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Livros de Alice Bailey

Um Tratado Sobre Magia Branca


REGRA DEZ
A Construção do Pensamento-forma
Os Centros, Energias e Raios
Energia Astral e Medo
O Correto Uso da Energia
A Época Atual e a Futura
A Fundação da Hierarquia
O Novo Grupo de Servidores do Mundo
A Astrologia e as Energias

 REGRA DEZ

Quando as águas banham a forma criada, elas são absorvidas e usadas. A forma aumenta em sua força; que o mago continue assim até labores e que os obreiros internos iniciem o seu ciclo.

A CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO-FORMA

Na Regra Dez dois fatos sobre a forma são estabelecidos, que são válidos para todas as formas e três fortes injunções são dadas nos seguintes termos:

Os fatos são:

1 - A forma absorve e usa as águas em que está imersa.

2 - Como resultado, ela cresce em força.

As três injunções são:

1 - Que o mago continue construindo sua forma até assegurar sua adequada potência.

2 - Então, que os "construtores externos" cessem os seus labores.

3 - Que os "obreiros internos" penetrem em seu ciclo.

Nós vimos como, no processo da elaboração do pensamento-forma, veio o tempo em que a forma teve de ser orientada na direção correta e colocada no caminho próprio para cumprir a vontade e o propósito do seu criador. Isto tem lugar muito cedo no trabalho e, após o processo de orientação, o trabalho de construção prossegue, pois o pensamento- forma não está ainda pronto para uma vida independente. Há uma verdadeira analogia entre o período de gestação de uma criança e o de um pensamento-forma. A importância da posição correta da criança no útero jamais é desprezada por um bom médico e onde houver analogamente uma posição errada no caminho a ser seguido na existência manifestada, a morte e a perturbação frequentemente se seguem. A analogia é íntima - como vocês sabem muito bem. O nascimento é precedido pelo "rompimento das águas" (no linguajar médico) e, antes que o pensamento-forma traga os resultados desejados até o plano físico, ocorre também uma reação semelhante; as águas do desejo se tornam tão potentes até causar a precipitação e o consequente aparecimento da forma desejada de expressão.

Tomemos os fatos e analogias como se apresentam e estudemo-los do ponto de vista, quer do macrocosmo, quer do microcosmo.

Anotamos que a forma absorve e usa a substância na qual está imersa. Nosso sistema solar é um dos muitos, e não o maior. Ele constitui um fragmento de um todo maior. Este todo maior, formado por sete partes (ou sete sistemas solares), está ele próprio imerso nas águas do espaço, é nascido do desejo e, por isso, um filho da necessidade. Ele retira sua vida de seu envoltório. Percorrendo o nosso sistema solar, vindo de todos os lados, acham- se correntes de força, emanando o que "Um Tratado sobre o Fogo Cósmico" chama de "Aquele sobre Quem nada pode ser dito". Estas correntes corporificam Seu desejo e vontade, expressam Seu amor ou capacidade atrativa e se manifestam como aquele grande pensamento-forma que nós chamamos nosso sistema.

Entre parênteses, é bom registrar que esta Existência é chamada "Aquele sobre Quem nada pode ser dito", não por causa de segredo ou mistério, mas porque toda formulação de ideias sobre Sua vida e propósito são impossíveis até que se tenha completado o período de evolução em nosso sistema solar. Observem que Eu digo, nosso sistema solar, não apenas nossa existência planetária.

Especular sobre a Existência que, através de Sua vida, dá forma a sete sistemas solares, é desperdício de energia. Em nosso planeta, somente tais grandes vidas como o Buda, os Kumaras e o Logos planetário estão começando a sentir o impulso dinâmico do Todo maior e mesmo eles são apenas sensíveis ao mesmo, mas são, por enquanto totalmente incapazes de conceber sua tendência, pois ele se situa além da mente, do amor e da vontade. Ele põe em jogo fatores para os quais não temos palavras e tendências que, por enquanto, não são nem remotamente visualizáveis em nosso planeta.

Nós criamos um termo a que chamamos de éter. Falando ocultamente, esta é a maneira moderna de expressar "as águas do espaço", que são as águas do desejo, nas quais nós estamos mergulhados. Ele está em constante fluxo e refluxo e é a corrente da vida, constituída por quarenta e nove tipos de energia, que se derrama através do lótus egoico cósmico e (irradiando-se dele) alimenta com sua medida de sustentação a forma - solar, planetária, ou humana - pela qual é responsável. Isto é abordado em Um Tratado sobre o Fogo Cósmico.

O homem está imerso em forças que são para ele o que as águas do espaço são para o nosso sistema solar. Ele se acha como o nosso sol e seus planetas, formando parte de um todo, e assim como o nosso sistema é apenas um de sete sistemas, unidos para formar o corpo, ou a expressão manifestada de uma vida, também o reino humano, do qual ele é uma parte infinitesimal, um dos sete reinos. Estas são as correspondências da vida do Logos planetário, aos sete sistemas solares. Quando ele começar a senti: a vida do Logos solar se expressando através dos sete esquemas planetários, teremos tocado a consciência do Logos planetário de nosso especial esquema, o qual está percebendo de certo modo as vibrações unidas das vidas dos sete Logos solares.

Aproximando-nos ainda mais da analogia, o próprio reino humano é um estado de consciência análogo à unidade humana através da existência de sua força subjetiva e, do ponto de vista da consciência, provê as "águas do espaço" nas quais um ser humano cresce e prospera. Novamente nós nos deparamos, no quarto reino, com expressões das mesmas sete forças, e, à medida que o homem desperta para a identificação dos sete raios ou tipos e começa a trabalhar conscientemente com eles estará dando o primeiro passo para transcendê-los e controlá-los dentro de seu campo de operação. Isto está ocorrendo agora. O conhecimento dos sete tipos de raios está começando a permear entre os pensadores da raça e este conhecimento foi em passados eons a prerrogativa dos iniciados do tempo. Mantida latente na apresentação astrológica está aquela informação que conduzirá os discípulos à realização e levá-los-á a entrar em contato com os sete esquemas planetários. Os verdadeiros progressos na astrologia não poderão ser esperados, contudo, até que a Nova Era esteja realmente conosco e a nova orientação alcançada.

A forma da humanidade está completada. Sua correta colocação no útero da matéria é o objetivo da Hierarquia, com todas as consequentes implicações. Anotem estas palavras. A necessidade desta época é tremenda e a alma está nascendo na humanidade como um todo. Cosmicamente falando, se a direção correta das forças do reino humano for agora alcançada, manifestar-se-á na Terra uma humanidade que exibirá um propósito, uma beleza e uma forma que serão plenas expressões de uma realidade espiritual interna e alinhadas com o propósito egoico. Outras possibilidades podem ser pressentidas como tristemente possíveis, mas estas nós não consideraremos, pois é a esperança e a crença dos Irmãos que observam, que os homens transcendam todas as possibilidades indesejáveis e alcancem a meta. Uma palavra aqui, e uma pista. A Hierarquia do planeta constitui simbolicamente o centro coronário da humanidade e suas forças constituem as forças cerebrais. No plano físico há um grande grupo de aspirantes, discípulos probatórios e discípulos aceitos que estão procurando se tornar capazes de responder ao "centro da cabeça", alguns conscientemente, outros inconscientemente. Eles são recolhidos de todos os campos de expressão, mas são todos criativos numa forma ou noutra. Eles, por sua vez, constituem o que simbolicamente poderia ser chamada a "glândula pineal" da humanidade. Como num homem isoladamente esta glândula está habitualmente latente ou adormecida, assim, na humanidade, este grupo de células dentro do cérebro do conjunto corporal está adormecido, mas excitado pelas vibrações do centro coronário - a Hierarquia oculta. Algumas das células estão despertas. Que elas intensifiquem sua aspiração e assim despertem outras. Os pioneiros da família humana, os cientistas, pensadores e artistas constituem o corpo pituitário. Expressam a mente concreta, mas lhes falta aquela percepção intuitiva e idealismo que os situaria (simbolicamente falando) na glândula pineal; eles são, contudo, brilhantes, expressivos e investigadores. O objetivo da Hierarquia (novamente falando simbolicamente) é tornar a glândula pineal tão potente e por isso, tão atrativa, que o corpo pituitário das vidas celulares possa ser estimulado e assim um íntimo intercâmbio alcançado. Isso conduzirá a uma ação tão potente que haverá um fluxo de novas células para a glândula pineal e ao mesmo tempo uma reação tão forte estabelecer-se-á, que o corpo inteiro será afetado, resultando no impulso para o alto de muitas vidas estimuladas, a tomar os lugares daquelas que estão abrindo caminho para o centro do esforço hierárquico.

As "águas do espaço", nas quais esta reorientação e reversão de tendências está progredindo, estão num estado de violento turbilhão. O vórtice de desejo conflitante no qual os homens se acham está agora caótico e tão potente que estas águas estão agitadas até a profundidade. Os estudantes da história moderna e da ordem social estão em face de uma condição sem precedentes, correspondendo no corpo da humanidade àquele levante na vida de um aspirante individual, que sempre precede a entrada no Caminho do Discipulado. Daí não haver motivo para depressão ou ansiedade indevidas, mas somente o ardente desejo que a transição possa ser feita no devido tempo e ordem e ser nem muito rápida - e daí destruidora de todos os laços e filiações corretas - nem muito prolongada e assim forçando além da capacidade de resistência a sofrida fábrica da humanidade. Todas as manifestações em todos os reinos em todas as épocas devem vir lentamente, e portanto seguramente, à luz. Todas as novas formas, se em última análise tiverem de carregar peso e reunir o adequado momentum para conduzi-las através de seu ciclo vital, devem ser construídas em silenciosa subjetividade, para que a construção possa ser forte e segura e o contato interior com o criador (humano ou divino) e verdadeira conformidade ao modelo possa ser substancial e inquebrantável. Isto é verdade para um universo, um reino na natureza, ou um pensamento-forma criado por um pensador humano.

Em toda construção-de-forma a técnica de construção permanece basicamente a mesma e as regras e realizações podem ser resumidas nas seguintes frases aforísticas.

Que o criador se entenda como construtor, não a construção.

Que ele desista de lidar com a matéria prima no plano físico, e estude o modelo e os anteprojetos atuando como o agente da Mente Divina.

Que ele use as duas energias e trabalhe com as três leis. Estas são a energia dinâmica do propósito, de conformidade com o Plano, e a energia magnética do desejo, atraindo os construtores para o centro do esforço.

Que estas três leis governem, a lei da limitação sintética, a do intercâmbio vibratório e a da precipitação ativa. Uma concerne à vida, a segunda concerne à construção e a última produz a existência manifestada.

Que ele lide primeiro com os construtores externos, enviando o seu chamado para a periferia de seu círculo de influência.

Que ele movimente as águas da substância viva por sua ideia e impulso, submetendo os construtores ao seu propósito e plano.

Que ele construa com juízo e com habilidade, preservando sempre o "banco do diretor" e não descendo a um contato íntimo com o seu pensamento-forma.

Que ele projete, no tempo e no espaço, sua forma através da visualização, meditação e capacidade para a ação e assim produza aquilo que sua vontade comanda, seu amor deseja e sua necessidade cria.

Que ele retire os construtores da forma exterior e que os construtores internos da força dinâmica a levem à manifestação. Através do olho do criador estes construtores internos são trazidos ao funcionamento, à ação dirigida. Através da palavra do criador foram guiados os construtores exteriores. Através do ouvido do criador, o volume da Palavra maior vibra através das águas do espaço.

Que ele se lembre da ordem do trabalho criativo. As águas do espaço respondem à palavra. Os construtores trabalham. O ciclo da criação termina e a forma está adequada na manifestação. O ciclo da execução é bem sucedido e depende da potência dos construtores internos para a sua duração, os quais constituem a forma subjetiva e transmitem a vida vitalizadora.

Que ele se lembre que a cessação da forma se segue à consecução do propósito, ou quando a impotência da vontade produz o fracasso do funcionamento no ciclo da execução.

Os estudantes fariam bem em estudar estes ciclos de construção criadora, de execução e de subsequente desintegração. Eles são verdadeiros num sistema solar, num ser humano e nos pensamentos-forma de um pensador criativo. O segredo de toda beleza está no correto funcionamento destes ciclos. O segredo de todo sucesso no plano físico está na correta compreensão da lei e da ordem. Para o aspirante a meta de sua aspiração é a correta construção das formas na matéria mental lembrando que "como um homem pensa, assim é"; que para ele controlar a substância mental e usá-la no pensar com clareza é essencial ao progresso.

Isto demonstrar-se-á na organização da vida exterior, no trabalho criativo de alguma espécie - num livro escrito, num quadro pintado, num lar funcionando ritmicamente, num negócio correndo segundo linhas firmes e honestamente, numa vida salva e o dharma exterior cumprindo-se com precisão, enquanto se processam os ajustamentos internos no silêncio do coração.

Para o discípulo, o trabalho se expande. Para ele tem que haver realização no plano e propósito do grupo e não simplesmente de seu próprio problema individual espiritual. Tem que haver conformidade ao propósito em seu imediato ciclo e período de vida; a subordinação de seu dharma pessoal e ideias às necessidades e serviço daquele ciclo. Para ele tem que haver aquela aquisição de conhecimento, de força e de coordenação entre o eu pessoal e a alma que resultará na capacidade de construir formas organizadas e grupos no plano físico e sustentá-los, coerentemente unidos. Isto ele faz, não através da força de seu próprio caráter e equipamento, mas porque aquele caráter e equipamento o capacitam a agir como um transmissor das maiores energias da vida e a servir como um eficiente cooperador com um plano do qual ele pode apenas visualizar um fragmento. Ele trabalha, todavia, fielmente na construção de seu aspecto do grande plano e descobre um dia, quando a construção está completa e ele vê o todo, que ele construiu obediente à planta e em conformidade com os anteprojetos tal como foram traçados nas mentes dos arquitetos (Os Irmãos Mais Velhos) que - por Sua vez - estão em contato com a Mente da Existência Una.

A aplicação prática destas verdades é da maior importância. Não há vida tão circunscrita e não há pessoa de tal modo situada que não possam começar a trabalhar inteligentemente e a construir pensamentos-forma sob a lei e com compreensão. Não há dia na vida de qualquer homem, particularmente se ele é um aspirante ou um discípulo, em que um homem não possa trabalhar na matéria mental, controlar seu uso do pensamento, observar o efeito de seus processos mentais com os quais ele entre em contato e assim manipular sua "chitta" ou matéria mental (como Patanjali a chama) que o torne cada vez mais útil.

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OS CENTROS, ENERGIAS E RAIOS

Há duas conexões nas quais esta Regra Dez pode ser estudada e pelas quais os resultados de valor prático podem ser alcançados. Nós podemos estudá-la do ponto de vista do trabalho que a alma realiza em relação com o seu instrumento, o ser humano, e nós podemos também estudá-la do ponto de vista do trabalho de organização e daquela construção de forma que o discípulo faz em relação com o seu serviço à Hierarquia.

Por trás da forma exterior de um ser humano, responsável por sua criação, sua manutenção e uso está, nós sabemos, a alma. Por trás de toda atividade para o progresso da evolução humana bem como de outros processos evolutivos se acha a Hierarquia. Ambas representam centros de energia; ambas trabalham sob a Lei criativamente; ambas partem da atividade subjetiva para a manifestação objetiva e ambas respondem (na grande sequencia de vidas escalonadas) à vitalização e ao estímulo dos centros superiores de energia. Alguns dos fatores que o discípulo tem de aprender a reconhecer, à medida que sua particular série de vidas transcorre, se enquadram em dois grupos principais, cada um deles trazendo seu aspecto sob sete tipos de energia, ou influências.

Há primeiro o grupo de forças que diz respeito puramente ao lado forma, que são o trabalho dos Construtores externos e que são os fatores predominantes até a etapa do Caminho Probatório. Estas são as forças inerentes à matéria em si mesma; elas lidam com a natureza do corpo e poderiam ser relacionadas da maneira seguinte:

1 - Forças físicas. Estas são devidas à vida das células que constituem o corpo. Esta vida da célula responde à vida celular do meio ambiente. Não se deve jamais esquecer que o ocultista sempre vê a correlação entre os fatores em si mesmos e os fatores correspondentes no meio que os envolve. Nós vivemos num mundo de formas. Estas formas são constituídas de vidas e estas vidas têm sua própria influência emanadora e contribuinte. Elas se enquadram, por sua vez, em três grupos principais:

a) Aquelas emanações que, nascendo das próprias células e dependentes de sua qualidade, produzem um bom ou mau efeito, estão se embrutecendo ou se refinando em sua influência e elevam ou rebaixam a vibração física do corpo celular unido. Assim, como nós bem sabemos, o efeito físico de um homem com uma natureza animal bruta e grosseira será diferente dos resultados embelezadores e refinadores do contato com uma alma mais velha, funcionando num corpo limpo, disciplinado, aculturado e purificado.

b) Aquelas emanações, de uma espécie puramente física, que são responsáveis por aquela afinidade química entre um corpo animal e um outro, que produz a atração dos sexos. É um aspecto do magnetismo animal e é a resposta das células ao chamado de outras células, agindo sob a Lei da Atração e Repulsão. Ele é compartilhado pelo homem com os animais e é instintivo e livre de todas as reações mentais.

c) Aquelas forças ou emanações, que são a resposta das células aos ritmos harmoniosos e por isso dependentes da circunstância da célula ter em si mesma algo daquilo a que ela responde. Estas emanações são ainda pouco compreendidas mas se intensificarão à medida que a raça progrida. Este tipo de força é aquela coisa misteriosa que permite que o corpo físico identifique como harmonioso ou afim um ambiente ou circunstância física, por exemplo. É aquela indefinível reação que faz com que dois seres humanos (fora de toda atração sexual, pois pessoas do mesmo sexo a experimentam uma em relação à outra) tenham um efeito físico harmônico reciprocamente. Esta é, no plano externo, a base esotérica para toda relação grupal e é a compreensão destas emanações que capacita o isolamento e a segregação de raças a continuar existindo sob o grande plano evolutivo.

Estas três poderiam ser descritas como a qualidade das forças celulares operando inteiramente no plano físico, as quais produzem um tipo especial de corpo físico, a atração magnética entre dois corpos físicos, e os tipos raciais. Estes três fatores guiam o Manu da raça, quando Ele constrói uma nova raça e impressionam os Construtores externos com Suas ideias. Elas também guiam um Mestre da Sabedoria quando Ele constrói Seu corpo físico do modo que quiser, para o desenvolvimento de seu trabalho em qualquer tempo ou lutar. Estas emanações devem, na medida, até certo ponto ser compreendidas por todos aqueles envolvidos na formação das organizações e grupos para o serviço ativo do mundo. Qual, o discípulo perguntar-se-á, deve ser a qualidade vibratória das células daquele corpo, dos indivíduos que o compõem? Qual deve ser a qualidade de sua força atrativa e do efeito magnético que ele deve ter no mundo? Que possui o grupo, através de suas unidades coletivas, que o colocará em contato com outros grupos e assim torná-lo-á harmônico em suas relações com eles? Estas questões exigem cuidadosa atenção e devem ser consideradas por todos os construtores de grupos.

2 - Forças vitais. Estas são muitas vezes consideradas pelos materialistas como intangíveis e por isso absolutamente não materiais. Mas o ocultista considera o meio etérico como uma forma ou aspecto da matéria e tão relativamente tangível como a forma objetiva externa. Para ele, o éter do espaço, termo que necessariamente inclui a forma etérica de todos os corpos, o corpo astral ou das emoções e o corpo mental, construído da substância mental, são todos eles materiais e são a substância do lado forma da vida. Como base da compreensão correta, deve-se registrar que a vida celular à qual nos referimos acima, é coordenada, influenciada e vitalizada pela corrente sanguínea, aquele sistema complicado que interpenetra toda parte do corpo, é responsável por seu bem-estar e demonstra de uma forma ainda não verdadeiramente compreendida, o fato de que "o sangue é a vida". O sangue é um aspecto da energia, como é a seiva no reino vegetal.

O sistema nervoso autônomo, aquele maravilhoso instrumento de sensação, está intimamente relacionado com o corpo astral ou emocional. O contato é feito através do plexo solar, assim como a vitalidade, governando a qualidade da corrente sanguínea, faz seu contato através do coração. No coração se acha o centro da existência do plano físico. O sistema nervoso central trabalha em íntima relação com a chitta ou matéria mental. Portanto, nós temos o seguinte a considerar:

1. Vida celular Corrente sanguina Centro cardíaco Timo
2. Vida sensorial Sistema nervoso autônomo Centro plexo solar Pâncreas
3. Vida mental Sistema nervoso cental Centro Ajna Hipófise
4. Vida vital Sete centros   Baço

Isto, como se vê, governa as manifestações do quaternário, mas há outros aspectos da humanidade que se manifestam através da forma objetiva e que completam o homem inteiro e fazem o sete de sua existência múltipla objetiva.

5. Consciência própria Cérebro superior Centro da cabeça Pineal
6. Expressão própria Cérebro inferior Centro da garganta Tireoide
7. Perpetuação própria Órgãos sexuais Centro sacro Órgãos reprodutores
8. Afirmação própria O homem inteiro Centro da base da coluna Supra renais

Vocês notarão que oito fatores estão aqui enumerados e é aqui que muitas escolas se perdem. O título "vida vital" é abrangente, mas deve-se lembrar que ele relaciona-se inteiramente com a vitalização física do homem através do aspecto inferior dos centros. Esta vida vital do universo de matéria entra no organismo humano através do baço.

Os centros têm três funções principais:

Primeira, vitalizar o corpo físico.

Segunda, desenvolver a consciência própria do homem.

Terceira, transmitir energia espiritual e transformar o homem inteiro num estado de ser espiritual.

O aspecto vitalidade é compartilhado pelo homem com os animais e com todas as formas criadas; sua capacidade de se mover livremente num mundo tridimensional é a principal realização daquele aspecto. O aspecto da consciência própria é a prerrogativa da família humana. Quando o homem evolui, quando todas as partes de seu sistema nervoso, de seu sistema endócrino e seus centros estão coordenados e trabalhando em ritmo harmônico, então o aspecto mais elevado (o espiritual) faz sentir sua presença. A energia espiritual, e não apenas a conscientização ou energia da sensibilidade se derrama através do Homem, o instrumento da Vida Divina, é a guardiã de forças, a serem conservadas e utilizadas pelos outros e inferiores reinos da natureza.

A enumeração acima poderia por isso ser arrumada na seguinte ordem. A tabela dá como o homem deve ser e não como ele agora está no curso do seu progresso evolutivo.

1. Auto-afirmação (pleno desenvolvimento) O quaternário coordenado Centro da base da coluna Supra-renais
2. Auto-expressão (trabalho criativo) Cérebro inferior Centro da garganta Tireoide
3. Vida autoconsciente (personalidade) Cérebro superior Centro da cabeça Glândula pineal
4. Auto-perpetuação Órgãos sexuais Centro sacro Glândulas sexuais
5. Vida mental Sistema nervoso central Centro Ajna Hipófise
6. Vida sensorial Sistema nervoso autônomo Plexo solar Pâncreas
7. Vida celular Corrente sanguínea Centro cardíaco Coração

O oitavo ponto, a vida vital, funcionando através dos sete centros e de um sistema inteiro de chakras menores e dos nadis (que estão por trás dos nervos e são a causa de sua existência como os centros o são das glândulas) é o médium de muitas forças e energias - algumas puramente físicas, outras relacionadas com a Anima Mundi, a Alma do Mundo, e outras por enquanto desconhecidas, porque somente farão sentir sua presença mais tarde no programa evolutivo. Elas expressarão então a divindade, a energia do Pai ou do aspecto mais elevado.

Convém anotar que a tabulação acima representa o desdobramento do segundo raio e também que o próprio ali assinalado refere-se à autoconscientização do homem espiritual. O aspecto mais baixo da Vida vital de Deus é a perpetuação das espécies, e esta é o resultado da vivência da Vida encarnada; o seguinte é simplesmente expressivo da etapa quando a consciência do "Eu" é dominante e alcançou sua consumação na personalidade completa. Então vem a expressão do ego nela habitante, oculto pela personalidade, através de sua atividade criativa de um caráter não-físico. Finalmente, nós temos a afirmação ou plena manifestação da natureza divina. Esta, de maneira bastante curiosa, pode somente ocorrer quando o centro inferior da coluna tenha despertado, quando a energia da natureza material for elevada por um ato de vontade, até o Céu, e quando por isso a natureza inteira - material, sensitiva ou psíquica e o aspecto da existência - estiverem unificados e realizados. Meditem nestas palavras, pois elas conotam a consumação tanto quanto diga respeito á humanidade.

O aforismo ocultista: "Querer, Saber, Ousar e Calar" tem um significado especial até agora não revelado e que para mim somente é possível insinuar. Aqueles entre vós que tiverem o conhecimento interno compreenderão desde logo.

Querer. Esta palavra se relaciona com a realização espiritual última, quando, por um ato da vontade combinada da alma e do homem inferior, a unificação e a conscientização são alcançadas. Diz respeito ao centro na base da coluna.

Saber. Esta palavra se refere ao centro Ajna, o centro entre as sobrancelhas. Uma insinuação é feita nas palavras "Que a Mãe conheça o Pai". Tem relação com o matrimônio Celestial.

Ousar. Esta palavra dá a pista para a subordinação da personalidade e tem uma conexão íntima com o plexo solar, o grande centro de distribuição do desejo e das forças astrais e também o centro principal do trabalho de transmutação.

Calar. Esta palavra se relaciona com a transmutação da energia criadora inferior para a vida criadora superior. O centro sacro tem que voltar ao silêncio.

Ver-se-á então que para o discípulo os seguintes centros são de capital importância:

1 - O centro ajna, através do qual a personalidade purificada se expressa.

2 - O centro na base da coluna, que é o centro através do qual se alcança o completo e absoluto controle e coordenação, através da elevação da agência purificadora do fogo.

3 - O centro sacro, no qual a força básica do nosso particular sistema solar, a força de atração de forma para forma é transmutada e a força atrativa da alma toma o lugar da atividade reprodutora criativa material.

4 - O centro do plexo solar, o qual, situado no centro do corpo e sendo o órgão do corpo astral e do psiquismo inferior, reúne todas as forças inferiores e as redireciona, sob o impulso da alma, para seus repositórios superiores.

Eu compreendo que o ensinamento dado aqui seja tanto abstruso quanto profundo, mas ele é necessário para poucos, e o número destes aumentará com o passar do tempo.

A complexidade do assunto também aumenta pelo fato de que cada raio traz em seu ensinamento um enfoque diferente e um método diferente para aquelas almas que se mostram sensíveis ao seu particular impulso.

Eu dou aqui as sete chaves para cada um dos métodos dos raios.

Estes podem ser estudados em relação com as tabulações acima e em conexão com as quatro palavras que estivemos considerando. Devemos lembrar que "Querer" é a prerrogativa do Espírito, "Saber" é a função da alma, "Ousar" é o dever da personalidade e "Calar" é o dharma último ou destino do aspecto matéria, da natureza animal em seu intercâmbio com a alma.

Primeiro Raio: - "Que as Forças se reúnam. Que se elevem até o Alto Local, e daquela elevada altura, que a alma aprecie um mundo destruído. Então que a palavra proclame: "Eu ainda persisto!"

Segundo Raio: - "Que a vida toda seja atraída para o Centro, e entre assim no Coração do Amor Divino. Então, daquele ponto de Vida sensível, que a alma perceba a consciência de Deus. Que a palavra seja emitida, reverberando através do silêncio: "Nada existe fora de Mim!"

Terceiro Raio: - "Que o Exército do Senhor, que responde à palavra, cesse suas atividades. Que o conhecimento acabe em sabedoria. Que o ponto vibrante se torne o ponto quieto, e que todas as linhas se unam em Uma. Que a alma conscientize o Um em Muitos, e que a palavra seja dita em perfeita compreensão; 'Eu sou o Trabalhador e o Trabalho, Aquele que É".

Quarto Raio: - "Que a glória externa passe e a beleza da Luz interior revele o Uno. Que a dissonância ceda lugar à harmonia, e do centro da Luz oculta, que a alma fale: Que a palavra prossiga: 'A Beleza e a Glória não Me ocultam. Eu permaneço revelado. Eu Sou!' "

Quinto Raio: - "Que as três formas de energia elétrica se elevem até o Lugar do Poder. Que as forças da cabeça e do coração e todos os aspectos inferiores se fundam. Então que a alma aprecie um mundo interior de luz divina. Que a palavra triunfante seja emitida: 'Eu dominei a energia pois Eu sou a Própria energia. O Mestre e o conduzido são apenas Um'."

Sexto Raio: - "Que todo desejo cesse. Que a aspiração termine. A busca está encerrada. Que a alma conscientize que ela alcançou o objetivo, e daquele pórtico para a Vida eterna e Paz cósmica, soe a palavra: "Eu sou o que procura e o procurado. Eu repouso!"

Sétimo Raio: - "Que os construtores cessem o seu trabalho. O Templo está completo. Que a alma entre em sua habitação e do Lugar Sagrado comande todo o trabalho até o fim. Então, no silêncio subsequente, que ela entoe a Palavra: "O trabalho criativo está terminado, Eu, o Criador, Sou. Nada mais persiste senão Eu".

As forças vitais, que estão simplesmente passando através do envoltório exterior do éter do espaço constantemente móvel, são de muitas espécies. Um dos conceitos, apoiando-se nas teorias astrológicas, é que o corpo etérico de qualquer forma constitui parte do corpo etérico do sistema solar e é, portanto, o mediador para a transmissão das energias solares, das forças planetárias e dos impulsos extra-solares ou cósmicos, esotericamente chamados "respirações". Estas forças e energias dos raios cósmicos estão constantemente circulando e seguindo caminhos definidos através do éter do espaço em todas as partes, e estão por isso constantemente passando através dos corpos etéricos de toda forma exotérica. Esta é uma verdade básica e deve ser cuidadosamente tida em mente, pois suas implicações são muitas e variadas; mas todas levam de volta para a ideia da unidade, e da Unicidade de toda manifestação, somente a ser conhecida e compreendida no lado subjetivo.

A segunda ideia básica é que a resposta do veículo etérico de todas as formas é sua capacidade para se apropriar, para utilizar e para transmitir, depende da condição dos centros, dos chakras, como são chamados no Oriente. Estes incluem não somente os bem conhecidos sete centros maiores, mas numerosos vórtices de forças menores, por enquanto desconhecidos e sem nome no Ocidente. Ela depende também da qualidade do veículo etérico, de sua vitalidade, e também do trabalho de entrelaçamento no qual os centros têm seu lugar e que em sua totalidade é chamado "a rede" ou "a bola dourada". Se esta estiver livre de impedimentos e de sedimentos, e se seus canais não estiverem obstruídos, então os raios circulantes, energias e forças, podem encontrar um meio fácil e podem circular sem obstáculos através do corpo inteiro. Elas podem então utilizar aqueles centros que respondem às suas vibrações, e podem ser levadas adiante e através, para formas em outros ou nos mesmos reinos da natureza. Aqui se acha o segredo de todas as curas científicas e ocultas. Os curadores estão experimentando com o corpo etérico e contudo possuem pequeno real conhecimento a respeito. Pouco ou nada sabem dos centros em seu próprio corpo através dos quais as correntes, magnéticas ou outras, devem fluir; desconhecem a condição dos centros etéricos daqueles que tentam curar e da natureza das forças que desejam empregar. Tudo que podem fazer é disciplinar suas vidas e assim controlar seus apetites de modo a que construam um corpo limpo e provejam canais desobstruídos para a passagem de forças de um para outro.

O terceiro conceito a ser anotado é que as forças são, por enquanto, primariamente reativas às forças que as alcançam de outras formas no planeta, aos sete tipos básicos de energias que emanam dos sete planetas, e também ao raio solar doador da vida. Todas as formas em todos os quatro reinos respondem a estas muitas forças, a estas sete energias e ao raio único. A família humana responde também às outras energias e aos raios solares, - tudo, todavia, colorido pela força gerada dentro do círculo-não-se-passa solar.

O trabalho do ocultista e do aspirante é chegar a uma compreensão destas forças e assim compreender sua natureza e seu emprego, sua potência e ritmo vibratório. Ele tem também que aprender a reconhecer sua fonte e ser capaz de diferenciar entre forças, energias e raios. Para o iniciante uma distinção clara pode ser feita entre as forças e energias, apreciando o fato que personalidades nos afetam através das forças emanando de seu aspecto forma, mas que essas mesmas personalidades, purificadas e alinhadas, podem ser transmissoras das energias da alma.

Num sentido amplo, o trabalho do reino humano é transmitir energia para os reinos inferiores da Natureza, ao passo que o trabalho da Hierarquia, em sua relação com o reino humano, é transmitir energias do reino espiritual, de outros centros planetários e do sistema solar. Estas energias, quando rebaixadas para a transmissão, se diferenciam em forças.

Os estudantes não devem confundir pela complexidade do assunto. Eles precisam aprender certas grandes generalizações e lembrar que ao penetrarem na onisciência da alma, o conhecimento mais detalhado gradualmente acontecerá.

Os outros tipos de energia que dizem respeito aos dois principais grupos com os quais o aspirante tem que lidar são relacionados inteiramente com o lado da forma. O terceiro grupo e os seguintes são:

3 - Energia astral.
4 - A energia da mente concreta inferior, de chitta, a matéria mental
5 - A energia da Personalidade.
6 - A energia Planetária.
7 - A energia solar, ou o Alento da Vida.

Estas podem ser subdivididas da seguinte maneira:

3 - Energia Astral. Emanando:

a) Do próprio corpo astral de um homem, ou corpo de sensações.
b) Da família humana como um todo.
c) Do plano astral no sentido amplo.
d) Do "coração do Sol".

4 - Energia Mental. Emanando:

a) Da chitta individual, ou matéria mental.
b) Da mentalidade:

I - Da família humana como um todo.
II - Da raça particular à qual um homem pertença.

c) Do plano mental como um todo.
d) Da Mente Universal.

5 - Energia da Personalidade. Emanando:

a) Da forma coordenada do homem.
b) Dos seres humanos avançados que são personalidades dominantes.
c) Dos Grupos, isto é,

I - Da Hierarquia do Planeta. Subjetivo.
II - Do grupo integrante de Místicos. Objetivo.

6 - Energia Planetária. Emanando:

a) Dos sete planetas. Esta é a base da prática astrológica.
b) Da Terra.
c) Da Lua.

7 - Energia Solar. Emanando:

a) Do Sol físico.
b) do Sol, atuando com um transmissor de Raios Cósmicos.

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ENERGIA ASTRAL E MEDO

O assunto a ser considerado agora é da mais prática aplicação, pois diz respeito ao corpo astral - o corpo no qual um homem é predominantemente polarizado e do qual é mais potentemente consciente do que qualquer outro veículo. O corpo etérico fica realmente abaixo do limiar da consciência. Os seres humanos ficam inconscientes da passagem de forças através deste veículo e o mais próximo que chegam do reconhecimento das mesmas é quando falam em termos de vitalidade ou falta de vitalidade. O corpo físico faz sentir sua presença quando alguma coisa vai mal ou através da satisfação de um ou outro dos apetites. A situação é, todavia, diferente em conexão com o corpo astral, pois ali está o veículo de experiência para a maioria, e há poucos que não passem a maior parte de sua vida consciente registrando as reações daquele corpo e vibrando entre os dois polos, da felicidade e da miséria, da satisfação ou não-satisfação, da certeza ou dúvida, de coragem ou de medo. Isto significa realmente que a força inerente e a vida do veículo sensorial emocional governam a expressão-de-vida e modelam a experiência da alma encarnada. Por conseguinte, é para nós importante compreender algo do que essas forças são, de onde vêm e como agem e reagem no homem. Ali fica seu campo de batalha e ali também fica seu campo de vitória.

Para começar, é aconselhável ter em mente que toda energia astral é parte da energia astral do sistema solar e que portanto:

1 - O corpo sensorial de um ser humano é um átomo da substância no corpo sensorial do Logos planetário.

2 - O corpo sensorial (um termo que Eu prefiro em vez do termo astral, e que continuarei a usar) do Logos planetário é um aspecto - não é um átomo - do corpo sensorial do Logos solar.

3 - Este, por sua vez, é um canal para forças sensoriais, emanando de vastos centros de energia fora de nosso sistema solar e influenciado por este.

Se se tiver isto em mente torna-se aparente que o homem, sendo apenas um pequenino fragmento de um todo mais vasto, que por sua vez está incorporado num veículo ainda maior, é o campo de encontro de forças, maiores e mais diversificadas do que seu cérebro é capaz de identificar. Daí a complexidade de seu problema e daí todas as possibilidades crescentes a partir daquelas expansões de consciência que nós chamamos de iniciação. Toda corrente de energia se derramando através do seu corpo de desejo e da reação sensorial, é apenas um caminho que o conduz para contatos e percepções mais largas e sempre mais ampliadas. Aqui também está a segurança para a maioria dos seres humanos, no fato de que eles possuem um aparelho por enquanto inadequado para o registro daquelas infinitas possibilidades que estas avenidas da percepção oferecem. Até o aparelho mental estar suficientemente desperto e controlado, não seria possível ao homem interpretar corretamente e utilizar corretamente a informação que seu corpo de resposta sensitiva poderia, mas felizmente não faz ainda, lhe transmitir.

Além da constante circulação através de seu corpo astral de energias planetárias, solares e cósmicas, todo ser humano se apropriou, do Todo maior, o suficiente da energia astral com a qual construir seu próprio corpo astral individual e separado, em resposta a sua nota peculiar, colorida por sua qualidade peculiar, e limitando-o ou não de acordo com seu ponto na escada da evolução.

Isto constitui seu círculo-não-se-passa astral, definindo os limites de sua resposta emocional à experiência da vida, incorporando em sua qualidade o alcance da própria vida de desejo, mas sendo ao mesmo tempo capaz de tremenda expansão, desenvolvimento, ajustamento e controle sob o impulso do corpo mental e da alma. Ele está sujeito também à atividade vibratória como o resultado do intercâmbio entre ele e a experiência de vida do plano físico e assim a roda maior da experiência é posta em movimento e persistirá até que as quatro Nobres Verdades do Buda sejam compreendidas e conscientizadas.

Este corpo astral tem nele as contrapartes dos centros etéricos ou laya, e através deles correm as forças e energias, antes manipuladas, para o corpo etérico. Estes centros conduzem energias dos sete planetas e do Sol para toda parte do organismo astral, assim pondo o homem relação com todas as partes do sistema solar. Isto resulta na fixação do destino da vida de um homem, até que o homem desperte para sua herança imortal e assim se torne sensível às forças que são por enquanto - para muitos - irreconhecíveis. Estas emanam da forma. Esta é a razão porque um horóscopo é frequentemente muito apurado em sua delineação para os não evoluídos e para os não despertados, mas erra bastante e falha no caso do homem evoluído. O homem é, "en masse", o que seu corpo de desejo o torna. Mais tarde, "assim como um homem pensa assim ele é". O corpo astral, com seus anseios, apetites, humores, sentimentos e exigências modela o corpo físico através das forças atrativas que fluem através dele e assim guia o homem sem errar na satisfação de seus desejos. Se as exigências da natureza emocional forem predominantemente animais em seus objetivos, nós teremos o homem com fortes apetites, vivendo uma vida entregue ao esforço para satisfazê-los. Se a exigência for conforto e felicidade, teremos o homem com uma disposição sensual, amante da beleza e dos prazeres, governado inteiramente pelo esforço egoísta. Assim é através dos muitos graus do desejo, bons, maus e ordinários, até aquela reorientação ter lugar, que de tal modo refocalize as energias astrais, que elas tomam uma direção diferente. O desejo se torna aspiração. Assim a liberação da roda do nascimento se alcança e um homem se liberta da necessidade de reencarnar. Então o horóscopo, como agora compreendido, prova ser fútil, irreal e inútil e o termo algumas vezes usado, e erradamente,
"o horóscopo do ego ou da alma" nada significa. A alma não tem destino individual, mas está submersa no Uno. Seu destino é o destino do grupo e do Todo; seu desejo é o cumprimento do grande Plano e sua vontade é a glorificação do Logos encarnado.

Gostaria de sugerir aos estudantes, que procurem, se possível, a Ciência das Emoções, por Bhagavan Das. É um competente tratado sobre o corpo astral e das sensações e lida com os fatores que mais de perto dizem respeito ao aspirante que enfrenta o problema da compreensão e do controle de sua natureza emocional, do domínio da técnica do desenvolvimento e da sua reorientação para uma experiência mais ampla e de sua preparação para os testes e expansões da segunda iniciação maior - o batismo e a entrada final na corrente. Metaforicamente falando, a experiência que fica adiante no Caminho está coberta nas seguintes frases esotéricas:

"Quando a corrente entra no Rio da Vida, sua passagem pode ser acompanhada por um curto instante e depois é perdida. Quando as correntes da vida sensorial se encontram onde o rio passa em torno do maciço pé da montanha, então uma vasta corrente é vista, que se dirige para o norte".

A simbologia disto é aparente e pode ser também usada para representar as duas correntes - Ida e Pingala - e sua mistura no rio de energia que sobe para a cabeça. Lá é o lugar de encontro e lá o sacrifício, executado no monte do Gólgotha (o lugar do crânio).

Ao considerar o corpo das sensações de um ser humano provavelmente ajudarei bastante se lidar com ele em termos de seus estados de ânimo e expressões comuns, pois somente lidando com seus efeitos e procurando dominá-los é que o homem chega a compreender-se e finalmente tornar-se um Mestre. As manifestações mais comuns da atividade astral são:

I - Medo.
II - Depressão ou seu polo oposto, hilariedade.
III - Desejo de satisfação dos apetites animais.
IV - Desejo de felicidade.
V - Desejo de libertação. Aspiração.

Nestas cinco estão resumidas praticamente a grande maioria das experiências sensoriais do homem e nós consideraremos cada um dos seguintes ângulos:

1 - A causa.
2 - O efeito.
3 - O método de direção.

Vocês perceberão que Eu digo o "método de direção" e não o método de controle. Os aspirantes devem aprender que eles estão trabalhando com forças, e nelas, que a atividade correta ou errada no plano físico é devida simplesmente a uma direção correta ou errada das correntes de força e não a qualquer coisa inerentemente errada ou correta nas próprias energias.

I - Medo. Esta é uma das mais comuns das manifestações da energia astral, e é colocado primeiro porque constitui, para a vasta maioria, O Morador do Umbral e também em última análise é o mal astral básico. Todo ser humano conhece a abrangência das vibrações do medo e o alcance da vibração do temor se estende desde os medos instintivos do homem selvagem baseado em sua ignorância das leis e forças da natureza, e no seu terror da escuridão e do desconhecido, até os medos tão prevalentes hoje, da perda de amigos e dos entes queridos, da saúde, do dinheiro, da popularidade e até os medos finais do aspirante - o medo do fracasso, o medo que tem suas raízes na dúvida, o medo da negação última ou do aniquilamento, o medo da morte (que ele compartilha igualmente com toda humanidade), o medo da grande ilusão do plano astral, da fantasmagoria da própria vida, e também o medo da solidão no Caminho, mesmo até o próprio medo de ter Medo. Esta lista poderia ser grandemente aumentada, mas é suficiente para indicar a prevalência dos medos de todas as espécies. Eles dominam a maior parte das situações e ensombreiam muitos momentos felizes. Eles reduzem o homem a um átomo tímido e assustado da vida das sensações, permanecendo amedrontado ante a enormidade dos problemas da existência, consciente de sua insuficiência como um homem para lidar com todas as situações e incapaz de deixar seus temores e indagações para trás e avançar em direção à sua herança de liberdade e de vida. Muitas vezes ele é de tal maneira tomado pelo medo que se torna atemorizado com sua própria razão. O quadro não pode ser pintado em cores muito negras, pois o medo é a energia astral dominando desta época e a humanidade sensível sucumbe muito facilmente a ele.

Vocês perguntam: Quais são as causas básicas do medo? Para essa pergunta, se levada bastante longe até o passado da história esotérica do sistema solar, não há resposta inteligível a ser dada. Somente o iniciado avançado pode compreender. O medo tem suas raízes na contextura da própria matéria e é, por excelência, uma formulação ou efeito do princípio da mente e um resultado da atividade mental. O fato dos pássaros e animais conhecerem o medo põe o assunto todo numa dimensão mais ampla do que se ele fosse simplesmente uma falha humana e o resultado da atividade do funcionamento da mente humana. Não é algo que provenha do poder de raciocinar; se ele usasse sua razão de maneira correta ele poderia eliminar o medo. Este se situa no que se chama o Mal cósmico- uma expressão altissonante, que significa pouco. É inerente ao fato da própria matéria e ao jogo dos pares de opostos - alma e matéria. As almas sensoriais dos animais e dos homens estão subconscientemente senhoras dos fatores tais como:

1 - A vastidão e por isso a sentida opressão do Todo.
2 - A pressão de todas as outras vidas e existências.
3 - O trabalho da inexorável Lei.
4 - A sensação de aprisionamento, de limitação e da consequente inadequação.

Nestes fatores, que se desenvolvem do próprio processo manifestado e persistindo e aumentando em potência durante as idades, se acham as causas de todo moderno medo e a base de todo terror, acima de tudo que é puramente psicológico e não somente o medo instintivo do animal.

Concretizar mais claramente a matéria não ajudaria. De que adianta ser dito que o medo é uma qualidade do mal (ou da matéria) que colore fundamentalmente ou caracteriza o corpo sensorial, ou astral, de nosso Logos planetário? Que ganhariam se Eu situasse para vocês o problema da grande Vida na Qual nós vivemos e nos movemos e temos nossa existência se Ela, em Seu Próprio plano cósmico, procura a libertação e enfrenta Seus Próprios particulares experimentos e testes? Como podem ser encontradas palavras adequadas para expressar uma luta cósmica entre Vidas tão impessoais e exaltadas em consciência que as palavras ela, ou ele, ou testes se tornam simplesmente cômicas e não representam nenhum aspecto possível da verdade ou de qualquer realidade? O mal cósmico, a progressão cósmica, ou problemas cósmicos podem bem ser deixados para aquele tempo distante em que os aspirantes terão alcançado a terceira iniciação, terão perdido todo sentimento de separatividade e - estando identificados com o Aspecto Vida e não com o lado forma – poderão, portanto, entrar um tanto no estado de consciência de nosso Logos planetário, perceber Seu destino e visualizar com presteza a maravilha da consumação.

Confinemos nossa atenção, por conseguinte, ao homem e mais particularmente ao homem comum, e vejamos de onde vêm as ondas de medo que o varrem tão constantemente para fora do seu equilíbrio.

1 - O Medo da Morte se baseia em:

a) Um terror dos processos finais de rompimento no ato da própria morte.

b) Horror do desconhecido e do indefinível.

c) Dúvida quanto à imortalidade final.

d) Infelicidade em deixar os entes queridos ou de ser por eles deixado.

e) Antigas reações a mortes violentas passadas, permanecendo profundamente no subconsciente.

f) Apego à vida da forma, porque primariamente identificado com ela na consciência.

g) Velhos ensinamentos errados relativamente ao Céu e ao Inferno, ambos igualmente desagradáveis em perspectiva para certos tipos.

Eu falo sobre a Morte como alguém que conhece o assunto tanto da experiência do mundo exterior como da expressão da vida interior: - Não há morte. Há, como vocês sabem, entrada numa vida mais cheia. Há libertação das limitações do veículo da carne. O processo de rompimento, tanto temido, não existe, exceto nos casos de morte súbita e violenta e então as únicas coisas desagradáveis são um sentimento instantâneo e dominador de iminente perigo e destruição, e algo muito aproximado a um choque elétrico. Nada mais. Para a pessoa não evoluída, a morte é literalmente um sono e um esquecimento, pois a mente não está suficientemente desperta para reagir, e o reservatório da memória por enquanto está praticamente vazio. Para o bom cidadão comum a morte é uma continuação do processo da vida em sua consciência e um prosseguimento dos interesses e tendências da vida. Sua consciência e seu sentimento de atenção são os mesmos e inalterados. Ele não sente muita diferença, é bem cuidado, e muitas vezes nem percebeu que passou através do episódio da morte. Para os que procedem mal e os cruelmente egoístas, para os criminosos e para aqueles poucos que vivem somente para o lado da matéria, chega finalmente àquela condição a que chamamos "preso-à-terra". Os elos que forjaram com a terra e a inclinação para a terra de todos os seus desejos forçam-nos a permanecer próximo à terra e à sua última localização no envoltório terrestre. Procuram desesperadamente e por todos os meios possíveis retomar o contato com a terra e reentrar nela. Em uns poucos casos, um grande amor pessoal por aqueles deixados para trás ou o não cumprimento de um dever aceito e urgente mantém o bom e belo numa condição até certo ponto semelhante. Para o aspirante, a morte é uma entrada imediata numa esfera de serviço e expressão com a qual ele está bem acostumado e que ele logo reconhece como não nova. Em suas horas de sono ele desenvolveu um campo de serviço ativo e de aprendizado. Ele agora simplesmente funciona nele nas vinte e quatro horas inteiras (falando em termos de tempo do plano físico) em vez de em suas poucas horas de sono terreno.

À medida que o tempo passa e antes do fim do próximo século, a morte será finalmente vista como não-existente no sentido em que é agora entendida. A continuidade de consciência estará tão largamente desenvolvida e tantos dos mais elevados tipos humanos estarão funcionando simultaneamente nos dois mundos, que o velho medo partirá e o intercâmbio entre o plano astral e o plano físico estará tão firmemente estabelecido e tão cientificamente controlado que o trabalho dos médiuns de transe chegará correta e misericordiosamente ao fim. O médium comum e as materializações sob controle e guias hindus são tanto perversão de intercâmbio entre os dois planos como as perversões sexuais e as distorções da verdadeira relação e intercâmbio entre os sexos. Eu não me refiro aqui ao trabalho dos clarividentes pouco importando sua pouca capacidade, nem à tomada de posse de um corpo por entidades de elevado calibre, mas aos desagradáveis fenômenos de sessões de materialização, do ectoplasma e do trabalho cego e pouco inteligente feito pelas velhas almas atlântidas, degeneradas e aderentes à terra, à média dos chefes e guias hindus. Não há nada para ser aprendido deles, e há muito a ser evitado. O reino do medo da morte está perto do fim e logo entraremos num período de conhecimento e de certeza que afastará as bases de todos os nossos medos. Lidando com o medo da morte há pouco a ser feito exceto elevar todo o assunto a um nível mais científico, e - neste sentido científico - ensinar as pessoas a morrer. Há uma técnica de morrer assim como há uma técnica de viver, mas esta técnica foi em grande parte perdida no Ocidente e está quase completamente perdida no Oriente, exceto em uns poucos centros de Sábios. Talvez seja possível tratar disso em maior profundidade mais tarde, mas o pensamento da necessária abordagem a este assunto pode ficar nas mentes dos estudantes que leem este Tratado e talvez, ao estudarem, lerem e pensarem, algum material de interesse poderá vir a eles, que poderia ser gradualmente reunido e publicado.

2 - Medo do Futuro. Este é um medo que mostrará por enquanto uma crescente tendência para se desenvolver e causará muita preocupação no mundo antes de ser dominado. Ele se desenvolve a partir de três capacidades humanas:

a) Hábitos de pensamentos psicológicos instintivos, que têm suas raízes no fundo da natureza animal e se reportam ao primitivo instinto de conservação. As raças selvagens, todavia, têm pouco dele. Aquele estado de mente antecipatório, de olhar para diante, é predominantemente uma característica humana e é aquele germe da faculdade imaginativa, ligada aos processos mentais, que finalmente mergulhará naquela meditação intuitiva, mais visualização, que é a verdadeira base de todo trabalho criativo. Mas atualmente ele é uma ameaça e um obstáculo. O sofrimento antigo, lembranças aterrorizadoras, sofrimentos persistentes, profundamente situados no subconsciente, sobem à superfície frequentemente e causam uma condição de medo ou mal-estar que nenhum argumento razoável parece capaz de tranquilizar. As facilidades de comunicação põem até o menos importante em relação com as tragédias, dores e sofrimentos de seu irmão milhares de milhas distante. A catástrofe econômica do tempo atual criou uma condição de terror coletivo e quanto mais sensível o indivíduo, tanto mais ele reagirá a este estado de ânimo. O medo do futuro é, por conseguinte, uma perturbadora mistura de memória instintiva e imaginação antecipatória e poucos há que escapem a esta ameaça. A precaução e a ansiedade são a sorte de todo homem e não podem e não serão expelidos e ultrapassados por nenhum esforço menor do que o da própria alma.

b) Os lampejos de previsão emanados da alma que está habitando na consciência do Eterno Agora. Quando o contato com a alma estiver firmemente estabelecido e a consciência do Conhecedor estabilizada no cérebro, então a previsão não conduzirá em si nenhum terror. O quadro será então visto como um todo e não como um relance fragmentado e passageiro, como é agora o caso. Assim, novamente, o remédio permanece o mesmo: o estabelecimento de relações tão íntimas entre a alma e o cérebro, através da mente treinada e controlada, que a causa e o efeito serão vistos como um, e os passos corretos poderão ser dados para manipular situações corretamente e da melhor forma. A previsão raramente toma a forma de anunciação de felicidade e não é difícil alcançar a razão disso. A raça está num ponto em que o filho pródigo se torna consciente pelos erros e da futilidade da vida anterior. Ela está pronta para uma cuidadosa análise da mensagem do Buda, e está pronta porque foi devorada por séculos pela guerra e pela fome, pelo desejo e pela luta econômica. O panorama que vê diante de si parece negro e proibitivo e cheio de cataclísmico desastre.

No entanto, se os homens conduzissem o conceito da fraternidade com todas as suas implicações, para a vida e o trabalho cotidianos, para todos os intercâmbios seja entre o capitalista e o operário, o político e o povo, entre nação e nação, ou entre raça e raça, surgiria aquela paz na terra que nada poderia perturbar ou derrubar. Uma regra tão simples e no entanto absolutamente além do alcance mental da maioria!

c) Uma massa de sofrimento e medo individual pode ser incorporada por um indivíduo que nada tenha a ver com ela. É bem possível a um homem sintonizar os medos de outras pessoas enquanto que ele mesmo nada tema. Ele pode de tal modo identificar-se com as ansiedades do futuro desastre, que é capaz de interpretá-los em termos de sua própria experiência futura. Ele é incapaz de dissociar-se das suas reações e absorve tanto do veneno das suas auras emocionais e mentais que é atraído para um verdadeiro vórtice de terror e de medo. Entretanto, se ele ao menos o soubesse, o futuro não guarda para ele nenhuma catástrofe oculta. Ele se acha simplesmente iludido, mas o efeito em seu corpo astral e em seu plexo solar é identicamente o mesmo. Este é dolorosamente o caso agora quando há tantos milhares de almas sensíveis aspirantes, inexperientes no manejo do Carma mundial, largamente abertos para o sofrimento alheio e incapazes de distinguir entre o seu próprio destino no futuro imediato e o destino dos demais à sua volta.

É possível também para os aspirantes mais avançados e aqueles no Caminho do Discipulado entrar em contato com antigas vibrações do mal e da miséria do plano astral - mal há muito tempo passado; é possível para eles ler um tênue fragmento dos registros akashicos que dizem respeito a sofrimentos vindouros para um indivíduo ou para um grupo, que eles mesmos poderão jamais ver e, entretanto, apropriam-se da informação transmitida e a localizam em si mesmos, sofrendo em consequência.

3 - Medo da Dor Física. Algumas pessoas têm este medo como subjacente a todas as suas ansiedades, por menos que o reconheçam. É realmente um resultado das outras três classes de medos; do esforço que põem sobre o corpo astral delas, e da tensão causada pelo uso da faculdade imaginativa e da tensão do raciocínio no sistema nervoso físico. Este sistema se torna excessivamente sensível e capaz do mais agudo sofrimento físico. Doenças e sofrimentos que poderiam parecer sem nenhuma importância vital para os tipos comuns e mais fleumáticos se agravam para uma condição de verdadeira agonia. Isto deve ser reconhecido por aqueles que cuidam dos doentes e passos devem ser dados para aliviar a condição física através do uso de sedativos e de anestésicos de modo que não se sobrecarregue a sensibilidade de um sistema nervoso já sobrecarregado.
Vocês me perguntam se Eu estou endossando o uso do éter e do clorofórmio nas operações e o emprego das drogas sedativas. Não basicamente, mas certamente, temporariamente. Quando o contato do homem com sua alma se estabelecer firmemente, e quando ele tiver desenvolvido a faculdade de entrar e sair do seu corpo físico voluntariamente, essas ajudas não mais serão necessárias. Podem ser considerados, por enquanto, como medidas de emergência, necessárias para o carma mundial e para o ponto de evolução da raça. Não estou me referindo ao uso de narcótico e de drogas por pessoas desequilibradas e histéricas, mas ao uso judicioso de aliviadores da dor sob a prudente orientação do médico.

4 - Medo do fracasso. Isto afeta muitas pessoas segundo muitas linhas. O medo de não conseguirmos fazer o bem, o medo de não conquistarmos o amor e a admiração daqueles a quem amamos, o medo que outros nos desprezem ou nos olhem com superioridade, o medo de perder uma oportunidade, estes são todos aspectos do complexo de medo que colore as vidas de tantas pessoas de valor. Isto pode se basear num ambiente que seja antipático e depreciativo, num equipamento que pareça inadequado para sua tarefa e, em muitos casos, tem suas raízes no fato de que o homem é um discípulo, ou realmente uma grande alma pronta para trilhar o Caminho Probatório.

Ele teve um toque de contato com a alma; viu a visão e a possibilidade; olha para sua personalidade e a avalia em função do trabalho a ser feito e a qualidade das pessoas com quem ela o fez entrar em contato. O resultado é um complexo de inferioridade da mais poderosa espécie, porque alimentado por reais correntes de força do alto. A energia, nós sabemos, acompanha o pensamento e é colorida pela qualidade daquele pensamento. O olho se torna um olho crítico e insatisfeito com sua personalidade e assim fazendo alimenta as próprias coisas que ele deplora e assim se torna ainda mais inadequado para a tarefa. É um círculo vicioso de esforço precisa ser expelido por uma completa conscientização da verdade contida nas palavras: "Tal como um homem pensa, assim é". Quando ele vive natureza de sua alma onisciente, ele se torna como aquela alma. Seu pensamento é focalizado na consciência da alma e ele se torna aquela alma em manifestação através da mediação da personalidade.

Este é um breve resumo dos medos maiores que afligem a humanidade e serve apenas para abrir o assunto e dar oportunidade a umas poucas sugestões práticas.

II -Depressão ou seu polo oposto, a hilaridade. Quando nós abordamos o assunto da depressão nós estamos lidando com algo tão espalhado que poucos escapam aos seus ataques. Ela é como um miasma, uma névoa que envolve o homem e faz com que seja impossível para ele ver claro, caminhar com segurança e identificar a Realidade. É parte da grande ilusão astral e, se esta é compreendida, tornar-se-á aparente porque a depressão existe, pois a causa dela é ou astral ou física, e incidente em relação a uma situação mundial ou uma situação pessoal. Nós poderíamos, por conseguinte, estudar a depressão nos indivíduos e procurar suas causas. Ela é provocada por:

1 - A miragem mundial. Esta arrasta uma unidade isolada, de outro modo livre das condições individuais que produzem a depressão, até às profundezas de uma reação mundial. Esta miragem mundial com seus resultados desvitalizantes e depressores tem suas raízes em vários fatores os quais somente indicaremos resumidamente:

a) Fatores astrológicos, afetando a carta planetária e daí os individuais, ou fundamentalmente raciais. Estes dois fatores são muitas vezes desprezados.

b) O caminho do sol nos céus. O caminho do sol tende para uma redução da influência vibratória e os aspirantes devem ter isto presente em sua mente no outono e nos primeiros meses do inverno.

c) A metade escura da lua, o período final do quarto minguante e o começo da lua nova. Isto, como é bem sabido, afeta o trabalho da meditação.

d) Fatores psicológicos e inibições da massa devidos indiscutivelmente às forças externas ao planeta e aos planos, obscuras em seu propósito relativamente à humanidade comum. Estas forças, agindo sobre a raça humana, afetam os mais sensíveis; estes por sua vez afetam o seu ambiente e gradualmente um momentum se estabelece que varre toda uma raça ou uma nação, através de um ciclo de anos, e produz condições de profunda depressão e de mútua desconfiança. Causa uma triste autoabsorção e a isto nós denominamos um pânico ou uma onda de intranquilidade. O fato de que a elaboração possa ser militar, econômica, social, ou política, de que possa tomar a forma de uma guerra, uma inquisição religiosa, de insolvência financeira ou desconfiança, pouco importa. As causas se situam nos anteprojetos do processo evolutivo e são governadas - ainda quando não compreendidas - pela boa Lei.

2 - Polarização Astral. Na medida em que um homem se identificar com seu corpo emocional, na medida em que interpretar a vida em termos de seus estados de ânimo e sentimentos, na medida em que ele reagir ao desejo, assim ele terá seus momentos de desespero, de trevas, de dúvida, de terrível sofrimento e de depressão. Eles são devidos à ilusão, à miragem do plano astral, que deforma, inverte e engana. Não há necessidade de nos determos nisso. Se há um fator que os aspirantes reconhecem é a necessidade de se libertarem da Grande Ilusão. Arjuna sabia disso, entretanto sucumbiu ao desespero. Contudo, em sua hora de necessidade, Krishna não faltou a ele, mas estabeleceu na Gita as simples regras pelas quais a depressão e a dúvida podem ser superadas. Elas podem assim ser resumidas:

a) Conhece-te a ti mesmo como sendo Aquele que é imortal.

b) Controla tua mente, pois através daquela mente o Imortal pode ser conhecido.

c) Aprende que a forma é apenas um véu que oculta o esplendor da Divindade.

d) Compreende que a Vida Una penetra todas as formas de modo que não há morte, nem sofrimento, nem separação.

e) Liberta-te, pois, do lado forma e vem a Mim, morando pois no lugar onde se acham a Luz e a Vida. Assim acaba a ilusão.

É a polarização astral que deixa o homem exposto às suas múltiplas reações emocionais e às ondas de sentimentos de massa de qualquer espécie. Esta é a causa dele ser arrastado para aquele vórtice de energia incontrolada e de força emocional mal dirigida que acaba numa guerra mundial, num pânico financeiro, num reavivamento religioso ou num linchamento. É isto também que o eleva aos píncaros da hilaridade e de uma felicidade espúria na qual a "luz enganadora" do plano astral descobre para ele falsas fontes de diversão, ou excitação coletiva - graças à sua sensibilidade - o arrasta para aquela condição histérica que encontra sua expressão na diversão sem limites e que é o polo oposto do choro sem limites. Não me refiro aqui à diversão verdadeira nem ao adequado senso de humor, mas àquelas explosões histéricas de hilaridade que são tão comuns entre as fileiras da humanidade e conduzem a reações de fadiga.

3 - Uma condição desvitalizada do corpo físico. Isto é devido a várias causas, tais como:

a) Um corpo vital ou etérico esgotado.

b) Doença física, ou inerente ou trazida de outra existência, acidental ou devida a reações emocionais erradas, ou produzida como resultado de um carma coletivo, tal como uma epidemia.

c) Atmosféricas. Isto é muitas vezes desprezado, mas a condição da atmosfera, a natureza do clima, a densidade, umidade ou secura, o calor ou frio têm um efeito definido na expressão psicológica.

Vocês verão, se estudarem, que todas as causas subsidiárias e temporárias da depressão e de seu oposto podem ser grupadas sob um desses três títulos, e quando for definida a causa, as curas surgirão.

Tenho lidado um pouco, finalmente, com as duas primeiras manifestações da força astral - Medo - medo da morte, do futuro, do sofrimento, do fracasso e os muitos medos menores aos quais a humanidade está sujeita - e Depressão - porque estes dois medos constituem para o homem o Morador do Umbral nesta época e ciclo. Ambos indicam uma reação sensorial e fatores psicológicos e não podem ser enfrentados pelo uso de outro fator tal como a coragem. Eles devem ser enfrentados pela onisciência da alma trabalhando através da mente, - não por sua onipotência. Nisto deve ser encontrada uma pista oculta. Não lidarei com os outros fatores enumerados, tais como o desejo da felicidade, da satisfação dos apetites animais e da libertação, pois estes não constituem para a maioria um problema tal como os dois primeiros. Poderíamos escrever sobre a manifestação e a causa de todos estes, mas quando o medo e a depressão forem vencidos, a raça entrará em sua herança de felicidade, de verdadeira satisfação (das quais as solicitações acima indicadas são apenas os símbolos) e da libertação. Lidemos com os males básicos primeiro. Uma vez estes dominados, tudo o que faltará será a correta orientação e polarização na alma.

Consideraremos em seguida a superação da vibração errada no corpo astral e o uso da energia astral na correta direção.

Nós temos tratado extensamente do assunto do corpo astral ou sensorial e temos considerado as várias maneiras erradas pelas quais ele faz sentir sua presença. A humanidade vibra basicamente em alguma destas maneiras, e o corpo sensorial dos seres humanos comuns raramente está livre de alguma alteração do humor, algum medo, alguma excitação. Isto forneceu uma condição pela qual o centro do plexo solar está anormalmente desenvolvido. Na massa da humanidade o centro sacro e o plexo solar governam a vida, e é por isso que o desejo pela vida material e pela vida sexual estão tão intimamente ligados. O plexo solar no animal é o cérebro e governa todas as reações instintivas, mas não está tão intimamente associado com a expressão puramente sexual como ocorre no ser humano. Quando o cérebro se tornar sensível à mente que desperta e não estiver tão inteiramente ocupado com o mecanismo que registra a impressão sensorial, nós teremos a orientação que finalmente elevará a consciência para aqueles centros que ficam acima do diafragma. O plexo solar será então novamente relegado para sua velha função como um agente dirigente da vida animal puramente instintiva. Para o aluno adiantado no mundo, o plexo solar é em grande parte o órgão da sensibilidade psíquica e permanecerá assim até que os poderes psíquicos superiores substituam os inferiores e o homem funcione como uma alma. Então a vida sensorial cairá abaixo do limiar da consciência.

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O USO CORRETO DA ENERGIA

Considerando a superação da vibração errada e a correta direção da energia astral, poderia ser útil aqui se relacionássemos brevemente as principais energias que impressionam o organismo humano e circulam através do corpo sensorial do homem.

1 - Energias passando e repassando através do corpo sensorial do próprio planeta. Este é, em outras palavras, o corpo astral do espírito da terra. Esta entidade não é o Logos planetário, mas um ser de grande poder no arco involutivo, que conserva a mesma relação com o Logos planetário que o elemental astral conserva em relação ao ser humano. Fatos sobre esta vida serão encontrados no Tratado sobre o Fogo Cósmico. Sua vida é o agregado de um vasto número de vidas, e aqueles pitris lunares ou construtores menores que constituem a vida sensorial do aspecto personalidade do Logos planetário - uma força mais potente para o bem e também para o mal, ao usarmos a palavra "mal". O mal, por si, é não-existente, como é o bem no sentido dos pares de opostos. Somente no tempo e no espaço há estados variáveis de consciência, produzindo diferentes efeitos exteriores. A energia desta vida involutiva tem um potente efeito naquela outra minúscula vida involutiva que constitui nosso elemental astral. O fato que protege da completa identificação sensitiva com esta vida maior é a individualidade do homem e a potência de sua personalidade rapidamente se coordenando.

O homem é um indivíduo. Ele é o resultado de outros fatores e a combinação destes fatores constitui sua proteção da completa absorção na vida sensorial do planeta, como é o caso com os animais. Na morte, o corpo astral do homem se desintegra e então suas partículas novamente constituem fragmentos indiferenciados do grande Todo.

2 - Certas energias astrais, emanando de algumas formas planetárias que por enquanto não existem na forma dos planetas físicos, nem no reino etérico, mas que estão encerradas no círculo-não-se-passa do nosso sistema solar. Elas representam, no sentido planetário, dois grupos de vidas; - Primeiro, aquelas conchas astrais de planetas decadentes e em desintegração que podem ser vistos pelo iniciado, ainda se deslocando em torno de nosso sol, mas que estão, contudo, desaparecendo rapidamente. Nossa lua juntar-se-á ao seu número quando a completa desintegração da forma exterior tiver ocorrido. Segundo, as formas astrais daquelas vidas solares menores no arco evolutivo, que estão adquirindo forma lentamente mas ainda não tomaram um corpo etérico, e jamais usarão um corpo físico neste período mundial. Estes dois grupos são as correspondências planetárias dos tipos de homem reencarnando e daqueles que passaram adiante e estão lentamente abandonando seus corpos, previamente ao renascimento, ou que completamente esvaziaram suas conchas.

Há duas destas formas astrais em íntima proximidade com a nossa Terra, que estão rapidamente se "decompondo", se assim posso chamá-lo, e que, entretanto, têm uma influência muito potente. Em função desta intima relação, elas produzem dois tipos de desejo ou de tendência astral entre os homens. Um produz muito daquela tendência instintiva para a crueldade que se vê nas crianças e em certos tipos de homens e o outro tem um efeito na vida sexual e produz algumas daquelas tendências para as perversões sexuais que causam tanta dificuldade agora. Tendências sádicas e perversões sexuais encontram muita influência fortalecida nestas emanações astrais que estão morrendo. Nos tempos antigos elas eram ainda mais potentes, estando mais perto da nossa Terra do que agora; daí as crueldades ritualísticas e os horrores, por exemplo, de Sodoma e Gomorra. Sua força está declinando rapidamente e dever-se-á lembrar que já não teriam força alguma se não houvesse na própria humanidade certos instintos nos quais estas energias podem trabalhar. Deve-se também lembrar que nos tempos de Lemúria sua influência era construtiva, pois naqueles dias, a lição do sexo e do inteligente registro da dor tinha um lugar nos esquemas daqueles que estavam tentando conduzir o homem animal para a consciência humana - não para a consciência da alma, nem mesmo para a consciência de si mesmo naqueles tempos muito recuados.

Próximo à nossa Terra, no caminho para o renascimento, está uma grande Vida em processo de tomar a forma etérica. Esta Vida, estando no arco evolutivo e não constituindo a vida de uma concha decadente, está tendo um efeito real na inauguração da Nova Era. Este efeito tem duplo aspecto: - através das emanações do corpo astral desta grande Vida o trabalho de romper a parede separativa do individualismo que se demonstra no homem como egoísmo e nas nações como nacionalismo está sendo levado adiante. Através deste corpo etérico que está se integrando rapidamente esta Vida está provocando no corpo etérico de nosso planeta um estado de vibração rapidamente aumentada. No Tratado sobre o Fogo Cósmico se encontrará referência a um avatar de Sirius que vem provocar certos efeitos planetários. Esta Vida não é aquele avatar mas está na natureza de um precursor - de um S. João Batista, que "batiza com água (emanações astrais) e o Espírito Santo". Mais informação segundo estas linhas não é possível, mas se faz menção dele, uma vez que é preciso ter em mente as energias que procedem destes dois fatores.

3 - As energias astrais emanando do novo signo do zodíaco no qual nós estamos entrando agora, o signo de Aquário. Este signo, que é o do carregador de água, é um signo vivo e um signo emocional. Ele estimulará (através do efeito de sua potente força) os corpos astrais dos homens para uma nova coesão, para uma fraternidade da humanidade que ignorará todas as diferenças raciais e nacionais e fará a vida dos homens avançar para a síntese e para a unidade. Isto significa uma maré de vida unificadora de tal poder que nem se pode agora visualizar, mas que - dentro de mil anos - terá ligado toda a humanidade numa perfeita fraternidade. Seu efeito emocional será o de "purificar" os corpos astrais dos homens de maneira que o mundo material cesse de conter tão potente tentação e possa em suas etapas posteriores ocasionar um estado de exagero tão potente na linha da sensação como aquele que sofremos na linha do materialismo! As etapas finais de todos os signos produzem superdesenvolvimento do fator sobre o qual eles mais potentemente trabalham. No presente o efeito deste signo é construtivo entre os pioneiros da raça, e destrutivo entre as camadas da humanidade. Fatos sobre a vindoura era de Aquário podem ser pesquisados nos livros comuns sobre o assunto e não há vantagem em nos aprofundarmos sobre eles aqui.

4 - Fracas emanações do sagrado "coração do sol", não reconhecidas pelas massas mas instantaneamente provocando resposta dos místicos da raça, que estão assegurando de maneira crescente uma integridade grupal de interesse e oportunidade muito real. Estas emanações são muito altas para serem percebidas pela humanidade de um modo geral, mas os místicos reagem e são reunidos pela sensação da nova vibração. O seu trabalho é então rebaixar a vibração de modo que seus efeitos possam ser sentidos em tempo pelos mais avançados da raça. O trabalho deste grupo de místicos deve, por conseguinte, crescer inevitavelmente, pois o "coração do Logos solar" bate agora em ritmo mais próximo ao deste planeta do que até agora foi o caso (este não sendo um planeta agrado). O amor e pensamento daquela Vida divina estão dirigidos para esta "pequena filha de um filho há muito perdido", como o nosso planeta é às vezes chamado nos livros ocultistas dos Grandes.

5 - Outra emanação de massa que arrasta o corpo astral do homem até uma atividade extenuante é o desejo impulsivo do corpo astral do quarto reino, ou humano, ou visualizando-o como um todo, ou como a expressão de uma vida. Este corpo sensorial da humanidade responde de uma maneira não conscientizada a todos os quatro tipos acima mencionados de energia astral e de acordo com o calibre do corpo astral individual, e de acordo com a etapa de desenvolvimento assim será a resposta. É neste fato que as raízes da psicologia de massa e da regra da multidão repousam. Também as raízes da assim chamada opinião pública serão ali achadas, mas ainda demorará até que os psicólogos das escolas acadêmicas reconheçam estes quatro fatores. É com este tipo de resposta sensorial que os líderes dos homens procuram trabalhar, modelando os pensamentos dos homens para despertar o desejo disso, daquilo, ou daquilo outro. Eles trabalham com este tipo de matéria sensorial sem a mínima compreensão da situação, e sem nenhuma compreensão dos fatores com os quais estão lidando; eles trabalham magneticamente, se no segundo raio, e com a inspiração do medo através da destruição se no primeiro raio. Se no terceiro raio, eles usam a Lei do Expediente. Assim, todos os três trabalham com os corpos astrais dos homens, e sua capacidade de serem bem sucedidos depende grandemente de seu próprio tipo de corpo astral e de seu poder de atrair outros que estejam suficientemente desenvolvidos para responder com adequada sensibilidade e então levar o bom trabalho adiante. O homem da rua é, portanto a vítima da potência astral daqueles que o conduzem quer para seus próprios fins, quer para o bem de sua alma - pois ela trabalha em ambas as direções.

6 - A vida astral, ou as emanações sensitivas da família ou amigos que cercam um homem. Elas o afetam muito mais do que ele possa crer, ou ele pode afetá-los, dependendo de qual lado é positivo e qual é negativo. Todos a quem encontramos, ou com quem mantemos contato, toda pessoa com quem nós vivemos ou nos encontramos diariamente, têm um efeito sobre nós, quer para o bem, quer para o mal. Elas ou agitam nossa natureza emocional num sentido bom e elevado, e assim ajudam ao seu trabalho de reorientação, ou rebaixam seu padrão de modo que o progresso é bloqueado e o trabalho de ser arrastado para baixo, na direção do materialismo, se desenvolve. Isto nós conhecemos bem, e é desnecessário alongar-me no assunto.

7 - O equipamento emocional (sensorial astral) com o qual um homem entra na vida, que ele utiliza, e que ele constrói no curso de sua existência. Muitos homens são vítimas de um corpo emocional que eles próprios construíram ao responder às energias dos grupos acima enumerados. O corpo astral reage a todas as emanações de um caráter sensitivo, de três maneiras:

a) Emocional. O corpo astral é arrastado a uma resposta de alguma espécie para as emanações dos corpos astrais - corpos individuais ou grupais - daqueles que o cercam. Esta frase exige cuidadoso estudo.

b) Sensitiva. Há sempre um registro de todas as impressões pelo corpo astral sensível, mesmo que falte a resposta emocional, e os discípulos têm que aprender a distinguir cuidadosamente entre os dois. Algumas vezes quando falta a reação emocional, como geralmente se entende, há, contudo um registro da causa originária que procurou provocar um efeito no corpo emocional.

c) Simples reação. O registro ou a recusa ao registro, ou resposta a um impacto, a uma impressão emocional. Isto pode ser tanto bom quanto mal.

Em todos os três casos, algum dos pares de opostos é escolhido e a escolha depende da qualidade do mecanismo astral do homem considerado. Um quarto método envolve o completo desapego do corpo emocional inteiro, e uma completa capacidade para se isolar de qualquer impressão sensorial voluntariamente - para servir com maior eficiência e amar com maior inteligência. Não se esqueçam de que em última análise o amor e a emoção não são o mesmo.

A Pergunta prática surge agora: Como se pode superar a vibração errada?

Primeiro: - É necessário reconhecer o que é a vibração errada, e que o estudante é capaz de registrar a reação. Uma vibração, um impulso, uma emoção, um desejo se originam de um aspecto inferior do lado forma. Eles diferem de uma emanação vinda da alma. Os dois impactos sobre o corpo sensorial devem ser identificados como diferentes. A pergunta tem que ser feita: É esta reação uma resposta à vida da personalidade ou é ela uma resposta à consciência da alma? Este impulso que parece forçar meu corpo de sensações à atividade vem da Vida divina dentro de mim ou está vindo do aspecto forma em qualquer de suas manifestações? Leva ele o meu corpo astral a se tornar ativo de tal modo que aqueles que estão em relação comigo são assim feridos, ou ajudados? São eles bloqueados ou auxiliados?

Um estudo acurado das reações emocionais de um indivíduo leva à consideração daquela característica básica que não pode ser superenfatizada em vista das atuais condições do mundo. Inofensividade. Digo-vos que o alcançar a inofensividade no sentido positivo (não no negativo) significa a conquista daquele passo que conduz definitivamente ao Portal da Iniciação. Quando primeiramente mencionado, soa de pouca monta, e trazer todo o assunto da iniciação para tão pequena circunstância parece torná-la sem importância. Mas deixe aquele que assim pensa, praticar aquela inofensividade positiva que evolui para o pensamento correto (porque baseado no amor inteligente), para o falar correto (porque governado pelo autocontrole), e para a ação correta (porque fundamentada numa compreensão da Lei), e descobrirá que a tentativa convocará todas as reservas de seu ser e ele levará muito tempo para alcançá-la. Não é a inofensividade que provém da fraqueza e da disposição amorosa sentimental, que repele os aborrecimentos porque eles perturbam a harmonia estabelecida da vida e conduzem ao consequente desconforto. Não é a inofensividade do homenzinho ou da mulherzinha impotente, desenvolvida negativamente, que não tem força para ferir porque possui tão pouco equipamento com o qual o dano possa ser feito.

É a inofensividade que brota da compreensão e controle da personalidade pela alma, que conduz inevitavelmente à expressão individual na vida diária. Ela emana da capacidade de entrar na consciência e penetrar na compreensão de um irmão e quando isto tiver sido alcançado - tudo é perdoado e tudo se perde de vista no desejo de ajudar e socorrer.

A resposta à vibração errada não será basicamente evitada pelos métodos de "construção de uma concha" ou pelo "isolamento" por meio do poder de mantras e visualização. Estes dois métodos são expedientes temporários pelos quais aqueles que têm ainda algo a aprender procuram proteger-se. A construção de uma concha leva à separatividade, como bem sabem, e necessita da superação final do hábito de construir uma concha, e uma demolição e consumação das conchas já construídas. Estas últimas podem ser mais facilmente feitas do que a superação do hábito. Automaticamente, o processo de construção continua até que finalmente o aspirante terá construído tantas casamatas em torno de si mesmo que ele não pode nem sair nem se pode fazer nenhum contato com ele. O processo de isolamento que é uma prática mais avançada e exige maior conhecimento de magia, consiste na emanação de certas energias do corpo vital numa direção particular, as quais servem para manter à distância outras energias através do que se chama impacto. Através deste impacto sobre energias que se aproximam, elas são invertidas e enviadas numa outra direção. Mas aquelas energias precisam ir para algum lugar, e se elas prejudicarem outra pessoa, não será responsável aquele que Inverteu sua direção através de um desejo de se proteger?

A prática da inofensividade é a melhor e mais fácil maneira do aspirante trabalhar. Não há nada nele que seja inimigo de nenhuma vida em nenhuma forma, e por isso ele somente atrai para si mesmo aquilo que é benéfico. Ele usa as forças benéficas assim atraídas, para o auxílio de outros seres. Este tem que ser o primeiro passo e a disciplina que ele impõe e a constante supervisão de todas as atividades nos três planos da evolução humana e de todas as reações, põem o corpo emocional sob o domínio da mente iluminada. Também trazem a compreensão a respeito de um nosso semelhante.

Há em segundo lugar, uma etapa posterior na qual o discípulo aprende a absorver e transmutar as vibrações erradas e as energias que são destruidoras. Ele não tem nem conchas nem barreiras. Ele não se insula nem se isola dos seus irmãos. Através da inofensividade ele aprendeu a neutralizar as emanações maléficas. Agora ele atua com uma positividade de uma nova espécie. Definitivamente e com plena consciência do que está fazendo ele reúne em si mesmo todas as emanações maléficas (energias destrutivas e forças erradas) e as desmonta em suas partes componentes e as envia de volta para onde se originaram, neutralizadas, impotentes e inofensivas, contudo, intactas em natureza. Vocês dizem que este é um ensinamento difícil e se aplica apenas um pouco ao aspirante comum? Tal é sempre o modo no ensinamento esotérico, mas aqueles que sabem compreenderão e para eles Eu falo.

Outro método é ainda mais avançado e é utilizado pelo iniciado. Através de um conhecimento da lei e de certas Palavras de Poder ele pode comandar as energias e invertê-las e enviá-las para o seu centro de origem. Mas com este método nós não temos nada em comum. É preciso haver muita prática na inofensividade e uma íntima observação precisa ser mantida para sua aplicação na vida diária.

A correta direção da energia astral pode ser resumida nestes três aspectos do antigo Livro das Regras, dado aos cheias nos degraus iniciais. Todas as escolas esotéricas autênticas começam com o controle do corpo astral e o chela tinha que memorizar e praticar estas três regras depois que tivesse feito algum crescimento real na manifestação da inofensividade.

Regra I. Entra no coração do teu irmão e veja a sua desgraça. Então fale. Que as palavras faladas transmitam a ele a força potente de que ele precisa para soltar suas correntes. No entanto, não as soltes tu mesmo. Teu é o trabalho de falar com compreensão. A força recebida por ele o ajudará em seu trabalho.

Regra II. Entra na mente de teu irmão e lê seus pensamentos, mas somente quando os teus pensamentos forem puros. Então pensa. Que os pensamentos assim criados entrem na mente de teu irmão e se misturem com os dele. Entretanto, mantenha-te desapegado, pois ninguém tem o direito de influenciar a mente de um irmão. O único direito que existe, o fará dizer: "Ele ama. Ele permanece. Ele sabe. Ele pensa comigo e eu sou forte para fazer o que é certo." Aprende a falar assim. Aprende a pensar assim.

Regra III. Mistura-te com a alma do teu irmão e conhece-o como ele é. Somente no plano da alma isso pode ser feito. Em tudo o mais, a mistura alimenta o combustível de sua vida inferior. Então, focaliza o plano. Assim, ele verá a parte que ele e tu e todos os homens desempenham. Assim ele entrará na vida e conhecerá o trabalho realizado.

Uma nota, apensada a estas três regras, diz:

"Estas três energias - do falar, do pensar e do propósito - quando manejadas com compreensão pelo chela e misturadas com as forças que despertam no irmão a quem ele tenta ajudar, são as três energias com as quais todos os adeptos trabalham".

É quase impossível traduzir estas fórmulas antigas em termos adequados, mas as grosseiras paráfrases acima transmitirão a ideia aos iluminados; estas regras resumem os poucos pensamentos que o aspirante comum necessita alcançar sobre a correta direção da energia e para as quais ele está pronto.

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A ÉPOCA ATUAL E A FUTURA

Assim nós vimos o lugar que a frágil unidade das sensações, empregada por um ser humano individual, desempenha em relação ao Grande Todo. Nós registramos as várias formas que a evolução astral assume. Nós também registramos algumas das fontes de onde vem a energia astral. Vimos que cada um de nós está imerso num mar de forças de sensação que têm seu efeito sobre nós porque - sob a Lei - nós nos apropriamos, para nosso próprio uso, de uma porção daquela energia universal, através da qual estamos em contato com o todo. Um dos tipos de energia astral que não abordamos emana, é-nos dito, do "Coração do Sol". Eu não posso, todavia, referir-me a ele extensamente, devido à incapacidade do cérebro humano em compreendê-lo, ou do coração humano em apropriar- se dele até a época em que o centro do coração esteja aberto e funcionando. Esta corrente de energia viva pode, entretanto ser percebida em grande escala, embora ainda não se a tenha apropriado em sua pura essência. Nós a chamamos o "amor de Deus". É de fato aquele livre fluxo, emergente, força magneticamente atrativa, que conduz cada peregrino de volta para a Casa do Pai. É aquela força que move o coração da humanidade e encontra expressão através dos avatares do mundo, através do anseio místico encontrado em todo ser humano, através de todos os movimentos que têm por objetivo o bem-estar da humanidade, através das tendências filantrópicas e educacionais de toda espécie e (no assim chamado mundo natural) através do instinto da maternidade protetora. Mas ela é essencialmente uma sensibilidade grupal e somente na vindoura Era de Aquário sua verdadeira natureza encontrará uma correta compreensão e adequada apropriação. Toco nela aqui porque é um dos fatores a serem considerados. Somente aqueles, todavia, cujos "corações estiverem abertos e elevados até o Senhor" saberão do que estou falando.

É desnecessário para nós nos ocuparmos com aquilo que fica muito adiante da raça. Problemas imediatos chamam nossa atenção - problemas que são pessoais ou raciais e que dizem respeito, todos, ao controle do veículo astral. Uma oportunidade é oferecida para demonstrar no caos as potencialidades do ego ou alma e sua capacidade de controlar e dominar em sua pequena esfera de influência. Nisto consiste, para todos os aspirantes deste tempo, o peculiar esforço dos próximos dias e eu faria - para sua orientação - certas sugestões, a serem seguidas ou não, conforme considerado prudente.

Precisamos lembrar que todo aspirante é um ponto focal de energia e deveria ser, em seu lugar, um ponto focal consciente. Em meio ao turbilhão e à tempestade ele deve fazer sentir sua presença; a Lei da ação e reação opera aqui e muitas vezes os Grandes (prevendo a necessidade de exatamente tais pontos de contato interior em períodos de inquietação mundial, tais como o presente) reúnem em certas localizações aqueles que são aspirantes ao serviço. Eles agem como um equilíbrio e auxiliam o plano geral e ao mesmo tempo eles próprios aprendem muitas necessárias lições.

O esforço da parte de todos os aspirantes deve ser o de não resistir nem repelir a pressão ou lutar e desertar. Tal método centraliza a atenção no não-eu e conduz ao caos acrescido. O esforço deve ser feito segundo as linhas de uma tentativa de fazer contato com o eu superior e mantê-lo firme e estável e ficar em tal direto alinhamento que a força e o poder da alma possam ser derramados sobre e através da tríplice natureza inferior. Este derramamento ocasionará uma firme irradiação que afetará o meio-ambiente exatamente na proporção da extensão do contato interior e em relação direta com a clareza do canal ligando o cérebro físico ao corpo causal. O aspirante também deve se esforçar por aquele autoesquecimento que se funde no bem dos contatados. Esse autoesquecimento se refere ao eu inferior. A autorrecordação e o autoesquecimento devem ser companheiros.

O homem que busca um ponto de contato entre as condições do caos e Aqueles Que trabalham com fins construtivos e pela ordem, deveria da mesma forma usar aquele fator muito necessário do bom-senso em tudo o que ele faz. Isto envolve sempre obediência à lei da economia da força, devida à discriminação, e um verdadeiro senso de valores. Onde estes estiverem presentes, o tempo será economizado, a força será poupada, a energia eliminada e os Grandes serão capazes de se apoiarem na sagacidade de um aspirante e assim encontrar um ajudante.

Todo treinamento ocultista tem em vista o desenvolvimento do aspirante de modo que ele possa de fato ser um ponto focal de energia espiritual. Dever-se-ia lembrar, todavia, que sob a lei, este treinamento será cíclico e terá seu fluxo e refluxo, como tudo o mais na natureza. Tempos de atividade sucedem tempos de pralaya; períodos de contato registrado alternam com períodos de aparente silêncio. Observem aqui a escolha das palavras. Esta alternância se deve à imposição da Lei da Periodicidade e se o estudante se desenvolver como desejado, cada período de pralaya é sucedido por um de maior atividade e de realização espiritual mais potente. O ritmo, o fluxo e refluxo e o batimento medido da vida pulsante são sempre a lei do universo e ao aprender a responder à vibração dos Lugares altos esta periodicidade rítmica deve estar presente na mente. A mesma lei governa um ser humano, um planeta, um sistema solar, todos os pontos focais ou centros de energias em alguma vida maior. Se um trabalho tal como o que estão realizando deve ser bem sucedido (e ele é em grande parte o trabalho de desenvolver a capacidade de tocar certas correntes nos níveis mentais - correntes que emanam do eu superior, do vosso grupo egoico, ou do Mestre) devem ser garantidas, condições planejadas bem definidas. Certos fatores devem estar presentes. Se eles não existirem, então as correntes são (se posso assim expressá-lo) desviadas e o contato deixa de se realizar. Se for necessário ocupar-se com os assuntos mundanos - e tais períodos ocorrem em todo ciclo vital - neste caso a atenção deve ser concentrada nestes detalhes e o contato superior pode ficar então temporariamente sem se realizar. Tal atenção aos assuntos do plano físico não é necessariamente perda de tempo, pois ele pode ser tanto uma parte do plano para aquele período de tempo particular como qualquer outra espécie de serviço. A plena expressão e a consciência em cada e todo plano é o objetivo, lembrando-se de que cada plano com seus estados variáveis de consciência é igualmente uma parte da Vida divina. O que está faltando por enquanto na maioria dos aspirantes é uma consciência sintética e a capacidade de sustentar e registrar a continuidade.

Se o caos mental ou emocional existir, então novamente ocorre a deflexão das correntes e o cérebro não faz o registro daquilo que pode ser internamente visto e ouvido. Se a fadiga estiver presente e o corpo físico necessitar repouso, então da mesma maneira o interior deixa de ser registrado. São os centros no veículo etérico que são vitalizados e se tornam ativos neste trabalho de contato e consequente transmissão de energia; se, portanto a vitalidade estiver baixa e os fluídos prânicos não forem assimilados, então todo o contato vibratório estará diminuído e o centro deixará de registrar a vibração e a resposta. Quando novamente o estímulo se tornar adequado e as outras condições estiverem resolvidas na necessária quietude, então novamente as correntes poderão ser encontradas a resposta seguir-se-á e um novo ciclo de receptividade manifestar-se-á. Entrei assim na explicação por ter deparado com muitas perguntas e estou ansioso para que o processo seguido possa ser até certo ponto esclarecido. Será prudente que todos os que trabalham tenham uma clara compreensão daquele trabalho e que estejam - segundo linhas que afetam tão de perto o seu poder de servir - plenamente atentos a cada passo dado.

Relativamente aos problemas que ocupam a atenção de todos vocês que estão vivendo neste tempo de inquietação e sublevação mundiais, Eu tenho uma palavra para animá-los. Embora para vocês, toda a situação possa parecer carregada e os horizontes escurecidos por tempestades, mantenham em mente que quando o distúrbio está generalizado, como agora, e toda a área envolvida, então o fim está próximo. Na natureza, uma tempestade elétrica geral serve para clarear a atmosfera e termina num período do céu azul e sol brilhante e condições mais agradáveis de viver. Nós tivemos a tempestade elétrica da guerra mundial e o período de gradual dispersão das nuvens tem-nos acompanhado, com os trovões reboando em volta e súbitas violentas tempestades de vento e chuva perturbando as esperanças daqueles que desejam o raiar do sol. Aqueles que com paciência prosseguirem em seu trabalho, que conservarem a calma e a certeza interiores, que se afastarem do campo das personalidades e conservarem em mente unicamente as forças amorfas que estão trabalhando através de todas as formas e estações, verão a ordem emanando do caos, a construção surgir da destruição passada e dos ajustamentos atuais; verão o estabelecimento de forças novas de vida, até então impedidas pelas conchas cristalizadoras construídas pelo homem. Portanto, conservem a visão interna firmemente e tenham a profunda paciência que resiste durante o cicio menor porque a chave para o ciclo maior foi conservada com firmeza.

Poderia valer à pena tocar brevemente em certas linhas principais de pensamento que estão surgindo no tempo atual e que brotam do passado e são a promessa do futuro.

Os pensamentos dos homens foram sempre religiosos. Nunca houve um tempo em que a religião ou os pensamentos dos homens sobre Deus sobre o infinito e sobre a Vida que nos trouxe, a todos, à existência, não estivessem presentes.

Mesmo as mais ignorantes raças selvagens reconheceram um Poder e tentaram definir sua relação com aquele Poder em termos de medo de sacrifício ou de propiciação. Dos rudimentos da adoração da natureza, do fetichismo e da adoração degradada dos ídolos do homem primitivo, nós construímos uma estrutura de verdade que, embora até agora imperfeita e inadequada, estabelece verdadeiramente o fundamento do futuro Templo da Verdade onde a luz do Senhor será vista e que provará ser adequada como uma expressão da Realidade.

Da escuridão do tempo emergiram as grandes religiões. Estas religiões, embora diversas em suas teologias e formas de adoração, embora caracterizadas por distinções de organização e cerimonial e embora diferindo em seus métodos de aplicação da verdade, estão unidas em três básicos aspectos:

1 - Em seu ensinamento quanto à natureza de Deus e do homem.
2 - Em seu simbolismo.
3 - Em certas doutrinas fundamentais.

Quando os homens reconhecerem isto e tiverem êxito em isolar aquela estrutura significativa interna da verdade que é a mesma em todos os climas e em todas as raças, então surgirá a religião universal, a Igreja Única e aquela aproximação unificada embora não uniforme, a Deus, que demonstrará a verdade das palavras de Paulo, "um Senhor, uma fé, um batismo, um Deus e Pai de todos, que está acima de tudo e através de tudo e em vós todos." As teologias desaparecerão no conhecimento de Deus; as doutrinas e dogmas não mais serão consideradas necessárias pois a fé será baseada na experiência e a autoridade cederá seu lugar à apreciação pessoal da Realidade. O poder da Igreja sobre o grupo será suplantado pelo poder da alma despertada nos homens; a época dos milagres e as disputas quanto ao por quê e como daqueles milagres com o consequente ceticismo ou agnosticismo dará lugar à compreensão das leis da natureza que controlam o reino super- humano e a etapa supernatural do processo evolutivo. O homem entrará em sua divina herança e entender-se-á como o Filho do Pai, com todas as características divinas, poderes e capacidades que são seus por causa de sua qualidade divina. Mas neste meio tempo, que temos nós? Uma ruptura da antiga tradição estabelecida, uma revolta da autoridade, quer da Igreja, quer do dogma, doutrina ou teologia; uma tendência em direção à autodeterminação e um abandono das velhas normas e das velhas barreiras do pensamento e das divisões existentes entre raças e crenças.

Daí nós estarmos passando através de uma etapa intermediária de caos e questionamento, de rebelião e consequente libertinagem aparente. Os métodos da ciência, - investigação e análise, comparação e dedução - estão sendo aplicados à crença religiosa. A história das religiões, os fundamentos da doutrina, a origem de ideias e o crescimento da ideia de Deus estão sendo sujeitos à pesquisa e ao estudo. Isto leva a muita disputa; à rejeição das ideias há muito estabelecida quanto à Deus, à alma, ao homem e ao seu destino. Escolas de pensamento sempre existiram diferindo em suas ideias e métodos e as seis Escolas de Filosofia Hindu encamparam em si mesmas praticamente todas as especulações básicas do homem quanto ao por que e ao para quê da manifestação. Pouco de novo foi acrescentado pelo ocidente a estas seis escolas especulativas, embora a mente ocidental, com seu gênio para a técnica e métodos científicos, tenha elaborado as ideias e diferenciado as seis teorias numa multiplicidade de proposições menores. Fora da confusão de ideias, especulações, teorias, religiões, igrejas, cultos, seitas e organizações, duas principais linhas de pensamento estão emergindo - uma condenada a finalmente morrer, a outra a se fortalecer e a crescer até que, por sua vez, ela dê origem àquela (para nós) formulação última da verdade que satisfaça às necessidades da próxima era e leve o homem a um alto pináculo do Templo e ao Monte da Iniciação. Estas duas linhas são:

1 - Aqueles que olham para trás, para o passado, que se apoiam nas velhas maneiras, nas antigas teologias e nos métodos de rejeição reacionários de encontrar a verdade. Estas são as pessoas que reconhecem a autoridade, seja a de um profeta, uma bíblia ou uma teologia. Estas são aquelas que preferem a obediência à autoridade imposta, à orientação autoimposta de uma alma iluminada. Estas são as seguidoras de uma Igreja e de um governo, que se distinguem por uma pura devoção e amor, mas recusam aceitar a inteligência divina com a qual são dotadas. Sua devoção, seu amor a Deus, sua consciência estrita, mas distorcida, sua intolerância as caracterizam como devotas, mas são cegas por sua própria devoção e seu crescimento é limitado pelo seu fanatismo. Pertencem na maior parte à geração mais velha e a esperança para elas está em sua devoção e no fato de que a própria evolução as leve para o segundo grupo.

A este primeiro grupo está acometida a tarefa da cristalização que resultará na completa destruição da velha forma; a eles é dada a tarefa de definir as velhas verdades de modo que a mente da raça fique esclarecida, que os não-essenciais e os essenciais sejam reconhecidos pelo que eles são, e as ideias fundamentais tão contrastadas com a formulação de dogmas que aquilo que é básico será visto e as crenças secundárias e não importantes portanto rejeitadas, pois somente a vontade básica e causativa será de valor na era vindoura.

2 - O segundo grupo é por enquanto uma minoria muito pequena, mas um grupo que está crescendo firmemente. É aquele grupo interno dos que amam a Deus, os místicos intelectuais, os conhecedores da realidade, que pertencem não a uma religião ou organização, mas que se consideram como membros da Igreja universal e como "membros uns dos outros". Eles são selecionados de cada nação, raça e povo; eles são de toda cor ou escola de pensamento, entretanto eles falam a mesma linguagem, aprendem pelos mesmos símbolos, trilham o mesmo caminho, rejeitaram mesmos não-essenciais e isolaram o mesmo corpo de crenças essenciais. Reconhecem-se reciprocamente; emprestam igual devoção aos líderes espirituais de todas as raças e usam as Bíblias uns dos outros, com igual liberdade. Formam o embasamento subjetivo do novo mundo; constituem o núcleo espiritual da vindoura religião mundial; são o princípio unificador que acabará por salvar o mundo.

No passado nós tivemos Salvadores do mundo - Filhos de Deus que enunciaram uma mensagem mundial e trouxeram um aumento de luz para os povos. Agora, na plenitude do tempo e através do trabalho da evolução está emergindo um grupo que talvez traga salvação ao mundo e que - incorporando as ideias do grupo e demonstrando a natureza do grupo, manifestando numa forma pequena o verdadeiro significado do corpo do Cristo, dando ao mundo um quadro da verdadeira natureza de um organismo espiritual - assim estimularão e energizarão os pensamentos e almas dos homens que a nova era introduzirá por uma afluência de amor, conhecimento e harmonia do Próprio Deus.

As religiões no passado foram fundadas por uma grande alma, por um Avatar, por uma personalidade espiritual proeminente e o selo de suas vidas e palavras e ensinamentos foram estampados na raça e persistiu por muitos séculos. Qual será o efeito da mensagem de um Avatar grupal? Qual será a potência do trabalho de um grupo de conhecedores de Deus, enunciando a verdade e unido subjetivamente no grande trabalho de salvar o mundo? Qual será o efeito da missão de um grupo de Salvadores do mundo, não como Cristos, mas todos conhecedores de Deus em algum grau, que suplementem os esforços recíprocos, reforcem as mensagens recíprocas e constituam um organismo através do qual a energia espiritual e o princípio da vida espiritual possam fazer sentir sua presença no mundo?

Tal corpo agora existe com seus membros em cada país. Relativamente eles são poucos e afastados, mas firmemente seu número está aumentando e de maneira crescente sua mensagem será sentida. Neles está encarnado um espírito de construção; eles são os construtores da nova era; a eles está acometida a tarefa de preservar o espírito da verdade e a reorganização dos pensamentos dos homens de modo que a mente racial seja controlada e trazida para aquela condição reflexiva e meditativa que lhe permitirá reconhecer a próxima revelação da divindade.

Conectada com estes dois grupos, os doutrinários reacionários e o grupo subjetivo de místicos, está a maioria da nova geração. São jovens que não pertencem a nenhum grupo e cujas ideias estão grandemente desorganizadas pela aceitação de ambos. Esta maioria não pertence ao passado e se recusa a aceitar a autoridade do passado. Não pertencem ao grupo interno dos conhecedores que estão trabalhando na tarefa de impulsionar os pensamentos dos homens para os canais corretos, pois ainda não alcançaram o ponto de conhecimento. Apenas reconhecem duas coisas; sua necessidade de liberdade e um intenso entusiasmo pelo conhecimento. Desprezam a tradição do passado; rejeitam as velhas formulações da verdade; porque por enquanto não se apoiam em nenhum terreno seguro, mas estão apenas na posição dos inquiridores e buscadores, nós temos nosso atual estado de distúrbio mundial, de aparente licenciosidade e corrupção. Não se deve esquecer que esta situação mundial é, portanto o resultado do choque dos três tipos de força prevalentes no mundo de hoje:

1 - Aquela emanando dos sustentadores da velha tradição, quem, enfatizando as formas e o passado, produzem a destruição daquelas formas.

2 - Aquela emanando do grupo interno de místicos que, sob a direção da Hierarquia planetária, estão construindo a nova forma.

3 - Aquela emanando das massas que não pertencem a nenhum grupo e que estão manipulando força por enquanto cegamente e muitas vezes de maneira imprudente até que venha o tempo em que reconhecerão aqueles canais construtivos nos quais ela poderá ser sabiamente derramada

Daí o problema deste período de transição e daí a necessidade de fornecer ensinamento que capacite o aspirante que busca e indaga, a se encontrar a si mesmo. Daí a necessidade das leis da alma e da verdade quanto ao desenvolvimento individual serem tornadas claras àqueles que, rejeitando a velha tradição e recusando aceitar o místico, contudo procuram reconhecerem-se como almas libertadas. Com aquele conhecimento virá o firme crescimento dos Místicos Construtores, pois quando um homem consegue encontrar sua alma e identificar sua relação com seu mecanismo de expressão, o homem inferior tríplice, ele automaticamente entra na consciência da vida subjetiva, começa a trabalhar com objetividade e não fica mais perdido no mundo dos efeitos. Então ele se vê ombro a ombro com os místicos e conhecedores de todos os tempos. Esta é a linha do impulso religioso deste tempo e esta é a glória da era vindoura.

Se é verdade que está sendo reunido na retaguarda de nossa atual situação mundial um grupo de místicos que se distinguiram pelo conhecimento, visão e uma capacidade de trabalhar em níveis mentais, sem serem vistos nem identificados pelos homens, poder-se-ia também registrar que este grupo não está confinado aos tipos estritamente religiosos. Homens e mulheres em todo ramo de pensamento humano se acham entre este grupo, inclusive cientistas e filósofos.

Como tudo o mais neste tempo, a própria ciência está em processo de transformação, e por menos que esteja sendo compreendido por muitos, o seu trabalho com o que chamam matéria e suas investigações sobre o átomo estão entrando num novo campo. Neste campo as velhas técnicas e mecanismos serão gradualmente afastados e um novo enfoque e um conceito fundamental diferente quanto á natureza da matéria assinalarão a nova era. Nos próximos vinte e cinco anos, emergindo das duas ideias aparentemente diferentes quanto à natureza do átomo, uma aceitação de certos impulsos de energia será vista e esta será baseada na descoberta daquelas energias que (agindo no átomo e nas formas atômicas) produzem as formas concretas tangíveis às quais nós damos nomes nos vários ramos da natureza. A verdade de certas premissas básicas da Sabedoria Eterna será demonstrada, tal como:

1 - A Alma é o princípio construtor da forma, produzindo atração e coesão.

2 - Esta alma é um aspecto ou tipo de energia, distinta daquela da própria matéria.

3 - O átomo tem sido reconhecido como uma unidade de energia, mas por enquanto não foi isolada a energia que reúne os átomos em agregados aos quais nós chamamos de organismos e formas. Isto os místicos no mundo científico perceberão e trabalharão para demonstrar durante a próxima geração. É este tipo de energia, a energia do aspecto construtor da forma de manifestação que é a fonte de todo trabalho mágico; e é esta energia que produz, nos vários reinos da natureza, forma, espécie, gênero, tipo e as diferenciações que marcam e distinguem as miríades de formas através das quais a própria vida se manifesta. É a qualidade da energia que produz a quantidade de formas; é a luz que causa a emergência na consciência da raça, das formas heterogêneas que agregados de átomos podem assumir.

4 - Este tipo de energia que produz as formas e organismos coerentes em todos os reinos da natureza não é o princípio da vida. O princípio da vida permanecerá sem ser descoberto ou reconhecido até o tempo em que a alma, ou princípio qualificador, o construtor das formas, seja estudada, identificada e por sua vez investigada.

5 - Isto só será possível quando o homem alcance uma possessão consciente mais plena de sua herança divina e trabalhando como uma alma e, no controle do seu mecanismo (físico, emocional e mental), puder trabalhar conscientemente em relação com a alma em todas as formas.

Isto será possível unicamente quando a raça alcançar a citada hipótese e aceitá-la como uma possibilidade e procure demonstrar o fato do fator-alma situando-se por trás de sua estrutura ou corpo de manifestação, ou igualmente, procurar prová-la em contrário. Todos os grandes cientistas e trabalhadores no reino da natureza objetiva têm trabalhado com almas e quase todos os mais interessantes dos desenvolvimentos no reino da física e da química, assim como em outros departamentos do conhecimento humano, foram feitos quando o trabalhador em qualquer particular campo lançou-se com fé em alguma hipótese que formou e investigou e desenvolveu em seu trabalho, etapa após etapa, até entrar em contato com um aspecto da verdade até então não formulado pelo homem. Então, tendo através do uso de sua intuição, entrado num novo reino do pensamento, ele toma o conhecimento ali descoberto e formula-o sob a forma de uma teoria, um princípio, experiência e invenção mecânica que se torna posse do grupo e no tempo devido e compreendido e utilizado pelo mundo. Mas em sua gênesis foi trabalho místico e baseado numa intuição mística.

Poder-se-ia registrar aqui que três grandes descobertas estão iminentes e durante as próximas duas gerações revolucionarão o pensamento e a vida moderna.

Uma já foi pressentida e é objeto de experimentação e investigação, a libertação da energia atômica. Isto mudará completamente a situação econômica e política do mundo, pois a última é grandemente dependente da primeira. Nossa civilização mecânica será simplificada e uma era será introduzida a qual será livre do pesadelo do dinheiro (sua posse e sua não posse) e a família humana reconhecerá universalmente seu status como um reino de ligação entre os três reinos inferiores da natureza e o quinto ou reino espiritual. Haverá tempo e liberdade para uma cultura da alma que superará nossos modernos métodos de educação e o significado dos poderes da alma e o desenvolvimento da consciência super- humana atrairá a atenção dos educadores e estudantes em toda parte.

Uma segunda descoberta surgirá das presentes investigações relacionadas com a luz e a cor. O efeito da cor sobre as pessoas, animais e unidades no reino vegetal será estudado e o resultado desses estudos será o desenvolvimento da visão etérica ou o poder de ver o grau seguinte da matéria com o olho estritamente físico. De maneira crescente as pessoas pensarão e falarão em termos de luz e o efeito dos desenvolvimentos vindouros neste departamento do pensamento humano será tríplice:

a) As pessoas possuirão visão etérica.

b) O corpo vital ou etérico, consistindo na estrutura interna das formas exteriores, será visto e anotado e estudado em todos os reinos da natureza.

c) Isto derrubará as barreiras da raça e toda distinção de cor; a fraternidade essencial do homem estabelecer-se-á. Ver-nos-emos e a todas as formas da manifestação divina como unidades de luz de vários graus de brilho e falaremos e pensaremos cada vez mais em termos de eletricidade, de voltagem, de intensidade e de força. A idade e o status dos homens, em relação à escada da evolução, serão notados e se tornarão objetivamente aparentes, as capacidades relativas das almas velhas e jovens serão reconhecidas, restabelecendo assim na terra o governo dos iluminados.

Anotem aqui, que esses desenvolvimentos serão o trabalho dos cientistas das próximas duas gerações e o resultado dos seus esforços. Seu trabalho com o átomo da substância e suas investigações no reino da eletricidade, da luz e da força demonstrarão inevitavelmente a relação entre as formas, o que é outro termo para a fraternidade e o fato da alma, da luz interior e da irradiação de todas as formas.

O terceiro desenvolvimento, que será o último provavelmente a ter lugar, será mais restrito no reino do que os ocultistas chamam magia. Ele desenvolver-se-á no estudo do som e do efeito do som e porá nas mãos do homem um instrumento tremendo no mundo da criação. Através do uso do som o cientista do futuro alcançará seus resultados; através do som um novo campo de descobertas abrir-se-á; o som que toda forma em todos os reinos da natureza emite será estudado e conhecido e as mudanças ocorrerão e novas formas desenvolver-se-ão através deste modo. Uma pista somente posso dar aqui e esta é, que a libertação da energia no átomo está ligada a esta nova vindoura ciência do som.

O significado do que aconteceu no mundo durante o último século no reino do som não é apreciado nem ainda compreendido. Efeitos tremendos estão, todavia sendo produzidos pelo inacreditavelmente aumento do ruído e do som emanando do planeta neste tempo. O rugido da máquina, o fragor dos meios de transporte em todas as partes do mundo - trens, navios e aviões - a focalização dos sons dos homens em tais áreas congestionadas como as grandes cidades e, a este tempo, o uso universal do rádio trazendo sons musicais para todo lar e para a vida da rua, estão produzindo efeitos sobre os corpos dos homens e sobre todas as formas de vida em toda parte, que se tornarão aparentes somente com o passar do tempo. Algumas formas de vida no reino animal, mas primariamente no reino vegetal, desaparecerão e a resposta do mecanismo humano a este mundo de som, fragor e música no qual ele achar-se-á de maneira crescente será a mais interessante.

Esses três desenvolvimentos introduzirão a nova era, produzindo neste período de transição as mudanças necessárias e inaugurarão uma nova era na qual a fraternidade será a nota-chave, pois ela será um fato demonstrado na natureza. Será uma era na qual os homens andarão na luz, pois será um mundo de irradiação interna reconhecida, na qual o trabalho do mundo será desenvolvido através do som e finalmente através do uso de palavras de poder e do trabalho do mago treinado. Estes trabalhadores treinados em substância, compreendendo a natureza da matéria, vendo sempre em termos de luz e envolvendo o propósito do som, alcançarão aquelas mudanças estruturais e aquelas transformações materiais que estabelecerão uma civilização adequada para o trabalho da raça vindoura. Este trabalho será aquele da unificação consciente da alma e do seu veículo de manifestação. Aqueles métodos culturais, também, que tomarão dos não desenvolvidos da raça e os levarão até uma melhor manifestação e uma expressão mais verdadeira de si próprios, serão estabelecidos, e isto será o privilégio da geração vindoura de investigadores científicos, conquistar.

A característica predominante, todavia, do próximo ciclo, será um desenvolvimento da psicologia. Será a emergência de um novo fator do ponto de vista do psicólogo moderno da escola materialista e envolverá o reconhecimento da alma.

A escola mecanicista de psicólogos serviu e está servindo a um propósito incalculável e as descobertas dos educadores são um fato claro, embora erradas na conclusão. Elas servem como um freio necessário sobre a escola mística e mais especulativa, que é dignificada pelo nome de introspectiva. Como muita coisa mais no mundo de hoje, das duas grandes linhas de pensamento, tais como a mecanicista e a introspectiva ou subjetiva mencionada acima, uma terceira manifestar-se-á, que incorporará a verdade de ambas as posições e as ajustará adequadamente, uma à outra. Numa escala maior isto está ocorrendo na fusão do ocidente e do oriente, do misticismo e do ocultismo. Não temos disputa com nenhuma, mas na evolução do pensamento as principais tendências de ideias atuais estão rapidamente se aproximando uma da outra e delas uma síntese emergirá que provará ser uma adequada plataforma sobre a qual o ciclo vindouro poderá apoiar-se.

Seria útil aqui, se anotássemos a tendência das três linhas de pensamento, falando em termos gerais, no campo da psicologia.

1 - A mecanicista, que põe ênfase na estrutura, atribuindo as reações do organismo humano - mentais, emocionais e físicas - inteiramente ao aspecto material e considerando a estrutura como responsável por elas e dando origem a todas as linhas de conduta e características que o homem demonstra, quer normais, quer anormais.

2 - A escola introspectiva, afirmando um eu ou um algo consciente que é responsável por condições e que, como algumas vezes se disse, está "consciente da consciência". Esta escola de psicólogos aceita a estrutura, mas vai além e considera certos aspectos da conduta e certas reações e problemas como insolúveis sob o processo mecanicista puro. Eles se aproximam mais de perto da posição ocultista, mas não vão tão longe.

3 - Então há o que Eu poderia chamar os vitalistas, ou aquele grupo de psicólogos que, admitindo o fato da estrutura, entretanto consideram-na como sujeita às influências das energias e forças emanando de um meio externo. Estas são as energias de uma natureza mais larga do que aquelas surgindo inteiramente dentro do próprio eu do homem e enumeram entre elas as grandes pulsões básicas pelas quais a própria natureza responsável e que podem ser vistas e sentidas nas unidades da vida orgânica além da humana.

A verdade que é salvaguardada em todas estas escolas é uma verdade una e cada aspecto dela é correlacionado.

Há um mecanismo através do qual o homem real funciona e há uma estrutura que ele construiu em conformidade com as leis da natureza e que ele pode aprender a usar e controlar. Mas, de acordo com as escolas mais subjetivas e especulativas, ele precisa aprender a diferençar entre ele próprio, como o centro consciente de consciência, o "Eu" no trono da inteligência, e a aparelhagem através da qual ele pode entrar em contato com o mundo exterior. Quando o "Eu", o utilizador do mecanismo, pode fazer isto, ele se torna consciente de outro fato e esse é que não somente ele é um gerador e utilizador da energia e o dirigente de uma cota de vitalidade que é sua própria, mas que há energias e forças na natureza e no planeta, e também extraplanetárias ou cósmicas, às quais ele pode também responder e que ele pode aprender a usar e adaptar. As três atuais escolas estão, portanto, em embrião, guardiãs destes três fatores. Sob o presente sistema de disputa e separação, estas três escolas estão grandemente ocupadas em provar o erro das teorias recíprocas. Mas elas estão todas as três corretas em seus fatos, embora erradas em suas deduções. Elas necessitam, as três, uma da outra e de uma fusão das três apresentações emergirá a quarta, que estará mais próxima da verdade do que qualquer uma das três separadamente.

Quando chegamos à consideração de outros caminhos básicos no mundo do pensamento corrente torna-se aparente que um dos mais dominantes é a ênfase crescente posta sobre a consciência do grupo, ou consciência ambiental. Isto foi reconhecido pelo homem da rua como um senso de responsabilidade e indica no indivíduo uma vibração egóica. É um dos primeiros sinais de que a alma está começando a usar seu mecanismo. O homem não vive mais nos interesses do eu separado, mas começa a se conscientizar da necessidade de ajustamento às condições de seu próximo. Ele assume o dever de ser aquele que cuida de seu irmão num sentido muito verdadeiro e percebe que na realidade o progresso, o contentamento, a paz de espírito e a prosperidade não existem para ele sem que o seu irmão disso participe. Esta conscientização está firmemente expandindo-se do indivíduo para o estado e a nação, da unidade familiar para o mundo daí as grandes organizações, fraternidades, clubes, ligas e movimentos que têm como objetivo a elevação e o bem-estar dos homens em toda parte. A necessidade de dar em vez de receber está crescendo na consciência racial e a aceitação de certos conceitos básicos conectados com a fraternidade está crescendo firmemente. A fraternidade como um fato na natureza é até agora grandemente uma teoria, mas a fraternidade como um ideal está agora modelada na consciência racial.

Uma das grandes escolas de pensamento ou curso de ideias que está destinada a ser abandonada é aquela das filosofias correntes tal como as conhecemos. A filosofia em seu sentido técnico de amor à sabedoria crescerá à medida que os homens compreenderem melhor o significado da sabedoria e se tornarem mais sábios relativamente à época, mas as presentes escolas de filosofia já quase cumpriram sua finalidade. Esta foi a formulação de ideias relativas a Deus e sua relação com o homem, relativamente à divindade, escatologia e relações espirituais.

Os últimos grandes gestos das escolas filosóficas estão ainda por serem feitos. Seu lugar será ocupado em séculos vindouros por aqueles que forem de fato e na verdade cosmologistas, pois uma vez a Palavra da Humanidade seja compreendida e alcançada e o significado do indivíduo apreciado, a Palavra do Cosmos receberá devida e mais correta atenção e as leis e natureza daquele grande Ser em Quem nós vivemos e nos movemos e temos existência serão estudadas. O Cristo cósmico jamais poderá ser conhecido por ninguém exceto pelo Cristo individual.

O homem, como veremos ao prosseguirmos, está na iminência de estabelecer sua divindade. A evolução levou avante o aperfeiçoamento do mecanismo até tal ponto que ele é agora um organismo coordenado integrado, uma estrutura útil e pronta para o usuário divino. No curso das próximas poucas décadas o fato da alma será estabelecido e o trabalho dos pensadores introspectivos, dos místicos e estudantes ocultistas será levado adiante até o ponto em que a força da alma será estabelecida como um conceito racial e as leis da alma serão reconhecidas como substitutas, embora sem revogar (pois a menor está sempre incluída na maior) as leis do homem. Isto no sentido que a lei é sempre mantida por uma alma em manifestação, pois, uma vez que não haja inclinação em quebrá-la, não há tendência da parte dele em infringi-Ia.

Esta crescente convicção quanto à alma como o eu está evidenciada pela oposição à teoria postulada pelas escolas de pensamento que dão ênfase à matéria e ligam todos os fenômenos, objetivos e subjetivos, à atividade da matéria. Através da polemica daqueles que mantêm pontos de vista diferentes a verdade emerge à luz, assim como num caso maior, o espírito "monta sobre os ombros da matéria" de volta à sua posição original, mais o ganho em qualidade que é o resultado da experiência. Isto sendo assim, o conhecimento tomará o lugar da teoria e a evidência direta o da especulação. A teorização dos homens quanto á sua natureza divina deverá logo dar lugar à convicção e o seu filosofar à direta investigação da alma. Aquilo que é reconhecido e admitido, mesmo se não compreendido, é o objeto da atenção e da investigação e não tardará a raiar o dia quando uma ciência experimental da alma terá seu lugar nas universidades e nas fundações públicas e não a prova da alma, mas uma análise da sua natureza, propósitos e vida, receberá uma atenção igual àquela agora dada pelos modernos cientistas em seus vários ramos ao mecanismo que a alma procura e finalmente usará, pois nada pode impedir aquele grande desenvolvimento evolutivo.

Certas palavras de aviso gostaria de dar e também um resumo do muito que foi dito antes:

Primeiro, não se prendam à forma, pouco importa qual seja ela. Todas as formas são apenas experimentos e alcançam o ponto onde elas estão em equilíbrio - para serem desfeitas ou vivificadas.

Em segundo lugar, lembrem-se de que todas as personalidades (as suas próprias inclusive) têm seus períodos de fluxo e refluxo, sob a lei. Os períodos de refluxo naqueles que ocupam proeminentes posições causam às vezes consternação a todos aqueles que seguem suas personalidades e não ao Deus interno dentro do seu próprio coração.

Em terceiro lugar, tenham presente na mente, também, que assim como na vida individual ocorrem os períodos nos quais a visão é obscurecida, o vale é atravessado e as estrelas ocultas pelo nevoeiro, também em conexão com os grupos o mesmo será visto. Mas tenham igualmente presente que após o vale ser cruzado (por todos os aspirantes e todos os grupos verdadeiramente espirituais) o Monte da Iniciação é visto e escala-lo; após a obscuridade vem a visibilidade e após a noite chega o dia. Nos grandes ciclos afetando os grupos cósmicos isto também pode ser visto; nos ciclos menores, controlando as raças, o mesmo ocorre e a mesma lei persiste em todos os grupos menores até os grupos de tênues vidas que se agitam nos veículos do homem. Isto precisa ser destacado.

Em quarto lugar, não se deixem desencorajar. O desencorajamento é devido a três causas. Fundamentalmente ele é devido ao rebaixamento da vitalidade do organismo físico. Quando tal é o caso, o corpo astral faz uma exigência muito forte sobre o físico e na tentativa de responder e na incapacidade sentida de fazer isto de maneira adequada, jaz uma causa do sentimento de desencorajamento. Este muitas vezes ataca os que têm um veículo físico muito delicadamente organizado. A cura para este tipo de desencorajamento é óbvia, não é? Repouso e relaxamento constroem de novo e dão tempo para a natureza corrigir a perturbação. O sol também revitaliza com prana e isto deve ser considerado. Afinal de contas, um bom senso é a especial exigência e também a compreensão de que o próprio trabalho deve estar ajustado à própria capacidade, e não à excessiva necessidade. Meditem sobre isso.

Outra base para desencorajamento é o superdesenvolvimento da mente concreta, a qual por sua vez, faz exageradas exigências sobre a natureza emocional e consequentemente outra vez sobre o físico. Uma capacidade muito grande de ver tudo em torno de um assunto, uma compreensão muito desproporcional das necessidades do mundo e uma apreensão muito rápida dos muitos aspectos envolvidos em conexão com algum assunto particular produzem uma violenta vibração no corpo astral. Isto conduz a uma destruição do veículo físico e ao resultado experimentado nós denominamos desencorajamento. É aqui que um senso de proporção precisa ser cultivado, que a faculdade do equilíbrio sábio entra, que o equilíbrio mental precisa ser adquirido. A cura consiste na conscientização de que o tempo, a eternidade, a evolução (chame-a como quiser) faz passar todas as coisas e que nem tudo depende do esforço individual. É possível às almas sábias acelerar o bom trabalho, mas o fim, contudo, é certo. Se as almas sábias não estão prontas para aparecer, entretanto, a evolução faz todas as coisas passarem, embora mais lentamente. Não se esqueçam disto, mas quando o desencorajamento de fontes mentais se instalar em vocês, na quietude ajustem-se e na contemplação sintam a conquista última daquele grande fator, o Tempo.

Uma terceira causa se encontra em reinos mais ocultos e é devida ao equilíbrio dos pares de opostos. Quando o pêndulo oscila - como deve fazer e faz - na direção daquilo que nós chamamos treva, mal e indesejável, ele produz naqueles de vocês que estão orientados para a luz, uma tensão que resulta no desconforto em todos os veículos e é especialmente sentida como depressão no corpo físico. Quanto mais sensível o seu corpo, maior a sua resposta a esta forma de tentação. É uma das coisas que especialmente inibem o aspirante. Ela o torna negativo e receptivo do lado da forma e reduz o ritmo de sua vibração. Ela impede a conquista espiritual e o seu serviço ao mundo sofre em consequência. A cura para o desencorajamento não está no cultivo de uma violenta contra-vibração. Ela está no sábio uso do corpo mental e numa capacidade de raciocinar logicamente e de ver a causa das condições, que está em sua própria personalidade ou em seu meio ambiente. Assim o equilíbrio será alcançado. Ele consiste também na apreciação do Tempo como um solvente, como foi dito antes. Consiste também no silenciar da mente concreta e numa subsequente ligação com a alma e, através da alma, com o grupo egoico e consequentemente com o Mestre. Nunca deve ser esquecido que o contato com o Mestre é feito nesta ordem e que aquele que se submeter mais e mais à orientação da alma é aquele que mais e mais entra na consciência de seu Mestre.

Então tendo se ligado ao Mestre com propósito não egoísta, vem em seguida o esforço voluntário e concentrado de trabalhar desapaixonadamente e sem qualquer desejo de ver o fruto da ação. Este processo, continuado por longo tempo e perseguido com paciência, resultará finalmente na aquisição de um equilíbrio que nada poderá perturbar.

Gostaria de fixar que há cinco coisas que os que escolhem o caminho do ocultismo precisam cultivar e que o grupo deverá especialmente procurar atingir. São como segue:

1 - Consagração do motivo.
2 - Absoluto destemor.
3 - O cultivo da imaginação, equilibrada sabiamente pela faculdade do raciocínio.
4 - Uma capacidade de pesar a evidência sabiamente e de aceitar somente aquilo que é compatível com o mais elevado instinto e intuição.
5 - Uma disposição para experimentar.

Estas cinco tendências, acopladas com a pureza de vida e regulação do pensamento, conduzirão à esfera da realização. Lembrem-se também que não é o propósito que descubram tudo que seja cognoscível, mas apenas o suficiente, tanto quanto possa ser utilizado sabiamente para a Iluminação da raça e daqueles a quem possam, cada um, em seu próprio lugar, influenciar.

Um problema real, como todos compreendem, está na conquista do absoluto destemor. Todo medo, dúvida e preocupação têm de ser eliminados. Se isto puder ser feito, o desenvolvimento do ponto de contato interior e o conhecimento de como abrir as fontes da inspiração aumentarão de uma forma maravilhosa. Muitos fecham as fontes de informação através de uma natureza emocional descontrolada. O corpo astral pode ser controlado. Como?

1 - Pela inibição direta. Este método pode ser usado com vantagem pelos iniciantes, mas não é o melhor método a ser seguido. Ele reage sobre o corpo físico, conduz à congestão no corpo astral e a uma condição similar no corpo etérico. Produz com frequência cefaleia, congestão do fígado e outras desordens.

2 - Por uma conscientização direta dos marcos em jogo e a consciência de que, para um discípulo do Mestre, nada importa a não ser aquilo que possa conduzir ao aumento do conhecimento e do desenvolvimento e a um maior uso no serviço. O medo em muitos não se baseia na timidez (uma afirmação paradoxal!), mas é muitas vezes baseado numa condição mental, tal como o orgulho. Os que estão se tornando polarizados no corpo mental encontram os seus medos aliados ao intelecto. São por isso mais difíceis de superar do que os medos de uma pessoa polarizada no corpo astral. Esta última pode levar o intelecto a dirigir a eliminação do medo no corpo astral. Os tipos mentais têm que apelar diretamente para o Ego, pois sempre o superior deve ser chamado a lidar com o inferior. Daí a necessidade de sempre manter o canal limpo. Não destruam o medo. Expulsem-no pelo poder dinâmico da substituição. Isto leva à minha terceira sugestão, que os estudantes no grupo curem o hábito do medo por:

3 - Um método direto de relaxamento, concentração, aquietamento e de banhar a personalidade inteira com pura luz branca. Procedam da seguinte maneira:

Diremos que estejam num estado de pânico; sugestões de grande desconforto se acumulam; a imaginação está descontrolada e a mente estimula o caos. Não se esqueçam que os medos de uma pessoa emocional não são tão potentes quanto os seus. Tendo um forte corpo mental, vocês revestem as suas reações de medo com matéria mental, altamente vitalizada, que cria um poderoso pensamento-forma. Este circula entre vocês e o acontecimento temido. Percebendo isto procurem a quietude. Relaxem o corpo físico, tentem acalmar o seu corpo astral tanto quanto possível e firmar a mente. Então visualizando-se (a personalidade), a alma e o Mestre - Ele, como o ápice do triângulo - atraiam com decisão uma corrente de luz branca e, derramando-a através de seus veículos inferiores, limparão tudo que perturba. Continuem este processo até compreenderem que o trabalho necessário esteja completo. Primeiro talvez seja necessário repetir a prática muitas vezes. Mais tarde uma vez só bastará e, mais tarde ainda, o processo inteiro será desnecessário, pois terão realizado a conquista.

Isto se aplica aos medos conectados com a personalidade. Usem o aspecto amor, banhando-se com amor e luz. Os medos legítimos que surgem de coisas conectadas com as circunstâncias do trabalho a ser feito e do conhecimento de obstruções materializadas ao trabalho devem ser manipulados um tanto diferentemente. Aqui novamente um método definido deve ser seguido:

Aquietem o corpo físico.

Silenciem por temporária inibição o corpo astral.

Liguem-se ao Ego e de maneira definida escolham o método apropriado de proceder ao deparar com a dificuldade. Tendo exaurido todos os métodos racionais superiores e tendo claramente visto o seu curso de ação, então -

- Elevem sua vibração tanto quanto possível e invoquem dos níveis intuicionais, mais luz sobre a dificuldade. Se a intuição e a faculdade de raciocinar produzirem harmonia e assim mostrarem a solução, então prossigam. Como um fato ocultista além de toda controvérsia, saberão que nada pode agora acontecer que não seja para o melhor. Estejam certos da orientação e aquele que assim vê o fim desde o começo não comete erros.

Uma terceira classe de medos - com a qual os aspirantes entram cada vez mais em contato à medida que crescem em força e utilidade no serviço - se baseia na conscientização das forças que estão trabalhando contra o Plano e prejudicando o trabalho a ser feito. Ataques ocultos e poderes ocultos, combatendo militantemente contra o aspirante ocorrerão; podem fazer seu poder sentido num ou noutro dos veículos e - em casos raros - onde o aspirante é bastante importante, em todos de uma vez. Algumas vezes serão ataques dirigidos contra o trabalhador individual, outras vezes contra o grupo de trabalhadores. Para enfrentá-los empregarão o primeiro método com as adições e modificações seguintes. Liguem-se seja como um indivíduo seja como parte de um grupo, com a própria alma e com a Loja dos Mestres, não simplesmente com o seu próprio Mestre, mas com a Fraternidade para a qual estejam trabalhando. Então, quando a quietude tiver sido alcançada, visualizem aqueles Mestres que conhecem e elevando sua vibração ainda mais alto, conectem-se, se possível, com os Chohans, com o Cristo e o Manu, conforme a linha, religiosa ou política, com a qual estiverem trabalhando e segundo a qual o ataque venha. Lancem então, através da cadeia de ligação e através de todos os veículos, uma corrente de luz violeta. Este método é somente para ser usado quando a necessidade for muito grande. A razão para a cautela está no veículo etérico, que responde muito violentamente à cor violeta.

Com estas precauções em mente a vibração do medo pode ser enfrentada e finalmente eliminada. Os medos caem em duas categorias para trabalhador: - Medo do que o futuro reserva e, em segundo lugar, dúvida quanto ao êxito de qualquer esforço. Na maioria das pessoas, é uma combinação das duas. A maioria dos aspirantes não tem uma dúvida básica quanto ao resultado final, mas duvidam às vezes dos resultados dos esforços no tempo atual e recuam também do caminho de tentativas, sabendo - e sabendo certo - que ele conduz, através da experiência e da solidão, aos Pés do Hierofante. São igualmente perturbados pelos distúrbios e altas vibrações que parecem emanar de altas fontes espirituais. As fortes vibrações virão com frequência cada vez maior e à medida que a raça progredir na evolução as vibrações tornar-se-ão mais fortes e suas reações deverão ser tratadas com sabedoria.

Duas coisas se manifestam quando a vibração espiritual é extremamente potente. Todas as boas aspirações e altas vibrações sincrônicas são estimuladas em segundo lugar, tudo aquilo a que chamamos "mal" é igualmente estimulado. Os aspirantes deverão ter isso em mente com cuidado. Pode-se demonstrar tal fator como uma onda de crimes, mas demonstrar-se-á também em um número crescente de grupos que persistem no empenho espiritual e na aspiração elevada. O efeito da intensificação da vibração em você, o aspirante, pode manifestar-se também de várias maneiras. Pode resultar na fadiga corporal e é preciso cuidar dela - não tanto pelo sono e pelo repouso, embora uma justa proporção deles seja necessária - mas acima de tudo por uma troca de vibração, de recreação e de divertimento. Em segundo lugar, resulta frequentemente numa profunda depressão, num extremo desalento ao se encarar o futuro. Encarem aquele futuro, todavia, e lembrem que o que o futuro reserva não é revelado, mas que "a alegria vem pela manhã". Resulta também numa sensibilidade do corpo astral que é, talvez, ainda mais difícil de suportar. Esta deve ser encarada pelo indivíduo da melhor maneira possível, tendo em mente as sugestões que aqui dei. Resulta também num permanente estímulo dos átomos nos vários veículos e sua vibração coerente e estabilizada. Ela eleva um pouco mais para perto do objetivo, embora talvez o aspirante possa não compreendê-lo.

Tudo depende da capacidade do discípulo em alcançar o significado interno de todos os acontecimentos. Seu progresso inteiro no caminho depende de sua atitude em tornar o ensinamento seu próprio. É somente se transmutarmos as lições dos planos internos em conhecimento prático que elas se tornam parte de nossa própria experiência e deixam de ser teóricas. A expansão da consciência deve ser uma experiência prática sempre crescente. As teorias não têm valor enquanto não as tivermos tornado fatos. Daí o valor da meditação sobre um ideal. Na meditação, nossos pensamentos vibram temporariamente até a medida da concepção e em tempo aquela vibração se torna permanente.

Aqueles que, com olhos abertos, entram no treinamento ocultista necessitam, de fato, contar o custo. A recompensa no fim é grande, mas o caminho é áspero e o verdadeiro ocultista o palmilha sozinho. A capacidade de permanecer sozinho, de assumir a responsabilidade e então de resolver tudo com suas próprias mãos e enfrentar o mal em favor do bem alcançado é a característica de um Irmão Branco. Estejam preparados, pois, para a solidão, para os perigos de um caráter obscuro e não contem com verem sua vida passada com recompensas que toquem à personalidade. É somente quando a consciência se expande e o estudante encontra sua verdadeira posição no todo cósmico, que a recompensa aparece; mas cessem o medo e saibam que a personalidade é apenas temporária e que importa se ela sofrer? Algum bem ganho para a Fraternidade universal, alguma lei explicada e demonstrada na vida de cada dia pode levar o Mestre a dizer finalmente (sim, finalmente, depois que tudo passa) bem feito! Que os seus olhos, portanto olhem para frente. Não se voltem nem para a direita nem para a esquerda. O caminho conduz para o alto e para uma maior rapidez de vibração e para maior sensibilidade. Procurem o ponto de equilíbrio em seu trabalho e mantenham aquele equilíbrio, pois os anos reservam muito trabalho, muita pressão e muito sofrimento. Será você bastante forte para ver o lamento do mundo, para ver o desastre e, entretanto se manter alegre? Poderá ser um participante no trabalho do adiantamento da evolução da raça e ver a necessidade do distúrbio e da disciplinação e, contudo não se mover para aliviar a maré de sofrimento? Almas selecionadas e escolhidas estão sendo treinadas por toda parte do mundo no tempo atual. Os Mestres estão sobrecarregados de trabalho e Seu tempo está sobrecarregado. Eles dão o que podem mas o uso que é feito daquilo que é dado depende do aspirante individualmente.

Aqueles de nós que observamos e guiamos do lado interno da vida compreendemos talvez mais do que vocês que suportam a carga e o calor existência no plano físico, saibam. Nós conhecemos suas desvantagens físicas e algum dia talvez sejamos capazes de ajudar definidamente na construção de corpos fortes para o serviço mundial. Agora - tal é o miasma astral - é bem impossível para vocês, nossos irmãos em luta, ter boa saúde; o carma do mundo o proíbe. A corrupção astral e as imundas fossas dos níveis inferiores do plano mental infectam tudo e feliz é aquele que escapa. Nós observamos com ternura todos vocês que, com corpos fracos e sensíveis, lutam, trabalham, esforçam-se, fracassam, continuam e servem. Nenhuma hora de serviço, dada em sofrimento e tensão, nenhum dia de labor acompanhado de nervos esgotados, com a cabeça cansada e o coração doente, é deixado passar sem registro. Nós sabemos e cuidamos: entretanto nada podemos fazer daquilo que é necessário, eu vocês, lutando no campo do mundo, possam fazer. O carma do mundo engolfa cada um de vocês nesta época. Se pudessem ao menos compreendê-lo, o tempo é curto e o repouso, a alegria e a paz estão a caminho.

A vitória meio-ganha, os dias vividos com certa medida de êxito, entretanto com um ideal não concretizado, os momentos de exaustão da alma e do corpo quando o vazio de tudo, mesmo do próprio serviço, parece única coisa perceptível, as semanas e meses de tentativas e de luta contra obstáculos aparentemente insuperáveis, contra o estupendo poder das forças da evolução, contra a maré que ruge da ignorância do mundo - todas são conhecidas. Confortem-se com a certeza de que o amor governa tudo; encorajem-se na conscientização de que a Hierarquia permanece.

Aqueles que devem ensinar ao mundo mais a respeito dos Mestres e que estão sendo trinados para serem pontos focais de contato são submetidos a uma disciplina muito drástica. São testados de todas as maneiras possíveis e ensinados através de amarga experiência. Aprendem a não darem importância ao reconhecimento. São treinados a não julgarem pela aparência e sim pela visão interna. A capacidade de identificar o propósito do Mestre e a capacidade de amar são enumeradas como de capital importância. Os aspirantes que procuram ser escolhidos para trabalhar como discípulos devem perder todo o desejo pelas coisas do eu pessoal e devem estar prontos para pagar quanto custe o preço do conhecimento. Se for necessário dar uma prova ao mundo do reino subjetivo da realidade, ela será comprada com o sangue do coração, pois somente "no sangue do coração" pode o poder ser seguramente ganho e sabiamente conservado. Ao prosseguirem e, como aspirantes, estudarem as leis ocultas da natureza, compreenderão a necessidade do preço pago. O desenvolvimento espiritual do caráter do discípulo precisa manter o ritmo com seu conhecimento interno. Este conhecimento cresce de três maneiras:

1 - Pelas definidas expansões de consciência, as quais abrem ao discípulo a conscientização dos pontos a serem atingidos. Isto produz em sua mente uma formulação do que está adiante para ser alcançado e é o primeiro passo na direção desta aquisição. Um aspirante é definidamente levado para os planos mais internos e um chela mais adiantado lhe apresenta o trabalho a ser feito, muito semelhantemente a como um professor mostra ao seu discípulo a lição a ser aprendida.

2 - O passo seguinte é aprender a lição e pôr em prática, na meditação e na experiência, as verdades sentidas. Este é um longo processo pois tudo tem que ser assimilado e tornado parte e parcela do próprio ser do discípulo antes que ele possa prosseguir. Assemelha-se à operação de uma soma, - algarismo por algarismo, parcela por parcela, a soma sendo seguida até que a resposta seja alcançada. Este trabalho deve ser feito tanto nos planos internos como no físico. No Vestíbulo do Aprendizado o discípulo é ensinado durante a noite por um breve período de tempo, antes de prosseguir em qualquer trabalho de serviço. Este ensinamento ele transporta para sua consciência cerebral física na forma de um profundo interesse por certos assuntos e numa crescente aptidão para pensar concreta e abstratamente nos vários assuntos ocultos que estão ocupando sua atenção. Ele tenta experimentar e emprega vários métodos de estudo das leis e com o passar do tempo chega a resultados que lhe são valiosos. O tempo passa e à medida que ele se apropria e aprende mais, seu conhecimento toma uma forma sintética e ele se torna apto para ensinar e transmitir aos demais o resíduo de conhecimento do qual ele está certo.

3 - Ensinando aos outros chega-lhe mais conhecimento. A definição da verdade no ensinar cristaliza os fatos aprendidos e, na manipulação de outras mentes, a própria vibração do aspirante se torna aberta aos planos sempre mais elevados e assim a fresca intuição e o fresco alcance da verdade se instalam. Quando uma lição tiver sido assim dominada, uma nova se estabelece e quando o discípulo tiver aprendido uma série particular de lições ele se gradua e passa por uma iniciação. O grupo inteiro ao qual ele instrui é beneficiado por seu passo adiante, pois todo discípulo conduz consigo aqueles que ele instrui, num sentido curioso e indefinível. O benefício à unidade reage sobre o todo. Um Mestre conduz consigo seus discípulos para diante e para o alto, numa forma similar. O assunto é abstruso e em grande parte é um dos segredos da lei da expansão vibratória. A Iniciação do Logos tem um efeito universal.

Vocês têm razão na suposição de que o caminho probatório corresponda aos estágios posteriores do período de gestação. Na primeira iniciação o que é chamado no Novo Testamento "a criança no Cristo" dá início à peregrinação do caminho. A primeira iniciação simplesmente representa o começo. Certa estrutura do viver correto, de pensar e se conduzir corretamente foi atingida; a forma que o Cristo deve ocupar foi construída e agora aquela forma se torna viva. Aqui está a diferença entre a teoria e o fazer daquela teoria uma parte de vocês mesmos. Podem ter uma perfeita representação ou imagem, mas lhes falta a vida. Vocês têm una pessoa que modelou sua vida no divino tanto quanto possível. Ela tem uma boa cópia, contudo algo está faltando. Que é este algo? A manifestação do Cristo que nele mora. O germe tem estado ali, mas ainda adormecido. Agora ele foi alimentado e trazido ao nascimento e a primeira iniciação atingida. Muito fica ainda para ser feito. A analogia é completa. Muitos anos foram gastos pelo discípulo Jesus entre o nascimento e o batismo. As remanescentes três iniciações foram alcançadas em três anos. Vocês têm a mesma situação no caminho do aspirante.

A segunda iniciação marca a crise do controle do corpo astral. Após o batismo persistem as três tentações, demonstrando o completo controle dos três veículos inferiores. Então vem a Transfiguração, seguida do conhecimento da futura e completa abnegação do eu. Portanto, vocês têm o seguinte:

1 - O momento da concepção - isto é, a individualização.
2 - Nove meses de gestação - isto é, a roda da vida.
3 - Primeira iniciação - isto é, a hora do nascimento.

O caminho é, por isso, um caminho no qual a firme expansão da consciência é vencida com crescente sensibilidade às vibrações superiores. Isto primeiramente funciona como sensibilidade à voz interna e esta é uma das mais necessárias faculdades num discípulo. Os Grandes estão procurando aqueles que possam rapidamente obedecer à voz interna de sua alma. Os tempos estão críticos e todos os aspirantes são instados a com urgência se tornarem sensíveis, eles próprios, à voz do seu Mestre, igualmente. Seu tempo está plenamente tomado e os discípulos precisam treinar a serem sensíveis à sua impressão. Um leve toque, um dedo apontado, uma sugestão apressada, pode ser tudo que ele tenha tempo para dar e cada discípulo deverá estar atento. A pressão sobre Eles é grande, agora que Eles estão se movimentando mais próximo do plano físico. Mais almas estão conscientes Deles do que quando Eles trabalhavam somente nos planos mentais e Eles também, trabalhando em planos mais densos, estão se deparando com condições mais difíceis. Os devas e os discípulos, aspirantes e aqueles no caminho probatório estão sendo reunidos em torno Deles agora e estão sendo organizados em grupos com especiais tarefas distribuídas. Algumas almas podem somente trabalhar coletivamente, juntas e unificadas por uma aspiração comum. Tais são a maioria dos Cristãos, por exemplo, nas igrejas. Estes, não conhecendo as leis do ocultismo e somente sentindo a verdade interior, trabalham nas largas linhas da preparação. São ajudados por grupos de devas menores ou anjos que sugerem, guiam e controlam.

Outros mais avançados trabalham em grupos menores. Idealizam mais e neles vocês veem os pensadores e líderes da reforma social, da regeneração humanitária e da liderança eclesiástica, seja Cristã ou Oriental. Os devas mais elevados guiam-nos, os devas azuis e amarelos, como o grupo anterior é guiado pelos azuis e rosas.

Por trás deles estão os ainda mais avançados - os aspirantes, probacionários e discípulos do mundo. Eles trabalham isoladamente ou em dois ou três, nunca em grupos que excedam nove - o significado oculto destes números sendo necessário para o sucesso de seu trabalho. Os grandes devas brancos e dourados ajudam aos seus labores.

Mais atrás desses três grupos estão os Mestres e os devas dos níveis sem forma - uma Grande Fraternidade, dedicada a servir à humanidade.
Movimentos estão sendo implantados para transmutar, se possível, os trabalhos de destruição numa obra construtiva. O tempo é crítico, pois uma pausa chegou nos trabalhos dos destruidores. Há oportunidade para a maré mudar e para a reconstrução do corpo social.

É por esta razão que cada um de vocês necessita dedicar-se plenamente ao trabalho da redenção. As personalidades devem ser submersas. Os aspirantes devem viver inofensivamente em pensamento, palavra e ação. Desta maneira cada um de vós fornecerá um canal puro, tornar-se-á um posto avançado para a consciência do Mestre e fornecerá um centro de energia através do qual a Fraternidade possa trabalhar.

O problema primário do aspirante é dominar a natureza emocional. Então ele estará vitorioso no campo de Kurukshetra; as nuvens ter-se-ão afastado e daí em diante ele poderá caminhar na luz. Seja aqui lembrado que esta própria liberdade de caminhar na luz traz consigo alguns problemas. Perguntam como poder ser isto? Permitam que lhes dê um argumento simples, contudo (penso que assim o achareis) convincente.

Quando um homem literalmente caminha na luz de sua alma e a clara luz do sol irrompe através dele - revelando o Caminho ela revela ao mesmo tempo o Plano. Simultaneamente, todavia, ele se torna consciente do fato que o Plano está muito distante, ainda, da consumação. As trevas se tornam mais aparentes, realmente: o caos, a miséria e o fracasso dos grupos mundiais se revelam; a imundície e a sujeira das forças em luta são notadas, e todo o sofrimento do mundo se abate sobre o aspirante atônito, ainda que iluminado. Poderá ele suportar esta pressão? Poderá ele entrar em contato com o sofrimento e, no entanto regozijar-se sempre na consciência divina? Terá ele capacidade para encarar o que a luz revela e ainda continuar seu caminho com serenidade, certo do triunfo final do bem? Será ele sobrecarregado pelo mal da superfície e esquecerá o Coração de Amor que bate por trás de toda aparência exterior? Esta situação deve ser sempre lembrada pelo discípulo, ou ele será esmagado por suas descobertas.

Mas com o advento da luz, ele se torna consciente de uma nova forma de energia, (nova para ele). Ele aprende a trabalhar num campo novo de oportunidade. O reino da mente se abre perante ele, e ele descobre que pode diferenciar entre a natureza emocional e a mental. Ele descobre também que a mente pode ser levada a assumir a posição do controlador e que as forças sensoriais respondem obedientemente às energias mentais. "A luz da razão" mostra isto - luz que está sempre presente no homem, mas que somente se torna significativa e potente quando vista conhecida, seja fenomenicamente, seja intuicionalmente.

Muito falso ensinamento está sendo desenvolvido nestes dias em conexão com a mente e a alma. Poderia ser resumido no ensinamento de uma escola que será anônima, como se segue:

A natureza é cruel e seletiva. Ela trabalha pela lei da sobrevivência do mais forte; no processo de seleção, milhões de vidas são sacrificadas e muitos nascimentos de formas dão em nada. Daí a conquista da vida da alma ser um acontecimento raro. Poucas pessoas têm almas e somente uns poucos possuem a imortalidade e vão daí para o seu próprio lugar de poder para não voltar mais. O resto está perdido, submerso e engolido pelo processo geral da natureza e o reino humano como um todo é uma perda morta exceto para umas poucas e significativas figuras que o passado e o presente produziram. Elas alcançaram a realização à custa do sacrifício de muitos.

Mas a reação dos próprios homens a este ensinamento e uma resposta adequada. O senso da imortalidade, a certeza de um futuro eterno, a crença inata em Deus, a revelação da luz, a conquista de uma sabedoria que ajuda e auxilia não é a prerrogativa dos Senecas, dos S. Paulos, dos Akbars da raça. Acha-se (e algumas vezes na sua forma mais pura) no mais humilde camponês. Palavras de sábios aconselhamentos caem dos lábios dos iletrados e um conhecimento de Deus e uma crença na imortalidade de alma são descobertos estando latentes nos corações dos mais improváveis, e, muitas vezes, dos maiores pecadores. Mas quando os mais evoluídos e os mais inteligentes da raça descobrem em si próprios a Chama divina e despertam o poder do Controlador supremo, assentados no coração do seu ser, eles estão muito aptos a se colocarem numa categoria superior à de outras pessoas e a classificar aqueles que não têm a sua capacidade mental para alcançar as diferenciações e o desenvolvimento evolutivo como diferindo tanto deles que não mereçam o nome de Filhos de Deus. Consideram todos os que não estão trabalhando na energia mental como almas deficientes e daí como deficientes na persistência eterna como indivíduos. Esta é apenas uma miragem da mente, é parte da grande heresia da separatividade e indica fracamente o período vindouro no qual a mente será tão dominante e tão enganadora como é o corpo sensorial na atualidade.

Vamos, pois, estudar os tipos de energia mental com os quais o indivíduo tem que trabalhar e ver como esta grande heresia da separatividade e a "falácia do repúdio", como algumas vezes é chamada, pode ser anulada.

Uma das primeiras coisas que temos que lembrar ao considerarmos estes tipos de energia é que sua direção e trabalho podem ser alcançados mais facilmente num sentido mais amplo em relação à humanidade do que os seus efeitos num uso individual de energia mental. Somente poucos seres humanos já estão conscientemente usando este tipo de força e somente poucos podem, portanto compreender o que ela realmente representa. Crescentemente os homens virão, como unidades, a entrar na posse de sua herança intelectual, mas, falando numericamente, um raro em dez mil está utilizando esta força inerente e sendo capaz de funcionar em seu corpo mental.

Quando, todavia, nós olhamos para a humanidade como um todo e lançamos nossos olhos para trás, para o desenvolvimento racial passado, nós podemos ver como a energia mental tem um efeito muito definido e produzido resultados notáveis. O uso de dois fatores diferencia o homem do animal, seja através do seu uso consciente ou inconsciente. Ambos estão latentes no animal, mas o homem é a única entidade nos três mundos que pode conscientemente colher benefícios deles. Um desses fatores é a dor, o outro é a faculdade de discriminação. Através da dor e um subsequente processo de análise, de relação mais memória e visualização, o homem aprendeu o que evitar e o que cultivar. Isto trabalha no reino dos acontecimentos do plano físico e da experiência sensorial. Através do discernimento quanto às ideias e quanto ás correntes de pensamento, o homem aprendeu a decidir sobre em que basear suas atividades em todos os departamentos dos assuntos humanos, muito embora ele tenha um imperfeito alcance da verdadeira natureza das ideias e sua aplicação das verdades sentidas seja bastante imperfeita. Que ele muitas vezes escolha imprudentemente, que as ideias governando a conduta grupal não sejam as mais elevadas, que a opinião pública seja proverbialmente modelada por interesses pessoais e egoístas pode ser muito tristemente verdadeiro. Todavia - através da dor e do aprendizado da utilização do poder de escolha no reino das ideias - o homem está firmemente forjando adiante, na direção da plena liberdade e do pleno controle da terra, o que é seu direito herança. O Velho Comentário diz em relação a estas duas características do homem algo que tem muito de beleza, guardado na linguagem simbólica. As frases são como se seguem, e é preciso ter em mente, ao meditar sobre elas, que a água simboliza a sensação ou reação astral e o fogo é o símbolo da mentalidade.

"As mitigadoras águas refrescam. Elas trazem lentamente alívio" abstraindo a forma de tudo que possa ser tocado. O calor da violenta febre do desejo por muito tempo reprimido cede ante a bebida refrescante. A água e a dor se negam uma à outra. Longo é o processo da bebida refrescante.

"O fogo ardente liberta tudo que bloqueia o caminho da vida. A felicidade vem e sucede ao fogo, como o fogo às águas. A água e o fogo juntos misturam-se e causam a grande ilusão; o nevoeiro produzem, e a neblina e vapor e ruído, ocultando a Luz, escondendo a Verdade e cobrindo o Sol.

"O fogo arde ferozmente. A dor e as águas desaparecem. O frio, o calor, a luz do dia, a irradiação do sol nascente e o perfeito conhecimento da Verdade surgem.

"Este é o caminho para todos os que procuram a luz. Primeiro a forma e toda a sua saudade. Depois a dor. Depois as águas mitigantes e o aparecimento de um pequeno fogo. O fogo cresce e o calor é então ativo dentro da pequena esfera e realiza seu trabalho ardente. Também se vê a umidade; densa cerração, e à dor se acrescenta um triste espanto, pois aqueles que usam o fogo da mente durante a primeira etapa se perdem dentro de uma luz ilusória.

"Feroz cresce o calor; em seguida vem a perda do poder de sofrer. Quando esta etapa estiver desenvolvida, vem o brilho do Sol sem obstáculos e a clara e brilhante luz da verdade. Este é o caminho de volta para o centro oculto.

"Usai a dor. Chamai pelo fogo, oh, Peregrino em terra estranha e estrangeira. As águas removem a lama e o limo do crescimento da natureza. Os fogos queimam as formas que obstruem, que parecem reter o peregrino e assim elas trazem alívio. As águas vivas, como um rio, arrastam o peregrino para o Coração do Pai. Os fogos destroem o véu que oculta a face do Pai".

Talvez uma das primeiras coisas que o estudante tenha que aprender, ao procurar alcançar a natureza e o uso da mente, é que a opinião pública tem que dar lugar à consciência individual tem que ser de tal modo empregada e concentrada, que ela seja vista em sua correta proporção como aquele germe vivo que pode expandir-se na divina Flor do Sol da Mente, a Manasaputra, e como o fio que leva de volta para o reino da Mente Universal. Este fio e esta consciência, quando seguidos, levarão o indivíduo para a Câmara do Conselho onde o plano e o propósito da Grande vida revelar-se-ão e onde todo egoísmo humano e busca do eu se apagam na clara luz da Vontade de Deus. Através da correta compreensão e do correto uso e controle da natureza astral e uma compreensão da natureza da consciência sensorial, o homem pode penetrar no próprio coração de Deus e sabe, além de toda controvérsia, que tudo está bem, pois tudo é Amor. Através do correto uso da mente, e através da correta compreensão da natureza do intelecto, o homem pode entrar na mente de Deus e saber que tudo está bem, pois tudo é planejado e o propósito divino está firmemente executando seus objetivos.

O trabalho dos Adeptos de Atlântida era impressionar a consciência mundial com o fato de que Deus é Amor. Esta é uma expressão simbólica da verdade, como é o uso da palavra Deus. O trabalho dos Adeptos Arianos é impressionar na consciência mundial que Deus é Vontade. Para fazer isto para a família humana, Eles trabalham com o intelecto de modo a pô-lo sob controle, a subordinar outras formas à mente e, através da mente, a revelar ao homem a visão do que é e do que será. O homem é, portanto, levado a se alinhar com o centro esotérico da cabeça da Vida una. No reino animal, através do desenvolvimento da sensibilidade e do seu desabrochar paralelo pela dor, Eles estão levando aquele tipo de forma a se alinhar com o centro do coração da Natureza. Esta é uma afirmação contendo uma verdade que não poderá ser mais claramente expressa até que o homem se tenha tornado mais inclusivo em sua consciência. Através da cor, no reino vegetal, aquelas formas de manifestação divina são também levadas ao contato vibratório com aquele centro de força na Natureza que é análogo ao centro da garganta no homem.

Usando estas palavras Eu me refiro primariamente à Vida que se está expressando em nosso planeta, ao nosso Logos planetário, mas a ideia pode (não é preciso dizer) ser continuada até incluir a grande Vida da qual o nosso Logos planetário é apenas um reflexo e uma expressão. O homem, o cérebro da natureza; os animais, a expressão do coração; o mundo vegetal, a expressão da força criadora ou do centro da garganta; estes três reinos da natureza formando, de uma maneira peculiar, correspondência com os três centros superiores no homem, como os três reinos no arco involutivo, correspondem aos três centros inferiores e o reino mineral- tão abstrusa quanto à ideia possa parecer àqueles de vós que não tiverem consciência do aspecto vida - correspondendo ao plexo solar, o grande lugar de distribuição entre o que está cima e o que está abaixo.

Estas analogias mudam à medida que o tempo avança. Nos dias de Lemúria, visualizando-a como um reino da natureza, a humanidade expressava o aspecto do plexo solar, ao passo que o reino animal representava o centro sacro, e o centro na base da coluna era simbolizado pelo reino vegetal. Nos meados do período de Atlântida, quando certas grandes mudanças e experiências estavam em curso, um impulso no processo inteiro teve lugar; certos egos entraram, como sabem, tal como relatado em A Doutrina Secreta e em um Tratado sobre o Fogo Cósmico num tremendo progresso tornado possível através de seus esforços. A chitta ou matéria mental tornou-se mais vibrante e agora nós temos o período de sua atividade mais intensa no sentido concreto.

Nos ensinamentos esotéricos dizem-nos que todos os três aspectos " Divindade são, por sua vez, tríplices, e daí nós podermos dividir a energia da mente, tanto quanto diga respeito à humanidade, também em três aspectos. Nós temos, portanto:

1 - A mente concreta inferior, chamada a chitta ou matéria-mental nas Yoga Sutras de Patanjali.
2 - A mente abstrata, ou aquele aspecto da mente que está relacionado com o mundo das ideias.
3 - A intuição ou razão pura, que é para o homem o aspecto mais levado da mentalidade.

Estes três encontram o seu campo de expressão envolvente no terceiro aspecto do Logos, que nós chamamos de Mente Universal, a Deidade Inteligente ativa. As linhas de força destes três aspectos inferiores conduzem de volta (se é que se pode usar uma expressão tão inadequada) para o terceiro plano, tal como as linhas astrais de força conduzem de volta para o segundo plano ou monádico, embora tanto quanto se trate da consciência do homem elas apenas conduzam de volta para o plano búdico ou intuicional.

É interessante observar que assim como a Mônada, impulsionada pelo desejo, produz aquela forma de vida à qual nós chamamos personalidade, também o aspecto mente, como parte do propósito se realizando através da Mente Universal, por sua vez produz aquela manifestação à qual nós chamamos de Manasaputra, o grande Filho da Mente no plano mental. Daí, ser o princípio mental na humanidade que traga à manifestação o corpo egoico, o veículo causal, o karana sarira o lótus de doze pétalas. Nós estamos naturalmente falando inteiramente em termos do aspecto forma aqui. A razão para isto vem lá dos planos cósmicos, onde o Logos planetário tem sua vida. Do plano astral cósmico vem o impulso que produz a existência da forma e a expressão concreta - pois toda incorporação de forma é o resultado do desejo. Do plano mental cósmico vem a vontade de ser no tempo e no espaço, que produz os sete grupos de vidas egoicas e a terceira emanação.

Ver-se-á inferencialmente, então, como o correto uso da energia pelo iniciado o põe em relação não somente com os planos superiores do sistema solar, mas também com aqueles planos cósmicos onde o nosso Logos tem Seu aspecto Personalidade, usando estas palavras de maneira simbólica. O uso correto da energia física pelo iniciado lhe dá a "liberdade" do plano físico cósmico. O uso correto da energia astral lhe dá poder no astral cósmico, e o uso correto da energia mental lhe dá acesso ao mental cósmico. Inferencialmente, então, os três centros superiores no homem, quando funcionando perfeitamente, desempenham seu papel neste trabalho de conduzir energias destas esferas exaltadas para o campo de atividade do iniciado e atuando como portas para reinos até então fechados para ele.

Cada centro ou chakra é composto de três vórtices concêntricos interpenetrantes, ou rodas, que no homem espiritual que trilha a senda probatória se movimentam lentamente numa direção, mas gradualmente aceleram sua atividade quando ele se aproxima do portal do Caminho da Iniciação. Na iniciação, o centro do chakra (um ponto de fogo latente) é tocado e a rotação se torna intensificada e a atividade passa à quarta dimensão. É difícil expressar estas ideias em palavras que possam ser compreendidas pelo não iniciado, mas o efeito poderia ser descrito como uma mudança de uma volta medida para uma de cintilante irradiação, "uma roda girando sobre si mesma", como as antigas Escrituras o expressam. Daí, quando pela purificação, em conformidade com a regra e uma aspiração que reconhece obstáculos e que não se interrompe pela dor, o aspirante fez com que seus centros pulsassem e girassem, então - e somente então - pode o Mestre conduzi-lo à Presença do Hierofante. O iniciador, então, com pleno conhecimento do raio do discípulo e de seu sub-raio, tanto o egoico como o pessoal, e reconhecendo qualquer carma que ainda possa aderir-se, toca o centro ou centros que estão em linha para a vivificação e o fogo oculto erguer-se-á e se tornará focalizado. Lembrem-se de que na vivificação de um centro há sempre uma correspondente vitalização do centro análogo da cabeça, até finalmente os sete centros no corpo e os sete centros na cabeça girarem em uníssono. Lembrem-se também que assim como os quatro raios menores passam para os três raios maiores, do mesmo modo os quatro centros menores prosseguem na correspondência e passam para pralaya, encontrando seu ponto focal no centro laríngeo. Assim terão os três centros - cabeça, coração e laringe - conduzindo o fogo interior, com os três centros maiores da cabeça vibrando também em uníssono.

Admito que isto seja tudo intrincado e técnico. Tem seu lugar e valor, todavia, e muito que aqui é comunicado encontrará sua utilidade quando todos tiverem passado para o outro lado e um grupo novo de aspirantes seguir seus passos. O treino do corpo mental tem um valor e muitos esquivam-se de tais tecnicalidades, ocultando-se por trás de uma ênfase sobre o lado da vida da verdade, tudo devido a uma inerente preguiça mental. Isto que agora recebem é apenas o A.B.C. do esoterismo. Não percam tempo, todavia, em deduções muito detalhadas. Tudo que é agora possível é um bosquejo amplo, geral, uma reserva de paciência, um propósito de reconhecer as limitações do cérebro físico e a aceitação de uma hipótese. Creiam que estas hipóteses sejam possíveis a menos que sua intuição se revolte ou que sejam contraditadas pelo ensinamento passado dado por outros dos Mensageiros da Loja. Eu não dogmatizo para vocês. Somente dou, nestas instruções, algumas informações - a correção das quais deixo para o futuro demonstrar. Eu simplesmente peço que façam um registro e nos anos vindouros muito que agora possa parecer estranho ou até contraditório será elucidado, lentamente revelado e mais facilmente compreendido. Um pequeno conhecimento leva a muita confusão a menos que seja deixado de lado para uso futuro quando os anos de instrução tiverem aumentado a bagagem.

Para voltar ao nosso tema: - O centro do coração no homem abre a porta para o que se chama "o coração do Sol". O centro laríngeo abre o caminho para uma plena compreensão do caminho do Sol físico e todos os astrólogos autênticos deverão ter finalmente aquele centro em funcionamento. O centro da cabeça abre o caminho para o Sol espiritual central, cada um passando, através da correspondência planetária, para um dos planos cósmicos.

Assim nós temos um resumo das tecnicalidades, e dos fatos que são (sob a Lei da Analogia) de interesse puramente acadêmico e nada mais. Mesmo aqueles de nós que somos iniciados nada sabemos dos planos cósmicos além do físico cósmico. Nossa consciência está somente começando a ser solar e nós estamos trabalhando em nossa pequena medida para superar aquelas limitações planetárias que nos afastam da Vida e do conhecimento solares. Para os aspirantes que nem têm um conhecimento do que significa a consciência planetária, a informação acima tem somente um valor e esse é que enfatiza a natureza sintética do grande plano e o fato que a menor das unidades é uma parte integral do todo. Ela reforça a ideia de que a energia é um fluído vital circulando através do corpo inteiro do Logos e vivificando, por conseguinte mesmo o menor átomo naquele todo. Vale a pena tentar compreender um quadro e visualizar a maravilha do que está transparecendo. Todavia é perda de tempo ficar a pensar no plano astral cósmico, por exemplo, quando mesmo o plano do ego (o quinto subplano do plano físico cósmico, contando de cima para baixo) ainda é inacessível ao comum dos homens e é o objetivo de toda a sua aspiração e meditação.

Para o homem, portanto, a Mente Universal pode ser melhor entendida na medida em que ela se expresse através do que nós chamamos a mente concreta, a mente abstrata e a intuição ou razão pura.

A mente concreta é a faculdade da construção da forma. Os pensamentos são coisas. A mente abstrata é a faculdade de modelar padrões ou a mente que trabalha com os anteprojetos sobre os quais as forma são modeladas. A intuição ou razão pura é a faculdade que capacita homem a entrar em contato com a Mente Universal e alcançar o plano sinteticamente, lançar-se sobre as Ideias divinas ou isolar alguma verdade fundamental e pura.

O objetivo de todo trabalho de um aspirante é compreender aquele aspectos da mente com os quais ele tem que aprender a trabalhar. Seu trabalho, portanto poderia ser assim resumido:

1 - Ele tem que aprender a pensar; a descobrir que ele tem um aparelho chamado mente e a desvelar suas faculdades e poderes. Estas foram bem analisadas para nós nos primeiros dois livros das Yoga Sutra de Patanjali. (Publicado com o título de Luz da Alma - N. do tradutor).

2 - Ele tem, em seguida, que aprender a recuar em seus processos de pensamento e das propensões a construir formas e descobrir as ideias que se situam sob o pensamento- forma divino, o processo mundial, e assim aprender a trabalhar em colaboração com o plano e subordinar a construção do seu próprio pensamento-forma a estas ideias. Ele tem que aprender a penetrar no mundo destas ideias divinas e a estudar o "modelo das coisas nos Céus" tal como é chamado na Bíblia. Ele precisa começar a trabalhar com os anteprojetos sobre os quais tudo o que existe é moldado e modelado. Ele se torna então um estudante-simbolista, e de um idólatra ele se torna um idealista divino. Eu uso estas palavras no seu verdadeiro sentido e conotação.

3 - Daquele idealismo desenvolvido, ele deve progredir ainda mais profundamente, até entrar no reino da intuição pura. Ele poderá então tocar a verdade em sua fonte. Ele entra na Mente do Próprio Deus. Ele intui tão bem quanto idealiza e é sensível aos pensamentos divinos. Eles fertilizam sua mente. Ele mais tarde chamará estas intuições, ao elaborá-las, de ideias ou ideais e baseia nelas todo seu trabalho e conduta nas atividades.

4 - Depois segue-se o trabalho da construção consciente do pensamento-forma, baseada nestas ideias divinas, emanando como intuições da Mente Universal. Isto prossegue através da meditação.

Todo verdadeiro estudante sabe que isto envolve a concentração para focalizar ou orientar a mente inferior na direção da superior. Temporariamente as tendências normais de construção do pensamento-forma são inibidas. Através da meditação, que é o poder da mente em se sustentar luz, e naquela luz se tornar consciente do plano, ele aprende a "trazer à tona" as ideias necessárias. Através da contemplação ele se torna capaz de penetrar naquele silêncio que o capacitará de tocar a mente divina, recolher o pensamento de Deus da consciência divina e saber. Este é o trabalho ante cada aspirante e daí a necessidade de sua compreensão da natureza de seu problema mental, dos instrumentos com os quais ele precisa realizar o trabalho, e o uso que ele precisa fazer do que aprende e ganha através do correto uso do seu aparelhamento mental.

Como deve isto ser feito? Como trazer à tona e depois construir?

Pouco importa quão pequeno e sem importância um pensador individual possa ser, entretanto, cooperando com seus irmãos, ele contém uma força poderosa. Somente através do firme e forte pensamento correto das pessoas e da compreensão do uso correto da energia mental pode a progressiva evolução avançar segundo as linhas desejadas. O pensamento correto depende de muitas coisas e poderia ser útil citar algumas delas de uma maneira muito simples:

1 - Uma capacidade de perceber a visão. Aquilo envolve a capacidade, numa medida pequena, de conscientizar o arquétipo pelo qual a Loja está se forçando para modelar a raça. Envolve cooperação com o trabalho do Manu, o desenvolvimento de um pensamento tanto abstrato quanto sintético, o cintilar da intuição. A intuição extrai dos lugares elevados um contato do plano ideal enquanto este permanece latente na mente do Logos. À medida que os homens desenvolverem esta capacidade, eles entrarão em contato com as fontes do poder que não estão de nenhum modo nos níveis mentais e sim constituem aqueles dos quais o próprio plano mental se sustenta.

2 - Então, tendo percebido a visão e captado uma fração da beleza (quão pouco os homens veem é surpreendente!) em suas mãos fica a oportunidade para atrair para o plano mental tanto do plano quanto é possível trazer. Nebulosa e débil é de início a sua conquista dele, contudo, ele começará a se materializar. Raras vezes, no início, você sentirá que pode contatá-lo, pois a visão vem através da mediação do corpo causal e poucos podem sustentar aquela alta consciência por muito tempo. Mas a luta para aprender levará a resultados e pouco a pouco a ideia filtrar-se-á até os níveis concretos do plano mental. Então ela se torna um pensamento concreto, algo que pode ser definitivamente visualizado e apropriado como uma base para o pensamento.

3 - Isto realizado, que vem a seguir? Um período de gestação, um período em que vocês construirão seu pensamento-forma com tanta visão quando puderem trazer à consciência. Lentamente deve isto ser feito, pois uma vibração estável e uma forma bem construída é desejada. O trabalho apressado não leva a lugar algum. Enquanto construírem, uma saudade será gradualmente sentida, um desejo de ver esta visão trazida à terra, e vê-la tornando-se conhecida a outros entre os filhos dos homens. Então vocês vitalizam o pensamento-forma com o poder de sua vontade, procuram fazer com que ele seja; o ritmo se torna mais pesado e mais lento, o material construído em sua forma se torna necessariamente mais grosseiro e vocês verificam que o seu pensamento-forma da visão está revestido na matéria dos planos mental e astral.

4 - Feliz é o discípulo que pode trazer a visão para mais perto ainda da humanidade, e fazê-la chegar à existência no plano físico. Lembrem-se disto, que a materialização de qualquer aspecto da visão no plano físico nunca é o trabalho de um homem. Somente quando ela tiver sido sentida por muitos, somente quando tiverem trabalhado em sua forma material poderão os seus esforços unidos atraí-Ia à manifestação exterior. Assim vocês veem o valor da educação da opinião pública; ela leva os muitos auxiliares a ajudar aos poucos visionários. Sempre a Lei rege; na descida, diferenciação. Dois ou três percebem o plano intuitivamente; depois o ritmo que eles estabelecem com seu pensamento impulsiona até a atividade a matéria do plano mental; os pensadores tomam posse da ideia. Isto é uma coisa difícil de aprender e difícil de fazer mas a recompensa é grande.

Para aqueles que lutam, aspiram e sustentam, a alegria é dupla quando a materialização ocorre. A alegrai do contraste será sua, pois conhecendo o passado de trevas vocês se regozijarão na luz da conquista; a alegria de um companheirismo testado e experimentado será sua, pois os anos terão provado para vocês quem são seus associados escolhidos e na comunidade do sofrimento virá o elo fortalecido; a alegria da paz após a vitória será sua, pois para o guerreiro cansado os frutos da realização e o repouso são duplamente doces; a alegria da participação no plano dos Mestres será sua, e tudo que associe vocês mais estreitamente com eles é bom; a alegria de ter ajudado a consolar um mundo necessitado, de ter trazido luz a almas em trevas, de ter curado até certo ponto a ferida aberta do sofrimento do mundo será sua e na consciência de dias bem gastos e na gratidão das almas vem a mais profunda de todas as alegrias - a alegria que um Mestre conhece quando ele é um instrumento na elevação de um irmão um pouquinho mais na escada. Esta é a alegria que é posta ante todos vocês - e ela não fica tão distante assim. Portanto trabalhem, não pela alegria, mas em direção a ela; não pela recompensa, mas a partir da necessidade interna de ajudar; não pelo agradecimento, mas a partir da urgência que provém de ter visto a visão e da conscientização da parte que vocês têm que desempenhar para trazer aquela visão até à terra.

É útil diferenciar entre felicidade, alegria e bem-aventurança:

Primeiro, felicidade, que se apoia nas emoções e é uma reação da personalidade.

Segundo, alegria, que é uma qualidade da alma e é conscientizada monte, quando ocorre o alinhamento.

Terceiro, bem-aventurança, que é a natureza do Espírito e acerca da qual a especulação não produz frutos senão quando a alma conscientiza sua unidade com o Pai.

Esta conscientização se segue a uma etapa anterior na qual o eu pessoal está unido com a alma. Por isso, a especulação e a análise quanto à natureza da bem-aventurança é sem proveito para o homem comum, cujas metáforas e terminologias devem forçosamente ser pessoais e relacionadas com o mundo dos sentidos. Refere-se o aspirante à sua felicidade ou alegria? Se ele se referir a esta última isto deve ocorrer como o efeito da consciência do grupo, da solidariedade grupal, da unidade com todos os seres e não pode ser interpretada em termos de felicidade afinal de contas. A felicidade vem quando a personalidade depara com aquelas condições que a satisfazem numa ou noutra parte de sua natureza inferior; ela vem quando há uma sensação de bem-estar físico; de contentamento com o próprio ambiente ou com as personalidades que estão em torno, ou da satisfação decorrente das próprias oportunidades mentais e contatos. A felicidade é a meta do eu separado.

Quando, todavia nós procuramos viver como almas, a satisfação do homem inferior não conta e nós achamos alegria em nossas relações grupais e em alcançar aquelas condições que levam à melhor expressão das almas daqueles com quem contatamos. Este trazer da alegria a outros no sentido de produzir condições nas quais eles possam melhor se expressar pode ter um efeito físico uma vez que procuremos melhorar suas condições materiais, ou um efeito emocional, uma vez que nossa presença lhes traga paz e elevação, ou um resultado intelectual, uma vez que estimulemos neles a clareza de pensamento e de entendimento. Mas o efeito sobre nós mesmos é alegria, pois nossa ação terá sido altruísta e não-aquisitiva e não dependente das circunstâncias e condições mundiais do aspirante. Muita felicidade é necessariamente perdida quando a doença faz sentir sua pressão, quando o meio-ambiente é difícil e o "carma estimulado de muitos nascimentos" também pressiona, ou quando as perturbações da família, nação ou raça pesam sobre a personalidade sensível. A felicidade da juventude ou da satisfação egocêntrica da pessoa egoísta insulada (que se esconde por detrás do escudo de seus desejos protetores) não deve ser confundida com a alegria.

É uma trivialidade assim como um paradoxo ocultista dizer que em meio à profunda infelicidade e perturbação da personalidade, a alegria da alma possa ser conhecida e sentida. Tal, todavia, é o caso, e é isto que o estudante deverá almejar. Algumas pessoas são felizes porque fecham seus olhos à verdade, ou estão auto-hipnotizadas, ocultando-se numa concha de ilusão, Mas o aspirante frequentemente alcançou a etapa na qual seus olhos estão bem abertos; ele aprendeu a falar a verdade para si mesmo e não construir nenhuma parede separadora entre si mesmo e os demais. Ele está desperto e vivo; ele é sensível e frequentemente sofre. Ele se pergunta por que aparentemente o que o mundo chama felicidade e paz o terão deixado, e indaga o que está por vir.

Nós que observamos e guiamos no lado interno, observamos com cuidado amoroso todos vocês que lutam no mais aceso do combate. Nós somos como o Quartel General que seguimos o curso da batalha de uma elevação segura. Em nossa segurança está o sucesso último de vocês, pois nós temos em nossas mãos a solução de muitos problemas, e aplicamos aquela solução quando a batalha toma um curso contrário. Uma coisa sempre Eu gostaria de lembrar-lhes. É de importância vital. É esta afirmação, que na destruição da forma está oculto o segredo de toda evolução. Não pensem que isto seja um truísmo. Vocês o verão em constante aplicação e precisam estar preparados para sua demonstração. Os mestres utilizam a forma até o extremo; Eles procuram trabalhar através dela, aprisionando a vida em paredes confinadoras por tanto tempo quanto o propósito seja servido e a raça instruída através daquela forma. Depois vem o tempo em que a forma não serve mais aos propósitos buscados, quando a estrutura se atrofia, cristaliza-se e se torna facilmente destrutível. Sua destruição então se torna uma questão da máxima preocupação e utilidade, e prossegue, enquanto que uma nova forma toma seu lugar. Observem e vejam se não é assim. Sempre a construção da forma, sempre sua utilização por tanto tempo quanto possível, sempre a destruição da forma quando ela impede e obstrui a expansão da luz, sempre então a rápida reconstrução de uma nova forma. Tal tem sido o método desde o princípio do eon.

Na infância da raça as formas duravam por longo tempo. A evolução se movimentava mais lentamente, mas agora no esforço de elevação de todas as coisas, a forma tem muito pouca duração. Ela vive vitalmente por um curto período; movimenta-se com rapidez e depois é substituída por outra forma. Esta rapidez aumentará, não se reduzirá, à medida que a consciência ou expansão interna da vida da raça vibre num ritmo cada vez mais rápido e mais leve.

É necessário igualmente que cheguem à conscientização de que um dos principais objetos de esforço do tempo atual por parte daqueles a quem vocês chamam os Irmãos Mais Velhos da raça, é estimular, purificar e coordenar o corpo etérico. Este corpo etérico não é somente o transmissor de prana, mas é o mediador para todas as energias que nós estamos considerando. Sua importância também está em outras direções:

a) Sendo de matéria do plano físico, literalmente, a consciência etérica é o próximo passo adiante da raça. Isto se demonstrará primeiramente como a capacidade de ver etericamente e de identificar a matéria rica.

b) É o campo de exploração imediatamente adiante do cientista moderno. Dentro de dez anos, muitos médicos clínicos o estarão identificando como um fato da natureza.

c) A maioria das doenças que o corpo físico sofre atualmente tem suas raízes no corpo etérico. Há poucas, se é que há, doenças puramente físicas. A doença tem sua fonte em condições astrais e etéricas.

d) O segredo da clarividência e clauriaudiência sã e segura depende da purificação do veículo etérico.

e) As emanações etéricas das pessoas podem ser grandes contaminadoras. Na purificação, portanto, deste corpo está o segredo de uma humanidade mais doce e mais sadia.

Daí a importância do etérico. Há muitas outras razões que mais tarde serão salientadas. Começando a formar suas ideias sobre o assunto, contudo, faz parte da sabedoria ficar nas generalidades amplas até que todo o assunto se tenha claramente delineado em suas mentes.

O trabalho sobre o corpo etérico, todavia, do ponto de vista da Hierarquia, não se confina somente aos corpos dos homens. É um processo planetário. O corpo etérico da própria Terra está sendo submetido a um claro estímulo. O espírito da Terra, aquela misteriosa entidade - não o Logos planetário - está sendo vivificado num novo sentido e em sua vivificação muitos interessantes desenvolvimentos ocorrem. De três maneiras isto está sendo tentado:

1 - Por um aumento no ritmo de vibração dos átomos etéricos, provocado pela entrada do raio cerimonial. Isto não deve ser representado como uma mudança súbita e violenta. Do ponto de vista do estudante humano o ritmo de aumento é aparentemente tão lento e gradual que chega a passar despercebido. Contudo, o estímulo existe e no curso de séculos será reconhecido.

2 - Pelo jogo de certas forças astrais sobre o corpo etérico, que conduz a mudanças lentas, mas definidas na estrutura interna do átomo, a chegada à consciência de outro dos espirilos e um ajustamento geral de todo o cosmos do átomo.

3 - Pelo uso nos planos internos, por parte do Mahachohan, de um dos poderosos talismãs do sétimo raio.
O espírito da Terra, pode-se registrar, é de um despertar lento e gradual. Ele está no arco involutivo e passará para o evolutivo num futuro distante e nebuloso. Por isso, ele não nos levará consigo. Ele apenas serve ao nosso propósito agora, oferecendo-nos um lar dentro de seu corpo, entretanto, permanecendo dissociado de nós. Os devas dos éteres deste próprio estímulo estão em consequência acelerando a sua evolução e também se aproximando mais do seu ideal.

Em tudo que Eu disse, relativamente ao corpo etérico dos homens, relativamente ao planeta, relativamente ao espírito da terra, o ponto crucial de toda a situação jaz no fato de que os cinco raios a este tempo têm o sétimo raio como seu raio dominante. O sétimo raio é o raio que controla o etérico e os devas dos éteres. Ele controla o sétimo subplano de todos os planos mas na atualidade domina o sétimo subplano do plano físico. Estando também na quarta ronda, quando um raio chega à encarnação definitiva ele não só exerce controle nos planos do mesmo número, como tem uma especial influência no quarto subplano. Observem como isto funciona neste tempo nos três mundos:

1 - O quarto éter, o mais baixo dos éteres, deve ser o plano físico seguinte de consciência. A matéria etérica está mesmo agora tornando-se visível a alguns, e será inteiramente visível no fim deste século a muitos.

2 - O quarto subplano do astral suporta a maioria dos homens quando estes passam para o além e consequentemente muito trabalho em maior número pode, portanto ser realizado.

3 - O quarto subplano mental é o plano do devachan.

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A FUNDAÇÃO DA HIERARQUIA

As várias energias que atuam sobre o ser humano e produzem seu desenvolvimento constituem seu campo de experiência. Estas duas palavras - desenvolvimento e experiência - devem sempre ser ligadas, pois uma produz a outra. Quando se é submetido à experiência no mundo da forma, um desenvolvimento de consciência paralelo tem lugar. Como aquele desenvolvimento produz mudanças constantes na conscientização e uma consequente constante reorientação para um novo estado de consciência, ele conduz necessariamente a nova experiência - experiência de fenômenos novos, de novos estados de ser e de condições dimensionais até então desconhecidas. Daí a frequente reação do discípulo ao fato de que para ele, até então, não há momento de paz. Paz era o objetivo do aspirante de Atlântida. Conscientização é o do discípulo Ariano. Ele nunca pode estar estático; ele jamais pode repousar; ele está constantemente ajustando-se a novas condições; constantemente aprendendo a atuar nelas e depois subsequentemente vendo-as se afastarem para, por sua vez, darem lugar a novas. Isto continua até que a consciência se estabilize no Ego, no Uno. Então o iniciado sabe ser ele próprio a Unidade que observa, observando a fantasmagoria fenomênica da vida na forma.

Ele passa de um sentido de unidade para um sentido de dualidade e daí novamente para uma unidade superior. Primeiro, o Eu identifica-se com o aspecto forma até tal ponto que toda dualidade desaparece na ilusão de que o Eu é a forma. Nós temos então a forma constituindo aparentemente tudo que existe. Isto é seguido pela etapa na qual o Eu nela habitante começa a ter consciência de si mesmo bem como da forma; nós falamos então em termos do eu superior e do inferior; nós falamos do eu e de suas camadas e do eu e do não-eu. Este estágio dualístico é o do aspirante e do discípulo até o tempo do seu treinamento para a terceira iniciação. Ele começa com o conhecimento de que ele é uma entidade espiritual confinada numa forma. Sua consciência por um longo período de tempo permanece predominantemente aquela da forma. Gradualmente isto muda, - tão gradualmente que o aspirante aprende a lição da resistência (mesmo até o ponto de suportar o não eu!) até que chegue a uma vida de equilíbrio, na qual nada prepondere. Isto produz no homem um estado de aparente negatividade e inércia que pode durar por uma ou tuas vidas e ele parece produzir pouco em qualquer direção. Isto é, para os que trabalham, uma pista valiosa no lidar com as pessoas. Depois o ponto de equilíbrio muda e a alma parece dominar do ponto de vista da influência e o aspecto consciência inteiro começa a se deslocar na direção do mais elevado dos dois aspectos. A dualidade, todavia, ainda persiste, pois o homem está algumas vezes identificado com sua alma e algumas vezes com sua natureza forma; esta é a etapa na qual tantos dos mais sérios discípulos são encontrados neste tempo. Pouco a pouco, todavia, ele se torna "absorvido" na alma e assim entra em relação com todos os aspectos da alma em todas as formas até raiar o dia em que ele conscientiza que não há mais nada a não ser alma e então o estado superior da unidade é alcançado.

Estes pontos merecem consideração e são valiosos, pois há escolas de pensamento (tais como a Vedanta e outros grupos místicos de pensadores) que dão ênfase ao aspecto vida e parecem negar a dualidade. Outras escolas (tais como a Teosófica, apesar de negá-lo) ensinam o fato do eu e do não-eu, e daí poderão ser interpretadas em termos de dualidade. Ambas estão certas e ambas necessitam-se reciprocamente. Deve-se lembrar que no processo da manifestação nós trabalhamos a partir de uma relativa unidade, através da dualidade, até uma outra unidade, da seguinte forma:

1 - A unidade da forma, na qual o eu se identifica aparentemente com a forma e é absorvido na vida da forma.

2 - A dualidade, com um fluxo oscilante para trás e para frente, entre o eu e a forma, o foco de consciência estando algumas vezes numa outras vezes na outra.

3 - A unidade da alma, na qual nada exceto a alma é vista em existência e somente ser é registrado na consciência.

Assim, verificar-se-á que ambas as escolas estão certas e que o conceito dualístico é um passo no caminho para a união essencial com a Vida Una.

Deve-se lembrar que assim como o campo de batalha (o kurukshetra) para o aspirante ou probacionário é o plano astral, enquanto o campo de batalha para o discípulo é o plano mental. Ali está seu kurukshetra. O aspirante tem que aprender a controlar sua natureza psíquica emocional através do correto controle da mente e a isto Krishna procura dar ênfase ao treinar Arjuna para dar o passo seguinte na direção da visão correta. O discípulo tem que levar adiante esta atenção mental e, através do correto uso da mente, alcançar uma conscientização mais elevada e trazer ao uso ativo um fator ainda mais elevado - o da intuição.

Em si mesmo, o aspirante repete o desenvolvimento da raça e torna a representar o drama racial; para compreender isto devem ser compreendidos certos fatos a respeito daquele drama e do trabalho da Hierarquia, e Eu aqui os enumero:

1 - O movimento para a divulgação de A Doutrina Secreta tem dezoito milhões de anos de idade.

2 - Somente quatro dos originais Impulsionadores ainda permanecem conosco. O Trabalho (de impulso e controle) jaz agora nas mãos de três grupos de vidas, se assim se pode expressá-lo.

a) Nas mãos daqueles de nossa Humanidade Terrena que se equiparam para serem capazes de servir.

b) Nas mãos de certas existências que vieram para nosso esquema terreno de evolução de outros esquemas planetários.

c) Nas mãos de um grande número de devas de evolução supra-humana.

Estes, em seu conjunto, formam a Hierarquia oculta do planeta, trabalhando em três principais divisões e em sete grupos, tais como descritos em muitos livros teosóficos e resumidos na Iniciação, Humana e Solar.

3 - Nas etapas muito primitivas esta Hierarquia foi chamada por vários nomes; entre outros ela foi chamada o Templo de Ibez.

4 - Consideremos a fundação do Templo de Ibez. Para fazer isto será necessário considerar o período da vinda da Fraternidade Branca à Terra e o imediato problema com que Se deparou; isto envolverá o conhecimento de certos fatos que nunca foram adequadamente considerados. É um fato conhecido no ocultismo, que para nossa humanidade terrena o advento da Hierarquia oculta marcou época; ele trouxe consigo duas coisas:

A cristalização definitiva daquela alma grupal que é agora chamada o quarto reino, ou humano.

A elevação de manas, ou mente, no homem animal numa forma tríplice:

a) Pela encarnação direta de certos membros da Fraternidade Branca, pela qual Eles introduziram os novos e necessários fatores pela transmissão aos seus filhos.

b) Pela definitiva implantação do que é chamado nas Escrituras ocultas "A centelha da mente" no homem animal. Esta é simplesmente uma maneira descritiva de representar a criação, por um ato direto, da unidade mental necessária ou aparelhagem mental do pensamento, dentro do corpo causal ou espiritual.

c) Pelo gradual estímulo da faculdade mental no homem animal a firme vitalização do germe latente da mente até ele florescer como monte manifestada.

Isto cobriu um vasto período de tempo e embora a Fraternidade fizesse seu quartel general em Shamballa e dirigisse de lá suas atividades, foi necessário durante a primeira sub-raça da Raça Raiz Atlântida fazer certos esforços para que a evolução da raça prosseguisse de acordo com o plano. Estudantes destes mistérios devem lembrar que apesar de se falar de Shamballa como existente na matéria física e ocupando certo local no espaço, a matéria física referida é etérica, o Senhor do Mundo e Seus assistentes dos graus superiores ocupando corpos formados de matéria etérica.

5 - Foi decidido cerca de dezessete milhões de anos atrás (a vinda da Hierarquia e a fundação de Shamballa tendo sido há cerca de dezoito milhões de anos e meio atrás) ter no plano físico denso uma organização um quartel-general para os mistérios e ter um grupo de Adeptos e Chohans que deveriam funcionar nos corpos físicos densos e assim ir de encontro à necessidade da humanidade que rapidamente despertava.

6 - O primeiro posto avançado da Fraternidade de Shamballa foi o original templo de Ibez e estava localizado no centro da América do Sul e um de seus ramos num período muito posterior seria encontrado nas antigas instituições Mayas e a adoração básica do Sol como a fonte da vida nos corações de todos os homens. Um segundo ramo foi estabelecido na Ásia e deste ramo os Adeptos no Himalaya e da Índia meridional são os representantes, embora o trabalho esteja materialmente mudado. Numa fase posterior à presente, descobertas serão feitas, revelando a realidade da velha forma do trabalho hierárquico; antigos registros e monumentos serão revelados, alguns acima do solo e muitos em fortalezas subterrâneas. Como os mistérios da Ásia Central na terra que se estende da Caldeia e Babilônia através do Turkestão até a Manchúria, inclusive o deserto de Gobi, estão abertos, está planejado que muito da história primitiva dos trabalhadores de Ibez será revelado.

Nós poderíamos aqui registrar o fato que a palavra Ibez é literalmente um acróstico ocultando o verdadeiro nome do Logos planetário da terra, um de Cujos princípios está operando em Sanat Kumara, tornando-O assim uma encarnação direta do Logos planetário e uma expressão de sua consciência divina. Estas quatro letras são as primeiras letras dos nomes reais dos quatro Avatares nos quatro globos de nossa cadeia terrestre que incorporaram quatro dos princípios divinos. As letras I B E Z não são as verdadeiras letras Sensar, se é que uma tal expressão inadequada pode ser usada a respeito da linguagem ideográfica, mas são simplesmente uma distorção europeizada. O verdadeiro significado somente será esclarecido na quarta iniciação, quando a natureza do Logos planetário é revelada e Seus quatro Avatares são contatados em definitivo, através do trabalho mediador de Sanat Kumara.

7 - Uma palavra agora no que se refere ao trabalho dos adeptos Ibezianos e Seus mistérios; é necessário aqui assinalar que toda a direção de Seu trabalho foi numa maneira diferente e necessariamente assim, daquele dos adeptos do tempo atual. Seu objetivo foi o de estimular o misticismo e o estímulo do reino de Deus dentro do átomo humano. A natureza de Seu trabalho é muito difícil de ser compreendida pelo homem comum do tempo atual, devido ao diferente estado de sua consciência. Os adeptos Ibezianos tinham que lidar com uma humanidade que estava em sua infância, cuja polarização era extremamente instável e cuja coordenação era muito imperfeita. Havia muito pouca mentalidade com que se lidar e os homens eram praticamente completamente astrais; eles funcionavam muito mais conscientemente no plano astral do que no físico e era parte do trabalho daqueles primitivos adeptos, trabalhando sob a instrução de Shamballa, desenvolver os centros de energia da unidade humana, estimular o cérebro e torná-lo plenamente autoconsciente no plano físico. Seu objetivo era alcançar uma conscientização do reino de Deus no íntimo e pouca atenção era dada (no Seu treino de Seus discípulos) à conscientização de Deus na natureza ou em outras unidades. Era necessário, naqueles dias, empregar métodos mais definitivamente físicos do que agora é permissível e estes métodos de estímulo físico eram empregados e as leis da energia, na medida em que elas operam através dos vários centros, eram ensinados, até que veio o tempo em que outra grande mudança se fez nos métodos hierárquicos e a porta do reino animal para o reino humano foi fechada e a porta da iniciação se abriu. Sentiu-se naquele tempo que o homem estava então suficientemente autocentralizado e individualizado para permitir uma mudança drástica no método e na prática. Tudo isto levou muito tempo e são os remanescentes das antigas práticas do Templo que chegaram até nós no ensinamento fálico degradado, na magia Tântrica e nas práticas dos Hatha Yogues. A humanidade infantil dos dias de Lemúria e da primitiva Atlântida tinha que ser ensinada por meio de símbolos métodos que para nós pareceriam rudes, impossíveis e de uma natureza que a raça deveria ter superado por milhões de anos.

8 - Quando a porta da iniciação foi aberta, muitos milhões de anos trás, a Loja tomou duas decisões:

Que a individualização deveria cessar até que o homem não só coordenasse os corpos físico e astral e pudesse pensar autoconscientemente, como até que ele também tivesse transcendido o físico e o astral. Quando ele se tornar consciente do grupo, então a porta para o reino da autoconsciência será novamente aberta.

Que o caminho do misticismo deveria levar finalmente ao caminho oculto, e que deveriam ser feitos planos para transmitir o ensinamento, e o mistérios deveriam ser organizados, que revelassem a natureza de Deus m tudo que é visto e não somente no homem. O homem deve ser ensinado que embora um indivíduo, ele é apenas parte de um todo maior e que seus interesses devem tornar-se subordinados aos do grupo. Gradualmente o ensino foi reorganizado e o curriculum aumentado; pouco a pouco os mistérios se desenvolveram, à medida que os povos se tornaram prontos para eles, até que tivemos as maravilhosas Escolas dos Mistérios da Caldeia, do Egito, da Grécia e muitas outras.

9 - Três coisas poderiam ser mencionadas:

a) O ponto de evolução relativamente baixo de muitos homens e sua polarização naturalmente física.

b) O trabalho dos adeptos negros e dos seguidores do caminho da mão esquerda. Quando os adeptos Ibezianos (novamente sob as instruções dos Mestres de Shamballa) começaram a se retirar para os Templos, para tornar os mistérios mais difíceis de se atingir e para trabalhar contra os abusos e distorções, um número de seus antigos seguidores, muitos de grande poder e conhecimento, combateu-Os e assim nós temos uma das causas do aparecimento da magia branca e negra e uma das razões de se ter considerado necessárias as águas purificadoras do dilúvio.

c) Os poderosos pensamentos-forma construídos nos antigos mistérios Ibezianos e que (particularmente na América) permanecem até agora sem terem sido destruídos. Este gigantesco "Morador do Umbral" de todos os verdadeiros Mistérios tem que ser dissolvido antes que o aspirante possa prosseguir.

10 - O trabalho dos adeptos Ibezianos e os mistérios do Templo de Ibez ainda persistem e estão sendo reproduzidos pelos Mestres e Adeptos encarnados fisicamente em todo o mundo. Eles ensinam o significado da psique, do ego ou da alma e da unidade humana, de modo que o homem possa ser o que realmente é, um Deus caminhando pela terra, sua natureza inferior (física, astral, mental) completamente controlada pela alma, ou aspecto amor, e isto não em teoria, mas de fato e verdade.

Quando este for o caso, o corpo físico não será tentação para o homem real, a natureza emocional e o corpo de desejos não mais o desviarão do caminho nem a mente gritará o que é verdadeiro e espiritual, mas Deus usará os três corpos como veículos de serviço para a raça. Então o reino humano terá transcendido e o homem passará para o reino espiritual, para ali ter outras lições, assim como a humanidade infantil quando, ao sair do reino animal, foi treinada pelos instrutores Ibezianos e deles aprendeu suas funções e trabalho.

Nos dias de Atlântida, a meta que a Hierarquia de Mestres estabeleceu para si mesma foi o despertar, no homem, da natureza do amor, como um passo na direção do despertar do centro do coração. Para fazer isto, os Instrutores daquele tempo focalizaram a Si mesmos (deliberadamente e de propósito) no centro do coração e escolheram trabalhar inteiramente através daquele centro, subordinando o seu equipamento mental e a energia mental que Eles podiam usar para enfrentar a necessidade daquele tempo. Eles mantiveram a Sua força mental em suspenso enquanto treinavam os iniciados até o tempo em que a terceira iniciação fosse alcançada. Em nossa raça a condição é inversa. A Hierarquia está agora trabalhando inteiramente em níveis mentais, embora baseando todo esforço nos acontecimentos do passado em conexão com o centro do coração. Até a terceira iniciação, por conseguinte, os discípulos têm que tentar trabalhar inteiramente com a energia mental, num esforço para controlá-la, dominá-la e usá-la. Sua tentativa está concentrada então em transmitir (dos níveis egoicos) o aspecto vontade da alma. Aquela vontade tem que ser imposta sobre a personalidade até que se tenha tornado o autômato da alma. Então a intuição assume o controle e as energias do plano intuicional ou buddhico começam a exercer seu impacto sobre a natureza-forma, a personalidade. Anteriormente a este período de controle intuicional, há muitas vidas vividas nas quais a intuição pode começar a desempenhar o seu papel e o estudante aprende o significado da iluminação. Até depois das terceira iniciação, contudo, é a mente iluminada que é o fator dominante e não a pura percepção intuitiva ou a razão pura. Após esta grande iniciação, que marca uma definida transição para fora da consciência da forma, o iniciado pode funcionar voluntariamente no plano da intuição e a mente é firmemente relegada para a retaguarda até que se torne uma parte da aparelhagem instintiva - tanto uma parte da natureza instintiva subconsciente, quanto a natureza instintiva que o psicólogo materialista tanto destaca. A percepção intuitiva, a visão pura, o conhecimento direto e uma capacidade para utilizar as energias indiferenciadas da Mente Universal são as principais características dos Adeptos Arianos. Eu uso a palavra "indiferenciada" no sentido de liberdade da multiplicidade; certas distinções principais serão constatadas como existentes. A vontade da alma, considerando aquela alma como tendo seu lugar em um dos sete Raios, é substituída pela vontade do Todo.

Estas são palavras que pouco significam, ou que têm, quando muito, somente um significado teórico para os estudantes neste grupo. Quando Eu lhes digo que a vontade que lhes é transmitida través da mente controlada é incorporada em sete tipos de energia e que a estes sete tipos correspondem tipos de humanidade, vocês dirão indubitavelmente que isto está claro e não é difícil de alcançar. Entretanto, será que vocês de fato entendem? Sete tipos de energia e sete tipos de mentalidades capazes de responder, dependendo dos sete tipos de raios! Nesta afirmação nós notamos as diferenciações do aspecto alma tais como alcançadas pela mente. Há as sete diferenciações do aspecto alma tais como alcançadas pela mente. Estas são as sete diferenciações que tomam o lugar da multiplicidade das diferenças nas quais o aspecto forma incide. Elas são, entretanto, distinções e diferenciações e persistem em sua sustentação sobre o homem até a terceira iniciação. Por elas ele é lançado em certas atividades principais e tendências da vida de acordo com seu raio particular. Estas são distinções mentais. Todas as almas no plano mental tomam as formas dos Anjos solares, dos Filhos divinos da mente. Daí nós termos estes agrupamentos e daí a focalização das energias através das quais o Plano das Idades se desenvolve através de sete departamentos principais.

Numa etapa posterior, quando certas grandes transições na consciência nela tiverem tomado lugar e a forma tiver perdido sua sustentação, mesmo estas divisões desaparecem e o plano é visto como um todo, a Vida é conhecida em sua unidade essencial e o termo, mônada, começa a ter alguma significação real.

Os estudantes devem sempre lembrar que todas as distinções e categorias são produções mentais e são devidas às modificações do princípio do pensamento e ao controle da forma pela energia mental. Como o Pensador central do Universo trabalha através do poder do pensamento, o problema de superar estas distinções e diferenças permanece insuperável até o tempo em que o aspirante fique sob completo controle do segundo aspecto da divindade e saia do domínio do terceiro aspecto, ou matéria. Mas até a terceira iniciação, mesmo o segundo aspecto, (o aspecto do amor) implica na dualidade, pois ele está inerente no próprio amor. Sempre existe o Amante e o amado, o que Deseja e o desejado, o Procurador e o procurado. É somente quando o primeiro aspecto, aquele da Vida unificadora energizante (que varre todas as formas e todas as dualidades para uma grande síntese) é sentido na terceira iniciação, que as palavras que aqui ditei têm qualquer significado ou realização prática.

Vamos simplificar as coisas, se pudermos, por três claras afirmações; nelas nós resumiremos o trabalho que o discípulo realiza, ao lutar com e dominar as energias do mundo mental:

1 - O trabalho no plano mental produz a conscientização da dualidade. O discípulo procura fundir a alma com seu veículo e fazer isto conscientemente. Ele procura fundi-Ias numa unidade. Ele procura conscientizar que, aqui e agora, eles são UM. A unificação do eu e do não-eu é seu objetivo. O primeiro passo nesta direção é dado quando ele começa a deixar de se identificar com a forma e reconhece (durante este período de transição) que ele é uma dualidade.

2 - A mente, corretamente usada, se torna por isso um registrador de dois tipos de energia, ou de dois aspectos da manifestação da Vida Una. Ela registra e interpreta o mundo dos fenômenos. Ela registra e interpreta o mundo das almas. Ela é sensível aos três mundos da evolução humana. Ela se torna igualmente sensível ao reino da alma. Ela é o grande princípio mediador, neste ínterim de reconhecimento dual.

3 - Mais tarde, a alma e seu instrumento se tornam tão unificados e sintonizados que a dualidade desaparece e a alma sabe que ela é tudo que é, tudo que foi e tudo que será.

Há um cântico antigo e curioso de Atlântida que não é mais usado, mas naqueles tempos recuados era entoado pelo iniciado que alcançasse a terceira iniciação - a iniciação culminante daquele período. É como se segue. A translação dos símbolos nos quais foi escrito provoca a perda do ritmo e da potência.

"Eu permaneço entre os Céus e a Terra! Eu visualizo Deus; eu vejo as formas que Deus tomou. Odeio-as. Nada elas significam para mim, pois uma eu não posso alcançar e pela inferior das duas já não tenho amor.

"Roto estou. O espaço e sua Vida eu não posso conhecer e portanto não o quero. O tempo e suas miríades formas eu conheço muito bem. Pendente eu fico entre os dois, a nenhum desejando.

"Deus das alturas do Céu fala. Há uma mudança. Eu ouço com ouvido atento e escutando volto minha cabeça. Aquilo que é visualizado, contudo, visualizando não podia alcançar, está mais próximo de meu coração. Velhas saudades voltam, no entanto morrem. Velhas cadeias com clamor se rompem. Para a frente eu avanço.

"Miríades de vozes falam e procuram me deter no caminho. O ribombar dos sons da terra silencia a voz de Deus. Volto-me para o caminho que me leva adiante, e visualizo uma vez mais as alegrias por muito gozadas da terra, e carne e afins. Eu perco a visão das coisas eternas. A voz de Deus se apaga.

"Roto estou eu, mas somente por um pouco de tempo. Para a frente e para trás meu pequeno ser oscila, tal como um pássaro que investe para o céu e volta e se apoia na árvore. Contudo Deus, em Seu alto lugar, sobrevive ao passarinho. Assim eu sei que Deus será vitorioso e mais tarde sustentará minha mente e a mim na escravidão.

"Ouvi o alegre canto que eu entoo; o trabalho está feito. Meu ouvido está surdo a todos os chamados da terra, exceto aquela pequenina voz de todas as almas ocultas nas formas exteriores, pois elas são como eu mesmo; com elas sintonizo.

"A voz de Deus soa claramente" e em seus tons e sobretons as pequeninas vozes das pequenas formas esmaecem e desaparecem. Eu vivo num mundo de unidade. Eu sei que todas as almas são uma.

"Varrido eu sou pela Vida universal e à medida que avanço adiante no caminho - o caminho de Deus - Eu vejo todas as energias menores se desfazerem. Eu sou o Uno; Eu, Deus. Eu sou a forma na qual todas as formas se fundem. Eu sou a alma na qual todas as almas se fundem. Eu sou a Vida, e naquela Vida todas as pequenas vidas permanecem."

Estas palavras, cantadas nas antigas fórmulas em notas peculiares e selecionadas, eram muito potentes e trouxeram resultados precisos em certas antigas cerimônias que há muito tempo desapareceram.

Às três concisas afirmações acima feitas nós poderíamos acrescentar uma quarta, tal como se segue:

4 - Quando a chitta, ou matéria mental, é posta em atividade por ideias abstratas (os pensamento incorporados da mente divina, transportando a energia do criador e consequentemente a causa dos efeitos fenomênicos nos três mundos) e quando a isto se somam a compreensão divina e a apreensão sintética da vontade e do propósito de Deus, então os três aspectos da mente são unificados. Estes nós já abordamos antes e os chamamos:

1 - Matéria mental, ou chitta.
2 - Mente abstrata.
3 - Intuição ou razão pura.

Estes devem ser unificados na consciência do aspirante. Quando isto tiver acontecido, o discípulo terá construído a ponte (o antahkarana) que une:

1 - A tríade espiritual.
2 - O corpo causal.
3 - A personalidade.

Quando isto estiver feito o corpo egoico terá servido aos seus fins o Anjo solar terá feito o seu trabalho e o lado forma da existência não será mais necessário, tal como nós o compreendemos e o utilizamos, como um mediador de experiência. O homem entra na consciência da Mônada o UNO. O corpo causal se desintegra; a personalidade desaparece e a ilusão acaba. Esta é a consumação da Grande Obra e um outro filho de Deus terá entrado na casa do Pai. Que ele possa sair dali e entrar no mundo dos fenômenos para colaborar com o Plano é provável, mas ele não precisará submeter-se aos processos de manifestação como faz a humanidade. Ele pode então construir, para o trabalho, seu corpo de expressão. Ele pode trabalhar através e com a energia como determina o Plano. Registrem estas últimas palavras, pois elas contêm a chave para a manifestação.

Nosso estudo das energias que foram trazidas à nossa atenção ao estudarmos a Regra X trouxe-nos à consideração de:

Energia da Personalidade: emanando:

a) Do homem coordenado.
b) De seres humanos dominantes.
c) De grupos: tais como

1 - A Hierarquia dos Adeptos.
2 - O integrante Grupo de Místicos da Nova Era.

Esta será uma importante consideração, pois este grupo de místicos está ganhando cada ano em potência.

Energias Planetárias: emanando:

a) Dos sete planetas.
b) Da Terra.
c) Da Lua.

Somente poucas coisas podem ser registradas acerca desta seção de energias e a respeito do seguinte, pois esta é uma série de Instruções para o aspirante e não um tratado sobre a energia.

Energias Solares: emanando:

a) Do sol físico.
b) De fontes cósmicas.

Em todos os pensamentos relativos a estas energias dever-se-ia lembrar que eles nos são transmitidos através, ou antes, constituem os corpos de certas vidas a quem nós chamamos os devas, em seus grupos maiores e menores, e que por isso nós estamos todo o tempo trabalhando nos corpos de vidas e assim influenciando-os. Alguns de vocês, portanto, que fizeram um estudo de Um Tratado sobre o Fogo Cósmico poderão achar dignos de nota os seguintes itens de informação:

1 - Os tipos mais inferiores de devas ou construtores no Caminho evolutivo são devas violetas; em seguida vêm os verdes e, últimos de todos, devas brancos. Estes são todos dominados por um quarto e especial grupo. Estes controlam os processos exotéricos da existência do plano físico.

2 - Não deve ser esquecido, contudo, que, numa escala inferior da escala evolutiva, estão outros grupos de vidas, erradamente intitulados devas, que trabalham em obediência à lei e são controlados pelas entidades superiores. Estes são, por exemplo, as formas mais densas da vida gasosa, muitas vezes chamadas salamandras, os elementais do fogo. Estes estão diretamente sob o controle do Senhor Agni, Senhor do plano mental e, nesta era mental, nós temos o elemento do fogo entrando na mecânica da vida como nunca antes. Eliminem os produtos que são controlados pelo calor e farão nossa civilização parar; vocês acabariam com todos os meios de transporte e todos os modos de iluminação; fariam com que se dissolvessem todas as manufatoras. Basicamente, outra vez, estas Vidas ígneas são encontradas em tudo que queima e no calor que sustenta toda a formação da vida na Terra e causa o florescimento de todas as coisas vivas.

3 - Sob a Lei das Correspondências o plano mental tem uma analogia no terceiro subplano do plano físico, o plano no qual a ciência está agora entrando. A mente tem para sua principal expressão no mundo material o que nós chamamos nossa civilização científica.

4 - Agni governa no plano mental e tem domínio igualmente no terceiro subplano dos planos etéricos. Ele é o Senhor do quinto plano, ou mental, contando de cima para baixo, se é que precisamos empregar estes termos em função do simbolismo. Para este ciclo mundial, Agni é a influência dominadora, embora Indra, Senhor do nível búdico ou intuicional, tenha um controle sutil que está se fortalecendo firmemente. Toda a humanidade está aspirando pelo quarto plano de união entre os três superiores e os três inferiores mas, neste momento presente, o plano da mente ou do fogo é o maisimportante.

5 - Nós precisamos lembrar que assim como em particulares encarnações os homens são focalizados ou polarizados em vários corpos - algumas vezes no astral e algumas vezes no mental - assim neste tempo poder-se-ia inferir que nosso próprio Logos planetário está focalizado no Seu Corpo mental. Ele, foi dito, está aspirando pela quarta iniciação cósmica, o que torna possível nossa conquista da quarta iniciação, pois Ele nos leva Consigo e, em nosso nível particular, nós nos realizamos com células em Seu corpo.

6 - À medida que o tempo avança, Indra alcançará o controle e a era do ar será introduzida. Mais e mais, à medida que o princípio buddhico se manifestar e a união for conquistada, nós veremos esta era do ar chegar à existência. Uma corroboração disto pode ser vista no gradual controle do ar pelos homens. Num sentido esotérico, tudo no futuro será mais leve, mais rarefeito e mais etérico. Estou escolhendo as palavras com cuidado.

7 - "Nosso Deus é um Fogo consumidor" se refere primariamente a Agni, o fator controlador nesta era. Os devas do fogo desempenharão uma parte de crescente importância em todos os processos terrestres. A eles é dada a incumbência de inaugurar a Nova Era, o novo mundo e civilização e o novo continente. A última grande transição foi governada por Varuna.

8 - Agni controla não somente os fogos da terra e governa o plano mental, mas ele está definitivamente associado com a obra da elevação do fogo sagrado, a kundalini. Notem como a correspondência se estabelece. Uma grande parte da quinta raça-raiz, três quintos talvez, permanece próximo ao Caminho Probatório, e com a entrada da nova era e o advento do Cristo no tempo devido e em Seu próprio lugar (notem o cuidado com que Eu expresso isto; as asserções dogmáticas em termos das mentes concretas dos homens são desaconselháveis) muitos acharão ser possível fazer o adequado esforço extra implicado, para receber a primeira Iniciação maior. Eles começarão a passar do quinto plano para o quarto. O Senhor do Fogo realizará sua obra característica para este ciclo através da elevação do fogo de kundalini nos grandes números daqueles que estiverem prontos. Isto será iniciado neste século e desenvolvido ativamente pelos próximos mil anos.

Em seu trabalho poderemos mostrar mais tarde a vocês - tudo depende de sua aptidão - métodos de aproximação a estas forças dominantes, mas isto virá subjetivamente e não através do trabalho de magia e de fórmulas. A conquista de uma vibração correta operará automaticamente na produção de condições corretas e de relações corretas.

Eu assinalaria novamente que nós não perderemos tempo nas particularidades planetárias nem no intercâmbio das energias solares, mas nos ocuparemos com as leis da vida prática espiritual. Procuro apenas dar uns poucos pensamentos que têm relação com a era vindoura, e que capacitarão o homem a prosseguir na direção daquela herança gloriosa que é sua e na qual ele deverá inevitavelmente entrar sob a boa Lei e através da experiência do renascimento. Através do renascimento ele aprende a dominar e a utilizar a forma corretamente.

Todas as formas, em si mesmas, não são expressões de uma personalidade. Para assegurar isto, três tipos de energia precisam estar presentes. - três tipos, fundidos, misturados e coordenados em um organismo funcionante. Uma personalidade é, portanto uma fusão da energia mental, da energia emocional e da força vital, e estas três estão mascaradas, ocultas ou reveladas (observem esta terminologia) por uma concha externa ou forma de matéria física densa. Esta crosta externa é em si mesma uma forma de energia negativa. O resultado desta união de três energias em uma forma objetiva é a consciência- própria. Sua fusão produz aquele sentido de individualidade que justifica o uso da palavra "Eu" e que relata todas as ocorrências a um ser. Onde esta entidade central consciente existe, utilizando a mente, reagindo sensorialmente através do corpo emocional e energizando o físico denso (via o corpo vital) então existe uma personalidade. É a existência autoconsciente na forma. É a consciência da identidade em relação ás outras identidades e isto é igualmente verdadeiro de Deus ou do homem. É um senso de identidade, todavia, que persiste somente durante o processo criador e por tanto tempo quanto o aspecto matéria e o aspecto consciência apresentem a eterna dualidade da natureza. Em nosso desenvolvimento evolutivo ela não é conscientizada nas formas sub-humanas; ela é conscientizada no reino humano e é conscientizada mas fundida e negada pelas formas e consciências maiores que nós chamamos as super-humanas.

A personalidade é aquele estado de percepção que tem seu fator condicionalmente na matéria mental, mas isto pode ser transcendido quando aquela matéria mental não mais controlar. Como a matéria mental individual é uma parte integral da Mente Universal, e como o princípio da mente está inerente em todas as formas, o senso de individualidade e de consciência de si mesmo é sempre eternamente possível. Nos estados superiores de consciência ela é, todavia, finalmente relegada a uma posição subordinada. Deus, por exemplo, pode sempre e eternamente estar consciente daquela realidade que constitui o eu e que governa a integridade do sistema solar e do intercâmbio solar com outros sistemas, mas a consciência da divindade e a consciência da Deidade solar não se ocupam primariamente com o eu. Aquilo - como um resultado de períodos e experiências mundiais passadas - fica sob o umbral da consciência divina e se tornou tanto uma parte da natureza instintiva cósmica como são quaisquer dos atributos humanos. O foco da Atenção Eterna (se é que eu posso usar uma expressão tão não usual onde as palavras são quase necessariamente inúteis!) fica nos reinos da consciência além de nossa compreensão. Eles se situam tanto além de nosso conhecimento quanto a consciência de um Mestre da Sabedoria além do conhecimento de uma formiga ou de um camundongo. É, portanto infrutífero para nós nos ocuparmos com isso. Para nós há uma conquista da personalidade, ou de um pleno registro ou percepção do eu imanente, existe então o uso daquela personalidade e seu sacrifício, finalmente, pelo bem do grupo, com um consequente mergulho do eu no Eu Uno e a fusão da alma individual (consciente e voluntariamente) na Superalma.

"Eu sou", - o grito de todo ser humano! "Eu sou Aquilo", o grito de toda personalidade, que conscientiza seu eu e usa sua personalidade para expressar a vontade da entidade que a habita, a verdadeira pessoa. "Eu sou Aquele Eu Sou" - o grito da alma individual quando está perdida no todo e conscientiza sua unidade com a alma ou o Eu de tudo.

As características do indivíduo que está começando a funcionar como uma personalidade poderiam ser brevemente enumeradas da maneira seguinte: Elas são simples e claras e proeminentemente egoístas. Não nos esqueçamos que no passo primitivo no caminho para o eu é inevitável o egoísmo. Lembremos igualmente que o obstáculo primário para a personalidade avançada e altamente evoluída é o eu, ou prolongamento da atitude egoísta. As características, portanto são, em sua sequencia de desenvolvimento, as seguintes:

1 - A capacidade de dizer Eu sou, Eu quero, Eu desejo, Eu aspiro.

2 - A consciência de estar no centro do próprio pequenino universo "Em torno de mim os Céus se movem e as estrelas em seus cursos evoluem" é o moto desta etapa.

3 - Uma sensação de drama e a capacidade de visualizar-se como o centro do próprio ambiente.

4 - O sentimento de responsabilidade e a aptidão de considerar os membros da família humana circunstante como dependentes de nós.

5 - O sentimento de importância - o resultado do acima. Isto demonstra-se em poder e influência onde há uma entidade real e firmemente despertando por trás da "persona" e em espalhafato e bombástica onde uma pequena criatura egoísta funciona.

6 - O poder de usar o equipamento inteiro de modo que a mente e o cérebro funcionem sincronicamente e a natureza emocional é assim subordinada, inibida ou controlada. Isto envolve o firme crescimento do poder de usar o pensamento.

7 - Capacidade de viver uma vida coordenada de modo que o homem inteiro funcione e seja guiado pelo propósito (expressando a energia da vontade), pelo desejo (expressando a energia da natureza emocional ou psíquica) e pela vitalidade que impulsiona o veículo físico para o alinhamento com o propósito e o desejo.

8 - Poder para influenciar, sacudir, guiar e sustentar outros dentro do alcance do propósito e desejo individuais.

Quando esta etapa tiver sido alcançada, as três energias que constituem uma personalidade ter-se-ão fundido com êxito e o mecanismo ou equipamento do eu encarnado se torna um instrumento útil e valioso. O homem fica uma personalidade potente e se torna o centro de um grupo; ele se descobre como um ponto focal para outras vidas e é um indivíduo magnético influente, sacudindo outros, coordenando unidades humanas em grupos e organismos. Ele se torna o líder de organizações e de partidos, de corpos políticos e religiosos e, em alguns casos, de nações. Assim as personalidades dominantes chegam à existência e se encontram; elas descobrem assim a distinção entre o centro do poder, o eu, e o equipamento; elas finalmente se tornam conscientes da vocação em seu verdadeiro sentido do termo.

Deve-se notar que este desenvolvimento sequencial é paralelamente acompanhado por um crescimento interior da consciência da alma, embora o modo de expressão daquele crescimento interior seja grandemente dependente do raio no qual se encontre a Entidade espiritual.

Um ponto deve ser aqui registrado e com ele os aspirantes devem tomar cuidado. A conotação habitual das palavras "crescimento espiritual" é grandemente aquela pela qual se compreende o crescimento religioso. Um homem é considerado espiritual se estiver interessado nas Escrituras do mundo, se ele for um membro de uma Igreja e se viver uma vida de santificação. Mas esta não é uma definição verdadeira porque ela não é suficientemente compreensiva. Ela cresceu à custa da impressão imposta sobre o pensamento humano e suas terminologias pela Era de Piscis, e através da influência do sexto raio e do trabalho da Igreja Cristã - tudo muito necessário e tudo inerente ao Grande Plano, mas que (divorciado do seu contexto eterno) leva a uma exagerada ênfase de certas expressões divinas e ao desprezo de outras manifestações vitais da consciência divina.

O verdadeiro significado das palavras "crescimento espiritual" é muito mais amplo e mais inclusivo do que sua manifestação através da mediação da literatura mística e religiosa e organizações para a transmissão da verdade metafísica. O poder, propósito e vontade são qualidades e expressões divinas e mostram-se com igual clareza através de um Mussolini ou através de um Papa. Em ambos os casos o mecanismo de expressão se modifica e rebaixa as qualidades e serve como uma desvantagem. Uma personalidade potente pode funcionar em qualquer campo de expressão humana e seu trabalho exigirá a palavra espiritual na medida em que estiver baseada no elevado idealismo, no máximo bem do máximo número e no esforço marcado pelo autossacrifício. Estas três - idealismo, serviço do grupo e sacrifício - são características daquelas personalidades que estão se tornando crescentemente sensíveis ao aspecto alma, as qualidades daquela alma sendo conhecimento, amor e sacrifício.

É por isso que a ênfase em todas as escolas de verdadeiro esoterismo é posta sobre o motivo. As pessoas que são fortemente individuais e estão desenvolvendo uma consciência grupal inevitavelmente, em alguma vida, acham seu caminho para as escolas esotéricas e têm que ser guiadas de tal maneira que a natureza-alma envolva, ultrapasse e utilize a personalidade.
As características capitais daquelas personalidades que ainda não estão centradas na alma ou por ela controladas, são o domínio, a ambição, o orgulho e a falta de amor pelo todo, embora elas frequentemente alimentem o amor por aqueles que lhes sejam necessários ou ao seu conforto.

Vocês têm, portanto no desenvolvimento sequencial da humanidade as seguintes etapas:

1 - A da consciência animal.

2 - A do indivíduo polarizado emocionalmente, egoísta e governado pelo desejo.

3 - As duas etapas acima, mais um alcance intelectual crescente das condições ambientais.

4 - A etapa da responsabilidade pela família ou amigos.

5 - A etapa da ambição e do anseio pela influência e poder em algum campo da expressão humana. Isto leva a novos esforços.

6 - A coordenação do equipamento da personalidade sob estes estímulos.

7 - A etapa da influência, egoisticamente usada e frequentemente destrutiva, porque os padrões superiores ainda não estão registrados.

8 - A etapa de uma conscientização do grupo firmemente crescente. Isto é visualizado:

a) Como um campo de oportunidade.
b) Como uma esfera de serviço.
c) Como um lugar no qual o sacrifício pelo bem de todos se torna gloriosamente possível.

Esta última etapa põe um homem no caminho do discipulado, o qual inclui, desnecessário dizer, aquele da fase anterior, da prova ou teste.

O problema consiste em se descobrir em que degrau da escada e em que fase um estudante se encontra em qualquer particular tempo. Por trás de cada ser humano se estende uma longa série de vidas e alguns estão agora orientados na direção da etapa da expressão da personalidade dominante egoísta e estão se tornando indivíduos com plena noção consciente. Isto é, para eles, um passo adiante tanto quanto o discipulado o é para vocês. Outros são já personalidades e estão começando a experimentar com a energia fluindo através deles e a reunir em torno de si aquelas pessoas que vibram com sua nota e para quem elas têm definitivamente uma mensagem. Daí as miríades de pequenos grupos por todo o mundo, trabalhando em todo campo conhecido da expressão humana. Outros passaram além daquela etapa e estão se tornando descentralizados da expressão da personalidade nos três mundos da vida humana e estão motivados por uma energia que é o aspecto superior da energia da personalidade. Não mais elas trabalham e planejam e lutam para expressar suas personalidades e provocar seu impacto individual sobre o mundo ou reunir magneticamente em torno de si um grupo de pessoas que olhem para elas e assim alimentem as fontes do seu orgulho e ambição e que as tornem tanto influentes como importantes. Elas estão começando a ver as coisas numa perspectiva mais nova e mais verdadeira. Na Luz do Todo a luz do pequeno eu se apaga, assim como a luz que é inerente a todo átomo do corpo é reunida e ofuscada pela luz da alma quando essa resplandece em toda sua glória.

Quando esta etapa de altruísmo, de serviço de subordinação ao Eu Uno, e de sacrifício pelo grupo se torna o objetivo, um homem terá alcançado o ponto em que ele pode ser recebido naquele grupo de místicos e conhecedores do mundo e trabalhadores grupais que são o reflexo, no plano físico, da Hierarquia planetária.

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O NOVO GRUPO DE SERVIDORES DO MUNDO

Temos muitas vezes falado do grupo integrante de conhecedores que estão começando a funcionar na Terra, reunidos em formação leve e sustentados pelo laço espiritual interno e não por qualquer organização terna. A Hierarquia planetária sempre existiu e desde tempos imemoriais e bem desde o começo dos tempos aqueles filhos dos homens, que se ajustaram para o trabalho e que satisfizeram às exigências, encontraram seu caminho até as fileiras daqueles que estão por trás da evolução do mundo e guiam os destinos dos pequeninos.

Seus graus e trabalhos são teoricamente conhecidos e os nomes de alguns foram dados para as massas, - a que custo e sacrifício pessoal aquelas massas jamais saberão. Com a Hierarquia de adeptos Eu não me proponho a lidar. Os livros sobre o assunto são facilmente acessíveis e devem ser lidos com as necessárias reservas quanto ás interpretações simbólicas e aos efeitos limitadores das palavras.

Um acontecimento está, todavia transpirando sobre a terra, que é, a seu modo, tão oportuno e tão importante quanto aquela crise nos tempos de Atlântida, quando os corpos físicos, vital e astral foram coordenados e formaram uma unidade funcional. Então, a "ioga da devoção" ou bhakti ioga foi iniciada para o treino dos aspirantes daquele tempo. Uma réplica no plano físico (na medida em que tal réplica era então possível) foi organizada com aqueles que podiam trabalhar devotadamente e que podiam aprender, através do uso do cerimonial e das representações pictóricas, algum tipo de atividade que pudesse levar adiante o trabalho hierárquico na Terra e assim constituir uma escola de treinamento para aqueles que mais tarde fossem admitidos nas fileiras da Hierarquia.

Os remanescentes deste grupo de Atlântida permanecem conosco nos modernos movimentos Maçônicos, e o trabalho da Hierarquia foi assim perpetuado no signo e no símbolo. Foi assim preservada na consciência da raça uma representação pictórica de uma momentosa condição planetária que atuou na família humana nesta coordenação tríplice. Mas ela foi primeiramente objetiva. Forma e símbolo, instrumento e mobiliário, templo e tom, ofícios e exterioridades eram os fatores proeminentes; eles ocultavam a verdade e nós preservamos, portanto, a "forma visível e externa de uma realidade interna e espiritual". Somente eram, naqueles dias, autorizados a participar nesses mistérios e trabalhar, aqueles que sentiam dentro de si mesmos a aspiração e o desejo de uma visão mística e que amavam profundamente e eram devotados ao ideal espiritual. Não se exigia deles que possuíssem mentalidades ativas e seus poderes intelectuais eram praticamente nenhum. Eles gostavam e necessitavam da autoridade; eles aprendiam através do cerimonial; eles eram devotados aos Grandes cujos nomes e formas permaneciam por trás dos oficiantes nas lojas exotéricas. A mente não entrava nisso. Isto precisa ser lembrado. Não havia personalidade.

Hoje, no mundo, outro momento de crise chegou. Não me refiro à presente condição mundial, mas ao estado da consciência humana. A mente chegou a um poder funcionante, as personalidades estão coordenadas. Os três aspectos do homem estão sendo fundidos. Outra formação ou precipitação da Hierarquia de adeptos se tornou possível. No plano físico, sem qualquer organização exotérica, cerimoniais, nem forma exterior, está se integrando - silenciosa, firme e poderosamente - um grupo de homens e mulheres que superpor-se-ão finalmente ao prévio esforço hierárquico. Eles superpor-se-ão a todas as igrejas, a todos os grupos e a todas as organizações e finalmente constituirão aquela oligarquia de almas eleitas que governarão e guiarão o mundo.

Eles estão sendo selecionados de cada nação, mas estão sendo reunidos e escolhidos, não pela Hierarquia que observa ou por qualquer Mestre, mas pela força de sua resposta à oportunidade espiritual, maré e nota. Eles estão emergindo de todo grupo e igreja e partido e serão, portanto, verdadeiramente representativos. Isto eles fazem não pelo impulso de sua própria ambição e esquemas orgulhosos, mas através do altruísmo próprio de seu serviço. Eles estão abrindo seu caminho para o cume em todo departamento do conhecimento humano, não por causa da vociferação que fazem sobre suas próprias ideias, descobertas e teorias, mas porque eles são tão inclusivos em sua visão e tão abertos em sua interpretação da verdade que eles veem a mão de Deus em todos os acontecimentos, a impressão Dele em todas as formas e Sua nota ressoando através de todo canal de comunicação entre a realidade subjetiva e a forma exterior objetiva. Eles são de todas as raças; eles falam todas as línguas; abraçam todas as religiões; todas as ciências e todas as filosofias. Suas características são síntese, inclusividade, intelectualidade e fino desenvolvimento mental. Não pertencem a nenhum credo, salvo o credo da Fraternidade, baseada na Vida una. Não reconhecem nenhuma autoridade, salvo aquela de suas próprias almas, e nenhum Mestre, salvo o grupo que eles procuram servir e a humanidade a quem amam profundamente. Não erigem barreiras entre si próprios, mas são governados por uma tolerância ampla e uma sã mentalidade e senso de proporção. Olham com os olhos abertos para o mundo dos homens e reconhecem aqueles que eles podem elevar e para quem podem ficar como permanecem os Grandes, - elevando, ensinando e ajudando. Eles reconhecem seus pares e iguais e se conhecem trabalhando se encontram e ficam ombro a ombro com seus companheiros de trabalho na obra de salvar a humanidade. Não importa se suas terminologias diferirem, se suas interpretações dos símbolos e escrituras variarem, ou se suas palavras forem muitas ou poucas. Eles veem os membros do seu grupo em todos os campos - político, científico, religioso e econômico - e lhes dão o sinal de reconhecimento e a mão de um irmão. Eles reconhecem semelhantemente Aqueles que passaram adiante deles na escala evolução e saúdam-NOS como Mestres e procuram aprender Deles aquilo que Eles estão tão interessados em transmitir.

Este grupo é o produto do passado e Eu tocarei neste passado; Eu também indicarei a situação atual e adiantarei de algum modo as linhas gerais segundo as quais sua associação e o trabalho futuro se desenvolverão. Que tal grupo está se formando é verdade e representa um bom augúrio para as décadas vindouras. De maneira silenciosa e sutil eles já estão fazendo sentir sua presença, mas sua influência é por enquanto primariamente subjetiva.

Comecemos com o passado. Em torno do ano 1.400 a Hierarquia dos Mestres deparou-se com uma situação difícil. Na medida em que se tratava o segundo raio (que tinha a ver com a transmissão da verdade espiritual) tinha-se chegado ao que Eu poderia chamar uma completa exteriorização daquela verdade. A atividade do primeiro raio tinha também trazido uma intensa diferenciação e cristalização entre as nações e governos do mundo. Estas duas condições de concreta ortodoxia e diferenças políticas persistiram por muitas gerações e estão ainda se manifestando. Hoje nós temos uma condição semelhante tanto no mundo da religião como no da política Isto é verdadeiro seja ao se considerar a Índia ou a América, a China ou a Alemanha, seja ao se estudar a história do Budismo com suas muitas seitas, o Protestantismo com suas miríades de grupos se digladiando, ou as muitas escolas de filosofia no oriente ou no ocidente. A condição está espalhada e a consciência pública tremendamente diversificada, mas este estado de coisas marca a soma do período de separatividade e o fim, antes que se passem muitos séculos, desta intensa distinção de pensamento.

Depois de registrar e observar esta direção das coisas por outros cem anos, os Irmãos Mais Velhos da Raça convocaram um conclave de todos os departamentos em torno do ano 1500 da Era Cristã. Seu objetivo era determinar como a necessidade da integração, que é essencialmente a nota-chave para a nossa ordem universal, poderia ser acelerada e que passos poderiam ser dados para produzir aquela síntese e unificação no mundo do pensamento que possibilitassem a manifestação do propósito da Luz divina que trouxera tudo à existência. Quando o mundo do pensamento estiver unificado, então o mundo exterior entrará numa ordem sintética. Deve-se lembrar aqui que os Mestres pensam em termos amplos e trabalham nos ciclos mais largos do esforço evolutivo. Os ciclos frágeis e temporários, o pequeno fluxo e refluxo dos processos cósmicos não ocupam a s a atenção na primeira instância.

Neste conclave Eles tiveram três Coisas a fazer:

1 - Visualizar o plano divino numa escala tão grande quanto possível e renovar suas mentes com a visão.

2 - Registrar que influências ou energias estavam disponíveis para usar no grande esforço no qual Eles estavam empenhados.

3 - Treinar os homens e mulheres que eram então probacionários, chelas e iniciados, de modo que, no tempo devido, Eles pudessem ter um grupo satisfatório de auxiliares sobre quem se apoiar, nos séculos seguintes.

Em conexão com estes aspirantes, dois problemas surgiram:

1 - Tiveram que lidar com o fracasso por parte dos discípulos, mesmo os mais avançados, em preservar a continuidade de consciência, um fracasso ainda agora manifestado por até iniciados.

2 - Os Mestres se depararam com as mentes e cérebros dos chelas curiosamente insensíveis aos contatos superiores e isto novamente é uma condição que ainda prevalece. Os chelas, então como agora, possuíam aspiração, um desejo de servir à humanidade, devoção e ocasionalmente um equipamento mental adequado, mas a sensibilidade telepática, aquela resposta instintiva à vibração hierárquica e aquela libertação do psiquismo inferior que são os necessários pré-requisitos a um intensivo trabalho inteligente, estavam faltando de maneira singular. Para aquele assunto, ainda estão assim, decepcionantemente. A sensibilidade telepática está decididamente aumentando como um resultado das condições mundiais e da tendência evolutiva; isto é (para os trabalhadores no plano interno) um sinal muito encorajador, mas o amor pelos fenômenos psíquicos e o fracasso em diferenciar entre as vibrações dos vários graus dos trabalhadores hierárquicos ainda impede grandemente o trabalho.

Vocês poderão aqui perguntar e com razão. Qual é o plano? Quando Eu falo do plano não penso em um plano tão geral como o plano de evolução ou o plano para a humanidade que nós denominamos pelo termo até certo ponto sem significação que é o desenvolvimento da alma. Estes dois aspectos do esquema para o nosso planeta são tidos como fatos consumados e são apenas modos, processos e meios para um fim específico. O plano como atualmente sentido, e para o qual os Mestres estão firmemente trabalhando, pode ser definido assim: - É a produção de uma síntese subjetiva na humanidade e de um intercâmbio telepático que finalmente anulará o tempo. Tornarão disponíveis para cada homem todos os conhecimentos e realizações passadas, revelará ao homem o verdadeiro significado de sua mente e cérebro e torná-lo-á o condutor daquele equipamento e fa-lo-á por isso onipresente e finalmente abrirá a porta para a onisciência. Este próximo desenvolvimento do plano produzirá no homem uma compreensão - inteligente e cooperadora - do propósito divino para o qual o Uno em Quem nós vivemos e nos movemos e temos nossa existência considerou sábio submeter à encarnação. Não pensem que Eu possa relatar do plano como ele verdadeiramente é. Não é possível para nenhum homem, abaixo do grau de iniciado do terceiro grau, percebê-lo e muito menos compreendê-lo. O desenvolvimento do mecanismo pelo qual um discípulo pode estar em contato com Aqueles responsáveis pela elaboração dos planos e a capacidade para conhecer (e não unicamente sentir de leve) aquele fino aspecto do todo que é o passo imediatamente adiante e com o qual a cooperação é possível, que pode ser alcançado por todos os discípulos e deve ser mantido como a meta diante de todos os aspirantes, com a exceção dos discípulos probacionários que ainda não são suficientemente estáveis em seus esforços, todos podem portanto esforçar-se na direção da conquista de continuidade de consciência e para o despertar daquela luz interior que, quando vista e inteligentemente usada, servirá para revelar outros aspectos do Plano e, especialmente aquele ao qual o conhecedor iluminado pode responder e ultimamente servir.

Concretizar isto tem sido o objetivo de todo o treinamento dado durante os últimos 400 anos; deste fato vocês podem visualizar a extrema paciência dos Conhecedores da raça. Eles trabalham lentamente e com determinação, livres de qualquer sentido de velocidade, na direção de Seu objetivo, mas - e aqui jaz o imediato interesse do que Eu tenho a comunicar - Eles de fato têm um prazo limitado. Este é baseado na Lei dos Ciclos. Ele diz respeito à operação de certos períodos de oportunidade que necessariamente têm o seu término. Durante estes tempos de oportunidade, forças, influências e energias estão temporariamente em ação e desses os Mestres procuram fazer uso.

Olhando adiante, durante o conclave ao qual Eu tenho feito referência, os Servidores da raça reunidos registraram a futura vinda da era de Aquário, com suas energias distintas e suas interessantes oportunidades. Anotaram e procuraram preparar o homem para aquele período que deveria ser de aproximadamente 2500 anos e que, se utilizado de maneira adequada, deveria alcançar a unificação, consciente e inteligentemente, da humanidade, e assim produzir a manifestação do que Eu prefiro chamar a "fraternidade científica" para se distinguir da conotação sentimental do termo agora tão prevalente.

Pareceu a Eles naquele tempo, que seria necessário fazer duas coisas antes que as potências vindouras da era de Aquário pudessem ser empregadas com proveito. Primeiro de tudo, a humanidade precisa ter sua consciência elevada até o plano mental; ela precisa expandir-se de tal modo a incluir não somente o mundo da emoção e do sentimento mas também o do intelecto. As mentes dos homens precisam ser tornadas larga e geralmente ativas e o nível inteiro da inteligência humana precisa ser elevado. Foi necessário, em segundo lugar, que algo fosse feito para derrubar as barreiras da separatividade, do isolamento e do preconceito, que estavam mantendo os homens separados uns dos outros e que, Eles anteciparam, iriam acentuar-se. Ciclo após ciclo, os homens estavam cada vez mais envolvidos em si mesmos - satisfação, exclusividade e orgulho racial. O resultado disso levaria inevitavelmente a amplas rupturas e à construção de barreiras mundiais entre nação e nação, e entre raça e raça.

Esta determinação dos membros da Hierarquia para treinar as mentes dos homens mais rapidamente e de construir visando uma unidade mais sintética levou-os a uma decisão que envolveu a formação de unidades grupais e provocou a emergência daqueles grupos de trabalhadores e pensadores que, através de suas atividades, tão grandemente governaram e modelaram nosso mundo nos últimos três ou quatro séculos. Nós temos, portanto, datando deste conclave, a inauguração do trabalho grupal definido e específico segundo linhas claramente delineadas, com cada grupo representando alguma especial apresentação da verdade e algum aspecto do conhecimento da realidade.

Estes grupos se enquadram geralmente em quatro grandes divisões: cultural, política, religiosa e científica. Nos tempos mais modernos três outros grupos definitivamente emergiram; são eles o filosófico, o psicológico e os grupos financeiros. Os filósofos sempre estiveram conosco, naturalmente, mas na maior parte do tempo eles foram unidades isoladas que fundaram escolas caracterizadas pelo sectarismo e pela separatividade. Agora não há figuras proeminentes como no passado, mas grupos que representam certas ideias. É de profunda importância que o trabalho destes grupos de pensadores seja reconhecido como parte do programa hierárquico, destinado a produzir certa situação, a alcançar certas condições preparatórias e desempenhando um papel definido no trabalho de evolução mundial naquilo que diz respeito à humanidade.

Sob a influência dos diferentes raios à proporção que entraram e saíram ciclicamente da atividade, pequenos grupos de homens surgiram, fizeram o seu papel na formação do grupo e desapareceram, muitas vezes inconscientes de sua síntese inerente e de seus colaboradores. Como pode ser visto em qualquer inteligente retrospecto histórico, o trabalho que eles fizeram pela raça e sua contribuição ao espetáculo do progresso da humanidade se evidencia com clareza. Não tenho tempo para tomar esta relação de grupos, de cada guardião de uma especial contribuição, e descrever-lhes o trabalho que fizeram ou os impulsos subjetivos sob os quais trabalharam. Posso apenas indicar a linha de seus esforços e deixar para alguns iluminados estudantes de história a delineação do fio dourado de sua obra espiritual ao elevarem o padrão mental da raça e porem o homem em relação com o mundo em que vivia, abrindo seus olhos não somente para a natureza da matéria e da forma, mas também para as ocultas profundezas de seu próprio ser. Através de suas atividades nós agora temos uma humanidade em íntima relação, embora não una, e uma humanidade caracterizada por três coisas:

1 - Uma interessante inter-relação e intercomunicação, das quais o rádio, a imprensa, os modernos meios de transporte, o telefone e o telégrafo são os servos.

2 - Um empreendimento filantrópico largamente espalhado e o crescimento do senso de responsabilidade por um irmão, que era totalmente desconhecido no ano de 1500. Movimentos tais como a Cruz Vermelha, fundações educacionais, hospitais e as atuais medidas de alívio econômico encontradas em cada país são suas manifestações exotéricas.

3 - Uma divisão da família humana inteira, consciente ou inconscientemente, em dois grupos básicos: primeiro, aqueles que conservam a velha ordem das coisas, que são reacionários e separatistas. Eles representam o nacionalismo separatista, fronteiras, servidão e obediência servil; exemplificam o sectarismo religioso e a dependência à autoridade. São contra todas as inovações e progresso. Segundo, aqueles que visualizam um mundo unificado no qual o amor de Deus significa um amor a um vizinho, e onde os motivos sustentando todas as atividades religiosas, políticas educacionais são caracterizadas por uma consciência mundial e o bem estar do corpo inteiro e não da parte.

A unificação à qual os povos que olham para frente aspiram, não envolve o negligenciar de qualquer parte, mas de fato envolve o cuidado e manutenção de qualquer parte de modo que ela possa contribuir para o bem-estar do organismo inteiro. Envolve, por exemplo, o governo correto e o apropriado desenvolvimento de toda unidade nacional de modo que ela possa desempenhar de maneira adequada seus deveres internacionais, e assim formar parte de uma fraternidade mundial de nações.

Este conceito nem mesmo envolve a formação de um estado mundial, mas efetivamente envolve o desenvolvimento de uma consciência pública universal, que conscientize a unidade do todo, e assim produza a determinação que cada um deva ser por todos e todos por cada um, como foi dito. Somente desta maneira poder-se-á alcançar uma síntese internacional que será caracterizada pelo altruísmo político e nacional. Esta mentalidade universal, mais uma vez, não envolverá inevitavelmente a fundação de uma religião universal ou mundial. Ela requer simplesmente o reconhecimento de que todas as formulações da verdade e da crença são somente parciais em tempo e espaço, e se ajustam temporariamente aos temperamentos e condições da época e da raça. Aqueles que favorecerem alguma particular aproximação da verdade alcançarão, todavia, a conscientização de que outras aproximações e outros modos de expressão e terminologias e outras maneiras de definir a deidade podem ser igualmente corretas e em si mesmas constituem aspectos de uma verdade que é maior e mais vasta do que o atual equipamento do homem pode alcançar e expressar. Mesmo os Próprios Grandes apenas tenuemente sentem a realidade e embora Eles estejam mais conscientes dos propósitos mais profundos subjacentes mais do que Seus chelas, contudo, mesmo Eles não veem o objetivo último. Eles também são forçados a usar tais termos sem significação em seu ensinamento como Realidade Absoluta e Conscientização Última.

Daí, durante os últimos três séculos, grupo após grupo ter aparecido e desempenhado o seu papel, para hoje nós colhermos os benefícios de suas conquistas. Sob o grupo cultural, por exemplo, nós vemos surgir os poetas da era Elisabetana e os músicos da Alemanha e da era Vitoriana. Grupos de artistas podem ser igualmente encontrados, dando-nos as famosas escolas que são a glória da Europa. Dois famosos grupos, um cultural e outro político, também desempenharam seu papel, um produzindo a Renascença e o outro provocando a Revolução Francesa. Os efeitos de seu trabalho ainda podem ser sentidos, pois o movimento humanístico moderno, com sua ênfase sobre o passado que está sendo completado no presente e sua pesquisa sobre as raízes do equipamento do homem em períodos anteriores, provém da Renascença. A Revolução e a determinação de lutar pelos direitos divinos do homem encontram sua primeira influência inauguradora e impulso na revolução na França. A revolta, a formação de partidos políticos, a luta de classe que hoje predomina e a pulverização de cada país em grupos políticos antagônicos, tornaram-se universais durante os últimos duzentos anos e são todos os resultados da atividade grupal iniciada pelos Mestres. Os homens cresceram assim e aprenderam a pensar e mesmo que possam ter pensado erradamente e possam ter iniciado experiências desastrosas, o bem último é certo e inevitável. Desconfortos temporários, depressões passageiras, guerra e derramamento de sangue, penúria e vício podem levar os que não pensam às profundezas do pessimismo. Mas aqueles que conhecem e sentem a mão interna da Hierarquia guiando, estão cientes de que o coração da humanidade vai bem e que do presente caos e talvez em grande parte por causa dele, surgirão aqueles competentes para lidar com a situação e adequados à tarefa da unificação e síntese. Este período foi ocultamente chamado a "era da restauração do que foi quebrado pela queda". O tempo chegou em que as partes separadas podem ser reunidas e o todo se junta novamente em sua perfeição primitiva.

Os grupos religiosos também foram muitos, - tantos que é inútil sua enumeração. Nós temos os grupos dos místicos católicos que são a glória do Ocidente, há também os protestantes luteranos, calvinistas e metodistas, os Pais Peregrinos, - aqueles homens sérios e amargos - os mártires huguenotes e morávios e os milhares de modernas seitas em cada grupo. Todos eles serviram ao seu propósito e conduziram o homem ao ponto de revolta e afastado da submissão à autoridade. Conduziram o homem até a etapa de pensar por si mesmo pela força de seu exemplo único. Eles se situaram pela liberdade e pelo direito pessoal de saber.

Estes últimos grupos agiram grandemente sob a influência do sexto do segundo raios. Os culturais emergiram sob a influência do quarto raio, ao passo que o primeiro raio impeliu as atividades políticas que provocaram tais mudanças nas nações. Sob os impulsos do terceiro e do quinto raios, grupos de investigadores científicos surgiram, trabalhando com as forças e energias que constituem a Vida divina, lidando com a vestimenta externa de Deus, pesquisando de fora para dentro e demonstrando ao homem sua unidade essencial com toda a criação e seu relacionamento, intrínseco e vital, com todas as forças de Vida. Os nomes dos indivíduos em qualquer grupo são legião e relativamente sem importância. É o grupo e seu trabalho inter-relacionado que conta. É interessante notar que no grupo científico a unidade subjacente é particularmente notável, pois seus membros são singularmente livres do sectarismo e da competição egoísta. Isto não pode ser dito dos grupos religiosos e políticos.

Em relação às muitas nações e miríades de homens sobre a Terra, estes grupos modeladores sob as várias divisões são pouco numerosos. Seu pessoal, sua contribuição ao crescimento da expressão humana e seu lugar no plano podem facilmente ser rastreados. O ponto a ser salientado é que eles foram todos motivados a partir do lado subjetivo interno da vida; eles surgiram sob uma premência divina e com um trabalho específico a cumprir; eles foram todos compostos na primeira etapa com discípulos e iniciados dos graus menores; eles foram todos subjetivamente guiados passo a passo por suas próprias almas que, por sua vez, vêm cooperando conscientemente com a Hierarquia dos Conhecedores. Este tem sido o caso mesmo quando o próprio homem era totalmente inconsciente de seu lugar no grupo e da divina missão do grupo. Recordem-se também que não houve nenhum fracasso, embora aqui e ali o indivíduo não se cientificasse do sucesso. A característica destes trabalhadores é que eles constroem para a posteridade. Que aqueles que os seguiram fracassaram e que aqueles que responderam a este trabalho não foram sinceros para com o ideal é desastrosamente verdade, mas o grupo inicial fez o seu papel uniformemente. Isto nega o pessimismo, com certeza, e demonstra a excepcional potência da atividade subjetiva.

Os três grupos aos quais Eu me referi antes, exigem uma palavra de comentário. Seu trabalho é curiosamente diferente do dos outros grupos e suas fileiras são tão recrutadas de todos os grupos de raios, embora os membros do terceiro grupo (o dos financiadores) sejam encontrados primariamente no sétimo raio, o da organização do cerimonial. Na ordem de sua emergência, eles são os grupos de filósofos, de psicólogos e dos homens de negócios.

O grupo de filósofos de data mais moderna já está poderosamente moldando o pensamento, ao passo que as antigas escolas dos filósofos asiáticos estão apenas começando a influenciar as ideias ocidentais. Através da análise, da correlação e da síntese, o poder do pensamento do homem se desenvolve e a mente abstrata pode ser unificada com a concreta. Através do seu trabalho, portanto, aquela interessante sensibilidade do homem, com suas três características dominantes do instinto, intelecto e intuição, é levada a uma condição de inteligente coordenação. O instinto relaciona o homem com o mundo animal, o intelecto o une aos seus semelhantes, ao passo que a intuição lhe revela a vida da divindade. Todos estes três são o assunto da investigação filosófica, pois o tema dos filósofos é a natureza da realidade e os meios do conhecimento.

Os dois mais modernos grupos são os psicólogos que trabalham sob a injunção délfica, "Homem, conhece-te a ti mesmo", e os financistas que são os guardiões dos meios pelos quais o homem pode viver no plano físico. Estes dois grupos necessariamente, e apesar das aparentes divergências e diferenças, são mais sintéticos em seus aspectos foundationais do que quaisquer dos demais. Um grupo se relaciona com a humanidade, com os tipos variáveis da humanidade, o mecanismo empregado e as premências humanas, características, e com o propósito - aparente ou oculto - de seu ser. O outro grupo controla e ordena os meios pelos quais ele existe, controlando tudo que possa ser convertido em energia e constituindo uma ditadura sobre todos os modos de intercâmbio, comércio e câmbio. Eles controlam a multiplicidade dos objetos-forma que o homem moderno considera essenciais ao seu modo de viver. Dinheiro, como já disse antes, é somente a energia ou vitalidade cristalizada, - o que o estudante oriental chama de energia prânica. É uma concretização da força etérica. É, por conseguinte, energia vital exteriorizada, e esta forma de energia está sob a direção do grupo financeiro. Ele é o grupo mais recente em questão de data, e seu trabalho (deve-se ter em mente) é muito definidamente planejado pela Hierarquia. Eles estão provocando sobre a terra efeitos de grande alcance.

Agora que os séculos se passaram desde o conclave no século dezesseis, estes grupos externos desempenharam sua parte e realizaram um serviço extraordinário. Os resultados alcançados chegaram a uma etapa em que são internacionalmente eficientes e sua influência não está confinada a uma nação ou raça. A Hierarquia agora se depara com outra situação que requer uma cuidadosa manipulação. É preciso reunir e unir os vários fios de energia influenciadora e as diferentes tendências da força de pensamento que o trabalho dos grupos produziu desde o ano 1500. Eles têm também, agora, que eliminar alguns dos efeitos que estão impulsionando para uma ulterior diferenciação. Isto deve inevitavelmente ser assim quando a força é trazida ao contato do mundo material. Impulsos Iniciais têm em si potência tanto para o bem como para o mal. Na medida em que a forma permanece de importância secundária e relativamente desprezível, nós a chamamos bem. Então a ideia, e não sua expressão, controla. À medida que o tempo passa e a energia do pensamento produz seu impacto sobre a matéria e mentes inferiores se apropriam do particular tipo de energia ou são por ela vitalizadas, então o mal começa a fazer sentir sua presença. Isto finalmente se evidencia como egoísmo, separatividade, orgulho e aquelas características que tanto mal produziram no mundo.

Cerca de dezessete anos atrás os Mestres se encontraram e chegaram a uma decisão capital. Assim como tinha sido decidido no conclave anterior selecionar das massas incultas dos homens, grupos de trabalhadores segundo várias linhas e lhes delegar a tarefa de elevar a humanidade e expandir a consciência humana, agora foi considerado oportuno selecionar dentre os muitos grupos um grupo que deveria conter (como a própria Hierarquia) homens de todas as raças, de todos os tipos e tendências Este grupo tem uma missão específica e alguns dos fatos a seu respeito poderiam ser descritos como se segue:

Trata-se antes de tudo de uma tentativa de exteriorização da Hierarquia no plano físico, ou uma pequena réplica atuante de seu corpo essencialmente subjetivo. Seus membros estão todos em corpos físicos, mas precisam trabalhar inteira e subjetivamente, assim utilizando o aparelhamento interno sensível e a intuição. Deve ser composto de homens e mulheres de todas as nações e idades, mas cada um deve ser espiritualmente orientado, todos devem ser servidores conscientes, todos devem estar mentalmente polarizados e alertas e todos devem ser inclusivos.

Uma das condições essenciais impostas sobre o pessoal do grupo é que devem estar desejosos de trabalhar sem recompensa, em níveis subjetivos. Devem trabalhar por trás das cenas como fazem os Grandes. Seus membros por isso devem estar livres de toda ambição e de todo orgulho de raça e de realização. Devem também estar sensorialmente conscientes de seus semelhantes e de seus pensamentos e condições ambientais.

É um grupo que não tem nenhuma organização exotérica de nenhuma espécie, nem sede, nem publicidade, nem nome grupal. É um conjunto de trabalhadores e servidores obedientes da PALAVRA - obedientes às suas próprias almas e à necessidade do grupo. Todos os verdadeiros servidores em toda parte, portanto, pertencem a este grupo, seja a sua linha de serviço, cultural, política, científica, religiosa, filosófica, psicológica ou financeira. Eles constituem parte do grupo interno de trabalhadores pela humanidade e dos místicos mundiais, saibam-no eles ou não. Eles serão assim reconhecidos pelos seus companheiros de grupo quando entrarem em contato pelos meios acidentais de intercâmbio mundial.

Este grupo dá à palavra "espiritual" um significado amplo; eles creem que ela signifique uma tentativa inclusiva na direção do aperfeiçoamento humano, em sua elevação e compreensão; dão a ela a conotação de tolerância, comunhão sintética internacional, inclusividade religiosa e todas as tendências de pensamento que digam respeito ao desenvolvimento esotérico do ser humano.

É um grupo, portanto, sem uma terminologia ou Bíblia de nenhuma espécie; não tem nem credo nem qualquer formulação dogmática. O impulso motivador de cada um e de todos é o amor a Deus na medida em que ele se manifesta como amor ao nosso semelhante. Eles conhecem o verdadeiro significado da fraternidade, sem distinção de raça. Suas vidas são vidas de serviço voluntário, prestado com absoluto altruísmo e sem quaisquer restrições.

O pessoal do grupo somente é conhecido pelos Irmãos Mais Velhos da raça e não há registro de nomes e há somente três exigências:

1 - Uma certa porção de conciliação entre a alma e seu mecanismo é essencial, e aquela triplicidade interior, usualmente adormecida na maioria, de alma-mente-cérebro precisa estar alinhada e em atividade.

2 - O cérebro tem que estar telepaticamente sensível em duas direções e voluntariamente. Ele deve estar consciente do mundo das almas e também do mundo dos homens.

3 - É preciso existir uma capacidade de abstração ou de pensamento sintético. Isto capacitará um homem a superar as barreiras raciais e religiosas. Quando isto ocorrer, também haverá uma assegurada crença na continuidade da vida e sua correlação com a vida após a morte.

Para resumir a situação, é preciso anotar que os grupos no passado se fixaram em certos aspectos da verdade e demonstraram certas características dos raios. O novo grupo expressará todos os aspectos e terá em si membros de todos os raios. A maioria dos trabalhadores nos muitos grupos desenvolveu certos detalhes do plano e acrescentou sua cota de energia ao impulso progressivo da humanidade, mas fizeram isto, na maior parte, sem qualquer verdadeira compreensão do que estavam realizando e sem nenhuma real compreensão daquela relação corpo-alma que conduz ao trabalho realmente inteligente, a menos que façamos exceção a uns poucos proeminentes místicos tais como Meister Eckhart. Foram primariamente grupos de personalidades, com aquele acréscimo do toque de genialidade que indica certo contato com a alma. O grupo que está agora em processo de formação é composto daqueles que estão conscientes do fato da alma e estabeleceram um intercâmbio com a alma, que é real e duradouro; eles consideram a mente, as emoções e a natureza física como simplesmente um equipamento através do qual os contatos humanos podem se estabelecer e seu trabalho, tal como o veem, deve ser levado adiante através deste equipamento, agindo sob a direção da alma. São, pois, almas viventes, atuando através de personalidades e não personalidades agindo por ocasionais impulsos da alma. Os membros dos muitos grupos eram todos de certo modo unilaterais e seus talentos seguiam alguma linha específica. Demonstravam uma capacidade de escrever, como Shakespeare, de pintar como um da Vinci, de produzir obras de arte musicais como um Beethoven, ou de provocar mudanças mundiais como Napoleão. Mas o novo tipo de trabalhador de grupo é um indivíduo completo, com uma capacidade de fazer quase qualquer coisa em que ponha a mão, mas com um impulso básico para trabalhar em níveis mentais mais do que no plano físico. Ele é, portanto útil para a Hierarquia porque pode ser usado numa variedade de maneiras, por sua flexibilidade e experiência e uma estabilidade de contato pode ser toda subordinada às exigências do grupo.

O verdadeiro expoente deste novo tipo de grupo não se tornará evidente antes de muitas décadas. Ele será um verdadeiro Aquariano com um toque universal, uma intensa sensibilidade, um equipamento mental altamente organizado, um equipamento astral que é primariamente capaz de responder às vibrações espirituais superiores, um corpo vital poderoso e controlado e um corpo físico são, embora não robusto no uso comum do termo.

Qual então é a presente situação em conexão com o grupo integrante de místicos? Sejamos explícitos.

Em todo país europeu, nos Estados Unidos da América, e em partes da Ásia e da África do Sul, encontram-se certos discípulos, usualmente não identificados pelo mundo, que pensam a verdade. Permitam-me chamar a atenção para aquela locução. Os mais importantes trabalhadores neste novo grupo e aqueles que estão mais próximos dos Grandes são aqueles cuja vida de pensamento diária está orientada para o novo ideal. Que esta vida de pensamento deles possa traduzir-se em atividades exotéricas definidas pode ser verdadeiro, mas eles são antes de tudo e, sempre, aqueles que vivem e trabalham no e a partir do "elevado e secreto local". Sua influência é exercida silenciosa e quietamente e eles não dão ênfase às suas personalidades, às suas próprias opiniões e ideias, ou aos seus métodos de prosseguir com o trabalho. Eles possuem uma plena conscientização de suas próprias limitações, mas isto não os detém e continuam a pensar até a manifestação objetiva daquele aspecto da visão que é sua missão vivificar até a forma. São naturalmente cultos e muito lidos, pois nestes difíceis tempos de transição eles têm que cultivar um alcance mundial de condições e possuir uma ideia geral do que se está passando nos diferentes países. Na verdade não possuem nenhuma nacionalidade no sentido de que eles considerem seu país e suas filiações políticas como da máxima importância. Eles estão equipados para organizar, lenta e firmemente, aquela opinião pública que finalmente divorciará o homem do sectarismo religioso, da exclusividade nacional e dos preconceitos raciais.

Um a um, aqui e ali, eles estão sendo reunidos e a eles acrescentados aqueles que estão livres das limitações das teorias passadas políticas, religiosas e culturais. Eles, os membros do grupo uno, estão organizando estas almas que olham para frente em grupos que estão destinados a introduzir a nova era de paz e de boa vontade. Estes últimos que estão sendo influenciados pelos membros do grupo são por enquanto somente uns poucos milhares entre os milhões de homens, e dos quatrocentos discípulos aceitos trabalhando no mundo atualmente, somente cerca de 156 estão equipados pela sua atividade de pensamento, para formar parte deste grupo que lentamente se forma. Esses constituem o núcleo do que será algum dia uma força dominante. Durante os próximos vinte e cinco anos sua influência tornar-se-á potente bastante para atrair a atenção política, admitindo-se que aqueles de vocês que tiverem visto a visão de um poderoso corpo subjetivo de Almas pensantes possam pronunciar as palavras necessárias e delinear aqueles conceitos que acelerarão o trabalho de integração e porão as unidades deste grupo em contato recíproco. Façam o que for possível para que isto seja feito e façam esta a mensagem e a nota-chave do trabalho que estiverem fazendo onde quer que estejam.

Qual deverá, por conseguinte, ser o trabalho do presente imediato?
Permitam-me descrever o programa tanto quanto possível.

A primeira coisa a ser feita é fortalecer os laços e estabelecer firmemente o elo entre vocês mesmos e todos aqueles que possam identificar com possíveis discípulos colaboradores do novo grupo. Para fazer isto, entrem em contato com o trabalho dos líderes dos grupos nos vários países do mundo - tais como a Suíça, os Estados Unidos, a Holanda, Alemanha e Grã Bretanha. Da reação deles à visão deste tipo de trabalho da nova era vocês poderão então tomar uma decisão temporária. Observem-nos em seu trabalho Registrem a ênfase posta por eles nas personalidades. Se a ambição pessoal parecer governar suas atividades, se sua posição é a de uma determinação de trabalhar no grupo de místicos devido à sua novidade ou porque isto lhes dá certa notoriedade ou porque isto intriga a sua imaginação ou lhes dá a oportunidade de reunir gente em torno de si, então não prossigam, mas - preservando o silêncio - deixem o tempo e a lei corrigir sua atitude.

Em segundo lugar, sejam receptivos àqueles que busquem vocês e pareçam vibrar na mesma nota. Quando Eu digo vocês, penso no grupo ao qual subjetivamente pertencem. Eles virão se trabalharem com decisão e emitirem a nota da unidade tão claramente que não haverá dúvida quanto os seus motivos e sua desinteressada atividade. Alguns dos 156 que formam o presente núcleo tornar-se-ão conhecidos de vocês e trabalharão em uníssono com vocês, ainda que não em seu peculiar campo de ação.

O quadro a ser conservado diante dos olhos é o de uma vasta rede de trabalho de grupos, atuando segundo as muitas linhas possíveis, mas, tendo em seu coração ou por trás de si - trabalhando silenciosamente e influindo persistentemente através do contato com a alma - um ou mais membros do novo grupo lentamente emergente. Estes pontos focais através dos quais a Hierarquia está agora procurando trabalhar permanecem unidos telepaticamente e exotericamente precisam trabalhar na mais completa compreensão, preservando sempre uma atitude de não-interferência e deixando cada trabalhador livre para orientar seu próprio grupo como lhe pareça mais adequado. Os termos usados, os métodos empregados, os tipos alcançados, as verdades ensinadas, a disciplina de vida demonstrada não importam a ninguém a não ser ao discípulo em seu trabalho.

Os membros deste grupo dos trabalhadores da nova era possuirão, todavia, certas características gerais. Não imporão nenhum dogma de nenhuma espécie e não darão ênfase a nenhuma doutrina nem autoridades Não estão interessados em ter nenhuma autoridade pessoal, nem se apoiam em nenhuma autoridade tradicional, seja religiosa, científica, cultural ou nenhuma outra forma de verdade imposta. Modos de aproximação à realidade serão reconhecidos e cada um será livre para escolher o seu próprio. Nenhuma disciplina será imposta por estes trabalhadores sobre aqueles que procuram cooperar com eles. As ideias de qualquer pessoa ou lide: quanto a como as unidades em sua particular esfera de atividade deveriam viver e trabalhar, meditar e comer, serão considerados sem nenhum valor especial. Os membros deste novo grupo trabalham esotericamente com almas e não lidam com os detalhes das vidas pessoais dos aspirantes a quem procuram inspirar.

Esta é uma regra básica e servirá para eliminar muitos valiosos aspirantes deste grupo de servidores do mundo agora em processo de formação. A tendência a impor o próprio ponto de vista indica uma falta de compreensão e afastará muitos.

Novamente, os jovens e promissores aspirantes devem ser pesquisados e cuidadosamente inculcados com o alinhamento dos novos ideais Devem ser ensinados a procurar pelo divino e pelo bom em tudo - quer nas pessoas, quer nas circunstâncias. É necessário desenvolver a amplitude de visão e aquele largo horizonte apontado que capacite os aspirantes a viver através deste período de transição que está agora conosco, de modo que ao alcançarem o meio da vida eles permaneçam como pilares de força no novo mundo. Não os constranjam às disciplinas antigas e não os ensinem a pôr ênfase na dieta, no celibato, nos tempos e nas estações, desviando-os assim da arte mais nova e sagrada de ser e da maravilha de viver como uma alma.

Não se esqueçam que quando um homem vive como uma alma e sua personalidade inteira está assim subordinada àquela alma, o propósito não-egoísta, a pureza de viver, a conformidade à lei e o estabelecimento de um verdadeiro exemplo de vida espiritual seguir-se-ão normal e automaticamente. O alimento, por exemplo, depende frequentemente de condições climáticas e do gosto e aquele alimento é desejável que mantenha o corpo físico em condições de servir à raça. Novamente, um filho divino de Deus pode certamente funcionar tão livremente e tão eficientemente estando casado quanto no celibato; ele, todavia não prostituirá os poderes do corpo submetendo-os às satisfações grosseiras, nem ofenderá os costumes estabelecidos, nem rebaixará o padrão que o mundo já tiver estabelecido como seu mais alto e melhor. As coisas foram confundidas e foi posta ênfase muito frequentemente nos atos físicos e não na vida do ator. Quando a atenção estiver fixada na alma, a vida do plano físico será manipulada corretamente. Verificar-se-á que uma atitude crítica ou um estado de satisfação egoísta constituem um obstáculo maior para o crescimento do homem na condição espiritual do que o fato dele comer carne.

Duas regras de atividade vital devem ser ensinadas ao aspirante novo:

Ele deve ser ensinado a focalizar a atividade construtiva e a conter-se de derrubar a velha ordem de vida. Ele deve ser posto a construir o futuro e a pensar segundo as novas linhas. Ele deve ser prevenido para não desperdiçar tempo atacando aquilo que é indesejável, mas deve, em vez disso, aplicar todas as suas energias em criar o novo templo do Senhor através do qual a glória se possa manifestar. Desta maneira a atenção pública gradualmente será focalizada no novo e no belo, e as criações velhas estabelecidas cairão em decadência por falta de atenção e assim aparecerão.

Ele deve também ser ensinado de que o partidarismo não significa, de nenhum modo, um sinal de desenvolvimento espiritual. Ele não usará pois as palavras anti isto ou pró aquilo. Tais termos automaticamente originam o ódio e o ataque e um esforço para resistir à troca. Elas põem o usuário na defensiva. Toda classe de seres humanos é um grupo de irmãos. Católicos, judeus, gentios, ocidentais e orientais são todos filhos de Deus.

No que se refere ao futuro deste grupo mundial do qual vimos falando, muito depende de duas coisas.

Primeiro, é necessário que todos os discípulos isolados que estão trabalhando em cada país do mundo, tomem conhecimento uns dos outros, e depois entrem em comunicação telepática. Esta pode parecer a vocês uma visão maravilhosa, mas impraticável. Asseguro- lhes que não é assim. O trabalho de estabelecer este contato pode de fato ser vagaroso, mas é um inevitável efeito da crescente sensibilidade de todas as almas que estão trabalhando no campo do mundo. A primeira indicação dela é aquele reconhecimento instintivo daqueles que constituem parte deste grupo quando se encontram e entram em contato nos caminhos do intercâmbio mundial. Chega a eles uma imediata cintilação da luz, uma instantânea troca elétrica, uma súbita sensação de uma similaridade de visão e de objetivo, ou uma oportunidade vital de ajudar e de cooperar com os demais no trabalho no qual se percebe que estão todos interessados.

Os discípulos que estão trabalhando em toda parte, quando se encontram, saberão imediatamente que seu trabalho é idêntico e aconselhar-se-ão quanto á cooperação e esforço suplementar possíveis. Em cerca de trinta anos a inter-relação entre as unidades neste grupo (tão espalhados quanto possam estar pelo mundo todo) estará tão próxima que diariamente eles encontrar-se-ão numa hora estabelecida e no local secreto. Isto somente tornar-se-á possível quando a triplicidade alma-mente-cérebro estiver toda alinhada no indivíduo e quando cada aspecto dela puder estar
simultaneamente em contato com membros do grupo. Atualmente todas as almas do grupo de místicos de fato trabalham em uníssono; certo número foi bem sucedido em trazer também a alma e a mente a uma relação próxima e estabelecida, mas por enquanto o aspecto inferior deste triângulo alinhado e de ligação, o cérebro físico, permanece totalmente sem responder às ondas de força emanando dos aspectos superiores dos discípulos assim engajados em lançar as bases da civilização da nova era.

É, portanto, em grande parte um assunto de aperfeiçoar o mecanismo do cérebro de modo que ele possa corretamente registrar e corretamente transmitir as impressões da alma e os propósitos e reconhecimentos do grupo. Isto envolve:

1 - O despertar para a atividade consciente do centro entre as sobrancelhas, chamado pelo estudante oriental o centro ajna.

2 - A subordinação então da atividade deste centro à do centro da cabeça, de modo que os dois vibrem em uníssono. Isto produz o estabelecimento de três coisas:

a) Alinhamento consciente direto entre alma-mente-cérebro.

b) O aparecimento de um campo magnético que envolve ambos os centros da cabeça e assim definitivamente afeta a glândula pineal e o corpo pituitário.

c) O reconhecimento deste campo de atividade dual em duas maneiras: como de uma luz na cabeça, um sol radiante interior, ou como um centro dinâmico de energia através do qual o aspecto vontade ou propósito da alma pode-se fazer sentir.

3 - O desenvolvimento de uma faculdade que capacitará o homem a:

a) Usar a mente em qualquer direção que escolha, voltando-a externamente para o mundo dos fenômenos, ou internamente para o mundo do ser espiritual.

b) Produzir conscientemente e voluntariamente uma correspondente capacidade de resposta no cérebro físico, de modo que ele possa registrar acuradamente qualquer informação vinda do mundo físico e do mundo emocional ou astral.

c) Discriminar inteligentemente entre todas estas esferas de atividade sensorial.

Isto será tudo finalmente coberto por um novo enfoque psicológico que emergirá do velho e será uma fusão das escolas mecanicistas, da introspectiva e da posição mais puramente oriental, mais as conclusões das duas novas escolas que surgirão em breve mas que são por enquanto muito pequenas para exigir um nome. Elas estão no estágio embrionário. Um escola lidará com os aspectos energéticos do indivíduo em sua capacidade de resposta à energia do universo no qual ele está imerso; a outra considerará o homem como uma unidade de eletricidade. Ambas serão bem unilaterais, mas as contribuições das várias escolas serão um dia unificadas numa apresentação sintética.

A segunda exigência que estabelecerá relação entre os discípulos que trabalham neste grupo é a capacidade de preservar uma lembrança constante e sequencial tanto da vida interior como da exterior. Nós a chamamos continuidade de consciência e por isso nós queremos dizer o poder de estar plenamente consciente de todos os acontecimentos em todas as esferas e departamentos do ser humano durante as vinte e quatro horas inteiras do dia. Por enquanto isto está longe de ser o caso. Não há uma consciência real de existência durante as horas de sono. A vida do sonho como relatada está tão cheia de ilusão como qualquer das mais definitivamente inferiores experiências psíquicas. O interesse lentamente crescente nos sonhos do ponto de vista da psicologia e a investigação de sua provável fonte são as primeiras fracas tentativas na direção do estabelecimento da consciência numa base realmente científica. Ainda não há, tampouco, nenhum registro consciente da atividade mental durante tais ocasiões, por exemplo, como quando o corpo emocional ocupa o centro do palco. Com que está a mente ocupada durante um longo período de perturbação emocional? Ela tem, como nós sabemos, sua própria vida e suas leis. Novamente, quais são as atividades da alma quando a personalidade está ocupada exclusivamente com seus próprios assuntos? É impossível para vocês visualizar um tempo no qual o desenvolvimento da consciência terá alcançado o ponto em que haverá uma reação sensorial em todos os departamentos da natureza humana e tudo isto registrado pelo cérebro? Já os homens estão conscientes tanto da atividade do plano físico como da vida emocional simultaneamente. Esta é para a maioria uma condição comum e ordinária. Onde duas atividades podem ser registradas simultaneamente, porque não três ou mesmo quatro? Tal é o futuro à frente para a raça, e os discípulos, ativamente ocupados, serão os primeiros a expressar e demonstrar esta consciência ampliada.

Assim a comunicação telepática e a sensibilidade ampliada precisam ser desenvolvidas e estão também intimamente interligadas uma à outra.

Assinalei, por conseguinte, o imediato desenvolvimento futuro do discípulo individual. Quê está adiante no futuro imediato para o grupo?

Em primeiro lugar, um período preliminar de emergência na consciência pública e assim fazer sentida sua presença. Isto será feito através de firme comunicação dos novos ideais e da constante ênfase posta sobre a unidade essencial de toda humanidade. Será o resultado da uniformidade e da inclusão da nota emitida por um aqui e por outro acolá. Durante esta etapa não deve haver nenhum trabalho apressado e nenhuma ação precipitada de nenhuma espécie. O crescimento do grupo e de suas ideias será lento e seguro. O grupo já existe. Ele não tem que ser formado nem organizado e não há, portanto, para nenhum de vocês, a necessidade de assumir nenhuma responsabilidade nem a organização de nenhuma atividade destinada a reunir estes discípulos, que escolheram assim trabalhar subjetivamente, em terreno da publicidade. Tais não são os métodos aprovados pelos Irmãos Mais Velhos da raça, nem é a maneira pela qual Eles Próprios trabalham.

Verifiquem, cada um de vocês, se estão prontos para a nova posição, a nova atitude em relação ao trabalho e para o método subjetivo. Decidam, uma vez por todas, se preferem trabalhar à velha e ambiciosa maneira exotérica, construindo e vitalizando uma organização e assim produzindo todo o mecanismo que acompanha tal método de trabalho. Lembrem-se que tais grupos são ainda grandemente necessários e são úteis. Ainda não estamos na nova era e os pequeninos ainda não devem ser deixados expostos às novas forças, nem largados privados do jardim de infância ao qual naturalmente pertencem.

Se o novo modo de trabalhar sensibilizá-los, verifiquem que a personalidade fique subordinada, que a vida de meditação seja conservada como de capital importância, que a sensibilidade ao reino subjetivo seja cultivada e quaisquer outras atividades necessárias sejam manipuladas de dentro para fora. Evitem uma introspecção puramente mística ou seu extremo oposto, um espírito organizador superenfatizado, lembrando que uma vida de meditação ocultista autêntica deverá inevitavelmente produzir acontecimentos exteriores, mas que esses resultados objetivos são produzidos por um crescimento interior e não por uma atividade externa. Uma antiga Escritura ensina esta verdade nos seguintes termos:

"Quando o sol avança na mansão do servidor, o caminho da vida toma o lugar do caminho do trabalho. Então a árvore da vida cresce até seus ramos abrigarem todos os filhos dos homens. A construção do Templo e o transporte das pedras cessa. As árvores que crescem são vistas; as construções desaparecem. Que o sol penetre no seu lugar reservado e neste dia e geração atentai para as raízes do crescimento".

Pequenos grupos surgirão aqui e ali cujos membros respondem à nova nota e cujo crescimento em direção ao grupo mundial será observado por um ou mais discípulos em atividade. Mas estes últimos não organizam os grupos; eles crescem como um homem neste lugar e outro naquele lugar despertam para nova visão ou encarnam para tomar seu no trabalho e introduzir a nova era. Estes grupos não demonstrarão um senso de separatividade; não sustentarão nenhuma ambição pessoal nem grupal; reconhecerão sua unidade com tudo que existe e ficarão perante o mundo como exemplos de vidas puras, de atividade construtiva, criadora, subordinada ao plano geral, à beleza e à inclusividade. Talvez nas etapas preliminares de integração, as palavras amizade e cooperação melhor os descrevam. Não estão interessados em dogmas nem doutrinas e não têm santo-e-senhas. Sua característica predominante será uma liberdade individual e grupal de um espírito crítico. Este não-criticismo não desenvolverá a partir de uma incapacidade para ver o erro ou o fracasso em avaliar uma ideia; a falsidade, a impureza e a fraqueza serão identificadas pelo que são, mas quando observadas somente servirão para inspirar uma ajuda amorosa.

Pouco a pouco também estes grupos chegarão a se conhecer e a se encontrar em ocasiões e lugares pré-estabelecidos. Virão a estas conferências mútuas sem nenhum desejo de impressionarem uns aos outros e sem nenhum pensamento de relativa força numérica; não demonstrarão nenhuma ambição para aumentar suas fileiras. Como saberão, ao se conhecerem que são todos membros do mesmo Grupo mundial? Não têm nenhum ensinamento a dar de uma natureza doutrinária e não procurarão demonstrar saber. Encontrar-se-ão unicamente para discutir modos de ajuda mundial, a formação de uma plataforma tão universal e composta de tais verdades básicas que possa ser apresentada sob todos os variados métodos e utilizando as múltiplas terminologias. Tentarão empregar os termos uns dos outros, e se familiarizarem com o contato com a realidade e simbologias recíprocas.

Pouco a pouco também a especial contribuição e registro de cada grupo serão reconhecidos e onde uma necessidade existir precisamente daquele contrato especial e da particular nota ou método de interpretação em qualquer parte do mundo, haverá um imediato e unido impulso para facilitar o trabalho que aquele grupo em especial puder fazer naquele lugar.

Estes grupos, com o grupo subjetivo de almas viventes conscientes por trás de si, estarão muito ocupados com o serviço e interesses mundiais para desperdiçar tempo com trivialidades não-essenciais. Não terão tempo para ficar brincando com nomes de grupos e insígnias e distintivos e as tecnicalidades das fraternidades ao se reunirem. As necessidades mundiais, as oportunidades mundiais e o rápido desenvolvimento da consciência da humanidade e a iniciação da humanidade às realidades espirituais de tal maneira ocuparão sua atenção que não terão interesse nas disposições do plano puramente físico, nem em pôr ênfase em seu próprio crescimento pessoal. Estarão bem conscientes que a resposta à necessidade mundial no serviço e a vida de meditação focalizada promoverão seu crescimento pessoal. Seus olhos não estarão voltados para si mesmos, para seus próprios bons caracteres, nem para suas realizações individuais.

Mais tarde, como resultado de sua relação telepática e de suas conferências conjuntas, poderão emergir certos grupos esotéricos e escolas de desenvolvimento para mais rapidamente equipá-los para o serviço mundial. Nestas escolas, técnicas de meditação, a intensificação da vibração e as leis do universo serão ensinadas, e o uso correto da cor e do som. Mas tudo estará subordinado à ideia do serviço e da elevação da humanidade Também as escolas referidas nas "Cartas sobre Meditação Ocultista" surgirão gradualmente.

Mas para que serve ficar prevendo o futuro em termos mais explícitos e fornecer um quadro de uma qualidade intrigante quando no tempo atual a integração do grupo de místicos mundiais e sua amalgamação ainda não é um fato consumado?

A unidade mundial, a fraternidade em seu sentido verdadeiro, o crescimento do intercâmbio telepático, a eliminação dos não-essenciais que servem para separar os pensamentos dos homens e gerar a separatividade no plano físico e por uma verdadeira ênfase sobre os elementos fundamentais da Sabedoria Eterna, a manifestação de uma verdadeira compreensão, a conquista da união com a alma, o reconhecimento daqueles que pertencem ao grupo dos Salvadores do Mundo - este é o imediato trabalho a ser feito e isto deve ocupar a atenção de vocês.

Isto e somente isto exige o dispêndio de tudo o que qualquer um de vocês tenham a dar - amor e vida, tempo e dinheiro.

Isto e isto somente justifica a sua vida e solicita de todos vocês que respondem à visão, aquele extremo autossacrifício que é tão raro e que é de longo alcance em seus efeitos. A deposição de tudo que alguém tenha aos pés do Senhor da Vida para que o trabalho de salvação mundial possa prosseguir, a eliminação de tudo que possa ser obstáculo na própria vida, o dar tudo o que se tenha até que o dar machuque, o dirigir a própria vida na base da renúncia, perguntando-se todo o tempo: Quê posso eu ceder para que possa ajudar mais adequadamente? - Aquilo e mais do que aquilo está adiante de todos vocês que ouvem o chamado e respondem à necessidade e oportunidade.

Permitam que lhes diga isto - este grupo agora em processo de formação desenvolverá, com o tempo, sua própria "ioga" e escola de treinamento que gradualmente substituirá a da raja ioga e a da bhakti ioga. O método de treinamento será somente dado àqueles que tenham treinado a mente e aprendido a controlar as emoções. Daí a chave para o que agora está ocorrendo. O modo de treinamento não consistirá numa resumida marcha até o objetivo. Somente os inteligentes poderão alcançá-lo e somente personalidades coordenadas serão selecionadas para o ensino. A tônica da nova ioga será a síntese; seu objetivo será o desenvolvimento consciente da faculdade intuitiva. Este desenvolvimento cairá em duas categorias: primeira, o desenvolvimento da intuição e da verdadeira percepção espiritual; segundo, o uso treinado da mente como um agente interpretador.

No livro Agni Ioga, algo do ensinamento a ser dado foi filtrado mas somente sob o ângulo do aspecto vontade. Nenhum livro já fez sua apresentação contendo de qualquer forma o que quer que seja da "ioga da síntese". Nós tivemos "bhakti ioga" ou união através da devoção. Raja Ioga está agora recebendo ênfase, que é a união através da mente. Soa como uma redundância falar da união através da síntese, mas não é assim. É união através da identificação com o todo - não união através da conscientização ou através da visão. Marquem bem esta distinção, pois nela está o segredo do passo seguinte para as personalidades da raça. O Bhagavad Gita nos dá primariamente a chave para a ioga da devoção. Patanjali nos ensina a ioga da mente. Na história dos Evangelhos nós temos uma representação da conscientização, mas a chave do segredo da identificação é ainda retida. Ela está sob a guarda de uns poucos neste grupo integrante de místicos e conhecedores e será modelada no forno de sua experiência individual e assim oferecida ao mundo. Mas o tempo ainda não é chegado. O grupo precisa crescer em força e conhecimento e na percepção intuitiva.

Vocês me perguntam: Que impede um homem de se tornar um membro de tal grupo? Respondo-lhes com ênfase que quatro coisas apenas impedem um homem de afiliação.

Primeiro: uma personalidade não coordenada. Isto envolve necessariamente uma mente destreinada e um intelecto frágil.

Segundo: um sentimento de separatividade, de distinção, e de estar à parte ou ser diferente dos seus semelhantes.

Terceiro: a posse de um credo. Não importa quanto uma fórmula de crença possa ser boa, ela inevitavelmente produz exclusividade. Ela exclui alguns.

Quarto: orgulho e ambição.

Vocês indagarão mais uma vez: Como alguém qualificar-se-á? As regras são simples e são três em número. Primeiro, aprendam a praticar a não agressividade; depois não desejem nada para o ego separado e em terceiro lugar, procurem o sinal da divindade em tudo. Três regras simples, mas muito difíceis de cumprir.

Por trás deste grupo de místicos, que inclui pensadores em todo departamento do pensamento humano (vou reiterar a palavra pensadores) e do conhecimento humano, está a Hierarquia de Mestres e entre estes dois grupos se situa também um conjunto de instrutores, dos quais Eu sou um. Estes agem como intermediários e como transmissores de energia. Repito e peço que ouçam, que este grupo que está se formando lentamente é reunido a partir de todo grupo imaginável de homens pensantes e inteligentes. Por enquanto, e isto pode surpreender alguns, não há muitos ocultistas (assim-chamados) entre eles. Isto se deve ao fato de que os ocultistas são numericamente poucos em relação às massas da humanidade, e também à sua tendência ao sectarismo, a serem exclusivos e egocêntricos. Lá há trabalhadores humanitários altruístas; líderes políticos e economistas e trabalhadores científicos nos laboratórios do mundo também estão lá; clérigos e adeptos das religiões de todas as denominações mundiais estão lá e os místicos práticos e uns poucos ocultistas. O verdadeiro ocultista é raro.

O grupo é e será mantido inteiramente subjetivo. Seus membros estão ligados telepaticamente, ou reconhecem-se através da qualidade do trabalho que estão fazendo no mundo exterior e da inclusividade da nota que emitem. É inspirado de cima pelas almas de seus membros e dos Grandes e é energizado na atividade pela própria necessidade da humanidade. É composto de almas vivas conscientes, trabalhando através de personalidades coordenadas. Seu símbolo é um triângulo dourado incluindo uma cruz de braços iguais com um diamante no ápice do triângulo. Este símbolo nunca é reproduzido na forma. Ele brilha acima das cabeças de todos que estão no grupo e não pode ser visto por ninguém (nem mesmo um clarividente) exceto um membro do grupo, e então somente se - visando ao trabalho - ele necessitar estímulo. O motto do grupo é A Glória do Uno.

Mais não posso dizer-lhes agora, mas isto lhes dará alguma ideia da realidade do trabalho que está se desenvolvendo. Poderá servir como um incentivo para novo esforço da parte de todos que estão trabalhando para se equiparem para o trabalho altruísta.

Devemos agora nos ocupar com uma breve consideração dos dois tipos de energia de uma espécie maior que são, em si mesmos, formados e fundidos de energias coordenadas. O assunto é, portanto de uma natureza tão avançada que é inútil para o aspirante gastar muito tempo em seu estudo. Seriam necessários volumes, igualmente, se tudo que pudesse ser dito fosse escrito, e neste livro somente será possível esboçar algumas largas generalizações e indicar certos fatos de interesse. A principal razão que nos leva a não estudar energias muito intimamente é porque o Espírito planetário ou Logos e a Entidade planetária são as duas formas em manifestação ativa que respondem mais fortemente ao impacto destas energias. O ser humano responde, e isto subconscientemente, porque (em sua natureza-forma) ele constitui parte da expressão planetária.

O Espírito planetário é um Ser Que, em eras passadas, viveu o estado de consciência que nós chamamos o estado humano e o deixou muito para trás. Ele (usando o pronome pessoal simplesmente para tornar claro o sentido da frase) tem uma origem que se acha completamente fora do sistema solar; sua vida é focalizada no planeta; sua consciência permanece nos reinos além do conceito do mais elevado adepto em nossa Hierarquia planetária. A Entidade planetária é a soma total das formas que constituem a forma através da qual o Espírito planetário está se manifestando, e por isso é a síntese dos elementais planetários físicos, astrais e mentais. Para os fins de nossa consideração, esta Entidade é a totalidade de todas as formas físicas, vitais, astrais e mentais, que misturadas e fundidas, constituem nosso planeta. Cada uma é a incorporação da energia e estas duas correntes capitais que produzem os aspectos forma e consciência de nossa existência planetária fazem seu impacto sobre o ser humano. A vida do Espírito planetário faz seu impacto através da alma; e a vida da Entidade planetária é registrada através do mecanismo da personalidade.

A qualidade dessas energias é fundamentalmente astral-búddhica, e desvio das forças da vida e da tendência geral dos impulsos influenciando a humanidade neste grande ciclo são a energia atrativa da natureza intuicional do Logos planetário e a força potente do corpo astral (desejo). Em outras palavras, o elemental astral, que corporifica a natureza do desejo do Logos planetário é extraordinariamente potente, particularmente neste ciclo atual, mas a força da natureza espiritual e intuicional do Uno em Quem vivemos e nos movemos e temos nossa existência está crescendo firmemente.

De outro lado, vocês têm a expressão devastadora da caçada selvagem pelo prazer, do sexo e do crime incidente para a satisfação do desejo. Isto caracteriza nossa atual civilização e está agora no seu acme; pode-se dizer que está mesmo no declínio, ainda que isto lhes possa parecer sem sentido. Ao mesmo tempo acha-se aberta a porta da iniciação. Ambas estas oportunidades (se assim as posso chamar) se encontram presentes simultaneamente, mas a força de uma está enfraquecendo, e a tendência em direção à outra está crescendo. Assim o caminho de saída pode ser visto.

No parágrafo acima as necessidades urgentes dominantes planetaria presentes na evolução são resumidas e a reação do homem a elas anotada.

As energias solares também têm um efeito dual. Primeiro há o que nós poderíamos chamar o efeito prânico, que é o resultado do impacto da força solar, emanando do Sol físico. Isto produz resultados definidos sobre as formas objetivas, e estas são chamadas físicas ou vitais. Elas entram no corpo humano através do baço e também através de um centro que se encontra entre as omoplatas; este centro é entre o centro da garganta e o centro do coração na coluna vertebral, porém mais próximo do coração do que da garganta. Em segundo lugar, há energias que emanam do que esotericamente se chama "o coração do Sol". Estas se derramam através de um ou outro dos planetas em sete grandes correntes e penetram na alma do homem e produzem aquela sensibilidade à qual nós chamamos percepção. Estes sete tipos de energias produzem os sete tipos de almas ou raios; neste pensamento vocês encontram o segredo da unidade da alma. Durante a manifestação, graças aos sete tipos de impactos de energias, agindo sobre a matéria do espaço, encontram-se os sete tipos de almas, os sete campos de expressão e os sete graus de consciência e das características do raio. Estas diferenciações como vocês bem sabem são como o colorido que o prisma toma quando submetido aos raios do sol, ou aos desenhos ornamentais que se veem no reflexo sobre a superfície límpida de um lago.

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A ASTROLOGIA E AS ENERGIAS

A estas duas energias deve-se acrescentar um terceiro grupo de energias; estas são a base de muito de nossa pesquisa astrológica. Elas emanam das doze constelações que formam nosso zodíaco solar. Seu efeito é infinito e as permutações desses três grupos de energias conduzem à infinita complicação que nós achamos na natureza. As afirmações dos astrólogos quanto á realidade das energias atuando sobre o organismo humano podem ser vistas como verdadeiras; suas afirmações quanto à sua capacidade para interpretar são na maior parte infundadas. Tampouco é realmente conhecido pela mais elevada inteligência no planeta; pois, não se esqueçam, que os adeptos usam primariamente a intuição. Estas energias deixam sua marca sobre toda forma em todo reino da natureza, agindo como uma força estimulante ou retrógrada. Elas levam um tipo de energia a uma expressão mais ampla da qualidade de qualquer forma, ou impedem outra de uma manifestação desenvolvida.

Não é oportuno aqui delinear a natureza da verdadeira astrologia. Aquela astrologia é uma ciência, e uma ciência vindoura, é certo. Que a astrologia em seu mais elevado aspecto e sua verdadeira interpretação capacitará o homem finalmente a focalizar sua compreensão e a funcionar corretamente é igualmente verdadeiro. Que nas revelações a serem feitas pela astrologia no tempo oportuno encontrar-se-á o segredo da verdadeira coordenação entre a alma e a forma é também correto. Mas aquela astrologia ainda não é encontrada. Muito é desprezado e pouquíssimo conhecido para fazer a astrologia a ciência exata que muitos proclamam ela ser. Esta afirmação será cumprida em alguma data futura, mas o tempo ainda não é chegado.

Certos fatores que os astrólogos deveriam ter em mente, e certas condições de que se esquecem com facilidade, podem, todavia ser resumidamente anotadas. Para que haja uma compreensão clara, nós simplesmente tabularemos umas tantas colocações que deveriam ser estudadas com cuidado pelo investigador comum neste campo. Não posso aqui escrever um tratado sobre as energias com as quais a astrologia deve lidar, por mais que tal tratado seja necessário.

Os astrólogos se ocupam primordialmente com três tipos de energia:

a) A energia da constelação na qual o Sol se encontra no momento do nascimento.
b) O signo ascendente ao qual o homem deve responder.
c) A lua que governa seu aspecto forma, e particularmente a forma física.

A energia da constelação particular ou signo no qual um homem nasce é muito mais significativa do que jamais ter-se-á pensado. Ela incorpora ou indica seu problema atual, estabelece o ritmo ou tempo de sua vida e está relacionada com a qualidade de sua personalidade. Ela governa, se assim me possa expressar, o aspecto rajásico ou da atividade de sua vida durante a encarnação.

O signo ascendente indica a linha segundo a qual sua energia como um todo pode fluir se ele pretender cumprir o propósito de qualquer encarnação. Isto, naturalmente, se manipulado corretamente. Ele guarda o segredo do seu futuro, e em seu simbolismo e compreensão pode achar a pista do problema de sua vida e uma indicação do que ele pode ser e alcançar. Ele lhe apresenta o tipo de força que capacitá-lo-á a triunfar. Isto, quando devidamente consumado, poderia ser considerado como produtor do aspecto sattvico, ou harmonia, de sua vida, pois quando ele desempenha o seu papel e é utilizado, produz harmonia com a vontade da alma durante qualquer particular encarnação.

Na influência lunar é indicado o passado do indivíduo. Ela resume limitações e obstáculos sob os quais deve trabalhar e por isso poderia ser considerado como corporificando o aspecto tamásico da matéria, ou aquele que "obstaculiza" e que - se deixado influenciar indevidamente - produzirá a inércia. No corpo com o qual o homem está equipado jaz oculto o segredo da experiência passada, e toda forma lunar através da qual nós temos de chegar à devida expressão é em si mesma o produto ou síntese de todo o passado. Vejamos se Eu posso colocar a verdade atual cerca da astrologia num esquema tão simples que aqueles que nada saibam sobre esta intrincada ciência possam compreender.

O mês do nascimento indica o dia da oportunidade. A porta permanece aberta. O particular mês no qual uma alma vem à encarnação é indicado àquela alma pelo mês no qual ela saiu da encarnação num prévio ciclo de vida. Se, por exemplo, tiver morrido no mês governado pelo signo de Leo, ela voltará à encarnação no mesmo signo, recolhendo o fio de experiência onde o deixou, e começando com o mesmo tipo de energia e o particular equipamento com o qual abandonou a vida na Terra, mais o ganho de pensamento e observação consciente. A qualidade da energia e a natureza das forças a serem manipuladas durante a vida são indicadas à alma desta maneira.

O signo ascendente, manifestando um tipo de energia, deverá fortalecer-se durante a encarnação, pois indica a natureza da força da alma que o encarnado filho de Deus está procurando manipular por meio de uma personalidade em particular, possuindo certas características.

A influência da lua é essencialmente física. A prisão da alma é assim indicada. Os obstáculos a serem enfrentados são assim assegurados; o tipo de corpo ou dos corpos através dos quais a força do signo do indivíduo e a qualidade da energia que o levará à sua meta são assim definidos. Por meio dos senhores lunares e do que lhe terão dado como resultado da experiência passada através dos tempos ele deverá expressar, ele próprio, no plano físico.

Graças à precessão dos equinócios, uma situação é trazida na qual um quarto tipo de força se faz sentir. O Sol está, na realidade, muitos graus distante na grande ronda dos céus de onde ele deveria estar, na medida em que o zodíaco maior é considerado. Isto é naturalmente, do ponto de vista do tempo. Como a marcha do Sol através de uma constelação cobre um período de aproximadamente dois mil e duzentos anos, o desvio no curso dos séculos é muito leve, tão leve que pouca diferença seria notada no estabelecimento do horóscopo planetário. Na elaboração de um horóscopo de um sistema solar isto seria de vital importância, mas isto está tão distante da capacidade do mais sábio astrólogo em nosso planeta que a discussão se torna imaterial.

Ao se elaborar o horóscopo de um ser humano que nasceu num dado mês, todavia, dever-se-ia ter em mente (o que raramente ocorre) que agora o mês e o signo não coincidem de nenhum modo. O Sol realmente não está em Leo, por exemplo, durante o mês de agosto. A correta interpretação portanto, de uma carta é grandemente psicométrica e depende do pensamento-forma da constelação, que foi construído, por muito tempo, pelos astrólogos. A energia segue o pensamento. Por milhares de anos certos tipos de energias e seus consequentes efeitos qualificadores na substância, e na forma foram considerados como sendo assim e assim. Por conseguinte, assim eles são, exceto no caso dos altamente evoluídos, do verdadeiro aspirante que orientou a si próprio, e está assim escapando da roda da existência para começar a governar suas estrelas e assim não está mais sob seu domínio e governo.

A astrologia agora lida basicamente com a personalidade para quem o horóscopo é feito e com os acontecimentos da vida da personalidade. Quando, através da meditação e do serviço, mais a disciplina dos corpos lunares, um homem chega a ficar consciente e definitivamente sob seu raio solar, então ele fica tão definitivamente sob a influência de um ou outro dos sete sistemas solares, como eles focalizam sua energia através de uma ou outra das constelações e subsequentemente um ou outro dos sete planetas sagrados. Finalmente, haverá doze planetas sagrados, correspondendo às doze constelações, mas o tempo ainda não é chegado. Nosso sistema solar, como sabem, é um em sete. Quando um homem chegar a este ponto da evolução, os meses de nascimento, a astrologia mundana, e as influências que desempenham sobre o aspecto-forma se tornarão cada vez menos importantes. Este círculo de sistemas solares afeta fundamentalmente a alma e ela se torna o ponto focal de energias espirituais. Este é o problema da alma em seu próprio plano - capacidade de responder a estes tipos de energia e, delas, a personalidade está totalmente alheia.

Os signos que caem, portanto, nas quatro categorias da terra, água, fogo e ar, dizem respeito primariamente ao homem que vive abaixo do diafragma, e que utiliza os quatro centros inferiores; - o centro na base da luna, o centro sacro, o plexo solar e o baço. O grupo interno de sete energias maiores ou sistêmicas produz seu efeito sobre o homem que vive acima do diafragma e trabalha através dos sete centros representativos da cabeça. Quatro deles focalizam através do centro da garganta, do centro do coração, dos centros ajna e da cabeça. Três são conservados latentes na região dos centros da cabeça (o lótus de mil pétalas) e somente entram em atividade funcional após a terceira iniciação. Tornar-se-á evidente por isso, como é complicado, do ponto de vista do horóscopo (assim como do problema individual) este encontro de energias de dois tipos de constelações no caso do homem que nem é puramente humano nem puramente espiritual. O horóscopo comum é negado. O horóscopo não é por enquanto possível de se delinear. O único horóscopo que é básico e quase infalivelmente correto é aquele do ser humano inteiramente no grau inferior que vive inteiramente sob o diafragma e é governado somente por sua natureza animal.

Os astrólogos devem lembrar-se também que há muitos planetas não descobertos que estão produzindo impulsos e mudanças e focalizando correntes de energia sobre nossa Terra que tendem a complicar ainda mais o problema. Plutão é um deles, e tendo agora emergido à manifestação (ou antes, à identificação) a ele serão atribuídas todas as condições inexplicáveis. Plutão será transformado no bode expiatório dos astrólogos incompetentes por um longo período adiante. Esta carta fracassou e não foi verdadeira porque Plutão deve estar influindo nela e nós conhecemos pouco a respeito de Plutão. Assim será a história. Entretanto, Plutão sempre esteve realizando sua translação em torno do Sol e produzindo os seus efeitos. Ele governa, todavia a morte ou cessão de velhas ideias e emoções, e sua influência é, por conseguinte grandemente cerebral, e nela vocês têm a pista de sua descoberta tardia. A humanidade está apenas na iminência de se tornar mental. Seus efeitos são primeiramente sentidos no corpo mental. Os nomes dos planetas não são o resultado de escolha arbitrária, mas os planetas se denominam por si mesmos.

Os astrólogos finalmente sentirão a necessidade de levantar três horóscopos ou três cartas: - Uma puramente física, lidando com o corpo da natureza; uma essencialmente emocional, lidando com a qualidade da personalidade e com sua sensibilidade ou estado de consciência; e a terceira será a carta dos impulsos e condições mentais. Ver-se-á que estas três cartas terão certas linhas geométricas, as linhas de energias formarão padrões. Estas três cartas, superpostas uma sobre a outra, darão o diagrama da personalidade, e o modelo da vida individual. Interessantes cartas simbólicas e formas lineares ver-se-á emergirem quando isto é feito, e a "geometria do indivíduo" surgirá daí, pois verificar-se-á que cada linha funcionará em relação a uma outra linha e as linhas das energias da vida tornar-se-ão aparentes. Finalmente, mesmo neste departamento do conhecimento, "a estrela brilhará". Este constituir-se-á num novo ramo da psicologia e seu verdadeiro expoente para a nossa era será devidamente encontrado. Eu apenas indico as linhas da futura astrologia para salvaguardar a presente.

Uma coisa os astrólogos necessitam fazer no presente e isto é, a devida avaliação deste período de transição de Peixe para Aquário. Isto é raramente feito, mas é evidente que o tremendo turbilhão incidente nestas transições afeta a carta individual e frequentemente perturba o destino individual ou carma. As pessoas são submersas nos destinos raciais e planetários e seus próprios pequenos assuntos são marginalizados quase inteiramente e algumas vezes negados. Não é possível traçar o horóscopo do planeta e aqueles que se propuserem a fazê-lo estão enganando a si mesmos e aos demais. O horóscopo do quarto reino da natureza, da humanidade, será traçado finalmente, mas será feito por iniciados e não há iniciados astrólogos trabalhando no plano físico no momento. Dou um indício aqui.

O Sol estava em Sagitário quando as primeiras tendências humanas lutaram para se adiantar. A etapa do homem animal foi completada e quando Sagittarius dominava (do nosso ponto de vista planetário - estou usando palavras com cuidado) o grande acontecimento da individualização teve lugar. Mas o cérebro do ser humano de então não conseguiu registrar o que tinha acontecido. Nas palavras do Velho Comentário:

"Os filhos de Deus se lançaram como flechas do arco. As formas receberam o impulso e Um Deus nascera. A criancinha não percebeu o grande acontecimento”.

Isto teve lugar vinte e um milhões de anos atrás. Os ciclos se passaram e quando numa época posterior o Sol estava em Leo (cerca de dezoito milhões de anos atrás) os primeiros exemplos de coordenação entre o cérebro e a mente ocorreram e o ser humano tornou-se definitivamente autoconsciente. Ele registrou sua individualidade. Os dados para a primeira data (embora a exatidão não seja possível num sistema de mutações como nosso) são de 21.688.345 anos atrás. Estes dados são inúteis atualmente, pois não podem ser provados nem negados. A investigação posterior demonstrará sua utilidade, quando a natureza do tempo for melhor compreendida. Sagitarius governa a evolução humana, pois simboliza o progresso em direção a um objetivo consciente. Leo governa a consciência humana no reino humano pois a energia que se derrama através dele capacita o homem a dizer "Eu sou".

Poderia ser útil se eu tentasse aqui uma tradução necessariamente inadequada da palavra chave de cada signo. Estas se enquadram em duas categorias, no que se refere à humanidade. Há a palavra-chave para o aspecto forma e a palavra-chave para o aspecto alma. No primeiro caso, a palavra é expressa; no segundo, ela é conscientemente falada pela alma. Traduzidas para a linguagem moderna muito se perde, mas o pensamento subjacente que dirige o trabalho das energias que emanam tem valor. Para o nosso período mundial elas são assim:

Para o aspirante que avança de Áries para Peixes e, portanto, se reorientou, temos::

Áries: Eu chego, e do plano da mente eu governo.
Touro Eu vejo, e quando o Olho está aberto, tudo é luz.
Gêmeos Eu reconheço o meu outro eu, e no seu declínio, eu cresço e brilho.
Câncer Construo uma casa iluminada e nela habito.
Leão Eu sou Aquele e Aquele eu sou.
Virgem Eu sou a Mãe e o Filho, Deus e Matéria, Eu sou.
Libra Eu escolho o caminho que segue entre as duas grandes linhas de força.
Escorpião Guerreiro eu sou, e da batalha surjo triunfante.
Sagitário Eu vejo o objetivo. Alcanço este objetivo e então vejo outro.
Capricórnio Perdido estou na luz divina, e no entanto volto as costas a essa luz.
Aquário Água da Vida eu sou, jorrando para homens sedentos.
Peixes Eu deixo a casa do Pai e ao voltar, encontro a redenção.

Do ponto de vista da forma, a vida prossegue numa direção inversa e o trabalho da natureza é visto sob as seguintes palavras:

Peixes E a Palavra disse: Penetre na matéria.
Aquário E a Palavra disse: Que o desejo dirija na forma.
Capricórnio E a Palavra disse: Que a ambição dirija e a porta se mantenha aberta.
Sagitário E a Palavra disse: Que o alimento seja buscado.
Escorpião E a Palavra disse: Que Maya floresça e a decepção domine.
Libra E a Palavra disse: Que a escolha seja feita.
Virgem E a Palavra disse: Que a matéria reine.
Leão E a Palavra disse: Que outras formas existam, eu governo.
Câncer E a Palavra disse: Que o isolamento seja a regra e entretanto a multidão existe.
Gêmeos E a Palavra disse: Que a instabilidade faça o seu trabalho.Touro
Touro E a Palavra disse: Que a luta seja sem desânimo.
Áries E a Palavra disse: Que a forma novamente seja buscada.

Notar-se-á que todas estas ideias dizem respeito ao trabalho da energia em uma ou outra forma no último grupamento do trabalho do assim chamado indivíduo egoísta não-regenerado, cheio de desejo a ser satisfeito. O grupo de palavras mântricas usado pelo aspirante em poder de sua própria alma é positivo.

Parece desnecessário continuar a lidar com os vários tipos de força e nós voltaremos agora nossa atenção para a Regra XI.

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