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VISÃO CÓSMICA DA EDUCAÇÃO


APRESENTAÇÃO

Enunciados-Chave:

A educação é uma empresa profundamente espiritual. Concerne ao homem na sua totalidade e isso inclui o seu espírito divino. (Alice A. Bailey, Problemas da Humanidade)

Devemos desenvolver as novas atitudes e técnicas que equiparão a criança para uma maneira completa de viver, tornando-a verdadeiramente humana, um membro construtivo e criativo da família humana. A melhor parte de tudo que passou deve ser preservada, mas deveria ser preservada somente como as bases de um sistema melhor e de um enfoque mais sábio do objetivo da cidadania mundial. (Idem)

Toda a tendência do presente empenho em avançar, que pode ser percebido tão marcadamente na humanidade, é capacitá-la a adquirir conhecimento, transmutá-lo em sabedoria pela ajuda do entendimento e, desse modo, tornar-se "completamente iluminada". A iluminação é a meta maior da educação. (Alice A. Bailey, Educação na Nova Era)

As nossas crianças são o nosso futuro. O problema da educação e a difícil situação das crianças do mundo são, portanto, as preocupações mais urgentes às quais a humanidade enfrenta hoje. Como Alice Bailey escreve nos Problemas da Humanidade, "O que fazemos com elas e para elas é de grande importância em suas implicações. Nossa responsabilidade é grande e nossa oportunidade única". Na nossa encruzilhada atual, temos a oportunidade de integrar o melhor de nossos processos educativos do passado com essas novas tendências holísticas e espirituais que refletem como nunca a nossa humanidade em evolução.

Atualmente estamos nos tornando cada vez mais conscientes do fato da Humanidade Una e da interconexão de toda a vida no nosso planeta. Entretanto, basta ver os noticiários para saber que grande parte do desenvolvimento humano no mundo continua sendo desigual e não reflete a consciência da Humanidade Una ou da natureza interdependente de toda a vida do nosso planeta. Nossos educadores, portanto, enfrentam três desafios principais:

1 – Prover as necessidades das crianças e dos jovens, dando-lhes uma sensação de segurança e dos princípios básicos de uma educação que seja relevante com respeito à sua sobrevivência e bem-estar nas suas circunstâncias imediatas.

2 – Desenvolver a nova educação que permitirá aos jovens alcançar seu potencial individual e fazer frente à vida como cidadãos iluminados do mundo, a base para converterem-se em homens e mulheres reflexivos, integrados, criativos e inclusivos.

3 – Desenvolver cidadãos do mundo conscientes da sua herança espiritual e, portanto, capazes de inaugurar uma nova civilização baseada na rica diversidade de culturas existentes, reconhecendo, por sua vez, o destino espiritual da Humanidade Una.

Como veremos mais adiante, o termo educação é utilizado no seu sentido mais amplo, envolvendo não somente a educação escolar, mas também as relações lar-família e o entorno comunitário. Em cada um destes setores é aparente que ainda não estamos utilizando métodos educativos que vão nos permitir viver como cidadãos íntegros e construtivos.

Apresentamos um quadro geral, oferecendo sugestões sobre os princípios e objetivos e uma breve menção sobre algumas das numerosas áreas positivas que estão surgindo agora, no campo da educação, iniciativas pioneiras para satisfazer as necessidades educacionais das crianças e dos jovens.

Os programas e problemas educativos específicos devem ser encarados no contexto das necessidades globais, e o educador, como qualquer outra pessoa, necessita "atuar localmente, mas pensar globalmente". Há certos objetivos educativos que são os mesmos para todos os povos e, portanto, é possível construir com olhares na universalidade da educação, uma universalidade que reflita a unidade espiritual subjacente a todas as pessoas em todas as partes.

Educadores iluminados de todas as partes estão tentando introduzir mudanças pioneiras em planos de estudos e métodos de ensinamento que despertem na criança a consciência de que ela forma parte de uma família global, e aprofundem também a sua compreensão de si mesma, de outras culturas e de outros povos. Essas qualidades e características podem ser vistas refletidas nos programas que enfatizam, por exemplo, uma educação para o entendimento internacional, uma educação do meio ambiente, uma educação concernente ao desenvolvimento, uma educação concernente aos direitos humanos, uma educação concernente à paz, uma educação holística e global.

Quando contempladas na sua totalidade, essas formas progressivas de educação da "nova era", conhecidas sob vários termos, têm três características fundamentais: requerem o reconhecimento da totalidade do ser humano, incluindo sua dimensão ética, interior ou espiritual; postulam a necessidade de que os estudantes sejam conscientes do planeta como um todo, e centram a atenção na interconexão de toda a vida e na interdependência de todos os sistemas. Fazem um chamamento ao entendimento e exploração mais profunda e exaustiva do mundo interior, subjetivo, do ser humano, do ambiente exterior tangível/objetivo, e das relações conexivas e interdependentes entre todos. As dimensões interna e externa – ambas reconhecidas como relacionadas, e igualmente divinas – são merecedoras de compreensão e desenvolvimento.

O papel dos educadores é de importância central para esta nova educação. O preceito eterno de que ensinamos mais com o exemplo do que com a teoria é especialmente aplicável aos nossos educadores. Devido a que os professores passam tanto tempo com as crianças e os jovens, é imprescindível que estejam livres de preconceitos, que eles mesmos tenham um sentido de cidadania mundial e que reflitam atitudes sãs e construtivas. É importante que os professores sejam humanitários e amorosos e que sejam capazes de criar a atmosfera correta na qual a criança possa aprender e crescer livremente. Um entendimento dos fundamentos da psicologia poderia também ser considerado como um imperativo para que os professores pudessem realizar mais plenamente seu papel como educadores: ajudando a extrair dos estudantes seu potencial mais elevado, ao mesmo tempo que ensinando-os a trabalhar com e a superar suas debilidades e limitações.

O princípio dos anos 90 contemplou uma gigantesca onda de entusiasmo e esperança sobre a mudança de atitudes para com as crianças e seus direitos e necessidades, especialmente em relação com a educação. Esse fenômeno alentador é refletido no trabalho das Nações Unidas ao produzir três acontecimentos globais de grande importância: A Conferência Mundial Sobre Educação Para Todos, a ratificação da Convenção sobre os Direitos da Criança, e a Cúpula Mundial da Infância.

A importância da atual encruzilhada não deve ser subestimada. Grande parte de nossa forma de vida, que evoluiu durante os últimos dois mil anos da era de Peixes e que se encontra agora entrincheirada nos nossos hábitos de comportamento, sentimento e pensamento, geralmente adquiridos inconscientemente, se contradiz com os valores e oportunidades emergentes na entrante era de Aquário. Enquanto o objetivo do passado era produzir um indivíduo "pensante", o objetivo do futuro é produzir pessoas verdadeiramente integradas, que possam "pensar com seus corações e sentir com suas cabeças". A cooperação, a compaixão, e o amor-sabedoria devem ocupar o lugar das até agora predominantes e valorizadas qualidades de competitividade, autoafirmação, e separatividade. Embora essas últimas qualidades tenham tido um papel útil, conduzindo-nos até o nosso atual ponto evolutivo, agora devemos dar prioridade às atitudes e compreensões mais inclusivas e espirituais.

Nossos sistemas educativos devem, portanto, abarcar uma nova visão e meta. O crescente reconhecimento de que a dependência das drogas, a delinquência e a agitação generalizada, tão visíveis na nossa sociedade contemporânea provêm tanto da pobreza material quanto espiritual, estão nos conduzindo, também, a um novo entendimento do que constitui um sistema educativo adequado. Estamos reconhecendo que o problema da educação não é mais somente uma questão de alfabetizar e de transmitir um conjunto de conhecimentos objetivos. É também o problema de ser capaz de apresentar a hipótese da alma – o fator interior dentro de cada ser humano que produz "o bom, o verdadeiro e o belo". A expressão criativa e o esforço humanitário serão então reconhecidos como o resultado lógico e científico dos procedimentos educativos aplicados especificamente.

Embora existam atualmente muitas pessoas que estão reconhecendo esse duplo desafio de melhorar a situação crítica das crianças e de melhorar o campo da educação, intentando entrelaçar as necessidades do passado e as do futuro, deve ser reconhecido que também é vital para cada um de nós, individualmente, refletir sobre a solução destes problemas. Uma educação que ilumine não está estruturada somente para alguns poucos no mundo, mas para todos. A capacidade de ser educado e iluminado encontra-se em cada ser humano. Assim também, cada indivíduo é, de alguma maneira, um educador – capaz de invocar e evocar o mais elevado daqueles com quem ele ou ela entra em contato. Enquanto alguns recebem o chamado vocacional de uma vida de ensinamento, todos nós temos a responsabilidade das corretas relações humanas e podemos compartilhar nossa luz e boa vontade com outros. Cada um de nós pode, também, ajudar na construção de formas mentais positivas e iluminadas, ajudando a criar uma opinião pública iluminada na qual os líderes mundiais podem se basear. Cada mente amorosa, cada coração reflexivo e cada mão capacitada são necessárias.

A Universidade de Shamballa insere-se neste contexto como um organismo que abarca, tão abrangentemente quanto possível, o universo educacional da criança e do jovem adolescente. Almeja alcançar a formação do homem integral ou personalidade essencial, sintetizando nele a liberdade plena da unidade inter-relacionada com o grupo e, consequentemente, com a humanidade e com a totalidade do Todo. Isto implica um ser coordenado, integrado e alinhado com todos os seus aspectos e partes componentes num todo orgânico, ao qual se dá o nome de "ser humano", havendo de se comportar como cópia fiel de sua fonte de origem, que desabrocha rapidamente e se faz sentir crescentemente na vida diária.

Liberte a sua imaginação por uns instantes, imaginando a situação do mundo onde a maioria dos seres humanos está ocupada com o bem dos outros e não com os seus próprios fins egoístas. (Alice A. Bailey, Discipulado na Nova Era vol I)

A forma correta de educação consiste em entender a criança tal qual ela é, sem impor-lhe um ideal como pensamos que deveria ser. Fechá-la dentro do marco de um ideal é animá-la a se conformar, o que gera medo e causa-lhe um constante conflito entre o que é e o que deveria ser; e todos os conflitos internos têm sua manifestação externa na sociedade. Os ideais constituem, de fato, uma ameaça à nossa compreensão da criança e à compreensão da criança de si mesma.

Um pai que realmente deseja ajudar seu filho não o contempla através da trama de um ideal. Se ama a criança, a observa, estuda suas tendências, seus estados de ânimo e suas peculiaridades. Somente quando alguém não sente amor pela criança é que lhe impõe um ideal, tentando assim realizar nela as suas ambições, querendo que se converta nisso ou naquilo. Se alguém não ama o ideal, mas a criança, então existe uma possibilidade de ajudá-la a compreender a si mesma tal e qual ela é. (J. Krishnamurti, Education and the Significance of Life)

Primeiro, e acima de tudo o mais, o esforço deve ser feito para proporcionar uma atmosfera onde certas qualidades possam florescer e emergir. Esta atmosfera inclui o seguinte:

1) Uma atmosfera de amor, onde o medo esteja afastado e a criança perceba que não há razão para timidez, retraimento ou prevenção...

2) Uma atmosfera de paciência, na qual a criança possa se tornar, normal e naturalmente, um buscador da luz do conhecimento... onde nunca haja ideia de rapidez ou pressa...

3) Uma atmosfera de atividade ordenada, onde a criança possa aprender os primeiros rudimentos de responsabilidade...

4) Uma atmosfera de compreensão, na qual a criança tenha sempre a certeza de que as razões e os motivos de suas ações serão reconhecidos... (Alice A. Bailey, Educação na Nova Era)

As Falhas do Sistema Atual.

Neste princípio do Século XXI, não podemos nos referir às falhas do sistema escolar sem reconhecer que todas as principais instituições da sociedade estão falhando. As crises são a experiência comum compartilhada por nossos sistemas de governo, igreja, família e educação. As instituições que antigamente previam uma aparente ordem, estabilidade e segurança, não atendem mais as nossas necessidades e atuais expectativas. Não são mais adequadas para a nossa nova percepção e maturidade. Assim como não podemos pôr vinho novo em odre velho, também nossos filhos se tornam amadurecidos para seus jogos e roupas favoritas, e a consciência da humanidade que desperta, está se tornando amadurecida para os antiquados sistemas políticos, religiosos e sócio-econômicos. Ninguém é tão afetado por essas falhas como nossas crianças – os mais vulneráveis e inocentes dentre nós.

Ao proclamar o princípio de "Prioridade" para as crianças, a Declaração da Cúpula Mundial da Infância de 1990 realçou as dificuldades que as crianças de todo o mundo enfrentam. Cada dia, inumeráveis crianças do mundo sofrem como vítimas da guerra e da violência; como vítimas da discriminação racial, das agressões, das ocupações e anexações estrangeiras; como refugiadas e crianças abandonadas obrigadas a abandonar seus lares e suas raízes; como vítimas do abandono, a crueldade e a exploração. Cada dia milhões de crianças são açoitadas pela pobreza e a crise econômica; pela fome e falta de alojamento, pela epidemia, analfabetismo e pela degradação do meio ambiente. Cada dia, 40.000 crianças morrem de fome e de doenças, de falta de água potável e de insalubridade e dos efeitos das drogas.

A difícil situação na qual se encontram as crianças nos conflitos armados é uma questão de urgência total. Esta crise tem chamado a atenção do mundo pela escalada da violência em certas áreas nas quais tem sido recusado às crianças o acesso aos serviços de saúde, anteriormente garantidos. Na Conferência Mundial das Nações Unidas sobre os Direitos Humanos (Junho de 1993), a UNICEF informou que mais de 1,5 milhões de crianças pereceram em conflitos armados durante a década de 1980, e quatro vezes esta cifra foi mutilada. Cerca de cinco milhões se encontram em campos de refugiados esperando o término das guerras, e outras doze milhões perderam seus lares. Números incontáveis se encontram traumatizadas psicologicamente devido sua exposição às brutalidades da guerra, e isso não é mais que a ponta do "iceberg".

Quantidades muito maiores de crianças são vítimas indiretas da guerra, e seu aumento tem sido observado por fechamento ou destruição de escolas e hospitais, a interrupção da produção de alimentos e a perda de serviços tão elementares como a imunização. Nos países em vias de desenvolvimento, onde tem ocorrido a grande maioria das guerras desde 1945, esses acontecimentos vêm acompanhados de pobreza, secas e doenças.

As crianças abandonadas, obrigadas a se converterem em "crianças de rua", lutam nas suas próprias guerras diárias. De cidades da América do Norte e do Sul, ao continente africano, à antiga União Soviética e ao extremo oriente, as crianças de rua do mundo abarcam todas as barreiras raciais e econômicas, mas um número crescente delas deixam seus lares voluntariamente depois de terem decidido que as privações e dificuldades das ruas são preferíveis à violência e ao abuso sexual que com frequência se encontram nas suas próprias casas.

As falhas do sistema escolar devem, portanto, ser consideradas dentro do contexto das falhas dos aspectos restantes da vida. Devido a que tudo que toca a vida de uma criança afeta a sua capacidade e o seu desejo de aprender, devemos reconhecer que a melhora do sistema escolar deve ser feita a par da melhora de todos os aspectos da vida ao repercutirem no bem-estar da criança. O princípio de "Prioridade" se baseia nessa mesma perspectiva. É um intento para proteger as crianças, na medida do possível, dos erros, equívocos, excessos e vicissitudes do mundo adulto. É um compromisso para conseguir que as decisões sociais e pessoais se baseiem antes de tudo na proteção e no bem-estar da infância. Desde que esse princípio foi enunciado pela primeira vez em 1990, foram feitos progressos suficientes para que a UNICEF, no seu Estado das Crianças do Mundo de 1993, proclamasse os anos 90 como a "era do interesse", como contrapartida à passada "era de abandono". O entusiasmo do informe e do otimismo demonstrado a respeito da nossa capacidade de resolver os numerosos problemas aos quais enfrentam as crianças de todo o mundo se baseia no reconhecimento de que o progresso observado ao longo dos primeiros anos da década de 90 foi conseguido ali onde existia um compromisso e uma vontade política por trás dos objetivos formulados.

Aquele reconhecimento dos anos 90 como "era do interesse" nos trouxe uma esperança muito necessária. Centrar a atenção sobre o progresso realizado até agora confirma o antigo princípio que a energia, certamente, segue o pensamento. Aferrando-nos à visão e energizando-a com nosso compromisso e vontade, conseguiremos realizar esta visão, assegurando um mundo melhor para todos.

Ter uma compreensão dos problemas inerentes a nossos sistemas passados nos ajudará a compreender melhor as mudanças que são necessárias. Assim, assinalamos as seguintes passagens dos livros "Problemas da Humanidade" e "Educação na Nova Era". Elas proporcionam uma percepção das razões pelas quais nosso atual sistema de educação já não é suficiente.

"Falando em termos gerais... a educação tem sido principalmente competitiva, nacionalista e, portanto, separatista. Tem preparado a criança para considerar os valores materiais como de importância fundamental, a crer que sua nação específica é também de importância fundamental e que qualquer outra nação é secundária; tem alimentado o orgulho e fomentado a crença que ela, seu grupo e sua nação são infinitamente superiores ao resto das pessoas e dos povos. Consequentemente, é-lhe ensinada a ser uma pessoa unilateral, com seus valores mundiais mal ajustados e com suas atitudes perante a vida caracterizadas por parcialidades e prejulgamentos... Não é acentuada a cidadania mundial; sua responsabilidade para com seus congêneres é sistematicamente ignorada; sua memória se desenvolve mediante a transmissão de dados desconexos – a grande maioria dos quais não são aplicáveis à sua vida diária". (Problemas da Humanidade)

"No ensino da história, por exemplo... a primeira data histórica que geralmente a média das crianças britânicas recorda é "Guilherme, o Conquistador, 1066". A criança norte-americana recorda o desembarque dos Pais Peregrinos e o gradual despojar dos legítimos habitantes do país e, talvez, o incidente do chá (tea party), em Boston. Os heróis da história são todos guerreiros – Alexandre Magno, Júlio César, Átila o Rei dos Hunos, Ricardo Coração de Leão, Napoleão, George Washington e muitos outros. A geografia é, na sua maior parte, a história com outro formato, mas apresentada de uma forma similar – uma história de descobrimentos, investigação e rapinagem, com frequência seguida de um tratamento iníquo e cruel aos habitantes das terras descobertas. A cobiça, a ambição, a crueldade e o orgulho são as notas chaves do nosso ensino da história e da geografia... Não seria possível construir nossa teoria da história sobre as grandes e nobres ideias que condicionaram as nações e fizeram delas o que são, e acentuar a criatividade que as distinguiram todas? Não podemos apresentar mais efetivamente as grandes épocas culturais que – aparecendo repentinamente nalguma nação – enriqueceram o mundo inteiro e deram à humanidade sua literatura, sua arte e sua visão?"(Idem)

"Hoje em dia, a média das crianças é, nos cinco ou seis primeiros anos de vida, a vítima da ignorância ou do egoísmo ou falta de interesse dos seus pais. Ela é mantida quieta e fora do caminho porque seus pais estão muito ocupados com seus próprios assuntos, para lhe dar a devida atenção... Na escola, ela fica, frequentemente, sob os cuidados de alguma pessoa jovem, ignorante, apesar de bem intencionada, cuja tarefa é ensinar-lhe os rudimentos da civilização... Mais tarde, a partir dos onze anos, uma orientação foi efetuada, uma atitude (geralmente defensiva e, por isso, inibidora) foi criada, uma forma superficial de comportamento foi reforçada ou imposta, mas não baseada na sinceridade dos relacionamentos verdadeiros. O ser genuíno que é encontrado em cada criança – expansivo, espontâneo e bem intencionado... – foi, consequentemente, mantido à distância, fora da vista, e ocultou-se sob uma concha exterior que o hábito e a educação impuseram. O dano causado às crianças durante os anos plasmáveis e flexíveis é geralmente irremediável e responsável por muito da dor e do sofrimento, mais tarde na vida". (Educação na Nova Era)

"A necessidade fundamental com que hoje se defronta o mundo educacional é a de se relacionar o processo de desenvolvimento da mentalidade humana até o mundo do significado e não ao mundo do fenômeno objetivo. Até que o alvo da educação seja orientar um homem para o seu mundo interior de realidades, teremos a mal colocada ênfase do tempo presente". (Idem)

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