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As Sete Leis da Alma ou a Vida Grupal


1- A Lei do Sacrifício

O tema que vamos estudar agora é difícil e levantará controvérsias. O fio que nos guiará para fora do intrincado labirinto dos pensamentos confusos, nos quais deveremos forçosamente entrar, é o fio de ouro do amor grupal, da compreensão grupal, das relações e da conduta grupais.

Esta Lei do Sacrifício, que é a primeira das leis a ser apreendida pela inteligência humana e é, por conseguinte, a de mais fácil compreensão para o homem (porque já é governado por ela e tem disso consciência), alcançou a sua primeira expressão principal durante esta Era que lentamente está desaparecendo, a Era de Peixes. Esta Lei sempre funcionou e esteve ativa no mundo, porque é uma das primeiras, dentre as leis subjetivas internas, a se expressar conscientemente, como um ideal ativo, na vida humana. O tema de todas as religiões mundiais foi o sacrifício divino, a imolação da Divindade Cósmica, por intermédio do processo da criação universal e dos Salvadores do mundo, mediante Sua morte e sacrifício como meio de salvação, de libertação e redenção final. A cegueira e a influência contaminadora do homem separatista inferior são tais que esta lei divina do sacrifício tem sido utilizada com a intenção egoísta de uma salvação pessoal e individual. Mas a verdade travestida mantém a verdade imaculada no seu próprio plano e esta lei mundial dominante governa o aparecimento e desaparecimento de universos, de sistemas solares, de raças e de nações, de dirigentes mundiais, de seres humanos que encarnam e dos que se revelam como Filhos de Deus.

Vejamos se podemos interpretar ou definir o verdadeiro significado desta lei, que é realmente a expressão de um impulso divino, conduzindo a uma atividade definida, com os seus lógicos e subsequentes resultados e efeitos. Foi esse aspecto do sacrifício que conduziu à criação dos mundos e à manifestação do Criador divino.

Poder-se-ia sem dúvida compreender melhor a Lei de Sacrifícios se ela fosse expressa em termos sinônimos.

a- O SIGNIFICADO DA LEI DO SACRIFÍCIO

Ela significa o impulso de dar. O segredo todo das doutrinas do "perdão dos pecados" e da "união total" encontra-se oculto nesta simples frase. É a base da doutrina cristã do amor e do sacrifício. Daí a ênfase posta na era de Peixes e, através da influência do cristianismo, precisamente nestas duas coisas - o perdão e a unificação. Que o homem, como de costume, desfigurou e distorceu o ensinamento e a verdade e que o ensinamento, como sucede com tudo o mais na atualidade, tenha caído na fascinação e ilusão do plano astral, sob a influência de Peixes, é exato. O pensamento do homem dominou e deformou o ideal e produziu uma doutrina tão condenável como a dos eleitos de Deus, dos escolhidos do Senhor ou do único povo a se beneficiar com o sacrifício e morte do grande Filho de Deus e que passa, devido aos méritos adquiridos por essa morte expiatória, a um estado de bem-aventurança nos céus, simplesmente em virtude de uma escolha emocional. Esta doutrina ignora aqueles milhões que não fizeram tal escolha, nem tiveram a oportunidade de fazê-la. A atividade simbólica do grande Instrutor de Nazaré não será corretamente compreendida nem apreciada, senão quando as implicações grupais forem mais cuidadosamente estudadas, quando o sentido do sacrifício e da morte vierem para o lugar correto na consciência humana e também quando a lei de dar, com tudo quanto ela abarca, seja justamente compreendida e aplicada. Aqueles que assim se sacrificam são:

A Divindade solar que deu a Sua vida ao universo, ao sistema solar, ao planeta e aos mundos manifestados que consequentemente apareceram. A Divindade cósmica agiu igualmente da mesma forma. Mas que significa isso para nós? Nada, exceto como um símbolo. Foi o Seu impulso, a Sua vontade, o Seu desejo, o Seu incentivo, a Sua ideia e propósito de aparecer. Então o ato criador teve lugar e o processo de manifestação começou a sua existência evolutiva e cíclica. O Cristo Cósmico foi crucificado na cruz da matéria e, devido a esse grande sacrifício, foi oferecida uma oportunidade a todas as vidas em evolução em todos os reinos da natureza e em todos os mundos criados. Assim eles puderem progredir. Começou o trabalho, no tempo e no espaço, com a marcha prodigiosa dos seres viventes em direção à meta até agora incompreendida. Não nos é possível dar qualquer razão da escolha feita pela Divindade para assim obrar. Não conhecemos Seu fundamental propósito ou plano; e apenas aspectos da Sua técnica e método começam a aparecer nas mentes iluminadas. Aqueles que sabem muito mais que nós, devido ao seu maior ciclo de vida e experiência, insinuam que um fraco vislumbre dessa intenção eterna e cósmica está despontando na consciência d'Aqueles que passaram algumas das iniciações superiores. A sua natureza deve necessariamente permanecer incompreensível para a humanidade. Tudo o que a inteligência do ser humano pode captar, numa visão retrospectiva da história do planeta (até onde nos pode proporcionar a história moderna) é que houve:

1- Um progresso do poder humano em ficar consciente.

2- Um refinamento crescente e paralelo das formas de vida nos vários reinos da natureza.

3- Uma intensificação da atividade consciente, numa escala de vida acelerada e progressiva, que tende constantemente a transcender o tempo, tal como o conhecemos.

4- Uma ampla expansão na conscientização do progresso que se estende de uma a outra dimensão, até hoje falarmos em termos de um estado de consciência quadrimensional, podendo ainda apreender o fato de que são maravilhosamente possíveis cinco ou seis dimensões.

5- Um controle científico crescente dos elementos nos quais vivemos e das forças da natureza. Atualmente falamos em termos de domínio do ar, exatamente como há quinhentos anos (quando tal coisa se considerava impossível) se falava em termos do domínio dos mares. Estamos neutralizando a atração da força da gravidade da terra, de modo que possamos "voar até à face do sol".

6- Da vida instintiva da consciência sensorial nas formas materiais, progredimos até a vida intelectual dos seres humanos autoconscientes e até as conscientizações intuitivas daqueles que começam a atuar como entidades super-humanas.

Tudo isto resultou da atividade determinada e condicionada de uma grande Vida Que escolheu um sacrifício maior, sendo crucificada na Cruz cardinal dos Céus, passando por uma iniciação cósmica; Que, segundo o nosso medíocre e relativamente ignorante ponto de vista, encontra-se crucificada hoje na Cruz fixa dos Céus, e por meio da Cruz mutável está, todavia, produzindo mudanças no ciclo evolutivo, de forma a alcançar o desenvolvimento da consciência, o refinamento constante da forma e a intensificação da vida que caracteriza a Sua criação.

Um estudo desses objetivos assim expresso –

1- Um desenvolvimento da consciência.
2- Um refinamento das formas.
3- Uma intensificação da vida conscientemente,

proporcionará ao estudante sério uma compreensão pobre dos aspectos mais baixos do propósito divino. A imaginação humana vacila ante a maravilha que encerra tal ideia. Ainda que este seja um enunciado de fato e que estas ideias sejam a simples expressão de propósito cósmicos ainda mais profundos e mais belos, teremos que admitir que a meta está muito distante, muito além de toda a estimativa humana, dado que apenas a sua expressão mais inferior abarca os conceitos intuitivos e abstratos mais elevados de que é capaz a consciência humana mais evoluída? Peço-vos refletir muito seriamente sobre este pensamento e analisá-lo com viva consideração.

Será, portanto, evidente a razão pela qual a energia do quarto raio é a que está ligada a esta Lei do Sacrifício, e porque neste quarto esquema planetário e neste quarto globo (a Terra) se põe tanta ênfase na Lei de Sacrifício, "a Lei daqueles que escolheram morrer."

O quarto raio de conflito (conflito que acabe na harmonia) não é, na atualidade, um dos raios em manifestação, contudo - à luz de um ciclo mais vasto - este raio é um dos principais fatores controladores da evolução de nossa terra, assim como da evolução do nosso sistema solar, que é um sistema de quarta categoria. A compreensão do que ficou dito pode indicar a razão pela qual o nosso pequeno planeta, a Terra, tem aparentemente tanta importância no sistema solar. Não é por simplesmente querermos pensar desse modo e alimentar nossa arrogância, mas muito principalmente porque o quarto raio de conflito e esta primeira lei são – no tempo e no espaço - fatores dominantes no quarto reino da natureza, o reino humano. O nosso planeta, o quarto na série da expressão divina com que estamos associados, tem uma relação particular com a posição do nosso sistema solar, dentro da série dos sistemas solares que constituem o corpo de expressão d'Aquele de Quem Nada Pode Ser Dito.

Nunca deveremos esquecer que este quarto raio de conflito é o raio cujas energias, corretamente aplicadas e compreendidas, conduzem à harmonia e unificação. O resultado desta atividade harmonizadora é a beleza, mas uma beleza alcançada pela luta. Vivifica por meio da morte, harmoniza pela luta, produz uma unificação por intermédio da diversidade e da adversidade.

O sacrifício dos anjos solares trouxe à existência o quarto reino da natureza. Os "nirvanis que regressam" (como são designados na literatura esotérica), deliberadamente e com plena compreensão tomaram corpos humanos para elevar essas formas inferiores de vida até mais próximo da meta. Estes anjos eram e somos nós próprios. Os "Senhores do Conhecimento, da Compaixão e da perseverante e incessante Devoção (que somos nós) escolheram morrer para que as vidas inferiores pudessem viver e este sacrifício tornou possível a evolução da consciência da Divindade, ali manifestada. Esta consciência, tendo aberto caminho através dos reinos subumanos da natureza, necessitou da atividade dos anjos solares para possibilitar outros progressos. Nisto se baseia:

a- Nosso serviço a Deus, através do sacrifício e da morte;
b- Nosso serviço às outras almas, por meio do propósito deliberado de autosacrificio;
c- Nosso serviço a outras formas de vida nos demais reinos.

Tudo isso implica a morte e sacrifício de um Filho de Deus, um anjo solar, porque, do ponto de vista da Divindade, a descida à matéria, a manifestação através da forma, a tomada de um corpo, a expansão de consciência pelo processo de encarnação, tudo isto é considerado como sendo a morte, sob o plano ocultista. Mas os anjos "escolheram morrer e, morrendo, viveram". Pelo seu sacrifício, a matéria é elevada "aos Céus". Este é o tema que predomina nas páginas da Doutrina Secreta e está exposto com mais detalhes no Tratado sobre o Fogo Cósmico. O sacrifício dos anjos, a morte dos Filhos de Deus, a imolação do Cristo Místico, a crucificação no tempo e espaço de todas as entidades viventes chamadas almas - este é o tema daqueles livros. Este é o mistério oculto nas Escrituras do mundo e o segredo das idades, que somente é descoberto pelas almas dos homens quando cada um deles entra individualmente em relação consciente com a sua própria alma e descobre o que alegremente fez no passado e chega então à compreensão de que realizou o supremo sacrifício deliberadamente, nos albores do tempo, e que, em determinado momento na sua carreira como alma na terra, volta a repetir consciente e simbolicamente, em beneficio de outras almas, com o objetivo de acelerarem o seu progresso até a meta. Depois vem uma vida em que, numa ou noutra forma, personificará ou desenvolverá em si próprio e também ante o mundo espectador, o grande drama simbólico a que chamamos:

O Sacrifício de um Salvador do Mundo. É o tema do romance histórico de todos os grandes Filhos de Deus que, no curso dos tempos, chegaram a compreender o significado dó propósito divino de Deus, do Verbo encarnado através de um planeta, daqueles anjos solares que são, eles próprios, o Verbo encarnado através de uma forma humana. Quer eles aceitem aquele drama como fez o Cristo para apresentar ao homem o simbolismo da morte e do sacrifício ou, como fez o Buda, para apresentar o simbolismo do sacrifício da morte do desejo pessoal (para mencionar apenas dois dos Filhos de Deus manifestados, o Cristo e o Buda), o tema se conserva o mesmo - a morte do que é inferior para libertar o que é superior, ou - numa escala mais vasta - a morte do que é mais elevado na escala da existência, para libertar o que é inferior.

Mas a lição que deve ser aprendida (e o homem está atualmente empenhado em fazê-lo) é que a morte, conforme a compreende a consciência humana, as perdas, as desgraças, as alegrias e as aflições, somente persistem porque o homem ainda se identifica com a vida da forma e não com a vida e consciência da alma, o anjo solar, cujo estado de consciência é potencialmente o da Divindade planetária, Cujo maior grau de consciência é (por Sua vez) potencialmente o da Divindade solar. A partir do momento em que o homem se identifica com a sua alma e não com a sua forma, então ele compreende o significado da Lei do Sacrifício; ele passa a ser espontaneamente governado por ela; e se torna um daqueles que escolherão morrer com uma intenção deliberada. Mas não há sofrimento, nem tristeza, nem verdadeiramente morte.

Este é o mistério da ilusão e da fascinação. Todos os Salvadores do Mundo se libertaram destes dois fatores que os aprisionavam. Não se deixaram enganar. É bom também assinalar aqui que na Nova Era ampliaremos o nosso conceito sobre o termo Salvador do Mundo. Presentemente aplicamo-lo principalmente àquelas almas que emergem no raio do ensino, o segundo raio ou o do Cristo. Elas reproduzem o drama da salvação. Mas isso é um erro que se deve à poderosa fascinação emocional da era de Peixes. Esta influência astral tem as suas raízes na civilização atlante, que precedeu a nossa. Naquela época, a atenção dirigia-se para o corpo astral. Muitas coisas que ocorrem hoje e que podem vir a desenvolver-se, têm suas raízes naquele aspecto de energia. As sementes então lançadas, estão florescendo agora. Isto é muito bom e necessário, se bem que à custa de experiências angustiosas.

Mas é necessário reconhecer os Salvadores do Mundo como sendo aqueles que vêm para servir à raça, sacrificando-se em muitas direções e sob muitas formas. Podem aparecer como grandes governantes, ditadores, políticos, estadistas, cientistas e artistas. O seu trabalho é o de salvar, restituir ou renovar e revelar, e o cumprem à custa do próprio sacrifício. Como tais, devem ser reconhecidos pelo que são. Hoje incompreendidos, mal interpretados e julgados pelos seus erros, mais do que por seus objetivos. Mas são almas dedicadas. Eles salvam; elevam; integram; iluminam; e o resultado preciso de seu trabalho, sob o ponto de vista histórico, é bom.

A Lei do Sacrifício e o impulso para dar podem ser observados também em todos os reinos da natureza. É simbolizada para nós nos sacrifícios fundamentais que têm lugar nos vários reinos. As qualidades basilares dos minerais e das substâncias químicas da terra servem como exemplo. São necessárias para outras formas de vida e são dadas ao homem por meio do reino vegetal e através da água que bebe e, desta maneira, mesmo no primeiro e mais denso reino da natureza (cuja consciência está tão distante da nossa) este processo de dar se mostra bom. Mas não podemos delinear aqui esta Lei do Sacrifício nos reinos subumanos e devemos limitar a nossa atenção ao mundo da vida e da consciência humanas.

b- A OBRA DE REMISSÃO OU SALVAÇÃO

A Lei do Sacrifício também significa salvar e subjaz a todos os processos evolutivos e evidencia-se particularmente na família humana. O instinto de melhoria, o desejo de progresso (físico, emocional e intelectual), o esforço para aliviar as condições, a tendência à filantropia que tão rapidamente se estende pelo mundo e o sentido de responsabilidade que permite aos homens compreender que devem cuidar de seu irmão, representam, todos, expressões do instinto de sacrifício. Este fator, embora não desconhecido da psicologia moderna, é de uma importância muito mais vasta do que até agora reconhecida. Esta tendência instintiva é a que governa a Lei do Renascimento. É a expressão de um fator ainda maior no processo criativo. É o principal impulso determinante que impeliu a Alma do Próprio Deus a entrar na vida da forma; que impele a vida, através do arco involutivo, a prosseguir na descida até a matéria, produzindo assim a imanência de Deus. É também o que conduz a humanidade para diante na luta impiedosa pelo bem-estar material. É também o que exorta finalmente o homem a virar as costas no "mundo, à carne e ao diabo", como se diz no Novo Testamento, orientando-o para valores espirituais. O filho pródigo sacrificou a casa do pai quando escolheu errar pelos países longínquos. Desperdiçou e sacrificou a sua substância pelo uso que fez da experiência da vida na terra, até ter esgotado todos os seus recursos e nada mais lhe restar senão o sacrifício final do que tinha de mais querido, mas que verificou ser tão pouco satisfatório. Por estas coisas de menor valor sacrificara os valores superiores, e teve de regressar ao ponto de partida. Esta é a história da vida de todos os Filhos de Deus que vieram à encarnação como nos mostra a Bíblia simbolicamente. Mas o tema em todas as Bíblias do mundo é o mesmo.

Este impulso para o sacrifício, para renunciar a isto por aquilo, para escolher um caminho ou linha de conduta e assim sacrificar outro, perder para finalmente ganhar - tal é a história subjacente da evolução. Isto necessita de compreensão psicológica. É um princípio diretor que rege a própria vida e corre como um modelo de dourada beleza através dos elementos sombrios com os quais se constrói a história humana. Quando este impulso de sacrificar para vencer, para ganhar ou salvar o que se considera desejável, for compreendido, então a chave de todo o desenvolvimento do homem será revelada. Esta tendência ou impulso é alguma coisa diferente do desejo, tal como este é considerado e estudado hoje academicamente. Sua verdadeira conotação é a emergência do que há de mais divino no homem. É um aspecto do desejo, mas do lado dinâmico e ativo e não da sensação, do lado sensual. É a característica predominante da Divindade.

Para os estudantes do esoterismo seria interessante registrar que este impulso para salvar e sacrificar, no sentido de redimir, se manifesta por variadas maneiras nos diversos esquemas planetários. Cada Senhor de Raio de um esquema, manifestando-se por meio de um planeta, expressa esse impulso de várias maneiras, e cada expressão é tão diferente das outras que a única coisa que o ser humano pode fazer é sentir que esse método existe no nosso próprio planeta. Os iniciados sabem que as variadas características psicológicas das Vidas de raio condicionam muito particularmente o método para expressar o sacrifício, no transcurso da manifestação. A grande corrente de energia de vida que se manifesta no esquema evolutivo da nossa Terra é condicionada pelo temperamento, atitude e orientação de um "Divino Rebelde". É somente a rebelião que produz dor e tristeza, mas esta rebelião é inerente e inata à Própria Divindade do nosso planeta, "Aquele no Qual vivemos, nos movemos e temos o nosso ser". É, por conseguinte, uma tendência mais vasta do que a da unidade individual. Esta verdade assombrosa sobre a Vida planetária só se pode expressar veladamente pela simbologia e em termos do pensamento humano. Nisto há sempre um risco, dado que os homens interpretam tudo o que leem, ouvem e experimentam em termos relacionados e utilizados por eles próprios.

O Velho Comentário diz:

"Ele entrou na vida e soube que era a morte.
"Tomou uma forma e entristeceu-se porque a encontrou obscura.
"Decidiu sair do lugar secreto e procurou fora o lugar de luz e a luz revelou-lhe tudo o que não procurava.
"Desejava ardentemente permissão para voltar.
"Procurou o Trono, no alto, e Aquele que lá estava sentado; e exclamou: 'Eu não procurava isso. Aspirava ter paz, a luz, a liberdade para servir, para demonstrar o amor e para revelar o meu poder. Aqui não há luz. Não se encontra paz. Deixai-me regressar.'

Mas Aquele que estava sentado no Trono não voltou a cabeça. Parecia não escutar, nem ouvir. Mas da esfera inferior de trevas e de dor, uma voz surgiu e exclamou: 'Aqui sofremos. Procuramos a luz. Temos necessidade da glória de um Deus que intervenha. (Não encontrei outras palavras senão estas duas últimas para expressar o antigo símbolo do qual traduzo). Eleva-nos aos Céus. Entra, ó Senhor, na tumba. Ressuscita-nos para a luz e faze o sacrifício. Derruba os muros da prisão e penetra na dor.'

O Senhor da Vida voltou. Não lhe agradou e, daí, a dor."

As mesmas condições que misturam a Lei do Sacrifício com a dor, a tristeza e as dificuldades, encontram-se também nos planetas Marte e Saturno. Elas não são encontradas em outros planetas. Os que lerem atentamente A Doutrina Secreta e Um Tratado sobre o Fogo Cósmico sabem que a Terra não é um planeta sagrado. Todavia, Saturno, Marte e a nossa Terra constituem de uma maneira esotérica e curiosa, a personalidade de uma maravilhosa Vida de raio, Cuja energia é a do terceiro raio. Como já se especificou, há sete planetas sagrados, mas dez esquemas planetários e, em três casos (os dos três raios maiores), três planetas formam a personalidade de cada Vida de raio. Alguns pensadores esotéricos creem que o nosso sistema solar inclua doze planetas, estando bem fundamentada essa conclusão. A personalidade dessa Vida do terceiro raio atua por meio dos seguintes planetas:

1- O corpo mental, por intermédio do planeta Saturno;
2- O corpo astral, pelo planeta Marte; e
3- O corpo físico, pelo planeta Terra.

O valor potencial desta Vida é tal que Ela requer três esquemas completos - os três estreitamente ligados e interdependentes - através dos quais Ela se expressa. Urano, Júpiter e Vênus estão analogamente aliados para manifestar ou exprimir uma grande Vida.

Estes fatos constituem um tremendo mistério e não negam a afirmação de que Vênus tenha uma relação peculiar e íntima com a Terra. O ponto que se quer aqui acentuar é difícil de expressar, embora seja de grande importância. Procurarei ser mais explícito, utilizando os enunciados seguintes:

1- Só três esquemas planetários são conscientes da dor e da tristeza na medida em que entendemos estes termos; ninguém os conhece tão bem como o nosso Logos planetário.

2- A dor e a tristeza são o resultado da rebelião e do descontentamento divino. O instinto para obter melhorias, baseado no descontentamento, envolveu necessariamente o temperamento, ou atitude, planetário, que reconhece as dualidades.

3- Há uma etapa a ser alcançada na consciência humana, na qual aquilo que se encontra por detrás das dualidades - a etapa da unidade essencial - pode e deve ser reconhecido.

4- Quando isto se produzir, a consciência da nossa humanidade fundir-se-á com a consciência subjacente do todo, que não reconhece a dor nem a tristeza e, por conseguinte, escapou desta conscientização que governa predominantemente a consciência das três grandes Vidas do nosso sistema solar.

5- É esta verdade vagamente sentida que se encontra por detrás do mais elevado tipo de pensamento metafísico, tal como a Ciência Cristã (Christian Science) e da ênfase posta pela cristandade e escolas esotéricas na união.

Este instinto para alcançar o aperfeiçoamento através do sacrifício é, em si mesmo, multiforme.

Há, em primeiro lugar, o instinto para o aperfeiçoamento individual que conduz ao egoísmo, à cobiça e à tendência materialista para a aquisição de bens materiais.

Há, em segundo lugar, o instinto para alcançar melhoria de condições para outras pessoas, primeiramente por um motivo egoísta (que pretende evitar a aflição pessoal, pelo espetáculo de ver sofrer), e segundo, por um serviço desinteressado e puro, que é a qualidade da alma.

Há, finalmente, a aplicação ativa e o sacrifício total do eu inferior separado, através do poder de "manter-se na condição espiritual", o que significa logicamente ter atingido esse estado de consciência que transcende o que se pode chamar, simbolicamente, o estado de consciência da "Terra, Saturno e Marte".

Não se deve esquecer, contudo, que a contribuição dessas três grandes Vidas planetárias, ao personificarem de maneira proeminente a Lei do Sacrifício, através da dor e da rebelião, é uma grande contribuição ao todo, e grandemente enriquece o conjunto. As unidades de vida divina e os átomos de energia elétrica que passam através destes três esquemas planetários estão sujeitos a eles para adquirir essa sensibilidade psíquica que de outra maneira seria impossível. Apenas essas unidades de vida, que são predominantemente matizadas pelo terceiro raio de atividade, passam durante certo tempo por estes três esquemas. Uma alusão é aqui fornecida quanto à razão porque prevalecem as Mônadas do terceiro raio entre os filhos dos homens. O raio da inteligência ativa, expressando-se por meio dos sete tipos de raio, constitui, antes de tudo, o raio a que pertence a maioria das mônadas humanas, particularmente nesta época. Encontraremos, portanto, a gama dos tipos psicológicos colorindo a massa da nossa humanidade e o raio da inteligência ativa expressando-se por:

1- Vontade, evocando o propósito divino.

2- Amor, expressando a qualidade divina.

3- Intelecto, refletindo a Intuição.

4- Conflito, produzindo harmonia.

5- Conhecimento ou ciência, conduzindo ao esplendor.

6- Idealismo, estabelecendo o modelo divino.

7- Ritual ou organização, manifestando a Divindade.

Por conseguinte, psicologicamente falando, e quando se alcançou um maior conhecimento das energias que determinam o tipo de um homem, uma pessoa, por exemplo, cuja Mônada está presumivelmente no terceiro raio, o seu ego sendo do quarto raio e a sua personalidade no sétimo raio, será designada por um Três, IV.7. Nesta simples fórmula se encontrarão as diferenças menores e uma personalidade do sétimo raio pode ter um corpo mental do primeiro raio, um corpo astral do quinto raio e um corpo físico do terceiro raio. A fórmula que poderia descrevê-la seria:

Três, IV. 7. (1-5-3)

A interpolação disso seria:

Mônada Terceiro raio
Ego Quarto raio
Personalidade Sétimo raio
Corpo mental Primeiro raio
Corpo astral Quinto raio
Corpo físico Terceiro raio

De acordo com a fórmula apresentada, os próprios estudantes poderiam achar interessante estabelecer as suas próprias fórmulas pessoais e de outros. Conviria fazê-lo conjuntamente com os respectivos horóscopos. Trataremos do caso mais detalhadamente, depois de termos considerado as implicações astrológicas dos raios.

Portanto, a Lei do Sacrifício nunca poderá ser eliminada do esquema da nossa Terra na medida em que se trate das reações humanas e subumanas à tristeza e à dor, nem se poderá eliminá-la dos planetas Saturno e Marte. É algo relativamente desconhecido nos outros esquemas. A bem-aventurança e o Sacrifício são termos sinônimos no que respeita ao nosso Logos solar e também para a maioria dos Logos planetários. Isto não pode ser esquecido. Um aspecto dessa libertação das limitações da dor e da tristeza encontra-se entre os mais evoluídos filhos dos homens da Terra que conhecem o êxtase do místico, a exaltação do iniciado e a dolorosa agonia do sacrifício ou de outro sentimento levado ao ponto de sublimação. Quando este ponto tiver sido alcançado, o mecanismo do sofrimento e a capacidade de registrar as percepções sensoriais é transcendida e o homem momentaneamente evade-se para o plano da unidade. Ali não há dor, tristeza, rebelião, nem sofrimento. Quando o vivente e vibrante antahkarana, ou ponte, está construído, este "caminho de escape" converte-se no caminho normal da vida. Então, automaticamente, evade-se da dor, pois o foco de consciência encontra-se noutro lugar.

Nos casos já mencionados e onde o antahkarana não é ainda um fato estabelecido e consumado, o delgado fio do "caminho de escape" projeta-se para diante, sob uma tremenda pressão e estímulo, como um raio de luz vibrante e, momentaneamente, toca naquilo que é o Eu. Daí o êxtase e a exaltação. Mas isto não dura e não pode ser conscientemente reatado, enquanto não atingir a terceira iniciação.

Depois disso, o "caminho de escape" tornar-se o "caminho da vivência diária" (tradução inadequada para uma antiga frase ocultista). O sofrimento é então firmemente transcendido e os pares de opostos - prazer e dor - já não dominam o discípulo.

Tudo isto constitui o tema da psicologia esotérica e, quando for corretamente compreendido, explicará:

1- A influência saturnina na vida humana.

2- A cessação da rebelião, ou o fim da influência marciana.

3- A construção do antahkarana que liberta o homem do controle da vida da personalidade.

4- A evocação da consciência de grupo.

5- A consequente negação da dor e da tristeza.

6- A entrada no Nirvana e o começo do verdadeiro caminho.

A Lei do Sacrifício significa também:


c- RENÚNCIA AO GANHO

Este é o tema fundamental do Bhagavad Gita. Nesse tratado sobre a alma e o seu desenvolvimento, ensina-se a "agir sem apegos", e desse modo estabelecer as bases de renúncias posteriores que podem efetuar-se sem dor, nem sentido de perda, porque se terá adquirido poder, sempre latente em nós, de nos desprendermos das posses adquiridas.

Esta lei opera de diversas maneiras e só é possível indicar alguns significados gerais que encerram as principais lições para cada discípulo.

Primeiramente, a alma deve renunciar à personalidade. Durante largos períodos a alma identificou-se com o eu pessoal inferior, e por intermédio desse eu inferior, adquiriu experiência e muito conhecimento. Deverá chegar um tempo em que esse agente "não será mais querido" à alma e inverter-se-ão as respectivas posições. A alma já não identificará com a personalidade, mas esta se identificará com a alma e perderá a sua qualidade e posição separadas. Tudo o que adquiriu no transcurso de várias épocas de lutas e conflitos, através de desastres e de desejos satisfeitos e tudo o que a roda da vida, girando sem cessar, trouxe para a posse da alma - a tudo deve renunciar. A vida, para o discípulo, torna-se então uma série de processos de desapegos, até aprender a lei da renúncia.

A sequência é, primeiro, despaixão, depois discriminação e finalmente desapego. Todos os discípulos devem meditar sobre estas três palavras, se querem um dia colher os frutos do sacrifício.

"Tendo impregnado os mundos com um fragmento de Mim Mesmo, Eu permaneço". Tal é o tema do esforço da alma e tal é o espírito que deve ser a chave de todo o trabalho criativo. Neste pensamento reside a pista para o símbolo da Lei do Sacrifício - uma cruz rosada com um pássaro que voa sobre ela. Esta é a cruz amada (rosada é a cor do afeto) com o pássaro (símbolo da alma) a voar livre no espaço e no tempo.

Segundo, a alma deve igualmente renunciar, não apenas ao seu laço e aos seus ganhos alcançados através do contato com o eu pessoal, mas ainda renunciar definitivamente a todos os laços com os outros eus pessoais. A alma deve aprender a conhecer e a entrar em contato com outras pessoas unicamente no plano da alma. Esta é, para muitos discípulos, uma dura lição. Podem ter tido pouca atenção para com eles próprios e terem aprendido muito do desapego pessoal. Poderão ter aprendido a transcender tudo isso, e podem transcendê-lo a um alto grau, mas o amor pelos filhos, a família, os amigos e íntimos é para eles de suprema importância e esse amor os mantém prisioneiros dos mundos inferiores. Não se detêm para reconhecer que esse amor é, antes de mais nada, o amor pelas suas personalidades, e apenas secundariamente, pelas almas. É contra esta rocha que muitos discípulos se têm chocado durante várias vidas, até que pela dor e sofrimento, pelas perdas constantes daquilo que mais amavam, seu amor entra numa fase mais nova, mais elevada e verdadeira. Elevam-se para além do pessoal e voltam a encontrar depois das perdas e sofrimentos aqueles a quem agora amam como almas. Compreendem finalmente que houve ganho e não perda, e que somente o que era ilusório, efêmero e falso, desapareceu. O Homem verdadeiro ganhou e nunca mais poderá perder-se novamente.

Este é o problema que frequentemente enfrentam os pais que se encontram no Caminho do Discipulado e que por meio dos seus filhos aprendem a lição que pode levá-los à iniciação. Retêm para si os filhos e, por ser isto contrário à lei da natureza, isso acarreta-lhes desastres. É um egoísmo extremo. Além disso, se ao menos pudessem ver e compreender corretamente, compreenderiam que, para reter, é precioso desapegar-se e, para conservar, é preciso libertar. Tal é a lei. A alma deve também aprender a renunciar aos frutos ou ganhos de serviço e aprender a servir sem apegar-se aos resultados, aos meios, às pessoas ou aos aplausos. Tratarei mais adiante deste assunto.

Quarto, a alma deve desprender-se também do sentido de responsabilidade sobre aquilo que possam fazer os outros discípulos. Muitos servidores sérios retêm seus companheiros de trabalho e não querem perder o domínio sobre eles e suas atividades no plano externo. Isto é um erro sutil que se mascara sob um sentimento de legítima responsabilidade, acobertado de uma adesão a princípios, como são concebidos pelo indivíduo e pela experiência acumulada - mas forçosamente incompleta do discípulo.

A relação entre discípulos é egoica e não pessoal. O vínculo é o da alma e não o mental. Cada personalidade segue o seu próprio caminho, deve suportar suas próprias responsabilidades, cumprir o seu dharma e o seu carma e responder assim, por si mesmo, ao seu Senhor e Mestre - a Alma. E haverá uma resposta. Isto dá impressão de separação e de solidão? Sim, na medida em que se trata de atividades externas A única maneira de levar a cabo um trabalho unificado consiste na cooperação dos servidores, quando existe um vínculo interno, subjetivo.

Nesta época da história do mundo e da sua periódica salvação das condições que estão destruindo a atual civilização, é necessário que os aspirantes se deem conta do fato de que esse processo de salvação deve ser levado a cabo segundo a Lei do Sacrifício, e que somente uma unidade externa relativa pode ser alcançada atualmente. Para a maioria dos servidores a visão não é ainda muito clara, a ponto de fazê-los trabalhar com perfeita unidade de propósitos e objetivos, de técnica e método, ou completa compreensão e unidade de abordagem.

Esta cooperação fluida e perfeita jaz ainda no futuro. O estabelecimento de um contato e relações internas, baseadas na compreensão da unidade de propósitos e no amor da alma, é magnificamente possível, e por este objetivo devem lutar e esforçar-se todos os discípulos.

No plano externo, devido à preponderância da mente separatista desta época, não é possível um acordo completo quanto aos detalhes, métodos e interpretação de princípios. Mas - as relações e cooperação internas devem ser estabelecidas e desenvolvidas, apesar das divergências de opinião. Quando o vinculo interno é mantido pelo amor, quando os discípulos renunciam ao sentimento de autoridade recíproca e da responsabilidade sobre as atividades alheias e, ao mesmo tempo, se mantêm ombreados no Trabalho Uno, então as diferenças, as divergências e os pontos de desacordo serão automaticamente superados. Há três regras que são importantes para o discípulo de hoje.

Primeiro, cuidar para que não se permita nenhuma fenda nas relações internas entre vocês. A integridade do grupo de servidores internos deve ser preservada intacta.

Segundo, prosseguir com o cumprimento do próprio dever, assumir as próprias responsabilidades e depois deixar que os condiscípulos façam o mesmo, livres do impacto do seu pensamento e critica. São muitos os caminhos e os meios; os pontos de vista variam com cada personalidade. O principal neste trabalho é o amor a todos os homens e o serviço à raça, preservando ao mesmo tempo um mais profundo amor interno para com todos aqueles com quem se está destinado a trabalhar. Cada alma progride no caminho da luz por meio do serviço prestado, pela experiência adquirida, pelos erros cometidos e pelas lições aprendidas. Isso, necessariamente, deve ser pessoal e individual. Mas o trabalho, em si mesmo, é um. O Caminho é um. O amor é um. A meta é uma. Estes são os pontos que importam.

Terceiro, manter sempre, no trabalho, a atitude mental que deve provir das duas regras anteriores, fielmente observadas. Os pontos de vista e consciência de vocês pertencem a vocês mesmos e, portanto, para vocês são corretos. O que para um parece claro e de tamanha e vital importância, pode não ter necessariamente o mesmo valor e importância para outros irmãos. O princípio importante de vocês pode ser compreendido por uma mente melhor dotada que as suas, como por exemplo a de um discípulo mais avançado, ao encarnar um aspecto de um princípio maior uma interpretação de um princípio, correto e apropriado para um dado momento mas suscetível de aplicação diferente em outra ocasião, e por outra mente:

Sob a Lei do Sacrifício estas três regras podem ser assim interpretadas:

1- Renúncia ou sacrifício da velha tendência para criticar e imiscuir-se no trabalho dos outros, conservando-se, assim, a integridade do grupo interno. Mais planos para o serviço se perderam e mais trabalhadores foram entravados pela crítica do que por qualquer fator.

2- Renúncia ou sacrifício do sentido da responsabilidade em relação à ação dos outros e, particularmente, dos discípulos. Cuidem de suas próprias atividades e que estas se adaptem às dos outros; assim, na alegria da luta e no caminho do serviço as diferenças desaparecerão e a boa vontade será alcançada.

3- Renúncia ao orgulho mental que leva a considerar correto e verdadeiro o próprio caminho e suas interpretações e falsas e erradas as dos demais. Isto leva ao caminho da separatividade. Mantenham-se no caminho da integração que é o da alma e não o da mente.

Estas palavras são severas, mas constituem as regras pelas quais os Instrutores internos guiam as Suas ações e os Seus pensamentos quando trabalham em conjunto e com Seus discípulos. A integridade interna é necessariamente um fato provado para Eles. Para o discípulo não é. Mas os Instrutores internos consideram as diferenças externas honrosas. Eles deixam cada um livre para servir ao Plano. Treinam os Seus discípulos (sem distinção de grau) para servirem ao Plano livremente, porque o melhor trabalho realiza-se quando existe liberdade, alegria e força e amor interno cooperativo. É a sinceridade que Eles procuram. Estar prontos a sacrificar o menor quando o mais vasto é percebido, é o estado de espírito que Eles procuram. A renúncia espontânea aos ideais por tanto tempo mantidos, quando outros se apresentam ainda mais vastos e inclusivos, é para Eles uma direção. O sacrifício do orgulho e da personalidade quando a grandeza do trabalho e a urgente necessidade de lhe fazer frente são compreendidos, Os levam a cooperar. É essencial que os discípulos aprendam a sacrificar o não essencial para que o trabalho possa progredir. Por pouco que sejam compreendidos, as numerosas técnicas, métodos e caminhos, são secundários, comparados com as grandes necessidades do mundo. Há muitos caminhos e muitos pontos de vista, e muitos experimentos e muitos esforços - abortados ou triunfantes, e todos eles vêm e vão. Mas a humanidade fica. Todos evidenciam uma multiplicidade de intenções e experiências, mas a meta permanece. A diferença provém sempre da personalidade. Quando a Lei do Sacrifício governar o mental, inevitavelmente conduzirá todos os discípulos a renunciar ao que é pessoal em favor do que é universal e da alma, que não conhece nem separação nem diversidade. Então, nem orgulho, nem perspectiva estreita e míope, nem o amor pela interferência (tão querido de tanta gente), nem incompreensão de motivos, impedirão a mútua cooperação entre discípulos, nem o seu serviço no mundo.

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