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Livros de Alice Bailey

O Reaparecimento do Cristo


 CAPÍTULO V

OS ENSINAMENTOS DO CRISTO

O Estabelecimento de Corretas Relações Humanas
A Lei do Renascimento
A Revelação do Mistério da Iniciação
A dissipação da Fascinação

Talvez seja útil fazer algumas observações preliminares sobre o ensinamento difundido (no transcurso das épocas) pelos filhos de Deus que apareceram nas horas de mais necessidade para a humanidade, a fim de exporem, ante a consciência dos homens de Sua época, certas ideias e conceitos acerca da Verdade. Quando Eles aparecem, seu objetivo é satisfazer as necessidades imediatas, de maneira que as ideias apresentadas possam converter-se em ideais, aos quais se adaptará, oportunamente, a vida da humanidade, trazendo como consequência uma civilização melhorada. Tem havido uma grande continuidade através dos séculos.

Não haveria tempo para escrever nem para ler uma análise ou descrição completa sobre a revelação progressiva de ideias transmitidas à humanidade pelas grandes e iluminadas mentes autorizadas pela Hierarquia espiritual do planeta. Todos os instrutores cíclicos (para diferenciá-los de inumeráveis Instrutores de menor importância) têm dominado Suas vidas – nas três esferas da evolução humana – física, emocional e mental – logrando controlar o nível físico da consciência, Sua natureza emocional ou sentimental e alcançar compreensão mental e, finalmente, iluminação.

O problema da Hierarquia tem consistido – e ainda consiste – em conhecer a capacidade de captação da humanidade acerca da verdade, e até que ponto pode ser apresentada às mentes incipientes a verdade absoluta; também tem consistido em determinar qual o aspecto da verdade universal que permitirá ao homem resolver suas dificuldades e avançar no Caminho do Retorno a Deus; necessita saber, ademais, em que ponto da escala evolutiva se encontra a humanidade, num período dado. Isto em si constitui para Ela um campo de investigação.

O método até agora seguido tem consistido em determinar qual é o principal fator de que carece o homem para perceber a realidade – num dado momento – e qual é a verdade divina que contém a semente de uma atividade vital para uma humanidade que se acha em determinadas condições e necessita de um certo tipo de ajuda. Também têm que decidir qual o melhor modo de prestar essa ajuda, de maneira que seus resultados sejam duradouros, educativos e eficazes. Até agora, os conceitos expostos têm sido formulados pelos Instrutores mundiais da época, e difundidos tão somente a uns poucos eleitos, cuja tarefa tem sido tomar a ideia recém apresentada, disseminando-a entre os homens que possuam a suficiente iluminação para que seja aceita, divulgada, vivida e polarizada. Isto já tem sido realizado durante épocas, com maior ou menor êxito.

Torna-se impossível expor aqui as poucas verdades que serviram para orientar o desenvolvimento da humanidade na antiga Atlântida, posto que constituam uma base sólida de todo o ensinamento posterior. Podemos estudar (como fundamento do ensino que Cristo difundirá depois de Seu reaparecimento) vários conceitos de menor importância que estão contidos, hoje, nos ensinamentos de todas as religiões mundiais, os quais deveriam ser apresentados ao público pelos modernos instrutores religiosos.

O primeiro desses Instrutores pertence a uma época tão remota que não se pode dizer com exatidão a data em que viveu. Seu nome foi modernizado e atribuído a um antigo herói e instrutor, chamado Hércules. Apresentou ao mundo, através de um histórico drama mundial (de natureza simbólica), o conceito de uma grandiosa finalidade, alcançável tão somente por meio de lutas e dificuldades. Traçou uma meta que os homens deveriam alcançar, sem levar em conta os obstáculos. Estes foram representados nos “Doze Trabalhos de Hércules”, os quais eram mitos e não acontecimentos reais. Desta forma representou, para os que tinham olhos para ver e coração para compreender, a natureza do problema que teriam de resolver, no Caminho de Retorno a Deus. Descreveu o regresso do Filho Pródigo ao Lar do Pai, e as provas e esforços que têm de enfrentar todos os aspirantes, discípulos e iniciados, igualmente enfrentados por todos os que hoje formam a hierarquia espiritual. Ao considerar essa assertiva, deve-se também incluir o Cristo, por haver sido “tentado em tudo”, segundo nossa semelhança (Hebreus, 4,15), não obstante haver triunfado nas provas e obstáculos.

Em data também desconhecida, veio Hermes. Segundo se disse, foi o primeiro em proclamar-se a “Luz do Mundo”. Mais tarde, apareceu o grande Instrutor Vyasa. Trouxe uma mensagem singela e necessária, no sentido de que a morte não é o fim. Desde essa época, a humanidade começou a pensar sobre a possível imortalidade da alma. Instintiva e debilmente o homem havia nutrido a esperança e pressentido que o abandono do veículo físico não constituiria o fim de toda a luta, do amor e aspiração humanos; naquelas épocas primitivas, somente predominavam o sentimento e o instinto; as massas não possuíam a capacidade de pensar, como na atualidade. No período culminante em que vivemos, o trabalho de todo o movimento espiritualista constitui, em realidade, a emergência daquela corrente de energia mental e da ideia que Vyasa implantou na consciência humana, há milhares de anos. O esforço que realizam os intelectuais para demonstrar a possibilidade científica da imortalidade, também faz parte desta grande corrente, levada a níveis intelectuais, salvando, assim, o trabalho realizado por Vyasa, das brumas, da miragem e da imoralidade psíquica, que hoje o envolve. A realidade da imortalidade está a ponto de ser provada cientificamente. Já foi comprovada a sobrevivência de determinado fator, se bem que o demonstrado como sobrevivente, não é em si, intrinsecamente imortal. A natureza real da alma e sua sobrevivência, frente à eterna vivência, são uma só e mesma coisa e não foram ainda comprovadas cientificamente. Entretanto, são verdades conhecidas e aceitas hoje por milhões de homens e por inumeráveis intelectuais, os quais – a menos que constitua
um histerismo e engano coletivo – têm pressentido sua existência.

Buda é o Instrutor ao qual nos referiremos a seguir, apesar de haverem existido outros, entre Sua época e a de Vyasa. Durante esses séculos, cuja história é relativamente obscura e vaga, a inteligência dos homens se desenvolvia rapidamente, e a percepção investigadora do gênero humano se apresentava cada vez mais ativa. As indagações – para as quais não existe uma aparente nem mesmo fácil resposta – foram formuladas por um grupo de pensadores da Índia, representando os pensadores de todos os países de então. Propuseram repetidas perguntas sobre por que existem a dor e a miséria em todos os recantos da Terra e em cada vida; qual seria a causa disto e que se deveria fazer para melhorar as condições de vida; queriam saber, igualmente, qual era o princípio integrante do homem; se era a alma e se existia um eu. O Buda veio para dar a resposta a todas essas indagações e firmar as bases de um enfoque mais iluminado à vida, difundindo os ensinamentos que preparariam o caminho para o trabalho do Cristo, que, Ele sabia, haveria de seguir Seus passos.

É interessante relembrar que, quando veio o Buda, aproximadamente quinhentos anos antes de Cristo (pois a data exata do nascimento de Cristo ainda se discute), podiam sentir-se as primeiras tênues influências da Era Pisceana fazendo impacto sobre a poderosa qualidade da era de Áries, a vítima propiciatória ou o carneiro. Foi a influência dessa era – persistindo através da dispensação judaica – que conduziu, finalmente, à deformação dos simples ensinamentos de Cristo, quando Ele veio. Foi apresentado, erroneamente, ao mundo como a vivente vítima propiciatória que carregou com os pecados da humanidade, originando, assim, a doutrina da expiação vicária. São Paulo foi o responsável por isso. Um exemplo análogo de distorção, também teve origem judaica, aparecendo nas primeiras etapas do ciclo de Áries, o carneiro. Afirmou-se que os Filhos de Israel se prosternaram ante o bezerro de ouro, o símbolo de Taurus, o touro, e o adoraram; este foi o ciclo astronômico precedente, cujos períodos são ciclos astronômicos e não signos astrológicos. Nas primeiras etapas de Áries, o ensinamento retrocedeu ao de Taurus, e nas primeiras etapas de Piscis retrogradou ao de Áries, e assim se iniciou a regressão do ensinamento que agora domina a tantos cristãos ortodoxos.

Buda respondeu às interrogações de Sua época, difundindo as Quatro Nobres Verdades, que esclarecem, satisfatoriamente, o eterno por que do homem. Estas verdades podem ser sintetizadas da seguinte maneira: Buda ensinou que a miséria e o sofrimento eram produzidos pelo próprio homem, e que a tendência do ser humano para o indesejável, efêmero e material, é a causa de todo desespero, ódio, e competição, e a razão pela qual o homem vive no reino da morte – o reino da vida material, que é a verdadeira morte do espírito. Buda fez uma excepcional abordagem dos ensinamentos disseminados por Hércules e Vyasa, e coadjuvou na estruturação da verdade que Eles haviam erigido, preparando, assim, o caminho para o Cristo. Entre estes dois grandes Instrutores, Buda e Cristo, apareceram instrutores menores, a fim de ampliar as verdades fundamentais já dadas. Entre estes, Sankaracharya foi um dos mais importantes, porque deu profundas instruções sobre a natureza do Eu. Também deve ser citado Shri Krisna, o Instrutor que figura no Bhagavad-Gita, e que muitos creem ter sido uma encarnação anterior do Cristo.

Desta maneira, as verdades fundamentais sobre as quais se baseia a relação com Deus (e, portanto, com nossos semelhantes), são sempre difundidas pelo Filho de Deus que, num determinado período mundial, é o Guia instrutor da Hierarquia espiritual.

A seu devido tempo, o Cristo veio e deu ao mundo (sobretudo por intermédio de Seus discípulos) duas verdades principais: a realidade da existência da alma humana e, em segundo lugar, o sistema do serviço como meio (emprego esta palavra deliberadamente) para estabelecer corretas relações – com Deus e com os nossos semelhantes. Disse aos homens que todos eram filhos de Deus, no mesmo sentido que Ele; apresentou de muitas maneiras simbólicas o que era e quem era Ele, assegurando-lhes que podiam fazer coisas ainda mais grandiosas, porque eram tão divinos como Ele. Estas coisas mais grandiosas, a humanidade já as fez, no plano físico. Também controlou sua natureza, como Cristo sabia que os homens o fariam, porque conhecia a atuação da Lei de Evolução. Ensinou que o serviço constituía a chave da libertação. Também lhes ensinou, por meio de Sua própria vida, a técnica de servir, fazendo o bem, curando enfermos, predicando e instruindo sobre as coisas do Reino de Deus e dando de comer, física e espiritualmente, aos famintos. Fez da vida cotidiana um âmbito divino de vivência espiritual, acentuando, assim, o ensinamento de Buda, de não desejar nada para o eu separado. Assim Cristo ensinou, amou e viveu, levando adiante a magna continuidade da revelação e do ensinamento hierárquico; entrou, então, no arcano, deixando-nos Seu exemplo para que pudéssemos seguir Seus passos (Pedro 2,21), imitando-o em Sua fé na divindade, em Seu serviço e em Sua capacidade para penetrar nessa esfera de consciência e nesse campo de atividade, a que chamamos a verdadeira igreja de Cristo, a Hierarquia espiritual – atualmente invisível – de nosso planeta, o verdadeiro Reino de Deus. O véu que oculta a verdadeira igreja está por desaparecer o o Cristo está a ponto de reaparecer.

À luz do passado e das atuais necessidades da humanidade, às quais o Cristo e a Hierarquia devem satisfazer, que ensinamento será difundido desta vez? Tal é a pergunta formulada agora por Seus discípulos. Provavelmente, Sua instrução versará sobre quatro pontos. Faríamos bem em considerarmos cada um em separado, e nos empenharmos em compreender e preparar a mente humana para receber aquilo que Ele há de dar.

I - O Estabelecimento de Corretas Relações Humanas

A frase “corretas relações humanas” é hoje muito discutida; cada vez se compreende mais que constitui uma imperiosa necessidade humana e a única esperança de paz e segurança. As errôneas relações humanas atingiram uma etapa difícil, que todos os aspectos da vida humana se acham em estado caótico; todos os setores da vida diária estão envolvidos – familiar, comunal, relações comerciais, contatos políticos e religiosos, a atividade governamental e a vida comum dos povos, inclusive as relações internacionais. Em toda parte existe ódio, competição, desarmonia, luta de partidos, murmúrios e escândalos vis, profunda desconfiança entre os homens e as nações, entre o capital e o trabalho, e entre as inumeráveis seitas, igrejas e religiões. Entre seita e igreja a diferença é, no fundo, somente uma questão de grau, de princípio histórico; é uma diferença de interpretação, de lealdade fanática a uma verdade favorita, e sempre – exclusivismo, que é contrária ao ensinamento cristão. Em nenhuma parte existem paz e compreensão; só uma pequena minoria, em comparação com os habitantes da Terra, luta para estabelecer essas condições que conduzirão a pacíficas e felizes relações.

A força desta minoria combatente, que luta pela paz e por corretas relações, reside em que o trabalho que trata de realizar está de acordo com a intenção e com o propósito divinos. O Cristo planeja reaparecer em meio a este caos de interesses em conflito, competitivos e em luta. Pedir-lhes-ia que contemplassem a horrível realidade que Ele deve enfrentar, e a necessidade de que haja certa ordem no mundo, para que possam ser enunciados certos princípios fundamentais e, parcialmente pelo menos, aceitos, antes que Ele possa trabalhar com êxito entre os homens. Se aparecesse agora, Sua voz não poderia ser ouvida, porque a algazarra das discussões humanas é demasiado estridente; se procurasse chamar a atenção da humanidade, ainda que o fizesse por meio do profético som da trombeta (Mateus 24,31), simplesmente se diria que se anuncia a Si mesmo; se predicasse e ensinasse, atrairia, principalmente, aqueles que simpatizam com Sua mensagem, ou ver-se-ia rodeado pelos ingênuos e os crédulos, como ocorre sempre com todo novo Instrutor, seja qual for seu ensinamento. A maioria dos seres humanos está demasiada faminta, esgotada psiquicamente, perplexa e angustiada, bem como insegura de seu futuro, sua liberdade, sua segurança, para estar em condições de escutá-Lo.

Pode-se assegurar que não virá como um herói vitorioso, como têm feito crer as interpretações dos instrutores de teologia, porque dessa maneira não seria identificado, senão simplesmente classificado como um militar a mais, dentre os que já temos bastante; não virá como o Messias dos judeus, para salvar nesta qualidade a chamada Terra Santa e a cidade de Jerusalém, pois Ele pertence a todo o mundo e nem os judeus nem qualquer outro povo têm direitos ou privilégios especiais para reclamá-Lo como próprio; tampouco virá para converter os “pagãos” pois aos olhos de Cristo e de Seus discípulos tal mundo não existe, sendo de notar que os denominados pagãos têm demonstrado, historicamente, menos perversidade e antagonismo que o mundo cristão militante. A história das nações cristãs e da igreja cristã tem sido de uma militância agressiva – o que jamais desejou o Cristo, quando tratou de estabelecer a Igreja na Terra.

Quando de sua vinda anterior, disse (e Suas palavras têm sido lamentavelmente, mal interpretadas): “Não vim para trazer paz senão espada” (Mateus 10,34). Isto será verdade especialmente durante os primeiros dias de Seu advento. A espada que Ele empunha é a espada do Espírito; é a que separa a verdadeira espiritualidade do materialismo. O principal efeito de Sua aparição será demonstrar, seguramente, em toda parte, o que produz um espírito de inclusividade canalizado ou expresso através Dele. Todos os que tratam de estabelecer corretas relações humanas se unirão, automaticamente a Ele, pertençam ou não a alguma das grandes religiões mundiais; todos aqueles que não fazem distinção fundamental, nem real entre uma religião e outra, um homem e outro homem e uma nação e outra nação, reunir-se-ão ao Seu redor; aqueles que personificam um espírito de exclusivismo e separatividade ficarão, análoga e automaticamente, a descoberto e serão conhecidos pelo que são. A divisora espada do Espírito trará sem ferir a revelação e indicará o primeiro passo a dar para a regeneração humana.

Permanecendo como o ponto focal do Triângulo interno formado pelo Buda, pelo Espírito de Paz e pelo Avatar de Síntese, a força que emanará de Cristo será tão poderosa, que a diferença entre amor e ódio, agressão e liberdade, cobiça e generosidade, por-se-á em evidência ante os olhos e a mente de todos os homens, esclarecendo, portanto, a distinção existente entre o bem e o mal. A prece invocativa: “Do ponto de Amor no Coração de Deus, flua amor aos corações dos homens”, cumprir-se-á. Cristo liberará sobre o mundo dos homens, a potência e a energia características do amor intuitivo. Os resultados obtidos da distribuição desta energia serão dois:

1 – Um número incontável de homens e mulheres se agruparão em todos os países para promover a boa vontade e corretas relações humanas. Este número será tão grande que, de uma minoria relativamente pequena e de pouca importância, se converterá na maior e mais influente força do mundo. Por seu intermédio, o Novo Grupo de Servidores do Mundo poderá trabalhar com êxito.

2 – Esta energia ativa de compreensão amorosa iniciará uma enorme reação contra o poder do ódio. Odiar, isolar-se e ser exclusivista, será considerado como o único pecado, porque se reconhecerá que todos os pecados, considerados atualmente como tais, provêm do ódio e do seu produto, a consciência antissocial. O ódio e suas consequências constituem o verdadeiro pecado contra o Espírito Santo, a respeito de que tanto têm debatido os comentaristas, passando por alto (em sua necedade) a simplicidade e propriedade da correta definição do mesmo pecado.

O poder do impacto hierárquico espiritual, através do Cristo e Seus discípulos ativos, será tão grande, que a utilidade, a praticabilidade e a naturalidade das corretas relações humanas chegarão a ser evidentes, que os assuntos mundiais serão prontamente reajustados, inaugurando-se uma nova era de boa vontade e paz sobre a Terra. A nova cultura e a nova civilização serão, então, possíveis.

Isto não é a descrição otimista de um acontecimento místico e impossível. Não se baseia em um anelo ou em uma cega esperança. Os discípulos do Cristo predicam, já, a doutrina das corretas relações humanas. Homens e mulheres de boa vontade estão se esforçando em demonstrar que somente através disto poderá reinar a paz, no campo das relações internacionais. Ao apresentar a verdadeira “vivência” que o Cristo demonstrará ao mundo dos pensadores, logicamente não terão cabimento nem o exclusivismo nem o separatismo, porque a “vida mais abundante” (que Ele trata de canalizar para todos nós) é uma corrente que flui livremente, arrastando os obstáculos e barreiras, fazendo circular de forma ininterrupta a verdade e a vida mesma – sendo o amor a qualidade essencial de ambas.

Todas as religiões mundiais têm proclamado o fato de que Deus é, essencialmente, Amor e Vida, como também Inteligência. Essa vida contém em si mesma a qualidade essencial da Vontade de Deus, como também Seu amor. Ambos são igualmente importantes, porque essa vontade está qualificada pelo amor. Até agora, os homens nada conheciam da natureza real da vivência energizada pelo amor e pela vontade, exceto através de um vago conceito teórico. O reaparecimento do Cristo estabelecerá a realidade desta vivência divina; a obra que Ele efetuará – ajudado por Seus discípulos – manifestará o amor e o propósito divinos que se ocultam por trás de toda experiência fenomênica.

O estabelecimento de corretas relações humanas é um aspecto da vontade divina que a humanidade deve cumprir, e a fase seguinte da expressão divina que se há de manifestar nos assuntos humanos – individuais, comunais e internacionais. Nada impedirá que se manifeste esta expressão divina, exceto o fator tempo, e este é determinado pela humanidade, sendo uma exteriorização do livre-arbítrio divino. A intenção e expressão divinas podem manifestar-se lenta ou rapidamente, segundo o decida o homem; até agora, escolheu a manifestação lenta – muito lenta. É aqui que se porá em relevo o livre-arbítrio da vontade humana. Devido a que a divindade é imanente ou está presente em todas as formas e, portanto, em todos os seres humanos, aquela Vontade divina deve ser cumprida, oportunamente; devido ao intenso materialismo de todas as formas, na atualidade, (falando esotericamente), sua expressão tem sido retardada; a vontade do homem não tem consistido em estabelecer corretas relações humanas. Daí, a disciplina imposta pela guerra, a tortura das formas e o sofrimento do humano viver atual.

Ditos fatores estão produzindo uma transformação ampla e geral; um indício disto pode ser facilmente observado pelas pessoas espiritualmente orientadas. Tais pessoas estão continuamente exclamando (como Cristo no Horto de Getsêmani), “Que se cumpra a Vontade de Deus” (Mateus 26,39). Repetem-no, ignorantemente, e às vezes sem esperanças, evidenciando, porém, um processo geral de reorientação espiritual, submissão e conformidade. O Cristo demonstrou esta submissão quando disse: “Porque desci do céu, não para fazer minha vontade, mas a vontade Daquele que me enviou” (João 6,38). Deu provas de Sua conformidade quando exclamou: “Pai, faça-se Tua vontade e não a minha”. A submissão contém em si os elementos do triunfo, impostos pela força das circunstâncias, e a aceitação quase cega, submetendo-se àquilo que se lhe impõe. A conformidade leva em si, como elemento, uma inteligência compreensiva, e isto significa um grande passo adiante. Ambas admitem a existência de uma divina vontade influente, na vida da humanidade; constituem, também, uma preparação para o reaparecimento da obra que o Cristo há de realizar, a fim de estabelecer corretas relações humanas. Atualmente, a submissão da humanidade à vontade divina é negativa; a verdadeira submissão é uma atitude positiva, de expectativa espiritual, que conduz oportunamente, a uma conformidade positiva.

Pode-se observar já uma expectativa espiritual; compete ao Novo Grupo de Servidores do Mundo intensificá-la. Têm, também, que fomentar a submissão espiritual e a conformidade inteligente das massas que, em geral, se dividem em duas classes, expressando ambas as atitudes; tais fatores de submissão, expectativa e conformidade se acham latentes em todos os homens. Estas três forças divinas permitirão ao homem responder à mensagem de Cristo, sendo, pois, muito mais fácil sacrificar-se, desinteressadamente, comprometer-se inteligentemente e captar os inumeráveis e diversificados pontos de vista (indispensáveis para o estabelecimento de corretas relações humanas).

Seria conveniente refletir sobre quais são os fatores existentes na submissão e na conformidade. Nelas estão compreendidos, o estabelecimento de corretas relações humanas, abdicação, renúncia, submissão aos fatos existentes e obediência à lei divina. Isto é o que Cristo demonstrou anteriormente, e estas são as coisas que Ele ajudará a humanidade a aceitar com entusiasmo e compreensão. Isto trará a felicidade. A felicidade é uma lição, aliás, difícil de aprender; ela é uma experiência totalmente nova para a humanidade e o Cristo deverá ensinar os seres humanos como desfrutá-la corretamente, como superar os antigos hábitos do sofrimento e assim compreender o significado da verdadeira alegria. Entretanto, não virá somente para ensinar aos homens a necessidade de estabelecer corretas relações humanas, senão também para que saibam como estabelecê-las com todo êxito, eles próprios.

II - O Cristo Ensinará a Lei do Renascimento

Esta lei deriva, principalmente, da Lei da Evolução. Nunca foi captada nem compreendida, devidamente, no Ocidente. Tampouco demonstrou ser de utilidade no Oriente, onde é aceita como princípio diretivo da vida, pois seu efeito tem sido narcotizador e agido em detrimento do progresso. O estudante oriental considera que ela lhe dá sobra de tempo, negando, assim, todo esforço para alcançar uma meta. O cristão comum confunde a Lei do Renascimento com “a transmigração das almas” e, frequentemente, crê que esta lei significa a passagem dos seres humanos para os corpos de animais ou de formas inferiores de vida, o que é errôneo. À medida que a vida de Deus progride de uma forma à outra, a vida dos reinos subumanos também progride das formas minerais para as vegetais e destas para as formas animais; da etapa animal a vida de Deus passa ao reino humano e se torna sujeita a Lei do Renascimento e não à Lei de Transmigração. Para os que têm alguma noção da Lei do Renascimento ou Reencarnação, esse conceito parecerá ridículo.

A doutrina ou teoria da Reencarnação horroriza o cristão ortodoxo. Porém, se lhes formula a pergunta que os discípulos fizeram a Cristo, a respeito do cego: “Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” (João 9,2), rejeitam as implicações; ou melhor, motejam ou demonstram perplexidade. A apresentação ao mundo do pensamento feita pelo ocultista comum ou pelo expoente teosofista tem sido deplorável, devido a que a expôs de forma confusa. Tudo o que se pode dizer é que familiarizaram o público com a teoria. Entretanto, se houvesse sido apresentada com maior inteligência, sua aceitação no Ocidente teria sido mais generalizada.

Se a meta das corretas relações humanas for ensinada universalmente pelo Cristo, a ênfase de seu ensinamento deve recair, então, na Lei do Renascimento. Isso é inevitável devido a que o reconhecimento desta lei trará, paralelamente, a solução de todos os problemas da humanidade, e a resposta a muitas de suas indagações.

Esta doutrina será uma das notas-chaves da nova religião mundial, como também um agente esclarecedor para uma melhor compreensão dos problemas do mundo. Quando o Cristo esteve aqui, anteriormente, em pessoa, pôs em relevo a realidade da alma e o valor do indivíduo. Disse aos homens que podiam ser salvos pela vida da alma e pelo Cristo que reside no coração humano. Disse, ademais, “que o que não nascesse de novo não poderia ver o Reino de Deus” (João 3,3). Somente as almas podem ser cidadãos deste Reino, e esse privilégio foi o que ofereceu pela primeira vez à humanidade, dando, assim, aos homens a visão de uma possibilidade divina e um fim inalterável de toda a experiência. Disse-lhes: “Sede, pois, perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito” (Mateus 5,48).

Desta vez, ensinará os homens o método pelo qual esta possibilidade poderá converter-se num fato consumado – pelo constante retorno da alma reencarnante à escola da Vida na Terra, a fim de submeter-se ao processo de aperfeiçoamento, do qual Ele foi o exemplo culminante. Tal é o significado e o ensinamento da reencarnação. No seu livro Novas Moradas para Novos Homens, página 123, Dane Rudhyar define, satisfatoriamente, este misterioso processo cósmico e humano, dizendo: “A estrutura individual da nova manifestação está, por força, condicionada por tudo o que não se realizou no passado; pelos remanescentes, os fracassos do passado – achados nos registros da natureza, na memória da substância universal”. A história de todo ser humano está contida nessas palavras.

Deve-se levar em conta que, praticamente, todos os grupos e escritos esotéricos têm posto de relevo, irrefletidamente, a questão das passadas encarnações e sua recordação, que resultam impossível de serem constatadas, porque qualquer um pode dizer e afirmar o que bem lhe aprouver; o ensinamento se tem baseado em leis inexistentes que se supõe regerem a equação tempo e o intervalo entre uma vida e outra, esquecendo-se que o tempo é um produto da consciência cerebral, que não tem existência fora do cérebro; a ênfase tem sido posta sobre um falso conceito a respeito do relacionamento. O ensinamento (até agora difundido sobre a Reencarnação) foi mais prejudicial que proveitoso. Dela só resta um fator de valor: a existência da Lei do Renascimento que agora é discutida por alguns e aceita por milhares.

Pouco sabemos além do fato de que tal lei existe. Aqueles que conhecem, por experiência, a realidade deste retorno, repelem de plano, os pormenores fantásticos e improváveis que os grupos teosóficos e ocultistas expõem como realidade. A lei existe, porém nada sabemos acerca de seu mecanismo. Muito pouco se pode dizer a respeito dela que seja exato, e isto não pode ser refutado.

1 – A Lei do Renascimento é uma grande lei natural de nosso planeta.

2 – É um processo estabelecido e lavado a cabo de acordo com a Lei de Evolução.

3 – Está intimamente relacionada coma Lei de Causa e Efeito e por ela condicionada.

4 – É um processo de desenvolvimento progressivo que permite ao homem avançar desde o materialismo irracional mais grosseiro, até uma perfeição espiritual e uma inteligente percepção, que lhe permitirão chegar a ser um membro do Reino de Deus.

5 – Explica as diferenças que existem entre os homens e – em conexão com a Lei de Causa e Efeito (denominada Lei do Karma no Oriente) – explica as diferentes circunstâncias e atitudes para com a vida.

6 – É a expressão do aspecto vontade da alma e não o resultado da decisão de uma forma material; é a alma que existe em todas as formas que reencarna, escolhendo e construindo os adequados veículos físico, emocional e mental, com os quais pode aprender as lições necessárias.

7 – A Lei do Renascimento (no que concerne à humanidade) entra em vigência no plano da alma. A encarnação é motivada e dirigida desde o nível da alma, no plano mental.

8 – As almas encarnam, ciclicamente, em grupos, de acordo coma Lei, a fim de estabelecer corretas relações com Deus e com seus semelhantes.

9 – O desenvolvimento progressivo, de conformidade com a Lei do Renascimento, está condicionado, em grande parte, pelo princípio mental “assim como o homem pensa em seu coração, assim ele é”. Estas breves palavras merecem uma cuidadosa reflexão.

10 – Sob a Lei do Renascimento, o ser humano lentamente desenvolve sua mente, logo esta começa, a controlar o sentimento, a natureza emocional e, finalmente, revela ao homem sua alma, natureza e meio ambiente.

11 – Nessa etapa do desenvolvimento, o homem começa a percorrer o Caminho de Retorno e se dirige, paulatinamente, depois de muitas vidas, para o Reino de Deus.

12 – Quando o homem – devido à mentalidade desenvolvida, à sabedoria adquirida, ao serviço prático prestado e à compreensão – aprendeu a nada pedir para o eu separado, então já não deseja viver nos três mundos e se libera da Lei do Renascimento.

13 – Então, é consciente do grupo, da alma de seu grupo e da alma de todas as formas, alcançando, tal como Cristo dissera, uma etapa de perfeição crística, chagando “à Medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef. 4,13).

Nenhuma pessoa inteligente tratará de ver mais além desta ampla generalização. Quando o Cristo reaparecer, possuiremos um conhecimento mais realista e verdadeiro, saberemos que estamos eternamente vinculados às almas de todos os homens e definitivamente relacionados com aqueles que reencarnam conosco, que estão aprendendo as mesmas lições e experimentando e passando pelas mesmas experiências que nós. Este reconhecimento, comprovado e aceito, regenerará a própria origem da vida humana. Sabemos que todas as nossas dificuldades e problemas provêm do fato de não aceitar as nossas responsabilidades e obrigações impostas por esta Lei fundamental. Através dela aprendemos, gradualmente, a reger nossas atividades por seu justo poder restritivo. A Lei do Renascimento encerra em si o conhecimento prático de que os homens necessitam, atualmente, para conduzir, reta e corretamente, suas vidas, nos aspectos religioso, político, econômico, comunal e privado, estabelecendo, assim, corretas relações com a vida divina que existe em todas as formas.

III - Revelação dos Mistérios da Iniciação

Grande parte do que se expõe nestas páginas concerne, em realidade, à aparição do Reino de Deus – aparição que agora pode ter lugar devido a três fatores:

1 – Ao crescimento desse Reino na Terra, com os milhares de pessoas que aceitam suas leis e se esforçam por viver de acordo com suas normas e espírito.

2 – Ao fato de que os sinais do tempo e a imperante necessidade da humanidade evocaram o Cristo, e Ele decidiu reaparecer.

3 – A que a demanda invocadora da humanidade ascendente, continuamente, até “o lugar secreto do Altíssimo” e a Hierarquia projeta aparecer conjuntamente com o Cristo e restabelecer a Lei do Espírito sobre a Terra. O momento da restauração dos antigos Mistérios chegou.

Estes fatos foram divulgados amplamente, durante os últimos anos, como resultado da depuração levada a efeito no mundo, pela guerra mundial (1914-1945), como também pelo sofrimento a que tem sido submetida a humanidade (com um poder igualmente purificador e poderoso, que manifestar-se-á posteriormente). Então, será possível à Hierarquia, a Igreja de Cristo, até agora invisível, exteriorizar-se e atuar, abertamente, no plano físico. Isto significa retornar à situação que existia na época Atlântida, quando (empregando a simbologia bíblica, conforme o Gênesis, Cap. 2 e 3) Deus mesmo caminhou entre os homens; Ele falava, então, com eles, não existindo barreiras entre o Reino dos homens e o Reino de Deus. A divindade estava, então, presente em forma física, e os Membros da Hierarquia espiritual guiavam e dirigiam, abertamente, os assuntos da humanidade, até onde permitia o inato livre-arbítrio do homem. Hoje, num futuro próximo, e num passo mais alto da espiral da vida, isto voltará a ocorrer. Os Mestres caminharão, livremente, entre os homens, e Cristo reaparecerá, fisicamente. Também restaurar-se-á os antigos Mistérios. Serão, novamente, reconhecidos os antigos marcos que a Maçonaria preservou, com tanto empenho, e conservou até agora, nos rituais maçônicos, esperando o dia da restauração e da ressurreição.

Estes antigos Mistérios foram, originalmente, dados à humanidade pela Hierarquia e contêm a chave do processo evolutivo, ocultos nos números, nos rituais, palavras e símbolos, velando o enigma do destino e origem do homem, representando para ele, por meio do rito e do ritual, o largo Caminho que deve palmilhar para retornar à luz. Proporcionam, outrossim, (quando esse rito e ritual são interpretados e representados corretamente) o ensinamento de que necessita a humanidade para poder passar da obscuridade à Luz, do irreal ao Real e da morte à Imortalidade. O verdadeiro maçom que compreende, ainda que em pequena escala, o significado dos três graus da Loja Azul, bem como as implicações daquilo de que participa, dará exato valor às frases mencionadas e reconhecerá o significado dos referidos graus. Menciono isto com fins maçônicos, pois está intimamente relacionado com a restauração dos Mistérios que contiveram, no transcurso das épocas, a chave da tão largamente esperada restauração da estrutura que fundamentará o necessário ensinamento, e exporá (quando se libere das nomenclaturas e denominações judias, já caducas, se bem que corretas até três mil anos atrás) a história do progresso do homem no Caminho do Retorno.

Tais são os Mistérios que o Cristo restaurará, quando reaparecer, reavivando de forma nova as igrejas e restaurando o Mistério oculto, perdido há muito tempo, devido ao seu materialismo. A Maçonaria também perdeu a verdadeira vivência que um dia possuiu, porém, tanto nas suas formas como no seu ritual, a verdade está conservada e poderá ser recuperada, e o Cristo fará isto. Fará reviver, ademais, de forma desconhecida, pois nem todos acorrerão à Igreja ou à Maçonaria para revitalizar sua vida espiritual. Os verdadeiros Mistérios também revelar-se-ão através da ciência, e o Cristo proporcionará o incentivo para a sua busca. Os Mistérios encerram, em suas fórmulas e ensinamentos, a chave para a ciência, que desvelará o mistério da eletricidade – a mais elevada ciência espiritual e esfera de conhecimento divino, no mundo – apenas tocada superficialmente. Somente quando a Hierarquia estiver presente, visivelmente, na Terra, e sejam revelados ao mundo os Mistérios, dos quais os discípulos de Cristo são guardiões, será dado a conhecer o verdadeiro segredo da natureza dos fenômenos elétricos.

Em última instância, os Mistérios constituem a verdadeira fonte de revelação, a qual só poderá captar-se sem perigo, em toda sua amplitude, quando a mente e a vontade para o bem estejam estritamente unidas e fundidas, condicionando a conduta humana. Existem energias e forças planetárias que os homens não têm controle nem podem controlar. Nada sabem a respeito delas e, não obstante, a vida do planeta depende delas; estão intimamente relacionadas com os inapreciáveis poderes psíquicos, tão estupidamente encarados, hoje em dia, e ignorantemente empregados. Ditos poderes – quando corretamente determinados e utilizados – serão de grande utilidade para as ciências que os Mistérios revelarão.

O Mistério das idades está em vésperas de ser revelado, e isto acontecerá quando o Cristo reaparecer. As Escrituras sempre profetizaram que ao fim da Era revelar-se-ia o que está secreto e surgiria à luz do dia o que até agora permaneceu oculto. Como sabemos, o presente ciclo assinala o fim da era de Piscis, e os próximos duzentos anos verão a abolição da morte, ou melhor, de nossos equivocados conceitos a respeito dela, e o firme estabelecimento da realidade da existência da alma. Então, saber-se-á que esta é uma entidade, um impulso propulsor e que uma força espiritual se acha detrás de todas as formas manifestadas. Há dois mil anos, o trabalho de Cristo consistiu em proclamar certas grandes possibilidades e a existência de grandes poderes. Quando Ele reaparecer, Sua tarefa consistirá em provar a realidade destas possibilidades e revelar a verdadeira natureza e potência do homem. Sua afirmação de que todos somos filhos de Deus e temos um Pai universal, num futuro próximo não mais será considerado como uma formosa assertiva mística e simbólica, senão uma provada enunciação científica. Nossa fraternidade universal e imortalidade essencial serão comprovadas como realidades da natureza.

Hoje, está sendo preparado o terreno para a magna restauração que Cristo levará a efeito. As religiões mundiais, (incluindo a cristã) e a Maçonaria, estão sendo julgadas pela mente crítica humana; tem-se aceito, quase unanimemente, que ambas fracassaram na tarefa determinada pela divindade. Compreende-se, em toda parte, que deve afluir uma vida nova, e isto implicará uma nova visão e uma nova maneira de encarar as condições da vida e isto somente o Cristo pode ensinar-nos e ajudar-nos a conseguir. Segundo reza uma antiga Escritura:

“O que foi um mistério deixará de sê-lo e aquilo que tem estado oculto agora será revelado; o que tem estado velado surgirá à luz e engrandecerá essa luz e todos os homens verão e se regozijarão. Chegará o momento em que a destruição terá realizado o seu trabalho benéfico; então, os homens, pelo sofrimento, buscarão aquilo que rejeitaram. Em vã persecução, buscaram o que tinham à mão e era fácil de alcançar. Quando o possuíram comprovou-se que era um agente da morte. Não obstante, buscaram sempre a vida e não a morte”.

E o Cristo lhes trará vida, e vida abundante.

Muito se fala hoje, a respeito dos mistérios da iniciação. Em todos os países proliferam os falsos instrutores, que ensinam os pseudomistérios, oferecendo espúrias iniciações (geralmente pagas e com diploma), desorientando, assim, as pessoas. O próprio Cristo disse que existiria tal estado de coisas, antes que Ele viesse e que em toda parte os falsos e os espúrios se proclamariam a si mesmos. Isto não é mais que a evidência de Sua vinda. A falsificação sempre garante o genuíno. As palavras, discussões e pretensões absurdas; o pseudo-ocultismo e os esforços fúteis para “receber uma iniciação” (frase ambígua que os instrutores e teósofos ignorantes têm cunhado para expressar uma profunda experiência espiritual), caracterizaram o ensinamento esotérico, desde sua moderna aparição, em 1875. Então, H.P.Blavatsky apresentou ao mundo ocidental a realidade da existência dos grandes discípulos e Mestres de Sabedoria, que se achavam na Terra, e obedeciam ao Cristo. Mais tarde, arrependeu-se, profundamente, de havê-lo dito, segundo confessa em alguns de seus escritos dirigidos a seu Grupo Esotérico. Entretanto, o que fez formava parte de um grande plano, e não foi um erro. O erro consistiu nas interpretações e reações violentas dos teósofos dessa época, fato que ainda não reconheceram. Esta estúpida reação foi ajudada e apoiada pela natureza investigadora da humanidade, como também pela aspiração a que isso trouxe a par. Os homens crédulos e os comerciantes ambiciosos exploraram o tema e ainda continuam assim procedendo.

Não obstante, o efeito final destas estultices e erros de apresentação resultaram proveitosos. Em todos os países existem, atualmente, os homens que são conscientes da existência dos Mestres e da possibilidade e oportunidade oferecidas para um progresso espiritual científico que os converterá em membros do Reino de Deus. As igrejas fizeram caso omisso disso, considerando a ciência, especialmente na era vitoriana, como um arqui-inimigo.

Estas informações tão profusas, sobre os mistérios da iniciação – algumas delas sendo evidências de uma verdade oculta, outras produto da imaginação, e as demais instigadas com fins comerciais, têm preparado, definidamente, a humanidade, para os ensinamentos que Cristo dará, segundo se crê, quando estiver, novamente, entre nós, em presença física.

Ainda que o cristão ortodoxo não queira admiti-lo, todo o Evangelho, nas suas quatro formas ou apresentações, quase não contém outra coisa que detalhes simbólicos sobre os Mistérios, que são (no que concerne à humanidade) cinco, no total. Ditos Mistérios indicam, na realidade, a história espiritual de um aspirante. Também assinalam cinco importantes etapas, no progresso da consciência humana. Conquanto incompreensível hoje, em certa etapa da era aquariana este progresso será mais claro e definido. A humanidade, o discípulo mundial (por meio dos diferentes grupos que se encontram em distintos graus de desenvolvimento) “penetrará”, durante os próximos dois mil anos, em novos estados de percepção e em novos reinos ou esferas mentais e espirituais de consciência.

Cada era deixou o reflexo de um quíntuplo desenvolvimento moderno. Falando astronomicamente, quatro eras são passadas: Gêminis, Taurus, Áries e Piscis. Atualmente, Aquário, a Quinta, está entrando em poder. Gêminis imprimiu o signo simbólico dos dois pilares sobre a Fraternidade maçônica daquela época, e os dois pilares Joachin e Boaz – dando os nomes judeus que não são, certamente, os verdadeiros – apareceram há dois mil anos, aproximadamente. Depois seguiu-se Taurus, o touro, época em que Mithra veio como Instrutor do mundo e instituiu os mistérios de Mithra, com uma (aparente) adoração ao touro. Logo seguiu-se Áries, o carneiro, que viu o começo da dispensação judaica, tão importante para os judeus e, desafortunadamente, também para a religião cristã, porém sem importância para os inumeráveis seres humanos de outras partes do mundo. Durante este ciclo, veio o Buda, Shri Krisna e Sankaracharya. Finalmente, temos a era de Pisis, peixes, que nos trouxe o Cristo. A sequencia dos Mistérios personificados em cada um dos signos do zodíaco será esclarecida pelo Cristo, pois a consciência coletiva atual exige algo mais definido e realmente espiritual que a astrologia moderna e o pseudo-ocultismo, tão amplamente difundido.

Na era que temos diante de nós, depois do reaparecimento do Cristo, centenas de milhares de pessoas experimentarão algumas das grandes expansões de consciência, porém, a reação das multidões será de renúncia (embora isto não signifique, de nenhuma maneira, que estejam passando pela Quarta iniciação); renunciarão às normas materialistas que hoje dominam em todas as camadas da família humana. Uma das lições que a humanidade deve aprender, no presente (prelúdio da nova era), é saber quão poucas coisas materiais são realmente necessárias para a vida e para a felicidade. A lição não foi ainda aprendida. Entretanto, constitui, essencialmente, um dos valores que se hão de extrair deste período de espantosas privações, pelo qual estão passando, diariamente, os homens. A verdadeira tragédia reside no fato de que o hemisfério ocidental, especialmente os Estados Unidos, não participem deste processo espiritual definido e vitalizador; são presentemente demasiado egoístas para consenti-lo.

Por conseguinte, poderão ver que a iniciação não é um processo cerimonial, ou um prêmio concedido a um bem sucedido aspirante; nem tampouco uma penetração nos Mistérios – dos quais os da Maçonaria constituem, até agora, uma apresentação gráfica – senão o resultado da “vivência” experimentada nos três mundos de percepção (físico, emocional e mental), pondo em atividade – através desta vivência – as células registradoras e memorizadoras da substância cerebral que até agora não foram susceptíveis às impressões superiores. Através desta zona registradora em expansão, ou, se preferem, através do aperfeiçoamento de um mecanismo registrador mais refinado, ou instrumento de resposta, a mente pode converter-se em transmissor dos valores elevados e da compreensão espiritual. Assim, o indivíduo chega a ser consciente de zonas de existência divina e estados de consciência eternamente presentes, porém que o indivíduo, constitucionalmente, é incapaz de registrar ou fazer contato; nem a mente, nem o seu agente registrador, o cérebro, foram capazes de realizá-lo, sob o ângulo de seu desenvolvimento evolutivo.

Quando o farol da mente penetra, com lentidão, nos aspectos da mente divina, até agora não reconhecidos; quando despertam as qualidades magnéticas do coração e respondem sensitivamente a ambos os aspectos, o homem se torna capacitado para atuar nos novos reinos de luz, amor e serviço, que estão em processo de desenvolvimento. Então, é um iniciado.

Estes são os mistérios, dos quais se ocupará o Cristo. Sua reconhecida presença entre nós e a de Seus discípulos, fará que progridam mais rapidamente que até agora. O estímulo da Hierarquia objetiva aumenta potentemente, e a era de Aquário presenciará a aceitação da grande Renúncia, por parte de tantos filhos dos homens, assinalando que o esforço mundial será das mesmas proporções que o realizado para educar, coletivamente, a humanidade, na era de Piscis. O materialismo, como princípio de massa, será rechaçado, e os grandes valores espirituais assumirão um maior controle.

A culminação de uma civilização, com sua tônica especial – as qualidades e os dons legados à posteridade, refletindo sua intenção espiritual (como a participação de todos os povos) – constitui uma das iniciações. Algum dia, a história se fundamentará e se escreverá de acordo com as características do crescimento iniciático da humanidade; para chegarmos a isso, devemos ter uma história erigida sobre o desenvolvimento da humanidade, influenciada pelas grandes e fundamentais ideias. Assim se escreverá a história, no futuro.

A cultura de um período determinado é simplesmente o reflexo da capacidade criadora e da cabal consciência dos iniciados de sua época – os quais sabiam que eram iniciados, sendo conscientes, também, de que entrariam em relação direta com a Hierarquia. Na atualidade, não usamos nenhuma destas duas palavras, civilização e cultura, em seu sentido correto ou em seu verdadeiro significado. A civilização é o reflexo de alguma influência cíclica determinada, que conduz as massas a uma iniciação. A cultura está esotericamente relacionada com aqueles que, em qualquer era da civilização, de forma específica, cabalmente e com a consciência desperta, penetram, mediante o esforço autoiniciado, nos reinos internos da atividade mental, a que chamamos mundo criador. Estes são os fatores responsáveis da civilização, no seu aspecto externo.

O reaparecimento do Cristo assinala uma relação mais estreita entre os mundos interno e externo do pensamento. O mundo de significados e o mundo de experiência se fundirão, oportunamente, mediante o estímulo proporcionado pelo advento da Hierarquia e de Seu Guia, o Cristo. Um enorme acréscimo de compreensão e das relações será o principal resultado.

IV - A Dissipação da Miragem

A palavra “deslumbramento”, característica destacada do plano astral, nunca foi corretamente empregada e, lamentavelmente, foi utilizada nos primeiros dias do ensinamento esotérico. O assim chamado “plano astral” é simplesmente o nome dado à soma total das reações sensoriais; à resposta sentimental e à substância emocional que o homem mesmo criou e projetou com tanto êxito, sendo hoje a vítima de sua própria obra. Oitenta por cento do ensinamento difundido sobre o plano astral é parte da grande ilusão e também do mundo irreal a que nos referimos quando pronunciamos a antiga prece: “Conduze-nos do irreal ao Real”. O que se diz sobre ele tem pouco fundamento. Entretanto, serviu a um propósito útil como campo de experiência, em que podemos aprender a distinguir o verdadeiro do falso. Ademais, constitui uma zona, na qual o aspirante pode empregar a faculdade discriminadora da mente – a grande reveladora do erro e, oportunamente, da verdade.

Quando aquela “mente estiver em nós que também está no Cristo” (Fil. 2,5), verificaremos que o controle da natureza emocional e da área sensorial do consciente (o plano astral, se preferem o termo) se tornará completo. Então, já não existirá o controle exercido pelos sentidos nem sua esfera de influência. É irreal, exceto como campo de serviço e como um reino através do qual perambulam os homens desesperados e perplexos. O maior serviço que um homem pode prestar a seus semelhantes é livrar-se, por si mesmo, do controle que exerce esse plano, dirigindo as energias deste, mediante o poder do Cristo interno. Então, achará que as forças autocentradas e as energias dos desejos pessoais e do amor emocional serão substituídas por uma energia vital, que pode ser sentida amplamente, conquanto não possa ainda ser captada em sua essência pura, energia esta a que denominamos “amor de Deus”. É uma força que flui livremente; que se exterioriza e atrai magneticamente, conduzindo cada peregrino de regresso à Morada do Pai. É essa força que agita o coração da humanidade e encontra sua expressão através de Avatares tão grandes quanto o Cristo; guia o anelo místico que se encontra em todo ser humano, e atua através de todos os movimentos que têm por objetivo o bem-estar da humanidade, mediante as tendências filantrópicas e educativas de toda classe, bem assim a maternidade instintiva que se encontra em toda parte. Esta, porém, é, essencialmente, uma sensibilidade grupal, e somente na Era de Aquário, como resultado do reaparecimento do Cristo, sua verdadeira natureza será compreendida corretamente, e o amor de Deus se expandirá em todo coração humano.

Cristo sabia muito a respeito deste mundo de miragem e de ilusão, demonstrando por Si mesmo que o amor verdadeiro poderia controlá-lo. Parte das três grandes tentações do Cristo, no deserto, se baseou nos três aspectos da miragem mundana: as ilusões que a mente cria, a miragem no plano emocional da experiência e a complexidade das circunstâncias terrenas. Todos ameaçavam confundi-Lo, porém Ele as enfrentou, enunciando um claro e conhecido princípio, e não com a argumentação de uma mente analítica. Com essa tríplice experiência, partiu para amar, ensinar e curar. O Cristo – ao voltar – será o grande dissipador da miragem mundial. O caminho para isso foi preparado por Buda. A possibilidade de tal dissipação e dispersão se acha definitivamente centralizada nos Avatares, Buda e Cristo. Uma das coisas mais essenciais, na atualidade, é fazer a humanidade e as nações do mundo compreenderem a natureza do trabalho por Ele empreendido, e voltar a sublinhar as verdades projetadas, no contexto do pensamento mundial. A tarefa do Senhor da Luz e a do Senhor do Amor deve ser apresentada de novo a um mundo necessitado. Sobre isto poderia dizer-se que algumas nações necessitam de compreender o ensinamento que Buda enunciou, nas Quatro Nobres Verdades. Devem compreender que a causa de toda aflição e sofrimento reside no indevido abuso do desejo – desejo pelo que é material e transitório. As Nações Unidas necessitam aprender a aplicar a Lei do Amor, tal como está enunciado na vida do cristo, e a expressar a vitalidade que existe na verdade segundo a qual “nenhum de nós vive para si” (Rom. 14,7), nem tampouco nação alguma; o objetivo de todo esforço humano é a compreensão amorosa, impelida por um plano de amor e corretas relações humanas, entre o gênero humano.

Se as vidas destes dois grandes Instrutores puderem ser compreendidas e Seus ensinamentos aplicados hoje, novamente, à vida dos homens, ao mundo dos assuntos humanos, ao reino do pensamento humano, ao diálogo político, assim como ao intercâmbio econômico, então a presente ordem mundial (que em sua maior parte é desordem), poderá ser de tal maneira modificada e mudada, que, paulatinamente, uma nova ordem mundial e uma nova raça de homens surgirão. Então, a miragem e a ilusão mundiais serão dissipadas.

No mundo da miragem – o mundo do plano astral das emoções – apareceu, há séculos, um ponto de luz; O Senhor da Luz, Buda, empreendeu a tarefa de enfocar em Si mesmo a iluminação que possibilitaria, oportunamente, a dissipação da miragem. No mundo da ilusão, o mundo do plano mental, apareceu Cristo, o Senhor do Amor. Empreendeu a tarefa de fazer desaparecer a ilusão, atraindo para Si (pelo poder de atração do amor), o coração de todos os homens, e afirmou esta determinação com as palavras: “E eu, quando for levantado da terra, a todos atrairei a Mim” (João 12,32).

O trabalho conjunto destes dois grandes Filhos de Deus, concentrado através dos discípulos mundiais e de Seus iniciados, deve destruir, e inevitavelmente o fará, a grande ilusão e dissipar a miragem – um, mediante o reconhecimento intuitivo da realidade, por parte das mentes sintonizadas com ela; e o outro, fazendo afluir a luz da razão. Buda fez o primeiro esforço planetário, para romper com o deslumbramento mundial; Cristo realizou o primeiro esforço planetário para dissipar a ilusão. Sua obra deve ser levada adiante, agora de maneira inteligente, por uma humanidade suficientemente sábia para identificar seu dever.

O despertar para a realidade vai, rapidamente, se apoderando do homem, que, em consequência, verá as coisas com mais clareza. A miragem mundial vai-se afastando do caminho do homem. Ambos os desenvolvimentos foram produzidos pelas entrantes novas ideias focalizadas através dos intuitivos e entregues ao conhecimento público pelos pensadores. Também ajudou, grandemente, o reconhecimento inconsciente, embora não menos real, por parte das multidões, do verdadeiro significado das Quatro Nobres Verdades. A humanidade, não mais iludida e livre da miragem, aguarda a futura revelação, que produzir-se-á pelo esforço de Buda e Cristo. Tudo o que podemos prever e prognosticar referente a esta revelação, é que se obterão certos resultados de grandes projeções, mediante a fusão da luz e do amor, e pela reação da “substância iluminada” para com o “poder atrativo do amor”. Há, aqui, uma chave para se chegar a compreender, realmente, o trabalho destes Avatares – algo que até agora não havia existido. Poderia agregar-se que, quando se tenha conseguido uma cabal apreciação do significado das palavras “transfiguração de um ser humano”, ter-se-á compreendido aquelas outras “quando todo teu corpo resplandece” (Lucas 11,36) ou, então, “em Tua Luz veremos a luz” (Salmos 36,9). Isto significa que, quando a personalidade tiver alcançado certo grau de purificação, dedicação e iluminação, o poder de atração da alma, cuja natureza é amor e compreensão, poderá atuar e a fusão de ambos ocorrerá. Isto é o que Cristo demonstrou e comprovou.

Quando for consumado o trabalho do Buda (encarnação do princípio sabedoria) no discípulo aspirante e em sua personalidade integrada, então poderá, também, expressar-se, plenamente, o trabalho de Cristo (encarnação do princípio amor), e ambas as potências, Luz e Amor, acharão brilhante expressão no discípulo transfigurado. O que é certo para o indivíduo o é para a humanidade, a qual, hoje (havendo alcançado a madureza), pode “começar a compreender” e tomar parte, conscientemente, no trabalho de iluminação e de amorosa atividade espiritual. Os efeitos práticos deste processo trarão a dissipação da miragem, liberando o espírito humano da escravidão da matéria, trazendo, ademais, o fim da ilusão e o renascimento da verdade, tal como existe na consciência daqueles que estão polarizados na consciência crística.

Este não é um processo rápido, senão um procedimento regulado e ordenado, que tem assegurado seu êxito final, ainda que lento quanto ao seu estabelecimento e desenvolvimento consecutivo. Esse processo foi iniciado no plano astral por Buda, e, no plano mental, quando Cristo apareceu na Terra. Indicou a próxima maturidade da humanidade. O processo foi impulsionado lentamente, à medida que estes dois grandes Seres reuniram Seus discípulos e iniciados durante os últimos dois mil anos. Chegou a ser de grande utilidade, à medida que o canal de comunicação entre “o Centro onde a Vontade de Deus é conhecida” e a Hierarquia, onde o Amor de Deus se manifesta, se foi abrindo e expandindo, e o contato entre estes dois centros e a humanidade se estabeleceu com maior firmeza.

Desta maneira, milhares de homens e mulheres inteligentes se libertarão de toda ilusão e controle emocional. Quando os corações dos homens estiverem ativos, nesse momento terminará toda a atividade emocional do plexo solar. Esta é uma afirmação real, pois os corações dos homens que respondem ao chamado de Cristo, são os que invocam hoje em dia. O agonizante ciclo emocional, pelo qual passou a humanidade durante os últimos cento e cinquenta anos, e a tensão emocional em que vivem, hoje, os homens, também desempenham sua parte, a fim de ajustar a humanidade para que penetre no reino do pensar claramente. Isto marcará um ponto de inflexão de grande importância na história da humanidade e constituirá um dos resultados do futuro trabalho científico que o Cristo (se assim se pode chamá-lo) realizará com os corações dos homens, pondo-os em relação com o coração de Deus.

Por causa da magnitude desse tema e da ampla extensão da área psicológica em que a massa de homens vive agora, não posso ampliar mais. Este campo de experiência e de prova é bem conhecido de todos os aspirantes e é o campo de batalha de milhões. O Cristo interno, como Controlador da vida individual, pode pôr fim a esta batalha; o aspirante pode emergir com os olhos abertos e sem temor. O aparecimento do Cristo entre os homens fará o mesmo, em relação a toda a humanidade, não num sentido figurado, senão através da vivência de Sua presença, estimulando o princípio crístico, em todo coração humano.

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