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Livros de Alice Bailey

Telepatia e o Veículo Etérico


XV. RELACIONAMENTOS INTERPLANETÁRIOS E EXTRAPLANETÁRIOS

O tema referente ao corpo etérico de todas as formas e do Logos planetário é, sem dúvida alguma, da maior importância em qualquer reflexão sobre aSuprema Ciência do Contato. O que quero enfatizar, à medida que estudamos os três pontos ou conceitos básicos já mencionados nó capítulo anterior, é o conceito de contato sensível. Todos os termos tais como planos, grupos, Hierarquias criadoras e centros são simplesmente modismos para designar relação, interação e impressão mútua entre os seres ou vidas que compõem a totalidade do nosso universo manifestado; eles são, no entanto, sinais de que estamos chegando a uma síntese ou integridade planetária, de natureza ainda nem mesmo imaginada pelo homem.

Inevitavelmente, esse é um tema de imensa dificuldade, pois todos os seres humanos pensam em termos de seus próprios contatos e relacionamentos, que são muito limitados e não se expressam em termos de Vida Una que flui através de todas as formas e reinos, e também das diferentes evoluções planetárias (sobre as quais vocês nada sabem). Com isso, cria-se, em termos de tempo e espaço, uma Entidade planetária viva e inteligente, de maturidade sistêmica, qualificada por energias fortemente atrativas e integradoras, motivadas por um Propósito supremo, que é parte do vasto propósito do Logos solar, atuando por meio dos Logos planetários, sendo, portanto, responsável pelo bem-estar e pela evolução progressiva de todas as vidas e grupos de vidas dentro da constituição e da estrutura essencial do nosso planeta.

Como bem se pode imaginar, a relação evocada é interplanetária e extraplanetária; esses termos significam pouco para o discípulo comum que deve aguardar até que o processo iniciático lhe propicie condições de avaliar claramente a situação. Nada se pode saber dessas últimas etapas; só na Câmara de Conselho de Shambala conhecem-se esses contatos e relações extraplanetários. Todavia, pode- se captar o fato fundamental de que o meio para se estabelecer a relação e o contato é a SUBSTÂNCIA e que o efeito de tais relações, efetuado por esse meio, é o desenvolvimento, gradual e progressivo, dos três Aspectos divinos conhecidos por todos os esoteristas, além de outros que o próximo milênio revelará. Portanto, o fator contribuinte, dentro e sobre o nosso planeta, poderia ser considerado como os três principais centros dos Logos planetário:

1. O Centro Coronário, Agente dinâmico do Propósito extraplanetário, expressão da Vontade planetária enfocada em Shambala. É a energia da Síntese, fonte de toda vida planetária; representa o Ser essencial.

2. O Centro Cardíaco, Agente do Plano evolutivo. É a expressão do Amor divino ou da Razão pura, a Hierarquia. É essencialmente a energia de Atração, o reino das almas.

3. O Centro Laríngeo, Agente de todos os três Aspectos em relação com os três reinos sub-humanos na natureza, e também expressão da Inteligência divina, a Humanidade. Esta é a energia da Mente ativa, que faz da humanidade o macrocosmo do microcosmo, os três reinos sub-humanos. A Humanidade é para esses reinos o que a Hierarquia é para o quarto reino da natureza, o reino humano.

Esses são os elementos da ciência ocultista e - para estudantes como vocês - não contêm nada de novo. No entanto, eles devem ser considerados em sua tríplice relação, se se quer captar com maior clareza do que agora o modo como atua a Vida Una. O objetivo de todo o esquema evolutivo consiste em levar esses três Centros a uma relação tão estreita que a síntese do Propósito divino possa atuar harmoniosamente em todos os níveis possíveis de consciência (observem bem essa frase). Se isto puder ocorrer, então, o Pensamento básico, a Proposição fundamental do Logos planetário, poderá finalmente, ser revelado ao homem.

Gostaria de lembrar-lhes que a afirmação ocultista de que todo ser vivo ou vida manifestada - desde o Logos planetário até o mais ínfimo átomo - tanto foi, quanto é, ou será um homem. Isso se refere ao passado, ao presente e ao futuro de toda vida manifestada. Portanto, a realidade da existência da humanidade e o que esta representa constitui, provavelmente, o aspecto primeiro e principal do propósito divino. Detenham-se e reflitam sobre essa afirmação. Esse é, pois, o primeiro fato que indica claramente o alcance e a magnitude de um ser humano; e, até que nos sejam revelados consecutivamente outros dois fatos, não será possível avaliar corretamente os aspectos mais amplos do propósito de Sanat Kumara. Tudo que é sub-humano avança paulatinamente em direção a uma experiência humana definida; também pode estar atravessando a fase do esforço humano e sua consequente experiência, ou então já saiu dessa fase de limitação e - através da iniciação - está levando a natureza humana a um estado de divindade (empregando uma expressão bastante inadequada).

O Papel Fundamental da Humanidade.

Consequentemente, a nota chave do Senhor do Mundo é HUMANIDADE, pois esta é a base, a meta e a estrutura interna essencial de todos os seres. A própria Humanidade é a chave de todo processo evolutivo e da correta compreensão do Plano divino, que expressa, no tempo e no espaço, o Propósito divino. Não sabemos por que ELE quis que fosse assim, mas esse é um ponto que deve ser aceito e lembrado ao se estudar a Ciência da impressão, pois é o fator que torna possíveis a relação e o contato, constituindo também a fonte de toda compreensão. Meus irmãos, essas coisas são muito difíceis de se expressar e de se discutir. Somente a intuição aguda pode esclarecer essas questões à sua ávida e ativa inteligência.

Observar-se-á, no entanto, que ainda que chamemos um dos maiores centros de HUMANIDADE, sem dúvida, em última análise, todos os centros estão constituídos por vidas que progridem em direção à etapa humana, por unidades de vida que se encontram no estágio humano, e pelos que ultrapassaram esta etapa, mas que são dotados de todas as faculdades e de todos os conhecimentos plasmados na expressão humana, em esquemas planetários ou sistemas solares anteriores, ou através de nossa própria, definida e característica vida planetária.

Essa uniformidade de experiências faz com que a arte de estabelecer o contato e a Ciência da impressão sejam inteiramente possíveis e normalmente eficazes. As grandes e onipotentes Vidas em Shambala podem impressionar as Vidas oniscientes e as vidas menores da Hierarquia porque Elas compartilham uma humanidade comum; os Trabalhadores ou Mestres e os Iniciados da Hierarquia podem, consequentemente, impressionar a humanidade devido à experiência e compreensão partilhadas; então, as vidas que compõem a família humana apresentam a meta aos reinos sub-humanos e podem - e realmente o fazem - impressioná-los devido às tendências instintivas básicas que se manifestam no grupo humano, mas que são tendências instintivas latentes e habilidades potenciais dos três grupos sub-humanos.

Esse ensinamento sempre esteve implícito nas doutrinas esotéricas, mas não tinha sido suficientemente enfatizado, devido ao grau de evolução da humanidade. Hoje, o gênero humano progrediu de tal modo, que tem condições de aplicá-lo efetivamente. Gostaria de chamar-lhes a atenção para o fato de que essa foi a nota-chave da história do Evangelho: a natureza divina-humana do Cristo vincula-O ao Pai, através de Sua divindade essencial e também ao homem por meio de Sua humanidade essencial. A Igreja Cristã deu a esse ensinamento uma interpretação errônea ao apresentar Cristo como único, ainda que uma crítica severa (considerada tão chocante há cinquenta anos atrás) tenha feito muito para corrigir essa falsa impressão.

A característica proeminente da humanidade é a sensibilidade inteligente à impressão. Reflitam sobre essa afirmação definida e enfática. Afinal de contas, o trabalho da ciência consiste simplesmente em desenvolver o conhecimento sobre a substância e a forma; esse conhecimento permitirá à humanidade atuar oportunamente como principal agente impressor em relação aos três reinos sub- humanos da natureza. Essa é a responsabilidade principal da humanidade. Esse trabalho de estabelecer relação consiste praticamente em desenvolver ou expandir a sensibilidade humana. Refiro-me aqui à sensibilidade à impressão da Hierarquia ou pela Hierarquia.

O trabalho realizado através dos processos de iniciação tem como objetivo capacitar os discípulos e iniciados a receberem a impressão de Shambala; o iniciado é essencialmente um produto da fusão do treinamento religioso e científico; ele foi reorientado para certas fases da existência divina ainda desconhecidas do ser humano comum. Estou tentando esclarecer-lhes a síntese básica que subjaz a toda vida manifestada sobre o nosso planeta, assim como também à estreita interação e relacionamento que existem e sempre se expressam através da suprema ciência de contato ou de impressão.

Os três grandes Centros estão em estreita relação o tempo todo, mesmo que isso ainda não seja reconhecido pelo discípulo inteligente; existe sempre uma ininterrupta série de impressões relacionando um centro com outro, propiciando uma unidade evolutiva de objetivo e desenvolvendo (com incrível rapidez nesta época) uma ciência secundária, a da Invocação e Evocação. Na realidade, esta ciência da impressão é prática e não simplesmente teórica.

A primeira grande Invocação foi pronunciada pelo Logos planetário, quando expressou o desejo de manifestar-se e, desse modo, invocou e atraiu para Si próprio a substância necessária para a Sua expressão designada. Isso iniciou a cadeia da existência e de Hierarquia: estabeleceu-se logo a inter-relação entre todas as unidades "substanciais"; os mais poderosos, os mais dinâmicos e maiores, puderam, então, impressionar os menores e mais débeis, até que, gradualmente, e à medida que passavam os séculos, foram criados os sete Centros que entraram em uma estreita relação de impressão. Desses sete Centros, estamos, no momento, considerando apenas três. Sabemos muito pouco a respeito dos outros, pois são amplamente compostos por entes que pertencem a evoluções dévicas (e gostaria que observassem a pluralidade lá) e por vidas sub-humanas que atuam sob a impressão proveniente dos centros coronário, cardíaco e laríngeo do Logos planetário.

Os estudantes tendem a complicar indevidamente seus pensamentos, quando buscam detalhar, definir e separarem grupos acadêmicos e, ainda, agrupar a multiplicidade de energias com as quais se confrontam ao considerar os centros humanos e planetários. Eu aconselhá-los-ia a pensar com simplicidade e (certamente, a princípio) em termos das três energias principais, à medida que emanam de algum centro e se tornam agentes impressores, sendo novamente transmitidas ou reduzidas:

1. A energia elétrica dinâmica da própria Vida ou a potência divina do Propósito personificado, expressando, através da manifestação evolutiva, a Vontade divina. Seria bom compreender que o propósito emana do plano mental cósmico e é o princípio todo-inclusivo, sintético e motivador que se expressa como a vontade divina no plano físico cósmico - os sete planos de nos sa Vida planetária. Essa energia dinâmica enfoca-se através das Vidas ou Seres Que controlam e dominam Shambala. Até que o propósito divino tenha sido alcançado, o Logos planetário mantém tudo em manifestação mediante o poder de Sua Vontade animando todas as formas com o fogo elétrico. O conhecimento dessa Vontade e Propósito chega ao estudante que está construindo o antahkarana e que, portanto, está sendo controlado pela Tríade Espiritual, a tríplice expressão da Mônada.

2. A energia solar magnética atrativa, à qual denominamos inadequadamente Amor. Essa energia constitui a força de coesão e unificadora que mantém unido o universo manifestado ou forma planetária, sendo responsável por todas as relações; é essa energia que é a alma de todas as coisas e de todas as formas, começando pela anima mundi até alcançar seu ponto máximo de expressão na alma humana que é o fator constituinte do quinto reino da natureza, o Reino de Deus ou da Alma. A compreensão desse poder humano ocorre quando um homem entra em contato com sua própria alma e estabelece uma relação estável com ela; então ele se converte numa personalidade fundida com a alma. Como vocês bem sabem, a tríplice personalidade é para a alma o que a Tríade Espiritual é para a Mônada: um meio claro de expressão. Hoje em dia, muitos estudantes estão, ou deveriam estar, ocupados com essa energia atrativa, pois até que tenham dominado a natureza dos desejos e a tenham transmutado em aspiração e posto sob controle da alma, não poderão compreender a energia dinâmica do fogo elétrico. Esse magnetismo atrativo é a energia que domina e controla a Hierarquia.

3. A atividade inteligente do fogo por fricção. Os estudantes fariam bem em reler "Um Tratado Sobre O Fogo Cósmico" onde estudo extensamente essas três energias condicionantes. Esta terceira energia é a energia básica que se expressa nos três mundos e no quarto reino da natureza, culminando a sua expressão na energia criativa do reino humano. Esta energia emanou originalmente (no que concerne ao nosso sistema solar e ao nosso esquema planetário) no primeiro sistema solar e é a energia melhor comprovada e conhecida que se acha em manifestação. É o meio de atividade de todas as formas, através das quais o Logos planetário Se expressa; é o resultado da atividade da Mente divina, à medida que esse tipo peculiar de energia divina atua sobre todos os átomos e através deles sobre todas as formas atômicas. A fissão do núcleo do átomo, nesses últimos anos, é o sinal externo ou demonstração de que a humanidade "abarcou" a Mente divina, e pode caminhar, agora, para "abarcar" o amor ou a natureza atrativa da divindade. Reflitam bem sobre isso. Não sei que outra palavra poderia empregar no lugar de abarcar, que me parece completamente inadequada; faz-se imprescindível uma nova e mais profunda terminologia esotérica.

Se vocês forem trabalhar e refletir sobre essas três energias fundamentais e buscar sua expressão dentro de vocês mesmos, conseguirão simplificar enormemente seu modo de pensar ocultista. Permitam-me fazer aqui mais algumas afirmações que vocês forçosamente teriam de aceitar como hipóteses, mas que podem ser corroboradas se se chega a compreender a Lei da Analogia ou das Correspondências, e se se aceita o truísmo de que o microcosmo reflete o macrocosmo e, portanto, que cada ser humano está relacionado com a Deidade através de uma similitude essencial.

Sete Enunciados que Descrevem o Modelo do Presente Trabalho Planetário.

Primeira Afirmação
A energia elétrica dinâmica penetrou em nossa esfera planetária a partir de fontes extraplanetárias e de um ponto de focalização definido no plano mental cósmico; essa energia fluiu paralela a uma energia secundária proveniente do sol Sírio - o que explica o dualismo da manifestação.

Segunda Afirmação
Essa energia expandiu-se exteriormente a partir de seu foco central (o centro denominado Shambala) e durante essa expansão converteu-se no agente que impressionou o Plano sobre a Hierarquia servidora. O Plano é essa medida da importância imediata que o Propósito divino pode apresentar em qualquer momento em termos de tempo e espaço.

Terceira Afrmação
Esse processo de expansão estabeleceu outro ponto focai de energia e o centro cardíaco do planeta, a Hierarquia, veio à existência; desse modo, dois centros criados e relacionados - o que constitui o principal evento no arco involutivo, fato ao qual se prestou pouca atenção até agora. Coincidiu com o advento ou a chegada dos Senhores da chama do alter ego de nossa Terra, o planeta Vênus. Eles criaram o núcleo da Hierarquia que - nessa época remota - consistia apenas de quarenta e nove membros; esses eram seres humanos avançados, e não almas que esperavam encarnar-se em forma humana na Terra, como sucedeu com a grande maioria desses Anjos Solares visitantes.

Quarta Afirmação
O alinhamento entre os centros coronário e cardíaco foi assim estabelecido no arco involutivo; efetuou-se também outra expansão que resultou, como bem o sabem, na criação de um novo reino na natureza, o quarto reino ou humano. Esse reino foi destinado a tornar-se - e o é atualmente - o terceiro centro principal na vida planetária. Produziu-se, então, outro alinhamento, que permanece ainda dentro do arco involutivo.

Quinta Afirmação
Atualmente está-se efetuando um alinhamento evolutivo. O centro planetário, a que chamamos Humanidade, está ativo e vibrante, e agora é possível "prosseguir ao longo do Caminho Ascendente e criar o vínculo que une o inferior ao superior, permitindo, assim, uma interação". Os homens estão rapidamente saindo do centro humano para entrar no hierárquico; a massa humana está respondendo à impressão espiritual.

Sexta Afirmação
Simultaneamente, enquanto o centro cardíaco do Logos planetário, a Hierarquia, está sendo capaz de responder à invocação do centro laríngeo, a Humanidade, está-se tornando cada vez mais evocativa e logrando alcançar um contato e um alinhamento muito mais elevado com o centro coronário do Logos planetário, sendo, portanto, capaz de receber de Shambala uma impressão dinâmica em constante desenvolvimento.

Sétima Afirmação
Desse modo, um grande alinhamento está sendo alcançado, mediante a relação e a interação entre esses três principais centros planetários; isso produz um constante influxo de energias provenientes de várias fontes diferentes, e essas energias galvanizam esses três centros, para que iniciem uma nova e crescente atividade. Uma invocação está-se elevando continuamente desses centros, produzindo uma consequente evocação das energias impressoras.

Nessas sete afirmações, encontra-se descrito um PADRÃO do trabalho atual ou a presente tese lógica. O alinhamento involutivo (garantia de futuros alinhamentos bem sucedidos) constitui uma história muito antiga; um alinhamento evolutivo no qual todos os três centros estão envolvidos produz constantemente uma interação de energias, assim como uma constante e efetiva impressão de um centro sobre outro. A Humanidade, como centro laríngeo do Logos planetário e principal agente criador planetário (como o demonstra a ciência moderna), invoca o centro cardíaco, a Hierarquia, e logo recebe a impressão necessária que dará como resultado as civilizações e culturas em desenvolvimento, assim como o aparecimento oportuno na Terra do quinto reino, o espiritual. A Hierarquia ou centro cardíaco planetário invoca Shambala, o centro coronário do planeta, e o Plano - como expressão do Propósito - é impressionado na consciência hierárquica. Se há redundância nesses vários comentários, ela é inteiramente intencional; a repetição serve aos propósitos de uma apresentação exata de tudo que concerne ao esoterismo.

À medida que se propague o sistema invocativo e se alcance um maior alinhamento, Shambala - o centro coronário planetário - invocará energias de fora da vida planetária, e o influxo de energias cósmicas e solares será cada vez maior; os ocultistas do mundo devem estar preparados para esse acontecimento. Ele produzirá também o advento ou o aparecimento de muitos AVATARES, que trarão consigo muitos e diversos tipos de energia àqueles que, até então, têm controlado os problemas humanos e seus eventos, bem como a evolução dos reinos sub- humanos da natureza. Com o reaparecimento do Cristo como ponto focal ou Agente supremo do centro cardíaco planetário, será instituída uma nova era ou "época divina". O Avatar da Síntese aproximar-se-á muito da humanidade, e inaugurará o "reino dos Avatares", Que corporificarão o Propósito e a Vontade espiritual; eles iniciarão tanto a Hierarquia quanto a Humanidade nos aspectos de caráter divino, dos quais nada se sabe atualmente e para os quais não há uma terminologia que expresse com exatidão os fatos e a sua natureza real. Tudo que estou tintando fazer aqui é fornecer-lhes um esboço geral dos acontecimentos, que podem estar séculos adiante e que inevitavelmente ocorrerão - uma vez que o Cristo venha novamente em Presença física à Terra e seja aqui reconhecido.

Em sua "Doutrina Secreta" H.P.B. fala dos "três veículos periódicos", referindo-se à Mônada, à Alma e à Personalidade, tratando, portanto, dos nove aspectos da divindade que representam as nove principais iniciações e aquelas características divinas mediante as quais se refletem os três aspectos principais da divindade. Com relação a isso, os estudantes sabem muito bem que a Mônada se expressa através da Tríade Espiritual, a Alma através dos três aspectos do Lótus Egoico, e a Personalidade por meio dos três veículos mecânicos. Evidentemente, é óbvio para vocês que esses três veículos periódicos estão sob a influência ou impressão dos três centros planetários principais, sendo, portanto, condicionados definitivamente pelas três principais energias a que me referi anteriormente nessa seção. Parece-me desnecessário estender-me sobre essa relação básica, pois ela é o que integra a alma humana num todo amplo e geral e faz com que o indivíduo seja parte intrínseca da totalidade.

Os Centros e as Energias de Raio.

Existe um aspecto da Ciência da Impressão que ainda não abordei e que diz respeito ao lugar que ocupam os centros como pontos focais, transmissores ou agentes das energias dos sete raios. Os esoteristas sabem que cada um dos sete centros está sob a influência de alguma energia de raio ou é o receptor dela. Geralmente, aceita-se o fato de que o centro da cabeça seja o agente do primeiro Raio da Vontade ou Poder; o centro do Coração é o receptáculo da energia do segundo Rio do Amor-Sabedoria, enquanto o terceiro Raio da Inteligência ativa e criadora passa através do centro da garganta e o estimula. Esses Raios de Aspecto expressam-se verdadeiramente através dos três centros colocados acima do diafragma, e - numa escala mais ampla - por intermédio de Shambala, da Hierarquia e da Humanidade. Entretanto, é também verdade que Shambala é essencialmente do segundo raio quando este está em fase de expansão, porque esse é o raio do atual sistema solar do qual Shambala faz parte: e que o primeiro raio, ou seu aspecto da vida dinâmica, está enfocado no coração, pois este é o centro da vida. O grande centro a que chamamos Humanidade é predominantemente regido pelo terceiro Raio da inteligência Ativa. Esta energia de raio chega ao centro laríngeo por meio dos centros coronário e cardíaco. Assinalo isso por duas razões que devem constituir parte do estudo desta ciência:

1. Cada um dos centros está sob a influência de todos os raios e isto certamente é óbvio em relação aos seres humanos comuns e não desenvolvidos. Se não fosse assim, esses seres humanos seriam incapazes de responder às energias do primeiro, segundo e terceiro raios, pois em tais casos os centros acima do diafragma acham-se inativos.

2. Em termos de tempo e espaço e durante o processo evolutivo, não é possível dizer qual centro está expressando a energia de qualquer determinado raio, porque há um movimento e atividade constantes. O centro na base da coluna é com frequência a expressão das energias do primeiro raio. Isso pode originar confusão. A mente humana procura tornar tudo preciso, estável, estratificar certas relações ou designar certos centros para determinadas energias de raio. Isso não pode ser feito.

No término do ciclo mundial, quando o propósito divino for alcançado e o processo evolutivo tiver produzido as mudanças e ajustes necessários à expressão plena da Vontade de Sanat Kumara, então a situação será diferente e o homem saberá (assim como sabem os Mestres da Hierarquia) quais centros expressam as energias dos sete raios. Deve-se lembrar também que os Raios de Atributo se deslocam e mudam constantemente; por exemplo, a humanidade, como centro laríngeo planetário, está sob a constante influência do sétimo raio, como o está o centro do plexo-solar do planeta. A esse centro subdiafragmático não dou nenhuma denominação. Embora o centro laríngeo humano expresse principalmente o terceiro raio, existe uma situação interessante que deve ser observada com relação a isso: duas energias de raio controlam este centro na atualidade.

O centro laríngeo da personalidade comum integrada está regido pelo terceiro raio e é fortemente vitalizado pelas energias do terceiro raio (novamente em número de sete), ao passo que o centro laríngeo do aspirante espiritual, dos discípulos e iniciados, que ainda não passaram a terceira iniciação, responde sobretudo à influência do sétimo raio, e isto sucede particularmente no momento atual, porque o sétimo raio está em manifestação. Os raios que estão-se manifestando em um dado momento afetam poderosamente todos os outros centros, assim como também aquele através do qual se expressam normalmente. Este é um ponto que se esquece com muita frequência.

É desnecessário ressaltar que - à medida que progride no Caminho do Retorno - o homem está seguramente sob a impressão do centro do qual é parte integrante: em primeiro lugar, do centro laríngeo planetário, a família humana; depois, como alma, recebe a impressão da Hierarquia, o centro cardíaco planetário, e, nesse momento, começa a expressar as energias combinadas da inteligência e do amor; finalmente, no Caminho da Iniciação, está sob a impressão de Shambala, o centro coronário planetário, e se torna um participante do Propósito divino e um Agente do Plano divino.

Separatividade: a Grande Ilusão.

Portanto, é literal e eternamente verdade que a mesma Vida energética flui pelos centros planetários, para o interior e através dos três veículos periódicos da Mônada encarnada, e, finalmente, dentro e através dos três centros do corpo etérico humano, que correspondem aos três centros principais do Logos planetário. Por conseguinte, não se pode encontrar nenhuma base ou qualquer ponto possível de separação ou de qualquer divisão essencial. Qualquer sensação de separatividade deve-se simplesmente à ignorância e ao fato de que certas energias ainda não podem causar a impressão adequada na consciência humana, que atua no tempo e no espaço. A síntese essencial existe e o fim é certo e inevitável; a unidade é alcançada porque a unidade existe, e o sentido de separatividade é simplesmente a Grande Ilusão.

Com o fim de eliminar na mente dos homens essa grande ilusão da separatividade e de provocar o aparecimento da unidade básica existente, foi dada aos homens a nova prece mundial e seu uso introduzido em escala mundial. Em algum outro lugar referi-me à origem e ao impulso da Grande Invocação. Aqui, simplesmente coloco-a diante de vocês a título de uma conclusão apropriada para essa parte de meu trabalho de amor na apresentação da verdade, e como um possível ponto de partida para vocês.

A GRANDE INVOCAÇÃO

Do ponto de Luz na Mente de Deus
Flua luz às mentes dos homens.
Que a Luz desça à Terra.

Do ponto de Amor no Coração de Deus
Flua amor aos corações dos homens.
Que o Cristo volte à Terra.

Do centro onde a vontade de Deus é conhecida
Guie o propósito as pequenas vontades dos homens -
O propósito que os Mestres conhecem e a que servem.

Do centro a que chamamos raça dos homens
Cumpra-se o Plano de Amor e Luz.
E que ele vede a porta onde mora o mal.

Que a Luz o Amor e o Poder restabeleçam o Plano na Terra.

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