b. As pétalas do sacrifício do lótus egoico.
c. O veículo etérico em seus aspectos mais elevados.
d. O centro coronário.
e. O centro da base da coluna vertebral, que é estimulado para a atividade em resposta à radiação vibratória dos outros quatro pontos de transmissão.

Vocês vão notar a partir de um estudo do acima exposto como abstruso e difícil é colocar em palavras a natureza da atividade vibratória do Mestre. Tudo que posso fazer - por falta de intuitivo entendimento de vocês - é colocar em termos técnicos e acadêmicos (assim cristalizando a verdade e de certa forma distorcendo-a) o que não pode ser expresso.

Esta tríplice radiação do Mestre, que expressa Sua atividade planejada e esfera de "emanação influente" é o que atrai o discípulo para dentro de Sua aura - não a aura do Ashram neste caso, mas o que torna possível a aura ashramica, a Vida do Mestre.

Um fato interessante pode ser dado aqui. No momento em que um discípulo iniciado tenha intensificado sua vibração para que seja idêntica à do Mestre e possa sustentar a taxa de vibração como sua qualidade normal irradiante, então ele mesmo se torna um Mestre. Em todo Ashram, há sempre, num dado momento, algum discípulo que está sendo treinado para ocupar o lugar do Mestre e, eventualmente, libertando-O para um trabalho maior e mais importante. Como vocês sabem, eu era o discípulo mais graduado do Mestre K.H. e quando me tornei um Mestre, eu O liberei para trabalho mais elevado e meu lugar no Seu grupo foi ocupado por outro discípulo de segundo raio; dois discípulos são necessários para realizar a completa liberação de um Mestre de toda a obra ashramica e eu era o primeiro dos dois escolhidos para fazer isso. O outro ainda não estava preparado. Quando ocorre esse processo de identificação, um progresso em cada membro no Ashram inteiro torna-se possível, embora raramente aconteça. Simbolicamente falando, pode ser descrito como um potente impulso de expansão que amplia o círculo do Ashram de modo que níveis mais altos podem ser alcançados e esferas inferiores de influência podem ser incluídas.

Algum dia, tudo será "Hierarquia realizada" porque a Hierarquia é apenas um estado de consciência com o aspecto vida, Shamballa, no centro, e o círculo da humanidade constituindo o fator emanante, a influência irradiante ou a aura, por meio da qual o outros reinos da natureza são evocados para responderem ativamente.

Esta é uma imagem ampla e geral desta fase do discipulado como tenho tentado transmitir as suas implicações individuais e os seus resultados grupais mais esotéricos. Mais eu não posso dizer, nem posso estender-me sobre o processo pelo qual um discípulo dentro da aura pode aconselhar-se à vontade com o Mestre no Ashram e conversar sobre alguma necessidade urgente. Só uma coisa posso lhes dizer. O Mestre sempre tem três discípulos que são Seus mais próximos amigos colaboradores e intermediários. Eles surgem "na Sua consciência", como é chamado, em resposta à atividade irradiante de Sua tríplice natureza espiritual. Eles trabalham intimamente com Ele e zelam pelos outros discípulos do grupo de acordo com sua necessidade, seu raio e seu grau de desenvolvimento. Vocês se lembrarão, neste contexto, como até mesmo o Cristo tinha três discípulos que estavam mais perto dele do que os outros nove. Isso é sempre verdade. Na história Bíblica, concernente ao Cristo, vocês têm - entre outras coisas - a transmissão de uma imagem de um Ashram como tecnicamente constituído e da Hierarquia como essencialmente existe. Havia os três discípulos, amados e íntimos; em seguida os nove que completaram o Ashram interno. Depois vieram os setenta que eram símbolo do Ashram como um todo e, finalmente, os quinhentos que simbolizavam aqueles no Caminho Probatório e que estavam sob supervisão do Mestre, e não dos três, nem dos nove ou dos setenta, até que chega o momento de aceitá-los no caminho do Discipulado Aceito. No maior Ashram de todos, Sanat Kumara tem a mesma sequencia de relacionamentos entre os grandes Seres Que formam Seu grupo de trabalhadores ativos. Tenham em mente, no entanto, que estes números são simbólicos e não reais. O número de discípulos em um Ashram varia constantemente, mas sempre há os três que são responsáveis perante o Mestre por todas as atividades ashramicas, que são os Seus conselheiros mais próximos e que realizam Seus planos. A cadeia da Hierarquia é grande e imutável e as sequencias inalteráveis.

Ao considerar o tema do discípulo dentro aura do Mestre, vimos que o verdadeiro discípulo consagrado que alcançou o estágio de ser um discípulo aceito passa de um ponto a outro dentro da circunferência da esfera de influência do Mestre, até chegar um período em que ele conscientemente "conhece" a aura de seu Mestre. Esta, meus irmãos, é uma frase perfeitamente sem sentido, mas é técnica e esotericamente correta. Vou parafrasear o seu significado para vocês num esforço para dar-lhe algumas das implicações vitais.

1. Ele é consciente não só do Mestre, mas do que está na mente do Mestre. Isso significa que ele está telepaticamente em harmonia com o seu Mestre.

2. Ele é conscientemente acima de toda discussão interna sobre o que o Mestre quer que ele faça. Ele sabe a parte que tem que desempenhar.

3. Ele responde sensivelmente à aura do Mestre, não somente nos planos internos da vida e no próprio Ashram, mas também em seu cérebro físico. Ele se move dentro da aura durante sua vida diária no plano físico. Esse processo necessariamente consta de cinco etapas:

a. Ele está telepaticamente em harmonia. Sua mente e cérebro respondem à mente do Mestre.

b. Ele é, portanto, mentalmente consciente do conteúdo da mente do Mestre. Isso afeta sua vida e serviço e sua mente constantemente formula as impressões telepáticas em fórmulas organizadas que são, então, disponíveis para os processos diretivos.

c. Sendo, nesta fase, relativamente livre da miragem, ele é capaz de responder a partir do ângulo da sensibilidade e sentimento e, consequentemente, capaz de realizar os planos do Mestre (a parte que lhe corresponde) no plano astral.

d. Etericamente, ele pode começar a trabalhar e usar a força ashramica que seu Mestre e sua alma podem colocar ao seu dispor para usar no plano físico. Ele se torna o que é chamado um "projetor de força" e pode produzir resultados no plano físico.

e. Seu cérebro torna-se consciente da simultaneidade dos acima quatro processos, de modo que ele passa para uma nova fase do discipulado consciente. Através de sua própria alma e a esfera de influência do Mestre o Plano encontra-se aberto à sua frente. Gostaria de assinalar que este não é apenas um estágio superior do discipulado, mas pressupõe compreensão iniciática.

O neófito sabe que o objetivo do ocultista é trabalhar com as forças. Ele ignora, no entanto, que isto não pode ser feito conscientemente até que:

1. Ele tenha sido por um longo tempo simplesmente um canal. Eu gostaria que refletissem sobre esse pensamento. A obtenção da capacidade de ser um canal puro e um distribuidor sem obstáculos é o primeiro objetivo e leva um longo tempo. A força normalmente distribuída por um discípulo, até que a fase de canal seja automática e estabelecida, normalmente é colorida pela qualidade da personalidade (mesmo se uma personalidade de alto grau). Chega o momento que o discípulo pode, à vontade, distribuir a energia ashramica e da alma grupal em seu estado puro.

2. Ele tem que , por conseguinte, distribuir energia e não força. Há muita confusão nas mentes de muitos discípulos sobre esta matéria. Antes que um homem seja um iniciado de alto grau, ele raramente distribui energia. Ele trabalha com forças que concernem aos três mundos. Tem sido dito (esotericamente) que "quando o discípulo pode distribuir as quatro forças e fazer ouvir suas sete notas, expressando cada uma delas de forma quádrupla, ele não é capaz de trabalhar com energia. Quando ele trabalha com energia, trabalha com sete, e não com vinte e oito." Reflitam sobre isso. Gostaria de acrescentar que as vinte e oito pertencem às sete e quando o discípulo trabalha com sete, ele normal e automaticamente libera as vinte e oito, que atuam sob a impressão das qualidades do sétimo raio.

3. Ele tem que aprender o uso de diferenciação e de síntese. Aqui está uma importante sugestão oculta de especial utilidade para os trabalhadores.

4. Ele está ciente dos perigos incidentes ao destreinado neófito ao envidar esforços para distribuir forças, para direcionar as chamadas energias em uma direção específica e particular. Percebe que seu objetivo é ser um canal por um longo tempo pela pureza de vida, a orientação correta, e a abstenção de crítica. Esta orientação correta envolve um paradoxo com o qual todos os discípulos devem lutar, ou seja, ser orientado para a alma, e, consequentemente, para o Ashram e ser orientado ao mesmo tempo para a humanidade. Somente os discípulos perto do coração do Mestre (tecnicamente entendido) e, portanto, conscientes de suas auras têm o direito - eu quase disse privilégio - a dirigir a força em direções específicas. Quando o estado deles não é esse, a tarefa é a de atuar como canais para a distribuição de energia de um modo geral e universal, mas não de uma forma específica.

Um Mestre e, em grau muito maior, o Cristo, sofre muito mais por aqueles em Sua Própria casa do que por aqueles no mundo exterior; Seu trabalho é mais dificultado pelos aspirantes avançados do que pelos pensadores inteligentes. Tenha isto em mente neste momento. Não foi a crueldade do mundo exterior dos homens que causou as profundas tristezas ao Cristo quando na Terra; foram Seus Próprios discípulos, mais a aflição das massas - disseminada durante todo o ciclo de vida, passada, presente e futura - da humanidade.

Os discípulos gravitam em grupos mundiais e muitos deles estão fazendo um trabalho muito mais eficiente do que os reunidos em grupos esotéricos. O discípulo aceito avançado sempre tem seu próprio grupo que se reúne em torno dele para o trabalho ativo e criativo. Gostaria de lembrar-lhes disso. O indicador da capacidade de um discípulo reside na sua influência, através da caneta, da palavra, e da influência pessoal sobre outras pessoas.

Sob a Lei de Correspondência, há sempre uma relação numérica com entidades numericamente estabelecidas. As seis etapas do discipulado são naturalmente relacionadas com as seis escolas de filosofia indiana, que eram na realidade as seis "escolas semente" para toda conjetura e trabalho filosófico. Não há seis tipos de Ashrams correspondentes às seis etapas do discipulado porque há sete Ashrams (um para cada tipo de raio) e todas as seis etapas do discipulado estão relacionadas com todos os Ashrams e todos os sete tipos de raios expressam (em algum estágio de seu desdobramento no Caminho do Discipulado) estes seis passos para o centro.

Os centros, como usado pelo discípulo em seu progressivo desenvolvimento, geralmente são dependentes do tipo de raio, mas não é minha intenção começar estudar este assunto dos centros nesta série de instruções. Estarei tratando do assunto durante algum tempo na parte final de Um Tratado sobre os Sete Raios.

Gostaria, no entanto, de deixar claro neste momento que o Mestre nunca usa os centros de um discípulo como agência distribuidora de força. Em última análise, os centros são (quando funcionando corretamente) reservatórios de força e distribuidores de energia, coloridos por qualidade específica e por certa nota, vibração e força. Nos estágios finais do Caminho do Discipulado, eles são inteiramente controlados pela alma, através do centro coronário, mas deve-se ter em mente que, após a quarta iniciação e o desaparecimento do corpo causal, não há aspecto forma ou veículo que possa manter prisioneiro o discípulo ou limitando-o de qualquer maneira. Após a terceira iniciação, os centros mais inferiores não têm qualquer controle sobre o mecanismo externo de resposta; do ponto de vista do treinamento ocultista e quando o discípulo está no Ashram, os centros são vistos como simples canais para a energia. Até o momento da terceira iniciação, eles assumem uma importância temporária no processo de treinamento, porque é através deles que o discípulo aprende a natureza da energia e a diferença entre força e os métodos de distribuição - sendo este último um dos estágios finais no processo de treinamento.

A constituição do ego, ou Alma, é o fator de suma importância para o Mestre na tarefa de formar o discípulo para o trabalho hierárquico. Isso envolve, necessariamente, os três centros superiores (coronário, cardíaco e laríngeo). É com o chamado lótus egoico, que Ele está preocupado e isso é um ponto que o discípulo é muito propenso a esquecer. A alma está preocupada com sua própria vida; os detalhes da vida da personalidade (a sua expressão inadequada ou sombra nos três mundos) simplesmente não fazem nenhum impacto sobre a consciência da alma. Na medida em que a violência da vida da personalidade cresce, a alma que tem sido cada vez mais o recipiente do melhor que a aspiração da personalidade tem para oferecer e que foi lentamente voltando sua atenção para a mente da personalidade, torna-se também consciente de um fator contrário à verdadeira expressão da alma na periferia exterior da vida. Então, começa a batalha dos pares de opostos superiores - a batalha entre alma e personalidade, conscientemente travada dos dois lados. Esse é o ponto a ter em mente. Este conflito culmina, antes de cada uma das três primeiras iniciações; no confronto dos dois oponentes, o Morador no Umbral (da iniciação, meus irmãos) e o Anjo da Presença ficam cara a cara. Mas com essa batalha, não estamos aqui preocupados. Estamos ocupados com o tema da resposta à energia hierárquica, conforme contida na aura do Mestre, e dali transmitida ao discípulo. O canal ou canais de direção (há três deles) podem ser assim expressos:

I. A Hierarquia.

1. O Mestre.
2. O Ashram.
3. A alma do discípulo.


II. Humanidade.

1. O discípulo.
2. O antahkarana.
3. Os três centros superiores.

Este é um processo amplo e geral, abarcando do universal (no que concerne ao discípulo individual) ao particular, isto é, o discípulo num corpo físico.

O detalhe da descida de energia ou do processo de inspiração espiritual (ambas as frases pictoricamente apresentam o conceito de resposta da aura do Mestre) pode ser colocado como se segue:

1. Aura do Mestre.

2. O lótus egoico ou corpo da alma.

3. O influxo de energia ashramica, via

a. As pétalas de sacrifício ou o aspecto vontade.
b. As pétalas de amor ou o aspecto Amor-Sabedoria.
c. As pétalas de conhecimento ou o aspecto mental.


Este processo será afetado pelo tipo de raio do discípulo.


4. A resposta do discípulo no plano físico e a receptividade de seus centros à atividade engendrada pela alma, sob a impressão do Mestre seria o seguinte:

a. As pétalas de sacrifício transmitem energia para o centro coronário, por meio das pétalas de sacrifício (três delas) que se encontram na fileira imediata de pétalas ao redor da "Joia no Lótus", a partir daí às pétalas de sacrifício nas três pétalas de amor e nas três pétalas de conhecimento. Vocês, portanto, têm cinco pontos de transmissão de vontade-energia.

b. As pétalas de amor semelhantemente transmitem amor-energia para o centro cardíaco, via as pétalas de amor, novamente cinco no total.

c. As pétalas de conhecimento transmitem energia, a energia de atividade inteligente, ao centro laríngeo, novamente da mesma maneira, por intermédio das cinco pétalas de conhecimentos.

Este processo acontece no veículo egoico e é registrado pelo discípulo no plano físico, produz, eventualmente, o que poderia ser chamado de um "poderoso centro de invocação." Este centro de invocação evoca resposta da Tríade Espiritual, de modo que eventualmente, vocês têm:

I. A Tríade Espiritual, o guardião da energia monádica.

O átomo átmico permanente.
As pétalas de sacrifício.
O antahkarana.
O átomo físico permanente dentro do lótus egoico.
O centro coronário.


II. A Tríade Espiritual.

O átomo búdico permanente.
As pétalas de amor.
O antahkarana.
O átomo astral permanente dentro do lótus egoico.
O centro cardíaco.


III. A Tríade Espiritual.

O átomo manásico permanente.
As pétalas de conhecimento.
O antahkarana.
A unidade mental.
O centro laríngeo.

Estes detalhes, meus irmãos, são de interesse técnico, são puramente acadêmicos e constituem simplesmente palavras-símbolos de um inevitável processo evolutivo. Eles descrevem a inspiração divina à qual todos os seres humanos são submetidos como parte integrante da vida do Próprio Deus e que é conscientemente registrado quando um homem atinge os estágios do discipulado e da iniciação. Eles demonstram, quando corretamente compreendidos, a natureza da Ciência da Respiração. Essa Respiração é tudo e no método de invocação e evocação que subjaz em todo o processo, vocês têm uma insinuação da estrutura e a atividade do Coração do Sol, o órgão de nosso sistema solar de segundo raio, e o sistema de diástole e sístole da evolução que se encontra no processo da vida universal.

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