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PARTE UM
Quatorze Regras para Iniciação Grupal


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Parte Um
Quatorze Regras para Iniciação Grupal

REGRA CINCO - O Todo Macrocósmico

A Regra Cinco, que nos propomos agora a considerar, é de grande interesse e praticabilidade. Quero lembrar-lhes que uma das coisas que a era vindoura de expansão espiritual verá é a inauguração de algo inteiramente novo: a Iniciação Grupal. Até agora, uma a uma, as unidades da família humana encontraram seu caminho através do Portal da Iniciação. A persistir este sistema, e considerando o vasto número de almas encarnadas e desencarnadas que precisam eventualmente atingir a meta - dois terços do total neste ciclo mundial - até mesmo os ciclos maiores que abrangem muitos ciclos mundiais provariam ser insuficientes. O programa de tempo e espaço do próprio Logos planetário seria transtornado, pois Ele realmente tem um programa para o ciclo de Sua atual encarnação. Há um período de tempo estabelecido para o aparecimento de Seu corpo de manifestação, o nosso planeta, assim como para o corpo humano. Portanto, Ele tem que desenvolver Seus planos dentro de um certo limite de tempo, e este fator condiciona a experiência de todas as vidas que se movem no raio de Sua expressão, incluindo o reino humano.

É preciso lembrar também que, à medida que a humanidade se desenvolve e mais e mais pessoas começam a funcionar como almas, a natureza da alma (que é relacionamento) começa a ter um efeito: os homens veem dilatar-se suas perspectiva e visão. O ponto de vista do eu separado desaparece e o relacionamento e interesse grupais superam aquele intenso relacionamento pessoal e interesse interior que fizeram do homem em evolução aquilo que ele é: primeiramente uma personalidade integrada e depois um discípulo - um candidato à iniciação.

À medida que mais e mais discípulos alcançarem a compreensão grupal, tornar-se-á crescentemente possível à Hierarquia admitir tais discípulos em formação grupal. Essa é uma razão que exige o restabelecimento dos Antigos Mistérios na Terra. Essa relação grupal tem que ser demonstrada nos três mundos e expressa por discípulos em sua vida grupal no plano físico. Daí o novo experimento sendo levado a efeito pela Hierarquia, de exteriorização de Seus Ashrams. Este processo envolve imensa dificuldade, devido à miragem, às ambições e à crescente influência da personalidade de tantas pessoas. Muitos grupos, sob a orientação de líderes egoístas, reagirão a este experimento e se apresentarão como Mestres com Ashrams e ocupados em treinar pessoas para a iniciação. Já se veem sinais disto.

A Hierarquia tem encontrado definida dificuldade neste assunto, pois, por um lado, os Mestres se depararam com a tendência da maioria das pessoas para a miragem e o astralismo e, por outro lado, com o rápido avanço da consciência humana no reino do relacionamento grupal, da vida grupal, das reações grupais e da atividade grupal. Isto despertou na Hierarquia o intento de treinar essas mentes e corações já prontos, para juntos, se aproximarem do Portal de Luz que leva ao Caminho Iluminado. Tal exteriorização ainda não aconteceu. Tentativas estão sendo realizadas com algum sucesso e também algum desencorajamento.

Duas coisas decidiram os Mestres fazer diante do futuro da humanidade e preparando-Se para tomar as medidas necessárias para responder à crescente aspiração dos homens. Escolhi essas duas palavras cuidadosamente. Esses dois requisitos foram determinados à Hierarquia por Shambalia com o fim de salvaguardar os Mistérios e impedir uma precipitação prematura da vida hierárquica sobre a Terra. Os dois requisitos estão expressos nesta quinta Regra.

Regra V.

Que, em uníssono, o grupo perceba a Tríade emitindo a sua luz, obscurecendo a luz da alma e apagando a luz da forma. O macrocósmico Todo é tudo que existe. Que o grupo perceba esse Todo e, então, não mais use o pensamento, “Minha alma e a tua”.

A primeira exigência feita por Shambalia é que os grupos sendo preparados para a iniciação sejam formados somente por aqueles que estão em processo de construir o antahkarana, a ponte entre a Tríade e a personalidade; a segunda exigência é que os que estão sendo preparados mostrem alguns sinais do sentido de síntese.

Vocês notarão, pois, alguns dos fatores que têm controlado a apresentação da verdade que eu tenho procurado dar, ao longo dos anos. O ensinamento sobre o antahkarana (de leve apresentado por H. P. B.) foi desenvolvido por mim no livro Educação na Nova Era e neste quinto volume de Um Tratado sobre os Sete Raios (Parte II) e já foi dado a um certo número de aspirantes mais antigos na esperança de que lhes traga proveito; também tenho dado ênfase à necessidade de síntese, estreitamente relacionada ao aspecto vontade, o primeiro aspecto divino.

No passado, durante o ciclo do misticismo através do qual todos os aspirantes muito apropriadamente passam, foi-lhes ensinado a “ver a visão" - uma visão da meta, da beleza a ser perseguida, do amado a ser conhecido, da liberação a ser alcançada, da satisfação espiritual e uma porta que se abre para maravilhas maiores. Na era ocultista que agora já definitivamente despontou, o neófito aprenderá a ver o quadro todo, a pensar em termos mais vastos, a emergir da normal consciência separatista para um estado de percepção maior que “não vê diferença".

A meta, ou melhor, o resultado do caminho místico e ocultista é a fusão do caminho vertical da vida com o caminho horizontal do serviço, e é esta fusão que Shambalia exige que condicione a tentativa agora no processo de treinar aqueles que juntos procurarão a iniciação, juntos entrarão pelo Portal para o Caminho e que juntos podem ser apresentados ao Iniciador Único como uma “unidade de Luz”. Este sentido de síntese (que precisa ser cada vez mais demonstrado à medida que cada iniciação é feita em formação grupal) só é possível àqueles que construíram a ponte entre a mente concreta inferior e a mente superior ou - para falar tecnicamente e na linguagem da ciência acadêmica oculta - entre a unidade mental e o átomo permanente manásico.

A meta do Caminho Probatório está belamente exposta com clareza na Regra Cinco dada anteriormente em Iniciação, Humana e Solar que diz:

Que o solicitante cuide para que o Anjo solar faça obscurecer a luz dos anjos lunares, permanecendo como o único luminar no céu microcósmico.

A alma precisa ser vista pelo probacionário como o sol da vida. Todas as luzes precisam ser apagadas pela luz do astro central; todos os pequenos fogos têm de ser obliterados pelo fogo solar. O Anjo solar controla a vida da personalidade e suas forças. Na Nova Era, esta é a meta do caminho probacionário e do candidato ao discipulado. Até agora, ela tem sido a meta de todo ensinamento dado a respeito do Caminho do Discipulado, mas o nível superior de inteligência do candidato moderno provocou uma mudança, e com o passar do tempo, as atuais exigências para os discípulos até a segunda iniciação inclusive, serão os requisitos para o Caminho Probatório.

Isto exige uma compreensão mais clara do Caminho do Discipulado, cujo principal ensinamento dado no futuro aborda o seguinte:

1. A construção do antahkarana, da ponte do arco-íris.
2. A natureza da intuição e seu desenvolvimento, no que ela ultrapassa a mente em seus dois aspectos, concreto e abstrato, inferior e superior.
3. A natureza da vida como a Mônada a expressa.

Nestas três aproximações à verdade jaz oculta a nova revelação.

Ela tomará o lugar do ensinamento sobre a alma para os neófitos e discípulos mundiais, e a ênfase recairá - para eles - no aspecto vida e não tanto no aspecto amor. Isto porque um número cada vez maior de pessoas estarão vivendo como almas e, portanto, expressando amor, e para eles a natureza da vida e da experiência monádica será a natural revelação seguinte - uma revelação, porém, somente possível para aqueles que tentam viver como almas, que cultivam o amor ou o senso de não-separatividade, e que estão pelo menos vivendo na periferia do mundo hierárquico. Seria, portanto, inevitável que - para os que assim vivem ou percorrem o Caminho do Discipulado - os fatores que inspiram todo o fator hierárquico começassem a mostrar-se fracamente e que esses fatores lentamente assumissem os contornos de uma nebulosa e distante meta.

As duas partes desta regra consequentemente expressam as novas exigências para os discípulos e não para os candidatos. Isto torna-se claro quando se estudam as duas regras: uma para os candidatos e uma para os discípulos. O candidato é reportado ao microcosmo. O Macrocosmo surge diante da visão do discípulo.

As duas exigências estão expressas na Regra V:

1. Em uníssono, que o grupo perceba a Tríade emitindo a sua Luz, obscurecendo a luz da alma e apagando a luz da forma.

Esta é a exigência para a construção do antahkarana que relaciona o discípulo em sua personalidade à Tríade.

2. O macrocósmico Todo é tudo que existe. Que o grupo perceba esse Todo e, então, não mais use o pensamento, “Minha alma e a tua”.

Esta é a demanda por um sentido da síntese que é visão ocultista e não mística. Estas duas exigências serão os dois requisitos básicos para as novas escolas de ocultismo.

Em vista de todas as instruções dadas anteriormente neste volume, e diante também da clareza do que foi dito acima, pouca coisa há a acrescentar sobre este primeiro requisito. A palavra “requisito” que tem sido usada pede uma explicação. Ao considerar este assunto devemos lembrar que a admissão a Shamballa e uma expressão divina na vida e serviço do primeiro grande aspecto divino, o aspecto vontade, é a meta diante dos membros da Hierarquia. Também Eles estão no caminho da evolução, e Sua meta é passar através do “buraco da agulha” no Seu caminho para a evolução superior. Esta evolução superior é a que se abre diante de um Mestre de Sabedoria. O uso deste termo esotérico pelo Cristo no Novo Testamento dá-nos uma ideia quanto à natureza da excelsa consciência que Ele expressou. Diante do homem rico de tantas posses, o Cristo indicou que ele precisava preparar-se para uma grande renúncia e para um passo adiante. O verdadeiro significado disto nunca foi compreendido devido ao fato de que a expressão “o jovem rico” é na realidade um termo técnico frequentemente aplicado a um iniciado de terceiro grau, assim como o termo “os pequeninos” aplica-se a um iniciado de primeiro ou segundo grau. Este “jovem rico” era rico na extensão de sua percepção, rico no equipamento de sua personalidade, rico na sua aspiração e no seu reconhecimento. Ele estava rico como resultado da experiência ao longo das eras e desenvolvimento evolutivo.

O Cristo lhe disse que ele precisava agora preparar-se para aquilo que é chamado na Regra V “a Tríade emitindo a sua luz”; ele precisava agora preparar-se para o desdobramento da consciência monádica e para a quarta iniciação. Nessa iniciação, o corpo causal, o corpo onde a alma vivencia e colhe o fruto da experiência, tem de ser destruído. Isto tem de acontecer antes que o iniciado possa entrar na Câmara do Conselho do Altíssimo e expressar a vontade-para-o-bem e a vontade de Deus em cumprimento dos propósitos de Deus. A vontade deste “jovem rico", embora fosse ele um iniciado, não respondia às exigências, e por isso ele tristemente se afastou. Ele tinha de preparar-se para a quarta iniciação, a Grande Renúncia, a Crucificação, e assim estar apto a passar pelo “buraco da agulha".

Há uma evolução simbólica no Velho Comentário que lança luz sobre as grandes oportunidades encontradas nos momentos críticos da vida da alma à medida que ela vivencia as encarnações e com elas se enriquece:

“Dentro do útero do tempo e circunscrita pelo espaço e limitada pela escuridão - embora sempre sustentada pelo calor - a vida evolve. Ela desenvolve faculdades. Torna-se uma miniatura daquilo que é. Toma forma e conhece a divindade da separação. Essa é a meta. Reflete. O conhecimento virá.

“Além do portal há luz e vida maiores. Ela sabe em si mesma o que ela é. Ela não se basta a si mesma e sabe que é Aquilo - parte do Todo, divinamente uma como os outros. Reflete. A união virá.

“Diante do baluarte do lugar do Próprio Deus, surge um Filho de Deus. Ele permanece diante do buraco da agulha e procura atravessar a parede que o impede. Ele não está circunscrito pelo tempo e espaço, mas a luz e a vida pertencem-lhe. Ele reconhece a beleza e sabe que Aquilo existe. Em vez de tempo e espaço e todos os ricos induzimentos da forma, ele sabe que é rico em amor, em conhecimento, sabedoria, visão interna, e toda a panóplia de Deus (até onde ele pode alcançar), exceto uma coisa. Reflete. O propósito se revelará; o Todo será revelado e então a alma - carregada com as riquezas e os frutos do longo labor - se dissipará como a névoa e somente Deus, o Ser vivo, restará”

Há ainda um outro grupo de frases referentes àquilo através do qual os perfeitos Filhos de Deus em Seu alto lugar têm de passar quando Seu trabalho na Terra estiver feito e uma glória maior se revela à frente. Mas isto não darei. Darei apenas três símbolos que são:

O útero ... individualização ... separação.
Conduzindo à integração da personalidade e à autorrealização.
Culminante no Caminho da Iniciação ... o nascimento do Cristo.
Produzindo atividade inteligente.
Iniciação.

A porta de duas folhas ... iniciação ... consciência grupal.
Conduzindo à expressão da alma.
Culminando na terceira iniciação.
Produzindo o viver amoroso.
A terceira iniciação.

O buraco da agulha ... evolução superior ... consciência monádica.
Conduzindo à expressão da vida.
Culminando na quinta iniciação.
Produzindo a vida segundo o propósito.
Consumação.

Esses são os três pontos de entrada para os três centros planetários: Humanidade, Hierarquia e Shambalia.

Este primeiro requisito é, curiosamente, a primeira expressão de reconhecimento que as Grandes Vidas em Shambalia estão agora em relação direta com a humanidade. Até então, esse contacto não tem sido direto, e Elas não têm acompanhado os desenvolvimentos correntes. Até então, todos os contatos e impulsos espirituais vindos do centro mais elevado têm alcançado a humanidade via a Hierarquia, e vice versa. Esta exigência diz respeito à negação, à obliteração, à absorção, ou à síntese das luzes menores pela luz maior. Todas as palavras que empreguei são esforços para expressar a verdade e são todas inteiramente inadequadas.

No momento em que o iniciado ou o discípulo vê, ainda que obscuramente, a luz da Tríade Espiritual, ele percebe que todas as outras luzes - a do átomo da matéria, a da forma e a da própria alma - têm que inevitavelmente desvanecer-se diante da estupenda glória e brilho que emanam do Próprio Deus e que ele pressente como no processo de revelação. Ele é absorvido - intelectualmente, intuitivamente, espiritualmente e por fim, factualmente - por aquela Luz.

Quando lembrar que assim como a luz da alma revelou ao aspirante em luta uma nova visão, estabeleceu-lhe novas metas, intensificou todas as qualidades presentes em seu equipamento, e revelou o passado, o presente e o futuro do indivíduo, assim também esta luz maior revela ao iniciado um horizonte de tal vastidão que até agora escapara à sua capacidade e, mesmo agora, só pode ser visualizado por um iniciado do terceiro grau, e dota-o com uma percepção até então desconhecida - uma percepção que lhe permite aprofundar-se cada vez mais e cooperar de forma inteligente com o propósito do Senhor do Mundo. Permite-lhe mais tarde desenvolver o equipamento - qualidades e dons de natureza divina - os quais lhe permitirão eventualmente tomar lugar na Câmara do Conselho em Shamballa e trabalhar em perfeita unanimidade com os Senhores do Carma.

Estas qualidades e dons dizem respeito a atributos e capacidades divinas para as quais ainda não temos palavras, uma vez que estão além do alcance da consciência humana, sendo totalmente desconhecidos mesmo para os seres humanos avançados. Eles só começam a manifestar-se como tendências entre a segunda e terceira iniciações, do mesmo modo que os instintos numa criação pequena são, na realidade, os germes de posteriores atitudes intelectuais e atividades. Portanto, é inútil alongar-me sobre eles, pois a menos que você seja um iniciado de terceiro grau, minhas palavras não terão sentido. A chave reside no entendimento que você tiver de três palavras - Felicidade, Alegria, Beatitude. Quando você fala em beatitude, você entende onde está a diferença entre ela e felicidade e alegria? Beatitude está associada ao Ser completo; diz respeito à atitude interior do Todo.

Quando o discípulo individualmente constrói a ponte, o antahkarana, e quando um grupo de discípulos constrói o antahkarana grupal, eles tornam possível a “percepção da Tríade" acima referida. Quando o discípulo lançou um fio de luz viva (através do poder do amor magnético) entre o espaço que separa a Tríade da personalidade, ele descobre que é uma parte de um grupo. Este reconhecimento - imperfeito e ainda não inteligentemente expresso a princípio - é o fator que lhe permite passar para o Ashram de um Mestre ao longo desse fio.

Sob o ângulo do velho ensinamento, o Ashram de um Mestre e o foco da Hierarquia eram os níveis superiores do plano mental. Hoje isto não é assim. Eles estão no plano do amor espiritual, da intuição, de buddhi. A Hierarquia está retirando-se para o centro superior de Shamballa, e ao mesmo tempo, avançando na direção do centro inferior, a Humanidade. O próprio homem tornou possíveis as duas atividades; a crescente percepção intuitiva da humanidade, em seus níveis superiores, permite ao homem funcionar no Caminho do Discipulado e em níveis mais elevados do que nunca antes. Isto é reconhecido pela Hierarquia. A crescente aspiração das massas está também aproximando a Hierarquia à humanidade como jamais antes. Isto é um exemplo da habilidade da consciência do iniciado para funcionar em níveis iniciáticos e também nos três mundos simultaneamente. A atividade dual da mente é um símbolo disto na medida em que atua como senso comum em todos os assuntos dos três mundos, e ao mesmo tempo como mente espiritual ao lidar com os assuntos ligados à alma, à luz e à iluminação.

A segunda exigência, a de que o sentido da síntese fosse a mente do treinamento dado aos candidatos na Nova Era, é um evidência direta do novo contato de Shamballa, porque a síntese é um atributo da vontade divina e a mais destacada qualidade da Deidade. Era inevitável que a inteligência e o amor se tornassem os objetivos evolucionários no planeta e os dois primeiros aspectos divinos a serem desenvolvidos, pois são qualidades da vontade. Eles tornam possível a manifestação da vontade divina; eles garantem que sua aplicação inteligente e poder magnético atraiam para si mesmos tudo que é necessário para a expressão ou manifestação do propósito divino intuído, sinteticamente visualizado, e motivado, aparelhado, construído e tornado possível pelo aspecto dinâmico da mesma vontade.

É interessante registrar que há toda evidência no mundo hoje de que a energia de Shamballa está sendo diretamente lançada sobre a consciência humana e diretamente produzindo resultados. O aspecto destruidor do primeiro Raio da Vontade ou Poder está produzindo a destruição mundial através do uso do primeiro reino da natureza, o reino mineral. Aquilo que é feito de metal e de elementos químicos está trazendo catástrofe e destruição à terra, principalmente no reino humano. Ao mesmo tempo, o segundo atributo da vontade, a síntese, está evocando uma resposta igualmente generalizada. Este sentido de síntese afeta as massas antes de afetar o indivíduo e isto é algo interessante e importante a ser observado atualmente. Mais tarde, o dinamismo inerente na vontade, revelado pelo Novo Grupo de Servidores do Mundo e pelos discípulos e iniciados mundiais, tornarão essa resposta instintiva das massas numa experiência de fato e produzirão o “aparecimento” na terra da nova desenvolvida “qualidade” que a “vida” procura demonstrar na Nova Era. No primeiro volume deste Tratado, chamei a atenção para os três aspectos divinos: Vida, Qualidade e Aparência. Eles estão agora em processo de aparecer em forma final para este ciclo.

A síntese, hoje, dita a tendência de todos os processos evolucionários; tudo trabalha em direção a maiores blocos unificados, amalgamações, relações internacionais, planejamento global, fraternidade, fusões econômicas, o livre fluxo de mercadorias em toda parte, interdependência, confraternização de crenças religiosas, movimentos baseados no bem-estar da humanidade como um todo, e ideologias que tratam de totalidades e que lutam contra a divisão, separação e isolacionismo.

Por pouco que as pessoas se deem conta disso, estes conceitos são fatores relativamente novos na consciência humana, e o fato de que eles são o resultado de uma nova e direta relação entre Aqueles Que cumprem a vontade de Deus e a humanidade em toda a parte é a garantia da inevitabilidade de sua expressão no futuro. É somente no futuro imediato - um período de cento e cinquenta anos - que a demora pode parecer ser a regra. Mas na realidade não será o caso. As formas através das quais estas novas e iminentes ideias se manifestarão ainda terão de ser criadas, e isso leva tempo, pois elas são construídas pelo poder do pensamento e o devido processo de educar a consciência pública até que essa consciência se transforme em convicção confirmada e se demonstre como uma opinião pública fixa.

Este sentido de síntese é uma das coisas que as novas escolas esotéricas desenvolverão em seus estudantes e neófitos, pois serão as pessoas interiormente treinadas nessas escolas os construtores do novo mundo e os instrutores da opinião pública do futuro. Os rótulos e nomes pelos quais essas escolas possam chamar-se pouco significam. Muitas se proclamarão escolas esotéricas, mas nada de natureza verdadeiramente esotérica transmitirão. Elas atrairão a si os crédulos e os tolos. Há muitas escolas funcionando assim hoje. Outras abster-se-ão de qualquer indicação exterior de treinamento esotérico e ocultista, mas ainda assim, transmitirão o necessário ensinamento. Elas procurarão relacionar o Uno, a Mônada, à personalidade e evocar em seus estudantes um verdadeiro sentido de síntese.

Falando em linguagem muito simples, é o sentido de síntese que será a meta de todos os movimentos educacionais assim que o idealismo da Nova Era esteja firmemente estabelecido.

Coordenação física, integridade pessoal (que envolve principalmente o controle e mais tarde a negação do corpo astral), e a integração da personalidade serão os primeiros passos essenciais. A isto seguir-se-á o processo por meio dos quais a fusão da personalidade com a alma, do eu inferior com o Eu superior e da forma com o divino Morador na forma realizar-se-á. Então, a verdadeira fase esotérica do processo educacional será tentada quando os passos ou etapas preliminares tiverem sido satisfatoriamente compreendidos e houver uma certa medida de verdadeiro sucesso. A essa altura, a escola dos Mistérios e as Câmaras de preparação à iniciação serão reconhecidas pelas pessoas pensantes e as massas expectantes nelas acreditarão.

Nessas escolas, aqueles que estão começando a funcionar como almas serão levados a dar o passo seguinte. A natureza desenvolvida de suas almas estará expressando-se através do amor inteligente e do sentido de irmandade grupal; estas duas qualidades divinas formarão uma base a partir da qual o desenvolvimento seguinte pode emergir e sobre a qual uma superestrutura poderá ser construída. A Ciência da Meditação e a construção consciente do antahkarana serão as duas primeiras etapas preliminares no currículo esotérico. Hoje, o verdadeiro ensino da meditação e a construção da ponte de luz entre a Tríade e a personalidade constituem o mais avançado ensinamento dado em toda parte.

A humanidade, contudo, está pronta para um desenvolvimento extraordinariamente rápido e isto se demonstrará cada vez mais no período de após guerra, e para isso os discípulos devem estar prontos. Isto será ocasionado por dois fatores: o primeiro é o tremendo estimulo que a guerra e suas consequências trouxeram à consciência humana, e segundo, a vinda de almas muito adiantadas desde o ano de 1925. Estas almas estarão prontas para dar o necessário treinamento e instrução quando a hora for chegada, tendo trazido com elas o conhecimento e sabendo de forma normal e natural o que o estudante esotérico moderno está lutando por perceber e entender.

Um estudo do que eu descrevi aqui como requisitos básicos mostrará que as escolas sobre as quais escrevi em Cartas sobre Meditação Ocultista repousam ainda num futuro bastante distante. O trabalho das escolas preparatórias deve vir primeiro e prosseguir até à hora em que o trabalho dos Ashrams dos Mestres for reconhecido como parte integrante de uma atividade hierárquica exterior. No devido tempo, isto levará à realização da primeira iniciação publicamente, como parte do grande serviço ritual da então existente religião universal. A raça dos homens, então - nas suas camadas e grupos mais avançados em todo mundo - será normalmente clarividente e portanto verá por si mesma a luz no interior dos candidatos; os homens saberão então que a primeira iniciação foi justificadamente feita e verão também a mesma luz em milhares que, em prévias encarnações, fizeram essa iniciação.

Acrescentarei só mais uma coisa ao que foi dito acima para a elucidação da Regra V. A chave para todo este trabalho exigido por Shamballa encontra-se no desenvolvimento da Arte da Visualização. Por meio da visualização, tornam-se possíveis três expressões da consciência humana:

1. O antahkarana pode ser construído e definitivamente visto o brilho da Tríade. Essa será a nova visão - um resultado do desenvolvimento do sentido da visão.

2. Grupos, grandes totalidades e sínteses principais serão também visualizados, e isto conduzirá a uma definida expansão de consciência. Assim, o sentido da síntese será desenvolvido.

3. Toda arte criativa será incentivada por este treinamento, e a nova arte do futuro em todos os departamentos da criatividade será rapidamente desenvolvida à medida que o treinamento prossegue. O desenvolvimento do sentido da visão e do sentido de síntese, por meio da visualização, conduzirá a um sentido de vida na forma.

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