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Livros de Alice Bailey

Psicologia Esotéria - Volume I
Volume I
Volume II


Volume I
Seção II - Capítulo 3 - Os Raios e o Homem
1. O Raio do Sistema Solar.
2. O Raio do Planeta - Terra.
3. O Raio do Quarto Reino.
4. Os Raios Raciais
5. Os Raios em Manifestação Cíclica
6. As Nações e os Raios
7. O Raio do Ego

Os Raios e o Homem

Observações Preliminares

No capítulo anterior, ocupei-me de um dos problemas fundamentais que presentemente a raça enfrenta. Interpolei os meus comentários sobre o tema do sexo, naquele ponto, porque ele constituiu uma conclusão apropriada ao nosso estudo dos raios em relação com o reino animal.

O homem é uma entidade viva, um filho consciente de Deus (uma alma), ocupando um corpo animal. Esse é o ponto importante. Ele, portanto, constitui um elo na natureza e está longe de ser um elo perdido. O homem reúne em si os resultados do processo evolutivo, tal como esse se produziu durante as eras passadas e os põe em contato com um novo fator, o aspecto individual de autos sustentação e de autoconhecimento. É a presença desse fator e desse aspecto que diferencia o homem do animal. É esse aspecto que produz na humanidade a consciência da imortalidade, uma autoconsciência e autocentralização que permitem ao homem, realmente, apresentar-se como a imagem de Deus. É esse poder inato e oculto que dá ao homem a capacidade de sofrer, que nenhum animal possui, mas que lhe confere também a habilidade de colher os frutos da sua experiência no domínio do intelecto.

Essa mesma capacidade, em embrião, atua no reino animal, na esfera do instinto. É essa propriedade peculiar à humanidade que lhe confere o poder de perceber os ideais, de registrar a beleza, de reagir sensorialmente à música, de apreciar a cor e a harmonia. É esse algo divino que faz da humanidade o filho pródigo, dilacerado entre o desejo da vida mundana das posses e da experiência e o poder de atração desse centro ou lar, de onde veio.

O homem encontra-se a meio caminho entre o céu e a terra, com os pés enterrados no lodo da vida material e a cabeça no céu. Na maioria dos casos, seus olhos estão fechados e ele não percebe a beleza da visão celestial ou, então, estão abertos, mas fixos na lama e no lodo que lhe cobrem os pés. Mas, quando abre os olhos e os eleva por um breve instante e vê o mundo da realidade e dos valores espirituais, começa para ele a vida dilacerante e perturbadora do aspirante.

A humanidade é o guardião do mistério oculto e a dificuldade consiste no fato de que aquilo que o homem oculta do mundo está oculto também de si próprio. Ele ignora a maravilha do que em si se encerra e nutre. A humanidade é o depositário do tesouro de Deus (esse é o grande segredo maçônico) porque, somente no reino humano, como têm evidenciado os esoteristas, há muito tempo, são encontradas, em sua plena floração e em conjunto, as três qualidades divinas. No homem, Deus - o Pai ocultou o segredo da vida; no homem, Deus - o Filho ocultou os tesouros da sabedoria e do amor; no homem, Deus - o Espírito Santo implantou o mistério da manifestação.

A humanidade e só a humanidade pode revelar a natureza de Deus e da vida eterna. Ao homem foi dado o privilégio de revelar a natureza da consciência divina e de pôr, ante os olhos dos filhos de Deus, (reunidos em conclave antes da dissolução) o que estava oculto na Mente de Deus. Daí, a exigência que nos é feita hoje (segundo as palavras do grande mestre Cristão) de possuirmos em nós a "mente do Cristo". Essa mente deve habitar em nós e revelar-se na raça humana, cada vez com maior plenitude. Ao homem foi confiada a tarefa de elevar a matéria ao céu e de glorificar corretamente o lado forma da vida por meio da manifestação consciente dos seus poderes divinos.

Descrever adequadamente a maravilha e o destino do reino humano está além da minha capacidade ou da capacidade de quaisquer palavras humanas, por maior que seja o poder de compreensão de um homem ou a sua resposta à beleza do mundo de Deus. A divindade deve ser vivida, expressa e manifestada para poder ser compreendida. Deus deve ser amado, conhecido e revelado no coração e no cérebro do homem para poder ser captado intelectualmente.

A hierarquia dos místicos, dos conhecedores e dos adoradores de Deus está manifestando essa verdade revelada no mundo do plano mental e do plano emocional, hoje. Mas chegou a hora em que a manifestação dessa realidade pode, pela primeira vez e em verdade, manifestar-se no plano físico, na forma de um grupo organizado, em vez de sê- lo por intermédio de alguns inspirados filhos de Deus que, em eras passadas, encarnaram como garantia de futuras possibilidades. A Hierarquia de Anjos e de Santos, de Mestres, de Rishis e de Iniciados pode agora começar a organizar-se em forma material na Terra, porque hoje a ideia de grupo ganha rapidamente terreno e a natureza da humanidade é melhor compreendida. A Igreja de Cristo, até aqui militante e invisível, pode ser vista agora, materializando-se lentamente e convertendo-se na Igreja visível e triunfante.

Essa é a glória futura da era de Aquário; essa é a próxima revelação do ciclo evolutivo e a tarefa do futuro imediato. O verdadeiro drama dessa tripla relação (da qual o sexo físico não é senão o símbolo, como o vimos) será representado em larga escala na vida do aspirante moderno, durante os próximos cinquenta anos.

Em muitas vidas, ocorrerá, como poderemos observar, o que simbolicamente se designa como "o nascimento do Cristo" ou o segundo nascimento, ocorrendo em muitas vidas, produzindo na Terra um grande grupo de seres renascidos espiritualmente. Serão esses que terão conciliado conscientemente e, dentro de si, os dois aspectos - alma e corpo - e consumado, assim, o "casamento místico".

Esse conjunto de acontecimentos individuais produzirá uma atividade de grupo de qualidade análoga; poderemos testemunhar no plano físico o emergir do "corpo de Cristo" e a exteriorização da Hierarquia. É o que está acontecendo hoje e tudo o que vemos ocorrer, à nossa volta, no mundo, nada mais é do que as dores do trabalho de parto que precedem a esse glorioso nascimento.

Vivemos hoje o processo dessa consumação. Por isso, dificuldades e sofrimentos evidenciam-se na vida do verdadeiro discípulo que - contendo em si, simbolicamente, os dois aspectos de pai-mãe, espírito-matéria e tendo nutrido o Cristo-menino, durante um período de gestação - está agora dando à luz o Cristo, dentro do estábulo animal e na manjedoura do mundo. É, na realização geral, que o grupo como um todo terá êxito; o Cristo mais uma vez aparecerá na Terra, encarnado, dessa vez, em muitos e não apenas em uma personalidade. Contudo, cada membro do grupo é um Cristo em manifestação e todos juntos apresentam o Cristo ao mundo e constituem um canal para a força e para a vida crística.

De fato e na verdade, progredimos de glória em glória. A glória do lento despertar da autoconsciência deve perder-se de vista, ante a maravilha da consciência de grupo da raça e é isso que hoje os mais notáveis pensadores e servidores desejam ardentemente. A glória que brilha debilmente na humanidade, a luz vacilante que bruxuleia dentro da forma humana devem ser substituídas pela radiância que é a glória do filho evoluído de Deus. Só é preciso um pequeno esforço e a demonstração de uma firme resistência para permitir aos que estão, agora, no plano físico da experiência, evidenciar a luz radiante e estabelecer na Terra um grande centro de luz que iluminará todo o pensamento humano. Sempre houve, através dos tempos, indivíduos isolados portadores da luz. Agora, veremos, muito em breve, o grupo de portadores da luz. Então, poderemos observar o restante da família humana (que ainda não responde ao impulso crístico) com o seu progresso facilitado para o caminho da provação. O trabalho ainda será lento e muito falta por fazer; mas, se todos os aspirantes e discípulos que trabalham no mundo, hoje, consentirem em submeter os seus interesses pessoais à tarefa imediatamente à frente, teremos o que eu poderia chamar, para empregar uma imagem, o estabelecimento de uma grande central de luz sobre a Terra; a fundação de uma grande estação de força que poderão acelerar bastante a evolução e a elevação da humanidade e o desabrochar da consciência humana.

Nos círculos esotéricos, houve, durante longo tempo, muita discussão ociosa e com frequência pouco sensata, acerca do raio a que poderia pertencer um indivíduo. As pessoas entusiasmam-se, devido à sua ignorância, em saber qual é o seu raio, tanto quanto com a descrição de suas encarnações passadas. O "novo ensino sobre os raios" rivaliza com o interesse pela astrologia. Da mesma maneira, como acontecia com os atenienses, os homens estão sempre à procura de algo novo e incomum, esquecendo-se de que cada nova verdade, cada nova apresentação de uma verdade antiga trazem consigo o ônus de uma maior responsabilidade.

Contudo, é interessante traçar paralelos; torna-se evidente para o estudante sério que o emergir dos ensinamentos sobre os raios ocorreu no momento em que os cientistas anunciavam o fato de que nada mais existe, senão energia e que todas as formas se compõem de unidades de energia, sendo em si mesmas expressões de força.

Raio é apenas o termo aplicado a uma particular força de energia e que põe em relevo a qualidade que essa manifesta força exibe e não o aspecto forma que ela cria. Essa é a verdadeira definição de raio.

OS RAIOS E AS RAÇAS

Os antigos ensinamentos da Sabedoria Eterna nos ensinam que um ser humano é um aspeto triplo de energia e que ele é essencialmente uma trindade, assim como o é a Divindade. Tecnicamente, a ele nos referimos como Mônada - ego - personalidade. Nós o definimos como espírito - alma - corpo. Gostaria de assinalar aqui que, ao se estudar a família humana, como unidade e no seu conjunto, constatar-se-á que ela é também essencialmente uma Mônada, com sete grupos de egos; nos quais todas as almas (em encarnação e fora dela) encontram o seu lugar, com quarenta e nove formas raciais correspondentes, por meio das quais os sete grupos de almas se exprimem ciclicamente. Todas as almas realizam o seu destino em rodas as raças, mas certos tipos predominam em determinadas formas raciais. Qual seria o sentido, então, de predileções e antipatias raciais? Pela compreensão da verdade de que todos nós, em dado momento, experimentamos a encarnação em todas as formas raciais, virá o reconhecimento de que somente a unidade existe.

Um esclarecimento sobre o assunto pode ser dado, fazendo-se um quadro das relações entre os raios e as raças:

Raios Expressão Plena Influência Principal
Raio I Vontade
Almas do 1° raio
na 7ª raça-raiz
Perfeição do Plano
1ª e 7ª sub-raças
Raio II Amor-Sabedoria
Almas do 2° raio
na 6ª raça raiz
Intuição perfeita
2ª e 6ª sub-raças
Raio III Inteligência
Almas do 3° raio
na 5ª raça-raiz
Raça ariana – Intelecto perfeito
3ª e 5ª sub-raças
Raio IV Harmonia
Almas do 4° raio
na 4ª raça-raiz
Raça Atlante – Astralismo perfeito
- Emoção perfeita
4ª e 6ª sub-raças
Raio V Conhecimento
Almas do 5° raio
na 3ª raça-raiz
Lemurianas – Físico perfeito
5ª e 3ª sub-raças
Raio VI
Almas do 6° raio
na 2ª raça-raiz 6ª e 2ª sub-raças
Raio VII Magia Cerimonial
Almas do 7° raio
na 1ª raça-raiz 7ª e 1ª sub-raças

Recordemos que esse quadro refere-se aos ciclos de raio principais e, também, que em cada raça- raiz ocorre uma contínua combinação e mistura dos raios com o que se poderia chamar de o raio "constante" ou dominante, o qual aparece e reaparece com maior frequência e potência do que os outros raios. Há, portanto, uma interna correspondência entre certos raios e certas raças, com as suas sub-raças e essas são coloridas por essas influências de raio (como as tenho expressado) em termos da sua qualidade, que conduz para o seu objetivo, como segue:

O primeiro Raio da Vontade conduz ao propósito, latente na primeira raça, para o Plano evolutivo, completamente cumprido na sétima raça.

O segundo Raio do Amor-Sabedoria conduz do amor ou desejo divino da segunda raça para a plena compreensão intuitiva da sexta raça.

O terceiro Raio da Inteligência-Ativa conduz do conhecimento mental, latente no homem lemuriano da terceira raça, para a realização intelectual da raça ariana, a quinta.

O quarto Raio da Harmonia através do Conflito conduz do período do terrível equilíbrio de forças em Atlântida (a quarta raça) até a santificada e livre devoção, uni-direcionada na sexta raça, com duas linhas de energia, consumando-se nela. Essa raça marca o ponto de conquista das Mônadas de Amor, Que atingem a expressão do Amor-Sabedoria. A raça final assinala o ponto de conquista para as Mônadas de Vontade, assim como a atual raça Ariana representa e deverá representar a realização das Mônadas de Inteligência. Isso merece reflexão. Trata-se de uma conquista relativa, pois essa é a quarta ronda, mas há necessariamente uma "maré alta", se assim o posso chamar, para cada ronda.

Nessas quatro raças, acima mencionadas, vocês têm o grande período do equilíbrio das forças para a nossa humanidade. O efeito dos outros três raios sobre a raça lemuriana e nas duas raças precedentes e sem forma não será aqui considerado. A natureza da consciência das formas pertencentes a essas raças e a pressão exercida nelas pela Entidade que forma a família humana, como um todo, são questões muito confusas para o leitor comum. Esse está principalmente interessado nas raças aqui enumeradas, que sintetizam para ele a realização passada e a futura.

Consequentemente, ao nos ocuparmos da família humana, devemos esforçar-nos por pensar em termos mais amplos do que aqueles que dizem respeito ao homem individualmente, como nós o conhecemos. Devemos considerar a humanidade como uma entidade integrada como um Ser, como uma Vida numa forma. Nessa forma de Vida unificada, cada ser humano é uma célula e as sete raças constituem os sete centros maiores com a polarização, deslocando-se sempre para os centros superiores, enquanto os centros inferiores enfraquecem e entram em repouso até chegar o momento em que todos os sete serão coordenados e energizados, no fim da era. Podemos fazer, aqui, as sugestões seguintes (registre-se essa palavra) quanto à relação entre as raças e os centros do corpo da humanidade:

Raças Centro Expressão
7ª e última raça-raiz O centro da cabeça Vontade, Plano.
6ª raça-raiz - A próxima O centro entre as sobrancelhas Integração intuitiva.
5ª raça-raiz - A presente O centro da garganta Poder criador,
Ocultismo
4ª (e passada) Raça-raiz O centro do plexo Sensibilidade solar
psíquica. Mística
3ª e primeira Raça humana O centro sacro Aparência física.
Procriação.
2ª e etérica Raça O coração ou centro vital Coordenação das
formas da vida.
1ª Raça A base da coluna vertebral Vontade de ser, de
existir.

Ocupar-nos-emos somente das quatro últimas raças que estão em evolução (as quatro primeiras mencionadas no quadro acima), porque as três primeiras estão muito distantes para que aqueles que não atingiram o grau de iniciado possam captar o seu modo de desenvolvimento, o seu tipo de consciência e o seu proceder para alcançar a meta. O ponto que procuro acentuar é a necessidade de se ver o assunto na sua totalidade e não em termos do homem individual.

Pode ser-nos útil registrar aqui nossa tabulação de certos pontos relativos ao reino humano, como o fizemos para os três reinos sub-humanos.

O REINO HUMANO

Influências:

Dois raios de energia divina estão particularmente ativos ao trazer este reino à manifestação. São eles:

1 - O quarto Raio da Harmonia, Beleza e Unidade, obtidas através do conflito.
2 - O Quinto Raio do Conhecimento Concreto ou poder de adquirir conhecimento.

O quarto raio é, por excelência, o que governa a humanidade. Há uma relação numérica a ser observada aqui, pois a quarta Hierarquia, criadora de mônadas humanas, o quarto raio, nesta quarta ronda, no quarto globo, a Terra se acha extremamente ativa. Sua estreita interação e inter-relação é a responsável pela proeminência da humanidade. Em outras rondas, a humanidade não representou a evolução dominante nem foi a mais importante. Na roda atual ela o é. Na próxima ronda, a evolução dominante será a das almas no nível astral e a do reino dos devas. Simbolicamente falando, a humanidade caminha agora à luz do dia sobre a Terra, sendo esses dois raios os responsáveis pelo início da evolução humana, neste ciclo maior. O nosso objetivo é a harmonização dos aspectos ou princípio superiores e inferiores, tanto no indivíduo, quanto no todo. Isso envolve conflito e luta, mas gera, finalmente, a beleza, a criatividade na arte e a síntese. Esse resultado não seria possível, se não tivesse havido o poderoso trabalho do quinto Raio do Conhecimento Concreto que - em conjunto com o quarto Raio - produziu esse reflexo da divindade a que chamamos um homem.

A entidade humana é uma curiosa síntese, no lado subjetivo da sua natureza, produzindo uma fusão de vida, de poder, de intenção harmoniosa e de atividade mental.

O que se segue deve ser cuidadosamente registrado, pois tem profundo interesse e importância psicológicos:

Os Raios I, IV e V: predominam na vida da humanidade e governam, com poder crescente, a vida mental do homem, determinando o seu corpo metal.

Os Raios II e VI: governam poderosamente a sua vida emocional e determinam o tipo do seu corpo astral.

Os Raios III e VII: governam a vida física e o corpo físico.

Se notarem com atenção, vocês têm aqui um quadro dos raios que governam e diferenciam a vida das formas da personalidade e introduzem outros fatores que os psicólogos terão que considerar no futuro. Percebem, então, que:

1 - A alma humana ou ego encontra-se em um dos sete raios e dentro de um dos sete grupos de raios.

2 - A natureza da mente e o corpo mental são regidos pelos Raios do Propósito, da Harmonia ou Síntese e do Conhecimento.

3 - A natureza emocional e a forma são governadas pelos Raios do Amor-Sabedoria e da Devoção idealista.

4 - A natureza vital e o corpo físico são governados pelos Raios da Inteligência na matéria e do Poder Organizador.

Em meio a essa complexidade de raios e forças, o terceiro e quinto raios ocupam, porém, lugar preponderante e governam os ciclos maiores do indivíduo. Este é controlado não apenas pelos seus próprios ciclos de raio (determinados pelo seu raio egoico) e pelos ciclos menores da personalidade, mas sofre igualmente a influência dos ciclos maiores e menores da vida de raio da humanidade, como um todo.

Resultados:

Por meio do trabalho ativo dos dois raios acima examinados, encontramos o quarto raio produzindo, eventualmente, o aparecimento da intuição no homem. O quinto raio é responsável pelo desenvolvimento do intelecto. Novamente, encontramos aqui, manifestando-se no homem, o seu grande dom da síntese e a sua prerrogativa de unificação porque - como disse antes - ele reúne em si a qualidades de três reinos da Natureza, incluindo o reino anterior c o seguinte ao seu próprio.

1 - O reino das almas ? Intuição.
2 - O reino humano ? Intelecto.
3 - O reino animal ? Instinto.

Daí, provêm os seus problemas e, daí, a sua glória. Poderíamos dizer também que, pela união da intuição positiva com o instinto negativo, nasce o intelecto, porque o homem repete em si mesmo o grande processo criador, tal como ele ocorre no universo. Esse é o lado criativo interno da consciência, assim como temos o lado criativo externo na criação das formas.

Processo:

Na família humana, dada a presença na forma física humana de uma entidade pensante a que chamamos Alma, o método seguido para se obter o controle consciente é o da adaptação. Todas as formas nos três reinos sub-humanos inferiores também estão sujeitas ao processo de adaptação, mas, nesse caso, trata-se da adaptação do grupo ao meio ambiente, enquanto que, na humanidade, temos a adaptação do indivíduo ao seu meio ambiente. A pessoa que trabalha, consciente e inteligentemente, para se adaptar à situação e às condições em que ela se encontra é relativamente rara. A adaptação consciente de si próprio às circunstâncias é o resultado do desenvolvimento evolutivo. As etapas pelas quais o homem adquire esta capacidade podem ser enumeradas como segue:

1 - A adaptação inconsciente do homem, que é primordialmente um animal sem inteligência, ao seu meio ambiente. Povos primitivos e muitos camponeses que não tiveram qualquer educação moderna pertencem a essa classe. O homem, nesse estágio, é pouco mais que um animal, sendo inteiramente governado pelo instinto.

2 - Uma adaptação inconsciente ao meio ambiente, conseguida pelo homem que começa a evidenciar alguns tênues lampejos de percepção mental. Isso é parcialmente instintivo e baseia-se no amor a si próprio, em desenvolvimento. Há maior consciência do "eu" nesse homem e um pouco menos da consciência instintiva grupal. Esse crescente autoconhecimento é encontrado, por exemplo, nos moradores de bairros pobres e no criminoso vulgar, que é instintivo e esperto o suficiente para viver pelos próprios meios, demonstrando certa vivacidade nas reações e habilidade manual. Essa é a etapa da astúcia animal.

3 - Uma adaptação consciente e puramente egoística de si mesmo ao meio ambiente. Nesses casos, o homem está definitivamente atento aos seus motivos; reflete conscientemente sobre eles e os reconhece, tirando "o melhor proveito das circunstâncias". Esforça-se por viver, tanto quanto possível, em harmonia com o seu meio. Há, nisso, um motivo realmente bom, mas o homem é principalmente governado pelo desejo de conforto físico, emocional e mental em tal grau, que ele se disciplinará até desenvolver a capacidade de adaptar-se aonde quer que se encontre e de entender-se bem com todos.

4 - A partir dessa etapa, as diferenciações tornam-se tão numerosas, que é difícil segui-las, sendo elas combinações de egoísmo puro (desenvolvido, frequentemente, ao mais alto grau), de um crescente reconhecimento do grupo, do despertar da consciência para o direito das outras pessoas a um grau semelhante de conforto e de harmonia e de um firme esforço para adaptar condições de caráter e vida pessoal, de modo que os interesses puramente egoístas não prejudiquem os outros, até chegarmos a ...

5 - O homem comum, realmente bom, que luta para adaptar-se ao seu meio, às suas relações e responsabilidades para com o seu grupo de tal maneira, que uma certa dimensão do amor pode ser vista. Não me refiro aqui ao amor instintivo pela família e pelos filhos ou pelo clã que os homens compartilham com os animais e que frequentemente desaparece e quando os seres queridos reivindicam os próprios direitos. O vínculo não tem força suficiente para se manter e a motivação é excessivamente egoística para resistir à tensão. Refiro-me a esse amor motivado que reconhece os direitos dos seus semelhantes e que conscientemente se esforça por adaptar-se a tais direitos, enquanto se apega tenazmente aos direitos da personalidade.

6 - Vem, em seguida, o trabalho de adaptação exercido pelos aspirantes do mundo, os quais estão teoricamente convencidos de suas relações grupais, de sua suprema importância e da necessidade que tem toda a personalidade de desenvolver plenamente os seus poderes para poder proporcionar ao grupo um valor real e para servir, adequadamente, às necessidades desse. Portanto, o que ocorre hoje na vida do verdadeiro aspirante (o seu reconhecimento crescente da responsabilidade do grupo) também pode ser observado nos grupos, nas organizações e nações. Daí, as muitas experimentações. Esses grupos, grandes ou pequenos, estão sendo submetidos a um processo de limpeza e de eliminação dos resíduos de ideias antigas e gastas e a um período de disciplina e de preparação que deve preceder à verdadeira vida de grupo. Quando esse processo terminar, veremos os grupos aproximarem-se uns dos outros, com um novo e real espírito de cooperação, de fusão religiosa e numa atitude internacional que será realmente nova. Nesse momento, eles terão alguma coisa de maior valor e confiança para oferecer ao todo.

Dentro de todos esses grupos que lutam pela nova integração e realização e que expressam o que poderíamos chamar de "o sexto estágio de adaptação", encontram-se aqueles seres que já atingiram a sétima etapa.

7 - Temos, aqui, uma adaptação completamente desinteressada às necessidades e propósito do grupo. Os que alcançaram esse ponto em sua evolução estão descentralizados no que se refere à sua própria vida da personalidade. O foco de sua atenção mental encontra-se na alma e no mundo das almas. A sua atenção não está, de modo algum, dirigida para a personalidade, exceto na medida em que é necessário para obrigá-la a devotar-se ao propósito do grupo ou da alma. Esses servidores, que são expressões da radiância e do poder de atração da alma, têm conhecimento do Plano e, em todas as organizações, eles constituem o Novo Grupo dos Servidores do Mundo, que lentamente se vai ampliando. Em suas mãos, encontra-se a salvação do mundo.

8 - O último grupo dessa escala de adaptação é o dos iniciados superiores, os Irmãos mais velhos perfeitos e Grandes Companheiros. Esses adaptaram-se perfeitamente às Suas personalidades, uns aos outros e às condições mundiais; mas, como um grupo, Eles estão aprendendo a adaptar as forças da Natureza, as energias dos raios e os poderes dos signos do zodíaco às necessidades e às demandas do mundo, de uma maneira prática, a qualquer momento, determinado. É, aqui, que o trabalho dos discípulos do mundo e dos aspirantes mais evoluídos demonstra a sua utilidade como campo de experiência e é no Novo Grupo dos Servidores do Mundo que o processo de adaptação prossegue.

Procurei dar um esboço dessas etapas do processo de adaptação em termos de consciência, considerando o assunto, portanto, filosófica e psicologicamente. Deveria ser lembrado que esse processo, à medida que se desenvolve na consciência, produz (segura e inevitavelmente) mudanças correspondentes no mecanismo e na estrutura e na percepção pelos sentidos, por intermédio do corpo. Neste Tratado, não coloco muita ênfase nessas mudanças, pois elas são maravilhosamente analisadas pela ciência moderna, que avança firmemente na direção certa. Ponho, em relevo, a consciência, como fator predisponente e o desenvolvimento da consciência, que produz uma necessidade interna de um equipamento mais aperfeiçoado. O aperfeiçoamento do veículo e da expressão, como resultado de uma necessidade da consciência, é o segredo do impulso evolutivo, através dos tempos. Essa exigência interna no homem desperta os centros e esse despertar determina a resposta do sistema endócrino, controla o sistema nervoso em sua tríplice capacidade e também a corrente sanguínea. Portanto, a forma ou mecanismo externo é sempre uma indicação do grau de evolução do homem interno, subjetivo e espiritual.

O Segredo:

Esse é chamado, no esoterismo, de "o segredo da translação". Eu poderia apresentar à inteligência do estudante comum o conceito geral contido nessas palavras, afirmando-lhe que, quando um homem compreende realmente o poder de elevar que tem a aspiração, de pode começar a trabalhar com o segredo da translação. Os estudantes devem eliminar a ideia infundada e falsa de que a aspiração é uma atitude emocional. Não é. A aspiração é um processo científico que governa a própria evolução. Quando deixada a agir livremente e estritamente obedecida, a aspiração é o modo por excelência pelo qual o aspecto matéria ou a personalidade total é "elevada ao céu". O efeito de uma aspiração perseverante, quando acompanhada pela reta ação, é a manifestação de três coisas:

1. Um estímulo dos átomos superiores dos três corpos.

2. A eliminação, com o resultado desse estímulo, das substâncias atômicas que (quando presentes) prendem ocultamente o aspirante à Terra.

3. O aumento da força de atração magnética dos átomos superiores, que atraem para si átomos de vibração elevada para substituir os de baixa vibração. Há um ponto que gostaria de salientar aqui, para que possa ser corrigida uma atitude mental errada, quase universal. Átomos adequados, de alta vibração, são atraídos para o corpo ou corpos do homem pelo poder da atração unificada dos átomos que já estão presentes e não fundamentalmente pela vontade da alma, salvo na medida em que essa vontade age sobre os átomos de grau superior já existentes e que respondem a ela.

A aspiração é uma atividade de natureza oculta e científica e é instintiva na própria substância. Esse ponto deve ser ressaltado ao se dar instrução a grupos.

É uma interessante elucidação paralela sobre o fenômeno da aspiração, a afirmação de que o poder de levitação do corpo, hoje frequentemente tema de interesse e de investigação psíquica, depende de que se tenha estabelecido um alinhamento particular da personalidade, por meio da aspiração e é ato da vontade. Ela pressupõe a existência, nos três corpos, de uma certa percentagem de átomos de vibrações adequadas e leveza.

Esse segredo da translação é a causa que fundamenta o sistema de castas, sendo a casta um símbolo de translação. Em última análise, as almas passam de uma casta para outra, à medida que operam a "translação" dos seus corpos.

A chave para a translação encontra-se no fato de que nenhum ato de translação inclui um só corpo e nenhum "passar adiante e para acima", para qualquer outra dimensão, para outro estado de consciência e outra "casta" se realiza, a menos que um alinhamento se tenha produzido entre (por exemplo):

a) O corpo físico e o corpo emocional.
b) Esses dois corpos e o corpo mental.
c) Esses três e a alma.
d) Esses quatro e o Grupo de Servidores do Mundo.

Nesses quatro alinhamentos temos os paralelos esotéricos dos quais o sistema exterior de castas é o símbolo degradado. Ponderem sobre isso, porque o sistema de castas é universal.

Quando o terceiro alinhamento tiver de fato se efetuado e quando a luz do quarto componente dessa relação dominar a luz inerente aos outros três, é que o objetivo da evolução do homem será alcançado. Isso nos leva ao próximo ponto a ser considerado.

Propósito:

Esse propósito é a Transfiguração. Essa é a meta esotérica que se apresenta à humanidade. A Transfiguração foi o extraordinário acontecimento, protagonizado para a humanidade pelo maior de todos os filhos de Deus em Seu Próprio Corpo, a Quem eu e todos os verdadeiros discípulos consideramos como o Mestre de todos os Mestres, o Cristo. O que poderei dizer sobre esse acontecimento culminante pelo qual a personalidade inteira do homem espera? Essa terceira grande iniciação assinala uma crise no trabalho iniciático produz uma nova síntese, experimentada na vida do homem espiritual. Até a terceira iniciação, o homem se manteve ocupado com o processo de fundir a alma com o corpo, numa só unidade. Depois da terceira iniciação (e devido à ocorrência de um evento), o homem é orientado para uma nova fusão na consciência, a do espírito alma - corpo, com a qual passa a ocupar-se. Falo de uma fusão na consciência. A unidade sempre existiu ali e o homem em evolução, na realidade, vai-se tornando consciente daquilo que já existe.

Divisões:

Do ponto de vista deste Tratado esotérico, as divisões são cinco. Ela serão aqui mencionadas, só resumidamente, porque o seu esclarecimento acarretaria excessivas explicações.

1 - As divisões raciais. Podem ser consideradas de duas maneiras:

a) Sob o ponto de vista da ciência esotérica moderna.
b) Sob o ponto de vista de A Doutrina Secreta, com suas divisões setenárias da humanidade e suas quarenta e nove subdivisões.

2 - A divisão da humanidade em sete principais tipos de raio, que podem ser enumerados como segue:

a) O tipo de poder ... cheio de vontade e capacidade de governar.
b) O tipo amoroso ... pleno de amor e de poder de fusão.
c) O tipo ativo ... de grande atividade e energia manipulando energia.
d) O tipo artístico ... pleno de senso de beleza e aspiração criativa.
e) O tipo científico ... cuja ideia predominante é a da causa e efeito. O tipo matemático.
f) O tipo de devoção ... pleno de idealismo.
g) O tipo de negócios ... de grande poder de organização e com inclinação para o ritualismo cerimonial.

3 - Os doze grupos astrológicos. Ocupar-nos-emos deles ao tratarmos de Os Raios e o Zodíaco; portanto, eles não serão aqui mencionados.

4 - A divisão dos seres humanos em três grupos esotéricos:

a) Os que ainda não despertaram para a consciência do "eu". Esotericamente, esses são chamados de "as centelhas obscurecidas".
b) Os que estão despertos para a condição da individualidade. São chamados de "as luzes vacilantes".
c) Os que acordaram para a consciência da alma. São chamados de "os radiantes filhos da luz".

5 - A divisão da humanidade em três tipos de aspirantes:

a) Aqueles que são observados a distância pela Hierarquia que guia a humanidade.
b) Aqueles que foram despertados pela Hierarquia e são para ela atraídos.
c) Aqueles que, do ângulo da personalidade, pertencem ao mundo das forças, mas que são almas despertas cuja consciência está sendo integrada à da Hierarquia. Esses constituem o Novo Grupo dos Servidores do Mundo.

A esses três últimos grupos poder-se-ia perfeitamente somar a própria Hierarquia.

Esse quadro, como um todo, indica as principais divisões em que a psicologia esotérica classifica a humanidade e se vocês o analisarem atentamente, perceberão o quanto ele é abrangente. Recomendo o seu estudo aos psicólogos modernos.

Agente Objetivo:

No caso do ser humano, que tem já os sentidos ativos (sentidos que se desenvolvem lentamente nos reinos inferiores), o agente externo, por meio do qual ele progride, é o mundo da experiência, ou seja, o mundo do plano físico tangível. Aí, ele habita na carne e esse é para ele um campo adequado de desenvolvimento; no processo de desenvolvimento da consciência grupal, ele encontra a multiplicidade de contatos necessários para o despertar de sua resposta ao meio ambiente. Esse próprio meio ambiente é parte de sua vida e da expressão da Divindade e é por seu intermédio que o homem chega a conhecer alguns aspectos da manifestação de Deus.

Utilizando os cinco sentidos e trabalhando com a terra, o ar, o fogo e a água, o ser humano reúne, desse modo, tudo o que está disponível para seu uso e atua no mundo externo da vida diária, com o mundo e por meio dele.
Agente Subjetivo:

A mente é aqui empregada como um órgão dos sentidos, como um sentido comum ou sintético e como um instrumento de descoberta, por meio do qual o homem desenvolve a verdadeira consciência humana.

É por meio da utilização da mente que o homem começa a discriminar e a cultivar, lentamente, um senso de valores que lhe permite, por fim, pôr ênfase no ideal e no espiritual e não no material e no físico.

Qualidade:

Essa qualidade é o desenvolvimento de sattva ou ritmo, no reino humano. Ela é, na verdade, a resposta harmoniosa à vibração e leva à integração da unidade no todo e à produção dessa "compreensão", a qual tornará o homem capaz de eliminar todas as barreiras em sua consciência e de apresentar (simples e naturalmente) uma resposta rítmica e completa a todas as condições e estados de consciência. Deve-se sempre lembrar de que o segredo da qualidade da humanidade (se posso usar uma frase tão desajeitada) é o poder de identificar a consciência humana com todas as outras formas de consciência e de percepção, com todas as formas de resposta inconsciente e instintiva e com todas as formas do sentido superconsciente ou divino de ser. Isso pode ser fundamentalmente realizado pela vontade.

Agora, devemos iniciar o que realmente constitui um esboço da nova psicologia. Essa prosseguirá em seu desenvolvimento, até sua consumação e verdadeira utilidade na Era de Aquário. Tornar-se-á, então, a ciência básica e fundamental dessa Era, do mesmo modo como a ciência da eletricidade (a eletricidade da matéria) é a realização básica da Era de Peixes.

O que vamos, de fato, considerar são as influências que fazem de um homem o que ele é e que determinam a qualidade da sua aparência. Essa deve ser estudada em termos da personalidade totalmente integrada e não apenas no que se refere à condição física externa e objetiva.

As influências que determinam o homem são os raios de sua própria personalidade e alma, que atuam sobre ele e afetam a sua consciência, penetrando em seu equipamento da forma, por meio das unidades de energia que constituem essa forma. Outras influências determinantes são também os fatores solar, cósmico e ambientais, que igualmente agem sobre ele.

Caberia aqui uma pergunta: quais são as diferenças entre as influências de raio e aquelas de natureza astrológica, tais como o signo ascendente ou os planetas regentes?

As energias que astrologicamente afetam o ser humano são as que atuam sobre ele como resultado do deslocamento aparente do Sol no firmamento, quer uma vez, em cada vinte e cinco mil anos, quer uma vez, em cada doze meses. As energias que constituem as forças de raio não provêm das doze constelações do zodíaco, mas emanam primordialmente de um mundo de ser e de consciência que está por trás do nosso sistema solar; elas provêm das sete constelações que formam o corpo de manifestação d'Aquele de Quem Nada se Pode Dizer. O nosso sistema solar é uma dessas sete constelações. Esse é o mundo da própria Divindade, de que o homem nada pode saber, enquanto não tiver passado pelas iniciações superiores. Mais tarde, quando estudarmos o zodíaco e a sua relação com os raios, examinaremos o assunto detalhadamente, tornando a ideia mais clara. Nesse trabalho, estamos considerando as influências de raio e não do zodíaco.

Uma das primeiras coisas que precisamos compreender ao estudarmos o homem e os raios é o grande número dessas influências de raio que atuam sobre ele e que o formam, "animam-no" e fazem dele o ser complexo que ele é. Seria útil enumerá-las uma a uma e refletir sobre elas por um momento. Não há um motivo real para confusão nesse assunto. À medida que o tempo passar e os raios forem mais amplamente estudados, a relação entre o homem e os raios será submetida a uma análise cuidadosa e, tornar-se-á possível, então, verificar as informações e os fatos. Depois disso, processar-se-á uma classificação e uma compreensão das forças de raio. Isso levará a uma ciência da psicologia de natureza mais correta e precisa, em vez da ciência especulativa atual. Hoje, a psicologia moderna ocupa- se dos aspectos mais aparentes do homem encarnado e com a discussão de certas possibilidades subjetivas especulativas.

Pode-se notar, portanto, que os raios e as influências seguintes devem ser considerados no caso de cada homem, individualmente, porque são esses fatores que fazem dele o que é e determinam o seu problema.

1. O raio do próprio sistema solar.
2. O raio do Logos planetário do nosso planeta.
3. O raio do próprio reino humano.
4. O nosso raio racial particular, o raio que determina a raça ariana.
5. Os raios que governam cada ciclo, especificamente.
6. O raio nacional ou a influência de raio que atua particularmente sobre determinada nação.
7. O raio da alma ou ego.
8. O raio da personalidade.
9. Os raios que governam:

a) O corpo mental.
b) O corpo emocional ou astral.
c) O corpo físico.

Existem outros raios, mas os mencionados são os mais poderosos e têm um maior poder condicionante. Considerá-los-emos resumidamente:

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1. O Raio do Sistema Solar

Deve ser lembrado que o raio dominante, a principal influência em nosso sistema solar, é o grande segundo Raio cósmico de Amor-Sabedoria, um raio dual, isto é, que combina dois grandes princípios e energias cósmicas. É o raio que governa a "personalidade" do nosso Logos solar, se tal expressão pode ser usada e, sendo dual, indica os raios tanto da Sua personalidade como de Sua alma, raios esses que, nele, concentram- se agora tão equilibrados e fundidos que, sob o ponto de vista da humanidade, eles constituem o raio maior, o raio único. Esse raio maior determina a Sua Qualidade e o Seu Propósito.

Cada unidade de vida e toda forma em manifestação são governadas por esse segundo raio. Fundamentalmente falando, a energia do amor, expressa com sabedoria, é a linha de menor resistência para as vidas manifestadas em nosso sistema solar. Esse raio qualifica a vida de todos os planetas e a força de atração do amor magnético de Deus irradia-se através de Seu universo criado; esse amor emerge na consciência e determina o objetivo de todas as formas em evolução. Cada ser humano, como um todo, portanto, vive num universo e num planeta que é constantemente objeto do amor e da aspiração de Deus e que, constantemente (como resultado desse amor), por sua vez, é atraído e atrai. Nós não atribuímos um justo reconhecimento a esse fato. Professores, pais e educadores fariam bem em reconhecer o poder dessa força de raio e confiar em que a Lei cria todas as coisas boas.

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2. O Raio do Planeta Terra

Cada um dos sete planetas sagrados (a nossa Terra não é um deles) é a expressão de uma das sete influências de raio. Esses sete planetas podem ser enumerados como segue; os raios que através deles atuam são expostos com precisão. Contudo, o estudante deve lembrar-se de três coisas:

1 - Que cada planeta é a encarnação de uma Vida, de uma entidade ou ser.

2 - Que cada planeta, do mesmo modo que um ser humano, é a expressão de duas forças de raio - a da personalidade e a do ego.

3 - Que dois raios, portanto, estão em conflito esotérico em cada planeta.

Indicarei somente um dos raios, sem especificar se esse corresponde ao raio do ego ou ao raio da personalidade do Logos planetário em particular. Atualmente, não convém dar indicações muito precisas e detalhadas à humanidade, que é ainda demasiadamente egoísta para merecer tal confiança.

OS PLANETAS E OS RAIOS

Planetas Sagrados Raio
1 - Vulcano 1° Raio
2 - Mercúrio 4° Raio
3 - Vênus 5° Raio
4 - Júpiter 2° Raio
5 - Saturno 3° Raio
6 - Netuno 6° Raio
7 - Urano 7° Raio
Planetas Não Sagrados Raio
1- Marte 6° Raio
2- Terra 3° Raio
3- Plutão 1° Raio
4- A Lua (encobre um planeta oculto) 4° Raio
5- O Sol (encobre um planeta oculto) 2° Raio

Refiro-me, aqui, aos principais ciclos de raio e não aos ciclos menores. Observem que dois raios, o quinto e o sétimo, aparentemente, não se expressam através dos planetas não sagrados. Há apenas cinco planetas não sagrados. Mas a razão pela qual um planeta é ou não sagrado constitui um dos segredos de uma determinada iniciação maior e, a esse respeito, não posso aqui oferecer maiores elucidações. Bastará dizer que os planetas sagrados são sete em número, totalizando doze manifestações planetárias. Para o leitor atento ficará também evidente que alguns planetas sagrados e alguns planetas não sagrados têm uma estreita relação entre si, através dos raios que os influenciam. São eles:

Raio I Vulcano Plutão
Raio II Júpiter O Sol
Raio II Saturno
A Terra
Raio IV Mercúrio A Lua
Raio VI Netuno Marte

Essas relações proporcionarão aos astrólogos um campo de investigação até certo grau novo.

Vocês poderão, portanto, notar quão singularmente esta Terra em que vivemos é adequada ao desenvolvimento dos filhos de Deus encarnados. O homem evolui, como acontece com todas as vidas dentro da área de influência de um sistema solar, pela inspiração do amor, expresso como sabedoria. O amor não é um sentimento. O amor é o grande princípio de atração, de aspiração, de força magnética e (dentro do nosso sistema solar) esse princípio revela-se como a atração e a interação entre os pares de opostos. Essa interação proporciona todos os graus ou tipos necessários de desenvolvimento para a consciência. A primeira resposta consciente é dada à mais potente e à mais densa espécie de atração na matéria, ao reino animal. Apesar da densidade e intenso como possa ser esse tipo de vibração, ela é, não obstante, uma expressão de amor embrionário. Uma nova resposta surge, com maior facilidade, com maior e mais real percepção e sensibilidade, no reino seguinte, ao se manifestar a consciência do reino vegetal. Mas isso também é amor. Sua resposta é ainda mais livre e reage a uma gama muito maior de contatos no reino animal, emergindo e podendo ser reconhecidos os desejos instintivos básicos. Esses, no devido tempo, tornam-se a motivação da vida, embora o que se manifeste seja ainda, unicamente, o amor de Deus. É o amor entre a vida consciente e a forma consciente; é o amor entre os pares de opostos que conduz finalmente a uma eventual síntese ou casamento; é o relacionamento entre as dualidades fundamentais; não se trata de um sentimento, mas de um fato em um grande processo natural.

Continuamente, ocorre a manifestação da glória e da radiância de um amor crescente, até chegarmos ao reino humano, onde o amor atinge um outro plano. Então, a capacidade de resposta, a sensibilidade e a reação sentimental humana desenvolvem-se no estado humano de percepção. Prazer e dor passam a ser fatores definidos na evolução e a longa agonia da humanidade se inicia. O amor é, então, visto em todo o seu egoísmo, mas também a sua glória potencial pode ser percebida. O amor ou desejo atrai para si aquilo que ele sente ser-lhe necessário, porém, mais tarde, isso se transforma no que ele pensa que deveria ter; com o tempo, esse objeto é transmutado naquilo que ele sabe ser a herança divina, não material, de um filho de Deus. Reflitam sobre essas últimas palavras, pois, da verdadeira compreensão, provirá o esclarecimento do problema do homem e a sua libertação do cativeiro dos amores inferiores, para a liberdade do próprio amor, para a liberdade daquele que possui todas as coisas e, no entanto, nada deseja para o eu separado.

A atração magnética do objeto desejado é modificada em nosso planeta pelo raio da personalidade do nosso Logos planetário em particular. Esse raio é o da Inteligência Ativa e da Adaptabilidade seletiva.

Do mesmo modo que cada célula e átomo do corpo humano são modificados e condicionados pelo raio egoico e pelo raio de cada um dos corpos internos, assim também cada célula e átomo do corpo do Logos planetário são condicionados e modificados pela Sua influência de raio; nesse caso, o raio da Sua personalidade. Nessa influência condicionante, encontra-se uma das chaves da angústia, dor e da agonia no mundo de hoje. O Logos planetário da nossa Terra é basicamente condicionado por um raio cósmico, sem dúvida, mas não pelo Seu raio egoico. Talvez seja essa a razão (ou uma das razões) pela qual a nossa Terra não seja um dos sete planetas sagrados.

Não devo alongar-me nesse assunto, porém, era necessário chamar a atenção para esse grande fator determinante, o terceiro raio, que é o raio da personalidade do nosso Logos planetário.

Esse raio introduz o fator da discriminação, por meio da atividade mental e isso, por sua vez, equilibra a assim chamada natureza amorosa e é, na verdade, a causa do nosso progresso evolutivo. A vida nas formas passa, por meio da atividade discriminativa e seletiva, de uma experiência para outra, numa escala de contatos cada vez mais ampla.

É esse Raio da Atividade Inteligente que domina o homem atualmente. Os seres humanos estão em grande parte centrados nas suas personalidades; eles são "egocêntricos", segundo a terminologia dos psicólogos, que reconhecem o princípio integrador do ego (em muitos casos), mas ainda não reconhecem o ego ou alma, exceto sob um termo tão vago como "supraconsciente", Temos, portanto, uma humanidade absorta em uma formidável atividade, demonstrando por toda a parte um interesse vital, discriminador e intelectual por todos os tipos de fenômenos. Essa tendência para a atividade continuará aumentando e se intensificará até que a raça ariana se funda com a próxima raça-raiz, para a qual ainda não temos nome, embora reconheçamos que, nessa raça, o intelecto servirá à intuição.

Considera-se, hoje, que a atividade humana atingiu incrível rapidez e intensidade de vibração. Contudo, do ponto de vista dos Conhecedores do mundo, ela apenas começa a expressar-se e ainda é relativamente tênue.

O aumento da tendência à velocidade vital pode ser observado, ao se estudar a história e o ritmo em que o homem agora vive, a complexidade e os inúmeros interesses dinâmicos de sua vida podem ser comparados com os do homem comum de duzentos anos atrás. Os últimos vinte e cinco anos da história do homem mostram uma enorme aceleração, em comparação com as condições de há cinquenta anos.

A razão para esse crescimento da atividade inteligente e da rapidez de resposta e contato encontra-se no fato subjetivo de que a humanidade está integrando rapidamente os três aspectos da natureza humana numa unidade chamada personalidade. Os homens estão, cada vez mais, tornando-se personalidades e unificando em uma só expressão os seus aspectos físicos, emocional e mental; por isso, eles são hoje mais capazes de responder ao raio da personalidade integrada daquele em Quem "vivem, se movem e têm a sua existência".

Falando, portanto, em termos do problema de vida do homem, poderíamos afirmar que ele é poderosamente afetado pelas duas maiores influências que atingem o reino humano: o raio cósmico do sistema solar, isto é, o Raio do Amor-Sabedoria; o raio cósmico do planeta, que é o raio da personalidade do Logos planetário, o Raio da Inteligência Ativa ou Adaptabilidade.

O homem poderia ser definido como uma unidade de vida consciente, levada a uma expressão tangível por meio do amor discriminativo de Deus. Por meio de suas experiências de vida, ele é confrontado com inúmeras escolhas, que gradualmente mudam do campo do tangível para o intangível. À medida que ele atrai ou é atraído pela vida do seu meio ambiente, vai se tornando cada vez mais consciente de uma série de valores variáveis; até que chega àquele grau de desenvolvimento em que a influência ou a atração magnética do mundo subjetivo e as realidades mentais e espirituais intangíveis são mais potentes que os fatores que até então o atraíam. O seu senso de valores não é mais determinado por fatores tais como:

1- A satisfação de sua natureza animal instintiva.
2- Os desejos de uma espécie mais emocional e sentimental que o seu corpo astral pede.
3- A atração e os prazeres de natureza mental e os apetites intelectuais.

O homem passa a ser fortemente atraído por sua alma e isso produz uma tremenda revolução em toda a sua vida, compreendendo-se a palavra "revolução" em seu verdadeiro sentido, como uma mudança total de direção. Essa revolução está ocorrendo agora, numa escala tão universal na vida dos indivíduos, que ela representa um dos principais fatores geradores da atual potencialidade das ideias experimentadas no mundo moderno. O poder de atração da alma aumenta constantemente, enquanto que o predomínio da personalidade diminui paralelamente. Tudo isso foi produzido pelo processo da experimentação, conduzindo à experiência; pela experiência, levando a uma utilização mais sábia dos poderes da personalidade; por uma crescente apreciação de um mundo mais verdadeiro de valores e de realidade e pelo esforço, por parte do homem, para identificar-se com o mundo dos valores espirituais e não com o plano dos valores materiais. O mundo do significado e das causas converte-se, gradualmente, no mundo onde ele encontra a felicidade e a seleção de seus principais interesses e o uso que ele decide dar ao seu tempo e à sua capacidade são, finalmente, condicionados pelos valores espirituais mais verdadeiros. O homem está, então, no caminho da iluminação. Procurei expressar os efeitos dessas duas principais influências de raio em termos de misticismo e de filosofia, mas, na verdade, tudo o que aqui foi dito poderia ser expresso cientificamente e em termos de fórmulas científicas, se o homem estivesse mentalmente preparado para compreendê- las. Isso, porém, ainda não é possível. Todas essas vibrações de raio, quaisquer que sejam, podem eventualmente ser reduzidas a fórmulas e símbolos.

A reação ao meio ambiente, a resposta sensível às influências de raio que governam e se expressam, por meio das formas que compõem o meio ambiente do homem, a crescente capacidade de discriminar entre energias e forças, o lento desenvolvimento de um senso de valores (o único que finalmente dispersa a ilusão e a miragem e revela a realidade) e uma mudança do interesse mental - tudo isso expressa o efeito da interação entre os raios do sistema solar e do planeta. Esses, combinando-se, fluem através da humanidade e afetam- na.

Uma das coisas mais difíceis que hoje os Mestres enfrentam é provar ao homem que os antigos e reconhecidos valores e o mundo tangível dos fenômenos (emocional e físico) devem ser relegados a seu devido lugar, lá no fundo da consciência do homem e que as realidades intangíveis, assim como o mundo das ideias e das causas, deve ser, para ele, no futuro imediato, o foco principal de atenção. Quando o homem compreender isso e viver de acordo com esse conhecimento, a ilusão que atualmente domina o mundo desaparecerá. Se vocês refletirem sobre isto, reconhecerão que a grande crise de 1914-1918 fez um trabalho muito útil ao romper a miragem da segurança material, na qual os homens estavam vivendo e ao destruir grande parte de seu egoísmo instintivo e sensual. O grupo começa a ser reconhecido como da maior importância e o bem-estar do indivíduo é importante, somente na medida em que a unidade é parte integrante do grupo. Isso afinal não destruirá a iniciativa ou a individualidade. É apenas em nossos experimentos iniciais e pela nossa imperícia na utilização da faculdade de discriminação que estamos, até agora, cometendo tais tristes erros.

O processo de destruição da ilusão mundial tem continuado, desde então, em grande escala; em todos os países, graças a várias experiências em andamento, a miragem vai desaparecendo e estão emergindo os valores mais verdadeiros do bem-estar, da integração e do progresso do grupo. O sentido de insegurança, que é um aspecto tão penoso no atual período de transformação, é devido simplesmente à destruição do antigo senso de valores, à dissipação da miragem que revela no presente um quadro não familiar e ao temor e à instabilidade que o homem sente, quando se defronta com o "Guardião do Umbral" do mundo. Isso tem de ser eliminado e destruído, porque é um obstáculo no caminho para o novo mundo de valores. O grande pensamento-forma que o homem construiu com a avidez e o materialismo, através dos tempos, está sendo progressivamente desintegrado e a humanidade aproxima-se de uma libertação que a conduzirá ao Caminho do Discipulado. Não me refiro aqui à libertação final, mas à que vem da livre escolha, sabiamente utilizada e aplicada ao bem do todo e condicionada pelo amor. Notem que digo "sabiamente utilizada". A sabedoria, impulsionada e motivada pelo amor e inteligentemente aplicada aos problemas mundiais, é muito necessária hoje, porém ainda não pode ser encontrada, exceto entre as poucas almas iluminadas em cada nação - em cada nação, digo, sem exceção.
Muitos mais devem amar com sabedoria e valorizar a aspiração do grupo, antes que possamos ver conhecida a próxima realidade e emergir das trevas que estamos agora a caminho de dissipar.

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3. O Raio do Quarto Reino

Agora, tocaremos resumidamente num assunto difícil e obscuro, que atrairá principalmente aqueles que trabalham com a Lei das Correspondências. Os esoteristas devem recordar que cada reino da Natureza constitui uma totalidade de vidas. Cada átomo, em cada forma na Natureza, é uma vida e essas vidas compõem as células do corpo ou veículo de manifestação de um Ser. Há um Ser encarnado em cada reino da Natureza. Do mesmo modo que as miríades de vidas atômicas no corpo humano constituem o corpo de expressão de um homem e produzem a sua aparência, assim também é com a Vida maior que dá forma ao quarto reino da Natureza. Essa aparência - como todas as aparências - é qualificada por algum tipo de raio em particular, sendo determinada também pelo princípio vital ou aspecto do espírito. Assim, cada forma é composta de inúmeras vidas nas quais prepondera alguma qualidade de raio. Essa é uma verdade oculta comum. Essas vidas qualificadas produzem uma aparência fenomênica, constituindo uma unidade, por meio da influência do princípio integrador, sempre presente.

O raio que governa a totalidade do reino humano é o quarto Raio da Harmonia através do Conflito. Poder-se-ia afirmar, simbolicamente, que o raio egoico da Vida que dá forma à família humana é esse quarto raio; que o raio da personalidade é o quinto raio do conhecimento pela discriminação - o Raio, como é chamado, do Conhecimento Concreto ou Ciência. A harmonia pelo conflito e a capacidade de adquirir o conhecimento através da escolha discriminadora - esses são os dois raios ou influências maiores que atingem a humanidade como um todo e a impulsionam para o seu destino divino. Eles são fatores predisponentes com os quais um homem pode contar e dos quais infalivelmente depender. São a garantia de sua realização, mas também de dificuldades e de dualidade temporária. A harmonia, expressando-se em beleza e poder criador, é adquirida pela luta, pelo esforço e tensão. O conhecimento, expressando-se finalmente pela sabedoria, é alcançado somente por meio da agonia de opções sucessivas. Essas, submetidas à inteligência discriminadora durante o processo da experiência de vida, produzem, por fim, o senso dos valores verdadeiros, a visão do ideal e a capacidade de distinguir a realidade por trás da interferência da fascinação.

Os estudantes do esoterismo com certeza terão em mente que o quarto raio possui uma relação natural com o quarto reino da Natureza que, por sua vez, é a manifestação inferior da quarta Hierarquia criadora. A unificação dos três resultados principais da atividade de uma grande Vida poderia ser enumerada como se segue:

1- O raio do poder ou vida que tende sempre para a harmonia e uma consequente beleza, o quarto raio.

2 - A hierarquia criadora das mônadas humanas que (por pouco que possam compreender) já alcançaram a sabedoria e são verdadeiramente, nesse momento, os filhos divinos de Deus.

3 - O quarto reino da Natureza que é o resultado da atividade evolutiva das anteriores, as quais são, por sua vez, impulsionadas para essa atividade pelo quarto raio.

Essa é, essencialmente, a verdadeira sucessão apostólica, pois proporciona uma tríplice linha de energia dirigida. Isso produz a manifestação humana sobre o quarto globo da nossa cadeia terrestre e, nessa quarta ronda, é responsável pela tremenda crise que a atual humanidade enfrenta. O aspecto conflito do processo chegou ao ponto máximo, ou melhor, ultrapassou seu ponto máximo do ângulo da expressão no plano físico. Essa situação e essa tripla influência que produziram a manifestação dos filhos de Deus estão resumidas nas palavras concisas do Velho Comentário - concisas, quando nos lembramos que expressam a longa agonia da prova da humanidade e a abertura para o homem da porta de ingresso para o quinto reino do ser espiritual. Elas incluem, portanto, em seu significado, a meta e objetivo do homem e o processo pelo qual ele os alcança:

"Os Quatro Sagrados descem dos lugares celestiais e aventuram-se para a esfera da Terra. Do quarto grande plano eles, assim, controlam a batalha.

"O Senhor da Harmonia, Aquele que está sentado no alto, derrama a Sua vida e força por todo o campo do conflito. Ele vê o fim desde o princípio, mas não suspende a Sua mão, por mais profundas que sejam a agonia e a dor. A paz deve ser a meta. A beleza deve ser alcançada. Ele não pode, por isso, deter a vida nem interromper o seu curso.

"Os Quatro do Meio, tendo repousado da campanha anterior, cingem as armaduras e ocultam- se por trás da forma externa. Abandonam a quarta grande esfera da harmonia e passam para o plano mental. Ai, fortificam o templo do Senhor, iluminam-no com luz e glória e, depois, dirigem os olhos para a Terra.

"Os Quatro Inferiores tomam forma entre as vidas que não são humanas e os três grupos de vidas que habitam no umbral. Eles procuram unir e harmonizar, abrir caminho e fundir. A humanidade agora vive. Os quatro superiores e os quatro do meio encontram-se nos quatro inferiores, sobre o quarto grande globo.

"A batalha prossegue. Quando os três grupos dos quatro manifestados puderem ver-se na luz e, mais tarde, unir as suas forças, a meta será alcançada.

"No quarto globo da ação e no ciclo maior da quarta expressão será essa fusão completada. Os quatro inferiores, fundidos nos quatro do meio, deixarão o tríplice mundo do conflito é encontrarão a sua morada, enquanto na forma e na quarta esfera, de onde vieram os quatro regentes superiores. Assim, será o governo estabelecido, a glória observada e o poder da hierarquia demonstrado.

"Na quarta raça (Atlante - A.A.B.) começou o conflito e nasceu a consciência. Na quinta raça (Ariana - A.A.B.) ver-se-á a crise da batalha e, então, os quatro inferiores e os quatro do meio começarão a unir as suas forças. Na sexta raça, a poeira da batalha se dissipará. Os quatro inferiores, os quatro do meio e os quatro superiores cantarão em uníssono a glória do seu Senhor, a beleza do amor de Deus, a maravilha da fraternidade humana. Esse é o seu hino triunfal."

Esotericamente falando (e não simbolicamente, porque há uma distinção entre essas duas formas que os estudantes devem observar), quando as linhas de força são ajustadas e há um livre intercâmbio de energias e um canal direto e alinhado entre os vários aspectos da divindade há, então, realização e beleza. Esse é o tema da simbólica e antiga formulação da verdade, acima citada, que é, na realidade, uma profecia simbólica. A mesma ideia foi expressa numa afirmação ainda mais antiga e concisa, que deve ser compreendida e reduzida a uma fórmula mântrica quando se recebe a quarta iniciação:

"Quando as forças dos quatro, três vezes repetidas, se tornarem o quatro, então a Vida de ....... Se revelará em beleza."

É interessante notar que, na língua inglesa, o valor numérico da palavra "quatro" é o mesmo que o da palavra "força", se se eliminar o número cinco. Para a humanidade, é a quinta energia que conduz ao campo de batalha, a energia da mente discriminadora e quando essa, no devido tempo, for usada, controlada e transmutada "somente restará o quatro, desaparecendo a força". Observem os detalhes numerológicos. (*)

(*) Os algarismos acima correspondem aos dois termos em língua inglesa, porque a tradução das palavras "four" e "force" teria em português outro valor numérico. (N. T.)

F O R C E (força)
6 6 9 3 5 .... 29 ... 11. Número do adepto, que utiliza a energia.
F O U R (quatro)
6 6 3 9 ... 24 6. O criador que unifica o subjetivo e o objetivo.

É evidente que force, no primeiro grupo, termina em separatividade, pois cinco é o número da mente e do homem. O número nove, número da iniciação, encontra-se escondido no meio da palavra force, mas os algarismos culminantes indicam atividade e separatividade. No segundo grupo de algarismos, a atividade precede o nove da iniciação e esse nove é o ponto mais elevado. Mas o cinco é deixado fora. O homem já não é realmente humano ou separatista. Ele é o perfeito quatro, dos três inferiores e da alma.

Para formular a verdade da maneira mais simples, deve-se ter presente que a humanidade, o quarto reino que, é uma expressão da quarta hierarquia criadora de mônadas humanas, é movida pelo instinto ou impulso para a harmonia e está, assim, basicamente sob a influência do quarto raio. Essa harmonia é alcançada pela utilização da energia do quinto raio do conhecimento. O conhecimento, quando adquirido e aplicado, produz a beleza e o poder de criar. Depois, o raio do quinto Senhor será retirado do ciclo principal que governa a humanidade e a sabedoria e a resposta búdica intuitiva caracterizarão a humanidade. Há uma relação nesse ciclo principal, no que diz respeito à humanidade, entre os dois Senhores de raio da Harmonia e do Conhecimento. É novamente nessa relação numérica do quatro e cinco que surge o número nove, número da iniciação. Um adepto da quinta iniciação é aquele que conseguiu harmonia perfeita por meio do reto conhecimento. Isso ocorre na quarta iniciação e é demonstrado ou comprovado na quinta.

Um estudo cuidadoso das tabelas dos raios que afetam a humanidade deixará claro que eles são tantos e tão diversos, que o assunto adquire grande complexidade. Há numerosas influências que tendem a fazer do homem o que ele é e, contudo, pouco ainda se sabe sobre muitas delas.

Nos primeiros estágios do desenvolvimento humano, é quase impossível (exceto para um iniciado) lidar com as diferentes fases ou mesmo reconhecer as indicações das reações da humanidade a esses raios. Mas, à medida que a humanidade evolui e o aspecto forma torna-se, de maneira crescente, um mecanismo de resposta mais apto e refinado e um refletor mais plástico e sensível do homem interno, as definições e análises ficam mais fáceis. Surgem tipos de indivíduos com delineações mais claras e as qualidades de raio começam a dominar. As marcas imprimidas pelos raios predominantes podem ser mais claramente percebidas e o ponto de evolução mais acuradamente compreendido.

Devemos, agora, considerar os raios que dominam as raças da humanidade. Seria útil ao leitor comum considerar que para ele, pelo menos, as informações dadas até aqui e o que diz respeito aos raios raciais, nacionais e cíclicos, constituem, pelo menos, uma interessante hipótese, que pode ser inteligentemente aceita, até prova em contrário. Esse conhecimento deve necessariamente continuar hipotético durante várias vidas, no que se refere ao estudante comum. Contudo, quando chegarmos a tratar dos três pontos finais desta parte do nosso Tratado, será possível confrontar as informações apresentadas, correlacionar os tipos de raio e descobrir (pelo estudo das potencialidades envolvidas) as suas características emergentes e as forças de raio.

Ao evidenciar, portanto, os pormenores referentes ao homem, assentamos as bases para a aceitação do conhecimento cósmico, solar e planetário. O que se confirma como verdadeiro numa pequena escala abre as portas para a compreensão do que existe numa escala mais ampla. "Homem conhece-te a ti mesmo" é uma chave poderosa para o conhecimento da Divindade e para a obra divina,

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4. Os Raios Raciais

Lembramos ao leitor que três raios se encontram ocultamente em repouso e quatro estão em diferentes graus de atividade. Vamos recapitular esse assunto por um momento para que essa noção fique claramente estabelecida em nossa mente.

Os raios um, quatro e seis estão atualmente fora de manifestação, embora a influência do sexto raio tenha começado a. declinar somente há trezentos anos e a sua potência, se bem que muito enfraquecida, ainda possa ser sentida.

Os raios dois, três, cinco e sete ainda estão fortemente ativos. As noções seguintes podem dar uma ideia dos "valores" relativos dessas influências de raio.

O terceiro raio é o que mais tempo tem estado em encarnação, mas, em 1875, ele ocultamente "completou o seu limite de exteriorização e começou a curvar-se sobre si mesmo e, portanto, a retroceder". Ele começa, portanto, a declinar. Quando esse fato ocorre em relação a qualquer tipo de energia, o efeito produzido é sempre da natureza de uma cristalização e esta apto a criar "formas rígidas que justificam a sua rápida destruição". Isso causa condições mentais de natureza rígida e estática. Desse modo, pode-se inferir claramente que, nos últimos estágios de atividade, desse raio, temos a demonstração dessas atitudes dogmáticas, sectárias e teológicas, por exemplo; que marcam o declínio e consequente inutilidade das várias escolas de pensamento, as quais, em seu tempo, encarnaram as ideias dos homens e foram adequadas para ajudá-los durante o período em que elas estavam em ascensão.

O segundo raio tem um ciclo periódico rápido. Isso se deve à sua excessiva potência. Sendo o raio maior do nosso sistema solar (do qual todos os outros raios são apenas aspectos) poder-se-ia dizer que, na realidade, esse raio nunca está fora de manifestação. Há, não obstante, ciclos contínuos de força crescente e decrescente, produzidos pela interação dos raios, que dão origem ao que é chamado nos velhos arquivos de "a intrusão de um dos sete Irmãos que bloqueiam a porta de onde emana a força", e "o desaparecimento desse resplandecente Irmão que continua o Seu caminho e deixa atrás de si uma porta aberta, através da qual outro Irmão pode assumir a Sua missão predestinada". O simbolismo é claro. Os ciclos do segundo raio são dinâmicos e se repetem segundo um ritmo regular, nesta época e ao longo dos vinte e cinco mil anos de um ciclo zodiacal, em sequências de quinhentos anos. Portanto, em 1825, a potência desse raio começou a declinar, depois que o pico dos duzentos e cinquenta anos de sua manifestação foi alcançado. A gradual retirada desse raio foi que conduziu ao crescimento da separatividade no mundo, responsável pelas guerras europeias e pela grande Guerra Mundial. Esse raio continuará a declinar por mais cento e quarenta anos. Tal fato não significa necessariamente o aumento da violência física e a prevalência da guerra. A humanidade responde, agora, muito mais facilmente às influências de raio, o que permite à Hierarquia guardiã (pelo estímulo egoico e graças à sensibilidade de certas nações à orientação interna) compensar os efeitos principais mais óbvios. Isso deverá lançar uma interessante luz sobre a grande importância desses acontecimentos cíclicos.

O quinto raio é o último dos raios a entrar em atividade e encontrar-se apenas em processo de "exprimir a força". Essa força está em contínuo crescimento; o resultado da sua influência será guiar a humanidade para um conhecimento cada vez maior. A sua energia incide sobre as mentes dos homens, nesta época, produzindo a estimulação que é a base de toda a abordagem científica da verdade, em todos os campos do pensamento humano. Sendo também esse o raio que governa o aspecto personalidade do quarto reino da Natureza e um dos raios que determinam ou condicionam a nossa raça ariana, a sua potência atual é extremamente grande. Esse é um ponto a ser cuidadosamente guardado na memória, porque responde por muito daquilo que vemos ocorrer no mundo do pensamento.

O sétimo raio também está em manifestação, desde 1675. Consideraremos este assunto em maior detalhe, quando nos ocuparmos do nosso quinto ponto: Os Raios em Manifestação Cíclica.

A interação e a beleza das energias combinadas, por isso, são grandes nesse momento, pois muitos raios manifestam-se simultaneamente ou já estão saindo de manifestação, mas não estão inteiramente inativos; enquanto outros se encontram próximos e prontos para passar para o estágio de revelação e, dessa forma, continuar o seu trabalho cíclico. Hoje, só um raio está realmente fora de manifestação, atuando completamente por detrás da cena - o primeiro raio.

No que concerne à humanidade, esse raio faz sentir a sua presença e sua potência predomina, quando é alcançada a etapa do discipulado aceito. O seu poder aumenta, à medida que se progride no Caminho. Assim, começa a reunir-se no lado subjetivo da vida um grupo, continuamente em expansão, que pode atuar sob a influência do primeiro raio.

Quando houver um número suficiente de filhos dos homens capazes dessa atuação, sua capacidade de resposta unificada «instituirá um canal através do qual esse primeiro raio poderá entrar em manifestação. Essa é uma das principais atividades e objetivos da Hierarquia e, pela correta compreensão dos resultados da capacidade de resposta da humanidade às influências de raio, chegaremos ao reconhecimento de uma lei da natureza até aqui desconhecida. Essa lei em particular relaciona-se com o setor do Governador do Mundo, o Manu.

Será interessante registrar, aqui, que o sexto raio governa o Caminho do Probacionário e alimenta, no aspirante, o fogo do idealismo.

O segundo raio governa o Caminho do Discipulado e transmuta o conhecimento em sabedoria, alimentando, ao mesmo tempo, a vida crística em cada discípulo.

O primeiro raio governa o Caminho da Iniciação, produzindo o desapego da forma, a destruição de todos os obstáculos e fomentando a vontade dinâmica que permite ao iniciado dar os passos necessários que o conduzirão ao Iniciador.

Observem, nesse ponto, que os raios se dividem em dois grupos, como se segue:

1 - Os Raios de Aspecto 1. 2. 3. Os Raios principais.

2 - Os Raios de Atributo 4. 5. 6. 7. Os Raios secundários.

A distinção entre esses dois grupos de raios foi bem sintetizada em algumas frases do Antigo Comentário:

"Os sete irmãos são todos filhos do mesmo Pai; os três mais velhos partilham da natureza do Pai. Os quatro menores assemelham-se à Mãe. Os três filhos mais velhos dirigem-se para o universo das estrelas e ali representam o Pai. Os quatro mais novos dirigem-se para o universo das estrelas, manifestando a natureza daquele que o Pai amava".

Os raios de aspecto têm ciclos mais longos que os de atributo e o seu curso, em sentido ocultista, é lento e de efeito cumulativo e - com o passar do tempo - o seu momentum aumenta continuamente.

Os raios de atributo têm ciclos mais breves e produzem um batimento cardíaco uniforme e um ritmo regular no sistema solar. O três raios de aspecto podem ser considerados como a personificação da vontade e do propósito do Logos encarnado. Os raios de atributo podem igualmente ser considerados como a expressão da qualidade e do caráter do Logos encarnado. Simbolicamente falando, os três raios principais são a expressão (durante a manifestação) do aspecto egoico do Logos solar, enquanto os quatro raios de atributo personificam o aspecto de Sua personalidade. Contudo, deve-se recordar que os sete em conjunto são a manifestação, na forma, do que Deus é e a medida da intenção divina. Os estudantes não devem perder de vista esses pontos ao estudarem os raios e a sua influência cíclica sobre a humanidade.

Se vocês se lembrarem de que, quando um raio principal está em manifestação, o divino intento, o propósito universal e o Plano poderão ser vistos emergindo com maior clareza; então, esperarão e anteciparão grandes acontecimentos na evolução racial. Se um raio secundário estiver em manifestação, teremos o aumento da sensibilidade psíquica, surgindo uma forma de vida que expressará a natureza divina com maior força do que o Plano divino.

Essa verdade também pode ser aplicada ao desenvolvimento do indivíduo e governará e determinará o seu progresso evolutivo, seja do ponto de vista do propósito, seja sob o aspecto da qualidade. As vidas consagradas ao desenvolvimento do propósito serão de timbre e natureza diferentes das que são dedicadas ao desenvolvimento do caráter e da qualidade. Este é um aspecto psicológico de real interesse.

A afirmação acima é uma das mais significativas e importantes feitas até agora neste Tratado e merece cuidadosa reflexão. Sua verdadeira importância é naturalmente, muito difícil de compreender, mas o seu significado geral pode ser reconhecido e apreciado pelo estudante atento.

Os raios de aspecto produzem, fundamentalmente, o desenvolvimento do Plano. Os raios de atributo ocasionam a manifestação das qualidades divinas. Isso é válido, tanto para o Logos solar como para um ser humano, tanto para a Divindade planetária como para toda a humanidade.

A aplicação dessa verdade pode ser claramente observada com relação à raça ariana e aos dois raios que governam e controlam o seu destino. O terceiro Raio, da Inteligência Ativa ou da Adaptabilidade, governa todo o processo de desenvolvimento da raça; por intermédio deste domínio, podemos perceber o desenrolar do plano de Deus, que é a fusão definitiva de espírito e matéria, através da evolução da alma do homem. O resultado dessa fusão pode ser resumido nos três enunciados seguintes:

1 - Um amplo interesse na alma como resultado dessa combinação e fusão que conduz, finalmente, ao seu reconhecimento.

2 - A apreciação da divindade da matéria e o reconhecimento do fato de que essa é o envoltório externo de Deus. Isso caracterizará a conquista espiritual da raça ariana no plano intelectual.

3 - O plano de Deus para que o homem controle a matéria no plano físico alcança um alto nível da perfeição na raça ariana. Um exemplo relevante disso é o controle que o homem adquiriu sobre a energia elétrica no plano físico.

Esses três importantes estágios de desenvolvimento indicam a atividade do terceiro raio durante o período de tempo, no qual a raça ariana emerge dos antecedentes gerais da raça, progride, à medida que as gerações se sucedem e desaparece novamente, como ocorre com todas as raças. Por esse processo, as almas que se beneficiaram da experiência durante a manifestação racial passam para uma raça superior, a sexta raça-raiz, nesse caso. São esses os efeitos principais. Há muitos outros efeitos menores que tendem a aperfeiçoar o propósito divino para a raça. Esse propósito visa apenas a uma perfeição relativa e não à realização final. A perfeição racial, que será alcançada como resultado da atividade do terceiro e quinto raios, será considerada apenas como parcial, do ponto de vista da sétima raça-raiz, por exemplo, mas estará muito à frente daquela conseguida durante a quarta raça-raiz ou atlante, que esteve sob a influência predominante do segundo e sexto raios.

A flor de qualquer raça e aqueles que asseguram a sua realização podem ser vistos nos Mestres, nos Iniciados e nos Discípulos, os quais durante uma raça alcançam a meta que as Suas almas fixaram.

O leitor deve recordar que a meta do adepto muda constantemente, de modo que os adeptos da raça ariana atingirão um desenvolvimento maior e de natureza mais intelectual do que aqueles que chegaram a esse estágio durante a raça atlante. Por isso, os requisitos para se percorrer o caminho do discipulado, na raça atual, intensificam-se continuamente em dificuldade, à medida que passam os séculos. Ao mesmo tempo, os recursos de que o aspirante dispõe para a tarefa de alcançar o discipulado também se aperfeiçoam constantemente e o equipamento torna-se cada vez mais adequado, correspondendo, assim, à oportunidade oferecida. Portanto, certos livros como o Recinto Externo e O Caminho do Discipulado, de Annie Besant, indicam os requisitos para o caminho do discipulado. Um Tratado sobre Magia Branca dá os dados necessários para os que, nessa época, trilham o caminho do discipulado. Nesses três livros, encontram-se os requisitos para os dois estágios do caminho do desenvolvimento da consciência.

Curiosamente, na época lemuriana, o primeiro raio esteve ativo. Isso deveu-se a uma dispensação especial ou esforço efetuado pela Hierarquia planetária. O trabalho necessário prosseguiu com a ajuda do sétimo raio. Quando da individualização da humanidade, um outro raio - o quinto - foi chamado a atuar e, assim, graças aos esforços conjuntos do primeiro, do sétimo e do quinto raios, a grande fusão entre os aspectos superior e inferior da humanidade foi feita. É interessante notar que, no presente, a influência de raio secundário, na raça ariana, é a do quinto, o que representa um elo de ligação entre as civilizações ariana e lemuriana. Ambas foram e são civilizações intensamente materialistas, porém, a lemuriana foi materialista, porque toda a atenção da Hierarquia estava voltada para o desenvolvimento do homem físico, enquanto que hoje a atenção já não é mais dirigida para esse fim, mas para o esforço de torná-lo capaz de controlar as forças físicas do planeta. Um exemplo bastante expressivo da semelhança das forças de raio deve ser aqui mencionado.

No tempo da Lemúria, a ioga da época, que produzia a necessária união ou unificação (precedendo a tomada da iniciação naquele tempo) era a Hatha-ioga, a ioga do corpo físico. Isso assegurava ao iniciado o exigido controle físico - um controle que se tornou tão perfeito na raça, que ele agora é automático e encontra-se abaixo do limiar da consciência. Nas grandes recapitulações cíclicas, que se repetem constantemente, vemos hoje na raça ariana uma enorme ênfase sendo dada à perfeição física, ao esporte, ao atletismo, à dança e à cultura física. Trata-se de um efeito cíclico das mesmas forças de raio, atuando novamente sobre a humanidade. A meta iniciática atual é a conciliação mental. Todavia, a reação física às forças de raio produz uma forma mais elevada de hatha-ioga ou coordenação física. Esses pontos serão elucidados mais tarde.

A influência secundária que conduz a raça ariana para adiante é a do quinto Raio, do Conhecimento Concreto ou Ciência. Como vimos, esse raio foi um dos que produziram a individualização, há milhões de anos e, desse modo, lançou a humanidade no caminho do retorno. Novamente, esse raio volta ao poder e, embora tenha tido muitos ciclos de atividade desde os dias da Lemúria, nenhum deles teve uma dominância tão livre de obstáculos como no presente. Daí, provém, atualmente, a enorme força dos indivíduos; daí, as dificuldades, mas também as oportunidades. Esse é um raio de qualidade, cujo efeito é estimular a aquisição do conhecimento e o desenvolvimento do intelecto humano, instrumento de excepcional sensibilidade que produz uma crescente consciência de Deus.

Pode-se dizer que, na época lemuriana, o efeito desse raio foi estimular a natureza instintiva. Isso permitiu a percepção da natureza da forma da Divindade. Durante os dias de Atlântida, sob a influência do segundo raio, o instinto começou a fundir-se ao intelecto, desenvolvendo-se o aspecto da natureza humana chamado (nos livros teosóficos) kama-manas. Essa frase significa simplesmente uma fusão do desejo-sensação com o mental inferior, uma síntese bastante curiosa que caracteriza o homem comum de hoje e que deu origem ao seu complexo problema. Esse desenvolvimento dotou o homem de um outro tipo de percepção. Ele tornou-se consciente do universo sensível; cresceu sua sensibilidade ao amor de Deus e a humanidade registrou uma reação inata ao coração de Deus.

Atualmente, sob a influência do quinto raio, o intelecto está despertando rapidamente; o instinto declina, situando-se abaixo do umbral da consciência; o kama-manas já não é a característica dominante dos discípulos do mundo. O intelecto (concreto e abstrato, inferior e superior) amplia-se constantemente e, ao expandir-se, a vontade, o propósito e o plano da Divindade começam a tomar forma na mente dos homens. Os efeitos secundários desse desenvolvimento são a capacidade de organizar e de trabalhar individualmente com um propósito definido. O homem demonstra isso, hoje, em todos os campos da atividade humana. Ele demonstra ter a capacidade de perceber o Plano de Deus e de cooperar; vê os contornos gerais do propósito divino e compreende, como nunca, o grande plano da evolução. Os homens, agora, constroem para o futuro, porque vislumbraram o passado e alcançaram a visão. Mais tarde, teremos novamente, um período de transição, análogo àquele em que kama-manas se desenvolveu e veremos, então, toda a raça exprimir uma aperfeiçoada síntese de intelecto-intuição, preparatória para o estágio mais avançado que se manifestará no fim da próxima raça- raiz, a sexta.

Isso nos leva a um período distante ainda cerca de dez milhões de anos, quando o intelecto houver, por sua vez, desaparecido da consciência, da mesma forma que o instinto. O intelecto trabalhará, então, automaticamente, como o faz a natureza instintiva do homem e a raça será intuitiva, significando, na realidade, que o quinto reino da Natureza estará em manifestação na Terra e que o reino de Deus (como os cristãos o chamam) terá chegado. Isso constituirá um acontecimento de uma importância equivalente à do advento do quarto reino, quando os homens fizeram seu aparecimento sobre a Terra.

A próxima grande raça será governada pelo segundo e quarto raios, demonstrando, assim, uma relação entre a quarta raça-raiz - a atlante - e a sexta raça-raiz. Em termos de consciência, esse fato pode ser expresso como uma relação entre um desenvolvimento astral-emocional e um desenvolvimento intuicional-búdico. A última raça será governada pelo primeiro, sétimo e segundo raios.

Penso ter-lhes dado, sobre esse assunto obscuro, tudo quanto dele é possível captar. O quadro dos raios governantes das raças poderia ser estabelecido, como se segue:

Raça Lemuriana Raios 1, 7, 5
Raça Atlante Raios 2, 6
Raça Ariana Raios 3, 5
Sexta Raça Raios 2, 4
Sétima Raça Raios 1, 7, 2

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5. Os Raios em Manifestação Cíclica

Vamos considerar, nesse ponto, as forças que prevalecem atualmente e que, por isso, têm a maior importância, em relação ao que agora tenho a dizer. Em primeiro lugar, pode- se dizer que o principal problema de hoje provém do fato de dois raios de grande potência estarem funcionando simultaneamente. Os seus efeitos estão até aqui tão equilibrados, que se criou uma situação que nos arquivos antigos é descrita da seguinte forma: "Época de dilaceração, quando as montanhas que deram abrigo desabam de seus altos cumes e as vozes dos homens perdem-se no estrépito da queda."

Tais períodos ocorrem somente a raros e longos intervalos e, a cada vez, inicia-se uma fase particularmente significativa da atividade divina; o antigo desaparece inteiramente, porém, os antigo, marcos são restabelecidos.

O sétimo Raio, da Ordem Cerimonial ou Ritual, está entrando em manifestação. O sexto Raio, de Idealismo ou da Visão Abstrata, sai lentamente de atividade. O sétimo Raio trará à manifestação aquilo que foi visualizado e que constitui os ideais do ciclo precedente de atividade do sexto Raio. Um raio prepara o caminho para outro raio e a razão de um ou outro raio se manifestar depende do Plano e do Propósito divinos. Não é comum dois raios se sucederem, numa sequência numérica regular, como no presente. Quando isso ocorre, as causas produzem imediatamente os seus efeitos, o que pode atualmente proporcionar uma base de esperança segura.

a. A Saída do Sexto Raio

A influência do sexto raio serviu para atrair as mentes dos homens para um ideal, como, por exemplo, o serviço ou o sacrifício individual, tendo sido a visão mística o apogeu desse período, que viu aparecerem numerosos guias místicos no Ocidente e no Oriente.

A influência do sétimo raio produzirá, a seu tempo, o mago; nessa época, porém, o mago atuará preponderantemente no campo da magia branca (enquanto que nos dias de Atlântida predominou a magia egoísta ou negra). O mago branco trabalha com as forças da Natureza e as devolve ao controle da humanidade avançada. A realização desse fato já pode ser observada pela atividade dos cientistas que têm surgido desde o final do século passado e neste século xx. É igualmente verdade que grande parte do seu trabalho mágico tem sido orientada para canais egoístas, devido à tendência dessa época materialista e que muitas de suas descobertas sábias e legítimas no domínio da energia, são hoje adaptadas para servir ao ódio e ao amor do homem a si mesmo. Isso, entretanto, de modo algum invalida suas maravilhosas realizações. Quando os objetivos forem transmutados, passando do interesse puramente científico para o amor da revelação divina e quando o serviço à raça for a força determinante, então, veremos a verdadeira magia branca. Daí, portanto, a necessidade de se transformar o místico em ocultista e de se orientar o aspirante moderno para a meta correta, para o controle mental e o amor fraternal - que deverão expressar-se e se expressarão, por meio da inofensividade. A mais poderosa força hoje no mundo é a inofensividade. Não me refiro a não resistência, mas à atitude positiva da mente, que não pensa no mal. Aquele que não pensa no mal e não prejudica ninguém é um cidadão do mundo de Deus.

As relações que se seguem, entre o sexto e sétimo raios, deverão estar bem claras na mente; os estudantes devem compreender a relação entre o passado imediato e o futuro imediato, vendo nessa relação a realização do Plano de Deus, assim como a futura salvação da raça:

a) O sexto raio promoveu a visão. O sétimo raio materializará o que foi visualizado.

b) O sexto raio produziu o místico como o seu tipo mais elevado de aspirante. O sétimo raio desenvolverá o mago cuja atuação será no campo da magia branca.

c) O sexto raio, como parte do plano evolutivo, conduziu à separatividade, ao nacionalismo e ao sectarismo, devido à natureza seletiva da mente e à sua tendência para dividir e separar. O sétimo raio levará à fusão e à síntese, porque a sua energia é do tipo que une o espírito à matéria.

d) O sexto raio conduziu à formação de grupos de discípulos, que trabalham em grupos, mas não em estreita relação e sujeitos a dissensões internas baseadas em reações da personalidade. O sétimo raio preparará e impelirá grupos de iniciados ao trabalho em uníssono com o Plano e entre si.

e) O sexto raio trouxe o sentido da dualidade a uma humanidade que se considerava como uma unidade física. Os expoentes dessa atitude são os psicólogos materialistas acadêmicos. O sétimo raio inaugurará o sentido de uma unidade superior; primeiro, a da personalidade integrada para as massas e, segundo, a da fusão da alma e do corpo para os aspirantes do mundo.

f) O sexto raio diferencia o aspecto da energia elétrica universal que conhecemos como eletricidade moderna, produzida para servir às necessidades materiais do homem. O período do sétimo raio familiarizará o homem com o tipo de fenômenos elétricos que ocasionam a coordenação de todas as formas.

g) A influência do sexto raio produziu na mente humana o surgimento dos seguintes conhecimentos:

1 - O conhecimento da luz e da eletricidade do plano físico.

2 -O conhecimento, entre os esoteristas e espiritualistas do mundo, da existência da luz astral.

3 - Um interesse pela iluminação, tanto física como mental.

4 -A astrofísica e as novas descobertas astronômicas. O sétimo raio transformará as teorias dos pensadores avançados da raça nos fatos dos futuros sistemas de educação. A educação e o desenvolvimento da compreensão da iluminação, em todos os domínios, serão oportunamente considerados como ideais sinônimos.

h) O sexto raio ensinou o significado do sacrifício e a crucificação foi o emblema principal desse ensinamento para os iniciados. A filantropia foi a expressão do mesmo ensinamento para a humanidade adiantada. O nebuloso ideal de simplesmente "ser bom" é a mesma motivação aplicada às massas não pensantes. O sétimo raio produzirá, na consciência dos futuros iniciados, o conceito de serviço e de sacrifício de grupo. Isso iniciará a era do "serviço divino". A visão do indivíduo doando-se em sacrifício e serviço ao grupo e ao ideal do grupo será a meta dos pensadores adiantados na Nova Era, enquanto que, para o restante da humanidade, a tônica dos seus esforços será a fraternidade. Essas palavras têm uma conotação e um significado mais amplos do que os pensadores de hoje podem conhecer ou compreender.

i) O sexto raio impulsionou o desenvolvimento de espírito do individualismo. Os grupos existem, mas são grupos de indivíduos reunidos à volta de um indivíduo. O sétimo raio promoverá o espírito de grupo; o ritmo, os objetivos e o trabalho ritual do grupo constituirão os fenômenos básicos.

j) A influência do sexto raio transmitiu aos homens a capacidade de reconhecer o Cristo histórico e de desenvolver a estrutura da fé cristã, colorida por uma visão de um grande Filho de Amor, porém, qualificada por excessiva militância e separatividade: baseadas num idealismo limitado. O sétimo raio possibilitará ao homem reconhecer o Cristo cósmico e criar a futura ciência religiosa da Luz, que lhe permitirá cumprir o mandamento do Cristo histórico de deixar brilhar a sua luz.

k) O sexto raio produziu as grandes religiões idealísticas, com suas visões e suas necessárias limitações necessárias, porque salvaguardam as almas infantis. O sétimo raio libertará as almas desenvolvidas do estágio infantil, estabelecendo a compreensão científica do propósito divino, que conduzirá à futura síntese religiosa.

l) O efeito da influência do sexto raio foi o favorecimento dos instintos separatistas o dogmatismo, religioso, a precisão científica concreta, as barreiras doutrinárias, o exclusivismo nas escolas de pensamento e o culto do patriotismo. O sétimo raio preparará o caminho para o reconhecimento de questões mais vastas que se materializarão como a nova religião mundial; esta exaltará a unidade, mas rejeitará a uniformidade. Preparara o caminho para a técnica científica que revelará a luz universal, velada e oculta em todas as formas e para o internacionalismo, que se expressará como fraternidade prática e como paz e boa vontade entre os povos.
Eu poderia continuar a destacar essas relações, mas enumerei o bastante para mostrar a beleza da preparação realizada pelo sexto grande Senhor do Idealismo para o trabalho do sétimo Senhor do Cerimonial.

b. A Entrada do Sétimo Raio

Nesse ponto, seria útil aprofundarmos mais a ideia subjacente aos conceitos de cerimonial e ritual. Há grande oposição em nosso tempo ao cerimonial e muitas pessoas boas e bem intencionadas consideram ter ultrapassado e transcendido o ritual. Orgulham- se de ter alcançado a chamada "liberação", esquecendo-se de que é somente o senso de individualidade que permite essa atitude e que nenhum trabalho de grupo é possível, sem alguma forma de ritual.

Negar-se a participar, portanto, de uma ação uniforme não é indicação de uma alma liberada.

A Grande Fraternidade Branca tem seus rituais, mas esses têm por objetivo o estabelecimento e a assistência aos diversos aspectos do Plano e às diferentes atividades cíclicas do mesmo Plano. Onde esses rituais existem, mas o significado inerente se conserva oculto e não conscientizado, temos, como consequência, um espírito de apatia, de inutilidade e de perda de interesse pelas formas e cerimônias. Mas ali onde é demonstrado que o ritual e as cerimônias organizadas não são senão a evidência de uma custódia de forças e energias, a ideia se expressa de maneira construtiva, a cooperação com o Plano torna-se possível e a meta de todo o serviço divino começará a manifestar-se. Todo o serviço é regido pelo ritual.

A chegada do sétimo raio conduzirá a essa almejada consumação; os místicos que se estão preparando de acordo com a técnica do motivo ocultista e com os métodos do mago experimentado ver-se-ão em uma cooperação crescente e inteligente com o Plano, participando dos rituais básicos, que se distinguem pelo seu poder para:

a) Utilizar as forças do planeta para o serviço da raça.

b) Emitir as energias que produzirão em alguns reinos da Natureza efeitos desejáveis e benéficos.

c) Atrair e redistribuir as energias que se acham presentes em todas as formas dos vários reinos sub-humanos da Natureza.

d) Curar através de um método científico utilizando a união da alma com o corpo.

e) Produzir iluminação, mediante a correta compreensão da energia da Luz.

f) Desenvolver o ritual futuro que, finalmente, revelará o verdadeiro significado da água, o que revolucionará as suas utilizações e abrirá ao homem uma passagem livre para o plano astral. Esse é o plano da natureza do desejo e o seu símbolo é a água. A vinda da Era de Aquário revelará ao homem (o que facilitará também o trabalho do sétimo raio) que esse plano é o seu habitat natural nessa etapa de desenvolvimento. As massas, no presente, embora inconscientemente, estão inteiramente polarizadas nesse plano. Devem tornar-se conscientes de sua atividade aí. O homem está às vésperas de se tornar normalmente desperto no plano astral e será por meio de rituais científicos que esse novo desenvolvimento se realizará.

A influência do sexto raio determinou o aparecimento da moderna ciência da psicologia, que foi a sua maior glória. A influência do sétimo raio conduzirá essa ciência, ainda na infância, à maturidade. A crença na alma difundiu-se durante o período do sexto raio. O seu conhecimento será o resultado da atividade do raio que entra em manifestação, juntamente com apoio das energias liberadas no decorrer da Era de Aquário.

A nova e esotérica psicologia desenvolver-se-á incessantemente. Como consequência, ficará evidente que Um Tratado sobre Magia Branca tem um significado nitidamente de sétimo raio e que o Tratado sobre os Sete Raios também foi publicado num esforço para esclarecer as influências espirituais que estão chegando. Uma das primeiras lições que a humanidade aprenderá, sob a poderosa influência do sétimo raio, é que a alma controla o seu instrumento, a personalidade, por meio do ritual ou pela imposição de um ritmo regular, pois ritmo é o que realmente designa um ritual.

Quando os aspirantes ao discipulado impõem um ritmo às suas vidas, eles o chamam disciplina, sentindo-se muito bem a respeito disso. Quando grupos se reúnem para uma celebração, seja qual for o ritual ou a cerimônia (o ritual da Igreja, o trabalho maçônico, as manobras do exército ou da marinha, organizações comerciais, o correto funcionamento de um lar, hospital ou espetáculo etc.) isso é de natureza análoga, porque impõe aos participantes uma ação simultânea, uma incumbência idêntica ou um ritual.

Ninguém, neste mundo, pode escapar ao ritual ou ao cerimonial, pois o nascer e o pôr do sol impõem um ritual; a passagem cíclica dos anos, os poderosos movimentos dos grandes centros populacionais, a ida e a vinda dos trens, dos transatlânticos, dos correios, as regulares transmissões da rádio, todos eles impõem um ritmo à humanidade, quer isto seja reconhecido ou não. Desses ritmos, os atuais grandes experimentos em padronização e arregimentação nacionais são também uma expressão, tal como são demonstradas por meio das massas de qualquer nação. É impossível escapar ao processo da vida cerimonial. Esse é inconscientemente reconhecido, cegamente seguido e constitui a grande disciplina da respiração rítmica da própria vida. A Divindade trabalha com o ritual e está sujeita ao cerimonial do universo. Os sete raios entram e saem da atividade, sob o impulso rítmico e ritualístico da Vida divina. Assim, é construído o templo do Senhor por meio do cerimonial dos Construtores. Todos os reinos da Natureza estão sujeitos à experiência ritualística e aos cerimoniais de expressão cíclica. Esses só o iniciado pode compreender. Cada formigueiro ou colmeia são igualmente impelidos pelos rituais instintivos e pelos impulsos rítmicos. A nova ciência da psicologia poderia muito bem ser descrita como a ciência dos rituais e dos ritmos do corpo, da natureza emocional e dos processos mentais ou daqueles cerimoniais (inerentes, inatos ou impostos pelo ego, pelas circunstâncias e pelo meio ambiente) que afetam o mecanismo por meio do qual a alma atua.

É interessante observar como o sexto raio, que produziu, nos seres humanos, o senso da separatividade e um acentuado individualismo, preparou o caminho para o poder de organização do sétimo raio. É quase como se (falando simbolicamente) os executores que se deveriam encarregar da reorganização do mundo para a Nova Era houvessem sido treinados e preparados para a tarefa, pela influência que agora se afasta. Hoje, em praticamente todas as grandes nações, efetua-se um processo de depuração, preparatória para a próxima revelação e os executores e ditadores responsáveis por esse realinhamento e reajustamento são os especialistas que o gênio de cada nação criou para solucionar os problemas que lhe são peculiares. Eles são predominantemente executivos do sétimo raio e sua tarefa é reorganizar o mundo, no seu todo, sobre linhas mais novas. São especialistas em eficiência material, enviados para cuidar dos assuntos internos e para instituir uma atividade que deverá eliminar os fatores que impedem a nação em foco, de funcionar como um todo, como uma unidade, integrada e coerente. Essas dificuldades e desordens devem- se à falta de síntese e de harmonia interna e (se mantidas por muito tempo) impedem uma nação de dar a sua contribuição ao mundo das nações, conduzindo-a a uma desorganização tão intensa, que pessoas indevidas chegam a tomar conta do poder e acentuam os aspectos errôneos da verdade. Uma unidade nacional dominada pela desordem e pela desarmonia é uma ameaça para a política da boa vizinhança e, portanto, as depurações e os reajustamentos em separado devem continuar para que a Federação das Nações se torne um fato consumado.

A nova era está, apesar de tudo, em marcha e nada poderá impedir o que as estrelas decretam nem o que prevê a Hierarquia das Mentes orientadoras. Os novos executivos que sucederão os atuais ditadores e poderes tomarão o controle por volta de 1955 e serão, na maioria dos casos, aspirantes e discípulos do sétimo raio. A sua capacidade de integração e de fusão, segundo linhas corretas, produzirá, então, rapidamente, a necessária compreensão internacional.

Vocês se perguntarão se essa profecia de fato se realizará; em caso contrário, isso não militará contra muito do que tenho afirmado, gerando desconfiança em relação a mim? Respondo a essa questão, dizendo que aqueles, dentre nós, que preveem o que pode ou deveria ocorrer, sabem perfeitamente que o cumprimento de uma profecia é inevitável, mas que o fator tempo pode não se manifestar da maneira prevista. Isso poderá acontecer, quando os imperfeitos mecanismos humanos daqueles a quem o trabalho foi dado falharem em reagir corretamente ou no devido tempo. Esses aspirantes e discípulos do sétimo raio podem cometer erros ou podem desempenhar as suas tarefas de tal maneira, que haja um atraso nos acontecimentos. É-lhes permitido ter um esquema geral da missão, a eles confiada por suas próprias almas, trabalhando sob a inspiração das almas grandes e libertas a quem chamamos os Mestres de Sabedoria, mas não há coerção sob o Plano nem serviço ditado ou forçado. Grande parte do sucesso dos próximos e importantes anos dependerá do trabalho que será realizado por todos aqueles que possam estar ligados, mesmo superficialmente, ao Novo Grupo dos Servidores do Mundo. Se a opinião pública for educada nos novos ideais, o impulso dessa crescente tendência facilitará grandemente o trabalho dos executivos do sétimo raio e, em alguns casos, constituirá para eles a linha de menor resistência. O insucesso, portanto, recairá sobre os ombros dos aspirantes e discípulos do mundo, não indicando inexatidão de profecia nem uma falha de interpretação das condições astrológicas. De qualquer modo, o fim profetizado é inevitável, mas o momento de sua realização está nas mãos da humanidade que desperta. A margem de diferença de tempo será apenas da ordem de cem a trezentos anos. O impulso para a síntese é agora muito forte para ser excessivamente protelado.

Sob a influência do sétimo raio, a Fraternidade Maçônica alcançará uma nova e importante atividade espiritual e começará a aproximar-se de sua verdadeira função e a cumprir o seu destino há muito previsto. Um ponto interessante pode ser anotado aqui. Durante o período de atividade do sexto raio, a Fraternidade caiu em uma atitude cristalizada e sectária, como muitos outros grupos. Também foi capturada, na armadilha do materialismo e, durante séculos, a forma externa teve aos olhos dos maçons mais importância do que o significado espiritual interno. Os símbolos e o sistema de alegorias foram acentuados, ficando, porém, completamente esquecido aquilo que deveriam transmitir e revelar aos iniciados. Além disso,as Lojas Maçônicas dirigiram a sua atenção e a especial ênfase para as funções e o lugar do Venerável Mestre e não para o significado interno do trabalho realizado no quadro do Templo. A loja não foi considerada como uma entidade funcional integrada. Isso deve e será mudado e o poder e a eficácia do trabalho cerimonial da loja serão demonstrados. Ver-se-á que, na regularidade dos rituais e na santificada formalidade dos cerimoniais ordenados, reside o verdadeiro significado do trabalho e do emprego da Palavra. A futura era de trabalho e de poder grupais e de atividade ritualística sintética e organizada afetará profundamente a Maçonaria, à medida que se desvanecer a importância de uma figura central dominante, conjuntamente com a influência do sexto raio e que forem compreendidos o verdadeiro trabalho espiritual e a função da loja.

A principal função cósmica do sétimo raio será realizar o trabalho mágico de fusão do espírito com a matéria, de modo que se produza uma forma manifestada por meio da qual a vida revelará a glória de Deus.

Aconselho aos estudantes fazerem uma pausa aqui e relerem a parte deste Tratado em que me ocupo do Senhor do sétimo raio, de Seus nomes e de Seu propósito. Feito isso, verão claramente que um dos resultados dessa nova e intensificada influência será o reconhecimento, pela ciência, de certos efeitos e características do trabalho que está sendo realizado. Isso já pode ser observado nas atividades dos cientistas que estão em contato com o mundo mineral. Como vimos, em uma parte anterior deste livro, o reino mineral é governado pelo sétimo raio e à força dele pode-se atribuir a descoberta da radioatividade da matéria. O sétimo raio exprime-se, no reino mineral, através da produção da radiação; perceberemos que, cada vez mais, essas radiações (muitas das quais ainda não foram descobertas) serão registradas, seus efeitos compreendidos e seus poderes alcançados.

Há um ponto até agora que a ciência não compreendeu: o fato de que essas radiações são cíclicas em sua manifestação; sob a influência do sétimo raio foi possível ao homem descobrir e trabalhar com o radium. Este sempre existiu, mas não tão ativo de maneira que pudéssemos detectá-lo. Foi sob a influência do sétimo raio que o seu aparecimento tornou-se possível e será pela mesma influência que descobriremos novos raios cósmicos. Esses também estão sempre presentes em nosso universo, porém atualmente utilizam a substância da energia do raio que entra em manifestação como o caminho para poderem chegar ao nosso planeta e, assim, serem revelados.
Já se passaram muitos milhares de anos, desde que o que é agora estudado como os Raios Cósmicos (descobertos por Millikan) atuou de maneira bem definida sobre o nosso planeta; naquela época, o quinto raio não se apresentava tão ativo como é hoje. Por essa razão, o conhecimento científico da atividade desses raios cósmicos não fora possível.

Outros raios cósmicos agirão sobre a Terra, à medida que for aumentando a atividade do sétimo raio; o resultado de sua influência será auxiliar o aparecimento dos novos tipos raciais e, sobretudo, destruir o véu ou rede que separa o mundo do visível e do tangível do mundo do invisível e do intangível, o mundo astral. Assim como há um véu chamado "rede etérica", que divide os vários centros de força do corpo humano e que protege os centros da cabeça do mundo astral, também há uma rede que separa o mundo da vida física do mundo astral. Essa rede será destruída lenta, mas seguramente pela ação dos raios cósmicos sobre o nosso planeta. A rede etérica que se encontra entre os centros da coluna vertebral e no alto da cabeça (protegendo o centro da cabeça) é destruída no mecanismo do homem pela atividade de certas forças que se encontram no fogo misterioso a que chamamos o fogo kundalini. Os raios cósmicos de que o cientista moderno tem conhecimento, constituem aspectos da kundalini planetária e seu efeito será, no corpo do Logos planetário, a Terra, o mesmo que no corpo humano; a rede etérica entre os planos físico e astral está em processo de destruição. É esse evento que os sensitivos do mundo e os espiritualistas profetizam como um iminente acontecimento.

Muitas e importantes coisas estão a caminho como resultado da atividade do sétimo raio. Primeiro, embora o reino animal reaja pouco a esse tipo de influencia, produzir-se-ão, contudo, muitos resultados bem definidos dentro da alma da forma animal. A porta da individualização ou de entrada para o reino humano tem estado fechada desde o período atlante, mas sob a nova influência abrir-se-á parcialmente; ela será entreaberta, para que uns poucos animais possam responder ao estímulo da alma e descobrir que o seu lugar correto é do lado humano da porta de separação. Parte da reorganização que se processará como resultado da atividade do sétimo raio referir-se-á à relação que há entre a humanidade e o reino animal e ao estabelecimento de relações melhores e mais estreitas. Isso levará o homem a aproveitar outro efeito do sétimo raio que é o poder de refinar a matéria com a qual são construídas as formas. O corpo animal do homem foi objeto de uma grande atenção científica, durante os últimos cem anos, tendo a clínica médica e a cirurgia alcançado conquistas de alto nível. A estrutura do homem, o seu corpo com os seus sistemas internos (e seus diversos rituais) são, agora, compreendidos melhor do que nunca e isso resultou da força do raio entrante e de seu poder de aplicar o conhecimento ao trabalho mágico. Quando esse conhecimento for aplicado intensamente ao reino animal, de cobrir-se-ão muitos dados novos e interessantes; quando as diferenças entre os corpos físicos dos animais e os da humanidade forem mais profundamente investigados abrir-se-á um novo e proveitoso tampo de estudo. Essas diferenças existem, sobretudo, no domínio dos sistemas nervosos; não tem sido dada suficiente atenção ao fato, por exemplo, de o cérebro animal encontrar-se realmente na região do plexo solar, enquanto que o cérebro do homem, o agente controlador, está na cabeça e trabalha por intermédio da coluna vertebral. Quando os cientistas souberem exatamente o porquê de o animal não utilizar o cérebro na cabeça, como o faz o homem, obterão mais pleno conhecimento da lei que governa os ciclos.

Muito poderia ainda ser dito sobre esse assunto, mas pouco seria compreendido. Até que a nova força de raio e tudo o que a acompanha em sua entrada na manifestação tenha produzido as mudanças adequadas ao sistema nervoso, não será possível um maior esclarecimento sobre o tema. As células cerebrais, até agora adormecidas, mesmo nos pensadores mais evoluídos, devem ser postas em atividade funcional e quando isso for realizado, então, será possível transmitir mais ensinamentos e elucidações mais profundas - mas não antes. Decorrerá ainda algum tempo antes que os atuais mecanismos humanos estejam aptos para registrar aquilo que é novo e até agora desconhecido.

Há três pontos finais que gostaria de considerar. Como vocês podem ter notado, observando algumas tabelas apresentadas anteriormente, há uma relação definida entre o primeiro reino da Natureza, o reino mineral e o último reino, o reino solar, o sétimo e último a aparecer sobre o nosso planeta. Há uma misteriosa unidade de resposta entre o reino inferior na escala da Natureza e o mais elevado; entre o que exprime a mais densa manifestação da vida divina e o que incorpora a sua consumação final e gloriosa. Essa resposta é reforçada pela ação do sétimo raio que produz as reações iniciais ao movimento organizado e ao ritual, os quais, no fim do nosso grande período mundial, expressarão a resposta de todo o nosso sistema solar à mesma influência básica do sétimo raio. O que agora pode ser visto na organização de um cristal, de uma joia e um diamante, com a sua beleza de forma, linha e cor, sua radiância e perfeição geométrica, manifestar-se-á igualmente por intermédio do universo como um todo. O Grande Geômetra do universo atua através do sétimo raio e, desse modo, põe o Seu selo em todas as formas de vida, particularmente no mundo mineral. Isto a Fraternidade Maçônica sempre soube e esse conceito foi simbolicamente perpetuado nas grandes catedrais do mundo, que personificam a glória do mundo mineral e são o sinal do trabalho do Mestre Construtor do universo.

Quando o grande trabalho for concluído, veremos o Templo de Deus, o sistema solar, organizado, objetiva e subjetivamente; seus pátios e lugares sagrados serão, então, acessíveis aos filhos dos homens, que poderão trabalhar sem limitações e com livre acesso a todas as partes do edifício. Por meio da magia da Palavra que, então, terá sido recuperada, todas as portas se abrirão e a consciência do homem responderá a toda a manifestação divina. É tudo o que posso aqui dizer, porém, o trabalho da Ordem é o símbolo da organização ritualística do universo. O reino mineral (com o qual o trabalho se faz e por meio do qual o plano geométrico se expressa) é, ao mesmo tempo, o símbolo e o empreendimento disso, o início e também a expressão concreta do propósito divino.

Em segundo lugar, já me referi anteriormente ao trabalho do sétimo raio com relação aos fenômenos da eletricidade, por meio da qual o sistema solar é coordenado e vitalizado. Há um aspecto dos fenômenos elétricos que produz a coesão, assim como há um aspecto que produz a luz. Isso ainda não foi reconhecido. Afirmou-se, em A Doutrina Secreta, de H.P.B e em Um Tratado sobre o Fogo Cósmico, que a eletricidade do sistema solar é tríplice: há o fogo por fricção, o fogo solar e o fogo elétrico - fogo do corpo, da alma e do espírito. Os cientistas começam a compreender, em parte, o fogo por fricção e temos subordinado às nossas necessidades o fogo que aquece, que ilumina e produz movimento. Isso no sentido físico das palavras. Uma das descobertas iminentes será a do poder integrador da eletricidade, pois ela produz a coesão no interior de todas as formas e sustenta toda a vida na forma durante o ciclo de existência manifestada. Produz também a união dos átomos e dos organismos dentro das formas, construindo, assim, aquilo que é necessário para a expressão do princípio da vida. Os homens, hoje, estão investigando tópicos como a eletroterapia e estudando a teoria da natureza elétrica do ser humano. Trabalha-se rapidamente na direção dessa nova descoberta e muitas coisas serão reveladas nessa linha de pesquisa dentro dos próximos cinquenta anos. O princípio coordenador sobre o qual os homens falam, refere-se, em última análise, a esse conceito e a base científica de todo o trabalho de meditação deverá realmente ser encontrado nessa verdade fundamental. A introdução da força e a oferta de um canal são meios místicos de se expressar um fenômeno natural ainda pouco compreendido, mas que, oportunamente, dará a chave ao segundo aspecto da eletricidade. Essa será liberada em maior medida durante a era de Aquário, sob a influência do sétimo raio. Um de seus primeiros efeitos será o aumento da compreensão da fraternidade e a base verdadeiramente científica.

Já me referi ao fato de que, dentro de pouco tempo, o homem deverá atuar tão livremente no plano astral e através da consciência astral como agora o faz no plano físico. Hoje, enfatizamos o aspecto vital do homem; a natureza do princípio de vida é discutida e a necessidade de uma ação "vital" posta em destaque. Falamos da necessidade de aumentar a "vitalidade" humana e a vitalidade dos animais e das plantas; a qualidade dos fatores que produzem vitalidade - os alimentos, o Sol e os raios coloridos, agora tão amplamente utilizados - infiltra-se, pouco a pouco, em todo o pensamento médico, enquanto que mesmo os anunciantes de conservas alimentares da nossa moderna civilização empenham- se em salientar o seu conteúdo vitamínico. Esotericamente falando, isso é devido ao deslocamento da consciência humana para níveis etéricos. Paralelamente ao progresso do conhecimento moderno, da "alma como intelecto", verifica-se uma crescente compreensão da "alma como vida", embora ela ainda se conserve como o grande e aparentemente insolúvel mistério.

Há dois acontecimentos que ocorrerão em futuro próximo. Atualmente, a maior parte dos seres humanos está polarizada nos níveis inferiores do plano astral, mas está consciente no corpo físico. Essa distinção deve ser estudada. Em breve, muitos estarão conscientes no corpo vital, começando a sê-lo nos níveis mais elevados do plano astral; alguns poucos sê-lo-ão, no plano mental. Porém, grande número de pessoas estão preparadas, hoje, para estarem plenamente conscientes no corpo astral e polarizadas, quer inteiramente no plano mental, quer centradas na alma. Daí, provém a maravilha e a dificuldade da época presente.

Essa refocalização pode ser mais rapidamente efetuada através do ritual científico da meditação (pois isso é o que realmente ela é). Pela aplicação científica do ritual de serviço, a refocalização pode se desenvolver ainda mais. O ritual do sistema solar é o resultado da meditação de Deus e o ato de serviço divino realizado durante todo o período de manifestação. A subordinação da vida inferior ao ritual de serviço é literalmente a sintonização do indivíduo ao ritmo da vida, do coração e da mente de Deus. Dessa sintonia automaticamente decorre um desenvolvimento espiritual.

c. As Leis de Atuação dos Raios

Há certas leis de grande importância, relacionadas com os sete raios, que são efetivas na determinação das linhas de demarcação, nas clivagens que produzem separação e nas diferenciações da vida manifestada de Deus em...

1 - A constituição setenária do sistema solar;

2 - Os dez esquemas que indicam a realização solar;

3 - A constituição interna ou as chamadas "cadeias" que distinguem cada existência planetária;

4 - A constituição planetária da nossa Terra nos vários reinos da Natureza;

5 - As distinções fundamentais entre os reinos; essas produzem os tipos, os agrupamentos, as famílias, os ramos, os impérios e as nações.

Essas Leis de Clivagem são muito difíceis para a compreensão geral. Governam a vida na forma e constituem o resultado da unidade de trabalho, ou melhor, da manifestação simultânea das três leis de que se ocupa ”Um Tratado sobre o Fogo Cósmico”. São elas:

1 - A Lei de Síntese, que determina o futuro, assegura a meta e se relaciona com a vida ou o aspecto espírito.

2 - A Lei de Atração, que determina o presente e governa as condições imediatas dos tipos planetários. Está relacionada com a consciência ou aspecto da alma.

3 - A Lei de Economia. Essa lei determina o passado, condiciona a consciência planetária e relaciona-se com a forma ou aspecto matéria.

Quando essas três leis operam juntas, durante esse ciclo em particular e em nossa raça, elas produzem uma fusão de forças que impõe certo ritmo, uma materialização definida de energias e um tipo específico de civilização que funciona sob o que esotericamente designamos como a Lei das Clivagens. É a mente que separa e divide; é a atividade mental (divina e super-humana, assim como a humana) que origina as numerosas diferenciações. Esse processo de separação atinge o seu ponto culminante, durante o atual período mundial, na raça ariana, a quinta raça. Somos hoje governados pela Lei das Clivagens - uma lei divina, com um fecundo objetivo. Não se deve esquecer disso.

A atividade dos três aspectos divinos em relação à família humana, na primeira raça nebulosa (da qual a ciência nada sabe), produziu o que chamamos de Lei de Imersão. Essa lei deu origem à diversificação crescente da matéria, que reveste a vida e que, finalmente, produziu a primeira manifestação dos filhos de Deus em encarnação. Não se tratou de uma encarnação física no sentido em que a compreendemos.

Na raça seguinte, de que igualmente pouco sabemos, a fusão das três energias divinas produziu uma segunda lei. É preciso lembrar que uma lei não é, senão, o efeito da contínua atividade inteligente do aspecto Vida, ao operar em conjunto com a matéria. Essa segunda lei é chamada (por aqueles dentre nós que se ocupam com leis e energias) de Lei de Capitulação, porque o impulso provocado pelo desejo dos filhos de Deus de encarnar provou ser mais forte do que a oposição das forças da matéria. Nada, então, podia impedir a entrada na existência tangível dos espíritos que procuravam encarnar. A matéria capitulou ao espírito; o desejo e a vontade divina colocaram a sua assinatura nas formas que rapidamente se multiplicavam. Deve se ter em mente que essas leis são designadas por nomes que indicam a sua relação com a humanidade. Quando elas atuam nos outros reinos da Natureza, a sua influência é diferente e outra nomenclatura é utilizada.

Na raça seguinte, a lemuriana, a tríplice atividade dos atributos divinos essenciais manifestou-se como a Lei de Materialização ou (como algumas vezes é chamada) Lei de Radiação Ocultista. Essa lei refere-se à Luz que se encontra no homem e à cobertura dessa Luz, no tempo e no espaço, com o intuito de produzir a sua intensificação e a sua consequente e subsequente radiação, de maneira que, através da humanidade, a luz possa oportunamente chegar a todas as formas de expressão divina. Por meio da realização do homem e pela conquista das trevas pela luz, a luz da consciência, em todas a formas, deve ser levada à condição de uma "brilhante glória que iluminará o planeta e se irradiará para o mundo dos planetas como um testemunho da glória de... "

A quarta lei que governa o destino humano é conhecida pelo curioso nome de Lei das Marés. Diz respeito à vida de desejo, de percepção sensorial e de sentimento. Ela está estreitamente relacionada com o desenvolvimento da percepção e é um aspecto da Lei dos Ciclos que controla a evolução solar. É uma lei humana básica que protege e desenvolve. Controla a vida cíclica ou as "marés" da vida de todas as almas que são levadas pelo grande rio da vida - na crista do desejo - à encarnação e é uma das leis com as quais o aspirante tem de trabalhar logo no início de sua preparação. Até que seja capaz de atuar como alma, independente da turbulência cíclica da vida terrena e livre do controle das marés de sua existência emocional, ele não poderá obter a iniciação. Foi a inabilidade de realizar isso que provocou, na Terra, as grandes inundações da Atlântida que levaram ao fim essa antiga civilização.

Vamos agora fazer uma reflexão sobre a Lei das Clivagens, pois a nossa raça é dominada pela grande heresia da separatividade. Através dessas clivagens (falando simbolicamente), os fogos da destruição podem emergir e fazer desaparecer a nossa civilização, como ocorreu com a civilização atlante, a menos que filhos conscientes de Deus possam construir as pontes e desenvolver a compreensão que contrabalancem essa lei, pondo, assim, em atividade, a lei que governará a raça futura. O trabalho que os discípulos do mundo devem procurar realizar é análogo ao que, como indivíduos, têm que executar em seu próprio desenvolvimento: construir o antahkarana, a ponte que cobrirá o hiato entre a consciência humana e a espiritual e que, finalmente, tornará a raça tão intuitiva quanto ela é, hoje, intelectual.

A lei da raça futura é muito difícil de expressar em termos compreensíveis. Não encontro um melhor nome para ela de modo a externar adequadamente seu efeito funcional que as palavras Lei de Compreensão Amorosa. Essa frase é totalmente inadequada e sentimental para corresponder à expressão científica de um grande desenvolvimento futuro na consciência humana. Mas, até que se torne um fato consumado, não temos meios para exprimir o verdadeiro significado da ideia subjacente. O exposto acima deve ser suficiente.

Vamos agora enumerar essas leis, em sequência, para ter uma melhor ideia de sua inter-relação:

1 - A Lei de Imersão Primeira raça.
2 - A Lei de Capitulação Segunda raça.
3 - A Lei da Materialização
A Lei da Radiação Oculta
Raça Lemuriana.
4 - A Lei das Marés Raça Atlante.
5- A lei da Clivagem Raça Ariana.
6 - A Lei da Compreensão Próxima raça.

Por meio da correta compreensão dessas leis, podemos obter uma visão da situação mundial presente, no que se refere às nações e captar, mais inteligentemente, a influência de raio que, em conjunção com essas leis, criou as diversas unidades nacionais, típicas.

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6. As Nações e os Raios

Com relação, portanto, ao que foi exposto sobre os raios que governam e influenciam as principais nações do mundo, o estudante deveria ter em mente o fato de que todas são hoje basicamente governadas pela Lei das Clivagens; mas, que grupos mais adiantados, em cada uma delas, começam a responder à lei da Compreensão, uma lei que oportunamente enfatizará a eterna fraternidade do homem e a identidade de todas as almas com a Superalma, na consciência racial, assim como a unidade da Vida que flui, permeia, anima e integra todo o sistema solar.

Essa Vida, por conseguinte, atua em e através de todos os esquemas planetários, com seus reinos de formas e com tudo o que pode ser incluído (em qualquer parte do nosso universo solar) sob a expressão "vida na forma". Essa expressão contém três grandes e fundamentais ideias: as ideias de vida, de matéria e de evolução.

O funcionamento da Lei da Compreensão Amorosa será muito facilitado e acelerado durante a era de Aquário, resultando, mais tarde, no desenvolvimento do espírito internacional, no reconhecimento de uma única fé mundial em Deus e na humanidade, como a expressão maior da divindade neste período planetário e na transferência da consciência humana do mundo das coisas materiais para o mundo do mais puramente psíquico, que conduzirá, com o tempo, ao espiritual.

Recordemos que (para a humanidade mais adiantada) a sequência no reconhecimento dessas expansões da consciência é a seguinte:

1 - O mundo da vida psíquica. Isso requer o reconhecimento, por parte da consciência cerebral do aspirante, da necessidade de controle mental e espiritual, como um primeiro passo.

2 - O mundo do desenvolvimento e do controle mental.

3 - O mundo da alma ou ego.

Quando esses três reconhecimentos estiverem estabilizados no aspirante ocorrerá, então, para o discípulo, o reconhecimento...

4 - do controle da vida no plano físico, pela alma;

5 - da faculdade de interpretação da mente iluminada;

6 - do funcionamento e da utilização dos poderes psíquicos, seu lugar e papel no campo do serviço inteligente;

7 - de uma inspirada vida criativa no plano físico.

Entretanto, no desenvolvimento da consciência racial, o processo não segue os estágios nem a sequência supracitados. Isso se deve ao estímulo e à consequente sensibilização do aspecto forma, por meio da interna radiação e potência do dinâmico Novo Grupo dos Servidores do Mundo, cujas fileiras são ocupadas por aqueles que passaram ou estão passando pelas etapas de aspirante e de discípulo e aprendendo, assim, a servir. O progresso psíquico das massas se dá paralelamente ao desenvolvimento espiritual da humanidade mais adiantada. Pode-se observar isso hoje, em larga escala e por toda a parte, o que explica o grande crescimento do movimento espírita e o enorme aumento dos poderes psíquicos inferiores. A velha magia da Atlântida e o baixo psiquismo nos atingem novamente, no grande curso da roda da vida, mas, agora, o bem pode resultar, se os discípulos mundiais e os indivíduos espiritualmente focalizados corresponderem à oportunidade que lhes é dada.

Hoje, há muitas centenas (muitos milhares na América) de pessoas que estão sendo influenciadas pela Lei da Compreensão Amorosa. Em todas as nações, muitos já respondem à tônica mais ampla e sintética da fraternidade, porém, as massas disso nada compreendem ainda. Elas devem ser conduzidas gradualmente na direção verdadeira, pelo constante desenvolvimento da correta compreensão, por seus próprios compatriotas. Mantenham isso em mente, todos vocês que trabalham pela paz mundial e pelas corretas relações, pela harmonia e pela síntese.

a. As Principais Nações e os seus Raios

Todas as grandes nações são controladas por dois raios, tal como o ser humano. Não nos ocuparemos com as nações menores. Todas as nações são controladas por um raio da personalidade (se assim o podemos chamar) que é dominante e potente e o principal fator de controle no tempo atual e por um raio de alma que é percebido somente pelos discípulos e aspirantes de qualquer nação. Esse raio de alma deve ser evocado para uma atividade funcionante, aumentada pelo Novo Grupo de Servidores do Mundo, pois esse é um de seus principais objetivos e tarefas. Isso nunca se deve perder de vista. Muito se poderia escrever sobre a influência histórica dos raios durante os últimos duzentos anos e da maneira pela qual grandes acontecimentos foram influenciados ou causados pela periódica influência do raio. Mas, para isso, faltam-me tempo e disposição. Interessante

como possa ser e indicativo dos atuais problemas e tendências nacionais, tudo o que posso agora fazer é indicar os raios que governam cada nação e deixar para vocês o estudo e registro de seus efeitos e compreender sua relação com a presente condição do mundo. Uma coisa eu poderia assinalar e essa é que os raios que governam uma particular nação e que estão atualmente encarnados, são muito potentes, seja materialmente, seja egoicamente, enquanto que alguns dos problemas podem ser devidos ao fato de que certos raios, governando certas nações, não estão encarnados presentemente.

Nação Raio da
Personalidade
Raio Egoico Motto
Índia 4° raio da arte 1° raio de governo "Eu oculto a Luz"
China 3° raio do intelecto 1° raio de governo "Eu indico o Caminho"
Alemanha 1° raio de poder 4° raio da arte "Eu preservo"
França 3° raio do intelecto 5° raio do conhecimento "Eu liberto a Luz"
Grã- Bretanha 1° raio de poder ou governo 2° raio de amor "Eu sirvo"
Itália 4° raio da arte 6° raio do idealismo "Eu modelo o Caminho"
U.S.A. 6° raio do idealismo 2° raio do amor "Eu ilumino o Caminho"
Rússia 6° raio do idealismo 7° raio da magia e da ordem "Eu ligo dois Caminhos"
Áustria 5° raio do conhecimento 4° raio da arte "Eu sirvo ao Caminho iluminado"
Espanha 7° raio da ordem 6° raio do idealismo "Eu disperso as nuvens"
Brasil 2° raio de amor 4° raio da arte "Eu oculto a semente”

Uma cuidadosa análise da tabulação acima indicará certas linhas de compreensão racial. Há uma natural relação, indicada entre os raios da personalidade moderna e atual da Alemanha e da Grã-Bretanha e, contudo, uma correlação pode ser vista entre a França e a Grã-Bretanha através de seus "mortos" esotéricos nacionais e também entre os seus respectivos símbolos esotéricos. O símbolo para a França é a "fleur de lys", que ela adotou, séculos atrás, por inspiração divina, o qual representa os três aspectos divinos em manifestação. A ênfase é sobre o terceiro aspecto, produzindo manifestação inteligente.

O símbolo da Grã-Bretanha, sob a mesma inspiração divina, é o das três penas, conduzidas como as armas do Príncipe de Gales. Ao cintilante e brilhante intelecto francês, com sua tendência científica, é atribuído o intercâmbio do terceiro Raio da Inteligência Ativa com o quinto Raio da Compreensão Científica. Daí, sua especial contribuição ao conhecimento e ao pensamento do mundo e sua história "brilhante e colorida. Seja também lembrado que a glória do império que foi a França é, apenas, a garantia de uma glória de revelação divina que jaz no futuro à frente; mas que nunca será dela, enquanto não deixar de viver na admiração do seu passado para se voltar para o futuro e demonstrar o fato da iluminação, que é a meta de todo esforço mental. Quando o intelecto dos franceses estiver voltado para a descoberta e a elucidação das coisas do Espírito, então, eles trarão a revelação para o mundo. Quando o seu raio egoico dominar o terceiro raio e quando a ação separativa do quinto raio se transmutar na função reveladora desse raio, então, a França entrará em um período de nova glória. Seu império será, então, o da mente e sua glória, a da alma.

É óbvio que a faculdade de governar é fortemente a característica que se sobressai na Grã- Bretanha. A Inglaterra é um expoente na arte de controlar e sua função tem sido, como se pode compreender, produzir a primeira tentativa de grupamento de nações federadas e demonstrar a possibilidade de tal grupamento. Os Estados Unidos da América estão fazendo algo do gênero e estão fundindo os nativos de muitas nações em um estado federado com muitos estados subsidiários, em vez de nações subsidiárias. Esses dois poderes atuam dessa maneira e com esse amplo objetivo para dar ao planeta, afinal, um sistema de agrupamentos dentro de uma fronteira nacional ou de um império e, contudo, com uma divisa internacional que será simbólica de vindoura técnica da nova era de governo. O segundo Raio de Amor ou Atração governa, egoicamente, o Império Britânico e há uma relação entre esse fato e o fato de que o signo de Gemini governa tanto Londres quanto os Estados Unidos. A mente fluida, mercurial, intuicional está intimamente aliada com o aspecto divino do amor e da compreensão, produzindo atração e interpretação.

É interessante notar que o Raio da Harmonia ou da Arte (4° raio) que, dentro de algum tempo, começará a se fazer sentir no seu principal aspecto, terá papel proeminente nos destinos da Índia, Alemanha, Itália, Áustria e Brasil e que a isso se deve um tão intenso torvelinho preparatório nos três países europeus. O sexto raio está em atividade na Rússia, nos Estados Unidos, na Itália e na Espanha. O fanatismo com que se prendem a um ideal é também responsável pelas profundas mudanças nesses quatro países; como já vimos, na Alemanha e na Itália, o poder de harmonização do quarto raio também se faz sentir. Daí, nesses quatro países, existir um processo de destruição de velhas formas, que antecede a uma resposta sensível e adequada à influência do raio que está chegando. Lembremo-nos de que o que acontece com os indivíduos, também acontece às nações - a reação à crescente influência do raio egoico é sempre acompanhada de um período de perturbação, porém, essa demonstração de destruição é apenas temporária e preparatória.

A Índia esconde a luz e essa luz, quando derramada sobre o mundo e revelada à humanidade, produzirá harmonia no aspecto forma, pois os objetos serão nitidamente vistos como realmente são e livres da fascinação e ilusão; essa luz harmonizadora é extremamente necessária na própria Índia e, quando se tiver manifestado, provocará o correto funcionamento do Raio do Poder ou do Governo (o 1° raio). É nessa conexão que a Grã-Bretanha emerge em renovada atividade, pois seu raio de personalidade e o raio egoico da Índia são o mesmo. Muitos britânicos estão subjetivamente ligados à Índia por encarnações passadas e a luta entre a Grã-Bretanha e a Índia é primordialmente um assunto de família, no mais profundo sentido do termo, o que explica a sua amargura - a amargura do irmão mais velho que vê o mais jovem usurpar suas prerrogativas. Atualmente, muitos administradores britânicos estão de volta à sua terra natal, embora sem o saber, para resgatar o que iniciaram em outras vidas e outros corpos.

Sabemos que há uma estreita relação entre o quarto e o segundo raios, o que mais uma vez se evidencia no relacionamento entre a Inglaterra e a Índia, cujos destinos têm que ser trabalhados em conjunto.

A tendência estática e estabilizadora da Alemanha, revelando-se, por exemplo, no seu fútil esforço em preservar uma pureza racial agora impossível, deve-se à sua personalidade do primeiro raio, enquanto a força egoica do quarto raio é responsável pelo seu esforço para padronizar e harmonizar todos os elementos contidos em suas fronteiras, à exceção, contudo, da raça hebraica. Do problema dos judeus, falarei mais tarde. A Alemanha não pode evitar ser o que é, pois, embora o primeiro raio não esteja em manifestação como nós entendemos o termo, a quase totalidade de egos no poder na Alemanha pertencem ao primeiro sub-raio dos sete diferentes raios; daí, serem, predominantemente, transmissores da força do primeiro raio. Eis aqui uma pista. É, por essa razão, portanto, que a Grã- Bretanha pode fazer contacto com a raça germânica e manejar sua psicologia com maior compreensão do que é possível à Rússia, Itália ou França. Aqueles dois países têm, em comum, qualidades semelhantes e um dos serviços que a Inglaterra pode prestar a esse tempo é vir em auxílio da paz mundial, atuando como mediadora e, assim, fazer jus ao seu lema, "Eu sirvo".

Uma cuidadosa análise do idealismo da Rússia e dos Estados Unidos revelará que não existe semelhança na meta de seus ideais, pois o russo é impelido, pelo sétimo raio, à imposição de um cerimonial de ritmos ordenados, conducente a uma ordem idealizada e uma comunidade de interesses. Devido a isso e à aplicação do trabalho mágico, algumas forças estão presentes e ativas na Rússia que precisam ser cuidadosamente manejadas pela Fraternidade da Luz; elas não são exatamente forças brancas, como são chamadas, pois que lidam com a magia da forma, enquanto que a pura magia branca diz respeito apenas à alma ou aspecto subjetivo. As forças negras, assim chamadas, não estão mais à solta na Rússia do que em qualquer outro lugar no mundo; porém a reação e atitude da Rússia frente à lei e à ordem imposta têm em si maior grau de influência mágica do sétimo raio do que se vê em outros países, como a Alemanha, que também dá força à ordem padronizada e às regras de vida.

Notarão que, entre as principais nações, somente o Brasil, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos se encontram definidamente sob a influência do segundo raio. Um fato interessante aparece, ao considerarmos esse grupo. A Grã-Bretanha é a guardiã do aspecto sabedoria da força do 2° raio para a chamada raça ariana. Os Estados Unidos desempenham o mesmo papel para a vindoura sexta sub-raça, que é a raça-semente para a futura sexta raça-raiz, enquanto que o Brasil funcionará como a divisão condutora da grande sexta raça-raiz. Essas três raças encarnam o aspecto de coesão de atração do segundo raio, o que demonstrarão por meio de sábio e correto governo baseado em idealismo e amor. Os Estados Unidos representarão uma fusão de raças, com a predominância do elemento anglo-saxônico. Mais tarde, o Brasil representará o que de melhor as raças latinas terão, eventualmente, a oferecer. A fusão oferecida será considerada do ponto de vista dos tipos de raios e dos princípios básicos de desenvolvimento e não do ponto de vista da cultura e civilização.

A Grã-Bretanha, pois, representa o aspecto da mente que se expressa em governo inteligente, baseado, eventualmente, apenas em amorosa compreensão. Isso, digo eu, é o ideal que se estende à sua frente, porém, não a realização alcançada. Os Estados Unidos representam a faculdade intuitiva, expressando-se como iluminação e poder para amalgamar e unir. O Brasil (ou que nome venha a ter, então, pois o tempo para essa expressão está a milhares de anos à nossa frente) representará uma civilização interpretativa dessa fusão, baseada no desabrochar da consciência abstrata, que é uma fusão do intelecto e da intuição e que revela o aspecto sabedoria do amor em toda a sua beleza. Todavia, o período de desenvolvimento dessa grande civilização está tão distante, que torna impossível qualquer especulação.

É, para mim, perigoso demais, nesses dias de perturbação e dificuldade, expressar-me mais claramente sobre as linhas futuras de desenvolvimento. O destino e o funcionamento futuros das nações jazem ocultos na atividade presente. Os leitores deste Tratado são, na maioria dos casos, por demais nacionalistas em seus pontos de vista e tão profundamente absorvidos na importância prioritária de sua própria nação e do seu supremo significado, que pouco mais posso fazer, exceto generalizar e indicar as principais linhas de progresso. O papel do profeta é excessivamente perigoso, pois o destino está nas mãos dos povos e ninguém sabe exatamente que caminho eles tomarão para alcançar seu objetivo. A inevitabilidade desse objetivo está assegurada, assim como a sua conquista final, porém, os incidentes do percurso não podem ser revelados, uma vez que se escondem no carma racial. Ainda não é chegada a hora quando a maioria das pessoas de qualquer raça poderá ver o quadro como um todo, para lhes ser permitido saber o papel que caberá a cada nação desempenhar na história das nações.

Cada uma, sem exceção (e isso é um lugar comum que pouco vale repetir), tem suas virtudes e vícios peculiares, os quais depende:

1- do ponto alcançado na evolução.
2 - do alcance do controle do raio da personalidade.
3 - do aparecimento do controle do raio egoico.
4 - da polarização da nação.

Ao considerar as nações, é útil ter em mente que algumas são negativas e femininas e outras são positivas e masculinas. Índia, França, Estados Unidos da América, Rússia e Brasil são todas femininas e constituem o aspecto mãe nutridor. São femininas, em sua psicologia - intuitivas, místicas, sensíveis, sedutoras, belas, amantes de pompa e colorido e com as falhas do aspecto feminino, tais como pôr demasiada ênfase no aspecto material da vida, no fausto, nas posses e no dinheiro - símbolo de tudo que se relaciona ao aspecto forma. Todos esses aspectos dão origem e alimentam civilizações e ideias.

China, Alemanha, Grã-Bretanha e Itália são masculinos e positivos; são mentais, políticos, governantes, padronizadores, conscientes do grupo, ocultistas, agressivos, cheios de magnificência, interessados na lei e que dão ênfase à raça e ao império. Porém, são mais inclusivos e seu pensamento é mais abrangente do que os dos aspectos femininos da manifestação. Seria útil ao leitor consultar a tabela dada anteriormente e estudar as expressões superiores e inferiores dos raios, observando como elas se relacionam com os raios de personalidade e egoico das diferentes nações. Tomemos, como exemplo, a emergente manifestação do raio egoico da nação germânica. Sua expressão inferior é a da construção arquitetônica e que já pode ser sentida no novo e moderno estilo dos edifícios. A expressão superior ainda não se observa, porém, algum dia, a Alemanha oferecerá ao mundo uma saudável forma de governo hierárquico. É interessante notar que a mais elevada expressão do raio egoico da França (quinto raio) já se evidencia. O interesse científico, demonstrado no psiquismo e na psicologia, é uma reação à influência desse raio e, embora ainda incipiente, garante o futuro que ele contém. A influência do sexto raio, que governa a personalidade ou aspecto forma dos Estados Unidos da América, é largamente evidenciada por suas diversas religiões e pela aptidão nacional para organizações idealistas; o segundo raio, o egoico, também faz sentir sua presença no consequente interesse demonstrado pelos fenômenos e na verdade da realidade da iniciação.

A análise das características dos raios, anteriormente feita, também pode ser aplicada às nações e países do mundo; ver-se-á, então, como as muitas divisões setenárias da Natureza - que têm suas raízes na divisão setenária original dos raios - podem ser compreendidas sob a Lei da Correspondência, com surpreendentes resultados.

As relações intuicionais e as principais divergências intelectuais baseiam-se na influência do raio governante. A Espanha, a Áustria e a França, sendo governadas pelo sétimo, quinto e terceiro raios, têm íntima inter-relação e isso evidenciou-se, de forma bastante interessante, na Idade Média, quando os destinos dessas três nações pareciam a ponto de se unir. A recente formação dos Estados Unidos é igualmente esotérica e intimamente associada no seu aspecto forma, ao Brasil, Rússia e Itália; daí, o recente influxo de russos e italianos para a América, como também a influência dos países da América do Sul sobre a consciência americana e o crescimento do ideal Pan-Americano.

Essas relações estão todas no aspecto forma e emergem dos raios da personalidade. Muitas dessas relações aparecerão, se os países e seus raios forem cuidadosamente analisados. O raio da atração ou inclusividade (Raio II), o dos fenômenos elétricos (Raio III) e o quinto raio do intelecto estão potencialmente muito ativos nessa época, já que estão os três em encarnação e o sétimo raio, que começa a se evidenciar, lenta, mas seguramente - apesar das aparências em contrário - está impondo ordem e controle hierárquico ao planeta. Lembremo-nos de que todos os processos naturais são necessariamente lentos em seu ritmo ou, então, os efeitos seriam muito destrutivos. O efeito dessas influências faz-se sentir na seguinte sequência:

1 - A percepção de um ideal.
2 - A formulação de uma teoria.
3 - O crescimento da opinião pública.
4 - A imposição crescente de um "padrão" sobre a vida em evolução.
5 - A produção da forma baseada nesse padrão.
6 - Estabilização do funcionamento da vida na forma.

É preciso lembrar que cada raio encarna uma ideia que pode ser percebida na forma de um ideal. A seu tempo, os raios produzem os padrões mundiais que moldarão as formas planetárias e, assim, produzem o potencial interno dos processos evolucionários. Essa tendência para criar padrões emocionais e de pensamento está sendo delineada e diagramada, tanto no microcosmo como no macrocosmo. Cada raio produz três grandes padrões que se impõem ao aspecto matéria, seja ele de um homem, de uma nação ou de um planeta. Esses três padrões são:

1 - O padrão emocional. Esse inclui a aspiração do homem, da nação ou da vida planetária e é o somatório total da tendência do desejo.

2 - O padrão mental. Esse surge mais tarde e governa os processos do pensamento do homem, da nação e do planeta. Torna-se atual o fator controlador da vida da personalidade ou forma. Os padrões emocional e mental constituem os aspectos negativo e positivo do raio da personalidade.

3 - O padrão da alma. Essa é a meta predisponente, o "círculo não se passa" ou destino que o princípio imortal, o anjo solar, consegue pôr fim e, muito mais tarde, impor à vida da forma. Esse padrão da alma, finalmente, sobrepuja e apaga os dois processos anteriores de produção de padrões.

Mais uma vez, indico, aqui, linhas de proveitoso estudo, por meio das quais o leitor pode chegar a alguma compreensão inteligente do que está transpirando na vida das nações no mundo de hoje.

Se, por exemplo, o quinto raio dos anjos solares, o raio da mente, que é o raio egoico da nação francesa, puder fazer sentir sua potência, por meio da tensão e armadilhas, na atual condição do mundo, então, à França será dada a glória de provar ao mundo a realidade da alma e de demonstrar a técnica do controle egoico. O padrão da alma pode ser traduzido pelo gênio do intelecto francês em termos que a humanidade possa compreender e dar nascimento à verdadeira psicologia da alma. Também o gênio da Alemanha com frequência se manifestou no passado, segundo as linhas do seu quarto raio da alma e, por meio desse padrão da alma, deu ao mundo muito do que há de melhor em música e filosofia. Quando isso novamente se manifestar e o padrão da alma mais fortemente impressionar a consciência germânica, começaremos a compreender o significado do super-homem. A Alemanha teve um vislumbre desse ideal. Por enquanto, é mal interpretado; porém, a Alemanha pode dar-nos o padrão do super-homem e esse é seu destino último.

Se o ideal de justiça da Inglaterra (que é o padrão de seu raio da personalidade) puder ser transformado e transmutado, pelo seu raio egoico do amor, em serviço mundial justo e inteligente, ela pode dar ao mundo o padrão do verdadeiro governo, que é o gênio ou a latente qualidade da alma britânica Se o idealismo dos Estados Unidos da América - que é hoje a expressão de sua personalidade e evidenciado pela proclamada ideia do "maior e melhor" - puder ser iluminado pela lei do amor, então, o padrão que subjaz na estrutura dos Estados Unidos poderá ser visto em linhas de luz e nós teremos o modelo para a futura luz racial em contrapartida às muitas linhas nacionais separatistas. Assim, os padrões subjacentes para todas as nações podem ser vistos e compreendidos pelo leitor inteligente. Podemos notar também que o padrão emocional dos Estados Unidos, nessa época, expressa-se em termos de sentimento e desejo pessoal. É passível de ser traduzido em termos de genuína benevolência. O padrão mental para os Estados Unidos é visto pela informação às massas, por meio das escolas, do rádio e jornais. Futuramente, isso poderá ser transmutado em percepção intuitiva. O padrão da alma nos Estados Unidos, hoje, manifesta-se pelo consumismo da nação e de seu amor pela posse de bens que ela atrai para si mesma pelo uso incorreto da lei do amor. A expressão última disso será a mudança da atitude: em vez do amor ao que é material, o amor ao que é real e a aquisição das coisas do espírito substituirá as coisas da forma.

b. O Problema Judaico

Em relação a nações e raios, quero, agora, indicar certas condições fundamentais que são parcialmente responsáveis pelo assim chamado problema que existe, há séculos e que está, nessa época, causando a muitos a mais profunda preocupação, inclusive aos membros da Hierarquia planetária. Se esse problema puder ser resolvido, isso será um dos poderosos fatores na restauração do entendimento e harmonia do mundo. Não pode ser resolvido sem a cooperação dos homens de boa vontade de todo o mundo. Há pouco do que posso dizer a respeito desse assunto que possa ser verificado e provado, pois as pistas para esse problema encontram-se longe, na noite do tempo e, literalmente, quando o Sol estava na constelação de Gemini. Naquele tempo, os dois pilares foram erguidos, os quais, como o sabem todos os maçons, são os dois grandes marcos da Maçonaria.

Por isso, a coloração judaica de todo o trabalho maçônico, embora não judaico no sentido em que hoje a palavra é usada. Quem, pois, se os fatos têm implicações tão remotas, poderá dizer que falo com exatidão ou determinar a natureza correta ou errônea de minhas conclusões? Apenas apresento os fatos tais como os conheço, dado o meu acesso a registros mais antigos do que quaisquer outros que o homem conhece.

O raio da personalidade, o raio da forma material do povo judaico, é o terceiro raio. Seu raio egoico é o primeiro raio. O signo astrológico é Capricórnio, com Virgem ascendente. Mercúrio e Virgem desempenham um papel proeminente em seu destino. Esses elementos deveriam ser suficientes para indicar ao estudante adiantado e ao astrólogo aqueles pontos salientes que trarão luz à sua estranha história. Deve-se à influência do terceiro raio a tendência dos judeus para manipular forças e energias e para "puxar os cordões" para alcançar os fins desejados. Como raça, são, por natureza, legisladores; daí, sua tendência para dominar e governar, porque seu raio egoico é o primeiro. Daí, também, o constante aparecimento do carneiro em sua história e o ensinamento da mãe virgem que daria nascimento ao Messias.

Em todos os grupos - seja no Céu ou na Terra - alguns indivíduos sempre mostram uma tendência à revolta, à rebelião e a mostrar alguma forma de iniciativa diferente dos demais membros do grupo. Quando nosso sistema solar foi formado, contam-nos, na linguagem alegórica das sagradas escrituras, que "houve guerra no Céu"; "o Sol e seus sete irmãos" não funcionaram em real unanimidade; portanto (e aqui está uma pista) a Terra NÃO é um dos planetas sagrados. Há, como sabemos, a antiga lenda da Plêiade perdida e muitas histórias semelhantes. Além disso, na Câmara do Conselho do Altíssimo nem sempre tem havido paz e compreensão, mas, às vezes, guerra e desunião, o que é largamente evidenciado por várias histórias no Velho Testamento. Simbolicamente falando, alguns dos filhos de Deus caíram de seu elevado estado, levados, certa vez, por "Lúcifer, o Filho da Manhã". Essa "queda dos anjos" foi um tremendo acontecimento na história de nosso planeta, porém, não obstante, um fenômeno passageiro e interessante na história do sistema solar e um incidente insignificante nos assuntos das sete constelações, das quais nosso sistema solar é apenas um.

Parem e meditem sobre isso um momento, para assim reajustar seu senso de valores. O critério da importância dos acontecimentos varia, segundo o ângulo de visão e aquilo que (do ângulo de expansão de consciência da Terra) pode ser um fator de magna importância e de valor determinante, pode ser (do ângulo do universo) de somenos importância. Os assuntos de um indivíduo são, para ele, de importância capital; para a humanidade como um todo, são de pouco interesse. Tudo depende de qual unidade ocupa o centro do palco no drama da vida e ao redor de qual fator central os acontecimentos - triviais ou importantes - perseguem seu percurso cíclico.

Dentro do raio de poder e vida que é a expressão do quarto reino da Natureza, o humano, teria que ser encontrada uma correspondência àquela "posição de independência" e àquele "desligamento" que caracterizou o grupo principal. Na remota era lemuriana, um grupo de homens de grande desenvolvimento, do ponto de vista daquela época e que se contava entre os discípulos do mundo, discordou da Hierarquia planetária e rompeu com a "lei dos iniciados". Nessa época, a ênfase do ensinamento era dada ao lado material da vida e o foco de atenção era a natureza física e seu controle. O Antigo Comentário expressa o que aconteceu nos seguintes termos e, ao ler as cadências rítmicas da antiga escritura, é bom que se lembrem de que elas se referem àquele grupo de discípulos que foram os primeiros fundadores da atual raça judaica:

"Do grupo interno que guiava os destinos dos homens partiu a lei: Desapegai-vos. Afastai-vos do poder de conservar, lucrar e adquirir. Os filhos de Deus que se preparam para deixar o mundo dos homens e penetrar na luz, sempre viajam livres e desembaraçados. Eles não se prendem às coisas que possuem. Libertai-vos e atravessai os portões da paz.

"Alguns dos filhos de Deus, que esperavam do lado de fora dos portões, prontos para entrar, quando a Palavra os fizesse abrir, de par em par, estavam carregados com os tesouros da Terra. Traziam-nos para oferecê-los ao Senhor da vida; que, porém, deles não necessitava. Eles tentavam atravessar esses portões, não com um propósito egoísta em vista, mas para oferecer os tesouros acumulados no mundo e, assim, demonstrar seu amor.

"Novamente a Palavra se fez ouvir: Deixai tudo para trás e atravessai o portal, sem carregar coisa alguma da Terra. Eles esperaram e discutiram. Os que estavam preparados, penetraram na luz e caminharam entre os pilares do portão; deixaram para trás as cargas que traziam e, assim, livres, entraram e foram aceitos.

"Porque viajaram como um grupo e em grupo progrediam e aprendiam, o grupo parou em obediência à ordem divina. Esperaram, diante do portal do Caminho, agarrados aos tesouros acumulados durante mil ciclos. Não queriam abandonar coisa alguma. Eles haviam labutado para adquirir as riquezas que agora possuíam. Eles amavam o seu Deus e queriam doar-Lhe todos os tesouros que haviam conquistado. Porém, não amavam a disciplina.

"Mais uma vez, soou a Palavra: Deixai cair tudo que possuís e entrai livres.

"Três revoltaram-se contra a severidade da ordem. Os demais obedeceram. Atravessaram os portões, ficando os três de fora. Muitos alcançaram os píncaros da alegria. Os três permaneceram fora dos portões, firmemente agarrados ao seu tesouro."

Nessa antiga escritura, mais antiga do que quaisquer outras escrituras do mundo, encontra-se o segredo da história da Maçonaria e do assassínio do Mestre pelos três mais intimamente a Ele ligados na Sua morte e funeral. Os maçons reconhecerão os três aos quais me refiro aqui. Esses três foram os fundadores da moderna raça judaica. Eram três discípulos adiantados que se ressentiram contra a ordem de penetrar, livres e sem entraves, no lugar onde a luz é encontrada. Eles queriam conservar o que haviam acumulado e dedicá-lo ao serviço de Deus. Seu motivo irreconhecido era o amor à riqueza e o desejo de conservar seus ganhos. Outra antiga tradição, ensinada pelos instrutores do passado, diz que...

"Eles voltaram o rosto para os portões da Terra. Seus amigos prosseguiram. Eles ficaram para trás. Os Mestres reuniram-se em conclave e decidiram qual seria o destino daqueles que, tendo chegado aos Portões da Luz, amavam mais as possessões do mundo do que amavam o serviço da luz. Mais uma vez, falou a Palavra aos três rebeldes, que ainda esperavam fora dos portões:

"Conservai o que possuís e acumulai ainda mais, porém, não conhecereis a paz. Acumulai os frutos da mente e procurai o poder em vastas posses, mas não encontrareis pouso certo.

"Entre vós, porque sois discípulos do Senhor, não compartilhareis da paz, não conhecereis com segurança o sucesso nem poder para conservar o que obtiverdes.

"Sempre haverá o difuso conhecimento d'Aquele Que tudo observa. Sempre o desejo de ter e acumular. Nunca tempo para conservar e desfrutar. Ide, pois, até que chegue a hora e novamente vos encontrareis diante dos Portões da Luz - dessa vez, de mãos vazias. Entrai, então, livres, aceitos pelos Servos do Senhor e conhecei, para todo o sempre, a paz."

A antiga lenda conta-nos que os três partiram, com dor e revolta, carregados com seus tesouros e, assim, teve início a história do judeu errante. É significativo lembrar que um dos maiores filhos de Deus Que trabalhou na Terra e Que reuniu em Si Mesmo o caminho e a conquista espiritual - Jesus de Nazaré - era judeu. Ele fez reverter todas as condições anteriores. Absolutamente nada possuía. Foi o primeiro da nossa humanidade a alcançar o Reino de Deus e era descendente direto do mais velho daqueles três discípulos que se revoltaram contra o drama do desapego. O judeu representa em si mesmo o filho pródigo mundial. Ele é o símbolo do discípulo que ainda não aprendeu a lição do justo senso de valores. Ele tem sido a vítima da Lei da Luz e da sua inabilidade em cumprir a Lei. Ele pecou conscientemente e com os olhos bem abertos quanto aos resultados. Por isso, ele conhece a lei como nenhuma outra raça a conhece, uma vez que ele é sua eterna vítima. Ele tem enunciado a lei por um ângulo negativo; a Lei de Moisés rege, hoje, a maior parte do mundo e, todavia, falha em trazer à vida justiça e verdadeira legalidade.

O outro grupo de discípulos, os representantes (em seu tempo e era) da raça transpuseram os velhos portais da iniciação e deram o primeiro grande passo. Voltaram com uma latente e difusa recordação do episódio que os separou de três dos seus condiscípulos. Ao retomar a vida na Terra, falaram desse acontecimento e esse foi seu erro, que deu início ao longo antagonismo que persiste até hoje. Esses particulares discípulos já completaram a longa peregrinação e alcançaram paz eterna, porém, os resultados de sua anterior traição, ao receber os fatos secretos da iniciação, ainda persistem.

Bastante curioso é que essa antiga raça, fundada por aqueles três que amavam mais o que tinham para oferecer, do que o que desejavam receber, deu origem à tradição maçônica. Sua história (e incidentalmente a história da humanidade) está representada naquele dramático ritual. A recompensa pela sinceridade deles - pois sua revolta foi inteiramente sincera, julgando que sabiam o que estavam fazendo - foi a permissão para reapresentar a cada ano, na data em que poderiam ter penetrado na luz, a história da busca da luz. Porque haviam estado tão perto da ressurreição, da morte da Terra para a vida da luz, a grande tradição dos mistérios foi iniciada por eles. Eles escolheram a morte e assassinaram aquilo que "vivera e poderia ter merecido recompensa" e o que poderia ter dito a palavra de poder que abriria, de par em par, os portões da ressurreição.

Contam-nos que aqueles três fizeram um juramento eterno de jamais um abandonar o outro. Esse juramento tem sido cumprido através dos tempos e, em consequência, produziu a separatividade racial e uma comunidade de interesses que desperta o antagonismo de outras raças.

Através dos tempos, os judeus têm vagado, criando muita beleza no mundo, dando à humanidade muitos de seus maiores homens, porém, têm sido, ao mesmo tempo, odiados e perseguidos, traídos e caçados. A velha tendência dos judeus para apoderar-se de bens e acumulá-los, assim como para preservar a integridade racial e nacional, são características marcantes. Eles não podem ser absorvidos e, contudo, tão antiga é a raça, que nenhuma nação no mundo hoje escapa das raízes daquele grupo que, na antiga Lemúria, tinha se adiantado, a ponto de seus mais destacados membros estarem palmilhando o caminho do discipulado. Não há linhagens raciais no mundo ocidental que não sejam rebentos desse mais antigo povo escolhido, à exceção dos finlandeses, lapões e de outras nações de definida linhagem mongol. Porém, a mistura a que hoje chamamos sangue judeu não é encontrada, na mesma proporção e o judeu moderno é tanto um subproduto quanto o são as raças anglo-saxônicas; apenas por uma imposta tendência seletiva e a segregação racial, ele preservou intactas muitas de suas características originais.

É a compreensão dessa origem comum que levou os britânico-israelitas à sua paródia da verdade e os levou a traçar nossa história ocidental moderna, calcando-a na Dispersão dos Judeus. A relação é muito mais antiga do que isso; remonta a um período que antecede a história dos judeus, tal como nos é relatada no Velho Testamento. Os três discípulos originais e seus grupos familiares foram os ancestrais de três grandes grupamentos raciais, que, assim, podemos generalizar:

1 - A raça semita ou raças dos tempos bíblicos e modernos; os árabes, os afegãos, os mouros e os ramos e afiliações desses povos, incluindo os egípcios modernos. Todos esses descendem do mais velho dos três discípulos.

2 - Os povos latinos e seus vários ramos espalhados pelo mundo e também as raças célticas, onde quer que sejam encontradas. Essas descendem do segundo dos três discípulos.

3 - Os teutões, os escandinavos e os anglo-saxões, que são descendentes do terceiro dos três discípulos.

O que foi dito acima é uma larga generalização. O período que se pretende cobrir é tão vastamente grande e as ramificações no transcurso das eras, tão numerosas, que me é impossível apresentar mais do que uma ideia geral. Gradualmente, os descendentes de dois desses três discípulos vieram a aceitar as lendas que apareceram na época atlante e enfileiraram-se ao lado daqueles que antagonizam o judeu, como ainda hoje; eles perderam o sentido de sua origem comum. Não há uma só raça pura no mundo de hoje, pois os casamentos entre membros de raças diferentes, uniões ilícitas e promiscuidade durante milhões e milhões de anos tornaram impossível a existência de um ramo puro. O clima e meio ambiente são, fundamentalmente, fatores determinantes mais importantes do que qualquer segregação imposta, exceto aquela que se exerce por meio dos constantes casamentos entre membros da mesma raça. Somente os hebreus hoje, devido a esse último fator, preservaram até certo ponto, a integridade da raça.

Quando a humanidade acordar para o fato de sua origem comum e quando as três principais linhagens de nossa moderna civilização forem reconhecidas, veremos morrer o velho ódio ao judeu e ele, então, fundir-se-á com o resto da humanidade. Mesmo as raças orientais, que são os remanescentes da grande civilização atlante, possuem vestígios resultantes dos casamentos com ancestrais dos judeus modernos e outros tipos raciais; porém, não se misturaram bem e, por isso, preservaram com mais sucesso suas características do que outros grupos ocidentais.

Se meditarem sobre o que foi dito e estudarem cuidadosamente a tradição maçônica, muitas coisas se tornarão claras. Os etnólogos podem discordar; porém, não podem provar nada em oposição ao que eu disse, pois as origens da situação racial no mundo moderno jazem num passado tão remoto da humanidade, que eles não podem provar nem suas próprias objeções. Tudo que podem considerar é a história dos últimos cem mil anos e seu trabalho repousa sobre os efeitos desse passado e não sobre as causas que os originaram.

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7. O Raio do Ego

Ao começar nosso estudo sobre o raio do Ego ou alma, certas premissas importantes devem ser brevemente citadas e incorporadas a uma série de 14 proposições:

1 - Os egos de todos os seres humanos encontram-se em algum dos sete raios.

2 - Todos os egos do 4°, 5°, 60 e 7° raios, depois da terceira iniciação, devem unir-se aos três raios principais ou raios monádicos.

3 - O raio monádico de cada ego é um dos três raios de aspecto e os filhos dos homens ou são mônadas do poder, mônadas do amor ou mônadas da inteligência.

4 - Para nossos propósitos específicos, limitaremos nossa atenção aos sete grupos de almas de algum dos sete raios ou torrentes da energia divina.

5 - Durante a maior parte de nossa vida e experiências raciais, somos governados em sequência e, depois, simultaneamente:

a) pelo corpo físico, o qual é dominado pelo raio que governa a totalidade dos átomos desse corpo;

b) pela natureza emocional do desejo, que é influenciada e controlada pelo raio que colore a totalidade dos átomos astrais;

c) pelo corpo ou natureza mental e o calibre e qualidade do raio que determina seu valor atômico;

d) mais tarde, no plano físico, o raio da alma começa a trabalhar no interior e com a totalidade dos três corpos, os quais constituem - quando alinhados e funcionando em uníssono - a personalidade. O efeito dessa integração geral é produzir ativamente uma encarnação e encarnações, nas quais o raio da personalidade possa emergir com clareza e os três corpos constituam os três aspectos ou raios do eu inferior.

6 - Quando o raio da personalidade se torna dominante e os raio dos três corpos se subordinam a ele, surge, então, a grande luta entre o raio egoico e o raio da personalidade. A diferenciação revela-se nitidamente e o sentido da dualidade estabelece-se mais definidamente. As experiências detalhadas no Bhagavad Gita tornam-se as experiências do caminho do discípulo; Arjuna está "no ponto do meio" do campo de Kurukshetra, entre as duas forças oponentes e, devido à fumaça da batalha, não consegue ver claramente.

7 - Por fim, o raio da alma torna-se o fator dominante e os raios dos corpos inferiores transformam-se em sub-raios desse raio controlador. Essa última frase é de importância básica, pois indica a verdadeira relação da personalidade com o ego ou alma. O discípulo que compreende essa relação e a ela se conforma, esta pronto para trilhar o caminho da iniciação.

8 - Cada um dos sete grupos de almas é capaz de responder a um dos sete tipos de força e todos eles são responsivos, isto é, sensíveis, ao raio do Logos planetário do nosso planeta, o qual é o terceiro Raio - o Raio da Inteligência Ativa. Todos são, portanto, um sub-raio desse terceiro Raio; porém, é preciso jamais esquecer que o Logos planetário também é regido por um raio, o qual é um sub-raio do segundo Raio do Amor-Sabedoria. Temos, portanto:

O RAIO DO LOGOS PLANETÁRIO


É preciso lembrar que o nosso Logos Planetário, que se manifesta através do planeta Terra, não é considerado como criador de um dos sete planetas sagrados:

9 - O trabalho individual de cada aspirante é, pois, chegar à compreensão do:

a) seu raio egoico.
b) seu raio da personalidade.
c) raio que governa a mente.
d) raio que governa seu corpo astral.
e) raio que influencia seu corpo físico.

Quando ele tiver alcançado esse quíntuplo conhecimento, ele terá cumprido a injunção délfica: "Conhece-te a ti mesmo" e, consequentemente, poderá receber a Iniciação.

10 - Cada ser humano é também governado por um grupo de raios:

a) Os do quarto reino da Natureza. Isto produzirá diferentes efeitos, de acordo com o raio da personalidade ou alma. O quarto reino tem:

1.o quarto raio como raio egoico.
2.quinto raio como raio da personalidade.

b) Os raios raciais, que são nesta época o terceiro e o quinto para a nossa raça ariana, o que afeta poderosamente cada ser humano.
c) O raio do ciclo.
d) O raio nacional.

Todos eles governam a vida da personalidade de cada homem.

O raio egoico do indivíduo, mais o raio egoico do quarto reino: gradualmente, anulam os raios governantes da personalidade, a proporção que o homem se aproxima do caminho probatório e do discipulado.

11 - O homem, portanto, é um agregado de forças que o dominam juntas e em sequencia; elas colorem sua natureza, indicam sua qualidade e determinam sua "aparência", usando essa palavra no seu sentido oculto de exteriorização. Por longo tempo, ele é controlado por uma ou outra dessas forças e é simplesmente o que elas fazem a ele. Ao chegar a um entendimento mais claro e conseguir começar a discriminar, ele definitivamente escolhe qual delas deverá dominar, até que finalmente passe a ser controlado pelo raio da alma, com todos os outros raios subordinados a esse e usados por ele segundo a sua vontade.

12 - Ao estudar o raio egoico do homem, devemos aprender:

a) O processo seguido exteriorização.
b) O segredo a ser encontrado manifestação.
c) O propósito a ser conhecido compreensão.

Temos também que compreender as influências do raio dominante do reino das almas, o quinto reino, que são:

1. O quinto raio que trabalha através da personalidade.
2. O segundo raio que trabalha através da intuição.

13 - O raio da Personalidade encontra seu maior campo de atividade e expressão no corpo físico. Ele determina o rumo e propósito de sua vida, sua aparência e ocupação. É de qualidade seletiva, quando influenciado pelo raio egoico.

O raio Egoico tem ação direta e específica sobre o corpo astral. Por isso, a batalha da vida é sempre travada no plano da ilusão; à proporção que a alma procura desfazer a antiga miragem, o aspirante consegue caminhar na luz.

O raio Monádico influencia o corpo mental, depois de conseguida a integração da personalidade. Isso leva a natureza mental a alcançar aquela visão clara que encontra sua consumação na quarta iniciação e liberta o homem das limitações da forma.

Há uma analogia entre essa triplicidade e uma interessante relação simbólica nos três Iniciadores:

a) O primeiro Iniciador a alma do homem.
Esta controla gradualmente a personalidade.
b) O segundo Iniciador o Cristo.
Este liberta a natureza do amor.
c) O Iniciador final o Logos Planetário.
O que ilumina a mente.

14 -O raio egoico ou da alma começa a fazer sentir ativamente sua presença, através do corpo astral, assim que se alcança o alinhamento. O processo é como se segue:

a) Ele toca o corpo astral externamente.
b) Estimula-o internamente a crescer em tamanho, cor e qualidade.
c) Traz à atividade o corpo astral e todas as partes da vida física e a tudo controla.

Tudo que foi dito acima pode ser resumido, dizendo-se que o raio da personalidade induz a uma atitude separativa e provoca um afastamento do grupo das almas, do qual a personalidade é uma exteriorização e um consequente apego ao lado forma da manifestação. O raio egoico induz à consciência grupal e ao desapego das formas externas, levando à ligação com o lado vida da manifestação e com o todo subjetivo. O raio monádico tem um efeito que só pode ser compreendido, depois que o homem receber a terceira iniciação.

Podemos dividir o que temos a dizer na próxima seção do nosso Tratado, que aborda o raio egoico, em quatro partes:

I. O CRESCIMENTO DA INFLUÊNCIA DA ALMA

II. AS SETE LEIS DA VIDA EGOICA

III. OS CINCO GRUPOS DE ALMAS

IV. REGRAS PARA INDUZIR O CONTROLE DA ALMA

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