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Livros de Alice Bailey

Telepatia e o Veículo Etérico


VII. A CIÊNCIA DA IMPRESSÃO

O tema da comunicação telepática pode ser abordado por um título ou por uma expressão mais subjetiva, desde que expresse um estágio anterior e mais universal que o da recepção telepática direta. O ocultista sempre aborda primeiro o tópico relacionado ao processo evolutivo do todo e então o da parte, da periferia para o centro, do universal para o particular. Entre os Mestres, não se considera a telepatia como uma ciência que requeira atenção, esforço e divulgação; interessa- lhes, principalmente, a Ciência da Impressão. O termo que eles empregam com mais frequência é o equivalente esotérico daquilo que a pessoa comum quer dizer quando afirma: "Tenho a impressão que...''. Impressão é a reação mais sutil (mais ou menos precisa) de algum grupo à atividade mental vibratória de uma outra mente ou grupo de mentes, à medida que sua influência vibratória afeta o ente ou conjunto de entes.

O primeiro estágio de uma correta recepção telepática consiste no registro de uma impressão. Geralmente isso é um tanto vago no início, mas à medida que um pensamento, ideia, propósito ou intenção do agente emissor se concretiza, passa-se então à segunda etapa, que surge como um pensamento-forma definido. Finalmente, esse pensamento-forma produz seu impacto na consciência cerebral no ponto situado justamente atrás do centro ajna e, por conseguinte, na área do corpo pituitário. Esse impacto pode aparecer também na região do plexo-solar. Entretanto, para aquelas Vidas que superaram a vida nos três mundos e que não estão condicionadas ao tríplice mecanismo da personalidade, a impressão é o fator de maior importância. Sua consciência é impressionada e Sua resposta é de tal modo sensível à impressão superior que Elas absorvem ou se apropriam da impressão, convertendo-a numa parte de Sua própria "energia impulsiva'".

Não é fácil para mim elucidar esse tema por duas razões:

1. Os próprios membros da Hierarquia (entre Os Quais sou considerado Mestre) estão aprendendo essa Ciência da Impressão. Eles o fazem nos níveis da mente abstrata, da intuição ou de "manas" e "budi".

2. Até agora, esta ciência não tem vocabulário próprio. Ela não está limitada, em nenhum estágio, por pensamentos-forma, mas sim, pelas palavras. Consequentemente, torna-se difícil para mim fornecer qualquer informação sobre esse método sutil de comunicação do qual, na realidade, a telepatia nada mais representa do que uma exteriorização exotérica.

Fontes de impressão para os Três Centros Planetários

A Impressão, como uma arte a ser dominada tanto do ponto de vista do agente impressor quanto do receptor impressionado, encontra-se definitivamente relacionada com o mundo das ideias. No que concerne à nossa Vida planetária, existem certas grandes fontes de impressão das quais uma ou duas devem ser aqui mencionadas; com isso, vocês terão uma ideia da sutileza do tema em seu todo, assim como de sua estreita relação com os impactos energéticos e da sua recepção grupai com um todo diferenciado de recepção individual, conforme ocorre em qualquer relacionamento telepático.

1. A impressão que Shambala recebe:

a. Dos Membros da Grande Loja Branca em Sírio. Os receptores dessa impressão são os mais altos Membros do Grande Conselho, presididos pelo Senhor do Mundo. Essa impressão é de tal forma sutil, que essas Grandes Vidas só podem recebê-la com precisão quando reunido o Conselho em seu todo e também depois da devida preparação;

b. De uma ou outra das constelações que estiverem, numa determinada época, astrologicamente relacionadas com o nosso planeta. Essa impressão só pode ser recebida pelo Grande Conselho quando reunido em conclave, e estando presente a maioria de seus Membros. É bom que se observe que isso não implica o comparecimento de todo o Conselho;

c. De um triângulo de energia circulante, emanando dos dois planetas que, juntamente com o nosso planeta Terra, formem um triângulo num determinado ciclo. Essa impressão é recebida pelos três Budas de Atividade a fim de distribuí-la à Hierarquia;

d. Do planeta Vênus, o "alter-ego" da Terra. Essa impressão penetra através do Senhor do Mundo e de três Membros do Seu Conselho escolhidos por Ele numa determinada época para atuarem como receptores.

Essas são as principais impressões grupais entrantes registradas pelos que comumente chamamos de "Mente Universal', a mente de Deus, nosso Logos Planetário. Chegam também outras impressões, mas deixo de me referir a elas, uma vez que não teriam sentido para vocês.

2. A impressão da Hierarquia

a. Por Shambala, por meio de grupos dentro do Grande Conselho, os quais reduzem a impressão que registram a fim de que a Hierarquia, como um todo, possa cooperar com os propósitos pretendidos por Aqueles que estão estabelecendo o Plano necessário;

b. Por certas Grandes Vidas que, em épocas determinadas e de acordo com o ritmo cíclico, ou em épocas de emergência, são impelidas a esse tipo de atividade. Um desses períodos seria, por exemplo, o da Lua Cheia, que é uma época de recepção tanto para a Hierarquia quanto para a Humanidade. Um exemplo do segundo tipo de atividade seria o Festival de Wesak, ou aquelas crises agudas que requerem intervenção de fontes muito mais elevadas do que aquelas com as quais o receptor está usualmente em contato, crises essas que estão se aproximando rapidamente.

O primeiro tipo de impressão é rítmico, periódico e, portanto, acumulativo nos seus efeitos pretendidos. O segundo tipo de impressão é o resultado da invocação e evocação e depende tanto do receptor quanto do agente emissor;

c. Pelo grande grupo dos divinos Contemplativos, treinados para atuar como grupo receptivo intermediário entre Shambala e a Hierarquia. Eles recebem a impressão de Shambala e transmitem-na à Hierarquia, possibilitando aos Membros desta receberem a impressão como "uma impressão penetrante" e registrá-la com exatidão, pois a impressão emanada passou por uma área da Mente Divina onde foi intensificada pela percepção treinada e pela firme receptividade desse grupo que é chamado no Oriente de divinos Nirmanakayas. Só menciono Seu nome esotérico para que vocês aprendam a identificá-Los quando haja qualquer referência a Eles;

d. Por Buda, por ocasião do Festival de Wesak. Aí Ele atua como ponto focal ou como o "distribuidor da impressão", estando por trás d'Ele, (no pouco que se pode concebê-la), toda a força impressora dos Budas de Atividade, Que são para Shambala o que os Nirmanakayas são para a Hierarquia.

Permitam-me fazer, aqui, uma observação que será útil e esclarecedora. Como vocês terão, sem dúvida, observado, estamos tratando da recepção da impressão por grupos ou por conjuntos de grupos compostos por Seres viventes que possuem Seus próprios agentes de distribuição e de impressão. Toda a história evolutiva do nosso planeta consiste em receber e distribuir; tomar e dar. A chave dos problemas da humanidade (focalizada, como tem ocorrido, nos de natureza econômica dos últimos duzentos anos, e no impasse teológico das igrejas ortodoxas) se tem situado no fato de que recebemos e não damos; tomamos e não partilhamos. Essa é a infração da Lei que colocou a humanidade numa situação de culpa. A guerra foi a terrível penalidade que a humanidade teve que pagar pelo grande pecado da separatividade. As impressões da Hierarquia foram recebidas, distorcidas, mal empregadas e interpretadas erroneamente e a tarefa do Novo Grupo de Servidores do Mundo consiste, então, em expulsar este mal. Esses servidores são para a humanidade o que os Budas de Atividade são para Shambala, e o grupo de divinos Contemplativos (os Nirmanakayas) são para a Hierarquia. Portanto, pode- se afirmar que:

1. Os Budas de Atividade são, Eles Próprios, impressionados pela VONTADE de Deus à medida que Ela transmite energia a toda vida planetária;

2. Os Nirmanakayas são impressionados pelo AMOR de Deus, à medida que este se revela como a força atrativa que impulsiona o Plano inspirado pelo Propósito. Em outras palavras, a própria Hierarquia é impelida à ação por Shambala, ou a Vontade-para-o-Bem, exteriorizando-se como boa vontade.

3. O Novo Grupo de Servidores do Mundo é impressionado pela INTELIGÊNCIA ativa de Deus; eles interpretam esta impressão divina, sintetizando em duas grandes etapas - levando-a, portanto, à manifestação concreta.

Agora, traremos essa concepção da impressão divina aos níveis da consciência humana.

3. A impressão da Humanidade pela:

a. Hierarquia, mediante o estímulo das ideias. Estas se manifestam através de uma opinião pública cada vez mais consolidada e esclarecida.

b. Influência dos Ashrams dos Mestres à medida que afetam os aspirantes do mundo, os dotados de sentimento humanitário e os idealistas. Essas agências impressoras, em número de sete, constituem sete correntes distintas de energia impressora que afetam os sete tipos de raios. Os Ashrams unidos, constituindo o grande Ashram do Cristo, afetam a humanidade em seu todo; por sua vez, esse grande Ashram unido funciona exclusivamente através do Novo Grupo de Servidores do Mundo, cujos membros pertencem a todos os raios e acham-se em todos os graus de desenvolvimento, e ainda, trabalham nos diversos setores da vida e do empreendimento humanos.

c. Atividade do Novo Grupo de Servidores do Mundo, sobre a qual já escrevi em vários folhetos - o que dispensa repetição .

É evidente que eu mencionei apenas umas poucas, bem poucas, for ças impressoras do planeta, e que apenas enumerei alguns dos principais grupos que são, por sua própria natureza, tanto receptores da impressão quanto, posteriormente, agentes do agente impressor. No que concerne à família humana, essa atividade recíproca é bloqueada pelo egoísmo humano, e é essa "interrupção da impressão" e essa "interferência no fluxo circulatório divino" que (como foi dito acima) é responsável pelo pecado, pela doença, e por todos os diversos fatores que converteram a humanidade no que ela é atualmente. Quando o livre fluxo da energia e interação divinas e do propósito espiritual for restabelecido, então o mal desaparecerá e a vontade-para-o-bem converter-se-á numa efetiva boa vontade, no plano físico externo.

Nas considerações feitas anteriormente com relação aos três grandes centros planetários, vocês encontram a base para a nova e entrante Aproximação ao Divino que será conhecida pela expressão: religião Invocadora e Evocativa. É essa nova Ciência da Impressão que constitui a base subjetiva e o elemento unificador que reunirá todos os campos do conhecimento, da ciência e da religião. Todas as ideias fundamentais que subjazem a essas grandes áreas do pensamento humano emanam dos níveis intuitivos; elas condicionam em última análise a consciência humana, evocando a aspiração do ser humano em penetrar cada vez mais profundamente no arcano de toda sabedoria da qual o conhecimento constitui a etapa preparatória. Essa ciência da Impressão é o método de vida do mundo subjetivo que se situa entre o mundo dos acontecimentos externos (o mundo das aparências e da manifestação exotérica) e o mundo interno da realidade. Esse é um ponto que deveria ser cuidadosamente considerado pelos investigadores ocultistas em suas reflexões. As impressões são recebidas e registradas; elas constituem a base da meditação para aqueles aspirantes que são sensíveis o bastante a seu impacto e suficientemente inteligentes para registrarem em suas consciências sua fonte emanante. Depois de devida prática, segue-se, a esse período de reflexão sobre a impressão registrada, outro período no qual a impressão começa a tomar a forma de uma ideia. A partir daí, segue-se o processo já familiar da transformação de uma ideia em um ideal apresentado; ele é então sujeito ao apelo invocativo dos que têm mente mais concreta e, finalmente, precipita-se à manifestação externa e toma forma. Portanto, vocês verão que o meu objetivo é fazer com que o estudante dê um passo adiante no mundo da recepção e da percepção, procurando orientá-lo na obtenção de contatos mais sutis que se ocultam por trás desses conceitos, considerados como decididamente nebulosos, e aos quais chamamos intuições.

A Ciência da Impressão - se estudada pelos discípulos do mundo e pelo Novo Grupo de Servidores do Mundo - facilitará enormemente a apresentação dos ideais que devem condicionar e condicionarão o pensamento da Nova Era, e que finalmente produzirão a nova cultura e a nova civilização para a humanidade, substituindo a civilização atual e proporcionando o novo campo de expressão para o gênero humano. Essa ciência é, de fato, a base da teoria dos relacionamentos e conduzirá à expansão da ideia das corretas relações humanas que tem sido até agora (como simples expressão) limitada a um desejo idealizado de uma correta interação entre homens, grupos e nações. Tem sido ela restrita à sociedade e à interação humanas e ainda continua sendo uma esperança e uma aspiração. Quando, porém, a Ciência da Impressão tiver sido corretamente compreendida e for aplicada ao campo de um objetivo educacional, descobrir-se-á que ela está estreitamente ligada ao ensinamento que começa a surgir a respeito da invocação e evocação, e que se expandirá para incluir não apenas as corretas relações humanas com os reinos supra - humanos, mas também as corretas relações humanas com os reinos sub-humanos. Portanto, isso se relacionará à resposta sensível dos mundos natural e sobrenatural interno "Àquele no Qual vivemos, nos movemos e temos o nosso ser". Isso levará a humanidade à correta relação com todos os aspectos e expressões da natureza divina, aprofundando o contato subjetivo e produzindo uma manifestação objetiva mais divina, cada vez mais alinhada ao propósito divino. Levará também à grande retirada da consciência humana dos níveis da vida física e emocional (onde está enfocada a maior parte da humanidade) para os níveis da percepção mental.

Consequentemente, vocês compreenderão por que os Conhecedores do mundo têm-se referido sempre à dupla ação da mente, sensível às impressões superiores e ativa durante a criação mental dos pensamentos-forma necessários. Uma mente corretamente treinada captará a impressão fugaz, submetendo-a ao efeito concretizador da atividade mental e produzindo a forma requerida. Esta, quando corretamente criada e orientada, levará, finalmente, à exteriorização da impressão registrada, na medida em que esta tomou forma como intuição e, oportunamente, encontrou seu lugar no plano mental. Além disso, vocês verão por que os discípulos e os trabalhadores do mundo devem atuar como MENTES, como inteligências receptivas e perceptivas e como criadores na matéria mental. Tudo isso está relacionado com a Ciência da Impressão, da qual estivemos tratando. Observar-se-á também que esse método pode ser expandido nos processos de meditação, para que o aspirante possa tornar-se sensível à impressão e (por estar orientado para o mundo das ideias e achar-se consciente da sutileza e delicadeza do mecanismo exigido para registrar a "ofuscante nuvem de coisas que se pode conhecer" estar resguardado da sensibilidade que permite registrar impactos provenientes de outras mentes, bem ou mal orientadas, e das correntes de pensamento daquilo que está em processo de tomar forma, assim como do poderoso apelo ou atração do emocional e das ações do desejo do plano astral e do mundo emocionalmente polarizado no qual vive fisicamente.

Haverá também uma maior compreensão, se vocês levarem em conta o fato de que esta Ciência da Impressão tem a ver com a atividade do centro da cabeça como um centro em que se ancora o antahkarana, e que o centro ajna relaciona-se ao processo de converter a intuição registrada, em forma (mediante o reconhecimento de um pensamento-forma na mente e da reação ao mesmo), e de seu subsequente direcionamento, como um objetivo ideal, ao mundo dos homens. Nos primeiros estágios, e até a terceira iniciação, a Ciência da Impressão ocupa-se com o estabelecimento de certa sensibilidade (inovadora) entre a Tríade Espiritual - que se expressa temporariamente através da mente abstrata e da alma ou Filho da Mente - e a mente concreta. Esse triângulo mental é um reflexo, no tempo e no espaço, da Mônada e dos dois aspectos mais elevados da Tríade, e reflete-se (depois de um processo de inovação e de um subsequente processo de evocação) numa outra tríade: a da mente inferior, da alma e do corpo vital. Quando a relação entre a mente inferior e a superior se estabelece corretamente, obtém-se o impulso à atividade da mente inferior ligada à Ciência da Impressão - o centro da cabeça, o ajna, e o centro laríngeo.

Até agora apresentei-lhes uma breve e interessante elucidação da técnica a ser aplicada para ativar os centros do corpo humano. Gostaria de lembrar-lhes que o que é verdade para o discípulo, individualmente, deve ser e também é verdade para esse grande discípulo - a Humanidade, a família humana inteira. Isso também é verdade, como uma expressão dessa ideia, para todos os três centros planetários: Shambala, a Hierarquia e a Humanidade. Ciência da Impressão é o nome que se dá ao processo por meio do qual se estabelecem as necessárias relações entre essas unidades de vida. A Técnica da Invocação e Evocação é a designação dada ao modo ou método pelo qual se estabelece o relacionamento desejado. Trabalho Criativo é o nome dado aos resultados obtidos dos dois processos acima. Os três aspectos da Técnica de Invocação e Evocação com os quais o discípulo comum deveria ocupar-se são: os da construção do antahkarana, o uso correto da mente inferior nas suas duas funções mais elevadas (manter a mente firme na luz e criar os pensamentos-forma desejados) e o processo de precipitação que leva a impressão a, finalmente, tomar uma forma concreta.

No exposto acima, forneci-lhes bastante material para a reflexão em torno das possibilidades telepáticas. Tudo isso se encaixa no tema do serviço mundial tal como deve ser utilizado na expansão, em grande escala, da consciência humana. Essa é uma das maiores tarefas do Novo Grupo de Servidores do Mundo.

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