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Livros de Alice Bailey

Iniciação, Humana e Solar


CAPÍTULO XII - Os Cetros de Iniciação
A Finalidade dos Centros de Poder
O Efeito da Aplicação do Cetro

CAPÍTULO XIII

OS CETROS DE INICIAÇÃO

Os Cetros de Iniciação são de quatro tipos: -

1. Cósmico, usado por um Logos cósmico nas iniciações de um Logos solar e dos três Logos Planetários maiores.

2. Sistêmico, usado por um Logos solar nas iniciações de um Logos Planetário. Com a iniciação cósmica, nada temos a ver; ela diz respeito ás expansões de consciência além do próprio alcance do mais alto iniciado, em nosso sistema solar. Com as iniciações sistêmicas nós nos ocupamos apenas numa medida insignificante, pois eles são em escala tão vasta que a mente humana comum não pode ainda visualizá-las. O homem somente avalia estas iniciações na medida em que produzem efeitos no esquema planetário ao qual ele possa estar ligado. Este é particularmente o caso, quando o esquema, no qual ele representa o seu papel microscópico, é o centro, no corpo Lógico, a receber estímulo. Neste caso, a Iniciação de seu próprio Logos Planetário ocorre e, consequentemente, ele (como um corpo celular) recebe um estimulo adicional, juntamente com os demais filhos dos homens.

3. Planetário, usado por um Logos Planetário para propósitos iniciáticos e para as terceira, quarta e quinta iniciações maiores, mais as duas mais altas. Na iniciação planetária, o Cetro de Poder, empunhado pelo Logos solar, está carregado com força elétrica pura, vinda de Sírio, e foi recebido por nosso Logos durante o período secundário da criação, das mãos daquela grande Entidade Que é o Senhor que preside os Senhores do Carma. Ele é o repositório da lei durante a manifestação e Ele é o representante, no sistema solar, daquela Fraternidade maior em Sírio, Cujas Lojas são encontradas funcionando como as Hierarquias ocultas no diversos planetas É ele de novo, Quem, com o auxilio do Logos solar, investe de poder os vários Iniciadores, dá-lhes a palavra secreta, capacita-Os a fazer descer a força elétrica pura com a qual os Seus cetros de ofício têm de ser carregados e entrega à Sua custódia o segredo peculiar de Seu particular esquema planetário.

4. Hierárquico, usado por uma Hierarquia oculta para iniciações menores e para as duas iniciações de manas pelo Bodhisattva.

Quando o homem se individualizou nos dias lemurianos, o foi por meio da aplicação do Cetro de Iniciação ao Logos de nossa cadeia terrestre, o qual pôs em atividade, ao tocá-los, certos centros em Seu corpo, com seus grupos correspondentes. Esta aplicação produziu, literalmente, o despertar da vida para o trabalho inteligente no plano mental. O homem animal estava consciente nos planos físico e astral. Devido ao estímulo efetuado pelo cetro elétrico, este homem animal despertou a consciência no mental. Assim, os três corpos foram coordenados e o Pensador foi capacitado para neles funcionar.

Todos os Cetros de Iniciação causam certos efeitos:

a) estímulo dos fogos latentes, até arderem.

b) Síntese dos fogos, por meio de uma atividade oculta que os traz, um para dentro do raio do outro.

c) Aumento da atividade vibratória de algum centro, seja num homem, seja num Homem Celestial, ou num Logos Solar.

d) Expansão de todos os corpos mas, principalmente, do corpo causal.

e) A elevação do fogo de Kundalini (ou fogo na base da espinha) e a direção de sua marcha para cima. Este fogo e o fogo de manas são dirigidos segundo certas rotas — os triângulos — ao acompanhar o Cetro à medida que este se move de maneira específica. Há uma razão oculta, precisa, sob as leis da eletricidade, por trás do fato conhecido de que cada iniciado apresentado ao Iniciador é acompanhado por dois Mestres, Que permanecem um de cada lado do iniciado. Eles três juntos formam um triângulo que possibilita o trabalho.

A força do Cetro é dupla e seu poder, tremendo. Isolado e só, o iniciado não poderia receber a voltagem do Cetro sem graves lesões mas, na transmissão triangular, há segurança. Devemos lembrar-nos que dois Mestres apadrinham todos os solicitantes à Iniciação e representam duas polaridades do Todo elétrico. Parte de Sua função é acompanhar os candidatos à iniciação quando estes se apresentam ante o Grande Senhor.

Quando os cetros são manejados pelo Iniciador na Sua posição de poder e nas estações determinadas, eles atuam como transmissores de força elétrica de níveis bem altos, tão altos mesmo que o “Diamante Flamejante”, em algumas das iniciações finais, na sexta e na sétima, transmite força por intermédio do Logos, totalmente de fora do sistema. Este Cetro principal é o usado no planeta, mas, dentro do sistema, há vários destes Cetros de Poder e eles podem ser encontrados em três graus — se assim se pode exprimir.

Um Cetro de Iniciação é usado nas duas primeiras iniciações e é empunhado pelo Grande Senhor. Ele é magnetizado pela aplicação do “Diamante Flamejante”, a magnetização sendo repetida para cada novo Instrutor do Mundo. Quando Este toma posse do cargo, realiza-se uma cerimônia maravilhosa na qual Ele recebe Seu Cetro de Poder — o mesmo Cetro usado desde a fundação da Hierarquia Planetária - e o oferece ao Senhor do Mundo, Que o toca com o Seu próprio Cetro poderoso, causando uma recarga nova de sua capacidade elétrica. Esta cerimônia se realiza em Shamballa.

O Cetro de Iniciação conhecido como “Diamante Flamejante” é usado por Sanat Kumara, o Iniciador Único. Este Cetro está oculto “no Oriente” e mantém o fogo oculto que irradia a Religião da Sabedoria. Este Cetro foi trazido de Vênus pelo Senhor do Mundo e uma vez, em cada período mundial, ele é submetido a um processo similar ao do Cetro menor, só que desta vez ele é recarregado devido à ação direta do próprio Logos, o Logos do sistema Solar. A localização exata deste Cetro só é conhecida pelo Senhor do Mundo e pelos Chohans dos raios e, sendo o talismã desta evolução, o Chohan do segundo raio é — abaixo do Senhor do Mundo — seu principal guardião, ajudado pelo Senhor Deva do segundo plano. Os Budas de Atividade são responsáveis por sua custódia e, abaixo d’Eles, o Chohan do raio. Ele é exibido apenas em determinadas épocas, quando um trabalho específico tem de ser feito. Não é usado apenas na iniciação dos homens mas, também, em certas funções planetárias das quais nada se sabe presentemente. Ele teu seu lugar e sua função em certas cerimônias referente à ronda interna e ao triângulo formado pela Terra, Marte e Mercúrio.

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A Finalidade dos Cetros de Poder

No cetro de um monarca está velado o simbolismo destes vários Cetros. Eles são devidamente reconhecidos como símbolos de posição e poder mas, geralmente, não é considerado que eles são de origem elétrica e que sua verdadeira significação se relaciona com o estimulo dinâmico de todos os subalternos que venham ao seu contato, inspirando-os, assim, a uma maior atividade e a um maior serviço à humanidade.

O grande Cetro de Poder do Logos está oculto no sol.

Recapitulando, a localização esotérica dos vários cetros assim se distribui:

1. O Cetro do Bodhisattva está oculto no “coração da sabedoria” ou seja, em Shamballa.

2. O Cetro do Iniciador Único está oculto no “Oriente”, uma localização planetária definida.

3. O Cetro do Logos solar se oculta no “coração do sol”, aquela esfera misteriosa subjetiva que está por trás do nosso sol físico e da qual ele é apenas a capa protetora e envoltório.

4. O Cetro do Logos cósmico associado com o nosso Logos solar está guardado secretamente naquele ponto central no céu, ao redor do qual nosso sistema solar gira, e que é chamado de “sol central espiritual”.

Um Cetro é novamente carregado em Shamballa para cada novo Instrutor Mundial; o Cetro de Sanat Kumara é carregado a cada período mundial recorrente, portanto, sete vezes na história de um esquema planetário. O Cetro Logoico de Poder é eletrificado na ocorrência de cada novo período de criação, ou para cada sistema solar por meio do qual o Logos se manifeste, da mesma maneira que um homem se manifesta por meio de sua vida física. As duas primeiras cerimônias se realizam em Shamballa, o ponto sagrado de manifestação planetária, aquela localização de um ser humano. Por exemplo, muitos dos lugares na superfície da Terra que são famosos por suas propriedades de cura, são assim conhecidos porque são locais magnetizados e suas propriedades magnéticas se demonstram como influências curadoras. O reconhecimento destas propriedades pelo homem é apenas um preâmbulo para um conhecimento posterior e mais exato, que ocorrerá guando sua visão elétrica estiver normalmente desenvolvida.

Estes sítios são magnetizados de três modos:

1. Por Sanat Kumara, trabalhando através do Manu. Isto ocorre guando se deseja formar um ponto central magnético que, por seu poder atrativo, levará uma raça, uma nação, ou uma grande organização, a um todo coerente. Toda nação tem seu “ponto magnético” formado, na matéria elétrica, pela aplicação do “Diamante Flamejante’, aos éteres; é o coração nacional e a base para o caráter nacional. Geralmente, a cidade principal de uma nação é construída ao seu redor, mas não invariavelmente.

2. Por Sanat Kumara, trabalhando através do Bodhisattva. Neste caso, a força elétrica no Cetro é manejada para aproximar mutuamente aquelas influências que se demonstram nas grandes religiões do mundo. O menor Cetro de Poder é aqui usado em conjunção com o maior. Por meio deles se estabelece a qualidade atrativa ou tônica de qualquer religião e a de qualquer organização com base religiosa.

3. Por Sanat Kumara, trabalhando através do Mahachohan Pelo manejo do Cetro do Poder, os pontos focais magnéticos daquelas grandes organizações que afetam a civilização e a cultura de um povo, são trazidos a uma atividade coerente.

Todas as organizações no plano físico — governamentais, religiosas, ou culturais — são o resultado de causas e forças internas e, antes que elas apareçam definitivamente em manifestação física, uma focalização — se assim pode ser expresso — destas influências e energias ocorre nos níveis etéricos. A maçonaria é um destes casos. Ela tem dois centros magnéticos, um dos quais na Europa Central. Em todos os casos citados, o Senhor do Mundo foi o oficiante, como é sempre o caso na fundação de grandes e importantes movimentos. Em todos os movimentos menores em auxilio da raça iniciados pelos Mestres, trabalhando através de Seus discípulos, a ajuda do Bodhisattva é invocada e o menor Cetro de Poder empregado.

Quando os discípulos iniciam um movimento em uma escala relativamente reduzida, o Mestre com Quem eles trabalham pode assisti-los de maneira semelhante e embora não empunhe nenhum Cetro de Poder, Ele tem métodos pelos quais pode estimular e levar à coesão dos pequenos esforços de seus seguidores fiéis. Assim, em todos os departamentos da vida humana, os Cetros de Iniciação e as Palavras de Poder são usadas. O governo mundial inteiro funciona sob a lei e a ordem e o esquema todo é interdependente.

Vamos retomar o assunto da iniciação humana e destes Cetros de Poder. No momento da cerimônia de Iniciação, depois das duas grandes revelações, chega um momento de completo silêncio e, neste ínterim, o iniciado conscientiza dentro de si mesmo o significado de “Paz”. Ele permanece como se em uma vacuidade, ou um vácuo, no qual nada parece poder atingi-lo; fica entre a terra e o céu por um breve segundo, consciente apenas do significado das coisas como elas são, conscientizando-se de sua própria divindade essencial e do papel que ele terá de representar quando novamente retornar, da Câmara de Conselho do Céu, ao serviço terrestre. Ele não tem consciência de ansiedade, medo ou dúvida: contatou a “Presença” divina e viu a visão. Ele sabe o que tem a fazer e como fazê-lo e uma paz e alegria indescritíveis enchem seu coração. Este é um interlúdio de quietude antes do período de atividade renovada que começa no momento em que o Cetro é aplicado. Enquanto esteve recolhido para dentro de si mesmo, com todas as suas forças centradas no seu coração, a Loja dos Mestres, em atividade, esteve cumprindo certas cerimônias e entoando certas palavras, preparatórias para o aparecimento do Iniciador no trono e para o empunhar do Cetro. O Hierofante estivera presente até agora, mas o trabalho fora efetuado pela Loja a pelos Padrinhos. Ele agora sabe para o lugar de poder e o Cetro Lhe é trazido por seus guardiães legítimos.

Não nos é possível publicar mais pormenores da etapa seguinte, além do ponto em que se usa a descrição corporificada nas palavras “o fogo desce do céu”. Através do pronunciamento de certas palavras e frases que são um dos segredos da Iniciação e que variam para cada Iniciação, a força elétrica a ser empregada desce sobre o Cetro, passando pelo coração o e pela mão do Iniciador até os Três Que ficam em relação triangular com o trono de oficio. Eles a recebem, um de cada vez, e a fazem circular por Seus corações por um ato de vontade, assim passando-a para os Padrinhos. Estes, também por um ato de vontade, preparam-Se para transmitida àquele centro no corpo do Iniciado (de acordo com a iniciação) que irá receber o estímulo. Há, então, um intervalo interessante, quando as vontades unidas da Hierarquia são fundidas de maneira a transmitir a força que o Cetro pôs em circulação. O Hierofante pronuncia a palavra e a força é literalmente atirada para os corpos e centros astrais, para os centros nos níveis elétricos que, finalmente, a absorvem. Este é um momento estupendo para o iniciado e lhe traz a percepção da verdade absoluta literal da frase “Deus é um fogo consumidor”. Ele sabe, acima de qualquer controvérsia, que a energia ardente e a força elétrica constituem a soma total de tudo o que existe. Ele é literalmente banhado nos fogos de purificação; ele vê fogo por todos os lados, derramando-se do Cetro, circulando ao redor do Triângulo e passando pelos corpos dos dois adeptos que são padrinhos. Por um breve segundo, toda a Loja de Mestres e os iniciados, permanecendo em Seus lugares para o cerimonial, fora do triângulo, ficam ocultos da vista por uma parede de puro fogo. O iniciado não vê ninguém à exceção do Hierofante e não tem consciência de mais nada a não ser da luz ígnea de pura chama azul-branco que queima mas não destrói, que intensifica a atividade de cada átomo em seu corpo, sem desintegração, e que purifica sua natureza toda. O fogo põe à prova qual a qualidade de seu trabalho e ele passa através da Chama.

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O Efeito da Aplicação do Cetro

A. Sobre os Corpos do Iniciado: O efeito é quádruplo e durável mas varia de acordo com a iniciação alcançada. A ação do Cetro é regulada muito cuidadosamente e cientificamente e, a cada Iniciação seguinte, a voltagem é aumentada e a atividade do fogo resultante, e de seu calor, intensificada Pela aplicação do Cetro o iniciado descobre:

1. Que a atividade de cada átomo individual nos vários corpos é aumentada, resultando num grau maior de energia nervosa e numa elasticidade e resistência que lhe servirão com vantagem na intensa vida de serviço que se antecipa.

2. Que a matéria de tipo indesejável nos seus corpos é expelida e a parede atômica parcialmente destruída, tornando os átomos radioativos - se assim se pode dizer - e, portanto, mais facilmente elimináveis.

3. Que os fogos do corpo são estimulados e a energia total do homem tríplice inferior é coordenada de tal maneira que há menos perda de energia e maior coerência e uniformidade na ação.

4. Que o alinhamento dos diversos copos em relação ao corpo causal, ou egoico, é ajudado e, assim, a continuidade de consciência e a receptividade às ordens do Ego se tornam possíveis.

Quando o iniciado voltar da cerimônia e retomar seu trabalho no mundo, descobrirá que o estímulo recebido produzirá em seus corpos um período de grande atividade e também de luta. Esta luta, persistindo até a vitória, resultará numa eliminação da matéria indesejável do seu corpo e na construção de um material novo e melhor; ele descobrirá que seus poderes para o serviço estão enormemente aumentados e sua energia nervosa de tal maneira intensificada que ele pode extrair reservas de força para o serviço, até então insuspeitadas. Ele descobrirá, também, que a resposta do cérebro físico à voz do Eu superior e sua receptividade às impressões mais altas e mais sutis estã o grandemente favorecidas. Finalmente, por meio do trabalho realizado, ele terá êxito na alimentação de todas matérias de caráter subatômico e, então, construirá corpos com substancia do mais alto subplano de cada plano; ele ficará ciente de que todas as suas energias podem ser consciente e construtivamente controladas, de que conhece o significado real da continuidade de consciência e pode funcionar simultaneamente nos três planos, com toda a conscientização interna.

B. Sobre o Corpo Causal ou Egoico

Só é possível tocar muito brevemente no efeito da aplicação do Cetro sobre o corpo causal. O assunto é muito vasto e será considerado mais a fundo no Tratado sobre o Fogo Cósmico. Há apenas duas maneiras pelas quais alguma ideia da verdade fundamental poderá ser transmitida à mente do estudante, as quais poderíamos considerar agora.

A primeira é que o estudante deve ter em conta a significação interessante do fato de que ele, no plano físico, é uma personalidade funcionante com características conhecidas e percebidas e, no entanto, por nutro lado, ele é uma vida subjetiva que usa essa personalidade como um canal para expressão, e que — por meio da ação dos corpos físico, emocional e mental, que constituem o tríplice homem inferior — faz seus contatos com o plano físico e assim se desenvolve. A mesma ideia geral de desenvolvimento deve ser agora entendida ao Eu superior, o Ego no seu próprio plano. Este Ego é um grande anjo solar, que é o meio de expressão para a Mônada, ou espírito puro, da mesma forma que a personalidade o é para o Ego no nível mais baixo. Do ponto de vista do homem nos três mundos, este Ego, ou Senhor Solar, é eterno; ele persiste por todo o ciclo de encarnações, da mesma maneira que a personalidade persiste durante o diminuto ciclo de vida física. Apesar disso, este período de existência é apenas relativamente permanente, e chega o dia em que a vida que se expressa por meio do Ego, do Pensador, do Senhor Solar ou Manasadeva, procura se desprender até desta limitação e retornar à fonte da qual emana originalmente.

A vida, então, que se manifesta como um anjo solar e que, por meio da energia inerente, mantivera coesa, por longas eras, a forma egoica, retira-se gradualmente e a forma se dissipa vagarosamente; as vidas menores que a constituíam retornam para a fonte geral de substancia dévica com sua consciência e atividade aumentadas, devido à experiência de terem sido construídas numa forma e utilizadas por um aspecto ainda mais alto de existência. Similarmente, no caso da personalidade, guando a vida egoica se retira, o tríplice eu inferior se dissipa; as pequenas vidas que formam o corpo do que tem sido chamado eu lunar (em oposição ao eu solar, sendo apenas seu reflexo), são absorvidas no reservatório geral de substancia dévica de uma vibração inferior à da que compusera o corpo egoico. Do mesmo modo, também, sua evolução foi impulsionada por terem servido de forma para o uso do Eu Superior.

A aplicação do Cetro de Iniciação acelera o trabalho de separar o eu espiritual do Eu Superior e a vida aprisionada escapa gradualmente, enquanto o corpo causal é vagarosamente absorvido ou consumido.

Isto levou à expressão, usada algumas vezes em livros de ocultismo, da “fragmentação do corpo causal” a cada iniciação, e à ideia do fogo interno central, gradualmente interpenetrando e destruindo as paredes confinadoras, e também à da destruição do Templo de Salomão pela retirada do Shekinah. Todas estas frases são palavreados simbólicos e são tentativas de comunicar a verdade fundamental, por vários ângulos, à mente do homem.

Ao tempo em que a quarta iniciação tenha sido alcançada, o trabalho de destruição estará terminado, o anjo retornará ao seu lugar tendo cumprido a sua função, e as vidas solares procurarão seu ponto de emanação. A vida dentro da forma sobe, então em triunfo, para o coração de seu “Pai no Céu”, assim como a vida dentro do como físico, no momento da morte, procura a sua fonte, o Ego, e isto, da mesma maneira, em quatro etapas:

1. Pela retirada do corpo físico denso.
2. Pela retirada do corpo etérico.
3. Por um posterior abandono do corpo astral.
4. Por uma partida final do como mental.

Outra maneira de dar ênfase a essa mesma verdade é considerar o corpo egoico como um centro de força, uma roda de energia, ou um lótus, imaginá-lo como um lótus de nove pétalas ocultando, dentro destas pétalas, uma unidade central de três pétalas; estas, por seu turno, ocultam a vida central, ou “a jóia no lótus”. Conforme a evolução prossegue, estes três círculos de três pétalas se abrem gradualmente, tendo um efeito simultâneo em uma ou outra das três centrais. Esses três círculos são chamados respectivamente de pétalas do Sacrifício, do Amor e do Conhecimento. Durante a iniciação o Cetro é aplicado às pétalas de maneira científica e regulada de acordo com o raio e a tendência. Isto produz a abertura do botão central, a revelação da jóia, a retirada do cofrezinho que por tanto tempo a protegeu e sua transferência para a “coroa”, como é chamada ocultamente, significando o retorno à Mônada de onde veio.

Devemos conhecer que tudo acima é apenas uma tentativa de descrever, por meio da ação limitada das palavras, o método e os rituais pelo quais a libertação espiritual é finalmente atingida neste ciclo; primeiro, pelo método de desenvolvimento evolutivo, ou gradual, e depois, nas etapas finais, pelo Cetro de Iniciação.

C. Sobre os Centros

Na época em que a iniciação é atingida, os centros estão todos ativos e os quatro inferiores (que correspondem à Personalidade) estão começando o processo de transladar o fogo para os três superiores. A revolução dual nos centros inferiores pode ser vista claramente e os três superiores começam a ser similarmente ativos. Pela aplicação do Cetro de Iniciação no momento da cerimônia iniciática, resultados definidos são atingidos em relação aos centros, que podem ser enumerados como segue:

O fogo na base da coluna é definidamente dirigido para qualquer centro que seja o objeto de atenção especial. Isto varia de acordo com o raio ou com o trabalho especializado do iniciado.

O centro tem sua atividade intensificada, sua velocidade de revolução aumentada e certos raios centrais da roda trazidos a uma radiação mais ativa. Esses raios da roda, ou pétalas do lótus, têm íntima conexão, por exemplo, com os diferentes espirilos nos átomos permanentes e, por seu estímulo começam a agir, um ou mais dos espirilos correspondentes, nos átomos permanentes dos três planos inferiores. Após a terceira iniciação, um estimulo correspondente se faz sentir nos átomos permanentes da Tríada, levando a uma coordenação do veículo búdico e a uma transferência da polarização inferior para a superior.

Pela aplicação do Cetro de Iniciação o influxo de força vinda do Ego para a Personalidade é triplicado, a direção daquela força dependendo dos centros que recebem atenção serem o etérico ou o astral, nas primeira e segunda iniciações, ou de se o iniciado estará perante o Senhor do Mundo. No último caso, seus centros mentais ou os seus correspondentes vórtices de força, em níveis superiores, receberão estimulo. Quando o Instrutor do Mundo inicia nas primeira e segunda iniciações, a direção da força da tríada é imitada para a vivificação dos centros do coração e da garganta, em sua posição de sintetizar o inferior. Quando o Iniciador Único aplica o Cetro de Seu poder, o influxo vem da Mônada e embora o coração e a garganta intensifiquem a sua vibração em resposta, a direção principal da força é para os sete centros da cabeça e, finalmente, (na libertação) para o centro radiante no topo da cabeça, sintetizando os sete centros menores da cabeça.

Os centros, durante a iniciação, recebem um novo impulso de capacidade vibratória e de poder e isto, na vida exotérica, resulta em:

1. Uma sensibilidade e um refinamento dos veículos que podem resultar, de inicio, em muito sofrimento para o iniciado, mas que produzem uma capacidade de responder que sobrepuja, de muito, a dor que o acompanha.

2. Um desenvolvimento da faculdade psíquica que, por sua vez poderá levar a uma agonia temporária, mas que causa, finalmente, um reconhecimento do eu uno em todos os egos, o que é a meta do esforço.

3. Uma consumação de trama etérica pela elevação gradual de Kundalini, sua correta progressão geométrica e uma resultante continuidade de consciência que capacita o iniciado a se utilizar conscientemente do tempo como um fator nos planos de evolução.

4. Uma gradual percepção da lei de vibração como um aspecto da lei básica de construção, a Lei da Atração, é alcançada, e o iniciado aprende conscientemente a construir, a manipular matéria de pensamento, para o aperfeiçoamento dos planos do Logos, a trabalhar na essência mental e aplicar a lei nos níveis mentais e daí afetar o plano físico. O movimento se origina cosmicamente, em níveis cósmicos, e o mesmo será visto, no microcosmo. Há uma insinuação oculta aqui, que revelará muito se sobre ela se meditar bem. Na iniciação, no momento da aplicação do Cetro, o iniciado percebe conscientemente o significado da Lei de Atração na construção da forma e na síntese dos três fogos. Seu progresso dependerá de sua capacidade em reter essa conscientização e de aplicar a lei em si mesmo.

5. O Hierofante transmite energia manásica superior para o iniciado, de tal maneira que este se torna capacitado a conscientemente conhecer e reconhecer o plano para o seu centro grupal, através do estimulo imensamente aumentado. Esta força desce do átomo manásico permanente através do antahkarana e é dirigida para qualquer centro que o Hierofante — sob a lei — verifique deva ser estimulado.

6. O Iniciador estabiliza a força e regula seu fluxo, enquanto esta circula pelo corpo egoico, de tal maneira que, quando o trabalho do desabrochamento está concluído, o sétimo princípio no Coração do Lótus pode ser revelado. Após cada iniciação, o Lótus está mais aberto e a luz vinda do centro começa a brilhar — uma luz, ou fogo, que finalmente arde através das três pétalas que o protegem e permite que se veja toda a glória interna e que o fogo elétrico do espírito se manifeste. Conforme isto seja produzido no segundo subplano do plano mental (onde o lótus egoico está agora situado), um estimulo correspondente tem lugar na substância densa que forma as pétalas ou rodas dos centros, nos níveis astral e etérico.

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