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Livros de Alice Bailey

Telepatia e o Veículo Etérico


21 - VI. A VIDA PLANETÁRIA - UM CENTRO NO SISTEMA SOLAR

Trataremos agora de aplicar todo conhecimento que lhes seja útil nesse momento, relativo à vida planetária que se expressa como um centro no sistema solar. Procuraremos estudar também sua expressão secundária através dos três centros maiores: Shambala, a Hierarquia e a Humanidade.

O conceito fundamental do hilozoísmo constitui a base de todo o ensinamento esotérico sobre o tema da vida em manifestação. Cada forma é composta de muitas formas, e todas as formas - compostas ou simples - são a expressão de uma vida que anima ou aí habita. A fusão da vida com a substância vivente produz outro aspecto de expressão: o da consciência. Essa consciência varia segundo a receptividade natural da forma, com seu grau de evolução e também com sua posição na grande cadeia da Hierarquia.

Entretanto, acima de todo conceito está o conceito da própria vida. Existe - até onde nos é permitido conhecer - apenas uma Vida expressando-se como Ser, como consciência responsiva e aparência material. Essa Vida Una conhece-se a si própria (se é que posso empregar tal expressão) como a vontade-de-ser, a vontade-para-o-bem e a vontade-de-saber. Evidentemente trata-se de termos ou métodos organizados visando a veicular uma melhor informação.

Este é também um breve preâmbulo para outra afirmação que pode ser assim expressa: O Logos planetário, Aquele no Qual vivemos, nos movemos e temos nosso ser, é a vida que dá for ma e anima o nosso planeta, a Terra; Sua vida integra o planeta numa totalidade e flui através de todas as formas - grandes ou peque- nas - que, em seu conjunto, constituem a forma planetária. Tenham, portanto, na imaginação consciente, por meio da faculdade inata de construir símbolos que todos os homens possuem, o conceito de nosso planeta como um grande lótus composto de muitas energias entrelaçadas, localizadas dentro da forma maior do sistema solar que é, como sabemos, esotericamente retratada como um lótus de doze pétalas. Esse lótus, a Terra, responde às menores energias entrantes das quais me ocupei extensamente em meu livro sobre Astrologia Esotérica.

No coração desse vasto oceano de energias encontra-se aquela Consciência cósmica à Qual damos o nome de Sanat Kumara, o Senhor do Mundo, o Ancião dos Dias. É Sua Vontade-de-Ser que trouxe Sua forma manifestada à arena tangível da vida; é sua Vontade-para-o-Bem que ativa a Lei da Evolução e conduz Sua Forma, com as miríades de formas menores de que é composto, à suprema glória que só Ele vê e conhece. É Sua consciência e Sua resposta sensível a todas as formas, a todos os estados de ser e a todos os possíveis impactos e contatos que garante o desenvolvimento da consciência das inumeráveis vidas que existem dentro ou sobre nossa Terra.

Esse grande Centro de Existência atua por meio de um triângulo de energias ou através de centros menores, sendo cada um levado à expressão ativa por um dos três Raios ou energias maiores. O Centro criado pelo Raio da Vontade ou Poder é chamado Shambala, e sua principal atividade consiste em conferir, distribuir e fazer circular o princípio básico da própria vida em cada forma mantida dentro do círculo-não-se-passa planetário da Vida ou Logos planetário. Essa energia é o incentivo dinâmico no coração de cada forma e a expressão sustentada da intenção de Sanat Kumara, intenção que se manifesta como o Propósito planetário, que só Ele conhece.

O segundo Centro é criado pelo Raio do Amor-Sabedoria; essa é a energia básica que trouxe à existência todo o universo manifestado, pois é a energia do Aspecto Construtor. A ele damos o nome - no que concerne à humanidade - de Hierarquia, pois é o fator que controla a grande cadeia da Hierarquia. A principal atividade desse Centro relaciona-se com o desenvolvimento da consciência do planeta, e, portanto, com todas as formas de vida dentro ou sobre o planeta; em nenhum sentido está vinculado ao aspecto vida.

A tarefa das "unidades de Energia” que constituem o pessoal desse Centro é despertar e estimular o sentido da percepção e da consciência, que responde de forma sensível à vida de todas as formas. Assim como o tipo de atividade fundamental que ocorre em e através de Shambala poderia ser denominado de Ciência da Vida ou da vivência dinâmica, também a ciência básica mediante a qual a Hierarquia atua poderia ser chamada de Ciência das Relações. Consciência não só é o senso de identidade ou de autopercepção, como também é senso de relação desse ego ou "Eu" com todos os outros egos. Essa consciência é desenvolvida progressivamente, e os Membros desse segundo Centro, a Hierarquia, têm a principal e importante tarefa de, nesse ciclo particular do sistema solar, fazer com que as unidades em cada reino da natureza compreendam seu lugar, posição, responsabilidade e relação. Isto talvez pareça não ter qualquer significação em relação com aquelas condições em que se acham as unidades da vida, como, por exemplo, no reino vegetal ou animal; porém um vislumbre de compreensão pode ocorrer se se lembrar que a semente ou germe de todos os estados de consciência está latente em toda forma e que os instintos de procriação e de acasalamento são suas principais áreas de incubação.

O terceiro Centro é o Reino Humano, que foi trazido à existência pela energia do terceiro Raio da Inteligência Ativa. Sua principal função é a criação inteligente; mas ele possui, no entanto, uma atividade secundária, que é a de relacionar o segundo e o terceiro Centros entre si e de assumir, progressivamente, o controle dos reinos sub-humanos e conectar um ao outro. Essa função secundária só agora está adquirindo proporções que permitam ser reconhecidas e comprovadas.

Triângulo Central de Energias.

Cada um desses três Centros tem um Triângulo que os governa e os controla, ou Triângulo Central de Energias. No que concerne a Shambala, esse Triângulo é composto pelos três Budas de Atividade, Que representam a vida consciente e inteligente, a sabedoria e a criação conscientes, inteligentes e ativas.

Quanto à Hierarquia, o Triângulo Central é composto pelo Manu, que representa a vida amorosa e inteligente; pelo Cristo, que representa a consciência amorosa e inteligente, representando em conjunto todas as fases da vida, expressão e ação grupais; essas qualidades se enfocam através do Mahachoan, representando a atividade inteligente amorosa, principalmente porque Ele é o Senhor da Civilização, e as civilizações da humanidade representam o crescimento e o desenvolvimento progressivos.

Apenas na última raça-raiz humana do planeta aparecerá o essencial Triângulo central que atuará abertamente no terceiro Centro planetário, a Humanidade. Os homens ainda não estão preparados para isso, mas as áreas da atividade criadora consciente, de onde emergirá esse triângulo de energias personificadas e atuantes já estão em preparação. Um aspecto desse futuro triângulo emergirá do campo dos governos mundiais, da política e da diplomacia; outro advirá das religiões mundiais e um terceiro do campo geral da economia e das finanças mundiais. Na atualidade não existem na Terra homens de vontade espiritual, de amor espiritual, e inteligência espiritual; mesmo que eles surgissem nesses três campos de expressão, pouco poderiam fazer, porque o senso de reconhecimento e de responsabilidade não está ainda desenvolvido adequadamente; mais tarde, eles aparecerão e estabelecerão abertamente as relações entre o departamento do Manu e o do governo mundial; entre o departamento do Cristo e o das religiões mundiais, e o do Senhor da Civilização e o da ordem social e financeira. Essa época chegará com toda certeza, mas só depois da exteriorização da Hierarquia e de sua aberta atuação no plano físico. Então, alguns dos discípulos mais antigos de cada um dos três departamentos hierárquicos surgirão e ensaiarão o experimento dessa centralização e personificação dessas três qualidades do triângulo central. Então, pela ação direta, eles descobrirão quando e se o gênero humano está pronto para esse experimento do controle direto e se ele desenvolveu o necessário senso de responsabilidade - responsabilidade que produzirá cooperação.

Esses três Centros, portanto, podem ser representados do seguinte modo: pelo círculo completo que representa a forma de energia toda, pelo triângulo central, e pelo ponto no centro que representa a Vida dinâmica personificada. No que concerne a Shambala, esse ponto é o próprio Sanat Kumara; quando chegar o tempo certo (embora ainda não seja o momento), Ele substituirá Seus Representantes como pontos centrais tanto na Hierarquia quanto na Humanidade. Para esse acontecimento relativamente distante, a doutrina ou a teoria dos Avatares, dos Mediadores, ou dos Inter-Mediários está preparando o caminho, assim capacitando os homens a pensar em tais termos representativos e inclusivos. Ainda não chegou o momento, nem mesmo para a Hierarquia, em que o "Divino Representante estabeleça sua morada". Todos os anos, o Buda aparece e traz a força de Sanat Kumara para a Hierarquia, mas - Ele não pode permanecer. As "unidades de energia", os Membros da Hierarquia, não podem suportar durante muito tempo a poderosa qualidade da vibração que entra, senão depois de uma devida preparação grupal, e assim mesmo apenas por uns breves minutos; entretanto, o "período de potência dinâmica" está sendo prolongado, durante este século, de um para cinco dias; no próximo século, um período ainda mais extenso de registro poderá ser instituído.

No final do século, os três Centros maiores estarão em completa, unificada e sincronizada atividade, com Sanat Kumara em Shambala influindo e informando Seus Representantes nos Centros hierárquicos e humanos; então o Triângulo central, em cada Centro, não só estará funcionando ativamente, como em conjunto eles estarão atuando na mais estreita relação, formando simbolicamente uma "Estrela de nove pontas, em contínua rotação"; então o conjunto de energias dos três Centros maiores dominarão os outros quatro centros, controlando a manifestação da Expressão de Vida em todos os reinos da natureza.

Ao considerarmos a esfera de irradiação desses três Centros maiores, é interessante observar que, nessa época e no atual ciclo mundial a irradiação mais potente e a influência de maior alcance são as da Hierarquia. Além de "dar vida" a todos as formas dentro do planeta e sobre ele, a influência ou irradiação de Shambala é restringida de modo consciente e definido até o momento em que a Hierarquia e a Humanidade possam responder de forma construtiva. É desnecessário dizer que ela se acha presente e evoca resposta dos que são capazes de penetrar em sua esfera de irradiação; mas sente-se que ainda existem muitas formas de expressão que não poderiam reagir corretamente ao trabalho do "Destruidor de formas", aspecto mais potente desse centro de primeiro raio e o primeiro que se manifesta, porque sua tarefa deve ser executada antes que os outros dois aspectos de sua potência possam atuar corretamente. O centro denominado humanidade possui ainda uma irradiação inadequada visto que - na atualidade - está-se desenvolvendo de forma imprópria; sua esfera de influência é relativamente limitada, embora os homens já comecem a trabalhar externamente em direção aos reinos sub-humanos e a atrair mais poderosamente o reino das almas. Portanto, a Hierarquia não tem restrições internas, tais como as que consciente e deliberadamente Shambala se impôs a si mesma, ou que, inconscientemente, a humanidade se impôs; qualquer bloqueio à irradiação hierárquica (se é que posso usar tal expressão) provirá das formas sobre as quais incide o impacto de sua irradiação, mas a influência proveniente do Triângulo central da Hierarquia é única e de longo alcance.

Tudo o que estivemos considerando aqui se efetua dentro do corpo etérico do planeta, pois todos esses centros existem etericamente, e apenas etericamente, e não são afetados pelo fato de que as "unidades de energia" de Shambala ou da Hierarquia possam estar atuando em veículos físicos. Umas o estão, outras não. As Vidas condicionadoras em ambos os Centros atuam somente por meios etéricos, dirigindo e controlando energias; o Centro Humano, com suas "unidades de energia", atua hoje, em grande parte, em níveis puramente físicos ou por meio do tipo de substância a que chamamos "matéria"; os homens trabalham com formas externas, com elementos tangíveis e com fatores materiais. As "unidades", nos demais Centros, trabalham com substância e não com matéria. Esta é uma distinção importante e vital. A Hierarquia existe no plano búdico, o primeiro dos éteres cósmicos, e opera daí, impressionando a matéria mental. Shambala atua nos níveis dos três éteres superiores, enquanto a Humanidade atua principalmente nos três mundos do plano físico cósmico denso. O Novo Grupo de Servidores do Mundo possui, no dito plano, "unidades de energia" que podem trabalhar tanto com matéria quanto com substância.

Há aqui uma diferença muito interessante, raramente apreendida. Esotericamente falando, aplica-se a palavra "matéria" ou material a todas as formas dos três mundos; e embora seja difícil para o ser humano comum compreender que o meio pelo qual se efetuam os processos mentais e com o qual se constroem os pensamentos-forma seja matéria considerada do ponto de vista espiritual, entretanto assim o é; a substância - tecnicamente falando e esotericamente compreendida - é, na realidade, matéria etérica cósmica, ou aquilo de que se compõem os quatro planos superiores dos nossos sete planos. Do ponto de vista humano, a capacidade de trabalhar com a substância etérica cósmica, e nela, demonstra-se, antes de mais nada, quando a mente abstrata desperta e começa a impressionar a mente concreta; a intuição é uma ideia revestida de substância etérica, e a partir do momento em que o homem responde a essas ideias, pode começar a dominar as técnicas do controle etérico. Tudo isso constitui, na realidade, um aspecto do grande processo criador: ideias que emanam dos níveis búdicos do ser (o primeiro éter ou éter cósmico inferior) devem ser revestidas com a matéria dos níveis abstratos do plano mental; a seguir, elas serão revestidas com matéria do plano mental concreto; posteriormente, com a matéria do desejo, e finalmente (se ainda subsistirem) assumirão forma física. Uma ideia é verdade quando vem dos níveis intuitivos da consciência divina. É observada ou apreendida pelo homem cujo equipamento é constituído de substância da mesma qualidade - pois é a relação magnética entre o homem e a ideia que tornou possível sua apreensão. No grande processo criador, ele deve dar forma à ideia, se o puder fazer, e então aparece o artista criativo ou o humanista criativo, ajudando, dessa maneira, a intenção criativa divina. No entanto, as ideias podem nascer sem vida e serem abortadas, não chegando assim à manifestação.

A Sequência de Triângulos Inter-relacionados.

O estudante está bastante consciente de que os três Centros maiores têm suas correspondências no corpo etérico humano e de que cada um deles se relaciona com sua correspondência superior podendo, portanto, ser "impressionado" ou afetado e despertado pelo agente superior correspondente. Pode-se dizer que:

1. A energia proveniente do centro planetário, Shambala, utiliza o centro coronário, o lótus de mil pétalas, quando o homem está suficientemente desenvolvido. Esse centro é o agente da vontade divina na vida do homem espiritual, atuando através da Tríade Espiritual. Só é ativamente útil quando o antahkarana está construído ou se acha em processo de construção.

2. A energia provinda do centro planetário, a Hierarquia, utiliza o centro do coração. Esse centro é o agente do amor divino (que manifesta basicamente a vontade-para-o-bem), atuando através da alma do aspirante ou discípulo individual; isso é possível quando se alcança, em certa medida, o contato com a alma e o aspirante está em vias de se tornar uma personalidade fundida com a alma.

3. A energia oriunda do terceiro centro planetário, a Humanidade, utiliza o centro laríngeo e atua através da personalidade integrada, usando-o, portanto, apenas quando atinge em grau relativamente elevado de desenvolvimento. O centro da garganta torna-se, então, criativa e espiritualmente ativo quando a natureza inferior foi, até certo ponto, subordinada à aspiração idealista; essa aspiração não precisa ser espiritual nem religiosa como costuma ser considerada pelo pensador ortodoxo e, portanto, aprisionado. Ele deve, todavia, ser aquela de que o homem totalmente integrado seja o instrumento e de natureza tão ampla que coloque em atividade sua faculdade criadora.

Nesse sistema solar, o centro cardíaco é o que comumente desperta e entra em atividade primeiro; logo que haja vida e certa atividade nesse centro, os outros dois centros maiores começam a despertar. A correspondência disso pode ser observada no fato de que a Hierarquia é o mediador ou o fator intermediário entre o centro coronário e cardíaco planetários, e entre Shambala e a Humanidade. Esse é o motivo pelo qual se enfatiza o aspecto coração em todos os ensinamentos.

Existem dois centros que são considerados "agentes receptivos e distribuidores" de uma maneira singular:

1. O Centro Ajna (entre as sobrancelhas), principalmente nessa etapa do desenvolvimento humano, atua em conexão com os três centros maiores, como distribuidor da força da alma e da energia espiritual, provenientes dos centros cardíacos e laríngeo.

2. O Centro do Plexo Solar atua em conexão com o centro sacro e com o situado na base da coluna, o centro da vida, operando também com todos os centros subsidiários que estão abaixo do diafragma, reunindo e transmutando suas energias e transmitindo "aquilo que foi purificado" para o centro principal superior.

Dever-se-ia acrescentar aqui que a vontade-de-ser é, sob certo ponto de vista, a energia da imortalidade; essa flui e atua através do centro coronário, ao passo que a vontade-de-viver manifesta-se como o instinto fundamental de auto- preservação e encontra-se positivamente enfocado no centro localizado na base da coluna. Este último relaciona-se à personalidade e está estreitamente aliado ao desejo, e, portanto, ao centro do plexo solar; há uma linha direta de energia, até então desconhecida, entre o centro inferior da coluna vertebral e o plexo solar; a outra está vinculada ao homem espiritual e divino e intimamente aliada à alma e, portanto, ao centro cardíaco.

Relação Integral e Função Criadora do Homem Dentro do Todo.

É difícil para o neófito compreender a complexidade de todas essas relações e essa dificuldade aumenta ainda mais devido às numerosas e variadas etapas de desenvolvimento, às diferenças de raio, e também aos numerosos princípios e ênfases postos sobre os veículos e sobre os diferentes planos e níveis planetários de consciência e de existência. Não se pede ao estudante que se ocupe disso. Os fatores importantes que ele deveria tentar compreender e sobre os quais deve construir o templo de sua vida e seu atual modo de viver são simplesmente os mesmos para cada um e para todos, não importa o raio a que pertença nem seu grau de evolução:

1. O corpo etérico do homem é parte integrante do corpo etérico planetário e responde à livre distribuição das inúmeras energias circulantes.

2. Os três veículos periódicos que compõem a expressão do ser humano e que fazem dele o que é (a Mônada, a Alma e a Personalidade) estão relacionados com os três centros planetários: Shambala, a Hierarquia, a Humanidade e, portanto, com cada um dos três maiores centros do homem individual.

3. Os três centros do ser humano que se encontram acima do diafragma (coronário, cardíaco e laríngeo) são órgãos de recepção das energias provenientes dos três centros planetários.

4. O agente que distribui as energias recebidas pelos centros coronário, cardíaco e laríngeo é o centro ajna, situado entre as sobrancelhas.

5. O agente purificador, transmutador e transmissor das energias de todos os centros que se encontram abaixo do diafragma é o centro do plexo solar. Por meio dele atua hoje a maioria dos seres humanos, é o centro que exerce maior controle, seja para a recepção ou para a transmissão de energias; isso ocorrerá até que o centro cardíaco desperte e comece a controlar a personalidade.

Logicamente muito mais poderia ser dito sobre o tema dos centros maiores planetários e humanos. Acho que já dei ao estudante suficiente material para reflexão (quase diria, sobre o que queimar as pestanas). É importante ter em mente as relações que existem entre:

1. Os centros localizados abaixo e acima do diafragma.
2. Os próprios três centros maiores.
3. Os três centros maiores e os três planetários.

Tudo isso deve ser considerado em termos de energias que circulam e se movem livremente, distribuindo-se por todo o corpo etérico do planeta (e, portanto, por todo o corpo etérico humano) de acordo com o propósito essencial de Shambala e sob a direção da Hierarquia.

O tema das relações, consequentemente, é que é o padrão básico do processo evolutivo de desenvolvimento no atual segundo sistema solar (dos três sistemas), que é o do Filho, no qual a qualidade do segundo aspecto divino, o Amor, está-se aperfeiçoando. O homem, a princípio, participa inconscientemente nesse processo de aperfeiçoamento, durante o longo ciclo do desenvolvimento evolutivo, conforme a Lei da Necessidade; mas, quando se converte em aspirante e dá os primeiros passos no caminho em direção à maturidade espiritual, ele começa a desempenhar um papel crucial, que mantém até obter a liberação espiritual e tornar- se, ele mesmo, um membro da Hierarquia, do quinto reino ou reino espiritual, através do serviço perfeito no quarto reino, o humano.

A relação entre o quarto e o quinto reinos está aumentando continuamente, propiciando novos poderes e uma maior vivência vital na família humana, o que é registrado conscientemente por seus membros mais avançados. A distribuição de energias a partir da Hierarquia compreende uma seqüência muito interessante e algumas delas podem ser consideradas sucintamente. Como sabemos, a Hierarquia é o Ashram do Senhor do Amor, o Cristo; também sabemos que esse Ashram maior é formado de Ashrams dos sete Raios, tendo cada um deles em seu centro um Chohan ou um Mestre de Sabedoria e estando cada um dos sete Ashrams vinculado a um ou mais Ashrams subsidiários.

Um Ashram é uma fonte de onde emana a impressão hierárquica sobre o mundo. Suas "energias impulsionadoras" e suas forças estimuladoras estão destinadas à expansão da consciência humana, mediante as vidas magnéticas dos membros do grupo à medida que desempenham seus deveres, obrigações e responsabilidades no mundo externo, sendo ajudado também pela constante atividade vibratória dos membros do Ashram que não estão em encarnação física e pelo pensar unido e claro e pela firme consciência de todo o Ashram. Os iniciantes, como são a maioria dos aspirantes (embora nem todos), estão, em geral, profundamente absorvidos no trabalho a ser feito, e o Ashram - como Ashram - tem pouca participação em seus pensamentos; eles se acham tão preocupados com a tarefa à frente e com a necessidade da humanidade e com aqueles a quem devem servir, que raramente pensam no Ashram ou no Mestre que está em seu centro. Eles são parte integrante da consciência ashrâmica e sua ocupação consciente é chamada, nos escritos antigos, "a emanação do que flui através deles, o ensinamento da doutrina do coração que é a força da própria verdade, a irradiação da luz da vida, originada da corrente que o não-iniciado denomina "a luz do amor"."

Os membros do Ashram constituem um canal unido para as novas energias que, atualmente, penetram no mundo; tais energias jorram dinamicamente através do Ashram para o mundo dos homens; elas fluem com potência através do Mestre que está no coração do Ashram; movem-se com "velocidade luminosa" por todo o círculo interno; são reduzidas por aqueles que constituem o círculo externo, e isso é bom e correto. Sua penetração no mundo dos homens é retardada pelos iniciantes e novos discípulos - e isto não é tão bom. Elas são detidas porque o novo discípulo voltou as costas para o mundo dos homens e seus olhos estão fixados no Mestre, em Seus discípulos e trabalhadores mais antigos, e não na grande necessidade humana.

É essencial que os servidores de todas as partes - os homens e mulheres inteligentes de boa-vontade - tenham uma compreensão nova e clara do trabalho a se realizar e se tornem "canais supridores" e não "pontos retardantes de interesse egoísta" na corrente divina. Isso requer visão e coragem. É preciso coragem para adaptar a vida - diariamente e em todo tipo de relação - à necessidade do momento e ao serviço da humanidade; é preciso ter coragem para atacar os problemas da vida em favor dos outros e abandonar seus próprios desejos pessoais nas emergências e necessidades, e fazê-lo contínua e persistentemente. Entretanto, há muito para estimular o servidor. A humanidade atingiu agora um grau de desenvolvimento em que obteve uma definida compreensão do Plano da Hierarquia - chamem a isso fraternidade, coparticipação, internacionalismo, unidade, ou o que quiserem. Esta é uma compreensão crescente e real e é um reconhecimento geral por parte dos pensadores e esoteristas de visão ampla, dos industriais e homens de negócio de visão inclusiva e percepção humanitária, e, atualmente, até mesmo por parte do homem da rua. Também há um reconhecimento mais definido dos valores espirituais emergentes e uma maior prontidão para renunciar a tudo que impede o serviço. Os planos do Cristo para a libertação da humanidade estão mais maduros, pois tiveram de esperar até que a tendência da aspiração humana se tornasse mais claramente definida; e já se pode divisar no horizonte a nova era, com suas possibilidades latentes, despojadas dos véus da fascinação e dos pensamentos do desejo que a obscureciam há dez anos atrás. Tudo isso é um desafio para o discípulo. Que deve ele fazer?

O discípulo tem que aceitar-se a si mesmo tal como é, em qualquer momento, com qualquer equipamento de que disponha e sob quaisquer circunstâncias; então ele procura subordinar a si mesmo, seus negócios e seu tempo, à necessidade do momento - particularmente durante o período de crise grupal, nacional ou mundial. Quando ele faz isso dentro de sua própria consciência e pensa, por conseguinte, em termos de valores verdadeiros, descobrirá que seus problemas particulares se resolvem, sua capacidade aumenta e suas limitações são aquecidas. Ele assume o lugar que lhe corresponde junto àqueles que percebem as necessidades do ciclo entrante - um ciclo no qual as novas ideias e ideais devem ser reforçados e pelos quais se deve lutar; onde planos mais amplos para o bem do todo devem ser compreendidos, endossados e a nova e clara visão da vida humana deve ser apreendida e finalmente levada à manifestação; ciclo em que o esforço de todos os membros do novo Grupo de Servidores do Mundo deve ser destinado ao alívio da carga da humanidade.

Existe um Mantram esotérico que personifica essa atitude - a atitude do discípulo que se empenha, num esforço cooperador com outros, para unir a intenção hierárquica à aspiração humana e assim levar a humanidade para mais perto de sua meta. A intenção da Hierarquia consiste em aumentar no homem a capacidade de alcançar a liberdade, a fim de atuar efetivamente "vida mais abundante'' que o Cristo trará e que exige que o espírito do homem seja livre - livre para se aproximar da divindade e também para escolher o Caminho dessa aproximação. O Mantram denomina-se "A Afirmação do Discípulo". Envolve certos reconhecimentos e aceitação internos, facilmente percebido, por aqueles cuja intuição esteja suficientemente desperta; mas seu significado não deverá estar além da capacidade de qualquer estudante e pensador sinceros em penetrá-lo caso eles se sintam atraídos por sua própria significação, justificando assim seu esforço.

Sou um ponto de luz dentro de uma Luz maior.
Sou um fio de energia amorosa na corrente do Amor divino.
Sou um ponto de Fogo sacrificial focalizado na ardente Vontade de Deus.
E assim permaneço.

Sou um caminho pelo qual os homens podem alcançar a realização. 
Sou uma fonte de força que lhes permite permanecer.
Sou um feixe de luz que ilumina seu caminho.
E assim permaneço.

E permanecendo assim, revolvo.
E trilho desse modo os caminhos dos homens.
E conheço os caminhos de Deus.
E assim permaneço.

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