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Livros de Alice Bailey

Psicologia Esotéria - Volume II
Volume I
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Capítulo III - A Humanidade Atual - Parte - 3

A Humanidade Atual - Parte - 3


3. As Grandes Aproximações (A Religião do futuro)

a. A Alma da Humanidade

Como se pode ver, estamos começando a viver em difícil interlúdio no mundo de hoje. É um processo pelo qual a humanidade está passando semelhante ao que tão frequentemente tem lugar na vida de um indivíduo. A alma do mundo está tomando conhecimento dos assuntos externos, preparando-se para assumir o controle da situação mundial. Na vida de um aspirante tais interlúdios ocorrem frequentemente. A personalidade está consciente das condições de dificuldades e turbulência. Teve, contudo, no passado, momentos de elevada revelação espiritual e de impulso divino. Temporariamente esteve segura da sua meta e soube que a alma é o fator diretivo; foi-lhe dada uma vaga ideia da meta e dos propósitos subjacentes aos impulsos que lhe foram dados, outorgados pela alma. Mas, de momento, tudo isso repousa no passado. É como se a alma se tivesse retirado; como se o período de contato e de segurança tivesse terminado e não ficasse mais nada que dificuldades, um sentimento de futilidade e uma ansiedade para libertar-se de tais condições. Frequentemente este sentimento é de tal intensidade que faz parecer insignificantes todos os outros interesses.

Mas a alma não se retirou, e as condições espirituais internas permanecem imutáveis. Os impulsos divinos continuam lá, e a alma está apenas reunindo forças para empreender um novo esforço e para uma mais forte e determinada preocupação com os assuntos de sua sombra, o seu pálido reflexo - a personalidade.

O que é verdade para o aspirante individual é igualmente verdade para a humanidade, o aspirante mundial. Em Maio de 1936, a alma do mundo realizou um grande esforço para diante e um progresso bem nítido, e irreversível foi feito. Isto teve um efeito triplo:

1- As vidas de todos os verdadeiros aspirantes e discípulos foram submetidas a um processo de estimulação, com resultados bem definidos e específicos da natureza desejada.

2- A estimulação das massas humanas também teve lugar, de modo a que fossem capazes de responder mais fácil e verdadeiramente ao impacto das ideias. Isto também foi excepcionalmente bem sucedido.

3- A Hierarquia das almas que alcançaram a liberação, e a quem vós chamais Hierarquia planetária, conseguiu uma maior aproximação com a humanidade c estabeleceu uma relação mais definida e um contato mais estreito que não fora possível desde meados da época atlante. O resultado excedeu à nossa expectativa. Esta foi a terceira "Grande Aproximação" feita com a humanidade pela Hierarquia. O sucesso destas aproximações fundamenta-se em grande parte no intenso desejo dos aspirantes do mundo e daqueles que estabeleceram por si mesmos, uma "via de aproximação" através da meditação e do serviço. O seu número sendo incomensuravelmente maior que em nenhuma outra época anterior, o ano de 1936 viu a Hierarquia dar um passo à frente sem precedentes (quase diria inesperado) na sua experiência. Isto foi devido à atividade, através de todo o mundo, do Novo Grupo de Servidores do Mundo.

Desejo chamar-vos aqui a atenção para a frase que usei acima: "a Hierarquia das almas que alcançaram a liberação". Não emprego esta frase no sentido comum. Os aspirantes e discípulos do mundo empregam-na para significar a conquista daquela liberdade que os libertará dos três mundos do esforço humano e os fará livres cidadãos dos Reino de Deus. Este ponto de vista é para vocês bastante familiar, deverão reconhecer que nele há muito de propósito egoísta - inevitável - e que um dia deve ser eliminado, mas que está nesta etapa claramente presente e talvez desejável porque proporciona o estímulo adequado para o esforço necessário. Contudo, a liberdade a que me refiro é o sucesso alcançado pela alma para mover-se, agir e manifestar-se com liberdade nos três mundos, assim como no seu próprio elevado plano. Este é um ponto que, poucas vezes ou mesmo nunca, é posto em relevo. A própria alma ou Ego, tem que realizar a sua própria tarefa, a qual pode ser expressa como sendo o reverso do que é familiar à personalidade . Tem de aprender como funcionar efetivamente no mundo da vida humana, e aí, levar a cabo o plano. Tal é a tarefa da Hierarquia e senti que haveria interesse em esclarecer os que lerem estas linhas sobre este problema particular e da dificuldade da livre atividade que isto necessariamente implica.

Deste ponto de vista mais elevado, a Hierarquia foi capaz de dar um passo decisivo em 1936, como resultado do trabalho realizado nos últimos cinquenta anos; depois disto feito, tomou-se necessário estabilizar a sua posição, e do ponto então alcançado, estabelecer novos planos para o próximo passo a ser dado para o bem da humanidade.

Assim chegamos ao interlúdio com o qual estamos tão dolorosamente familiarizados. Vocês talvez tivessem sido levados a supor que se obteria algum grande movimento para diante, uma época de colheita luminosa ou qualquer culminância espetacular de acontecimentos; quando o que ocorreu foi apenas um intervalo relativamente silencioso e um período em que nada parecia acontecer; logicamente, a maioria experimentou um sentimento de desapontamento, uma reação, que em alguns casos, quase equivalente à perda de fé e a uma sensação de fadiga emocional e futilidade mental que pôs muitos â prova. E bom recordar que estas reações não afetam o resultado final e de modo algum retardam o acontecimento, conquanto possam dificultar a tarefa daqueles que se aproximam para ajudar, obrigando-os a sacar desnecessariamente dos seus recursos espirituais.

Estes intervalos de aparente silêncio, de inércia e de inatividade são parte da grande atividade preservativa e construtiva da Hierarquia; são, ao mesmo tempo, de natureza individual, grupal e planetária. Os aspirantes devem aprender a trabalhar inteligente e compreensivamente com a lei dos ciclos. Não devem esquecer que vivem num mundo de aparência e que não têm verdadeira liberdade no mundo das realidades.

Em Maio de 1938, no momento da lua cheia, o Conselho da Hierarquia, a que já me referi várias vezes, reuniu-se e estabeleceu os planos para o futuro imediato. Quero recordar-lhes uma coisa de que muitas vezes nos esquecemos. Os planos para a humanidade não se estabelecem, pois a humanidade determina o seu próprio destino. Os planos para enfrentar as circunstâncias humanas imediatas e urgentes e os planos para tornar possível uma relação mais estreita entre a humanidade e a Hierarquia foram estabelecidos. O problema ante a Hierarquia de Mestres (falando num sentido amplo e geral) consiste em intensificar a atividade e a consequente potência desse poder oculto. Pondo assim isto em situação de evidência nas vidas humanas, as mudanças necessárias na nossa civilização podem ser produzidas. O homem comum trabalha sob o ângulo da organização, e tendo visualizado alguma ideia luminosa, começa a construir a forma física externa que a abrigará e lhe dará expressão. A Hierarquia planetária, trabalhando sob inspiração da visão Divina tal como está corporificada no Plano, procura evocar uma resposta a este Plano em cada coração humano e, estimulando e alimentando esta resposta, evocar não apenas uma compreensão mental, mas também um desejo de aspiração. Estes, em conjunto, produzirão finalmente o emergir do Plano na terra e assim expressam um fator condicionador nos assuntos humanos.

Quando há um número suficiente de pessoas que estão conscientemente em contato com a suas almas, então o simples peso do seu número, mais a clareza das suas intenções e a sua ampla disseminação pela terra, devem tornar-se necessariamente efetivos. Essas pessoas conduzirão então a mudanças de importância tão transcendental que a cultura futura ficará tão afastada da nossa de hoje, como a nossa, por sua vez, se encontra afastada da dos índios que durante séculos erraram pelo continente americano e de cujos bens a raça branca se apossou.

Esta é portanto a tarefa dos Trabalhadores no campo dos assuntos humanos; despertar as potencialidades do raio da alma na vida de cada ser humano, começando por aqueles cujo equipamento mental e integração alcançada justifiquem a crença de que - uma vez despertados - utilizarão, com certa dose de sabedoria e planejada e construtiva intenção, as novas forças que estão à sua disposição.

As questões que discutiremos primeiro são as seguintes:

Que vantagens psicológicas advirão da compreensão da natureza do raio egoico? Que uso inteligente desse fato poderá ser feito pelos psicólogos, se o raio da alma for determinado e reconhecido?

No início deste tratado apresentamos a proposição geral sobre o valor, para a psicologia, do conhecimento dos raios. Consideramos a possibilidade de haver uma aceitação científica da hipótese da sua existência, mesmo que ^ este reconhecimento seja provisório. Não devemos esquecer que o número de aspirantes aumenta por toda a parte do mundo. Talvez a maneira mais simples de continuar com esse assunto seja enunciar alguns dos resultados que se manifestarão quando o raio da alma for admitido, reconhecido e desenvolvido. Estes serão:

1 - A solução do atual conflito mundial. Este conflito significa agora, no seu sentido material, quase um impasse. Os resultados sobre os seres humanos, dos contatos com a alma e o efeito que se manifesta na vida da personalidade são:

a. Conflito, tumultos, lealdades opostas, luta interna e colisão de pontos de vista divergentes.

b. Uma sensibilidade às ideias. Nas primeiras etapas isto equivale a uma flexibilidade de resposta, que corresponde 'quase à instabilidade, e que produz constantes mudanças de pontos de vista. Isto leva eventualmente a uma sensibilidade à intuição que permite ao indivíduo distinguir rapidamente entre o real e o irreal.

c. Um processo de desapego. E o difícil e penoso processo de estabelecimento das linhas de demarcação entre a alma e a personalidade. A princípio isto produz inevitavelmente separação e interesses opostos, conduzindo mais tarde à submissão dos interesses da personalidade aos do Plano e à absorção dos desejos pessoais nos dos aspectos da alma.

d. Um período de criatividade, produzido pelo terceiro aspecto da alma que é o aspecto criador. Este desenvolvimento produzirá mudanças definidas nos hábitos adquiridos na vida no plano físico do aspirante. Conduzirá o discípulo a consagrar-se a certos tipos de esforços, sintetizados nas palavras "carreira artística".

Estes quatro efeitos da atividade da alma, que são na realidade apenas a afluência da força da alma, através do canal de contato que o homem abriu, revelarão à psicologia as quatro causas principais das atuais dificuldades mundiais. Cada uma destas causas contém, em latência, a sua própria solução. O atual j conflito, a ampla resposta às ideologias extremamente diferentes, a pressão econômica que conduz à depressão material, a comprovada criatividade de todas as artes no mundo de hoje, e um novo padrão de valores são todos problemas que o pensador treinado e o psicólogo têm de enfrentar. Todos estes efeitos condicionantes podem ser observado hoje entre os homens.

2- O emergir de um governo mundial. Este emergir será o resultado destas "cinco zonas de dificuldades" e como consequência de uma mais generalizada compreensão:

a. Das causas de inquietação.
b. Do ponto de evolução alcançado pela humanidade.
c. Das crises que devem inevitavelmente ocorrer quando o homem, o ser humano integrado, reencontrar o homem, a realidade espiritual.
d. Do momento da oportunidade que se nos oferece. Este é o resultado de certos acontecimentos astronômicos, tal como a afluência de energia de um novo signo do zodíaco, e o deslocamento do eixo da terra.

3- O desenvolvimento da nova arte. Esta será a expressão de uma reação sensível às ideias. A arte do passado expressava sobretudo a compreensão, pelo homem, da beleza do mundo criado por Deus, quer fosse a extraordinária maravilha da natureza ou a beleza da forma humana. A arte de hoje é ainda uma tentativa quase infantil de expressar o mundo dos sentimentos, os estados de espírito internos e as reações psicológicas de caráter emocional que governam a maior parte da raça. São contudo, em relação ao mundo de expressão sensória o que os desenhos dos homens das cavernas são para a arte de Leonardo da Vinci. Hoje é no domínio das palavras que mais adequadamente se expressa esta nova arte. A arte da música será a que, a seguir, se aproximará mais da verdade e da revelação da beleza emergente. A arte do pintor e do escultor seguir-se-ão mais tarde. Nenhuma destas é a arte de exprimir ideias criativamente, a qual será a glória da Era de Aquário.

4- A compreensão das doenças dos místicos, ou os males físicos das pessoas altamente evoluídas do mundo. São predominantemente de caráter psicológico e podem permanecer submersas no reino da mente e da sensibilidade ou podem desenvolver-se como efeitos fisiológicos, com base nitidamente psicológica. Estas formas de doenças físicas são as mais difíceis de tratar e são atualmente pouco compreendidas. Quê sabem os investigadores científicos modernos das perturbações neuróticas e psicológicas que são baseadas na integração da personalidade, ou na estimulação excessiva da alma e das que resultam de uma polarização errada? Sobre esta matéria não nos estenderemos aqui, pois o tema é bastante vasto. Pode-se contudo notar que um reconhecimento do raio da alma (quando se faz sentir a sua presença na personalidade) conduzirá, muito frequentemente, a perturbações psicológicas definidas. Seria bom acrescentar-se aqui, uma palavra de advertência. Devemos ter cuidado em não deixar que o nosso desejo de contato com a alma nos faça crer que as dificuldades físicas atuais (se é que elas existem) resultem do contato com a alma. Seria surpreendente se assim fosse. São muito provavelmente o resultado de uma polarização astral, de ignorância e experimentações físicas, e talvez de uma muito rápida integração dos três aspectos da personalidade.

Nestes quatro pontos há suficientes indicações para aclarar, ou pelo menos sugerir duas coisas importantes. Primeiro, que a maior parte dos acontecimentos, senão todos, que se apresentam hoje no mundo, são causados por uma crescente estimulação da alma, à qual a família humana está reagindo, ainda que individualmente os homens não tenham feito um contato com a alma. Esta estimulação é devida a duas coisas:

1- Um grande número de pessoas, e esse número cresce constantemente, estão fazendo contato com suas almas através de intensa aspiração e - em muitos casos - de verdadeiro desespero.

2- A Hierarquia de Mestres está hoje extremamente ativa e isso é devido a duas coisas:

a. A demanda da humanidade que atraiu a Sua atenção continuamente no decorrer das últimas décadas, e que invoca uma inevitável resposta.

b. Uma estimulação da própria Hierarquia planetária, o que levou muitos nas fileiras da Hierarquia a passar por uma das mais altas iniciações. Consequentemente, eles tornaram-se muito mais poderosos e a sua influência é muito mais magnética e radiante.

Se tomarmos os quatro pontos enumerados acima e os aplicarmos ao indivíduo e à raça, encontraremos a resposta para muitas questões e poderá ser notada a potência dos efeitos.

Um estudo do raio egoico, quando corretamente compreendido, dará a chave de tudo o que está acontecendo hoje. Poderíamos dizer que na etapa inicial deste estudo o tema deveria ser abordado como segue:

Uma análise atenta da vida, da qualidade e característica dos aspirantes do mundo deveria ser feita do ponto de vista da investigação moderna, acadêmica e psicológica, mas deveria aceitar-se o fato da realidade da alma como possível hipótese. Partindo desta premissa, o investigador deverá procurar compreender a complexidade da natureza dos homens e mulheres em observação.

Já se fez alguns estudos sobre a psicologia dos místicos (sobretudo os da Idade Média e, portanto, do passado) e foi adquirida alguma compreensão dos fenômenos que experimentaram. Contudo, pouco foi feito em relação aos místicos dos tempos modernos, quanto ao seu equipamento mental superior e ao seu maior conhecimento do mundo.

Nada realmente foi feito ainda em relação à psicologia do ocultista, que não é senão o místico funcionando num plano superior - o da mente. Essas pessoas brilhantes, normais em muitas das suas expressões de vida, mas possuindo alguma coisa mais que as diferenciam dos outros homens. Elevam-se ao ápice da sua profissão, qualquer que ela seja; possuem uma destacada capacidade e habilidade criadora num determinado setor das artes criadoras; são extraordinariamente magnéticas na sua influência sobre os outros; juntam e fundem grupos de pessoas à sua volta.

Este grupo de pessoas adiantadas põe-se cada vez mais sob a influência da energia das suas almas e a elas respondem de forma crescente. Fazem isto, quer seja conscientemente, pela aspiração, meditação e serviço, ou inconscientemente, exprimindo apenas o seu ponto evolutivo e demonstrando o trabalho feito noutras vidas. Este grupo poderia ser considerado, por muitas razões, como supranormal. Os seus membros são frequentemente incompreendidos e é difícil explicar o que são e o que fazem. Dominam nos assuntos do mundo, no plano da arte e nos negócios do mundo e são o grupo guia no mundo de hoje. As suas atividades manifestam-se no governo e nas igrejas. Expressam predominantemente um sentido de responsabilidade, ou um sentido de síntese, ou um sentido de Deus, ou ainda um sentido de beleza, e a psicologia moderna deve responder à seguinte questão: O que é que torna estas pessoas diferentes das outras? A hereditariedade, a oportunidade, o meio ambiente e o estado do sistema glandular, são algumas das razões dadas atualmente, mas a pergunta realmente fica sem resposta e assim continuará até que se chegue a compreender algo do desenvolvimento egoico e do contato com a alma e suas consequências: - estimulação, integração, influxo de energia e o uso desta energia, de acordo com a predisposição do homem e a resposta do seu grupo.

Muito foi dado neste Tratado sobre os Sete Raios que deverá servir para elucidar o problema. O raio da alma do indivíduo, o raio da alma de uma nação, a potência no espaço e tempo de um raio que entra ou que sai - tudo isso proporciona indicações e chaves para entender o problema e deverá eventualmente conduzir a um melhor manejamento do ser humano e do seu equipamento, tanto por si próprio como por aqueles que se esforçam por dirigi-lo.

Algumas vezes pergunto a mim mesmo qual é realmente a forma de aplicar este ensinamento e se a riqueza de informações representa verdadeiro serviço. O conhecimento, quando é dado, deve ser aplicado; deve ter aplicação prática na vida diária. Para todos os que leem estas palavras, tal como saem do meu coração, da minha mente e dos meus lábios, resta o dever de fazer três coisas, que indico na ordem da sua importância:

1- Moldar as vossas vidas diárias com base na verdade comunicada, se é para vós realmente uma verdade. Talvez seja simplesmente interessante, uma linha de estudo fascinante; talvez alguma coisa que lhes agrade obter pela sua novidade e porque é um pouco diferente daquilo que se ensina geralmente; talvez lhes agrade receber essas instruções um pouco antes do resto da humanidade. Todas estas reações têm pouca importância, pois correspondem à personalidade. São talvez as reações mais prováveis para a maioria. Se a sua reação não for além do que mencionei, então estes ensinamentos não são para vocês, pois a responsabilidade que os acompanha é muito grande; mas se tentarem, ainda que seja em pequena medida, aplicar à sua vida a verdade tal como a percebem então eles são para vocês.

2- Construir uma estrutura de pensamento que incorpore este mais recente ensinamento. Poderão - se assim desejarem - ajudar a construir o pensamento-forma do ensinamento da Nova Era. Poderão fazer isto, antes de mais nada, com o seu pensamento; pela aplicação prática de qualquer verdade que possam ter compreendido, à sua vida pessoal, seja qual for o preço a pagar; pelo seu sacrifício e serviço para com o seu semelhante e pela constante disseminação de qualquer conhecimento que possam possuir.

3- Distribuição do ensinamento durante um longo período de tempo. Haverão realizado alguma coisa neste sentido assumindo assim a sua responsabilidade?


b. A Precipitação da Crise

Os planos, tal como os estabeleceu a Hierarquia, relacionam-se essencialmente com duas coisas:

Primeiro, os planos com vistas à estabilização do mundo. Isto é essencial se se deseja que o ser humano encontre o tempo necessário para poder dedicar-se ao desenvolvimento da sua consciência e ao reconhecimento da sua alma. Nestes dois últimos requisitos cobre-se todo o trabalho hierárquico bem sucedido no que diz respeito à humanidade.

Segundo, o programa para o futuro imediato, com os seus ajustamentos do plano físico bem definidos e a sua tentativa para alcançar a colaboração mundial. Porque usamos a palavra "tentativa"? Empregamo-la porque (como tantas vezes declaramos) mesmos os membros adiantados da Hierarquia ignoram a maneira como a humanidade reagirá, ou a qualidade, ou a capacidade das suas realizações finais.

Procurei acima, com cuidado e simplicidade, explicar o propósito imediato do esforço hierárquico, quando o Conselho se reuniu para preparar-se para o futuro. É-nos possível conceber a importância das palavras "para o futuro"? O passado já não existe, não volta mais; o momento fugidio a que chamamos o tempo presente é determinado por esse passado do qual o presente passa a fazer parte no lampejo de um segundo. Foram a preparação para o futuro e o estabelecimento dos planos que abrangerão o destino próximo da humanidade durante a década imediata, que teve grande significado e importância para os Mestres em assembleia, tiveram também de interesse fundamental para qualquer estudante da Sabedoria Antiga e para os discípulos dos Grandes Seres.

Para Nós só é importante aquilo que proporciona o momentum necessário para a ação, e também o que dará ao discípulo ativo do mundo uma visão suficientemente clara e um adequado incentivo que lhe permita trabalhar com sinceridade e compreensão. Isto muitas vezes é esquecido. Muitas coisas se dizem e escrevem nestes dias, alegando-se que provêm dos Grandes Seres, afirmando-se que representam a Sua vontade e a Sua intenção. Isso está baseado numa sensibilidade e reação astrais aos inúmeros pensamentos-forma existentes no plano astral; neles se incluem muitos pensamentos-forma dos Grandes Seres. Estes pensamentos-formas existem necessariamente, e são construídos pela devoção dos aspirantes do mundo e pela sua ambição espiritual egoísta. Eles não são construídos pelos discípulos do mundo, pois nenhum homem é admitido ao discipulado enquanto não tiver superado pelo menos os piores aspectos da ambição pessoal. Esta libertação da ambição prova-se ou expressa-se pela reticência pessoal, pelo afastamento das atividades publicitárias dos aspirantes do mundo, e também pela dispensa de fazer declarações sobre os seus relacionamentos ou status. Faríamos bem em ponderar sobre estas palavras.

Os planos preliminares considerados pelos membros do Conselho Hierárquico podem ser expostos da forma seguinte, considerando-se planos como esferas de cooperação dos Mestres implicados e dos homens que estão resolvidos a servir numa atividade cooperativa:

1- A redução da pressão sobre a humanidade por meio de uma firme estabilização do pensamento mundial. Hoje são os medos do homem - expressos em pensamentos e, por consequência, frequentemente apoiados pela ação - que conduzem ao impasse da guerra e a toda forma de atividade destrutiva. A pressão é criada pelo desejo do homem de melhoramento e também pela precipitação espiritual da alma. E esta atividade dual do superior e do inferior que produz a crise. Quando estas duas atividades se encontram, é claro que não há conflito; mas há, contudo, um sentido de tensão, uma pressão que parece insuportável, e um impasse do qual parece não existir saída. Isto pode ser uma verdade difícil de captar, mas a atual crise mundial é largamente produzida pela fusão destes dois tipos de energias. E com este problema que os Mestres estão hoje a braços. Uma aspiração humana e um estado de luta para um melhoramento conduz a um período em que a necessidade espiritual da parte da massa dos homens se manifesta de três formas:

a. O anseio de melhoria já observado.
b. A organização da mente dos homens, de modo que as novas ideias possam ser captadas e compreendidas.
c. O reconhecimento pelos que estão orientados espiritualmente de que hoje é o dia da oportunidade.

Isto constituirá uma ajuda ou incentivo para um renovado esforço, se observarmos as palavras "o dia" e não "um dia"? Este é um período de enorme importância cíclica.

2- A renovada organização do Novo Grupo de Servidores do Mundo. Em que medida já compreendemos realmente a tarefa deste grupo, ou o que representa fazer parte dele? E um grupo de homens e mulheres que se encontram no Caminho do Discipulado ou no Caminho Probatório e divide-se em dois grandes ramos:

a. Um grupo composto de discípulos que trabalham conscientemente com o Plano e daqueles que, instruídos por eles, colaboram voluntária e conscientemente. Nesta última categoria podemos incluir-nos, se o desejarmos e se estivermos dispostos a fazer os sacrifícios necessários.

b. Um grupo composto por aspirantes e por homens e mulheres conscientes do mundo, que trabalham inconscientemente guiados pela Hierarquia planetária. Estes são muitos, particularmente encontrados em altos cargos, que desempenham o papel de destruidores de formas velhas ou construtores das novas. Não são conscientes de nenhum plano sintético interno, mas desinteressadamente trabalham para satisfazer as necessidades do mundo, da melhor maneira que podem, participando nos dramas nacionais ou trabalhando com persistência no campo da educação. O primeiro grupo está em contato com a Hierarquia planetária, trabalhando, se assim nos podemos expressar, sob a inspiração hierárquica. O segundo, está em estreito contato com as massas de homens e trabalha de maneira mais nítida sob a inspiração de ideias.

O primeiro grupo ocupa-se do Plano na medida em que seus membros têm a visão e percepção da sua essência, enquanto que o segundo trabalha mais precisamente com as ideias que atualmente estão emergindo lentamente na consciência dos membros mais sensíveis da família humana. Estas ideias são gradualmente instiladas na humanidade pela Hierarquia e pelos trabalhadores mais velhos do primeiro grupo. Este é relativamente pequeno e, quando foi comunicada a primeira informação ao Novo Grupo de Servidores do Mundo (incluída mais tarde na brochura "Os Três Próximos Anos"), o número de discípulos conscientes foi indicado como sendo inferior a duzentos. Desde então o seu número tem aumentado materialmente devido a duas razões:

Primeiro, certo número de homens e mulheres estão alcançando a maturidade. Isto desenvolveu neles o reconhecimento da sua posição hierárquica como discípulos.

Segundo, o desabrochar de outros seres humanos e o seu desenvolvimento espiritual como resultado do estímulo e do relativo sucesso do trabalho dos três anos precedentes.

O número de discípulos conscientes no mundo hoje (1939) é cerca de mil. Estamos considerando aqui os discípulos que trabalham de maneira precisa nos grupos dos Mestres empenhados na experiência presente.

Deve-se assinalar aqui que nem toda a Hierarquia planetária, embora conhecendo o esforço atual e, por consequência, participando nos planos do Conselho, está ocupada com o problema da humanidade neste momento de crise. Há muitas outras linhas de atividade, de oportunidade e de empreendimentos evolutivos que devem levar-se a cabo paralelamente ao esforço presente. O trabalho relativo aos outros reinos da natureza (tanto sub-humano quanto supra-humano), e o trabalho de preparação para o período que deve suceder à atual crise, devem ser continuados como habitualmente. Nos mais altos níveis do Novo Grupo de Servidores do Mundo estão representados os muitos setores do esforço hierárquico, mas há, contudo, um largo número de discípulos no mundo de hoje que não estão vinculados de alguma forma aos projetos atuais. Este é um ponto a recordar.

3- O despertar dos intelectuais em todos os países para o reconhecimento da humanidade como um prelúdio para o estabelecimento da fraternidade. A maioria reconhece a unidade da família humana, mas antes que essa unidade possa tomar forma de maneira construtiva, é essencial que cada vez mais homens e mulheres, através do mundo, pensem em derrubar as barreiras mentais existentes entre raças, nações e indivíduos, e que o Novo Grupo de Servidores do Mundo reproduza no mundo externo esse tipo de atividade que a Hierarquia expressou quando desenvolveu e materializou o Grupo. Através da expressão e impressão de certas grandes ideias, os homens de todos os lugares devem ser levados à compreensão das ideias fundamentais que governarão a Nova Era. Esta é a principal tarefa do Novo Grupo de Servidores do Mundo.

Um dos objetivos considerados pelo Conselho em Maio de 1937, foi o método apropriado para aprofundar a força que estas novas ideias devem ter sobre os membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo. Assim, a estimulação da vida espiritual dos membros do grupo e, consequentemente, a sua sensibilidade ao Plano prosseguirá. Então estarão não só conscientemente em contato com os planos, mas estarão ocultamente imbuídos por eles, e desta forma a influência, irradiante do Grupo será grandemente realçada. Isto produzirá uma expressão externa de real importância grupal e de tal necessidade vital que, durante os próximos anos, as novas ideias devem tornar-se os ideais daqueles que pensam, da raça. Se isto não acontecer, a salvação imediata da humanidade deverá ser adiada e resultará inevitavelmente outro período de angústias e de larga disciplinação. E esta urgência que se discute nestas páginas, e foi com esta necessidade imediata e esta grave crise, que a Hierarquia teve que se defrontar no seu Conselho de Maio de 1937.

4- O aspecto final da situação de que trataram os Mestres interessados foi, com efeito, a precipitação de uma crise iminente. Esta precipitação é inevitável e os seus efeitos devem ser previstos e enfrentados de tal forma que os seus resultados catastróficos sejam contrabalançados, e os seus significados subjetivos utilizados plenamente.

Tendo exposto os quatro pontos principais (relacionados com a iminente crise mundial e apresentados no Conselho reunido em Maio de 1937) é necessário observar duas coisas:

1) Que esta crise é iminente e que terá efeitos marcantes na época, por duas razões:

a. O trabalho realizado durante os cinco anos anteriores, segundo as linhas espirituais, foi nitidamente coroado de êxito. Isto provocou um despertar espiritual vital em toda a parte, e foi o resultado da atividade e trabalho do primeiro setor do Novo Grupo de Servidores do Mundo.

b. Os esforços ardorosos do segundo setor do Novo Grupo de Servidores do Mundo teve igual êxito . Essas pessoas são muito mais instrumento da atividade divina do que cooperadores conscientes do Plano.

2) Que os Mestres não estão particularmente interessados na prevenção do desastre que possa ocorrer no aspecto forma da humanidade, ainda que os seres humanos possam considerar desejável tal objetivo. A salvação da forma é apenas incidental para o Plano. O trabalho da Hierarquia está relacionado com a expansão e o despertar da consciência humana, e isso, por sua vez, tem efeito sobre a forma. É possível (e assim o consideram os Mestres) impor tal tensão emocional e pressão mental sobre o mecanismo de expressão humana no plano físico, que as lições não podem ser aprendidas adequadamente porque a tensão física imediata é demasiada intensa para permitir o reconhecimento e a assimilação do significado do acontecimento. Por consequência, os Mestres, quando se reuniram no Conselho de Maio de 1937, tiveram que considerar a maneira de neutralizar a tensão. A humanidade poderia ficar demasiado cansada para reagir, e este fato constituiu um problema definido que a Hierarquia teve que resolver.

Fica, portanto, evidente, se tivermos lido inteligentemente o que acima foi dito, e nos esforçado por sintetizá-lo com os assuntos do mundo, tais como os conhecemos, que os problemas apresentados ao Conselho eram em número de três. Mais do que estes três a humanidade não pode captar, nem os fatos lhes dizem respeito. Certamente houve muitos outros problemas, mas são de tal natureza que não os poderíamos compreender| e não seria possível expressar esses problemas em palavras que tivessem um sentido inteligível para nós. Os três problemas considerados foram:

1. A correta solução da presente crise, de modo que o equilíbrio se pudesse restabelecer.

2. A estimulação do Novo Grupo de Servidores do Mundo a fim de que eles pudessem:

a. Reconhecer a emergência,
b. Definir o Plano mais claramente,
c. Tornar-se mais sensível à impressão interna, subjetiva, espiritual,
d. Fazer os sacrifícios necessários e exigidos para o êxito do Plano,
e. Irradiar mais eficazmente para o mundo da humanidade.

3. Como manter dentro de certos limites as forças que foram postas em movimento desde 1914.

Estas forças são muito numerosas e pode-se indicar a natureza de algumas delas. Contudo, fazemos isso mais para um futuro conhecimento e futura compreensão racional e não porque possamos fazer algo em particular em relação a elas. Vou enunciá-las, e se lermos com o olho da visão interna e com a nossa intuição alerta e desperta, talvez possamos captar alguns dos problemas apresentados ao Conselho. Não é possível alargar-me sobre essas forças, nem as podemos interpretar. Podemos simplesmente afirmar o que são fatos para a Hierarquia, mas que para nós poderão apenas ser hipóteses, suposições interessantes ou quimeras:

1. As forças acumulativas da grande Era de Peixes - poderosas, fundamentais e, atualmente, destrutivas. As massas não esclarecidas reagem a estas forças, as quais constituem, para elas, a linha de menor resistência. Quando dizemos as massas, referimo-nos a todos aqueles que na realidade não pensam, mas que creem e aceitam as coisas nos níveis mais baixos de consciência.

2. As forças que entram da Era Aquariana. Estas estão produzindo um efeito vasto e generalizado sobre os éteres que circundam a terra, sobre a vegetação de todos os lugares, sobre as águas do planeta, e sobre todos os seres humanos do mundo atual que estão aprendendo a pensar. A inspiração de Aquário está sendo registrada por todos aqueles que se encontram sob a influência das assim chamadas novas "escolas de pensamentos". A interpretação dos ideais percebidos pode estar errada, mas o poder de resposta às novas forças está lá, e o efeito que produzem na mente e no cérebro, é real e duradouro. Um dos primeiros efeitos é a estabilização da reação emocional.

3. As forças influentes e poderosas que afluem hoje das grandes estrelas Betelgeuse e Sirius. Os discípulos do mundo que se encontram nas fileiras avançadas do Novo Grupo de Servidores do Mundo, reagem definitivamente a estas duas influências, que estimulam o centro cardíaco (Betelgeuse) e o centro da cabeça (Sirius). O efeito secundário destas energias produz-se sobre o reino mineral, especialmente sobre o ouro e sobre esse enigma, o dinheiro.

4. As forças venusianas de grande poder atuam igualmente sobre o nosso planeta. Relacionado com isto sugeria que os astrólogos dessem mais atenção à atividade e influência de Vênus. Dá-se muita ênfase, nos atuais horóscopos, a Saturno e Marte. No futuro, importância igual terá de ser atribuída ao planeta Vênus, que na Era de Aquário, suplantará Marte como influência básica.

5. As forças da entidade planetária que começa a despertar do seu longo sono e que causa por isso, grande número de fenômenos físicos e cataclismos, presentemente. Sobre isto nada temos a fazer senão registrar o fato.

6. A energia da Hierarquia unida do planeta que ultimamente efetuou uma das suas "Grandes Aproximações" ao plano físico. Isto acarreta, forçosamente, uma afluência mais poderosa, significativa e rápida da força da Hierarquia, com a subsequente estimulação dos centros mais elevados nos filhos dos homens que alcançaram o ponto de evolução que os torna suficientemente próximos das suas almas para serem afetados. Estão mentalmente polarizados e, por consequência, reagem poderosamente a esta influência.

7. A energia do Novo Grupo de Servidores do Mundo que (há cerca de dez anos) era um fator relativamente insignificante, embora presente, mas que constitui agora uma força crescente que se deve levar em conta. Sob certos ângulos, a energia deste grupo é a esperança do mundo, e aumentar essa potencialidade é a tarefa com que nos deparamos hoje.

8. Temos também a poderosa influência vibratória de importantes homens e mulheres que estão hoje ativos nos assuntos mundiais. Do ponto de vista da Hierarquia e do uso da energia espiritual, consideram-se esses homens e mulheres como portas para a vida humana, porque através deles pode ser expressa a energia de grandes almas do mundo, potências mundiais e Mestres. Há grande número deles, e uma das tarefas do Conselho é equilibrar essas forças de maneira que elas não perturbem o equilíbrio mundial além do ponto em que o restabelecimento desse equilíbrio seja possível. Os estudantes devem recordar que um Mestre inevitavelmente corre certos riscos e contingências quando Ele "inspira ocultamente" uma alma e impele o homem a colaborar inconscientemente com o Plano. Contudo, devemos recordar que nem um Mestre deve infringir a liberdade humana. As vezes um discípulo ou um membro do Novo Grupo de Servidores do Mundo (falando metaforicamente) toma o freio nos dentes, causando desastre e, com frequência, a destruição temporária da parte do Plano que lhe havia sido confiada.

9. Certas forças que (devido à nossa ignorância e falta de perspectiva) chamamos forças malignas ou negras. Em léxico mundano tais forças estão vinculadas com aquilo que se considera o lado negro da natureza e da energia. São manejadas por grandes e poderosos seres humanos, a maioria dos quais não está encarnada no plano físico. Trabalham do plano astral e principalmente por meio de grupos. Estes, - compostos por homens ignorantes, inseguros, egoístas e ambiciosos - fornecem um campo fácil para os seus esforços. Por este trabalho qualificado de maligno o indivíduo comum não é responsável, se bem que usualmente haja no grupo pessoas premeditadamente ambiciosas e egoístas. Ainda que a sanção individual seja leve, a responsabilidade individual limitada, a eficácia do método é, contudo, bastante grande. O resultado apresenta-se sob a forma de obsessão grupal, o que é coisa relativamente nova, mas que na atualidade ocorre com frequência.

Essas são algumas das forças que produzem e constituem o problema mundial, e com as quais o Conselho teve de se ocupar. Todas estas forças estão hoje atuando sobre a humanidade, e este turbilhão de energias está lançando a humanidade num período de nítida destruição caótica, a menos que os Mestres de Sabedoria, trabalhando através do Novo Grupo de Servidores do Mundo em ambos os seus setores, possam deter o processo e pôr ordem num mundo desolado e agonizante.

Por consequência, o Conselho da lua cheia de 1937 foi de real importância e significado vital. Assim como a lua cheia de Maio de 1936 viu o esforço dos Mestres e do mundo de discípulos para se aproximarem mais uns dos outros, e assim estabelecer uma relação mais estreita, do mesmo modo a lua cheia de Maio de 1937 foi testemunha do estabelecimento de certas linhas de atividade que, se forem corretamente captadas e desenvolvidas na manifestação física, poderão mudar nitidamente a presente situação mundial exotérica.

Foi dado também novo estímulo ao Novo Grupo de Servidores do Mundo, de modo que a sua integração grupal possa tornar-se cada vez mais eficaz e que a vida pessoal dos membros do grupo se torne definitivamente mais consagrada e mais dedicada à humanidade, e com maior influência no campo de serviço. Na lua cheia de Maio de 1936 evidenciou-se um esforço interno subjetivo e espiritual. Isso constituiu um grande êxito. A lua cheia de Maio de 1937 estabeleceu e estabilizou o efeito externo e exotérico, de que o esforço anterior foi, natural e automaticamente, a causa. Contudo, o problema continua a ser o mesmo, poderá a condição interna, espiritual, idealista, subjetiva e percebida, ser tão claramente formulada e considerada que nada possa impedir a sua materialização por meio de alguma forma viva e construtiva sobre o plano físico? Poderá a integração interna do Novo Grupo de Servidores do Mundo expressar-se exotericamente?

Um período prolongado de momentos semelhantes e pontos perigosos pode, contudo, constituir por si próprio uma crise grave. Ativar as cinzas ardentes (se prolongada durante muito tempo) acabará eventualmente por conduzir a uma conflagração. Que se poderá fazer então para instituir as harmonizações e compreensões exteriores (baseadas na inspiração interna) que ponham fim a este ciclo de pontos perigosos, e permitam tranquilizar a consciência racial para que se entre num período de calma e liberdade?

A Hierarquia está fazendo tudo que é possível, mas de acordo com o plano de desenvolvimento da raça ariana, a atividade necessária para levar a cabo o trabalho criador deve ser iniciada e levada adiante por discípulos no mundo externo e aspirantes no Caminho do Discipulado, os quais captam as necessidades do mundo e procuram cooperar com ardor. É, portanto, uma coisa que exige, no futuro imediato, uma ação clara e eficiente.

Quando se considera o Novo Grupo de Servidores do Mundo nos seus inúmeros departamentos - espalhados por todo o mundo e abarcando em cada nação os buscadores zelosos e verdadeiros - pode-se ver um grupo de homens e mulheres cujo número e esferas de influência são perfeitamente suficientes para produzir as mudanças desejadas, sempre que eles estejam suficientemente interessados e preparados para fazer os sacrifícios necessários, e dispostos a fazer desaparecer as suas diferenças de organização na atividade requerida que possa salvar o mundo, educar a raça sobre alguns fatos essenciais, simples e fundamentais e cooperar assim entre elas de maneira a que surja um movimento interno unido, operando através de grupos externos separados.

A Hierarquia celebrou o seu Conselho durante a semana da lua cheia de Maio de 1937. Ela traçou os seus planos para a ajuda da humanidade. Ela mobilizou e agrupou todos os meios subjetivos possíveis, e todas as formas disponíveis de energia, para estimular a consciência humana nas linhas corretas. Impressionou nos discípulos e aspirantes de toda a parte, a necessidade de fazer novos e renovados esforços. Mas o desenvolvimento e o real funcionamento dos planos estabelecidos, e a própria aplicação em expressão detalhada das medidas dos melhoramentos previstos, devem ser levados a cabo pelo Novo Grupo de Servidores do Mundo e pelos homens de boa vontade em todo o mundo. E apenas pelo esforço conjugado das pessoas de natureza pacífica, e livres do ódio, que as forças da destruição podem ser contrabalançadas. Estas forças foram necessárias e úteis, mas a tarefa que deviam realizar, acabou, e aquilo que não é necessário converte- se, por seu turno, numa ameaça e fonte de perturbações.


c. Escalonamento dos Métodos Hierárquicos

Uma das primeiras coisas que é necessário realizar, é a execução, no plano físico, de alguns dos empreendimentos que a Hierarquia realiza no lado interno da vida. Por exemplo, cada departamento e secção da Hierarquia trabalha hoje, em conjunto, como uma unidade. Embora nem todos os Mestres e os Seus grupos se ocupem - como já foi dito antes - dos problemas imediatos da crise humana, subjetivamente todos se ocupam da tarefa de trazer ordem ao caos, e trabalham em conjunto (cada um na Sua própria esfera de ação e na mais estreita compreensão mental), de modo que não há realmente interesses ou grupos separados, nem diferenças de opinião - não importa quais sejam as Suas diversas atividades ou empreendimentos específicos. Esta situação deverá ser também reproduzida, se possível, no plano externo da vida física.

Não se pode obter unanimidade total, nem subordinação completa dos interesses individuais e de grupo ao movimento geral para a compreensão e estabilização mundiais, por causa das ambições egoístas dos líderes de grupos e dos instintos separatistas dos trabalhadores mais antigos, que influem indevidamente sobre os demais membros dos grupos. Contudo, uma reaproximação nitidamente mais estreita é muito mais possível hoje do que em qualquer época anterior, e podem fazer-se progressos reais para a compreensão mútua, se um número suficientemente grande de discípulos e aspirantes do mundo o desejarem e estiverem dispostos a participar em tal esforço e tentarem organizar essa estreita união e movimento em comum, para a compreensão espiritual. Isto significa necessariamente uma reformulação do ideal por cada aspirante e discípulo individualmente. Isto implica uma nova consagração de cada um à urgência imediata do Plano e ao apelo que chega aos seus ouvidos, vindo das angústias do mundo. Implica formulação individual dos ideais - percebidos clara ou vagamente - em termos de sacrifícios e atividade resultante. Estas últimas palavras indicam a atitude requerida e as suas consequências necessárias.

Portanto, uma das primeiras coisas que prestaria um serviço imediato à Hierarquia de Mestres (que é o mesmo que dizer: à humanidade) é um esforço generalizado para entrar em contato com cada líder de grupo nas diversas vilas, cidades, países e continentes. Isto refere-se a todos os líderes de grupo sensíveis ao que poderíamos chamar "a doutrina da boa vontade", e que poderiam ter a visão do ideal da unidade grupal, ideal a levar para diante, sem perturbar a atividade normal externa do grupo. Isto implica o reconhecimento do ideal comum; a vontade de aplainar as diferenças, (mesmo que seja apenas temporariamente) e de realçar os pontos de contato. Muitas pessoas estão dispostas a fazê-lo durante o período de emergência, como experiência interessante; e assim esforçar-se por prosseguir durante um tempo limitado e determinado, num esforço conjunto para difundir a boa vontade e a compreensão, e assim acabar com o ódio no mundo. Isto também implica a vontade de cooperar com todos os outros grupos, dentro de um determinado raio de contato e no abandono temporário das ambições e métodos pessoais, com o objetivo de enfrentar a imperiosa emergência que a humanidade tem ante si.

A base do possível sucesso de tal esforço consiste no fato de se encontrar sempre um membro do Novo Grupo de Servidores do Mundo, dentro de cada grupo. Com isso podemos contar, e podemos também estar seguros da força de integração interior provocada por esses "pontos de contato" sintetizadores.

Outra razão para presumir que o êxito está assegurado está no fato de que tal esforço será apenas o funcionamento, no plano físico, daquilo que os Mestres de Sabedoria, (distintos no que respeita aos Seus campos de serviço específicos no que concerne aos Seus métodos, extremamente diferentes quanto aos Seus Raios e antecedentes do desenvolvimento evolutivo) já estabeleceram. Esta tentativa unânime de todos nós será, portanto, a repetição ou a expressão paralela de um fato interno subjetivo. Um dos fatos em pauta do Conselho referia-se a como poderiam Eles estimular mais eficazmente o Novo Grupo de Servidores do Mundo para que este, por sua vez, percebesse a visão claramente, trabalhasse com otimismo renovado, e produzisse assim na terra a contraparte da organização interna espiritual.

O problema que os discípulos e aspirantes mundiais têm de resolver hoje, é o de procurar as possibilidades e processos apropriados, por meio de um mais específico e definido "empurrão " ou atividade organizada para chegar aos líderes dos grupos de toda a parte. Seria bom discutir as vias e os meios capazes de conduzir estes chefes a uma atividade conjunta, sem interferir nos propósitos, lealdades e obrigações dos seus grupos individuais.

Este esforço requer um trabalho cuidadoso. Com isto quero dizer um trabalho mental ponderado, uma reflexão subjetiva, uma visualização organizada e um significativo sacrifício. Já foram dados os primeiros passos nesta direção e a mesma ideia geral pode ser difundida por outros lugares e desenvolvida cuidadosamente. A integridade grupal, a lealdade e os propósitos devem ser preservados, mas é preciso invocar-se a cooperação entre os grupos para realizar a tarefa de difundir a energia curativa da boa vontade que, como já se fez notar claramente e com razão, constitui o princípio ativo da paz. É de paz - e não de um pacifismo inerte - que necessitamos hoje.

Em segundo lugar, deverá delinear-se um plano de tal natureza que as diversas sociedades que promovem a paz possam, pelo menos temporariamente, ser impulsionadas a uma atividade aliada e paralela. Aos líderes das organizações pela paz poder-se-ia apresentar um programa definido e temporário e pedir-lhes a sua cooperação.

Este programa de unificação de esforços dos grupos mais avançados do mundo exigirá sacrifícios e compromissos aceitáveis de ambos os lados, de nossa parte e dos líderes de tais grupos, mas onde exista sinceridade de propósitos (e há muita), onde haja vontade para reconhecer a necessidade de mudar técnicas e terminologias, então poder-se-á progredir definitivamente e engrossar grandemente as fileiras dos homens e mulheres de boa vontade, organizados sob o impulso hierárquico. Não é necessário discutirmos detalhadamente os métodos que se deverão empregar. Aqueles que respondem a este apelo conhecerão os métodos que deverão seguir. Cabe àqueles de nós que reconhecemos a validade deste apelo, cooperar e ajudar, ou saber claramente porque não o fazemos.

A Hierarquia trabalhará durante os próximos anos, principalmente por meio de três grupos de Mestres que se encontram no primeiro, segundo e terceiro raios. Os do primeiro raio ocupam-se das personalidades destacadas do governo do mundo, pois todos eles estão sujeitos à impressão das suas almas e cumprem o seu destino individual, influenciando as suas nações de acordo com as linhas do destino nacional. O período de intenso, e aparentemente destrutivo reajustamento tem sido drástico e necessário. Isto não pode ser esquecido. Naturalmente ter-se-ão cometido erros nas técnicas e muitas vezes infringida a lei do amor. Algumas vezes, porém, o amor do aspecto forma da consciência foi interpretado como sendo sincrônico e semelhante à lei do amor, por críticas quanto aos métodos empregados. Isto é compreensível. Mas o tempo dos grandes reajustamentos nacionais deve acabar dentro em breve, e assim os processos de realinhamentos necessários, serão completados.

Isto deverá então inaugurar um período de renovadas relações em vasta escala mundial; deverá ver-se o começo do estabelecimento de amizades e de uma nova era de apropriados e construtivos contatos mundiais. Até agora isso nunca fora possível em grande escala, devido à humanidade não ter sofrido bastante e, portanto, não estar adequadamente sensibilizada ao sofrimento dos outros. Não possuía uma integração interna como é agora possível ter, graças aos nossos desenvolvidos meios de comunicação, e à crescente sensibilidade telepática. Os abusos da lei da existência não tinham sido geralmente reconhecidos e conhecidos pelo que são, por um número suficiente de pessoas. O trabalho realizado pelas grandes influências do primeiro raio está em vias de mudar tudo isso rápida e materialmente; e como resultado das lições aprendidas, a estrutura da nova civilização tornar-se-á possível.

O trabalho dos Mestres do segundo raio intensifica-se agora, e os construtores da nova civilização - que trabalham por meio das organizações religiosas, sistemas educacionais de todas as nações e o grande exército de homens e mulheres pensadores - podem começar a fazer sentir definitivamente a sua presença. É principalmente neste departamento que o trabalho do Novo Grupo de Servidores do Mundo pode ser observado e desenvolvido.

Pode-se perguntar se não estamos omitindo o reconhecimento da existência de milhões de seres não esclarecidos - um pesado fardo sobre os ombros dos líderes da raça - e que estão subjugados quer pelo medo, quer pela pobreza imposta (sim, é este o termo apropriado) ou pela arregimentação. Estes constituem (como é fácil reconhecer) uma ameaça ajaezada mas cujos arreios, estão sendo continuamente gastos pelo uso e, quando as correias deslizarem ou se romperem, é difícil prever quais serão os resultados. A besta selvagem enjaulada dos não-esclarecidos - e consequentemente, inocentes seres humanos - que trabalham sem direito ao prazer ou descanso, que são sub-alimentados e explorados, não pode indefinidamente ser contida. A única esperança do mundo é que as pessoas esclarecidas e responsáveis reajustem as relações mundiais, as condições e a situação econômica do mundo, a fim de que a eliminação dos abusos traga a prosperidade e não prevaleça nem se estenda a miséria que está rapidamente alcançando o ponto de ebulição. Não esqueçamos, se isto parece muito otimista, que uma só luz, mesmo pequena, pode iluminar toda uma área.

As influências do segundo raio estão, portanto, fluindo através das instituições e grupos educacionais dos agrupamentos religiosos, e de todas as pessoas que podem visualizar as possibilidades superiores e o mundo dos valores e dos significados espirituais. Isto está sendo feito na esperança de que seja possível tomar uma posição unida e produzir uma síntese de esforços; o que, por seu turno, produzirá uma verdadeira estabilização mundial.

Os Mestres do terceiro raio trabalham diligentemente no mundo dos negócios e das finanças através daqueles que estão animados pelo espírito de serviço desinteressado - e esses são muitos. É um novo campo de esforço espiritual. Não é possível entrar em detalhes, em curto espaço, sobre os métodos e planos da Hierarquia, nestes momentos de crise e de emergência, relativamente ao campo do dinheiro, e do seu significado e emprego correto. O método geralmente empregado é o de inspiração e apresentação de momentos de crise. Estes momentos oferecem oportunidade para a atividade de certos discípulos, e assim tornar-se possível que os grupos ou as nações implicadas aprendam a lição necessária. A técnica utilizada pelos Mestres do terceiro raio é a de desenvolver a mente dos aspirantes e dos pensadores no domínio específico dos negócios, de modo que possam pensar em termos para além dos seus próprios interesses egoístas e comerciais. Estão também sendo arranjados contatos entre os membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo e os homens proeminentes que trabalham em empresas econômicas, oferecendo-lhes assim oportunidades para certos reconhecimentos e cooperação bem definida. Estes são os métodos que nos dizem respeito. Existem outros métodos subjetivos e espirituais que são empregados, mas que não nos dizem respeito. Se fossem largamente detalhados só serviriam para nos confundir.

Repetimos aqui com insistência que o melhor método pelo qual podemos interessar-nos, e que constitui o instrumento mais poderoso nas mãos da Hierarquia espiritual, é a difusão da boa vontade e a sua fusão numa força unida e operante. Esta expressão é preferível às palavras "organização da boa vontade". A boa vontade é hoje um sonho, uma teoria, uma força negativa. Deverá desenvolver-se até constituir um fato, um ideal que funcione e uma energia positiva. Esse é o nosso trabalho e somos chamados a cooperar para o realizar.

A tarefa que o Novo Grupo de Servidores do Mundo enfrenta é vasta, mas não é impossível. É absorvente, mas como constitui um modelo de vida que se impõe, pode ser executada em cada aspecto da vida diária de uma pessoa. Somos chamados agora a servir de maneira intensa durante um período de anos, a viver de uma maneira que não é normal e a aceitar uma responsabilidade que conhecíamos há muitos anos, mas que não assumíamos. O nosso interesse foi poderosamente evocado, mas não foi demonstrado como devia ter sido. A necessidade de cooperação foi claramente expressa pelo lado interno, e pelos líderes e trabalhadores do Novo Grupo de Servidores do Mundo. Nós respondemos com alguma ajuda, mas não com sacrifício; demos certa assistência, mas isso constitui o mínimo e não o máximo possível (exceto naqueles casos em que a assistência foi verdadeiramente sincera e reconhecida). Foi-nos dito que os membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo trabalham em todas as nações para aí expandirem a boa vontade, a compreensão mundial e a unidade religiosa. Esta ideia foi reconfortante e nos temos apoiado em seus esforços - os esforços duns poucos fortemente pressionados.


d. A Urgência da Necessidade e como Satisfazê-la

Novamente temos de reconhecer - a urgência é grande. A emergência ai está presente e poderemos mudar a face dos assuntos do mundo no espaço de alguns anos, através do esforço espiritual comum, devotadamente realizado, sabiamente ajustado às necessidades locais fundido largamente com todos os esforços semelhantes que possam estar se efetuando, cooperativamente, em cada país, com as forças de construção nacionais, religiosas e econômicas. Se não houver uma mudança apreciável nas relações humanas, então não haverá muita esperança de êxito imediato desse esforço unido, que conduzirá à estabilização mundial, à compreensão inter-racial e internacional, à interdependência econômica e à boa vontade universal; pois é a boa vontade dos grupos poderosos para com a humanidade e, por consequência, para com as massas, e a boa vontade dos intelectuais e da classe média influente, que produzirá as mudanças necessárias e inteligentes que podem afetar todos os seres humanos. Atualmente a esperança do mundo reside no desenvolvimento da boa vontade - não na paz como se interpreta usualmente a palavra, isto é, como significando meramente uma liberdade forçada pela guerra, e um pacifismo imposto como expediente, mas na cultura do espírito da boa vontade, aplicado inteligentemente e desenvolvido, com determinação, na estrutura mesma da vida individual e nacional.

Temos aqui duas formas de encarar o problema. Submetemo-las ao exame de todos aqueles que atualmente são trabalhadores ou líderes do Novo Grupo de Servidores do Mundo, ou que desejam vir a pertencer a este grupo. A consideração seguinte é a de saber como é que estas ideias podem ser compreendidas inteligentemente? Como poderão elas evocar a cooperação dos aspirantes e discípulos de todo o mundo?

Permitam-me dizer o que creio ser possível, e o que se pode fazer se nós - todos e cada um - enfrentarmos a oportunidade oferecida, com base na responsabilidade e considerarmos o nosso serviço mundial nesta crise como uma parte necessária da nossa vida espiritual, exigindo de nós, apesar disso, tudo que temos, e mais ainda: aquele esforço extra, supremo, que significa sucesso em cada caso. Esse esforço suplementar e a resposta à demanda de plena cooperação, foi dado por muito poucos de nós. Se o que se expõe aqui é verdade, e se o que conhecemos dos assuntos mundiais apresenta um quadro verídico das atuais condições do mundo (ainda que atenuados), então qualquer homem ou mulher inteligente certamente verá a necessidade do esforço e do sacrifício de cada unidade, componente do todo grupal para promover a boa vontade, como fator terapêutico (talvez o único) na humanidade.

As seguintes sugestões são oferecidas àqueles que procuram juntar-se a este serviço.

Os grupos de meditação devem conduzir sua meditação de tal forma que a fusão interna possa acontecer provocando o despertar do centro do coração de cada um dos seus membros, e o consequente estímulo para, no dia a dia, viver para amar, dar e estimular os seus semelhantes.

A sós e nas reuniões grupais poderia recitar-se a Grande Invocação, finalizando com as palavras:

"Que assim seja e ajudai-nos a cumprir a nossa parte".

Alguns aprenderam a pronunciar estas palavras com um sentimento intenso, levantando as mãos unidas acima da cabeça, depois - na última palavra - fazendo-as descer para a testa a seguir para o coração. Estes gestos são, simbolicamente, o elevar o coração, a vida e a consciência até à divindade e a subconsequente e consequente afluência da vida espiritual na personalidade - o instrumento por meio do qual a alma amante deve manifestar a expressão de boa vontade.

A ênfase é dada sobre o centro do coração e na necessidade de manter ali as forças (o que é simbolizado pelo gesto das mãos unidas mantidas sobre o coração), porque o coração é o centro de amor, dador de energia e distribuidor de vida.

Não devia ser necessário repetir o que deve ser feito, como cada um deve dar de si mesmo, ou de que forma pode contribuir para ajudar a humanidade. A questão foi clara e nitidamente apresentada. A responsabilidade agora cabe aos que receberam a mensagem. Só resta observar que não se poderá realizar o trabalho, nem materializar os planos da Hierarquia, enquanto aqueles a quem se mostrou o caminho, e que já o conhecem, não consagrem sem reservas tudo o que possuem para ajudar o mundo no seu momento de necessidade. Se isto não se fizer no futuro imediato, então se procurarão meios talvez mais drásticos para realizá-lo.

Não há muito tempo, numa reunião dos Grandes Seres, foi feita a seguinte pergunta: "Que podemos fazer? Pois é preciso fazer face a esta emergência". Caiu sobre a assembleia o silêncio. Este durou muito tempo e depois todos responderam como se fossem uma só pessoa, tal era a unanimidade:

"Procuraremos tocar novamente o coração dos homens com amor, de modo que aqueles que sabem, amem e doem. Vamos nós próprios dar amor".

O acima citado pode ser a afirmação de um fato ou simplesmente uma forma simbólica e alegórica de nos ajudar a compreender a nossa necessidade. Cabe a nós decidir. Contudo, algumas pessoas poderão pronunciar as seguintes palavras todas as manhãs durante a meditação ou na reafirmação do meio dia:

"Estou ciente da necessidade, Oh Senhor da Vida e do Amor. Toca o meu coração novamente com amor para que eu possa também amar e dar".

Que nós, em entrega completa dos nossos desejos e anelos pessoais, nos unamos na tarefa comum de conduzir a humanidade aos campos da paz! 

Aproximo-me portanto de vocês aspirantes conscientes, a quem posso falar com plena liberdade e sem necessidade de escolher as minhas palavras, para fazer-lhes antes de mais nada duas perguntas:

1. Aceitam, com toda a sinceridade, a situação tal como eu a defini?
2. Sobre que ponto, neste momento, colocam a ênfase da vossa vida?

A resposta a estas duas perguntas, à luz da alma e da sinceridade pessoal, esclarecerá grandemente as suas mentes e a sua maneira de viver e de trabalhar. Também indicará Aqueles que servem o Plano de Deus do lado subjetivo da vida, ou nas linhas de compreensão e significado espirituais, quem são os servidores, os aspirantes e os discípulos, com os quais é possíveis contar neste momento de crise mundial, pois sobre nós encontra-se uma crise mundial. Se a urgência do momento é a quê indicamos e se os próximos anos forem decisivos e condicionarão e determinarão a situação mundial até 1975, então é necessário que cada um faça o seu próprio inventário e transforme as suas teorias espirituais e os seus anelos humanitários em Fatos demonstrados na vida diária.

As linhas de clivagem mundial estão tornando-se mais claramente definidas e a humanidade está lentamente dividindo-se em três grupos ou campos, como se observa pelo lado subjetivo da vida. Estes são:

1. O grupo formado por aqueles que sincera, violenta e ativamente são partidários de certas ideologias básicas e bem conhecidas que podemos classificar como nazifascistas, democratas e comunistas. Tais são as ideias principais predominantes nas nações mais destacadas do mundo, e pelas quais estão dispostos a lutar, se for necessário.

2. As massas relativamente aquiescentes que debaixo de regimes que endossam as ideologias citadas vivem, amam e procuram compreender alguma coisa do que lhes está acontecendo e que aceitam a lei familiar ou recentemente imposta, com submissão, e muitas vezes de forma bastante ignorante, desde que possam comer, dormir e reproduzir e que os assuntos ordinários da vida continuem segundo as linhas usuais.

3. Um grupo que cresce com rapidez, formado por aqueles que são conscientes dos outros grupos, que apreciam o idealismo e o esforço que realiza o primeiro grupo, e que reconhecem também o desamparo das massas. Estão dispostos a fazer todo o possível para ajudar a restabelecer o equilíbrio no mundo e iniciar uma cooperação, unidade e compreensão, em ampla escala mundial. Estes são os homens e mulheres de boa vontade a que me tenho referido tantas vezes nos meus escritos.

Por detrás destes três grupos, encontra-se outro grupo interessado neles todos igualmente. Numericamente é menor, mas é potente espiritualmente e é composto por aqueles que trabalham para desenvolver conscientemente o Plano de Deus na terra. Trabalham em contato com o Plano e têm um profundo conhecimento da tendência geral do impulso evolutivo; dirigem as forças do mundo para os canais correspondentes e são assistidos nos seus esforços pelo Novo Grupo de Servidores do Mundo. Estão todos consagrados a estabelecer o reino de Deus na terra, para o qual o mundo está maduro e cuja vinda foi predita por todas as grandes religiões do mundo. Nada pode deter o aparecimento desse reino.

Repeti abreviadamente este alinhamento das forças que prevalecem hoje na humanidade. Se refletirmos um pouco, veremos que praticamente cada ser humano pode colocar-se em algum desses agrupamentos ou categorias.

Seria interessante que procurássemos captar durante alguns segundos o ponto de vista dos líderes da raça, da Hierarquia planetária, do Cristo e da Sua igreja.

Estes trabalhadores observam um mundo angustiado e cheio de dor. Os problemas econômicos avolumam-se ameaçadoramente, e em muitos casos constituem um fator determinante. Num mundo de abundância, os homens morrem de fome por toda a parte, ou subsistem lamentavelmente desnutridos, enquanto que os outros seus semelhantes, no mesmo país, têm demais e aferram-se aos bens e, para os manter cometem frequentemente crimes. Num mundo cheio de atividade há homens que se veem forçados a uma inércia detestada devido ao desemprego. Milhões de homens e mulheres não têm nada que fazer e vivem do socorro alheio, da caridade de pessoas bem intencionadas ou do crime, mas os seus corações sofrem (consciente ou inconscientemente), porque é-lhes negado o direito de todo ser humano de viver, trabalhar e de autc-manter-se. Num mundo em que os homens desejam a paz e a oportunidade de viver felizes nos seus próprios países ou noutros, as nações armam-se ou fortificam as suas fronteiras num esforço para alcançar a segurança que lhes permita viver sem sobressaltos, ao abrigo dos ataques, ou para impor as suas ideias aos seus compatriotas ou aos das outras nações. Num mundo de religiões organizadas, vê-se o mesmo caos. As Igrejas de todos os países fazem esforços desesperados para freneticamente conservarem o seu domínio - espiritual, mental e econômico - sobre os povos, mas perdem terreno, porque os tempos do domínio da casta sacerdotal realmente terminaram, como também o da dinastia autocrática. O trabalho das grandes religiões do mundo teve êxito notável e foi levado a cabo até à desejada consumação, e agora, a nova religião mundial, que é a do reino de Deus, está nitidamente a caminho.

Assim é o lado sombrio do panorama, e é sem dúvida escuro, e os homens encontram-se perturbados e sentem que não estão seguros em parte alguma. A atual situação mundial contém as sementes de enormes dificuldades e a catástrofe ameaça os povos, como sucedeu já três vezes no passado, embora em menor escala. Tudo isto pode contudo, ser evitado, se aqueles que conhecem a meta e têm a visão e as possibilidades emergentes unirem as forças e - pelo poder do amor e do sacrifício - anularem as forças do ódio e da morte.

Quando aqueles que guiam e ensinam do lado interno da vida, observam o mundo, veem em cada país, em cada raça e em cada grupo religioso - assim colorindo cada escola de pensamento ou ideologia (econômica, política e religiosa) - aqueles que são impulsionados pelo amor aos seus semelhantes e são animados por um desejo sincero de assegurar o seu verdadeiro bem estar. Desejo neste ponto, acentuar o seguinte:

As filiações políticas e religiosas de um indivíduo podem ser fortemente mantidas e inspirar a sua verdadeira lealdade, o que não o impedirá de tomar parte ativa nos trabalhos do Novo Grupo de Servidores do Mundo. Também não o impedirão de atuar ativamente em favor da boa vontade mundial, nem constituirão barreiras a essa sensibilidade espiritual que o torna suscetível à impressão superior interna.

Os servidores da Hierarquia espiritual e os discípulos do mundo encontram-se em todas as nações; são leais à ideologia dessa nação ou às tendências políticas de pensamento ou governo; os membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo abraçam todos os credos políticos e reconhecem a autoridade de todas as religiões imagináveis. As pessoas de boa vontade podem ser descobertas atuando em todos os grupos, qualquer que seja a sua ideologia, credo ou crença. A Hierarquia não procura cooperadores numa determinada escola de pensamento, corrente política ou governo. Ela encontra-os em todos os agrupamentos c coopera com todos. Isto tenho dito frequentemente e contudo, custa-se a acreditar, pois a maioria está plenamente convencida que a sua crença peculiar e a sua aceitação particular da verdade é indubitavelmente a melhor e mais verdadeira. Sê-lo-á para vocês, mas não para o seu irmão de outra crença, nação ou religião.

Desta forma, como sabem, encontramos membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo disseminados por toda a parte. São os únicos agentes que a Hierarquia decidiu utilizar neste momento e a eles confiou a seguinte tarefa:

1. Restaurar o equilíbrio mundial por meio da compreensão e da boa vontade.

2. Levar a harmonia e a unidade aos homens e às nações pela revelação da boa vontade generalizada e existente em toda a parte.

3. Precipitar, mediante a percepção espiritual e a interpretação correta, o reino de Deus na terra.

Esta é uma tarefa gigantesca, mas não impossível, desde que haja aspiração e sacrifício unidos e inter-relação de três grupos:

1. A Hierarquia planetária, que é a Hierarquia espiritual chamada no Ocidente o reino de Deus.

2. O Novo Grupo de Servidores do Mundo, ou os discípulos e aspirantes e os intelectuais espirituais do mundo.

3. Os homens e mulheres de boa vontade que se encontram em todos os lugares.

A tarefa a realizar, portanto, para o próximo ano culminante para o qual deve ser feita preparação é, em primeiro lugar, conduzir esta inter-relação a operar numa larga escala através daqueles que respondem a esta mensagem e a esta ideia; segundo, educar essas pessoas sobre as leis do amor e da correta compreensão, que são em verdade as leis do reino de Deus, que Cristo veio iniciar; terceiro, empregar com sabedoria e descrição, as frases e palavras corretas para, através da utilização do rádio, despertar os homens de boa vontade; depois, descobrir os homens que sustentam ideias afins, e assim organizar as suas mentes de modo que cada um deles encare o problema à sua maneira, mas mantendo o mesmo e amplo objetivo mundial que é, em essência, difundir a compreensão e alcançar reajustamentos harmônicos. Isto será realizado por meio dos aspirantes mundiais que despertaram, os estadistas inteligentes que amam a humanidade, que trabalham e se sacrificam pelo bem geral, os homens e mulheres de boa vontade (trabalhando cada um no seu próprio lugar, cidade ou nação) e pelo trabalho silencioso de Unidades de Serviço em cooperação com todos os acima citados.

Este é um programa simples mas de uma tal potência prática que, quando for desenvolvido por vocês e realizado o esforço necessário, em 1942, não restarão dúvidas de que o sucesso coroará os vossos esforços. A vinda de Deus é a vinda ou emergência do quinto reino da natureza cujos cidadãos trazem sempre beleza ao mundo, glorificando assim essa Inteligência a Quem damos o nome de "Deus", à falta de melhor termo; os seus cidadãos caracterizam-se por possuírem a qualidade da boa vontade que deve, com o tempo, conduzir a um gênero correto de paz, mas não pacifismo, na terra; é um programa tão simples que as mentes superativas de muitos o rejeitarão, com o pretexto de ser muito simples e, contudo, os grandes fatores que governam o mundo são sempre simples. As ideias simples são aplicáveis onde fracassam as ideias complexas e complicadas. A Hierarquia dos Mestres é governada pela simplicidade e este, que é um dos Seus Planos, deve também ser distinguido por isso. Quais são os planos atuais e de que maneira poderão participar na tarefa de salvar o mundo?

Essa tarefa pode ser grandemente facilitada pela descoberta, registro e educação dos homens de boa vontade do mundo. Esta é a principal linha de atividade. A boa vontade (na atualidade, latente, desorganizada e inoperante) pode converter-se numa força mundial e pelo simples peso do seu número essas pessoas poderão fazer sentir a sua influência eficazmente. Será uma força que poderá moldar a opinião pública mediante a expressão do amor inteligente (observem que acentuo a palavra inteligente) mas que não empregará meios separatistas, nem a força armada, ou a coação, nem a manipulação ou manobras políticas.

Pergunto: Será possível evocar tão fortemente o espírito de boa vontade (presente no coração dos homens, mas frequentemente inativo) de modo que formem vastas legiões de homens e mulheres de boa vontade - em contato consciente uns com os outros em todo o planeta e assim fazer ouvir sua voz e expressar claramente seus desejos? A Hierarquia espiritual decidiu, na atualidade, utilizar este método especial para corrigir a situação do mundo. No ponto de vista de vocês, talvez seja um método lento, mas os seus efeitos serão mais duráveis e tem em si possibilidades dinâmicas. Este método é baseado em duas premissas:

Primeiro, o fato comprovado do sucesso do trabalho instituído pelo Cristo. Ele veio demonstrar na Sua Pessoa, o amor de Deus. Antes da Sua época expressava-se muito pouco esse objetivo de amor, a filantropia era quase nula e não havia um sentido de responsabilidade entre os homens pelos seus irmãos.

Segundo, é um método que contém uma longa linha de sucessos e que ao mesmo tempo pode obter uma reação imediata. O êxito e a reação dependem de todos aqueles que estão conscientes destes fatos e que começam a realizar o trabalho necessário.

O Novo Grupo de Servidores do Mundo proporciona o canal através do qual o poder de Deus, focalizado na Fraternidade Planetária, pode fluir e esse poder não está destinado (como é necessário, às vezes, segundo o plano evolutivo) a ser destrutivo. As forças destruidoras do planeta estão realizando o seu trabalho necessário e dirigido, mas os efeitos devem ser contrabalançados e compensados pelo trabalho dos Servidores do Mundo. O poder a ser liberado pode curar, e curará, as feridas da humanidade e unirá todos os homens numa síntese planificada.

Como sabem, o Novo Grupo de Servidores do Mundo tem membros em todos os países. Conhecem-se já grande número deles. São pessoas práticas e inteligentes, não místicos visionários e idealistas, que trabalham para um objetivo que pode parecer inacessível, mas que é capaz de aplicação imediata e prática. Falam de compreensão e de cooperação em todos os setores da vida e do pensar humanos, e acentuam a futura e inevitável expressão de tal amor - inevitável segundo a lei da evolução. E o próximo grande desenvolvimento humano.

Num passado remoto da raça, a humanidade defrontou-se com uma crise semelhante à atual. A raça fora fecundada pelo intelecto, se me permitem assim dizer, e o quarto reino, ou humano, veio à existência. Nascera o grande poder latente da consciência do eu e os homens tornaram-se indivíduos. Agora a raça enfrenta outra fecundação, desta vez pelo Amor e assim o quinto reino, o reino de Deus, pode nascer e atuar no mundo externo da manifestação. Prevalecerá a consciência de grupo e o poder de identificar-se com o grupo e não com os próprios interesses egoístas. O Novo Grupo de Servidores do Mundo, situado a meio caminho entre a Hierarquia espiritual e o mundo dos homens, são os agentes deste processo, e podem conduzir os homens para fora da crise que se produziu. Os seus membros são a expressão da boa vontade desejada, e atuam como fermento no meio ambiente. Não fazem nem dizem nada que possa aumentar as separações existentes entre os povos, raças e religiões. Não me alongarei mais nisto, pois é um simples enunciado de uma maneira simples de lançar as bases para as mudanças necessárias.


e. O Plano Imediato da Hierarquia

O que a Hierarquia procura hoje, portanto, fazer? Deixem-me expor em poucas palavras o plano imediato.

1- Tornar tão evidentes as linhas de clivagens já existentes que a questão fique bem clara. Isto pode ser visto acontecendo todos os dias se lerem as notícias do mundo com inteligência, e separarem os detalhes espetaculares ou falsos, das questões gerais e verdadeiras. Estas clivagens podem definir-se em três linhas gerais.

a. Entre as três ideologias principais: fascista, comunista e democrática.

b. Entre os grupos reacionários e conservadores e as pessoas de pensamento liberal que reagem à nova impressão espiritual e aos caminhos emergentes de aproximação a Deus.

c. Entre as antigas culturas e civilizações e os novos modos de viver e de pensar; entre o gênero de vida de Peixes e a atitude Aquariana de pensamento e vida; entre as leis do reino de Deus, o quinto reino, e as da humanidade, o quarto reino; entre o modo de viver individualista e autoconsciente e o caminho da fraternidade, do amor e da consciência de grupo.

2- Eliminar as divisões e lançar uma ponte sobre as clivagens por meio do grupo mundial a que chamamos o Novo Grupo de Servidores do Mundo e os homens de boa vontade. Estes Servidores e homens de boa vontade pertencem a todas as nações, grupos, ideologias e religiões de ambos os lados das diferentes clivagens, mas, contudo, mantêm-se firmes nos princípios de boa vontade e compreensão. Não tomam parte, portanto, e conservam-se inativos nos processos atuais de diferenciação e tendências separatistas. Estendem as mãos com amor e compreensão por cima do fosso das dissidências. Unem-se em pensamento no nível subjetivo das verdadeiras realidades - que são sintéticas e eternas - e ignoram todas as barreiras externas e diferenças separatistas nas ideias mentais e nos modos materiais de viver.

3- Aproximar-se mais da humanidade e tornar-se um fato conhecido e poderoso na consciência dos Seus discípulos, dos aspirantes do mundo e do Novo Grupo de Servidores do Mundo. Estes poderão, então, trabalhar com mais confiança, sabendo, sem a menor sombra de dúvida, que o reino de Deus está emergindo na terra, que o mundo interno de luz, amor e significados está a unificar-se com o mundo objetivo e que o mundo das realidades espirituais é agora reconhecido numa escala tão ampla que se descobre que a precipitação do que é espiritual está presente em tudo o que pode ser conhecido. Esta realização e aproximação à vida através de Deus é o arauto da nova religião do mundo. Já lhes falei muito sobre isso nestas instruções e se voltarem a lê-las estarão preparando todos para participar corretamente no próximo Festival de Wesak.

4- Provocar o "Dia de Crise" a que me referi anteriormente. Por meio desta crise, na qual a aspiração da humanidade à paz, à compreensão, à boa vontade e à verdade, pode ser elevada à sua mais alta expressão possível e ocasionará, num momento determinado de fusão, a descida do desejo das forças espirituais da Hierarquia, do Cristo e de todos os que estão associados a Ele (qualquer que seja o nome como O designarem) e assim precipitar-se-á na terra esse estímulo espiritual e essa força curadora que terminará com o atual período de conflito e miséria.

É para este "Dia de Crise" que somos chamados a trabalhar. Ele poderá realizar-se cm 1942, se todos nós, reunindo todos os nossos recursos espirituais, mentais e materiais, formos ao encontro da oportunidade e emergência presentes. Isso pode realizar-se, se o Novo Grupo de Servidores do Mundo e a massa dos homens de boa vontade de cada país utilizarem a sua inteligência, mais as boas técnicas e métodos de negócios (que são faculdades espirituais, mas não dedicadas, por enquanto, em larga escala às coisas do reino de Deus). Deve-se inculcar a utilização prática de todos os meios possíveis - a imprensa, a correspondência, os contatos pessoais, e sobretudo o rádio e a repulsa a todos os antigos métodos, tais como ataques contra pessoas, povos, nações, ideologias de forças, de coação e de técnicas separatistas. As forças que existem hoje, dirigidas por agentes intermediários espirituais da Nova Era que entra, clarificaram o campo de serviço: transpor as clivagens separatistas e harmonizar os antagonismos entre as escolas de pensamentos.

Os trabalhadores no mundo interno e os discípulos responsáveis pela aplicação do Plano fizeram grandes esforços para alcançar e estimular o Novo Grupo de Servidores do Mundo. E conseguiram. Tal sucesso não depende de maneira alguma do reconhecimento da Hierarquia por parte dos Servidores. Quando este reconhecimento existe, constitui uma ajuda, mas está dependente da receptividade à impressão espiritual, o que significa responder às novas ideias que expressam o espírito de fusão, de síntese, de compreensão e boa vontade cooperadora. Procurem estas pessoas e trabalhem com elas. Não adotem a atitude tão corrente de que elas têm que trabalhar com vocês. Compete a nós, que talvez conheçamos um pouco mais o Plano, realizar a aproximação, compete a nós evidenciar compreensão inteligente e dar o exemplo necessário, subordinando as nossas próprias ideias e desejos pessoais ao bem do todo.

Se reagirmos a tudo isso, deve haver da nossa parte uma nova orientação na vida diária durante os próximos anos, para nos consagrarmos à urgência das coisas a realizar. Isto implica necessariamente o ajustamento da nossa vida aos novos impulsos; importará na eliminação das coisas não essenciais para que possamos encontrar o tempo necessário para a tarefa; significará cultivar a sensibilidade espiritual que nos tornará conscientes às impressões e impulsos provenientes do lado interno da vida, e que nos tornará também mais rápidos no reconhecimento dos nossos irmãos que estão consagrados à mesma vida de boa vontade, e atentos - como nós - à premente necessidade humana e à iminência do dia da oportunidade; exigirá de todos o desenvolvimento do espírito de silêncio, pois o silêncio é o melhor método pelo qual se gera e acumula, para uso, a força espiritual e ocasionará o treinamento de nós próprios para que vejamos claramente as soluções envolvidas em qualquer situação (pessoal, nacional ou internacional) e permitir-nos-á, então, aplicar nela a luz interpretativa da boa vontade manifestada.

Para os membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo e para os homens e mulheres de boa vontade a Hierarquia dos Líderes espirituais estabeleceu as seguintes regras:

1- Devem procurar estabelecer relações pacíficas, uma aceitação harmoniosa e cooperação com o governo ou estado a que devem obediência ou lealdade. Isto não significa apoiar todos os planos de ação empreendidos pelos governos, mas significa, isso sim, abster-se de tudo que possa causar dificuldades. Há sempre possibilidade para uma larga atividade construtiva dentro de qualquer política governamental ou regime, e é para esses empreendimentos construtivos e pacíficos que os servidores dos Grandes Seres e da humanidade dirigirão a sua atenção.

2- Devem abster-se de qualquer interferência nos assuntos de grupos políticos ou religiosos.

3- Devem procurar expressar boa vontade prática no meio ambiente em que o destino os tenha colocados.

4- Devem esforçar-se por ser inofensivos, nas palavras, na vida de relação com a família, com a comunidade, a nação ou grupo de nações. Isto quer dizer uma política consistente de não agressão. Nenhum líder, nação ou raça deve ser atacado ou difamado.

Esta é uma questão de grande importância prática, e não é fácil de realizar. Estabelece as bases para a formação rápida e emergência definitiva do Novo Grupo de Servidores do Mundo, e para a descoberta e organização dos homens e mulheres de boa vontade onde quer que se encontrem. A Hierarquia espiritual não pode trabalhar através de pessoas cujas línguas sejam críticas, cujas ideias e atitudes sejam separatistas, e que sejam violentamente sectárias em sua crenças e comentários. Isto é uma declaração de fato. Procuro levá-los a se exercitarem nesta atividade correta, começando pela própria vida e a sua expressão pessoal no mundo.

No que respeita ao trabalho unido necessário só posso indicar as seguintes linhas de atividade e depende de vocês, segui-las, se quiserem, ou tornar possível que outros o façam:

1- Descobrir os homens e mulheres de boa vontade. Não os reconhecerão se estiverem cheios de preconceitos raciais, nacionais ou religiosos.

2- Pôr essas pessoas em contato com as Unidades de Serviço nos países em que vivem.

3- Educá-los nas seguintes ideias:

a. Os princípios da boa vontade, e os meios e métodos da sua verdadeira expressão na vida diária.

b. A necessidade de que sejam trabalhadores ativos, práticos e constantes na difusão da boa vontade no mundo.

c. A utilidade de organizar listas para correspondência (penso que são assim chamadas) daqueles que veem a vida sob o ângulo dos valores espirituais e que procuram construir para o futuro.

4- Manter as autoridades das nações ao corrente das suas atividades, de modo que fiquem conscientes de tudo o que vocês procuram fazer, e possam, por consequência, compreender que não há nada de subversivo nas atividades planejadas e nada que tenha em si o germe da perturbação para qualquer dirigente ou governo.

5- Manterem-se em contato constante com as Unidades de Serviço e selecionar cuidadosamente aqueles que representam o trabalho que vocês todos empreendem.

6- Orientar com cuidado os grupos de meditação para que nada haja nas suas atividades que possa ser considerado secreto ou que possa pô-las sob suspeita de serem organizações secretas. Elas não o são. Isto deve ser enfatizado.

7- Tratar de efetivar a utilização do rádio e da imprensa tão ativa e cuidadosamente quanto possível, a fim de preparar o trabalho e o grande esforço planejado para 1942. É sobre estes dois meios que se torna necessário pôr grande ênfase, pois que é por esses meios que se chega à maioria dos seres humanos.

8- Que cada lua cheia de Wesak seja um período de esforço intenso, precedido de preparação e purificação pessoal, e enfatizem o seguinte:

a. O despertar da sensibilidade à impressão espiritual interna que emana da Hierarquia e do Grupo.

b. A realização da apreciação inteligente dos passos a serem dados durante os próximos doze meses, e a constituição de planos cuidadosos para que eles possam de fato materializar-se.

c. A distribuição correta do seu tempo e recursos, de modo a que vocês se tornem trabalhadores ativos na causa da boa vontade.

d. O esforço de cooperar com tudo o que está sendo feito ao longo destas linhas, o que implica descobrir os grupos e as pessoas que trabalham com objetivos semelhantes.

e. A submersão temporária dos seus interesses no bem do Todo c através do amor da humanidade.

Não direi mais nada agora. Procurei indicar o que pode ser possível. Se forem seguidas as minhas sugestões e se a tarefa for levada adiante diligentemente, tudo indica que o trabalho da Hierarquia e de Cristo será grandemente acelerado. A necessidade e a oportunidade pedem uma justa compreensão e pedem também uma jovial cooperação e o sacrifício, de cada um de vocês, do seu tempo e dinheiro, na tentativa de tornar o nosso trabalho possível.

Não farei nenhum apelo mais à sua ajuda. Esforcei-me por lhes ensinar os novos ideais e o trabalho do Novo Grupo de Servidores do Mundo. A responsabilidade de ação correta e do esforço para alcançar o público repousa sobre os aspirantes c discípulos do mundo que lerem as minhas palavras. Não há nada que eu, pessoalmente, possa fazer. É o tempo de vocês (e todos vocês, sem exceção, podem dar um pouco) que o Cristo e a humanidade pedem hoje. E a sua atividade c talento para chegar àqueles que podem alcançar que são necessários. É o dinheiro que é necessário para nos permitir atingir o público interessado É a sua meditação e a intensa cooperação interior que construirão o canal através do qual o espírito da paz pode trabalhar e as forças da Luz entrar. A Hierarquia espera. Ela fez tudo o que era possível do ponto de vista da Sua oportunidade. Cristo permanece em paciente silêncio, atento ao esforço que fará materializar o Seu trabalho na terra e permitir-lhe-á consumar o esforço que Ele fez há dois mil anos na Palestina. Buda paira sobre o planeta, pronto a realizar a Sua parte se Lhe for oferecida a oportunidade pela humanidade. Peço-lhes que registrem o que lhes disse aqui. Tudo depende agora da correta ação dos homens de boa vontade.

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