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Livros de Alice Bailey

Do Intelecto à Intuição


Capítulo VI – Etapas da Meditação (continuação)

"Milarepa foi um que conseguiu finalmente desembaraçar-se da Dupla Sombra e flutuar no Espaço Espiritual até atingir a Meta em que todas as doutrinas se unificam...
Tendo todas as suas ideias e conceitos fundidos com a Causa Primeira, ele tinha eliminado a Ilusão da Dualidade."
Rechung (do Tibetano)

Etapas da Meditação (continuação)

Desenvolvemos nosso trabalho de meditação segundo o que se poderia chamar de linhas seculares, pois envolvem o emprego da mente e, ainda que o tema do processo da meditação tenha sido presumivelmente religioso, os mesmos resultados podem ser bem alcançados com um tema mundano como o “objeto” ou “pensamento-semente”.

O objetivo foi ensinar a mente a manter-se atenta sobre uma ideia escolhida. Temos tratado, por conseguinte, do que se poderia legitimamente chamar de uma parte do processo educativo.

É neste ponto que a divergência entre os métodos oriental e ocidental aparece. Uma escola, antes de tudo, ensina os alunos a controlarem o instrumento do pensamento; a descobrir a existência deste instrumento pela falha primária do controle, e depois, graças à prática da concentração e da meditação, a conquistar a facilidade de forçar a mente a ser sempre uni direcionada. A outra escola propõe a posse de algo chamado mente e depois prossegue até enchê-la de informações e treinar o aspecto memória a ser capaz de reter, e o conteúdo da mesma a ser facilmente acessível ao estudante. Poucos são os que, alcançado este estado, passam a um uso real da sua mente através de algum interesse profundo por alguma ciência ou modo de viver, mas a maioria das pessoas nunca atinge o controle mental. Os métodos educativos, tais como os temos hoje, não ensinam aos alunos esta técnica preliminar, donde a confusão profunda no que respeita à natureza da mente e à distinção entre mente e cérebro.

Se o cérebro e as células cerebrais são tudo o que há, então a posição do pensador materialista, de que o pensamento é inteiramente dependente da qualidade das células, é lógico e correto. Ludwig Fischer, no seu livro A Estrutura do Pensamento, mostra-nos a parte que o cérebro desempenha neste processo:

"A perfeição dos processos de apreensão depende principalmente da estrutura e do funcionamento de certo órgão, que recebe e conecta as diferentes impressões dos sentidos e que, além disso, retém parcialmente os traços das impressões prévias e permitem-nas indiretamente entrar em ação. Este órgão é o cérebro, com as suas ramificações e órgãos subsidiários. A perfeição da estrutura e do funcionamento deste órgão determina a perfeição com a qual podemos ter êxito em um esforço deliberado, na produção de uma representação do complexo do Todo, usando formas específicas da percepção sensorial que estão às nossas ordens...

O cérebro permite-nos ter uma intuição e uma apreensão intelectual do mundo em sua complexidade. A maneira como isto é produzido depende da estrutura interna extremamente complicada deste órgão e das suas relações recíprocas com as outras partes do Todo, relação que tem numerosas graduações." (1)

Se a percepção e a apreensão sensorial, com as suas racionalizações consequentes e a instituição de um processo mental subsequente, têm a sua fonte no cérebro, então o Dr. Sellars tem razão, quando escreveu noEvolutionary Naturalism, que a mente pode ser considerada como uma "categoria física" e que "queremos dizer com isto, os processos nervosos que encontram expressão numa conduta inteligente." (2)

Mas esta ideia não satisfaz à maioria dos pensadores e a maior parte - pertencentes a outras escolas que não a puramente materialista - concebe qualquer coisa mais que a matéria e considera a mente como distinta do cérebro; sustentam a hipótese de que é uma realidade subjetiva substancial, a qual pode servir-se do cérebro como seu terminal de expressão e que ele pode impressionar a fim de exprimir os conceitos e intuições que um homem é susceptível de usar conscientemente. O que estamos a considerar não é de nenhum modo uma faculdade supranormal ou a possessão de um instrumento especializado por alguns bem dotados; a mente deveria ser empregada por todas as pessoas educadas, e no fim do processo educacional (levado a efeito durante os anos de formação) um homem deveria estar na posse de uma faculdade que ele compreende e utiliza à vontade. O Dr. Mac Dougall faz notar, em Psychology, the Science of Behavior, que a nossa atividade mental (que é geralmente inconsciente) pode ser subnormal, normal ou supranormal. No primeiro caso, tereis o idiota ou fraco de espírito; no segundo, o cidadão comum, inteligente, cuja mente é um teatro, ou antes, um filme, registrando tudo o que chega; e, finalmente, descobriremos aquelas raras almas cuja consciência é iluminada e cujas mentes registram o que está oculto para a maioria. Com esta última classe não temos nada que fazer. São o produto das etapas finais do trabalho da meditação, a contemplação e a iluminação. A concentração e a meditação têm uma relação definida com os muitos e com o normal das pessoas.

No Oriente, e em muitas pessoas do Ocidente, a mente é considerada como separada e distinta do cérebro. O Dr. Lloyd Morgan, em Emergent Evolution, cita Descartes: "Há sem dúvida (1) a substância corporal (res extensa) e (2) a substância mental ou pensante (res cogitans); mas precisam para a sua existência a concorrência de Deus... À exceção desta comum dependência de Deus, são independentes uma da outra. Lloyd Morgan resume o seu ponto de vista num outro livro: Life, Mind and Spirit. Diz ele:

"O Espírito não é de modo algum separável da vida e da mente nem estas dele. O que é oferecido à contemplação reflexiva, é um plano-universal de acontecimentos naturais. Afirmo que este plano-universal é uma manifestação do Propósito Divino... Nós também somos manifestações do Espírito que é revelado dentro de nós. Cada um de nós é uma vida, uma mente e um Espírito - um exemplo de vida como expressão do Plano-Universal, da mente como expressão diferente do Plano-Universal, do Espírito em que a Substância deste Plano-Universal é revelada em nós... Esta revelação é apenas parcial, pois cada um de nós é apenas um exemplo individual do que na plena manifestação é universal...” (5)

Deus revela o seu propósito através da atividade da forma. Faz o mesmo através da atividade da mente, que age por sua vez sobre o cérebro, sintonizado de maneira receptiva.

Mais tarde, a mente torna-se capaz de responder a uma iluminação, emanando do aspecto Espírito e é o que iremos examinar de maneira abreviada. Isto está muito próximo da posição oriental que infere uma “substância mental“ que é posta em atividade pelo mundo exterior dos negócios humanos por intermédio dos sentidos, das emoções e pelas outras mentes. Esta intensa atividade da substância mental deve ser categoricamente silenciada pela concentração e pela meditação, se se quer que a mente seja posta numa condição em que possa ser reforçada e reorientada para outro campo de percepções e noutra ordem de ideias. Para os esoteristas, portanto, o objetivo da meditação (conduzida nas suas últimas etapas) é fazer com que a mente cesse de registrar, seja qual for, a forma de atividade, não importa de que elevado grau, mas comece a registrar as impressões vindas deste Fator em constante manifestação a que chamamos (à falta de melhor termo) A Mente de Deus, a Mente Universal. Esta mente distingue-se por um sentido de Totalidade, e de síntese.

A história inteira da humanidade em evolução poderia ser considerada sob o ângulo deste conceito de Plano, e o foco de interesse poderia observar-se ser o de uma consciência crescente no homem, de um Universo que é a revelação de uma Vida e de uma Divindade, na qual a humanidade desempenha a sua parte no Todo maior. Ludwig Fischer atrai a nossa atenção sobre o fato de que todas as nossas faculdades “são fundadas neste misterioso e inconsciente qualquer coisa que domina a totalidade da nossa vida intelectual" e assinala a necessidade para o que ele chama o elemento não-racional nas respostas que damos às questões complexas de cada dia. As suas conclusões, quanto à situação fundamental que o homem tem de enfrentar em conexão com o pensamento e nosso progresso para regiões superiores e não racionais, são verdadeiras e poderosas. Diz ele:

"Não há senão um só caminho possível para avançar. Este caminho é conduzido pela intuição das mentes de uma sensibilidade mais do que a comum instintiva; a razão analítica segue, consolidando a posição e tornando praticável a entrada para o resto da humanidade. O avanço no desconhecido começa por uma hipótese, e uma hipótese não é nada mais que uma estrutura mais ou menos irracional, obtida intuitivamente. Uma vez estabelecida, é comparada em todas as suas implicações, com a experiência, de tal modo que, se possível, a hipótese seja provada e racionalizada." (6)

Em nosso estado, chegamos ao estágio do processo de controle mental em que devemos prosseguir sobre hipóteses. Apesar disso, não será uma hipótese senão para o materialista, porque as conclusões e o reino de conhecimento penetrado são registradas como verdades e fatos provados por milhares de seres através das idades.

Demos um resumo de um método antigo e experimentado, pelo qual se pretende que a mente possa ser utilizada e empregada à vontade, e assinalamos um caminho no qual os fatores que retiveram a nossa atenção até agora podem ser anulados e um novo campo de percepção viabilizado. Antes de prosseguir com estas instruções, talvez seja útil definir a hipótese sobre a qual nós vamos apoiar:

Há um reino da alma chamado reino de Deus, que é na realidade outro reino da natureza, um quinto reino. A entrada neste reino é um processo tão natural como o foi a passagem da vida, elevando-se de um reino da natureza para outro, no processo da evolução. Quando os sentidos e tudo o que eles transmitem são focados no "senso comum", que era o nome dado à mente por místicos tais como Meister Eckhart, enriquecem essa mente, tornam-se suscetível de numerosos estados de consciência. Quando estas atividades podem ser negadas e quando a mente rica e sensitiva pode, por sua vez ser refocada, torna-se um aparelho sensitivo (um sexto sentido, se assim quereis) que registra "as coisas do Reino de Deus” e abre ao homem, em profunda meditação, estados de consciência e degraus do conhecimento que até aí estavam selados para ele, mas que são tanto parte do Todo e do conteúdo mundial como qualquer outro campo de investigação. Eis a nossa hipótese e é dela que partiremos. A percepção instintiva deu lugar, no homem, ao conhecimento intelectual. Será possível que esta percepção intelectual seja, por sua vez, transcendida e ultrapassada por um conhecimento intuitivo?

Neste ponto da nossa argumentação, algumas proposições parecem necessárias e são úteis para elucidar o tema deste livro. São em número de três:

I. No decorrer do longo processo evolutivo que conduziu o homem do estado animal ao estado de ser humano, constatamos que chegamos agora à fase na qual ele é consciente de si ou autorreferenciado. Está no centro do seu próprio mundo e o universo gira à sua volta. Tudo o que acontece tem relação consigo mesmo e com os seus negócios, e com o efeito que a vida e as circunstâncias produzem sobre ele como o fator importante.

II. À medida que o homem cresce em conhecimento e em percepção intelectual, o cérebro e a mente tornam-se coordenados. O cérebro torna-se simplesmente a ferramenta ou instrumento dos instintos treinados e da mente controlada. Esta mente extrai o que foi chamado de "conteúdo do subconsciente", da memória ativa e do meio ambiente, o que é necessário para fazer avançar o processo de viver num mundo exigente. O homem torna-se um ser humano, eficiente e útil, e toma o seu lugar como uma célula consciente no corpo da humanidade. Começa a ter alguma consciência das relações grupais. Mas há mais ainda.

III. Desde o estado primitivo da existência humana, até o do elevado grau do homem atuando coordenadamente, esteve sempre presente numa consciência de algum Outro, de um fator situado para além da experiência humana conhecida, de um objetivo ou busca de uma Divindade. Esta consciência sutil e indefinível emerge inevitavelmente e faz com que o homem caminhe e procure o que nem a sua mente (tal como a conhece) nem as circunstâncias, nem seu meio ambiente parecem ser capazes de lhe dar. Isto pode ser chamado a procura da certeza, um esforço pela experiência mística, ou o impulso religioso. Mas qualquer que seja o nome que lhe dermos, está infalivelmente presente.

Estas três proposições delineiam grosseiramente o caminho que o homem percorreu na sua consciência. Descrevem a condição na qual encontramos um grande número de seres humanos intelectuais na atualidade, bem informados, responsáveis, mas, ao mesmo tempo, insatisfeitos. Interrogam o futuro ou confrontam-se com a inevitabilidade da morte; anseiam por alcançar uma consciência mais vasta e por uma certeza quanto às coisas espirituais e quanto à Realidade última. Este impulso para uma compreensão e um saber maior está sendo demonstrado em larga escala, nesta época, e a continuação do crescimento evolutivo, já estabelecida, persiste visivelmente e deverá assim fazê-lo se um novo reino ou estado de consciência tiver de ser adicionado aos que foram já alcançados.

É aqui que todas as grandes religiões do mundo oferecem aos homens um modo de conhecimento e um processo de desenvolvimento que pode e de fato acelera o trabalho de desenvolvimento. O Dr. Otto, em The Idea of the Holy, diz que o homem "deve ser conduzido e guiado pela consideração e a discussão desta matéria, segundo as vias da sua própria mente, até que atinja o ponto em que o "numinous" nele comece por força a acender-se, a entrar em vida e em consciência." (7)

Diz-nos que a palavra "numinous" vem do latim "numen", que significa poder divino sobrenatural. Representa "a apreensão religiosa específica não racional e o seu objeto, em todos os níveis, desde as primeiras vagas impulsões em que mal se pode dizer que a religião existe, até as formas mais exaltadas da experiência espiritual." (8)

O seu tradutor, o Dr. Harvey, professor de filosofia no Armstrong College, acrescenta que se desenvolve no homem "uma consciência crescente de um objeto, divindade. . . uma resposta, por assim dizer, ao impacto do "divino" sobre a mente humana, assim que ele se revela, quer seja obscuramente, quer com clareza. O fato principal é a confirmação da mente humana com uma Qualquer coisa, cujo caráter só é gradual mente descoberto, mas que é desde o começo sentido como uma presença transcendente, 'o além', mesmo quando isso é também percebido como 'o interior' do homem". (9)

Pela atenção ao propósito da vida, pela concentração no trabalho cotidiano, pelo interesse intenso nas ciências que cativam as nossas melhores inteligências, e pela meditação, tal como ela é praticada por alguns no campo religioso, muitos indivíduos chegaram a um ponto onde duas coisas se produzem: a ideia do sagrado, do Ser e da relação com este Ser entra como fator dominante na vida. Segundo, a mente começa a demonstrar uma nova atividade. Em vez de registrar e de armazenar na memória os contatos que os sentidos lhe comunicaram e de absorver a informação que é a herança comum do presente através dos livros e da palavra falada, reorienta-se para um novo saber e começa a consultar novas fontes de informações. O instinto e o intelecto fizeram o seu trabalho; agora, a intuição começa a desempenhar o seu papel.

É a este ponto que nos trouxe a prática da meditação que estudamos, e para o qual a educação da memória e a catalogação do saber mundial nos prepararam. Estes tiveram o seu tempo. Para muitos milhares de indivíduos está pronta uma nova empresa. Será possível que para estas almas que estão nascendo agora para a experiência mundial, a velha educação, com o seu desenvolvimento da memória, os seus livros, as suas conferências e suas apropriações dos chamados fatos tenha-se tornado insuficiente? Para elas, ou teremos de formular um novo método, ou modificar a técnica presente e assim encontrar tempo para o processo de reorientação da mente, que permitirá ao homem tornar-se consciente de mais campos de conhecimentos do que ele contrata agora. Assim, demonstraremos a verdade das palavras de Mr. Chaplin, no seu precioso livrinho The Soul, que... "é pela alma que os processos corporais atingem o seu significado." (10)

A conquista da alma amanhece diante do homem. Está próximo o dia em que a palavra Psicologia retomará a sua significação original. A educação terá duas funções. Tornará o homem capaz de manejar com a maior eficiência os assuntos deste mundo e de empregar inteligentemente este aparelho que os "Behavioristas" (11) fizeram tanto para explicar; também iniciá-lo-á no reino que os sempre místicos testemunharam e para o qual a mente corretamente empregada detém a chave.

No capítulo precedente tratou-se do método pelo qual um homem pode começar a dominar seu instrumento, a mente, e assim aprender a focalizar seu pensamento de tal modo sobre um tema escolhido ou uma ideia, que poderia fechar-se a todo o conceito externo e fechar completamente a porta sobre o mundo fenomenal. Vamos considerar a maneira como poderia levar o seu pensamento focado mais e mais alto (para falar a linguagem dos místicos) até que a própria mente falhe e ele se encontre num pico do pensamento de onde possa visualizar um mundo novo. No processo da meditação até este estado, houve uma atividade intensa, e nenhuma condição de aquiescência, de negatividade, ou de receptividade passiva. Esqueceu-se do corpo físico e o cérebro foi mantido num estado de receptividade positiva, pronto a entrar em ação pela mente, quando esta volta de novo a sua atenção para baixo. Devemos lembrar que ao usar palavras tais como "para o alto" e "para baixo", "superior" ou "inferior" estamos falando simbolicamente. Uma das primeiras coisas que o místico aprende, é que, não existem dimensões na consciência e que "o interior", o "exterior", o "superior" e o "inferior" são expressões figuradas por onde certas ideias são transmitidas referentes a condições conscientizadas de conhecimento.

O ponto atingido agora leva-nos às fronteiras do transcendente. Prosseguimos sobre hipótese. O tangível e o objetivo são temporariamente esquecidos e não retêm mais a nossa atenção, nem qualquer forma de sensação é o objetivo. De momento, todo sentimento deve ser excluído. Os pequenos aborrecimentos, as penas como as alegrias devem ser esquecidas, pois não estamos à procura das "consolações da religião". A atenção está focada na mente e as únicas reações registradas são mentais. O pensamento dominou a consciência durante o estágio da "meditação com semente" ou com um objeto, mas mesmo isto tem de ir-se agora. Um escritor místico assim diria: "Como banirei a mente para fora da mente? Pois o meu objetivo não é nem a sensação, nem o sentimento, nem o pensamento.'' Aqui está o maior obstáculo à intuição e ao estado de iluminação. O esforço para manter qualquer coisa na mente não deve ser mais prolongado, nem mais nada há para ser pensado. O raciocínio deve ser posto de lado e o exercício de uma faculdade superior, até aqui não empregada, deve tomar o seu lugar. O pensamento-semente atraiu a nossa atenção, despertou o interesse, e isto manteve-a na fase da concentração. Isto prolonga-se novamente na contemplação e o resultado desta última é a iluminação. Aqui, temos um breve resumo de todo o processo: Atenção, Interesse, Atenção Concentrada e Reflexão prolongada, uni direcionada, ou Meditação.

Quais foram, até aqui, os resultados da meditação? Poderiam ser assim resumidos:

1 - A reorganização mental e a sua orientação.

2 - A centralização da atenção de um ser sobre o mundo do pensamento, em vez das emoções; donde a retirada do foco de atração dos sentidos.

3 - O desenvolvimento de uma faculdade de concentração instantânea, como preliminar à meditação, e a capacidade de fixar a mente inquebrantavelmente sobre qualquer assunto escolhido. Evelyn Underhill define esta faculdade da maneira seguinte:

“O ato de perfeita concentração, a fixação apaixonada do eu sobre o ponto único, quando é aplicada na unidade do espírito e nos laços do amor às coisas reais e transcendentes, constitui na linguagem técnica do misticismo, o estado de meditação ou lembrança e... é o prelúdio necessário à contemplação pura.” (12)

III – A Etapa da Contemplação

Penetramos agora num domínio da realização que é muito diminuído por duas coisas: o emprego de palavras, que servem apenas para limitar e distorcer, e os escritos dos místicos que, ainda que cheios de maravilhas e de verdade, estão coloridos pelo simbolismo da sua raça e época e pela qualidade dos sentimentos e das emoções. Regra geral, os místicos flutuam entre momentos de iluminação e de visão e períodos nebulosos de emoção e de aspiração. Tão depressa experimentam a alegria e o êxtase da realização que dura instantes, como a agonia do desejo para que a experiência continue. Parece que não há (na maioria dos casos) nenhuma segurança ou certeza de repetição, mas apenas uma aspiração de atingir-se o estado de santidade que permitirá a tal condição estar presente continuamente.

Na técnica antiga e na meditação ordenada que o Oriente nos dotou ultimamente, parece possível transcender-se a experiência mística pelo conhecimento do caminho e pela compreensão do processo, e suscitar-se à vontade o conhecimento das coisas divinas e a identificação com a Divindade interna. A raça possui agora o equipamento mental necessário e pode acrescentar ao caminho místico o do intelecto consciente.

Mas entre a etapa da concentração prolongada a que chamamos meditação e a da contemplação que é de categoria completamente diferente, vem um período transitório, chamado pelos estudantes orientais "meditação sem semente" ou "sem objeto". Não é contemplação. Não é um processo de pensamento. Isto é passado enquanto que o último estado ainda não foi realizado. É um período mental de firmeza e de expectação. O Fr. Nouet descreve-o talvez tão bem como ninguém da seguinte maneira:

"Quando o homem da oração faz progressos consideráveis em meditação, passa insensivelmente à oração afetiva que, estando entre a meditação e a contemplação, como a alvorada entre a noite e o dia, desfruta qualquer coisa duma e doutra. Nos seus princípios tem mais da meditação porque faz ainda uso do raciocínio... porque tendo adquirido muita luz pelo emprego prolongado de consideração e de raciocínio, entra imediatamente no seu assunto e vê todos os desenvolvimentos, sem muita dificuldade... Donde resulta que, ao aperfeiçoar-se, afasta-se dos raciocínios..." (13)

Vimos que a versatilidade da rapidíssima, sensível e responsiva substância mental pode ser posta numa condição estável pela meditação prolongada, o que conduz a uma condição mental que torna o pensador sem respostas às vibrações e aos contatos provenientes do mundo exterior fenomenal e do mundo emocional e torna assim passivos o aparelho sensorial, o cérebro, e a vasta rede do sistema nervoso.

O mundo em que o homem habitualmente é afastado e conserva, contudo, ao mesmo tempo uma intensa atenção mental e uma orientação unicamente dirigida para o mundo novo em que vive e se move é que chamamos a alma. O verdadeiro aluno aprende a estar completamente desperto mental mente, poderosamente consciente dos fenômenos, vibrações e estados de ser. É positivo, ativo, confiando em si próprio, e o cérebro e a mente concentrada estão intimamente coordenados. Não é um visionário de sentido prático, contudo o mundo dos negócios e físicos está negado temporariamente.

Se o aluno não é naturalmente do tipo mental positivo deverá, paralelamente à prática da meditação, submeter-se a um treino intelectual sério, persistente, destinado a criar a agilidade mental e a polarização, pois de outro modo, o processo degeneraria numa fantasia emocional ou num vazio mental. Estes dois estados comportam os seus próprios perigos e, se prolongados, tornariam o homem inapto, impotente, ineficiente às obrigações diárias. A sua vida tornar-se-á cada vez menos útil a si mesmo ou aos outros e encontrar-se-ia cada vez mais presa de imaginações desordenadas e de flutuações emotivas. Num tal terreno, ás sementes do egoísmo germinariam e o psiquismo floresceria.

Por conseguinte, a mente positiva, alerta, bem controlada, é levada adiante nas asas do pensamento, e depois estabilizada no mais alto ponto atingível. Ocorre então, na mente, uma condição análoga àquela que ocorrera anteriormente no cérebro. Ela é mantida em uma atitude expectante, enquanto que a consciência do pensador transfere-se para um novo estado de consciência, e ele torna-se identificado com o verdadeiro homem interno e espiritual. A que é tecnicamente chamada "a consciência perceptiva" aguarda.

A estes dois estágios da meditação, um de intensa atividade, outro de intensa expectação, chamou-se os estágios de Marta e Maria, e esta metáfora torna a ideia mais clara. É um período de silêncio em que algo de interior transpira e é talvez a parte mais dura da técnica. É fácil de recair-se na atividade intelectual que a meditação ordinária comporta, porque ainda não se aprendeu a contemplar. O Dr. Bennett descreve este estágio como segue, num comentário sobre Ruysbroeck. Ele diz:

"Aqui, Ruysbroeck distingue duas marcas da "verdadeira" passividade: primeiramente, é "ativamente procurada", isto é, certo esforço é necessário para mantê-la. Segundo, difere de toda espécie de calma natural ou automática, pela preparação moral que a precede... Esta expectativa forçada, esta receptividade autoimposta, que é a marca que define o estágio da contemplação, não é o fim da carreira mística. É o fim dos seus esforços no sentido de que não pode fazer mais nada, mas está destinada a dar lugar ao estágio de êxtase, quando as coisas são retiradas das mãos do indivíduo e ele se torna o veículo de um poder maior que ele. "Permanece com perseverança em ti mesmo, até que sejas retirado de ti mesmo, sem nenhum ato da tua parte." (14)

Mais adiante, no mesmo capítulo, o Dr. Bennett fala da atenção opressa da expectação duramente ganha e duramente mantida para a divina revelação. O antigo sábio da Índia, Patânjali, diz-nos a mesma coisa: "A substância mental torna-se absorvida no que é a Realidade (ou a ideia incorporada na forma) e está inconsciente da separatividade ou do eu pessoal." Isto leva ao estado da contemplação e entra na consciência da alma. Descobre que era a alma que, o tempo todo, o incitava a unir-se a ela. Como? Outro instrutor hindu diz-nos que "a alma tem os meios. Pensar é o meio. Quando o pensar efetuou a .sua tarefa de libertação, fez o que devia ter feito, e cessa." (15)

Na contemplação, um agente superior intervém. É a Alma que contempla. A consciência humana cessa a sua atividade e o homem torna-se o que é na realidade - uma alma, um fragmento da divindade, consciente da sua unidade essencial com a Divindade. O Eu Superior torna-se ativo, e o eu inferior ou eu pessoal permanece inteiramente imóvel e tranquilo, enquanto que a verdadeira Entidade espiritual penetra no seu próprio reino e registra os contatos que emanam daquele reino espiritual de fenômenos.

O mundo da alma é visto como uma realidade; as coisas transcendentais são conhecidas como sendo fatos da natureza; a união com a Divindade é compreendida constituindo-se tanto num fato no processo natural como é a união entre a vida do corpo físico, e aquele corpo.

A consciência do homem, portanto, já não está concentrada na mente expectante, mas saltou a fronteira para o reino do espírito e ele torna-se literalmente a alma, atuando no seu próprio reino, percebendo as "coisas do Reino de Deus", capaz de assegurar a verdade em primeira mão, e consciente num estado de vigília plena da sua própria natureza, prerrogativas e leis. Enquanto o verdadeiro homem espiritual está assim ativo na sua própria natureza e no seu próprio mundo, a mente e o cérebro são mantidos firmes e positivos, orientados para a alma e, de acordo com a facilidade com que isto seja realizado, dependerá a capacidade de ambos registrarem e de reter o que a alma está a perceber.

Na meditação, procuramos receber as impressões do Deus interno, o Eu Superior, diretamente para o cérebro físico, por intermédio da mente. Na contemplação, entramos num estágio ainda mais avançado, e nos esforçamos em receber no cérebro físico o que a própria alma percebe ao voltar-se para estes novos campos de percepção.

No indivíduo comum a alma está ocupada (como o Perceptor) com os três mundos do esforço humano e trata, por conseguinte, dos estados físicos, emotivo e mental. Durante tempos milenares, a alma identifica-se com as formas através das quais o contato deve ser feito se aqueles estados inferiores de consciência deverem ser conhecidos. Mais tarde, quando o homem tenha ganhado o controle da sua mente e pode oferecê-lo à alma como um agente transmissor, então uma vasta região de percepção espiritual pode abrir-se. A própria alma pode então tornar-se um agente transmissor e passar ao cérebro físico, por intermédio da mente, algumas das conscientizações e dos conceitos do aspecto Espírito. Os estudantes fariam bem em relembrar as palavras da Doutrina Secreta:

"A matéria é o Veículo para a manifestação da Alma neste plano da existência e a Alma é o Veículo num plano mais elevado para a manifestação do Espírito, e estes três formam uma Trindade sintetizada pela Vida, que os interpenetra a todos." (16)

Esta é, na linguagem acadêmica do ocultismo, a realização do místico. O cardeal Richelieu chama à contemplação "o estado no qual o homem vê e conhece Deus sem usar a imaginação e sem raciocínio discursivo", e Tauler exprimiu-se assim:

"Deus deseja permanecer nas faculdades superiores - a memória, o intelecto e a vontade - e operar nelas de forma divina. Esta é Sua verdadeira morada, o Seu campo de ação. É ali que Ele encontra a Sua semelhança. É ali que devemos procurá-lo, se queremos encontrá-Lo e pelo caminho mais curto. Então, o espírito é transportado mais alto que todas as faculdades, para uma solidão imensa da qual nenhum mortal pode falar com exatidão... Quando, mais tarde, estas pessoas voltam a si, elas se encontram possuídas de um conhecimento distinto das coisas, mais luminoso e mais perfeito que o dos demais." (17)

A contemplação foi descrita como uma porta psíquica que conduz de um estado de consciência a outro. Jeremy Taylor chamou-a de "uma transição da meditação intensa para essa contemplação que chega à visão das maravilhas de Deus, à medida que a alma humana entra no reino da luz divina." (18)

François Malaval, que viveu no século XVIII, definiu-a magnificamente:

"Este ato (a contemplação) é também mais perfeito que o raciocínio, porque neste a alma fala, enquanto que naquela, goza. O raciocinar... convence a alma pelos seus princípios, mas aqui a alma está mais iluminada do que convencida e vê mais do que examina. O raciocínio ocupa-se com a consideração de uma palavra, uma proposição ou um discurso; mas esta simples visão de Deus, supondo todos os raciocínios como sendo coisas passadas e conhecidas, contempla o seu objeto no próprio Deus..." (19)

Por este portal da visão o homem passa e descobre que ele próprio é a alma; do ponto vantajoso da alma, ele compreende que é o "Perceptor" que pode perceber igualmente o mundo das realidades espirituais e o da experiência diária; pode olhar para qualquer das duas direções, dependendo de qual escolha.

O problema está em adquirir, no trabalho da percepção nos níveis espirituais, uma facilidade igual à que desenvolvemos nos níveis mundanos, e um dos pontos importantes que devemos recordar é que, em ambos os casos, a triplicidade da alma, da mente e do cérebro tem de desempenhar o seu papel, mas com uma orientação e uma atenção diferentes. Torna-se simplesmente uma questão de focalização. O cérebro está ativo de uma forma praticamente subconsciente, relativamente aos instintos e aos hábitos que dirigem a nossa vida e apetites no plano físico. Através de uma educação correta, ele aprende a ser receptivo às impressões que emanam da mente e, em vez de ser apenas um registrador sensorial ou gravador, aprende a responder às impressões do pensamento. A mente por sua vez tem uma tendência instintiva para registrar todas as informações provenientes do exterior, mas pode ser treinada a tornar-se receptiva à alma e a registrar informações emanantes desta fonte superior. Com o tempo, podemos adquirir a facilidade e a prática de utilizar tanto o cérebro como a mente, ativa ou passivamente, até finalmente produzir uma inter-relação perfeita entre os dois e, finalmente, entre a alma, a mente e o cérebro. Podemos resumir tudo o que sucedeu no decorrer dos três estágios que consideramos nas palavras de Patânjali:

"A conquista gradual da tendência da mente de voar de um assunto para outro (isto é, a concentração) e o poder da unidirecionalidade (isto é, a meditação) constituem o desenvolvimento da contemplação", (20)

e quando estes três são simultaneamente realizados dizem-nos "este triplo poder da atenção, meditação e contemplação, é mais interior do que os meios de conhecimento precedentemente descritos". É interessante notar que Malaval, no seu segundo tratado, Diálogo III, acentua o mesmo ponto, ao ligar com um ato sintético a fé, a meditação e a contemplação. Os "Conhecedores" orientais e ocidentais pensam semelhantemente.

A contemplação foi também definida por Evelyn Underhill no seu utilíssimo livro Mysticism, como: "Um interlúdio entre duas atividades". Durante esta quietação, um novo método de conhecer e de ser é instituído. Esta talvez seja uma das maneiras mais simples e mais práticas de compreendera contemplação. É o interlúdio durante o qual a alma está ativa. Esta atividade da alma é precedida pelo que poderíamos chamar de uma atividade para o alto. O cérebro físico foi tranquilizado e mantido estável; o aparelho do sentimento ou sensorial igualmente foi acalmado e não é mais permitido registrar informações provenientes do seu campo de percepção habitual: a mente foi focada e conservada ativamente passiva na luz que jorra do reino da alma. Recusamos a passagem de qualquer informação do mundo fenomenal habitual. Isto resulta da concentração e meditação corretas. Uma vez isso realizado, segue-se um interlúdio em que o homem sabe ser ele próprio uma alma, morando no eterno, livre das limitações da forma. No princípio, este interlúdio é necessariamente breve, mas, à medida que se realizam progressos no controle, ele se prolonga. A chave do processo reside na concentração sustentada e na atenção mental, "enquanto que a alma, o homem espiritual, o ser que percebe, contempla."

Num livro precedente, tratei mais completamente deste uso da mente como instrumento da alma e vou repetir aqui um parágrafo:

"Deve ser claramente entendido, contudo, que o perceptor, no seu próprio plano, esteve sempre consciente do que é agora reconhecido. A diferença está no fato que, agora, a mente está num estado de controle. Por conseguinte, o pensador pode impressionar o cérebro, por intermédio da mente controlada, com o que é percebido. O homem no plano físico também percebe simultaneamente, e pela primeira vez, a meditação e a contemplação verdadeiras tornam-se possíveis. De início, isto não durará senão um breve segundo. Um clarão de percepção intuitiva, um momento de visão e de iluminação, e tudo acabou. A mente recomeça a modificar-se, e é lançada em atividade, a visão é perdida de visita, o instante de exaltação passou e a porta que dá para o reino da alma parece ter-se fechado subitamente. Mas ganhou-se a certeza; o cérebro registrou um clarão da realidade e a garantia da futura conquista é reconhecida." (21)

A segunda atividade refere-se a um trabalho dual realizado pela mente. Mantida firme na luz, registra agora e grava as ideias, impressões, conceitos comunicados pela alma em contemplação, formulando-os em frases e sentenças, modelando-as em pensamentos-forma e construindo imagens mentais claras. É para isto que é necessário um bom instrumento mental. Uma memória bem provida, uma mente treinada e uma mentalidade cuidadosamente cultivada, facilitarão grandemente o trabalho da alma em ganhar uma recepção correta e um registro exato do conhecimento. Então, na sequencia desta atividade mental, efetuar-se-á um processo de transmissão das informações obtidas ao cérebro tranquilo e expectante.

Quando a alma aprende a manejar o seu instrumento, por intermédio da mente e do cérebro, estabelece-se o contato direto e o intercâmbio entre os dois torna-se firme e crescentemente possível, de modo que o homem pode à vontade focar a sua mente nos assuntos terrenos e ser um membro eficiente da sociedade, ou nas coisas celestes e atuar no seu verdadeiro ser como um Filho de Deus. Quando este é o caso, a alma utiliza a mente como um agente transmissor e o cérebro físico é treinado para responder ao que lhe é comunicado. Um verdadeiro Filho de Deus pode viver simultaneamente em dois mundos. E um cidadão da terra e do Reino de Deus. Não posso terminar melhor este capítulo sem algumas palavras de Evelyn Underhill:

"A Plena consciência espiritual do verdadeiro místico é desenvolvida não em uma, mas em duas direções, aparentemente opostas, mas, na realidade, complementares... Por um lado, é intensamente consciente e sabe ser ele próprio um com este mundo ativo do futuro... onde se bem que tenha rompido com a escravatura dos sentidos, descobre em todas as manifestações da vida um sentimento sacramental, amoroso, uma beleza, uma significação exaltada que está escondida dos outros homens... Por outro lado, a plena consciência mística eleva-se àquilo que é, creio, a sua qualidade realmente característica. Desenvolve a capacidade de aprender o Absoluto, o Ser Puro, o profundamente Transcendente. . . Esta expansão da consciência em todas as direções, com o seu duplo poder de conhecer, pela comunhão, o temporal e o eterno, os aspectos imanente e transcendente da realidade... é a maneira peculiar; último sigillo do grande místico." (22)

Consideraremos a seguir os resultados desta dupla atividade e a facilidade de inter-relação. A intuição começa a funcionar, a iluminação é experimentada e a vida de inspiração, com as suas múltiplas características, deve ser estudada, e é o que vamos tentar, no nosso próximo capítulo.

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1. Fischer, Ludwig, The Structure of Thought, 1, 135.
2. Sellars, Dr. Roy Wood, Evolutionary Naturalism, p.300.
3. Mac Dougall, William, Psychology,the Science of Behavior.
4. Morgan, C. Lloyd, Emergent Evolution, p.291.
5. Morgan, C. Lloyd, Life, Mind and Spirit, p.32.
6. Fischer, Ludwig, The Structure of Thought, p.361.
7. Otto, Rudolf, The Idea of the Holy, p.7.
8. Otto, Rudolf, The Idea of the Holy, p. 17 do Prefácio do tradutor.
9. Do mesmo autor e obra, p.15 do Prefácio do tradutor.
10. Chaplin, F.K., The Soul, p.63.
11. Participantes da escola de psicologia das reações orgânicas.
12. Underhill, Evelyn, Mysticism, p.58.
13. Nouet, Frère, Conduite d l'Homme cTOraison, Livro IV, cap.l.
14. Bennett, Charles A., A Philosophical Study of Mysticism, p.62.
15. The Vishnu Purana, VI, 7,90.
16. Blavatsky, H.P., Doutrina Secreta, vol.l, p.28
17. Citado por Poulain, Graces of Interior Prayer, p.272.
18. Puglisi, Mario, Prayer, p. 181
19. Malaval, F., A Simple Method of Raising the Soul to Contemplation, p.102.
20. Bailey, Alice A., A Luz da Alma, III, p.11.
21. Bailey, Alice A., A Luz da Alma, III, p.9.
22. Underhill, Evelyn, Mysticism, pp.42-43.

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